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Saturday, December 4, 2010

- DECLARAÇÃO DE AMOR

Pudesse acreditar neste cometa
Que segue sem parada, mundo a fora,
E em cada novo engano que eu cometa,
A solidão temível já se aflora,

Cupido me ferindo com a seta
Minha alma enamorada enfim te adora,
Porém minha razão firme e concreta
Ordena num momento: - Vá-se embora!

E nessa indecisão; temor e glória,
Eu tenho em minhas mãos, a minha história,
Recomeçar audaz, novo romance..

Ou deixo adormecido o sentimento,
Ou mudo num instante, o movimento
E dou ao coração a nova chance...

- DECLARANDO O MEU AMOR..
Perdido por um gol, eu tomo cem,
Veremos no final quem ganha o jogo,
Sabendo que pra ti eu sou ninguém,
Conheço tuas manhas, boto fogo...

Eu gosto de jogar no contra-ataque,
Ficando na retranca o tempo inteiro,
Pegando de surpresa, dou um baque,
Sou beque botinudo e bem roceiro.

Se o jogo decidir o campeonato
Não perco dividida vou com tudo
Se necessário for, bola pro mato,
Porém sei meu lugar e não me iludo...

Só não irei ficar lá na lanterna;
Tampouco a solidão será eterna...


- DECOMPOSTO
Solidão
a invadir
este coração,
tão carente
de ti ...
(ivi)

A sensação perene do vazio,
Aos poucos minha pele se soltando,
O vento que julgara, outrora brando,
Queimando lentamente, triste e frio.

O velho coração que fantasio
Mergulha no oceano e desabando,
Lentamente abandona o tosco bando
Atravessando a vida, vai vadio.

Queria muitas vezes ser feliz,
O céu das esperanças morre gris,
Atriz/felicidade aonde estás?

Minha carcaça, podre e sem remédio,
O dia passa lento, amargo tédio
Minha alma sem descanso, busca a paz...


- DEIXA O AMOR...
Penumbras me atraíram; disso eu sei,
Por entre as avenidas mais sombrias,
Eu mergulhei nas minhas poesias,
E os sonhos que restavam, enterrei.

No féretro dos sonhos, me esbaldei,
Irrompem as distantes melodias,
E quanto amor tu me darias,
Decerto mal sabias; te odiei...

Eu quero esta amargura que me inspira.
Já não suporto mais o amor perfeito,
Se em meio a tais sangrias me deleito,

Acendo dos meus túmulos, a pira.
E quanto mais distante do desejo
Maior a placidez que ao longe vejo...

- DELÍCIAS

Delícias, me alicias, quero mais
Provar destes teus sais em doce orgasmo
Rolar por entre o branco dos lençóis
Perder-me em mil gemidos, gozo, espasmo...
SERENA

Deitados sobre a seda dos lençóis,
Fomentas as vontades mais audazes,
Teus olhos me orientam; dois faróis,
A lua numa noite, quatro fases,

Perdidos entre panos, tresloucados,
Encontro logo o mapa do tesouro,
Gemidos e sorrisos tão safados,
Decifram tão divino ancoradouro.

E douro-me em teus raios, sol brilhante,
Rainha feita em serpe, deusa nua,
O corpo se enroscando provocante,
Enquanto o nosso jogo continua,

Até que num espasmo sem igual,
Cumprimos nosso santo ritual...

- DELÍCIAS

A serpear teu corpo, ardente em cios
Doce rocio que me torna insana
Vou desenhando em rogo e arrepios
Todo fulgor que meu amor declama.

A teu deitar solene do meu lado
Já não contenho, teu sabor desejo
Lanço-me em sede de te ter selado
No mais profundo do meu ser, te beijo...

Ava Gardena

Nas rotas escolhidas, meu desejo
Encontra os teus desejos novamente
E quanto mais audaz, voraz e ardente
Maior a tempestade que prevejo,

O amor não é somente algum lampejo,
E quando nos domina; corpo e mente,
Num ato de delírio mais freqüente,
Arfando com prazeres, cego, arquejo...

Entontecendo uma alma, torporoso,
Numa explosão fantástica, teu gozo,
Derramas; furiosa, sobre mim,

Acende-se afinal a enorme chama,
Que tanto nos seduz, reluz e inflama,
Viagem que pretendo não ter fim...

- DEPOIS DA MEIA NOITE

O vento bateu forte na cortina,
descobriu as mentes libertinas.
Agora, é de cair na gargalhada,
carne de segunda pousar de filé!

Ana Maria


Depois da meia noite? Gatos pardos...
A bebida em excesso é um perigo...
Tu pensas que é de pêssego, são cardos...
Um buraco qualquer serve de abrigo.

Aquela te parece um avião?
Um tosco teco-teco, com certeza,
Melhor deixar fazer arribação,
Mas levas com carinho para a mesa...

