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Thursday, May 25, 2006

DA MINEIRICE E DE AÉCIO.

Todo blindado
De Renata Lo Prete na coluna Painel da Folha de S. Paulo, hoje:

"Em recente pesquisa qualitativa, um homem de classe C, subempregado em Recife, descrevia a melhora em sua vida sob o atual governo: um ou outro bem de consumo adquirido para a família. Quando o mediador lhe perguntou sobre os escândalos, ele respondeu: "Isso eu não quero nem falar". E sobre o envolvimento do presidente. "A gente não quer acreditar que o Lula traiu a gente. Se não, como é que a gente fica?".
Quem assistiu acha que essa fala, além de ajudar a explicar os resultados de Datafolha e Sensus, ilustra bem a sinuca em que estão os tucanos: se insistirem em bater no presidente, poderão acabar confinados ao terço do eleitorado que nunca quis saber de Lula".




Noblat é um camarada extremamente tendencioso, muitas vezes agressivo e na maioria das vezes antipático e irritante. Porém muitas vezes coloca as coisas com inteligência e isso tem sido raro, principalmente nas oposições, mas vamos lá:
O aspecto primordial do colocado nesse comentário da colunista Renata é que, o PSDB e o PFL, pelo que temos visto, caminham irmanados para o rumo indicado pela comentarista.
O voto em Lula não é partidário, é VISCERAL. O que esse pessoal ainda não entendeu é o caráter essencial de um povo que é desconhecido para a maioria dos políticos e jornalistas brasileiros.
Quem me conhece sabe que tenho uma vida inteira de contato com a população mais brasileira de todas, o CAIPIRA MINEIRO.
Minas é o reflexo de todo o Brasil, apresentando todos os aspectos do Nordeste, do Sudeste e do Centro Oeste brasileiro.
Principalmente no ato de fazer política que, para o mineiro, é tão vital quanto o comer, dormir, tomar banho; viver enfim.
O mineiro por ser conservador é talvez o último a fazer da mudança seu lema; mesmo que tenha sido a base de grandes parte das mudanças ocorridas nesse país, ele é basicamente tradicionalista.
As mudanças em Minas são devagar, de vagar e vagar muito antes de senti-las para, depois realizá-las, sendo necessária sua absorção por todos os órgãos dos sentidos para se tornarem reais, efetivas.
Na história brasileira temos grandes políticos mineiros, além de grandes revolucionários.
Isso, ainda hoje ocorre nas figuras de um “guerrilheiro” Jose Dirceu, na de um Itamar Franco entre outros.
O próprio Aécio Neves, neto de uma das maiores raposas da política nacional, tem esse aspecto de mineirice impagável.
Tucano sem asas ou bicos lapidados em São Paulo, berço dessa divisão do PMDB, causada por conflitos locais com Quércia, seu atrelamento ao PSDB é bem menor do que com o PMDB do avô.
Suas origens políticas são as do observador que, macaco velho, não coloca nunca a mão em cumbuca vazia, muito menos furada.
E o PSDB/PFL de hoje não são somente uma cumbuca furada não, correm o risco de, pelo veneno que embutem e pela carga pesada de um passado não muito confiável, ferir quem quer que coloque a mão lá dentro.
É por essas e outras que Heloisa Helena, Bob Freire e o PDT não embarcaram nela não.
Muito menos o mineiro Aécio, Aécio, mas não beócio, como poderiam imaginar alguns.
O “namoro” de Aécio com Itamar demonstra tal posicionamento, muito mais tancredista do que se imagina. O PSDB pode ser usado por ele, nunca o usar.
E isso se estampa a cada dia, em que Aécio se afasta, sorrateiramente de qualquer embate com relação a Lula para se refugiar na matreirice que possui e não nega suas origens nas alterosas.
Tancredo conseguiu na sua vida política estar sempre numa situação eqüidistante entre as oligarquias e o povo; sendo, como bom observador que era, mais um vagão seguindo a locomotiva que era seu povo do que uma imbecil “locomotiva” a esmo, como parece a maior parte do tucanato paulista. E também ao contrário de Brizola que tinha luz intensa própria e mesmo sem ter esse poderio de liderança do velho engenheiro, Tancredo conquistou muito mais do que qualquer outro político nacional.
Lula é hoje, não somente aceito como, principalmente amado pelos mineiros e, por conseguinte, pelo povo brasileiro, LULA E NÃO O PT, diga-se de passagem.
É nesse vazio entre partido e político que aposta Aécio que, não se surpreendam, pode vir em 2010 pelo PMDB e não pelo PSDB paulista e, a continuar essa desvairada forma de agressões gratuitas e diárias, podem apostar que esse será o caminho de Aécio, bastando para tanto, que Newton Cardoso seja devidamente colocado à margem do PMDB.
Tudo isso me leva a um pensamento bem definido: quem quiser ganhar as eleições no Brasil, necessita conhecer a alma do caipira mineiro e suas aspirações.
Quando Minas não quis Lula, temendo-o, elegeu Collor e depois FHC, mas, ao perceber que essa opção tinha sido errada e que o bicho Lula não era “tão feio quanto parecia” o elegeu.
Ao perceber que acertou, irá continuar com Lula até quando esse não o decepcionar.
Como não pode haver uma terceira eleição, Aécio aposta no seu conhecimento de mineirice para poder dar o bote, cobra criada que é.
No PMDB, quem viver verá!

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