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Saturday, December 4, 2010

- MEU AMOR POR TI
Ao ver a tua imagem bela e nua
Exposta sob a luz de um plenilúnio,
Minha alma se entregando até flutua
Depois de acostumar com infortúnio

Pensara ser imune ao sofrimento,
Vencera os mais complexos desafios,
A vida sendo arisca num momento
Qual fora uma andorinha sobre fios

Arejo o pensamento e busco a paz
Sentindo que talvez seja capaz
De ter em minhas mãos uma nova era

Aonde ser feliz, lugar comum,
E o medo que restar seja nenhum,
No alento traduzido em primavera...

- MEU AMOR!
Meu amor!
Todas as manhãs,
Tenho um grande motivo para abrir os olhos,
E enfrentar mais um dia,
Saber que você me faz existir,
Saber que você caminha, sobre o mesmo chão
que eu e faz desejar e continuar,
A esperança de ter você é razão que eu encontro
para sorrir, mas também para chorar,
Te sinto tão perto,
Por onde quer que eu vá, no ar que me rodeia,
Fico feliz por saber, que o sol que aquece minha
pele, tem e mesma chama dos raios que aquecem
a tua,
A chuva que molha meus cabelos, molha os teus,
Que o amor que eu tenho no coração,
bate mais forte por você,
Te amo...Cada dia mais... Simplesmente eu te amo...

CIDA F.A


Se acaso tu chegares à janela
Verás um farto brilho, feito um sol,
Tomando em claridades o arrebol
O amor que te dedico já revela.

Dos astros deslumbrantes, tal estrela,
Que faz do meu olhar seu girassol,
Trazendo a formosura que, de escol,
Permite a primazia de vivê-la

Sem farsas nem disfarces, peito aberto,
O passo bem mais firme, agora certo,
Encaminhado à glória de saber

Que existes e que estás sempre comigo,
E enquanto nos teus braços eu me abrigo
Concebo a plenitude do prazer...

- MEU AMOR...

Eu vi teu nome exposto na manchete.
Procurei encontrar um resto teu,
Um resquício qualquer, tudo morreu!
Muitas vezes, pensei, onde anda Bete?

Nas ruas, caminhando, téte e téte,
Com quem, eu sei, jamais te conheceu,
Buscava em cada rosto; um resto teu...
Agora, simplesmente, isso repete

A mesma sensação: total vazio!
Novas manchetes tolo, prenuncio;
No obituário eu sinto, vais estar.

Quem fora a sensação de viva luz,
Num nada, simples nada, se reduz.
Tanto tempo perdido a procurar!

- MEU AMOR...

A chuva lava essa tristeza, amor...
No espelho d’água dos teus olhos brilham
Tantas estrelas que; cadentes trilham
Pelos espaços. Nos teus braços, flor...

Na confusão dos sentimentos dor
E alegria que, juntas, maravilham...
Sem ter teu corpo; medos compartilham
Com todas as angústias, meu temor...

Nas águas mais profundas, abissais,
Num deserto temível te perdi,
Agora e sempre eu quero muito mais.

Quero essa trajetória sem sentido,
a que, irremediável chega a ti
no mar do grande amor, corpo estendido...

- MEU AMOR...
Sem metáforas, veste, disfarces
Meu amor, foi verdade, incisivo.
Duvidaste? Eis a prova, no enlace
Este beijo em furor, te preciso!

Não! Não penses! Apenas me toma
E me aperta de encontro ao teu corpo.
Alimenta essa fome e me doma
És meu anjo, meu dono, meu porto.

Não recusa meu ser que te anseia
Que te faz seu cadinho de mel
E feliz já me deita em tua teia

E te farta do amor que ofereço
Dá-me em troca teu gozo real
E declara, pro do amor, recomeço...

Serena

Quero te dar o dia mais feliz
Inesquecível sonho aflora em mim,
Ao ter o teu prazer, querer teu bis,
Beber em tua boca o doce gim,

Ao longo desta vida , bem te quis,
Depois que estás aqui, percebo enfim,
Que amor se mostra assim desde a raiz,
Ao florescer sublime em meu jardim.

Nas horas mais tristonhas, solitárias,
Relembro de teus lábios e sorrio,
Qual fora a correnteza desço o rio

As águas enfrentando pedras várias
Até chegarem calmas, mansa foz,
Moldando o grande amor que existe em nós...

- MEU AMOR...

Neste ritual de atabaque inicial,
tambores vão bumbar por nosso amor,
os mestres de todas as esferas,
vão comprovar este imenso calor,

Vou deixando sua fantasia me seduzir,
nem sei onde vamos parar com isso,
sei que o convite está feito e agora,
espero tua presença o mais breve,

desvendar o mistério dessa paixão,
reduzir este fogo que não se apaga,
as horas vão passando, embriagada,

entrego-me a ti sem qualquer pudor,
meu deus de amor e louca sedução,
vamos resolver logo esta questão?


Ana Maria

A sedutora imagem feminina
Que adentrando o meu quarto tanto excita,
Mulher maravilhosa e tão bonita,
Desnuda-se e decerto me fascina...

E sabe; sensual quanto domina,
Minha alma sem defesas, já se agita,
E tresloucadamente esta pepita
Raiando sobre mim, doma e ilumina...

Beijando mansamente os belos seios,
Levando-me ao delírio, línguas dentes,
E os corpos nestas fúrias, mais ardentes

Esquecem seus pudores e receios,
Embarco neste mar feito em prazer,
Vontade de te achar e me perder...

- MEU AMOR...
Onde estás ??
Minh'alma está aqui,
a congelar,
esperando
um abraço teu ...
(ivi)

Vagando sem destino, o pensamento,
Sombrios e soturnos, seus caminhos.
Lembrando deste amor, que com o vento
Fugiu buscando a paz em novos ninhos.

Às vezes com os sonhos me contento,
Meus dias transcorrendo vãos, sozinhos,
Se um belo amanhecer ainda invento,
Eu avinagro assim, soberbos vinhos.

Estás sempre presente em minha vida,
Na madrugada gélida, sigo insone,
Aguardo ansiosamente o telefone

Porém outra chamada está perdida,
Queria pelo menos um abraço,
Porém o que me resta, este cansaço...


- MACABRO
Servindo de joguete para a sorte,
Nos becos sem saída desta vida,
Ao ver rondando aqui, a doce morte,
Preparo a cada dia a despedida...

Serenamente enfrento qualquer corte,
Alimentando sempre esta ferida,
Jamais encontrei um rumo, um Norte,
A minha história há tanto está perdida...

Levando para o túmulo meus sonhos,
Envolto em pesadelos tão medonhos,
As portas de um inferno, em vida eu abro.

As órbitas vazias; nada resta,
Senão a maravilha que se empresta,
Derradeiro retrato, em paz, macabro...