Pior é que parece que são gêmeas,
Na certa; o que tu vês é duplicado
Importa, meu amigo é que são fêmeas,
Melhor do que encarar troço trocado...

Porém, digo a verdade: vá na fé,
É carne de segunda e não filé...

- DESABRIGO
Jogada nalgum canto de minha alma
Cravada feito cruz; beira de estrada,
Do quanto fora outrora resta o nada,
Somente este vazio, ora me acalma...

Vestindo de ilusões, velho palhaço,
Os ventos me guiando pelas ruas,
Estrelas são estradas, deusas nuas,
Ausência se traduz em cada abraço

Fazendo do meu peito, tolo ninho,
O medo de morrer, seguir sozinho,
Antigo companheiro; vem comigo

A tua traição, dura ferida
Sangrando cada curva desta vida,
Condena-me ao terror do desabrigo...

- DANÇA E MÚSICA


Começaremos por postar as fotos,
as prints das telas guardadas
para a já sabida emboscada
que ela há tempos te preparava;

Cansamos de levar na vasilina,
se é puta não se importará da fama,
vamos acabar com esta perseguição,
que ousa desafiar a nossa paciência;

Sinto ter que te propôr este final,
mas já não suportamos mais carnaval,se pisou na pista ao menos
deveria sambar;

Desci dos saltos com a minha bandeira,
sou bossa nova, mpb...qualquer ritmo,
mas sambar é o meu melhor a fazer...


Ana Maria

Quisera fazer dança desta vida
Que tantas vezes marca e até sorri,
Bendita esta alegria, vem de ti,
Deixando uma tristeza já perdida,

Não vivo e nem suporto tal ermida,
Mas venho do caminho que escolhi,
Às vezes festejando; agora aqui,
A mente muitas vezes exaurida.

Batuca um velho samba de Noel,
O amor que conheceu Vila Isabel,
No Boulevard passeia sob a lua.

Depois a madrugada, de mansinho,
Ouvindo no Sovaco um bom chorinho...
E quando a manhã surge, continua...


- DANÇAR CONTIGO
Pudesse te tomar entre meus braços,
Dançando entre os luares e as estrelas,
No manso progredir de nossos passos,
Belezas tão difíceis de dizê-las.

Desfilas transparências, belos seios,
Fulgores sensuais, loucas vontades,
Seguindo sem pudores, sem receios,
Deixando para trás tolas verdades,

Num átimo ser deus e ser cativo,
Vibrando em convulsões deliciosas,
Viver este delírio que ora vivo,
Fartando-me de gozos quando gozas,

Valsando entre cometas, galerias,
Bebendo nos teus lábios, fantasias...


- DE TANTO TE AMAR.
Gosto de ter-te invasor
Rechaçando os meus pudores
Me agarrando com humor
Brincadeira dos amores...

Na gostosa brincadeira
Nem vejo a hora passar
Beijo e farra a tarde inteira
Na delícia de te amar...

Serena


Delícia é ter você junto comigo,
Nas loucas brincadeiras noite afora,
Um velho passageiro se demora
Ao encontrar ali, seu manso abrigo.

A pele bronzeada é um perigo,
E quando em fantasias se decora,
Chamando pra festança: Vam’embora!
Unindo meu umbigo ao seu umbigo,

A gente não descansa um só segundo,
Vagando o pensamento me aprofundo
Descobrindo a ciência do querer.

Brincar de pique esconde, rala e rola,
Minha alma ganhando asas já decola,
Pois sabe: se perdendo, irá vencer...

- DE TANTO AMAR VOCÊ
Sigo
tateando,
o rumo
de tuas palavras,
pra te encontrar ...
(ivi)

Seguindo cada rastro que tu deixas,
Percorro os infinitos, vago mares,
Encontro o Paraíso nos altares
Deitando sobre os sonhos, deusas, gueixas...

Carrego em minhas mãos, este astrolábio,
Buscando entre as tempestas, nosso barco,
O quanto no passado, foi tão parco,
Fazendo o meu viver mais pleno e sábio.

Tateio entre os penhascos e rochedos,
Vestígios que me contem os segredos
Aonde se escondeu minha sereia?

Seguindo estas pegadas, vou em frente,
Até quem sabe um dia, de repente,
Encontre-te desnuda em plena areia...


- DE TANTO AMAR VOCÊ
E
dentro de mim
a liberdade
faz morada,
sempre ...


(ivi)


Alcanço a mais perfeita liberdade
E não temo os desvios desta estrada,
Aproveitando bem a minha estada,
Só levo deste amor, tanta saudade...

Mas tenho que entender se o medo invade
Não restando defesas, quase nada
Sobrevive à tormenta anunciada,
Impondo sobre nós obscuridade...

