Search This Blog

Saturday, December 4, 2010

- BEM VINDA
Vieste novamente visitar
A quem durante tanto dominaste,
Mas puxe uma cadeira, vá sentar,
Revendo o meu passado: que contraste!

Depois de muitos anos te encontrar...
Repare no meu rosto este desgaste
Causado pelo tanto, insano amar.
Não sei se nos meus olhos reparaste...

O antigo brilho agora segue opaco,
O coração tão forte; bate fraco,
Por mais que aqui lutei, foi tudo em vão...

Um brinde aos velhos tempos; minha amiga,
Tua presença acalma e até me abriga,
Bem vinda à minha vida; solidão...

- BENDITA SOLIDÃO
Por vezes silencio, quedo mudo,
Não tenho o que falar; apenas ouço.
É quando um ser estúpido, eu me iludo,
Mergulho neste imenso calabouço.

Arranco a minha pele e assim me expondo,
Assusto-te deveras, companheira.
E quando à madrugada; sonhos rondo,
Minha alma se mostrando verdadeira,

Carcaça mal cheirosa que carrego,
Usando como fosse uma armadura,
Insânia me tomando, e já me entrego,
Imerso na mais trágica amargura...

E quando estou calado, me liberto,
Reflete em meu olhar um vão deserto...


- BILAQUENAS - VIA LÁCTEA
Quando a vi desfilando seus brilhantes
Raios sobre um divino céu desnudo,
Num lácteo perfilar de diamantes,
Confesso, embevecido, fiquei mudo;

Momentos tão fantásticos, instantes
De um sentimento raro, imenso e agudo,
Percorrendo infinitos delirantes
Caminhos onde tonto e lúdico me iludo,

Vislumbro a pequenez do humano ser
Diante desta imensa realidade,
Imagino quão frágil é o poder

De quem se imaginando soberano
É nada e tenta ter toda a verdade.
Num ledo e sem sentido desengano...

- BOCETA
Não consigo
tirar estas marcas
de Amor
por ti ...
(ivi)



Guardando uma esperança lá no fundo
Aquilo que nos resta, antes do fim,
Da força desta imagem eu me inundo
E bebo a fantasia, sou assim.

Se em meio às tempestades me aprofundo,
A vida se tornando então ruim,
O velho coração de um vagabundo
Procura algum apoio e vejo enfim

Depois de ter perdido tudo, tudo,
Nas sendas mais profícuas eu me iludo
Com o que resta após a tempestade...

Nas mãos desta esperança que se encaixa
Abrindo com ternura última caixa
Terei, posso dizer Felicidade...


- BOM DIA, MEU AMIGO
Bom dia, meu amigo, tudo bem?
Deixando a vida sempre me levar
Caminho contra o vento devagar,
Eu sei que em meu futuro existe alguém...

A morte nunca tarda e sempre vem,
Vencendo a correnteza, chego ao mar,
Depois de tanta luta, descansar,
É sempre o mesmo aperto neste trem...

Domingo, o futebol – isso é sagrado,
Sozinho ou muito bem acompanhado,
Tomando uma cerveja no capricho,

Prazeres; vou guardando na memória,
Dívidas? Deixa quieto, é outra história...
Tristezas vão direto para o lixo...


- BONS TEMPOS, HEIN
Mensagem:
Domas meu coração / chicote e jeito,
Com artimanhas que a vida te ensinou
Voltando a ser aluno, ex-professor,
Meu coração inda diz-se satisfeito.

Adentras as artérias do meu peito
Os batimentos seguem a teu dispor
Carinho, chicotada, alegria, dor.
Domado, segue ele a teu respeito.

Pra quem foi um Don Juan, sei que vai mal.
Achou a forma do seu pé. Infernal
Sua vida, a meu ver, mas que nada!

Só bate aos encantos de sua fada
E enquanto, na paixão, da sua mancada;
Eu saio de mansinho pra putada

Josérobertopalacio

Faz tempo que não bebo nem um gole.
Cigarros escondidos pela casa.
A natureza às vezes chega e bole,
Mas quando vou sair, a vida atrasa.

Esqueço da aguardente e da cerveja,
Só tomo o meu suquinho natural,
E quando a fome aperta e aqui lateja,
Eu olho de mansinho e digo tchau.

Um cafezinho, às vezes, um leitinho,
Arrasto meus chinelos pelo quarto,
Andando como fosse bem velhinho
Às nove vou dormir, disto estou farto.

Porém se eu não andar tão pianinho
Sou pego de surpresa pelo infarto....


- BUSCANDO O AMOR
Talvez restasse a chance que buscara
Durante a minha vida, inutilmente,
A jóia da esperança, sempre rara,
Tocando o coração, invade a mente.

Por mais que a vida surja o amor declara
Que tudo que passei, impunemente,
O gosto da alegria, também sara
E a dor de ser sozinho, faz demente.