*Mãos*
*Mãos*

Que acenam na saída, na chegada
Saúdam, reverenciam, aplaudem
No jardim o colhimento da folhada
Na pele como toque de um pentem

Dedilham ao som de uma sonata
No teclado ao comando da emoção
Traça a mensagem, alimenta, acata
Eleva-se ao abraço concórdia, união

Mãos que descrevem raras fantasias
Faz dos versos almanaque confissão
Folheia cada página como autarquia
São tuas mãos de poeta em afeição

Que oferta a cada musa teu carinho
Sou mais uma fã neste teu ninho

Sogueira


Às vezes quero crer e não consigo
Que a vida trague luzes multicores
Viver felicidade em tais torpores
Usando da palavra como abrigo.

Fantoche ou garatuja, já nem ligo,
Apenas entoando os meus louvores
Bebendo de teus olhos sedutores,
Num versejar teimoso e quase antigo.

Perdoe se, decerto, sigo assim,
Amargo ribeirinho da esperança,
E quando a sorte, eu sinto, de mudança

Escuto a fantasia, e em tal clarim
Metáforas criando; me liberto,
Mantendo o peito insano sempre aberto...

- MAIS UM ANO
Mais um Ano

Quando a vida nua passa em silêncio
A alma ingênua do corpo se anula
Os meses vão seguindo em decênio
As horas correm, o dia confabula

Mais um ano com amigos colhidos
Que as letras na distância enviaram
Guardiões dos minutos acrescidos
De encanto que as palavras criaram

São carinhos, condutor de energia
Basta pousar o olhar na mensagem
O coração grato acalenta fidalguia

Seguindo vou levando meu tinteiro
Para em qualquer canto da aragem
Escrever ao meu poeta parceiro

Sogueira

Um ano que se encerra; outra novela;
Atores que se vão; o palco muda,
Minha alma permanece quieta e muda
Olhando fixamente para a tela;

A vida tecelã, às vezes bela,
Durante a maior parte, sem ajuda,
Sem ter uma esperança que me acuda,
O fim da velha história se revela.

Porém este espetáculo comove,
Difícil para mim dois mil e nove,
A morte me rondando, num repente.

Mas eis que encontro forças nos meus pés,
E encaro com paixão dois mil e dez,
Quem sabe seja tudo diferente...


- MATANDO NOSSO AMOR
Na mesma frialdade em que te vejo
Esqueço os dissabores que causaste,
Não somo como disseste um simples traste,
Um novo amanhecer, simples desejo...

Após a tempestade, algum lampejo
De luz aonde estranha, navegaste,
Matando nosso amor pelo desgaste
Não sobrará sequer menor ensejo,

Assim ao caminhar em turbulência
Não venha reclamar tua inocência
Tu tens ciência disto, eu te garanto,

Tu herdarás somente este vazio,
E quando houver a seca, um novo rio
Formar-se-á salgado, feito em pranto..

- MATAR A POESIA
Entardece, o Sol beija o véu da Lua que espia, o poeta freme na dor
da delícia, na concepção do verso que sempre sabe, que sempre será.O
interior verte, das garatujas, os olhos se convencem, a beleza da alma
fecunda, dói.

KARINNA

Uma alma tão sensível? Não mais quero.
Prefiro ser um gélido granito...
Esquecer da ilusão, terrível rito,
Mantendo o coração, voraz e fero...

E quando em poesia me tempero,
Rasgando assim meu peito; imenso grito,
Alçando num momento este infinito,
Distante do que vejo; mas venero...

Não quero ter a dor que me inebria,
Nem mesmo ver as cores de uma aurora,
Calando o frio algoz, a poesia

O homem atrás dos óculos, sensato...
Aborto o sentimento que se aflora,
E o verso que me doma; esqueço e mato...

- MATUSQUELA
Caindo na rotina perde a graça!
Amor vamos, amor, ter que inventar,
Ponta cabeça, virando o calcanhar,
Fazer da calmaria, uma arruaça.

Embriagar o amor. Uma cachaça
Buscar na prateleira, ir trepar.
Catar cavaco, amor, o frango assar
E assim, ligeiro logo a noite passa.

Só não vale, enfim, fazer pirraça.
Dizer que o travesseiro não ajuda.
Não! Cabeça não! É embaixo da... Manda,

Passeia, pedala esta bicicleta,
Não deixe mais ela sair da reta;
Cavalga este poltro, ele é de raça.

Josérobertopalácio

Na tua praça

Passeando na tua cama feito praça
Confesso que estou a rebolar
Não fique tão aceso, perco a graça
Que sabes do meu jeito bipolar

Tem hora que me vês gata manhosa
Em outra sou cigana e convencida
Portanto não inventa, caprichosa
Já saber não haver tédio na lida

Te olho esbaforida e tu nem digo...
Não fica co´essa cara de cunhado...
Periga de voar a bela garça...
Que garça? Não entendes meu recado?

Aquela que em desejo se disfarça
E ao fim nos torna unos, pelo e umbigo...

Ana Gazzaneo


A gata no telhado à noite mia,
O peso da velhice me maltrata,
Quem dera se pudesse... noutro dia
Vencia num segundo toda a mata.

Mas quando vejo à minha cercania
O doce rebolar de uma mulata,
Sorrindo, vou fingindo uma alegria
No fundo, é falsidade, esta cascata...

Chibatas acostumam minhas costas,
No fundo, galanteios sei que gostas,
Mesmo que sejam feitos por banguela.

Quasimodo procura uma Esmeralda,
Mas tenho que trocar a minha fralda,
De tão velho, ficando matusquela...

- MEA CULPA
É necessária a participação
De todos os pensantes; pois a vida
Precisa da perfeita comunhão
Que possa nos mostrar qual a saída

Para frear terrível corrupção
Já que esta com certezas; é devida
De fato à nossa pálida omissão,
E somente por nós será vencida...

A falta de noção e sensatez,
Na qual democracia aqui se fez,
Mantendo as estruturas mais arcaicas

Trazendo sempre à tona as distorções,
Políticos safados e ladrões,
Figuras tão escrotas e prosaicas...

- MEANDROS DA PAIXÃO
És Cigano ou Portugês?


Horas vira cigano,
deseja-me em orgias
e tenta me enrolar.
Noutras bem possessivo
e poe-me paredão.

Vê lá meu amor,
não me divido no amor...
mas se quiser me ter todinha,
vamos dançar no mesma cartilha!

Se orgias seremos dois,
Se só nós, seremos sós,
Mas pense bem, não vai,
No meio do caminho arrumar capataz...
Já vi este capítulo no filme passado.

Ana Maria

Um velho timoneiro no seu barco,
Aporta no mais belo ancoradouro,
Queria em teus desejos ser o marco
Aonde desfrutar raro tesouro.

O tanto que sofri; meus erros arco,
Pensara num tormento duradouro,
De todos os quereres, sendo parco,
O velho coração, um fervedouro...

Mas ouço uma sereia e o belo canto,
Espalha sobre a terra tal encanto,
Fazendo-me perder rosa dos ventos.

E agora o que fazer se estou entregue?
Uma alma que cigana não sossegue,
Vagando por delírios e tormentos...