E quando me quiseres, mesmo tarde,
Retornarei sem medo e sem alarde,
Eternamente teu; ponto final.

Tu foste luz intensa em plena treva,
Minha alma neste instante ainda neva,
À espera deste sonho tropical...


- DE TANTO AMAR VOCÊ
Sei o quanto te falto meu amor,
mas hoje estarei ao seu dispor,
não quero mais saber de estrebaria,
morreria se não o tivesse aqui;

Achei a solução pro nosso caso,
Na noite chame-me na janela,
serás o meu peão a noite inteira,
nos esconderemos no celeiro...

lembra dos nossos tempos passados,
sei que fugi de você na hora do beijos,
mas meus lábios estão bem secos agora,

Não fugirei mais nesse presente...
o ar não me faltará se tiver cuidado.
Vamos!Te espero,já espantei os cavalos.


Ana Maria

Invado teu recanto na noite alta,
Adentrando teu quarto, uma surpresa
E vejo deslumbrado esta beleza
Que a natureza esculpe e o amor exalta...

Sentindo de teus lábios, tanta falta,
Em meio às fantasias, a tristeza
Chegando devagar e pondo a mesa,
Porém ao te sentir, desnuda e incauta

Dourado templo imerso no luar,
Fazendo do teu corpo o meu altar,
Singrando por sutis mares diversos,

Contemplo a maviosa criatura
Entrego-se ao sabor desta loucura
Meus braços nos teus braços, ora imersos...


- DE TANTO AMAR

Só em ti eu dessedento
Sede de amor e magia
E me toma o sofrimento
Se perdida a fantasia...

E cada traço, ao teu toque
O meu corpo em arrepio
No teu olhar meu enfoque
No teu amor, meu delírio...

Ava Gardena

Em ti bebo da fonte auspiciosa
Mais caprichosa e intensa que já vi,
Bebendo cada gota preciosa
Que roubo em cada gozo e chego a ti

Ansiosamente nua e fabulosa,
Acaso se vieres, eis aqui
O amor que tu querias, rima e prosa,
Gostosa deusa, aonde eu me perdi,

Salgando a tua boca. Tu me tomas
Em fartos goles, golpe do destino
E quando mais te adoro, eu me fascino,

Encontro em tuas fúrias, tantas somas,
Do quase não havia à perfeição,
Amor gerando amor, duplicação...

- DE TANTO AMAR...
O entardecer vem morno, foge-lhe as cores
A noite chega-se de manso fria e solitária
Um vento cortante apalpa minha face
Estou só na espera por ti...

Notícias não mandas nem na madrugada
Um aperto dilacera este meu peito aflito
Que faço eu, responda-me sem rodeios
Esperas somente que eu te diga adeus?

ISABEL NOCETTI

As cores deste amargo entardecer,
Confundem minha mente, aonde estás?
Distante de teus olhos; cadê paz?
Vontade de fugir e de morrer...

Notícias não me mandas; vou atrás,
Estrelas já cansei de percorrer,
Por mares tão distantes, sem saber;
Tampouco uma esperança satisfaz...

Jamais me diga adeus, isto eu te imploro,
Pois saibas, sem defesas, que te adoro,
E vivo tão somente por que existes...

Não deixe-me sofrer. A solidão,
Tomando já de assalto o coração,
Tornando os versos meus, amargos, tristes...

- DE TANTO AMOR
\"DETALHES TÃO PEQUENOS\" no soneto.
“Não quero te falar meu grande amor” (Belchior)
Das dores e dos dias tão distantes
“Quase gritei nos mil alto falantes” (Raul Seixas)
Eu vivia “a cem por hora meu amor” (Belchior)

Não suma mais, querida, por favor.
Eu precisei até tomar calmantes.
Meu coração pulsava em dissonantes
Notas, regidas na saudade e na dor.

Te vejo agora aqui, tudo mudou!
Então “receba as flores que te dou” (Agnaldo Timóteo)
Olha!“Querida, mil vezes, querida” (Agnaldo Timóteo)

Minha “Deusa na terra nascida”. (Agnaldo Timóteo)
“Eu vejo a vida melhor no futuro”, (Lulu Santos)
Tendo ao meu lado teu amor, tão puro.

Josérobertopalácio

Saber de cada passo que tu deste
Em busca da real felicidade,
É ter no olhar a força da verdade,
No mundo onde a paixão domina e investe.

A força imensurável de um cipreste
O quadro desenhado agora invade
E rompe sem pudores, qualquer grade,
Sabendo da alegria que se ateste

No olhar enamorado de quem sonha,
Por mais que a noite surja vã medonha,
Erguendo este castelo fabuloso.

A rica fantasia que me cobre,
É feita deste amor sobejo e nobre
Cobrindo o corpo frágil e andrajoso...