Marcando com os medos, a existência,
Buscando tão somente esta clemência
Que possa dirimir meus sofrimentos...

Escrevo este poema/despedida,
Fluindo entre meus dedos, tola vida,
Que não valeu sequer alguns momentos...




- Brincando de Amar*
*Brincando de Amar*

Era uma noite de são João
Estamos brincando a quadrilha
Dançando com muita emoção
Aqui no Nordeste tudo brilha

O suor vai devagar deslizando
Os passos saltitam apressados
O olhar vai para ti só mirando
Piscando sorrisos enamorados

A música no fole da sanfona
Vibrante ecoa na multidão
Vai longe ao feitio de maratona
Sem parar sem respirar o refrão

Nós na quadrilha nem lembramos
Que na vida sorrimos, sonhamos...

Sogueira


A noite tem mistérios e delícias;
No fogo das paixões, corpos ardentes...
A lua nos envolve em mil sevícias
Premissas de momentos envolventes.

Suave brisa traz suas carícias
As bocas se procuram, domam mentes,
Os sonhos dominados por malícias
As pernas se misturam quais serpentes...

E tudo me trazendo esta lembrança
De um tempo que se foi pra nunca mais.
Meu barco se perdendo sem um cais,

O olhar sem horizontes não descansa
E busca novamente te encontrar.
Porém a noite segue sem luar...


- BALA PERDIDA
Usando a poesia/canivete.
Palavras vão cortando a minha pele,
Aos becos, velhos guetos; me arremete,.
Lirismo, esta tolice vã, repele.

Vivendo sempre pela bola sete
Procuro uma ilusão na qual se atrele
Um sonho: carnaval, festa, confete
No Rio de Janeiro ou Nova Deli

Crianças mal vestidas, rotas rotas
Delícias tão distantes e remotas,
Sem rumo, traficando a própria vida,

Enquanto o tiroteio continua,
Imagem verdadeira nua e crua,
Matando por matar; bala perdida...


- BAUNILHA
Baunilha

Em teu corpo luas de mil esferas
Em teus braços lonjuras tão vivas que ardem
Em ti me aporto teso do rico tempo
Lábios de estrelas no firmamento

Nada de ti me é indiferente
Feituras da mesma lira crescente
Como gêmeos paladares

Levita-se o instante sem passado
Em cada ato de entrega
Pagãos sentidos, sentimentos sagrados

E na loucura que queimamos
No espasmo mudo dos meus beijos na tua nuca
A alegria da dor fendida na carne, depura-me

E em cada gemido soletrado
A cada riso na lágrima incontida
-se chora de alegria-
Bendigo-te e colho-te em mim suavidade

-sumo de vida, perfume de baunilha-

Karinna

Expressas o que tenho de melhor,
O olhar que extasiado te decora
O mundo que se torna enfim maior,
Nos braços de uma deusa, deita e ancora.

Encontro no teu corpo enluarado,
Segredos que julgara indecifráveis,
Enquanto de baunilha perfumado,
Caminhos por prazeres navegáveis...

E solto minhas âncoras enfim,
Naufrágios são benditos e benquistos,
Exponho o que de bom resiste em mim,
Diversos paraísos sendo vistos

O sumo da existência é simplesmente
O amor que insano e santo, bebe a gente...



- BEIJOS
Entre os beijos mais loucos, nosso amor
Durante tanto tempo foi a luz
Que levando-me à loucura sem temor,
Se fez o Paraíso sendo a cruz.

Dos corpos nos lençóis, delírios nus,
Espécie de tortura e de louvor,
Na insânia de um tormento que conduz
A um deslumbrante mundo multicor...

Bailando sobre arestas e fagulhas,
No abismo que entorpece e me mergulhas
Fantásticas imagens, explosões...

Fazendo deste amor, tortura e glória,
Mudando a calmaria desta história
Alucinante gozo de tufões...

- BELEZA MORTA
De leve, louro e enlanguescido helianto
Tens a flórea dolência contristada...
Há no teu riso amargo um certo encanto
De antiga formosura destronada.

No corpo, de um letárgico quebranto,
Corpo de essência fina, delicada,
Sente-se ainda o harmonioso canto
Da carne virginal, clara e rosada.

Sente-se o canto errante, as harmonias
Quase apagadas, vagas, fugidias
E uns restos de clarão de Estrela acesa...

Como que ainda os derradeiros haustos
De opulências, de pompas e de faustos,
As relíquias saudosas da beleza.

Cruz e Souza

Tu tens a etérea forma fugidia
Das nuvens sobre um pano, o firmamento,
Na tua arquitetura esta alquimia
Efêmera ternura de um momento,

A sílfide com forma tão esguia,
Ao mesmo tempo, um colo que opulento,
Num átimo eclodindo a fantasia,
Na qual; farto delírio, eu me atormento.

