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Wednesday, February 24, 2010

25449

Talvez na irrigação encontre enfim
A solução final para a aridez
Na qual uma esperança se desfez
Tomando com furor nosso jardim

E quando vejo o mundo dentro em mim
Moldado por cruel insensatez
Escondo-me da dor e sei, talvez
Aonde quis princípio veja o fim.

Assento o meu olhar neste horizonte
Bem antes que a tempesta já desponte
Toando com terror vozes profanas,

E sinto nos teus olhos a inclemência
Do amor que se mostrando em tal ausência
Traduz o quanto ainda tu me enganas.

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