- DE TANTO QUE AMEI
Pedaços do que fui vão pelas ruas,
Jogados nas calçadas, nas cidades.
Vontades que em verdade foram tuas,
Apenas tão somente veleidades...

Mulheres e motéis, as deusas nuas,
Misturam fantasias; realidades,
Quem dera muitas luas, dez ou duas,
Esbaldariam vastas claridades...

Mas morro no silêncio das montanhas,
Enquanto perco o sonho, tu me ganhas,
E jogas logo fora, gargalhando...

O amor compartilhado; leda história,
Ao menos ter o gosto da vitória,
Vivendo sem ter jeito; me enganando...

- DE TANTO TE AMAR
Se uma sereia por aqui pousar,
mande-me o endereço por favor,
em mar bravio não interessa,
quem é da paz prefere pedras;

Ó canto de agonia que espanta!
Vive a tirar marinheiro do mar,
mas acaba sempre arrastando-o
para a praia deserta onde fica;

Quem deseja acompanhar neste mar
uma sereia que gosta de solidão,
que prefere ficar muda o dia todo,

que não deseja mais nenhum desgosto?
Só mesmo um ser irracional ousaria
Se envolver com este mal do amor.

Ana Maria

Eu sei quanto és pacífica querida,
Mas nunca acreditei fosses passiva,
Uma alma delicada e sempre viva,
Jamais se encontrará, assim perdida,

Alçar o paraíso, uma avenida
Que passa por teus braços, doce e altiva,
Do amor que se deu tanto não se priva,
Sendo ele a base sólida da vida...

Eu quero estar contigo a cada instante,
Vibrando com prazer tão delirante
Ao qual o ter acesso é primazia,

Estrela que em sereia se transforma,
Divina e maviosa, em plena forma,
Na ardência que este sol belo irradia...

- DE TANTO TE AMAR
Não fecho mais meus olhos pra sonhar,
A vida estando em ti deveras é
O quanto mais desejo e tenho fé
Jamais vou deste encanto separar,
E quando mergulhara no teu mar
Sabendo as variantes da maré
Vivendo cada instante sigo até
O mundo noutra face se aflorar.
Escassas noites vagas, não mais quero
E sendo assim decerto mais sincero,
Encontro em ti total satisfação
Altares entre chamas, camas, gritos,
Momentos mais afoitos e bonitos
Gerando a mais sublime floração.

- DE TANTO TE AMAR

Imenso sentimento em que eu entranho
Vontade incomparável de poder
Viver sem ter limites o prazer
Sabendo a cada instante um novo ganho,
O amor quando demais, farto e tamanho
Tomando com vontade nosso ser
No quanto penetrando posso ver
Luar em brilho farto onde me banho.
Irresistivelmente perpetuas
Enquanto imagens claras, belas, nuas
Dourando em prata a noite enlanguescente
No gozo dividido compartilho
Sorvendo desta imensidão tal brilho
Hedônico delírio que apascente.

- DE VEZ EM QUANTO
De vez em Quanto

De vez enquanto custo a chegar
Não mudo rota trago a lembrança
Dos teus versos e fico a desejar
Palavras tantas versos e bonança

Sigo assim veleira sem a barca
Remo disperso a alma solitária
Momento insulto que às vezes marca
A inclusão da sorte abecedária

Entrei nas letras empurrei o não
Do sim arrastei todos os pingos
No final sumiu sobre os respingos

Projetos palavras com mistérios
Não desvendei nada dos critérios
Estou aqui nem olhei a contramão

Sogueira

Palavra, este tijolo maleável,
Do qual se faz tortura e poesia,
Às vezes tão terrível e agradável,
Constrói ou gera a guerra ou harmonia.

Presente em cada frase, solo arável,
Ilude enquanto gera a fantasia,
Criando um novo mundo suportável
Ou mata provocando uma sangria,

Mergulho em seus mistérios, sou poeta,
A linha que decifro nunca é reta,
A meta de quem canta é ser ouvido.

As marcas que carrego dentro em mim,
Florada prometida em meu jardim,
São coisas que imagino e até duvido...


-*Debulhando Palavras*
*Debulhando Palavras*

Sentada olhando a plateia quieta
Colhendo palavras sem memória
O pensamento voo olhar luneta
Catou palavras na trajetória

Declinei no olhar visão de ocaso
Meio nítida meio configurada
Janela e aridade em longo prazo
Agendou o coração corri alada

Coletei palavras fui moldando
A canção pro poeta lá distante
Os versos se uniram moderando

Pra seguir na tarde corriqueira
Missiva de leitura abraçante
Como galho em fruta da videira

sogueira

Qual fora um lavrador, ora debulho
Palavras que te possam agradar,
A cada novo verso um pedregulho,
Segredo que procuro desvendar.