Singrar por nebulosas, nos quasares,
Pulsátil sensação me leva a Antares,
E feito um girassol, hipnotizado

Em áureas esculturas, burilada,
Na noite mais brilhante, constelada,
Um insondável sonho, eternizado...


- BEM QUERER
O quanto eu te desejo já não cabe
Somente numa frase ou num poema,
Usando novamente o antigo tema,
Poesia perdoa; se ela sabe

Não espero que a minha vida acabe
Bem antes de encerrar este dilema,
Por mais que a negativa; sempre tema,
E o mundo sem amor cedo desabe,

Eu peço pelo menos a atenção
Pros versos que te faço e te prometo,
Embora apenas seja outro soneto,

Nascido no bater de um coração,
Que pulsa simplesmente por saber
Que existe neste mundo, o bem querer...



- CORAÇÃO TEIMOSO
Os tempos se passaram tão ligeiros,
Foram tempos de amor, tempos de brigas;
Dizes: “não mais te amo”, sei que negas,
Teu olhar diz tudo, é mensageiro.

Teu instinto, do meu, é companheiro.
Embora tua emoção teime em intrigas,
Apelo à razão pra segurar as vigas,
Apoio desse amor, que eu quis linheiro.

Pra um trem descarrilado: Recomeço!
Errei, saí da linha, um tropeço,
Mas sabes, sou humano. O perdão,

É tudo que te pede meu coração
Bandido, traidor, um vagabundo
Que de dor até parece moribundo.

josérobertopalácio

Meu coração teimoso e vagabundo,
Não cansa de querer quem não me quer,
E seja da maneira que vier,
Nas sendas da ilusão eu me aprofundo.

Deveras um notável moribundo,
Nos braços carinhosos da mulher,
Que venha da maneira que quiser,
O amor no qual morrendo inda me inundo.

No cárcere privado das paixões,
Acorrentando aos pés doces grilhões,
Eu vejo que não tenho mais saída...

No imenso labirinto dos anseios,
Mergulho sem temores ou receios,
Mesmo que venha a amarga despedida.


- CORAÇÃO
Te manda, coração, não perde tempo
Navega, rema pelo mar da vida,
Esquece esse amor/ Luta perdida;
Nos sirva essa angústia; de exemplo.

Buscando amor, achamos só tormento.
Navega coração, que há saída
Só quero que essa dor seja banida.
Vamos! Pensar voltar, nenhum momento!

Já nos acostumamos à tempestade
Desvia dessa rota da saudade...
Navega, há de vir o amanhecer.

Vamos romper as ondas da amargura,
Perante a lua, amigo, eis minha jura
Jamais querer paixão sem conhecer...

Josérobertopalácio
Amor, um velho barco sem comando,
Navega pelos mares, vai ao léu.
De pássaros sem rumo, velho bando,
Na frágil esperança do papel.

Se contra a correnteza vou remando,
Não tendo quase nada em meu farnel,
Minha alma vai pesando em contrabando,
O doce de um deseja amarga fel.

E resta tão somente um passo em falso
Que o amor prepara então seu cadafalso,
E deixa-nos de herança esta masmorra.

Aguardo qualquer porto mais seguro,
Cevando sobre um solo árido e duro,
Sem nada que me salve ou me socorra,,,


- CORAÇÃO



Vou entrar no teu peito
Vasculhar teu coração
Vê se assim encontro jeito
De chamar tua atenção

Vou flechar teu coração
Com a flecha do cupido
Vê se encontro solução
Te fazer casar comigo

Se teu coração endurecer
Desde já eu te aviso
Mandinga vou fazer
Pra amolecer este maldito

Se mandinga não curar
Não amolecer teu coração
São Francisco das Chagas
Pode ser a salvação

São Jorge, São Damião
Santa Clara, São Tomé
De ganhar teu coração
Nunca vou perder a fé

Fada

Tu tens tanta magia em teus quadris
Que assim tu me conquistas num segundo,
Contigo, com certeza sou feliz,
De cores e de luzes, eu me inundo...

Outrora sem destino, vagabundo,
Desde que te encontrei, eu peço bis,
Nas tramas do desejo me aprofundo,
E tudo o que fazemos não desdiz

A força inesgotável da paixão
Que doma sem vacilo, o coração
Fomenta a fantasia de quem ama.

Os deuses estão vendo quanto amor
Invade nossa cama sem temor,
Mantendo eternamente a viva chama...


- CORAÇÃO
Que tu tens coração que não sossega
Nem mesmo quando a morte se aproxima,
Enquanto caminhando quase cega
Uma esperança aos pouco se extermina

Por mares tão distantes já navega,
Olhando este horizonte; ainda prima
Por procurar o vinho que na adega
Talvez à bem amada cause estima.

Vencer as minhas dores? Desta forma,
Razão incontrolável sempre informa
Do tempo que não tenho, e já se finda...

