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Sunday, August 14, 2011

SOMA E ALIA

SOMA e ALIA
A fome,
A hipocrisia
A canalhice
SOMA e ALIA
O que há de ti
O que há de mim
Outro Haiti,
Outra Etiópia
No ópio que se molda a cada morte
E entorpece o já pútrido
Caminhante sobre a Terra
Que esfacela,
Que destroça
E marca e mata.
A culpa?
De ninguém,
De todos
Minha, tua, NOSSA,
SOMA E ALIA
Biafra,
Vietnam
Palestina,
Gaza,
Guernica
Hiroshima...
E o tempo se refaz
Sobre cada cadáver
Que espalhamos
Rapineiros, abutres Canalhas.
Nas fornalhas dos holocaustos,
Dos faustos das festas
E das come-morações
Em banquetes
Que adentram
Grécias e Romas,
Macedônias.
Impérios britânicos, norte americanos, soviéticos e chineses, japoneses, europeus,
E a fome pesando feito cruz
Sobre os Cristos modernos,
Contemporâneos
E os do futuro.
Somos, fomos e seremos.
Eternamente culpados.
Imagem e semelhança?
De quem?
VADRE RETRO.
Somos assim,
E nada nos impede,
Nem nos impele
A sermos diferentes,
Indiferentes,
SOMA E ALIA
Fome e desinteresse,
Houvesse riquezas sob o solo
Talvez fosse diferente,
Porém a única riqueza
Que poderia haver
Seria a dignidade,
Perdida nos Cambojas,
Nas expressões
Do ontem, do hoje e do amanhã.
A bola da vez
A fome e o comércio
Das armas, das almas, das lamas,
Do macilento peito que tenta
Trazer um pouco de humanidade
Ao verme bípede que dilacera
E só se sacia deste jeito...
SOMA, ALIA
SOMA, ALIA
O quê?
AI DE TI,
HAITI,
AI DE NÓS
Somos assim...
Quantos Cristos seriam necessários?
Quantos holocaustos?
Quantas Sérvias, Kosovos, Bósnias...
Quantas somas
Dizem da miséria estampada a cada face.
Omissa ou faminta,
Nos silêncios
De Ruanda, de Nova Orleans,
Das chagas abertas
No terceiro milênio,
No terceiro mundo
No primeiro passo,
Na falta completa de esperança...

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