E quando no horizonte, enfim mergulho,
Buscando a fortaleza de um luar,
Recolho cada frase com orgulho,
Podendo te dizer que é bom te amar...

Deveras, muito eu quis e não quiseste,
Houvera algum instante em nossa vida,
Que a nossa caminhada, estando unida

Vencesse um solo duro e tão agreste,
Praieiro coração encontra o cais,
Distante de temíveis temporais...


- DECLARAÇÃO DE AMOR 23101





Meu coração
segue o rumo
da paixão ...
(ivi)

Acasos entre várias situações
Amores envolvendo o pensamento
Por vezes me entregando um só momento
Causando no final, revoluções...

Pergunto quais as velhas direções
Aonde transformar dor em ungüento
E mesmo tão distante ainda agüento
As mais diversas formas de pressões...

Pergunto ao vento aonde te encontrar
E mesmo fugidia, ainda espero
Vivendo da maneira que mais quero

Imerso neste imenso mar solar
Adentro as fantasias que me dás
Enquanto o amor se doura e o gozo traz...


- DECLARAÇÃO DE AMOR

Nas tais penumbras de minh’alma eu vejo
Os olhos pálidos da minha dor.
Nas fímbrias prendes solidão; desejo
Então fugir, quero escapar. Apor

As mãos cansadas e sentir o beijo
Mais carinhoso ser teu beija-flor...
Fazer assim do amor, mais belo arpejo.
Nada quero sentir senão calor...

Quero todos segredos, confissões;
Nada dizer, nem precisar, sermões
Feitos dessa total cumplicidade...

Nossos carinhos, envolvendo a lua,
Sofreguidão, te perceber tão nua...
Transparências trazendo veleidade...

- DECLARAÇÃO DE AMOR

Quem fora segue seu caminho, louco...
Meu movimento vai seguir meu canto.
Não poderei mais, nem mais quero...Encanto
Que vem, num grito, me deixando rouco...

Vida perturba, solidão, sufoco,
Nada mais triste que secar teu pranto...
Meus olhos miram nos teus olhos, tanto
Que me corrói, assim, matando um pouco

Do que restara de meus dias Carla.
Quando te vejo, andando pela sala
Tua nudez transformando tudo...

Tua beleza vai vagando a esmo.
Nesse reflexo procurar eu mesmo
A cada passo, mas não falo, mudo...


- DIVAGAÇÕES SOBRE O TEMPO
Não da pra segurar, ele é demais
Nos transportando em tal velocidade
Aos pouco maltratando a mocidade
O tempo é que nos faz todos iguais.

E feito um rio que só segue em frente
Já começa do momento em que nascemos
E assim sempre vai levando a gente
A outros planos, que desconhecemos!

Ele corre e vai feito um fugitivo
Não da pra segurar, escapa às mãos
Se Deus o fez assim, é solução.

Façamos deste veloz, um lenitivo.
Parado, só da certo mesmo poste.
Se a Terra nunca para, não se encoste.

josérobertopalácio

O tempo não tem nexo nem juízo,
Ninguém consegue mesmo segurar,
Não anda nem depressa ou devagar,
Exato; com certeza ele é preciso.

Mas quanto numa espera o tempo atrasa
Parece que é tão lento este infeliz,
Porém se estou contente e quero bis,
Parece fogaréu, imensa brasa.

O tempo não tem tempo de saber
O quanto o tempo custa pra correr
Se o tempo é contratempo é demorado

Mas sendo pouco o tempo pro prazer,
O tempo vai correndo sem se ver,
Num passatempo o tempo é apressado...

- doce lacre
doce lacre

as tuas matas são o meu mistério
que busco sempre, ávido explorar
na sua penumbra tenho o refrigério
que faz meu corpo tenso repousar

os doces veios abrem-se ao sedento
hospitaleiros, mornos perfumados
neles penetro túmido ao relento
para gozar sentidos exaltados!

tua nudez é meu prêmio maior
por ela vivo horas de loucura
cada recanto tem um prazer mor
quando a apalpo na noite escura

entre odores e sabores acres
me prendes firme qual tivesses lacre

zéferro, 16.dez.2009

Usando tuas pernas quais tenazes,
Aprisionando assim, o seu parceiro,
Percebo quão divinos e vorazes
Prazeres e me dou, mergulho inteiro.

Nas rotas perfumadas, mais audazes,
O amor feito um delírio, costumeiro,
Escondes sob as mangas os quatro ases,
No jogo que queremos corriqueiro,

No mato, no motel ou numa rede,
Eu mato no teu corpo a minha sede,
Num vício prazeroso, satisfeito,

Arranco o teu vestido e te desnudo,
Mergulho sem defesa e vou com tudo,
Deleito-me ao deitar sobre o teu leito.