Mas quando vejo o rosto da morena,
A sorte se bendiz, a glória acena
Reluto e penso ser meu tempo, ainda...


- CORAÇÃO
Do cérebro, talvez algum defeito,
O sonho mais audaz e impertinente,
Que possa num momento ter a gente
Nas mãos como um brinquedo, ou um confeito.

Arfando de emoção, meu velho peito,
Buscando alguma forma mais decente
De ter o grande sonho que pressente,
E sabe que já foi, feito e desfeito.

Aceito qualquer coisa, algum agrado,
O dia amanhecendo traz o brilho
Por onde o coração deste andarilho

Há tempos, mas sem rumo, e tão cansado
Percorre noite e dia, insaciável,
Sonhando com um rio navegável...


- CORAÇÕES APAIXONADOS
Somos
dois corações,
errantes,
sem rumo,
que se encontraram,
pra ter Amor ...
(ivi)


Erráticos cometas: colisão,
Formando este satélite perfeito,
E quando te percebo no meu leito,
Estrela irá virar constelação...

Na fúria delicada de um vulcão,
Apaixonados corpos, louco pleito,
E tudo o que quiseres; eu aceito,
Unidos neste igual diapasão...

Ascendo ao infinito nos teus braços,
Reflito cada brilho deste olhar,
Meus olhos, no passado, tristes, baços,

Irradiando sóis gerando estios;
Assim, com tal potência é nosso amar,
Que nunca mais os dias serão frios...


- CADÁVER
Em meio ao formol, este defunto
Os anos consumindo o que restou
Na maca passa a ser o professor
E deste pretenso doutor, o assunto.

Indigente mas gente! Sinto muito,
Pois antes nunca te deram valor.
No teu rosto, nem a expressão da dor,
Agora o mundo, de ti, precisa tanto.

Avança a medicina, quem te agradece?
Formado, este doutor, depois te esquece.
Formol é o que tens por companheiro.

Do teu passado não deixastes informações,
Incógnita teus senões; no teu silêncio
És útil, neste instante postumeiro.

Josérobertopalácio


Num misto de terror e de alegria,
Percebo o fim da história; pobre vida.
Enfrento labirintos sem saída,
Tentando ver ao menos novo dia.

A madrugada escura, amarga e fria,
A carne mesmo viva, apodrecida,
Uma esperança morta e esvaecida,
No peito esta fatal hemorragia...

Selando o meu destino; eis o momento,
Aonde a morte serve como alento,
Silenciando o inútil cantador...

Meus versos, esquecidos nalgum canto,
Não quero nem suporto um falso pranto,
Nem mesmo um vão sorriso em meu louvor.

- CAMINHO DE SALVAÇÃO


Detona de verde e amarelo,
é mais uma pra nossa coleção.
Vamos lá, quem tá na chuva
não teme jamais se molhar,

É aquela que disse ser só e coitada
e foto do marido postou amedrontada?
Vamos nessa estou na pista é Fórmula I,
a velocidade é maxima quem ganha essa

parada não é ela sabes bem; temos voz,
fotos e tudo o mais guardado conosco,
se é guerra vamos enfrentar com gosto;

adoro estas atrevidas nas curvas da vida,
encontramo-la, caída e sustentamos,
vamos! A rasteria é por nossa conta!

Ana Maria

Pudesse perfazer mesmo caminho
Sem ter que preocupar-me com desníveis,
Os tempos que se foram; invencíveis
Encontram-me mais velho e já sem ninho,

Há quanto avinagrou-se o doce vinho...
Não tendo soluções bem mais cabíveis,
Os dias que virão, serão incríveis,
Porém nada terão se vou sozinho.

Aguardo esta chegada prometida
Que possa transformar a sina, a vida,
Moldando um novo ser que desde agora

Percebe ser possível caminhar
Sem ter que em quentes lavas mergulhar,
Na senda em que a meiguice ainda aflora...


- CANIBAIS
Crianças espalhadas nos lixões,
Num triste mimetismo, se confundem,
Enquanto os mandatários e ladrões,
Num mesmo patamar, ora se fundem,

Partidos diferentes, mesma corja,
Uníssona cantiga, toscos vermes,
Futuro dos infantes já se forja
Nas mãos destas figuras vãs, inermes,

Partícipes da festa dos canalhas,
São poucas exceções; vários chacais,
Miséria e sofrimento, cedo espalhas,
Por omissão ou atos; canibais...

Comendo a carne fresca das crianças,
Matando desde sempre as esperanças...

- CANTANDO O AMOR
Eu simplesmente canto as ilusões,
Que embora não pertençam ao poeta,
Formando esta cantiga predileta,
Adentram sem defesa as emoções.

Sabendo dos estorvos e trovões
Que tomam nossa vida. A alma discreta
Buscando a placidez, muda de meta,
E segue com prazer as multidões...

Não posso mais falar da dor que trago,
Desejo da alegria algum afago,
Que mesmo sendo enfim, tolo e ilusório.