- MENINA
\\\"MARINA, MORENA, MARINA ME FAÇA O FAVOR\\\"

Eu sei que eu pintei, mas foi o sete
Bagunçando nosso amor bem mais da conta
Em troca, o que você faz já não me espanta
Mas tua beleza essa pintura, não reflete.

Marina, pra que tanto disparate
Manera o ruge, esse batom, minha santa
Enfeitada qual penteadeira de puta
Tu vais pro guines antes que o galo cante.

E sei que tudo isso é por pirraça
Depois que me encontraste naquela praça
Num agarrado com a viúva do Alfredo.

Mas tudo já passou não tenha medo
Não mais te pinta pra chamar minha atenção;
É meu o teu e é teu o meu, (CORAÇÃO).

Josérobertopalácio


Amar Marina é mais que amar a vida
É crer numa possível liberdade,
Minha alma tantas vezes dolorida,
Encontra o que sonhou: felicidade...

E quando a poesia chega e invade,
A velha mocidade desvalida,
Renova-se e transborda de saudade
A chama que pensara adormecida...

Não pintes mais teu rosto, bela tez,
O amor não mais permite a insensatez
És pura e rara jóia, diamantina

No corpo de mulher mil maravilhas,
Permita que eu percorra as raras trilhas
Traçadas no teu rosto de menina.


- MENTIRAS SINCERAS
Sentar no botequim, tomando algumas,
Jogando uma conversa sempre fora,
Enquanto a lua cheia nos decora,
Por mundos mais diversos sei que rumas.

E quando, lá pras tantas, tu te aprumas,
O brilho nos teus olhos raro; aflora
O tempo de viver, aqui e agora,
Sem medo de neblinas, trevas, brumas...

E bêbado de sonhos, sou teu par,
Mesmo que no amanhã tudo se acabe,
O coração poeta já não cabe

E teima nos teus mares, mergulhar;
Mentiras que sinceras falam tudo,
E mesmo vendo o nada, eu já me iludo...


- MEU AMIGO
Amigo
Fortuna bem maior do que dinheiro
É cultivar, amigo, uma amizade!
Lapidada dura eternidade.
Lição de vida que aprendi primeiro.

Amigo é na verdade um companheiro
E fique você certo, meu confrade;
Amigos virtuais, mas de verdade,
Nos versos seguimos mesmo roteiro.

Nas veias tens o sangue das Gerais
Do Milton, do Guedes e muitos mais
É a tradição das Minas com seus versos!

Tento te acompanhar e nos tropeços
Invoco o conterrâneo Gonçalves Dias
E jogo pro papel as poesias.

Josérobertopalácio

Amigo, tantas vezes quis o sol,
As trevas dominaram o cenário
E sem a claridade em arrebol,
O dia transcorrendo temerário...

Apenas os tropeços corriqueiros,
As velhas cicatrizes; a aguardente
Os risos que julgara verdadeiros,
Minha alma sem remédio, finge, mente

Meu mundo foi errado do começo,
Não pude conhecer outra verdade,
Agora, recolhendo o que mereço
Não resta nem sequer a liberdade...

Pereço nos esgotos e sarjetas
Sorrisos e alegrias? Vãos cometas...


- MEU AMIGO...

Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso

O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

- MEU AMOR 23132
Acasos dominando a minha vida
Momentos quase díspares, loucura.
O verso mais perfeito se procura
E a sorte se despede, já perdida...

Não pude confessar, cabeça erguida,
O quanto se desnuda sem ternura
A antiga placidez não se perdura
E apenas ouço a voz da despedida...

Quisera pelo menos ter amenos
Os ventos que me trazes, em borrascas.
Distante deste cais teu barco atracas

Nas mãos e nos olhares vis venenos
O quanto desejei e não vieste,
Tornando a minha vida mais agreste...

- MEU AMOR POR TI

Minha barca seguindo essas correntes
Que levam os naufrágios ao meu peito;
Que fazem do que fora contrafeito,
E do nunca, talvez, impertinentes

Barcas, náufrago, afagos e serpentes.
Mares, marés, luares... Meu defeito
Maior sentir teu bafo arfando. O jeito
É vagar por quaisquer vãos penitentes...

Vastos mastros, as altas ondas, ritos...
Ledos medos, segredos, odes, mitos...
Minha barca navega sem ter termo...

Meus destinos, meu mundo vai, na barca...
Quem me dera fugir, mas cruel Parca,
A minha barca, a vida um caminho ermo...

- MEU GRANDE AMOR
Sentir seus lábios sempre me desarma,
por isso meu bem não adormeça agora,
sei que desmaio sempre ao te sentir,
aproveite o momento oportuno é teu...


Ana Maria

Que a fonte dos prazeres jamais seque,
É tudo o que mais quero; pois contigo
Num mundo mais gostoso assim prossigo,
Abrindo o coração, num novo leque.

Quem fora no passado tão moleque
Agora que concebe um doce abrigo,
Remanso delicado que persigo,
E o beijo mais voraz, em ti sapeque...

E tenha em minhas mãos teu corpo nu,
Aliando este prazer com farto amor,
Um templo mavioso, um raro andor,

Meu corpo sendo teu; somente tu
Conhece os meus desejos e vontades,
E traz nas emoções variedades...

- MEU GRANDE AMOR

Se chamas, saio às águas, meu amor
E canto o meu cantar enamorado
Já embalsamo em beijos tua dor
Te acolho no meu colo, assim deitado.

Namoro-te na tarde, sem censura
E rolo pela areia do teu lado
Sacio teu desejo com ternura
E deixo no teu corpo o meu, selado.


Ana Maria Gazzaneo

Fogosa maravilha feita em paz,
Serena fantasia que me acalma,
Do quanto amor se mostra mais capaz
Domina com certeza um corpo, uma alma...

Sacias as vontades e eu as tuas,
Numa cumplicidade estonteante,
Na rara claridade de mil luas,
Estou sempre contigo, a cada instante,

Viver é poder ter esta certeza
Do amor que não termina e nos conduz,
Cercando com carinho e com presteza,
Trazendo nos seus olhos, farta luz,

Deixando para trás os espinheiros,
Carinhos que trocamos, verdadeiros...


- MEU GRANDE AMOR
As noites quando estão enluaradas
Distantes destas brumas costumeiras
Dos sonhos e delírios mensageiras
Promessas de divinas alvoradas,
Anseios e desejos noites raras,
Momentos inconstantes, mas felizes
Palavras que me dizes mais suaves
Depois ao mesmo tempo tanto agraves
Assim quando os desejos contradizes
Mudando totalmente a nossa história
A noite se tornando merencória
E a lua se escondendo nas neblinas
Amor em tempestade e calmaria
Enquanto me deslumbra e me sacia
Em outro instante vens e me alucinas.


- MEU GRANDE AMOR
Além do quanto quero e também queres
A noite não se cala e em teus gemidos
Prazeres devorados e sentidos,
Servidos em banquetes, mil talheres,
Tu és a magistral entre as mulheres
Teu corpo se entregando em pressentidos
Delírios tantas vezes repetidos,
Bem mais do que sonhaste ou já tiveres.
Assim ao nos amarmos sem limites
No quanto deste encanto me permites
Adentro sem perguntas, as fronteiras
A sílfide desnuda em minha cama
Num sorriso maroto me reclama
Repetem-se as entradas e bandeiras.


