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Saturday, February 26, 2011

O vento
As brumas
Luar distante
Gélida expressão
Rondando o pensamento
E a voz do passado
Viva e renovada a cada dia...
Mortalha entremeada com ânsias e temores
Lutos.
Reluto, refuto, renego...
Cego e inválido
Ocaso outonal da vida inútil,
Da vinda fútil do que poderia amor.
Amor? Escravo ou amo,
Dono ou servil...
Sedento, cerzido a ferro e fogo
A lanhadas, vergastas e solidão...
E a vejo rondando entre as nuvens e a neve incontida.
Gestada pela ansiedade
Pela angústia renovada após cada morte, ressurgindo...
Os lábios ainda em meu corpo.
Carne viva...
Procuro os teus sinais, teus rastros.
O dia renasce e volta tudo ao seu normal,
Ausência do cais, do porto, da esperança.
Como pude e mereci perder-te?
Apenas ouço a cada noite no vento e nos tétricos sinais desta alma presente.
Quem sabe a morte?
Quem sabe o fim seja o renascimento...
Em erros cruéis e banais da estúpida juventude
Os frutos colhidos em mutante face,
Solidão. Solidez?
Morte...
E teu nome perdido entre os vários cenários redundantes...
Resignar-me?
Matar-me?
Só sei que a noite volta e com ela, pelo menos do vazio, das trevas e do pântano da esperança, ainda te tenho...
Meu eterno martírio; meu único refúgio...


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A rota errônea
Errático incenso da alma
A se perder nas noites fátuas e fugazes...
O amor, anelos, versos e inversões,
Aversões diversas.
Versando sobre o mar,
Mineiro mar...
Lacustres sonhos
Submergindo na alma.
Aflorando a cada instante
Nos retratos jogados pela casa ou nas gavetas.
Florais.
Primaveris esperas entre esferas tais
Vacante pensamento
Ourives do nada,
A porta cerrada
Aferrolhada espreita
Do que fora sonho
E nada mais.
Num diuturno anseio
O que veio não mais voltaria
Sequer me traria
Algum lenitivo.
Vivo?
Privo e tento.
Caminhos entre pedras e perdas,
Ledas ausências, cadências dispersas.
Mas a lua persiste,
O mundo resiste.
Mas Minas?
Somente tatuada
Nos inacessíveis cofres
De uma estúpida ilusão...
Amei. E foi meu mar, meu abismo
Precipício aonde em labiríntica queda
Mergulhei ao inconstante e movediço
Viço, mesmo que falso,
A cada percalço
Esperanças...
E a pressa,
E a presa
E a reza,
A rês.
O sim do cio
Rocios e lágrimas
Kafkianas angústias
E insensatas volúpias,
Entre arabescos e hieróglifos.
Grifando cada passagem
Como se fosse o renovar da já adormecida e morta
Certeza do meu mar...
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As pedras drummondianas
Os ermos e solilóquios
Desventurada fonte
Paulistamente poluída.
Nada mais trago
Senão a férrea indecisão
Imprevisão e acaso.
Fingidor coração das múltiplas pessoas
Que habito em eterna esquizofrenia
Sem freios e sem rotas ou prumos.
Muriaé se foi
Levado pelo implacável e faminto tempo.
Os grisalhos, os erros e os entrepostos da alfândega da vida.
Na pândega alegria entre porres e noites infindáveis...
As mãos descendo sobre as coxas roliças da saudade
Até encontrar a convidativa umidade da esperança...
Um bonde chamado desejo...
Procuro o autor e meus personagens morrem à míngua
Sem Pirandello que dê jeito.
Passo por cima do quanto inda resta
O corpo estendido,
O pai apodrecendo aos poucos
E a convulsão salvadora...
O olhar que a justiça buscara
A apara dos sonhos
E a casa dos mortos ainda viva nos degredos de Henri Charriere...
A liberdade encruada na crisálida em eterna hibernação.
Saudades...
Quem há de?
Apenas o velho cadáver que arrasta suas correntes pela gélida casa.
Fui feliz...
Flui o que influi neste Éter sem porto e ponte,
Sem fonte, sem ponte que horizontalmente me levasse ao porto seguro.
Minhas mãos crustaceiformes tentam apreender o que se esvai junto
Com as flácidas coxas da bela morena deixada nas madrugadas insones.
Mato o que resta da família.
Antes que a sessão das dez comece...