Acalme a tempestade que me toma,
Ao ver que se aproxima esta redoma,
Que enfim redundará no meu velório...


- CARA E COROA
\"DE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE\"

“Não tem visão? Bate a cara contra o muro!”
Desliga tua televisão para não ver,
Arruma outra coisa pra te entreter
E não mete a mão no bolso. Estás duro!

Um artifício; usa óculos escuro,
Vê de banda a bandalheira acontecer,
Elege Dilma, vai na onda do PT
E aguarda ela te mandar tomar no furo.

Quem te viu Lula e agora te vê!
Bolsa Família e Ibope, por cima,
Enganando o sertanejo que se anima...

“Povo heróico? Um brado retumbante”?
Tomando a cada dia no bufante,
Acostumou-se a deixar acontecer.

Josérobertopalácio


Eu quero o amanhecer de um povo nobre
Vestindo uma esperança avermelhada,
Sem ter a fantasia que o recobre,
A vida pela estrela iluminada.

O quando fui feliz já se descobre
Na mão da multidão que esfomeada,
Que um dia quis o pão que ainda sobre
Da caridosa corja aburguesada.

Eu sei quanto é simplório o velho Lula,
Porém se a humanidade toda o adula
Até o megastar Barak Obama

Talvez seja porque simplicidade
É o que mais necessita a sociedade,
É a lenha que alimenta o fogo, a chama...


- CARCAÇA
Nem me acho teu capacho nem prisão,
Escracho esta verdade que bem dita,
Trará depois do fim, libertação,
Embora ao teu olhar seja maldita.

Prefiro caminhar sem ter espinhos,
Arranco os pedregulhos, velhas rochas,
À noite iluminando os meus caminhos,
As doces ilusões são como tochas.

Recados que não dei e nem daria,
Mereço muito mais que um ledo adeus,
Não sou e nem serei a montaria
Perfeita pros engodos, tolos, teus.

E deixo esta carcaça como herança,
Um dia foi estúpida esperança...

- CARCARÁ
Enquanto os milionários se aprisionam,
Fugindo das camadas miseráveis,
Os dias ficarão insuportáveis,
Mecanismos que nunca funcionam

E as bombas que os estúpidos detonam,
Neste quesito são insuperáveis,
Os homens de poder sempre intragáveis,
Só mudam os seus nomes, pois se clonam...

A fome se espalhando, sempre aumenta,
Abutre de cadáver se alimenta
E viva o carcará – primeiro mundo.

Eu vejo no lixão moças, crianças,
Depois no cabaré, horríveis danças,
E o mesmo antigo povo, inerme, imundo...


- CARROSSÉIS
Te trago doce de figo
Que foi do quintal colhido
O gosto bom mais antigo
Amor em flores, florido...

O beijo desta morena
Que mesmo longe te acena
Olhar cândido, serena
Imaginando esta cena...

Meu amor, melado ao pote
Um fungado no cangote
E mil risos no galope

A lua tonta no céu
O nosso amor fogaréu
Eu e você, doce mel!

AMG


A vida se faz doce para quem
Sabe desfrutar cada segundo,
E quando a fantasia chega e vem
Dotar-se do querer denso e profundo.

Atando lua e sol, manhã em glória
Etéreas maravilhas; já propõe
E mesmo na alvorada merencória
Cenário deslumbrante se compõe

Farnéis que abastecidos de emoção,
Expressam a vitória inesquecível
Inequívoca lua que em sertão
Prateia este arrebol de forma incrível

Regalos delicados, favos, méis,
Girando sol e lua, carrosséis...


- CARTA DE AMOR
Mandaste este recado que recebo
Através desta tela ou monitor,
Falando com carinho deste amor
Que também com certeza quero e bebo,

O quanto de beleza em ti concebo
Raríssima presença de uma flor,
Voando libertário, este condor
Com a alma com a qual mundo eu percebo,

E vejo com olhares da paixão
O quanto é necessário sem senão
Viver intensamente este momento,

Assim vou velejando, peito aberto,
Distâncias gigantescas; não deserto
Apenas liberando o pensamento...

- CHEGAR À PRAIA
Percorrendo vielas, nas esquinas
Antigas cidadelas, fortalezas,
Nos guetos quando cedo desatinas,
Descobres afinal raras belezas.

E enquanto com teus versos me fascinas,
Enfrento sem temor as correntezas,
Correntes; arrebento e me destinas,
Em plenos vendavais, tantas surpresas...

Nos olhos do meu povo, uma esperança,
Que há tanto procurava; um alimento,
Nos sonhos e tempestas que eu enfrento,

A vida sem descanso, quando avança
Espera uma serpente de tocaia,
Mas logo vê chegando, a areia, e a praia...


- CHEGASTE DE MANHÃ
Chegaste de manhã sem avisar,
Trazendo em suas mãos uma aguardente;
Vontade de partir e te deixar,
Porém o amor se fez bem mais urgente...