- Dói aqui, no coração
Dói
aqui,
no coração
quando tenho
esta vontade
de ti ...
(ivi)


Coabitam vontades e temores,
Minha alma se transforma em tal dilema,
Contendo a fantasia, qual algema
Perece neste inverno e seus rigores.

Cevar com alegria tantas flores,
Teimando em perceber que a piracema
Permite que; o sonhar seja o meu lema,
Porém sentir do vão passos, rumores.

Vontade de sentir tua presença
Tocando a minha pele, sendo minha,
Enquanto a poesia em ti se aninha

Querer esta esperança bem mais densa,
Urgência de saber se isto é verdade,
Qual fora tempestade, o sonho invade...

- DOIS AMANTES
Nos laços de ternura que nos unem
Ainda vejo a luz que; sei virá,
Os dias que maltratam e nos punem,
Morrendo para sempre desde já...

Ouvir a tua voz, tanto me alenta,
Sustenta o coração enamorado,
Por mais que a chuva caia violenta,
O amanhecer, decerto ensolarado.

Trazendo um brilho intenso, claridade,
Fazendo deste dia inesquecível,
Distante da total insanidade,
O tempo de sonhar se faz plausível,

E assim, dois caminhantes sem destino,
Encontram o futuro, cristalino...

- DORMÊNCIA
Dormência...

É esse amortecer que é tão sentido
e evoca um fim pra cada dor que é fato
o arauto, o sinal claro: estou perdido!
E eis que percebo a falta até do tato...

Aninho em mim mesmo o que era tido
aquém do ouvir sereno e assaz recato
e não escuto o som há muito ouvido!
É certo que na boca o antes regato

achou de ficar seco e eu vi-me junto
ao ponto cego do existir oculto
e o cheiro já nem sinto, é dissipado,

é fato consumado, é fim de assunto;
agora me procuro e nem qual vulto
eu encontro a mim mesmo, estou velado.

Ronaldo Rhusso

Nos ermos de meu ser busco encontrar
Em meio a meus escombros a verdade,
Percorro descaminhos, realidade,
E nada está de fato em seu lugar...

Na sôfrega batalha para achar
Algum sinal com tal sinceridade
Afastando afinal a obscuridade
Aonde eu possa enfim me desnudar,

Percebo neste espelho que me trazes,
Os olhos embaçados, mas audazes
Da fera envelhecida e já sem dentes.

Mas que inda crê na força de outras eras,
No inverno vou buscando primaveras,
Velando a minha imagem entrementes...

Marcos Loures

A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso



Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!

Marcos Loures


Essa louca dormência nos sentidos
vem, dispara a dúvida pertinente!
Vem tornando o viver mui mais plangente...
Pensamentos comuns são invadidos

e me lembram das dores de outros idos
que tornaram-me a vida diferente...
Hei me dado ao sofrer e é permanente
lamentar e ter medos combatidos.

Mas a vida é irmã da Dona morte
uma pára e outra leva, toca em frente!
De repente entendi que continua

e atua esperando o Rei que é forte
é suporte pro ente, felizmente,
e virá reluzente mais que a lua!

Ronaldo Rhusso

A Morte nos desnuda por inteiro
Inevitável ponto de partida,
Quem sabe, de chegada, companheiro,
Haverá decerto nova vida?

Só sei que sempre mostra a dolorida
Face do viver, que é tão ligeiro,
Porém como uma meta a ser cumprida,
Momento da existência, o derradeiro.

Aprendo a cada novo amanhecer
A crer que esta alegria de viver,
É tudo o que desejo e que me resta,

As dores ensinando, dia a dia,
Maturidade sempre propicia,
Ensinando a encarar a hora funesta...

Marcos Loures


Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso


O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

Marcos Loures


Eu acredito que essa é a nova vida:
Permanecer em cada verso lindo!
Eternizar-se em obras, nessa lida,
aproveitando o Dom, pois que é infindo!

Posteridade tem quem solta a brida
anunciando a dor, porém sorrindo
enquanto o Mal não ache uma acolhida;
enquanto o amor entenda que é bem vindo!

O corpo morre e fica em vil dormência;
os Cromossomos juntam-se à terra;
memória não tem mais, nem recompensa...

Um dia alguém que sofre de demência
descobre textos... Pronto! A morte encerra!
Outro imortal renasce... Mas compensa?

Ronaldo Rhusso

Talvez seja melhor ficar calado,
O tempo remedia, mas não cura,
Se o pensamento voa, sendo alado,
Algum belo remanso ele procura,

Da luta, eu te garanto, estou cansado,
Porém nossa batalha inda perdura,
Viver a poesia, amargo Fado,
Às vezes com espinhos, a ternura...

Morrer e depois disso ser alguém?
Um velho paradoxo se repete,
Melhor seria ter outro caminho,

Mas quando a tarde cai e a noite vem,
O dedo no teclado pinta o sete,
E volta sem pensar ao mesmo ninho..