- MEU LÍRICO CANTAR
Meu lírico cantar, ultrapassado,
Falando do horizonte que não vejo,
Nas mãos tão delicadas, meu desejo,
Não posso me agregar ao teu passado.

Durante tanto tempo enamorado,
Somente a solidão, que ora prevejo,
Surgindo numa espécie de lampejo,
Momento desde sempre vislumbrado...

Cortando a minha pele, devagar,
Rasgando lentamente e me ferindo,
O amor que imaginara se esvaindo,

Fugindo para a noite sem luar.
Restando ao sonhador, ermos vazios,
Antigos e sombrios desafios...

- MEU QUERIDO AMIGO
Amigo; tantas vezes quis saber
Que estrada, qual caminho prosseguir,
E venho novamente te pedir,
Cansado desta forma de viver,

Encontro tão somente o desprazer,
Ausência de esperança no porvir
Por mais que ainda tente de novo vir
Seguindo a estrela guia a se perder

Num céu que imaginara mais tranqüilo,
O mundo maltratando quem sonhara,
A sorte sendo escasso e digo rara,

Esvaziando assim o imenso silo
Aonde deposito as ilusões,
Amigo, mostre novas direções...

- MEU QUERIDO AMOR
*Regresso*

O vento fino soprando suave
Adentrou cauteloso e mudo
Com cheiro de vôo de nave
Regressou em novo mundo

A porta fechada sem a trave
A janela com claridade vida
Sorriram quebraram o lacre
Estavam estáticas na partida

O sono não apagou a paisagem
Mesmo com tinta descolorida
Fica penumbra na embalagem
Como sonâmbula desprotegida

No meu cais ancorado o barco
Feliz retorno querido Marcos

sogueira



Após as tempestades e as procelas
Que tanto soçobraram meu saveiro,
Agora me percebo por inteiro,
Abrindo o coração, expondo as velas.

Pintando com meus sonhos novas telas,
Entrego o meu cantar, meu companheiro,
E tendo o teu soneto por parceiro,
Encanto sem igual que me revelas

Eu posso novamente mergulhar
Sem medo dos naufrágios vida afora,
Minha alma, bem tu sabes que te adora

E encontra novas forças pra lutar.
Perdoe pelos erros do passado,
Permita que eu te tenha lado a lado...

- MEU SENHOR

Meu Senhor Me perdoe se não posso
Ter minhas mãos tão limpas quanto quero.
Perdi meu tempo. Busco amor sincero;
Muitas vezes, percebo, quase roço,

Outras tantas procuro pelo Vosso
Amor, mas não prossigo. Sei tão fero
Quem me propôs viver, quem dera vero
Sentimento que nunca mais endosso...

Nos meus caminhos, tortos e sem nexo,
Busco as mudas gentis dos sentimentos.
Tantas noites, amor dizia sexo...

Agora mais cansado, nada busco.
Eu nem sei de torturas, nem lamentos...
Só sei que na luz, teimo ser tão fusco...

- MEU SENHOR
Senhor, os meus pecados pesam tanto,
Eu peço-te perdão, e de joelhos,
Os olhos marejados e vermelhos,
Cobri-me plenamente com Teu manto.

Durante a caminhada, quantas urzes,
Mentiras, falsidades espalhei,
Negando e renegando a Tua lei,
Amaldiçoando enfim as minhas cruzes.

Cordeiro que vieste em salvação
Trazendo para tantos, redenção
Escute o meu lamento, por favor.

Derrame Tuas bênçãos sobre mim,
Florindo de esperança o meu jardim,
Cevando a imensidão do puro amor...


- MEU VÍCIO É VOCÊ
- Desnudos nossos corpos nos lençóis
Desnudas nossas fomes canibais
Felicidade enrosca nos anzóis
E arrouba-nos, ardentes, doces ais...


Quero provar teu sabor
Me perder nos descaminho
Do teu corpo meu amor
Fazer ao teu peito, ninho...

Nua no encaixe perfeito
Busco saciar-me de ti
Enlanguescida ao teu leito
Dou um tempo e peço bis...


ALGUÉM


O mel que tu derramas me convida
Banquete inesquecível que teremos,
Delícia no teu corpo, consumida,
Prazer que há tanto tempo conhecemos..

Sacio-me em teu corpo, deusa nua,
Vertentes concebidas, penetradas,
E enquanto a nossa festa continua
A lua se derrama nas calçadas

O vento roça a pele e te arrepia,
Teu corpo em convulsões, doce loucura,
A língua viajante, vai vadia
E o fogo do desejo, uma tortura

Numa explosão de fogos de artifício
O amor feito em prazer, supremo vício...

- MEUS ERROS
Debaixo do tapete escondo os erros,
E tento disfarçar velhos enganos,
Mudando a direção de antigos planos,
Condeno os meus amores aos desterros.

Olhando sobre os montes, altos cerros,
Perdi as ilusões que há tantos anos
Geraram sentimentos desumanos.
Definham nos velórios, meus enterros,

Cravando no meu peito a fina espada
Da dura realidade, sem defesas,
Imagem na retina preservada

Passagens encontradas, fins inúteis,
E aprendo que vencer as correntezas,
No fundo são apenas gestos fúteis...


- MEUS QUINTAIS
Revejo os meus quintais na primavera,
Ilhado neste quarto, apartamento,
O verso que compus, traduz espera,
A salvação virá, qualquer momento.

Resisto bravamente, sorte mera,
E mesmo ser feliz, ainda tento,
Naufrago no teu mar, minha galera,
E busco, vez em quando, um novo invento.

Mas vendo estas paredes no horizonte,
Queria com a vida última ponte
Perdi os velhos elos da corrente

Trancafiado aqui, neste lugar,
Revejo o meu quintal e vou buscar
Algum retrato fusco em minha mente...


- MEU BEM QUERER
Se queres meu querer
Não devemos esperar
Saio correndo pra te ver
Ou vens bater no Ceará

GELIS

Pelúcias entre sedas e cetins,
Ronrona delicada deusa nua
Reflexos argentinos vêm da lua
Entoam sinfonias, querubins...

Florescem multicores, os jardins,
E a dama em transparências já flutua
Espalha mil estrelas pela rua
Ouvindo-se bem próximo, clarins

Como que anunciando tal presença
Que entorna maravilha sobre mim.
E eu vejo a solidão chegando ao fim

Tomada por beleza tão intensa
A noite se transforma em pleno dia
Gotejando sublime poesia...

- MEU BEM

Vem meu bem, fica comigo
Vamos brincar de amor
Bota o dedo em meu umbigo
E me beija com ardor
Cola o teu corpo no meu
Sente o meu ao teu dispor
Venha ser meu camafeu
Preso à mim e faça um tour
Pelo meu corpo a tremer
Desejo de ter você
A invadir meu querer...
Deixa-me assim à mercê
Dos teus beijos mais molhados
A mapear-me, ousados...