Há tanto que procuro te encontrar,
Vivendo sem te ter, parvo demente,
Buscando em cada raio do luar,
O trilho que deixaste. Inutilmente...

Mas quando te senti bem junto a mim,
O brilho nos meus olhos, retornando,
As flores renascendo em meu jardim,

Felicidade enfim, batendo a porta...
Tristezas já partindo feito um bando,
Angústia sem sentido; agora morta...


- CINZAS
Espalho as minhas cinzas na cidade,
Multiplicando imagens, simples farsas,
Unindo estas facetas tão esparsas
Eu chego a mais total complexidade...

Por mais que te pareçam veleidades,
Puídos os meus sonhos, mais esgarças;
Quem dera refletisse destas garças
O sentido real da liberdade...

Passeio entre os espinhos e penedos,
Meus credos, minhas manhas e segredos,
Fertilizando a terra com meus restos...

Pudesse renovar o duro solo,
Não tendo mais malícia, cessa o dolo,
Inúteis os meus dias, tolos gestos...


- CLARIDADE
Por certo há flores, pós os muros, além
E farta luz, embora a escuridão
Dentro de nós a esperança vem
Jogar sementes de um depois, canção...

Por mais algoz o momento presente
Por mais que tudo seja sem saida
Tudo é bem mais que o bem que se pressente
Nada é em vão, misteriosa é a vida.

AnaMariaGazzaneo ( A MAGA)



A vida em seus mistérios traz o brilho
Que ofusca o meu olhar e me inebria,
Seguir com emoção sublime trilho
Que leva após a noite ao claro dia.

Alheio aos temporais, seguindo em frente,
Arisco caminhando entre penhascos,
No olhar a mansidão pura e clemente
Venenos esquecidos, velhos frascos.

Ascendo ao infinito e num instante,
Recebo da esperança a doce brisa.
Lapido com prazer tal diamante,
E a mão que acaricia, suaviza.

Por mais que seja farta a escuridão,
Espalhas claridade na amplidão...

- COMO DOIS ANIMAIS
Toque a minha alma, deita e rola...
Lambendo o mastro que em tí se enamora.
Dispara o jato da sua pistola
Na fêmea que se entrega, aqui, agora...

Na tarde do domingo lhe convido,
Viver momentos de extase e prazer.
Se lá fora a vida é sem sentido,
Façamos da amizade, nosso querer...

E subo novamente a escadaria,
Escalo cada degrau em tua busca,
Do macho que adoça a poesia

Querendo dessa união todo amor.
Enrosca, se molha, com intensidade
Pintando com a pena, nossa felicidade.

Estela Maris

Roçando a tua pele, um arrepio,
Convite para a noite que se vem,
Dois corpos embalados pelo cio,
O amor que nos domina e nos contém.

Um novo Paraíso assim recrio,
No templo delicado de meu bem,
Teu corpo, generoso e tão macio,
O pensamento voa mais além

E chega ao mais fantástico recanto,
Vasculho sem pudores cada canto,
No encanto de ser teu e nada mais,

Estremecendo, insano de prazer,
Tomando num assalto todo o ser,
Como fossemos nós, dois animais...

- COMO EU AMO VOCÊ
________________________________________
A solução

É a resolução

Do verbo em transição

Amar

Posto em ebulição

Nata da emoção

Poetar sonhando

Com sofreguidão

Viver sem discrição

De ter amado

Tanto a ponto

De

Desandar

O que estava

Pronto

E

Ponto

KARLINHA



Amar é ter nas mãos um infinito
Regendo constelares maravilhas
Seguir por cada estrada que tu trilhas
Certeza de um lugar bem mais bonito,

O amor não é somente um frágil mito,
Unindo num momento, simples ilhas,
Que outrora se distavam várias milhas
Gerando diamantes do granito.

Na força imensurável deste encanto,
Imensas alegrias ditam pranto,
Renasce dos escombros, primavera.

Amar é ser escravo e estar liberto,
Por mais que o caminhar pareça incerto
Apascenta a temível, dura fera...


- COMO EU AMO VOCÊ
Desvendo os teus desejos e vontades,
A deusa se desnuda em minha cama,
E sorrateiramente, assim me chama,
Até chegar às loucas saciedades...

Rompendo a madrugada; bebo dia,
O sol vai penetrando na janela,
E novamente entregue à fantasia
Que o corpo sensual, trama e revela.

Poder usufruir cada momento,
Com uma intensidade sem igual,
Limites não respeito, o sentimento
Eclode num orgasmo triunfal...

Extasiada deitas no meu peito,
Enquanto hipnotizado, eu me deleito...


- COMPLETA SOLIDÃO
Soubesse desfrutar cada momento
De amor e de esperança que me é dado,
Talvez mudasse ainda o amargo Fado,
Sinônimo de dor e sofrimento...