- DORMÊNCIA...
Dormência...

É esse amortecer que é tão sentido
e evoca um fim pra cada dor que é fato
o arauto, o sinal claro: estou perdido!
E eis que percebo a falta até do tato...

Aninho em mim mesmo o que era tido
aquém do ouvir sereno e assaz recato
e não escuto o som há muito ouvido!
É certo que na boca o antes regato

achou de ficar seco e eu vi-me junto
ao ponto cego do existir oculto
e o cheiro já nem sinto, é dissipado,

é fato consumado, é fim de assunto;
agora me procuro e nem qual vulto
encontro a mim mesmo, estou velado.

Ronaldo Rhusso

Nos ermos de meu ser busco encontrar
Em meio a meus escombros a verdade,
Percorro descaminhos, realidade,
E nada está de fato em seu lugar...

Na sôfrega batalha para achar
Algum sinal com tal sinceridade
Afastando afinal a obscuridade
Aonde eu possa enfim me desnudar,

Percebo neste espelho que me trazes,
Os olhos embaçados, mas audazes
Da fera envelhecida e já sem dentes.

Mas que inda crê na força de outras eras,
No inverno vou buscando primaveras,
Velando a minha imagem entrementes...

Marcos Loures

A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso


Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!

Marcos Loures


Essa louca dormência nos sentidos
vem, e desperta a dúvida latente!
Vem tornando o viver tão mais plangente...
Pensamentos comuns são invadidos

e me lembram das dores de outros idos
que tornaram-me a vida diferente...
Hei me dado ao sofrer e é permanente
lamentar e ter medos combatidos.

A vida é prima-irmã da Dona morte.
Uma pára e outra leva, toca em frente!
De repente entendi que continua

e atua esperando o Rei que é forte
é suporte pro ente, felizmente,
e virá reluzente mais que a lua!

Ronaldo Rhusso

A Morte nos desnuda por inteiro
Inevitável ponto de partida,
Quem sabe, de chegada, companheiro,
Haverá decerto nova vida?

Só sei que sempre mostra a dolorida
Face do viver, que é tão ligeiro,
Porém como uma meta a ser cumprida,
Momento da existência, o derradeiro.

Aprendo a cada novo amanhecer
A crer que esta alegria de viver,
É tudo o que desejo e que me resta,

As dores ensinando, dia a dia,
Maturidade sempre propicia,
Ensinando a encarar a hora funesta...

Marcos Loures


Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso


O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

Marcos Loures


Eu acredito que essa é a nova vida:
Permanecer em cada verso lindo!
Eternizar-se em obras, nessa lida,
aproveitando o Dom, pois que é infindo!

Posteridade tem quem solta a brida
anunciando a dor, porém sorrindo
enquanto o Mal não ache uma acolhida;
enquanto o amor entenda que é bem vindo!

O corpo morre e fica em vil dormência;
os Cromossomos juntam-se à terra;
memória não tem mais, nem recompensa...

Um dia alguém que sofre de demência
descobre textos... Pronto! A morte encerra!
Outro imortal renasce... Mas compensa?

Ronaldo Rhusso

Talvez seja melhor ficar calado,
O tempo remedia, mas não cura,
Se o pensamento voa, sendo alado,
Algum belo remanso ele procura,

Da luta, eu te garanto, estou cansado,
Porém nossa batalha inda perdura,
Viver a poesia, amargo Fado,
Às vezes com espinhos, a ternura...

Morrer e depois disso ser alguém?
Um velho paradoxo se repete,
Melhor seria ter outro caminho,

Mas quando a tarde cai e a noite vem,
O dedo no teclado pinta o sete,
E volta sem pensar ao mesmo ninho...

Marcos Loures

Razão tu tens, irmão, poeta e amigo!
Então deslizo e falo de outra vida
Em céu, em Terra Nova prometida!
A mim costuma ser o que eu persigo...

Viver, morrer, aqui é um perigo!
E eu sei, também a ti, ELE convida
A ir pr’esse lugar que é sem medida.
Ah! Creias, tou falando de um abrigo!

Eu sei que ELE virá porque já veio.
Repare no comer da multidão!
Tilintam sinos dessa falsa fé,

Mas Cristo, eu sei, te quer doar um seio
Além do que o pulsar do coração.
Ta bom! Sou sonhador, mas isso é fé!

Ronaldo Rhusso


Nós temos a esperança feita em fé
De um tempo bem mais calmo e mais suave,
Após nossa viagem, noutra nave
Que faça este percurso; aonde? Até?

Mas quando a noite chega e traz vazios,
Mergulho num abismo sem respostas,
E mesmo que ainda crie, firmes crostas,
Às vezes dolorosos arrepios...