SERENA


Retiro a tua roupa devagar,
Dançando sobre mim, baile divino,
Sorrindo com tesão, a provocar,
Usando este fascínio feminino...

Nas grutas e nas tocas mergulhar,
Bebendo o teu orvalho cristalino,
Cada detalhe teu, vou decorar,
Eu tanto quanto aprendo, já te ensino.

E jogo o mesmo jogo, sem vitórias,
Os risos e os orgasmos, nossas glórias,
Na louca sedução, deusa sacana,

Decifro os teus anseios, toco os seios,
E sem medos, receios; sigo os veios
Da divindade lúbrica e profana...

- MEU CANTO DE LIBERDADE
Libertário é meu canto de justiça.
Libertário é saber que existe um Deus,
Distante da discórdia e da cobiça,
Que diz sempre : até logo e nunca adeus...

Libertário é o perdão que nos enleva
Libertário é o amor sem ter medidas,
Distante desta senda feita em treva
Que tanto prejudica nossas vidas...

Libertário não é somente o sexo,
Libertário não são as tolas drogas,
O côncavo se encaixa no convexo,
Quando por liberdade, amigo; rogas

Encontra-a tão somente na palavra
Que o pobre carpinteiro, a todos, lavra...

- MEU CARO AMIGO
Olá Marcos Loures,
é uma honra um halo de luz
que se evidencia de mil cores
teres aceite a amizade que seduz

tratas dso corpos pela ciência
da alma utilizas versos poesia
trazes da amizade a consciência
que nos alimentamos de maresia

que frutifique aqui a tua humanidade
homens e mulheres lusodescendentes
é na raiz donde emana a nossa sanidade
que o mundo gira em nós tão evidentes

João Raimundo

Amigo eu te agradeço esta fineza
Composta em belos versos e garanto
Que embevecido estou pela beleza
Inigualável, rara do teu canto.

A vida nos prepara tal surpresa
Usando a poesia como manto,
E quando vejo em ti tal gentileza,
Mantenho mais distante a dor e o pranto.

Sou Loures e isso herdei de Portugal,
Nas veias corre o sangue tropical
Porém minha alma está nas lusas praias

Das lágrimas que salgam vasto mar
Também eu pude, outrora derramar
Até chegar um dia, em terras maias...

- MEU DERRADEIRO AMOR
Mal pude perceber tua chegada
Subindo estes degraus- moro no sótão.
Há tanto minha vida virou nada;
Ausência de esperança; indecisão...

Até que no princípio uma lufada
Prenunciava em sonhos, furacão.
Depois a minha vista já cansada;
Olhava tão somente para o chão...

Um velho paletó já tão puído,
Apenas de alguns ratos, o ruído
Quebrando este silêncio tumular...

Mas quando percebi, Ah! Quanta sorte,
Logo reconheci; teu rosto, morte...
Vieste finalmente me levar...

- MEU DESEJO POR VOCÊ
Falar do meu desejo por você
É simples redundância e nada mais,
Somente quem conhece, sabe e crê
Que tenho no seu corpo, o porto, o cais.

Na leve transparência, sensual,
A camisola aberta me convida,
O amor delicioso ritual,
O dom maior que tenho em minha vida

Saber reconhecer o seu perfume,
Falena que procura um raro lume,
Sangrando de desejos, gozo farto.

Falar de meu desejo, da vontade
De ter sempre a meu lado a claridade
Que toma à noite conta do meu quarto...


- MEU GRANDE AMIGO
Jamais esquecerei nossa amizade,
Durante a tempestade foi meu cais,
Eu sei quanto é difícil claridade,
No meio de terríveis vendavais...

E quando vai batendo uma saudade,
Dos tempos que não voltam nunca mais,
Eu penso: conheci felicidade,
Não há somente hienas e chacais...

Ao ver a noite clara em plena lua,
Olhando calmamente para a rua,
Aguardo sem pensar tua chegada...

E mesmo que não venhas, eis aqui,
Teu carinho jamais eu esqueci,
Tua existência, por mim, sempre louvada.

- MEU GRANDE AMOR
No meu amor, bengala que me leva
Pelas esquinas, curvas, montes, ruas...
O peito apaixonado sempre neva
As bocas que beijamos sempre cruas.

Escapo da tortura, fuga e treva,
Não busco meus prazeres nessas luas.
O resto do que fomos não me ceva,
O tempo que passamos, noites nuas...

Colhendo as margaridas que plantaste,
Nos medos que me trazem desolado...
Nos ventos que tempestas já fui haste.

As víboras se posam de vestais,
Coroas por viver apaixonado.
Os cernes dos amores canibais...

- MEU GRANDE AMOR
Quisera cobrir-te em beijos
Calar a voz dos desejos
Que te clamam sem cessar
E te amar sem qualquer pressa
Ser do teu corpo a compressa
Te escalando devagar!
Chegar ao teu cimo, errante,
Te aderir no peito amante
Me embeber do teu prazer
No teu colo adormecer.

ANA MARIA GAZZANEO

Pudesse desfrutar de cada ponto
Do corpo desta deusa magistral,
Seria mais que um sonho, quase um conto,
Navegaria livre pelo astral.

Decifrar teus anseios mais vorazes,
Beber do teu orvalho cada gota,
E dois amantes loucos, tão audazes,
Perdendo qualquer siso, rumo ou rota.

Vibrando insanamente em cada espasmo,
Numa explosão divina e assim profana,
E na emoção sem par de um louco orgasmo,
A noite sem limites, soberana.

E descobrir teu mágico tesouro,
No encanto o mais sutil ancoradouro...

- MEU GRANDE AMOR
Tua nudez imersa em luz solar,
Aquece e me enlouquece num repente,
O amor quando se faz; assim urgente,
Não deixa noutra coisa mais pensar.

Adentro teus caminhos e a vagar,
Concebo um paraíso mais ardente,
Deitada em minha cama, enlanguescente
A ninfa que busquei tanto encontrar.

As tardes quando orgásticas viciam,
Viagens que fantásticas fazemos,
E quando dos prazeres nós bebemos

Delírios divididos propiciam
Jorrando feito lácteo chafariz,
Maliciosamente, estou feliz...

- MEU GRANDE AMOR
Dormindo onda na praia em que sereia
Desnuda-se, divina poesia,
Enquanto passeando pela areia
Beleza sensual logo se via,

Estreitando em meus braços, incendeia
E toma todo espaço, esta iguaria
Na qual o amor que invade e me inebria
Derrama cada gota, lua cheia...

E esbarro nos teus seios, bebo a fonte,
Encontro os meus desejos no horizonte
Fazendo-te de deusa, seu escravo

Que roça a tua pele devagar,
Lambendo a tua boca até chegar
O gozo triunfal em que me lavo...

- MINHA ORAÇÃO
Não venho Te pedir, pois já me deste
Além do que decerto eu merecia,
O Amor que nos mantém e nos reveste
De pura santidade e de alegria,

Meu mundo no Teu sonho tanto investe,
E quando vez em quando distancia,
Encontro em Teu poder o que inda ateste
A força do perdão e da harmonia...