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Pudesse renascer a primavera...
Quando vejo nos olhares o brilho ainda vivo
De quem as tempestades e, pior, a inércia não poluíram
É como se houvesse um bafejar da adormecida ou morta,
Ou hibernada – como queira- juventude...
E enviesadamente percebo o quanto quis
E não viera
O quanto tive
E não soubera
O quanto vive
Eterna espera
O quanto prive
E destempera
Gerando a insensata noção
Do nada ressuscitado do mesmo nada
Emparedado junto ao Black cat do meu passado.
Never more... never...
Neve caindo nos olhos tropicais e apodrecidos nas masmorras.
Quando falas
Galas e salas
Festas e frestas
Sonhos e noites,
Remotas noites...
E o sonho há tanto morto faz cócegas...
O canto, num canto encantos e tréguas...
Mas léguas e léguas além
Dobrando os sinos
No obscuro caminho...

Philip Carey perdido nas entranhas da minha própria insuficiência.
E te ris...
Doce primavera...
O tempo cobrará seu ágio.
Verás o quanto é caro...
E eu, há tanto jogado sob as lápides inevitáveis
Levarei o teu sorriso e jovialidade estampados
No que restasse entranhado nas ossaturas da saudade...

E as luzes da cidade afastada pela enormidade da vida
Ainda faiscaram nos globos vazios do que um dia também soubera flores...


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O vento
O tempo
Assento
Os olhos
No horizonte
E aponte o
Quanto a fonte
Expressaria...
Arguto passo
Escasso e astuto
Ou luto
E mudo
O inacessível muro
Das ânsias mal sanadas
Bebo a boca da morena
Outra cena ou mesmo a que inda
Ressuscitasse
Em ciclos tais
Num re
nas
cimento
Ocasional.
Cimento da alma
Aonde andavas?
Lavas e larvas
Lavras e ao fim o mesmo pote quebrado
Do rio que passava no quintal
Das sombras entre mangueiras
E a vontade de chegar aos céus,
Criando libertárias asas
O vento
O tempo
A tempestade
O corte
A sombra
E a mesma vergasta lanhando as costas
Do menino arredio,
Do olhar brilhante
E do inalcançável voo
Amores
Amoras
Amarras...
Amara vida
Amar a amara vida
Sem armas
Neste âmago
Que afaga e afoga
Arpoando Moby Dicks imaginárias
Ismael perdido no mar da imensa vontade
Desperdiçada pela vida...
Jogado sobre as rocas
E a roupa quarada no quintal
Embolorada pelo tempo...
Mas o amor persiste,
Resiste insiste até que...
O vento cesse
Ou recomece...


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KA
FIIII
DA

Cada fio
Da história
Perdido nas balas
Encontradas
Assassinas
Qual a Chave do mistério
Que faz das ditaduras
Diversas
Versos e versões
Em fidelíssimos desníveis?

Ah.
O vento que venta lá
E o vento que venta no quintal
Têm dimensões diversas...

Pelo menos o fazendeiro wasp
Aposentou-se
Por enquanto?

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Rasgo a minha hipocrisia
E mergulho no que venha
Bebendo gota a gota a liberdade
De até ser estúpido, mas nunca espúrio.
Amor de mãos dadas
Pracinhas, cinemas...
Segundas intenções...
Primeiríssimas.
Ora bolas.
Deixemos de hipocrisia
Que o tempo urge
E os hormônios estão à flor da pele...

Reclamar de quê?
Da falta de romantismo
Das palavras francas e diretas?
Do beijo na boca e
Do sexo sem perguntas?

Se mil caminhos levam à Roma,
Pelo menos sejamos honestos

E ainda vens me falar de coretos?
Vadre retro...

Prefiro a rapidez e a certeza dos lábios umedecidos
Do que a cama molhada nas noites vazias...

Interessante é voltar a Zola
E ver que do Germinal ou do naturalismo
Do Cortiço de Azevedo até o renascer do óbvio
Tivemos que encarar as anáguas vitorianas...

Falando nisso, já perdemos tempo demais divagando
E quem sabe faz agora.
Feche a porta
Acenda a luz
E viajemos...
Nem que seja on-line...
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Amigo...
O tempo não tem mesmo juízo
Jogado sobre as pedras
Acumula perdas
Que minimiliza com alguns ganhos?
Conheci Maria, fiz João
Renovação?
Se alguém souber o nome de um tataravô que seja
Eu passo a acreditar nisso.
Condenado pela borracha do inexorável futuro
Compro as ilusões que eu mesmo vendo
No mercado falido da esperança.

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