Gargalha em ironia uma alma insana
Bebendo destes charcos, me alimento
E quanto mais audaz; ledo tormento,
Verdade incontestável nos engana,
Esgarçando os meus pés em espinheiros,
Pereço a cada dia em que me ausento
Deste vigor terrível, violento,
Momentos que bem sei são derradeiros,
Dilacerada há tanto uma esperança
Numa espectral imagem, decomposta,
A carne se desfaz em pasta exposta
E ao tétrico vazio já me lança
Amputo cada sonho, demoníaco
No olhar envilecido de um maníaco.
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