Senhor, simples ovelha em Teu rebanho,
Nas águas deste Amor quando me banho,
Certeza de limpar meu coração.

Só venho agradecer Tua acolhida,
Em Ti vejo a razão da própria vida,
Na Paz que Amor nos traz, minha oração...

- MINHA QUERIDA AMIGA 23108

Eu solto a minha bomba e caio fora
Não vou ficar aqui vendo estilhaço
Tampouco vou bancar velho palhaço
Platéia sem juízo; eu sei que adora.

E sabe minha amiga, não demora
Ainda vou morrer de algum balaço,
Mas quero teu carinho e teu abraço
Quem sabe faz decerto sem ter hora.

Beijando a bela flor enamorada,
A sorte muitas vezes maltratada
Não deixa que se veja este amanhã

Florindo o meu jardim de margaridas
Unindo com firmeza nossas vidas,
Por mais que a poesia seja vã...

- MINHA QUERIDA AMIGA

Amigo que tão bem quero ,
uma pena o que estou lendo,
quem pensa saber de poesia,
anda trocando os pés pelas mãos.

Nós somos mensageiros da paz
se trazemos a desgraça à tona,
queremos fazer nada mais que,
o ser humano se porte com respeito.

Trazemos o pior que está no mundo,
que as mentes abertas façam julgo,
colocamos nossa cara a tapa na tela,
desvendando o mal que só na escuridão,

no dia claro pousam de santos e santas.
Queremos que sobreviva a verdade, o amor
e pode parecer desamos, mas conseguimos,
fazer com que a verdade apareça nas faces.

Ana Maria

Eu tento embora não mais acredite
Que a gente possa um dia ser assim,
Vou dando vez em quando algum palpite
Na grande maioria, é bem ruim.

A vida quer impor o seu limite,
Porém a fantasia não tem fim,
Postando alguma coisa que me incite
A demonstrar o que há dentro de mim,

Amiga; não percebo ser possível
Qualquer mudança feita por quem sonha,
Imagem realista é tão medonha

E a felicidade sendo incrível,
Não vejo outra saída senão esta,
A festa preparada, então: funesta...

- MINHA QUERIDA AMIGA
Aguardo ansiosamente
O tempo de voar
E sei que navegar
Por corpo ou alma e mente
É tudo o que pressente
Quem cismando a vagar
Encontra no luar,
E nele se apresente.
O tanto quanto pude
Sorver da juventude
E nada mais teria
Marcando deixa um rastro,
Sendo a amizade um lastro,
Enfrento a ventania.

- MINHA QUERIDA
Falasse de outra coisa que não essa,
Desejo, peles, corpos e delírios,
O tempo vai cumprir sua promessa,
E vencerei ao fim, toscos martírios.

Serena me acompanhas, companheira,
Aninhas teu caminho junto ao meu
Quem tem uma esperança por bandeira
O sabor da batalha conheceu.

E viu nascer o sol atrás dos montes,
Depois de tantas nuvens, grises céus,
Maravilhosamente belos horizontes,
Descerram com carinho alvos véus

Após a dura lida ainda estás
Tramando a noite calma feita em paz...

- MINHA QUERIDA
Plantando bananeira vida afora
Vivendo no equilíbrio que dá pé,
Depois vê se me faz um cafuné,
Que teu benzinho, amada, sempre adora...

Quem sabe e quer fazer? Nunca faz hora,
A gente vai levando, é muita fé,
Às vezes sem manteiga e sem café,
Qualquer prazer diverte. Sim, senhora.

No quadro dos enganos tenho vários,
Alguns eu escondi nos meus armários
Os outros tão na cara. É fácil ver.

Cumbuca está vazia? Tanto faz,
Não sou nenhum boçal, nem tão audaz,
Não entro neste jogo pra perder...

- MISTÉRIOS DO AMOR
Teu cheiro não desgruda - belo incenso-
Já invade a minh’alma e pensamento...
Passam noites, passam dias, eu só penso
Uma forma de versar o meu lamento.

Tanto pouco tempo, resultou imenso
Sentimento, que sem norte vai ao tempo,
Sem achar qualquer forma de consenso
E se esbarra a todo tempo, em contratempo.

Aromas e lembranças são meus guias
Ainda embriagado da magia
De ter, junto aos meus sonhos, tuas ilusões.

Mistérios a encher meus caldeirões
Reviro meus porões não acho a chave
Que abra teu coração... Que entrave!

Josérobertopalácio

Misteriosamente a vida traz as chaves
E tranca os velhos cofres da emoção,
Quem dera descobrisse então as naves
E delas a mais pura perfeição,

Encontro no caminho tais entraves
Que impedem a completa progressão,
Tivesse no meu corpo como as aves
As asas da total libertação

Eu venceria em paz longas distâncias,
Chegando às mais sublimes das estâncias
Tocando com meus pés os Paraísos...

Mas nada do que tento, em paz consigo,
E se durante as noites eu prossigo,
Os passos têm que ser sempre precisos...

- MIL PERDÕES

Trocando a bola

O atleta pinta e borda

Agora rebola!!!!

Karlinha

Desculpas não consertam erros meus,
Porém sei que o perdão sendo divino,
Por mais que atleta seja tão ladino,
Merece alguma luz que negue breus.

Dançar na corda bamba, ser funâmbulo
Um velho equilibrista se mantém,
Perdoe desde já pelo preâmbulo
Porém pura verdade ele contém;

Eu sou perna de pau, mas bem teimoso.
Botafoguense nunca desistiu,
Derrota, novamente garantiu

Certeza de um cantar mais andrajoso,
Pintando a realidade nesta tela,
O meu bordado tosco se revela...

- MILAGRES
No porto dos milagres, orações,
Clamando pela paz, grana e saúde.
Fugindo da doença e do ataúde
Pedindo novamente mil perdões.

De volta ao velho cais, embarcações,
Repetindo esta cena que amiúde
Procura por um Deus que sempre ajude,
Lançando para o Céu, lamentações...

A missa vem bem antes do forró,
Chamego de morena é tentação,
Mas Deus é muito bom, sei que tem dó

Da pobre criatura sem juízo.
Arrependido, peço outro perdão,
E arrombo este portal, do Paraíso...


- Mineiro apaixonado

Falei um mondevez que eu não te quelro
E ocê num iscuita nada, mia fia
Ripito veiz im quando qui te espero,
O amô faiz num meu peito uma arrelia.

Voano qui nem fosse um quero-quero,
Iscuto toda noite a cantoria,
Si o canto do cantô é mais sincero,
Trazeno pru meu peito esta aligria,

Minêro num si cansa di sonhá,
Tocano uma viola, pru lua,
Deitano im uma rede na varanda...

Si o coração pesado ainda aguento
Infrento a tempestadi e bebo o vento,
Inquanto essa paixão, logo desanda...


- MINHA ALMA
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.

O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...

Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...

Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...