Qual onda que em penedos me arrebento,
Vivendo tão somente do passado,
Um velho coração enamorado,
Dos erros previsíveis me inocento...

Ouvindo estes marulhos, tão distantes,
Eu imagino os mares por instantes
Sereias são amantes, ilusão...

Carpindo cada ausência, morto em vida,
Escrevo minha carta-despedida,
Mergulho na completa solidão...


- COMO EU AMO VOCÊ
Apressando o meu passo, o tempo passa,
Não tenho outra saída senão essa,
Por mais que seja enorme minha pressa,
Espera-me sentada nesta praça,

Enquanto o tempo voa, e se esfumaça,
O amor que já não é simples promessa,
Aos poucos me tomando, recomeça,
E no final será minha desgraça...

Mas não lamento os erros, sou assim,
Queimando minha pele, o sol intenso,
No quanto te desejo, nem eu penso,

E vivo tão feliz, mesmo que o fim
Não mostre outro cenário, só tristezas,
Enfrento sem temor, as correntezas...

- CONTAS A PAGAR
Será que escaparei da confusão
Em que tu me meteste, sem querer,
O certo é que pagando para ver
Só ser em suave prestação.

Já basta a tal mordida do leão,
Agora estou devendo pra valer,
Dinheiro é coisa rara de se ter
Enquanto no Congresso há corrupção.

Também a culpa é minha, sim senhora,
Quem me mandou casar com patricinha?
Cem dólares: o preço da calcinha,

Assim vou terminar numa penhora,
Deixando o meu anel de casamento,
Pior? E se não sai meu pagamento?


- COMPULSÃO
Eu sei que até parece compulsão,
Mas não consigo mais sequer deter
Desfilo no teclado o coração,
E teimo novamente em escrever.

Pudesse semear com cada grão
Um belo e mais tranqüilo amanhecer,
Porém a poesia é escravidão,
Grilhões que não consigo mais romper...

Vencer os meus fantasmas, quem me dera,
Seguindo esta ilusão, doce pantera
Que me devora sempre, e me deglute.

Por mais que eu queira enfim, algum descanso,
Na doce calmaria de um remanso,
Não tenho dentro em mim, ninguém que escute.


- CONTIGO
E o tempo
parou,
pra presenciar
nosso Amor ...
(ivi)

Decifrando os mistérios deste encanto,
Presença inesquecível de nós dois.
Realçando sutil o raro encanto
Vivendo a eternidade do depois

Depondo sobre nós as suas mãos,
O amor nos presenteia com a sorte,
Após tantos momentos, tristes, vãos,
Encontro nos teus braços o meu Norte

E vibro de emoção por ser apenas
Teu par na caminhada pela vida,
Manhãs que surgiram, bem mais amenas,
E a dor há tantos anos esquecida.

Abraço tua sombra e tua imagem,
Perfaço ao Paraíso, esta viagem...


- CORAÇÃO APAIXONADO
Num beco sem saída me deixaste,
Se eu fico ou vou embora, nada muda.
Dor de separação é sempre aguda,
O amor jamais resiste a tal desgaste;

Mas nem que venha armada com guindaste,
Eu quero e necessito de uma ajuda,
Cansado deste tal deus nos acuda
Já não suporto mais, tu és um traste.

Resisto aos temporais e às tempestades,
Se for preciso encaro um furacão,
Arrebentando assim as velhas grades,

Ninguém segura um coração mineiro,
Marcado pelas garras da paixão,
Desconfiado, nunca vou inteiro...


- CORAÇÃO MINEIRO
Fazer deste soneto um tanto hermético
Usando vãs palavras. Ser pernóstico,
No fundo não tomei nenhum emético,
Nem vou fazer sequer outro prognóstico

Por ser, como já sabem, diabético,
Não sendo nem beato nem agnóstico,
O fim que ora pretendo, mais estético,
Já não permitira um diagnóstico.

Nascido nas entranhas das Gerais,
Um bom caboclo nunca é confiado,
Se o botequim não vende mais fiado,

Decerto ali não compro nunca mais,
Um coração mineiro e caipira,
Nos olhos da ilusão, decerto mira...


- CRÍTICAS
Prosopopéia é coisa de letrado
Vou rabiscando aqui, meu verso chulo.
Se a rima for difícil, amigo, eu pulo
E assim eu sigo dando meu recado.

As críticas, guardo, tenho um fardo.
Servem de lição, não as anulo
E aos que me criticam sempre falo.
Você, amigo, é que está me ensinando!

Olhem: os versos estão no meu gene
E os farei, nem que às vezes pene,
Para encontrar caminhos pra rimar.

Não os faço com intuito de agradar
A Gregos e Troianos; paciência!
Manera a crítica. Tem complacência.

