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Thursday, March 4, 2010

25608

Ermos dentro da alma soam tristes,
Mas quando me percebo mais desnudo
Deveras caminhando quieto e mudo
Diverso do calor aonde existes,

Por mais que outros motivos bons me listes
O coração sem foco é tão miúdo
E nisto me percebo em tom agudo
Discernindo o terror por onde insistes

Tomar as minhas mãos e ter nos dentes
A clara tentação de uma mordida
E nela cada lacerando em vis gementes

Delírios satisfazem tua fome?
A carne que te entrego, carcomida
Enquanto a própria sorte me consome...

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