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Saturday, May 27, 2006

DAS FINALIDADES E DOS MEIOS

Quando vejo Heloisa Helena e o PSTU, tento entender as atitudes desses com relação ao Governo Lula.
Pode parecer estranho, mas não consigo entender somente como se fosse uma forma rancorosa de alguém que fosse traído ou se sentisse traído.
Há, além disso, um aspecto que me aprece mais importante que a mera traição ou a sensação desta.
Há uma diferença fundamental a nível de filosofia e de métodos para o estabelecimento de uma finalidade em comum: O SOCIALISMO.
Verdadeiramente, acredito na boa fé da maioria dos componentes do PSOL e do PSTU.
Eu seria primário e, como não dizer, leviano se pensasse que a ação desses, somente pelo fato de ser diferente da nossa, significasse ausência ou vício de caráter.
Os contrários devem conviver e, honestamente, acredito que temos objetivos bem claros e coincidentes: o bem comum e a igualdade social.
Obviamente, dentre desses partidos, como em todos, há os aproveitadores de ocasião, os vendedores de ilusão e os mau carateres que se utilizam da política não como meio de melhoria social, mas, ao contrário, de veículo para servir a finalidades individuais.
O fato de ter sido utilizado o capitalismo como forma de melhoria social, a partir da educação universalizada, do barateamento dos meios de produção do proletariado e proteção desse, com a diminuição dos juros da economia familiar; da melhoria do acesso universitário, como meio de transformação social, se utilizando do potencial individual para, no conjunto, permitir a ascensão coletiva, é o fator primordial do tipo de mudança que está ocorrendo.
As finalidades se equiparam às sonhadas pelos socialistas e comunistas de primeira hora que partiam do pressuposto da destruição pura e simples da burguesia e da distribuição de riquezas sem observar características individuais, que acarretaram, em última instância, numa forma de “burguesia” do poder.
Essa forma “romântica” dos primórdios gerou, em última análise, na burocratização do poder, na dominação política sem observação do contraditório, nos partidos únicos e monopolizadores, na desvalorização das individualidades o que gerou a incapacidade do coletivo.
A queda do comunismo, no mundo, se deveu a esses principais motivos.
Deve-se valorizar o conhecimento em prol da sociedade; obviamente, como a sustentação e apoio aos deficientes tanto físico quanto mentalmente.
Um deficiente visual grave não pode ser um controlador de vôos. Assim como um deficiente mental não pode ser colocado no mesmo nível de um administrador capaz.
Essas diferenças devem e Têm que ser respeitadas.
Somente a possibilidade de evolução dentro da atividade profissional com suas benesses naturais, estimula o crescimento do indivíduo e isso, coletivamente, reflete na melhoria da sociedade como um todo.
A pura e simples divisão de bens, a destruição da burguesia e das oligarquias, sem que isso seja acompanhado pelo desenvolvimento de um proletariado capaz de se auto determinar e competir de igual para igual com essa burguesia é, em si, catastrófica.
Não adianta me dar um automóvel se eu não sei dirigir, sendo necessário o aprendizado para que eu possa aspirar àquele bem.
Ao repararmos as ações do Governo Lula, vemos que a preocupação deste é O SOCIALISMO sendo produto da tentativa de equalizar as oportunidades e salvaguardar os miseráveis; capacitando o proletariado para sua ascensão tanto individual quanto coletivamente.
Essa política que me parece a mais correta diverge dos princípios do PSOL e do PSTU; arcaicos na opção pelos meios com os quais querem o mesmo SOCIALISMO.
O capital, por si só NÃO é MALÉFICO. Quando produtivo, se multiplica e gera, com os impostos recolhidos, maiores e melhores condições para a evolução da sociedade como um todo.
O aumento de arrecadação de impostos é produto, também, de uma circulação maior do dinheiro.
E somente a capacitação do maior número de pessoas, gerará a melhor distribuição de renda.
Essa não é a ótica desses outros partidos.
A moratória pura e simples pode levar e leva, na maioria das vezes, no esvaziamento daquele país, gerando desemprego, menor circulação de dinheiro e, por último, no aumento da desigualdade social.
Exemplo extremo disto é o Camboja, país que teve seus índices sociais próximos ao da pré-história.
Não é aumentar o bolo para dividir depois, muito pelo contrário; é aumentar o bolo para GERAR, através da aplicação dos impostos, em melhores condições para a evolução do proletariado.
Essa percepção é a que, traduzindo em miúdos, é melhor ensinar a pescar do que simplesmente dar o peixe; sem esquecer de dar o peixe aos que morrem de fome para, depois, quando mais independentes, ensinar a pescar.
A visão arcaica de que é preciso dividir sem preparar o povo para pescar gera, ao contrário, num aumento cruel da fome e da miséria, criando uma dependência “preguiçosa” entre poder e povo; paradoxalmente igual ao feudalismo e ao coronelismo que tanto a gente quanto o PSOL e o PSTU, combatemos.

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