Josérobertopalácio

Não ligue companheiro para as críticas,
Pois quem faz estará exposto a tudo,
Às vezes eu prefiro ficar mudo,
Não posso suportar verdades míticas.

Palavras que destroem, sendo líticas
São soltas sem sentido, mas, contudo,
O povo sendo assim, bem mais miúdo,
Adora baboseiras analíticas.

Abaixo este hermetismo que campeia,
O chute só é bom quando na veia,
Velhacos e velhuscos tão boçais

Preferem jogar pedras em quem voa,
Não sabem comandar uma canoa
E querem destruir o porto, o cais...

- CURANDO AS FERIDAS
Mantendo o coração aberto à vida,
Não temo tempestades nem procelas,
Rompendo do desejo, grades, celas,
Vencendo os dissabores desta lida.

Certeza da missão sendo cumprida,
As luzes revigoram velhas telas,
Abrindo do meu barco, todas velas
Etapa por etapa a ser vencida.

Contando com a força do Senhor,
Sabendo perdoar quem me magoa,
De peixes abarroto esta canoa

Que é feita na pureza deste Amor,
Sem ter sequer limites ou medidas,
Curando com perdão, velhas feridas...


- CORDEIRO DE DEUS..
Não pude prosseguir minha missão,
Um velho mensageiro perde o trem.
Também já não aceito esta omissão
Que em forma de mentiras, cedo vem.

Não quero nem tampouco o teu perdão,
Pastor desencaminha e esconde o bem,
Direto com Senhor, minha oração,
Pedindo pela paz que o amor contém.

Alvissareiros dias? Mortos já,
O sol que desenhei não brilhará,
Contemporaneidade; falsa luz...

Já não bastou a Ti; pobre cordeiro
O peso tão cruel e verdadeiro
Coroa dolorosa; imensa cruz...


- CUTUCANDO COM VARA CURTA
Quem mede necessita de uma régua,
Usando este compasso, faço roda,
Sonhando com você, lavei a égua,
Embora eu ande assim fora de moda.

Bebendo a cachacinha costumeira,
Fumando o meu cigarro que é de palha,
Não posso mais falar, é dar bandeira,
Senão a poesia me avacalha.

Depois de ter me dado muito mal,
Eu quase que bati as minhas botas,
Ficar catorze dias no hospital,
Tomando estes remédios idiotas

Eu volto a cutucar com curta vara,
Quem acha que conhece e mete a cara...



- CREIO EM TI, MEU PAI
Não quero mais meus restos sem destino,
As vagas enfrentando, vis procelas,
Por tanto que te quero – desatino,
Esboços de esperança; então revelas...

Pois quem me fortalece, o Deus menino,
Liberta a minha mente, e rompe as celas.
E quando em tal beleza eu me fascino,
O mundo se decifra em raras telas...

Suporto os temporais; seguindo em frente,
No amor e no perdão; deveras crente,
Alívio para as dores e injustiças.

A podre realidade não me importa,
Abri com minha fé, a enorme porta,
Deixando aos urubus, sobras, carniças...


- Crentes e ateus
Crentes e ateus

Quem dera tivesse de alguns a sorte
Pois ao azar digo, vala-me Deus,
Balanço assim entre crentes e ateus...
E quem será maior, a dor ou o corte?

Sou uma estrutura, sem suporte!
Augurar sombras revelando tantos breus;
Mas segue a alma cristalina, num aporte,
Tentando achar o esteio que é Deus.

Tropeçando ou em calmaria,
Eu me pergunto às vezes: Deus existe?
Por que tantos alegres, tantos tristes?

Conserto urgente ao mundo em avaria!
Oh Deus, onipotente, onipresente!
Mostre caminhos pra toda sua gente!

Josérobertopalácio


Talvez percebas Deus, o Criador
Que não é criatura, o ser supremo,
Não sei se existirá pecado ou Demo,
Prefiro me entregar ao puro amor.

Se há vida em outra esfera, riso ou dor,
Para ser bem sincero, isso eu não temo,
Efêmero viver, mas jamais tremo
A morte nos renova grão e flor.

Apenas que Ele existe, isso eu garanto,
Do nada não surgimos, com certeza,
Tampouco por acaso, causa espanto

Tamanha coincidência, vida e morte;
Assim reinando sobre a natureza,
E nela Se fez fim, princípio e aporte...


- CREPÚSCULO
A tarde adormecendo lentamente,
Tomada pela treva, escuridão,
Crepúsculo invadindo esta amplidão,
O dia se esvaindo totalmente...

É como se a esperança agora ausente,
Trouxesse para mim a negação
E o verso se perdendo, grita o não,
Enquanto este vazio, uma alma sente...

Pressinto nova noite sem ninguém,
A morte se orquestrando pouco a pouco,
Na mesma sinfonia, feito um louco,

Procuro a solução que nunca vem...
Atravessando a esmo a madrugada,
Recolho dos escombros, sempre o nada...

No comments:

Post a Comment