- MINHA AMADA
Quisera te convidar cavaleiro andante,
marchar sobre o meu realce e fixar norte,
quem sabe estirar as pernas em meu bar,
tomar um vinho tinto e se embriagar;

Mas sei que tua garrupa está preenchida,
sequer tenho esperança do teu retorno,
tivesse uma esperança por menor que fosse,
tiraria boas férias pra te acompanhar;

Andas dias e noites e não fixa parada,
circula nas madrugadas das embaixadas,
sela seu cavalo, refresca a face no dia,

fico aqui só, imaginando-te um dia,
desejar minhas horas para contigo cavalgar,
seria feliz em ter esta sorte a me sorrir.

Ana Maria

O amor trafega em belos prados, campos,
Circula entre as estrelas. Sideral;
Desfila em plena noite pirilampos
E é dele o mais sublime e raro aval

Pra que felicidade se aproxime
E tome seu lugar, antes vazio.
Deixar de se entregar a ele é um crime
Além de ser terrível desafio...

Não creio ser possível sem seus laços
A gente prosseguir neste cruel
Mundo aonde a dor tem seu papel
E segue tão soturna nossos passos.

Por isso minha amada, venha agora
Deixando esta incerteza vã, lá fora...

- MINHA AMIGA
Agora sou poeta, finalmente,
São vinte mil sonetos, nada além,
Falando com orgulho me faz bem
Um futuro brilhante se pressente.

Ganhar muito dinheiro, virar gente,
Até comprar um carro, ser alguém,
Usando Boticário, viu neném,
Ficar muito famoso, simplesmente.

Maior que Chitãozinho e Xororó,
Fazer muito sucesso na tevê
Dar entrevista no Caderno B

Na Ana Maria Braga, sem ter dó,
Não tendo mais inveja da surfista,
Agora, minha amiga, estou na pista...


- MINHA AMIGA
Seguindo seus passos sempre além
De dia, noite e pela madrugada
Suas lindas palavras me mantêm
Trazendo alegria mais que aguardada

Se estás triste, meu amigo, sorrias
Porque as estrelas do céu te enamoram
Sempre brilhantes a te esperar choram
Quando de amor pela lua morrias

Seu velho lar sempre será aconchego
Apaziguando sua solidão
Cama desfeita revela presença

Alguém a te esperar em doce apego
Solidão partiu, restaram querença,
Calor, magia e adoração

Karlinha

Amiga, a velha sombra me acompanha,
Ausência tão presente pra quem ama
Há tempos vou seguindo a velha sanha
Inútil coração inda reclama.

Atravessando o mar, céu e montanha,
Mantendo sempre acesa a tola chama,
Minha esperança frágil, tão tacanha
Aguarda o reviver da antiga trama.

A cama já desfeita há tantos anos,
Guardando estes segredos: desenganos,
Degredos deste tosco sonhador.

Pudesse reviver, ah quem me dera,
Ausente há tanto tempo, a primavera,
O frio é desde então, desolador...

- MINHA AMIGA
Mas poupa-te, desgastas tua paz
Melhor é se deixar ser conduzido.
A vida quase nunca satisfaz
Por mais que dure, ao fim, pouco o sentido.

Bem sei que recolhestes cada dia
Com alegria simples de menino
Não falte-lhe agora a poesia
De ser julgado assim, puro e divino.

Os erros só nos mostram limitados
Se deuses, com certeza a perfeição.
E quem não erra perde-se ao ferrado
Pensar que é perfeito, a imperfeição.

Se Ele redimiu-te com amor
Não deixe esmorecer-te o fel da dor.

Ana Maria Gazzaneo

Jamais esmorecer, eis o meu lema,
Por mais que a noite seja tão escura,
O sonho- ser feliz, inda perdura,
E venço qualquer dor, qualquer problema,

Por isso minha amiga, nada tema,
E estendo a minha mão, ato em ternura,
A água persistente o chão perfura,
Amar sem ter limites, belo emblema...

Servir ao companheiro sem cobranças,
Fazendo com amor tais alianças
E sempre que preciso, perdoar...

Assim é que conquisto a liberdade,
Usando da fiel fraternidade,
Aprendo num instante a navegar...

- MINHA FÉ
É fácil poder crer em fantasias,
A liberdade é mais que simples vôo.
Está nos falsos ritos que perdôo
Mesmo que me provoquem as sangrias...

Passando com um bólido, meus dias,
Os hinos de louvor que agora entôo,
O bem que me ensinaste e em vão ecôo
Farrapos de minha alma, cega orgia...

Navego em águas calmas e seguras,
Porém venço as tempestas e as agruras,
Mantendo inabalável, minha fé

Amar sem ter medidas nem perguntas,
Enquanto na distância nos ajuntas,
Caminho ao infinito e sigo a pé...

- MINHA HERANÇA
Arrancando os meus olhos, sigo em frente,
Decifro os teus recados, rapineiros,
Os dias que virão; meus derradeiros
Encontrarão um homem mais contente.

Falando uma verdade, mansamente,
Os restos que compus; tolos herdeiros,
Durante o que vivi; meus companheiros,
Alento para uma alma tão demente...

Descrente desta torpe humanidade,
Que mata um novo Cristo a cada dia,
Não levarei da vida, uma saudade,

Apenas deixarei na cova escura,
A imagem decomposta e arredia,
E os restos de uma frágil ossatura...


- MINHA HISTÓRIA
Espelho refletindo noutro espelho
Mosaicos que traduzem o meu rosto,
Em trágico espetáculo se exposto
Traduz ao que em verdade me assemelho.

Na frágil consistência de um conselho,
A vida se invernando, eterno agosto,
Afasto-me das coisas que mais gosto,
E entrego-me ao vazio, de joelho.

As cartas e os recados foram tantos,
Meus medos não bastaram, vou morrer.
E quando isto eu percebo, passo a crer,

Que apenas coletando desenganos,
Fiz nesta vida o imenso mausoléu,
Tentando pelo menos, crer no Céu...


- MINHA HISTÓRIA
Trazendo tanto lume em minha história
As horas que vivemos, claras sendas
E quando novos dias inda estendas
Tramando com brandura esta memória
Da vida noutra vida resumindo
O mundo mais tranqüilo e mais suave,
E quando a tempestade mais agrave
Renasço de um passado claro e lindo
E tento algum sorriso, mesmo quando
A porta se fechara e nada vejo,
Somente a solidão, mas neste ensejo
O tempo novamente renovando
Um brilho sem igual diz do passado,
E nele novo sonho fomentado...

- MORRER DE TANTO AMOR
Morrer de tanto amor, ah quem me dera,
Mas nada disso importa mais agora,
Se eu tenho em minhas mãos, a primavera,
A flor de uma esperança me decora.

E a cada novo tempo regenera,
No eterno turbilhão, a vida arvora,
E quando a solidão chega e tempera,
O amor ressuscitando vem nesta hora

E lanço um grito solto pelo espaço,
Na areia novamente um nome traço,
O mar apaga logo, isto é costume...

Nas trevas eu andei por tantos dias,
Envolto por palavras mais sombrias,
Até chegar a ti; salvador lume...

- MORRER DE AMOR
Poder morrer de amor e renascer
Nos braços de quem foi e não voltou,
Na doce sensação deste poder,
O quanto de coragem me restou.

Afasto-me deveras do meu ser,
Já nem pergunto mais sequer quem sou,
Apenas noutra vida quero crer,
Florindo o que deveras não granou.

Vieste num momento sem igual,
Tomando a minha Vida plenamente,
Assolaste o meu peito, vendaval,

Porém logo partiste, sem demora.
Se eu vivo, é por que sinto, de repente,
Que a morte chegará a qualquer hora...


- MORTE À VISTA
Espúrias poesias, morte à vista,
Arrebento as correntes e as algemas,
Estranho tolamente tais dilemas,
Por mais que uma alma atenta inda resista.

Não vejo nem sinal, procuro a pista
Que leve o coração a novos temas,
No peito carregando meus emblemas,
Nos carnavais dos sonhos, um passista

Atravessando assim esta avenida
Imensa que se chama solidão,
Perdendo pouco a pouco a minha vida

Aguardo no final, a solução
Que mostre quão difícil a saída
Para quem vive intensa uma emoção...

- MORTE
Perceba quanto é bom poder sonhar,
Vagar pelas estrelas, no infinito,
Lançando bem distante um forte grito,
Aprendo num segundo a navegar...

Montanhas no horizonte, no além mar,
O quanto desejei, foi tão bonito,
Porém o meu futuro estava escrito
Nas curvas que aprendi a contornar...

Chegando de mansinho, a morte ri,
Aos poucos a percebo bem aqui,
Beijando a minha boca mansamente...

Quem dera se Inda houvesse alguma chance,
A esperança fugiu de meu alcance,
A vida vai rompendo esta corrente...


- MUITO CEDO PRA MORRER
Às vezes paro e penso sobre a vida,
Sobre a luta que atropela a fantasia
Sobre a dor que maltrata a alegria
E disfarço ponteando a ferida.

Banquete servindo prato de merda!
Alimento ironicamente a agonia
Mas não fujo da raia na porfia,
Disposto sempre a cada alvorada.

Disfarço com a cara da verdade
Sem pedir, jamais pra vida, caridade.
Eu danço conforme a música vem.

Pra riqueza do amor, nunca vintém
O coração cantando a poesia
Esperando da morte a simpatia.

Josérobertopalácio

Aguardo pelo fim do velho dia,
Trazendo nova noite e lua cheia,
O quanto não podendo não devia,
Pois dentro do sapato escondo a meia.

Eu não suporto mais tal velharia,
Por isso é que o presente me incendeia,
Bebida se demais, me traz azia,
Também já não abuso mais da ceia.

A morte vem depressa ou devagar,
Tampouco me importando, nada disso.
Fugindo qual corisco, vou parar

Somente quando a morte se esquecer,
De tarde tenho novo compromisso,
Por isso é muito cedo pra morrer...

- MULHER...
Mutuca quando ferra, o sangue chupa,
Assim esta vampira faz comigo.
Falta só tirar minhas tripas pelo umbigo
Se descuidar, me deixa até sem roupa.

Vive montada na minha garupa
Mas gosto da bandalheira, do castigo,
Pois sei que é de responsa seu artigo
E agasalha bem minha minhoca.

Nem falo do cuscuz, da tapioca
E da rabanada que ela faz
Com ovos batidinhos; é demais.

Mas mesmo assim eu fico na mutuca,
Sabendo que a morena é fogosa
Não a deixo, só, na praça bater prosa.

Josérobertopalácio

No quase fiz o tanto necessário
Pra que não fosse o tempo já perdido,
Por todos os insetos; demolido,
Fugindo para dentro deste armário,

Não posso ser poeta ou mercenário
Apenas o que quero é teu ouvido,
E se possível ter tua libido
Num jeito fabuloso, forte e vário.

Mulher que deusa e dama, quenga e puta,
A santa mais safada e tão audaz,
Além do imaginário sei que faz,

Pra tanto se mostrando mais astuta,
O verso te tocando te cutuca,
E o coração poeta já batuca...

- MOÇA BONITA
Na roça a moça quando é bem jeitosa,
O pessoal depressa fica de olho,
Sujeito falador, velhaco e prosa,
Grudando na mocinha igual piolho.

Andando no capricho e bem cheirosa,
Eu boto as minhas barbas já de molho,
Espinho é tão comum em qualquer rosa,
Começo devagar; logo recolho...

A fruta quando é muito cobiçada,
O preço vai subindo no mercado,
Beleza demais deixa preocupado,

Feiúra se é demais, fica assustada
Melhor; diz o chinês, andar no meio,
Do bolo, o mais gostoso é o recheio...


- MOMENTOS NOSSOS
Então pega que esta é sua
Quadro belo colorido
Arrancado o meu vestido
Eu me entrego toda nua...

Véu rasgado e solta a fera
Não te cuida e eu te como
Junto a ti, grudado pomo
Muito mais que uma quimera...

Te tatuarei em mim
Te ungirei com meu amor
E saberei teu sabor...

Nas marés de louco anseio
Te apertando contra o seio...
Saberás para o que vim...


Ana Maria Gazzaneo

Amor farto em delírios e vontades
Desnuda-nos e traz sonhos reais,
Aporto a fantasia, invado o cais
E nele vejo em luz, felicidades,

Momentos de fartura, triunfais
Nos gozos alcançados, liberdades,
Aonde encontraremos claridades
Iguais a que vivemos: sede e sais;

Suores escorrendo nos lençóis,
Calores indizíveis, fartos sóis
Solícitos prazeres, desfrutados...

Versando sobre a lua, nua e bela,
Teu corpo maravilhas me revela,
Momentos tais, edênicos, safados...

- MORRENDO DE AMOR
Levasse mais um tempo e eu mostraria
Que todas as verdades não são nada.
O quanto do viver pura utopia,
Minha alma pela sua, destroçada.

Buscando no luar a montaria,
A noite que pensei enluarada,
Agora se demonstra negra e fria,
Tampouco desnudando-se estrelada.

Foi bom te conhecer, tenha a certeza,
Mesmo que nada reste de nós dois,
Não deixo minha vida pra depois,

Porém entendo sim, sua incerteza.
Morrer de tanto amor; num só momento,
Liberto e sem fronteira o pensamento...

- MORRENDO DEVAGAR
Há pouco que escapei de uma armadilha,
Porém não vou ficar por muito tempo,
O fato de escrever me bota pilha,
É na verdade apenas passatempo.

Morrer no outono é triste, mas que faço?
Não posso mais comer nem feijoada,
Cigarros? Esquecidos nalgum maço,
Porém a boca não fica calada...

Cismando por aí, noites vazias,
Olhando bem de perto as silhuetas,
Mulheres umas santas ou vadias,
Passando em minha frente quais cometas...

Chegar de manhã cedo, neste porre.
Apenas a saudade me socorre!

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