Eu creio, nunca nego, em Cristo Deus,
E faço desta crença uma bandeira,
Dizer sempre até logo e nunca adeus,

Marcando desde sempre pela dor,
Amiga tão voraz e costumeira,
Parceira de oração e de louvor...

Marcos Loures

Eu conheço um segredo pra dormência;
pras horas onde as sombras atormentam...
É fácil! Só há perda aos que não tentam.
Cuidar de alguém melhora a permanência

ao lado do Senhor e a paciência
se torna gotas que aos poucos sustentam
e cobrem densas noites, alimentam...
O enfado passa a vir sem a frequência

de modo que outras cores enxergamos.
Cuidar dos que estão próximos é fácil;
Missão é carregar gente que está

melhor que nós e assim fortificamos
a mente que costuma ser retrátil,
mas será transformada: Ele virá!

Ronaldo Rhusso

Carregando este amor que fortalece
E traz uma esperança interminável,
Por mais que o solo seja farto, arável,
Uma alma sem destino, em vão fenece;

Fazendo de um soneto, quase prece,
Um mundo que imagino mais amável
Humanidade sendo palatável,
Às normas do Divino, alma obedece

Fraternidade sólida esperança,
A fera mais voraz, o amor amansa
Quem vive esta certeza sabe bem,

Somente esta alegria tem valor,
Um novo amanhecer, a se propor,
Perpassa este horizonte e segue além...

Marcos Loures


Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?

É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!

É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores

com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!

Ronaldo Rhusso

A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,

Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre

E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.

E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...

Marcos Loures

Divino e prazeroso, ó mestre amigo!
Às vezes té me esqueço dos terrores
que assaltam-me em forma de vis dores
e roubam-me essa paz, é o que eu lhe digo!

Então me zango e escrevo o que eu consigo
em forma fixa ou como os amadores.
O fato é que me vêm, em multicores,
palavras que me são perfeito abrigo!

A graça é que podemos recriar
um mundo diferente qual encarte
e o feio com firmeza por de parte.

Não é maravilhoso e até sem par
o dom que possuímos de rimar
a dor co'ardor e o amor co'a cor da arte?

Ronaldo Rhusso


O dom de ser poeta, uma magia
Que jamais desprezei e que sustenta
Durante a tempestade; uma alma assenta
E bebe do prazer e da agonia.

Vencer o dissabor do dia a dia,
Por mais que a vida seja violenta,
A noite em poesia nos alenta,
Como se fosse então uma alquimia.

Pedra filosofal que lapidamos,
Escravos das palavras? Somos amos,
E ramos destes velhos arvoredos

Que escassos, mas garanto valiosos,
Os versos que fazemos; orgulhosos,
Desvendam da existência seus segredos...

Marcos Loures


Amigos das palavras temos sido;
Senhores de nós mesmos e dos versos.
O dom que praticamos tem movido
Milhares de espíritos dispersos

A despertarem desse combalido
Estado lamentável que, ora imersos,
Sufoca cada anseio que era tido
Como uma solução pros mais diversos

Dilemas da existência em vil dormência,
Estado em que se encontra a maioria
Sem virtudes, sem justa paciência;

Sem gana pra viver em harmonia
C’o bem comum, com ordem, com decência;
Consigo mesmo e com a fantasia.

Ronaldo Rhusso


Possamos espalhar aos quatro ventos
O som da poesia que nos toca,
O rio que em tal mar se desemboca
Carrega junto a si, os sentimentos,

Poeta faz das dores, seus alentos,
O amor em fantasia ali se aloca,
Agigantando sempre cada roca
Tornada continente, pensamentos...

Que possa ser assim durante a vida,
Eternos companheiros da alegria,
E imersos em fantasmas que criamos,

E quando chegar nossa despedida,
Vivemos o que o sonho nos pedia,
Que a liberdade nega escravos e amos...

Marcos Loures


Espero que esssa tal de despedida
demore a Eternidade para vir
e que tenhamos sempre e sem medida
muita alegria antes do partir.

Enquanto isso vou gozar a vida
a fim de me esquivar do despedir;
compor, honrar essa'rte sem a brida
a qual me tolhe e esforço-me a delir.

Viver os sonhos traz a paz que é dom,
é dádiva importante e eu quero é mais!
Sorver da liberdade satisfaz.

Eu posso até do encanto ouvir o som!
Mas quem da poesia dá o tom
sou eu, és tu que és mestre, és mui capaz!


Ronaldo Rhusso


Respirando este ar puro em que respiras
Os sonhos que trazemos; parceria,
A dádiva divina é maestria,
E acende da esperança tantas piras,

Enquanto poesia tu transpiras,
O velho trovador, pouco queria,
Somente algum resíduo de alegria,
Mudando pra melhor terríveis miras,

Almejo estar contigo nesta glória
Aonde a gente escreve nossa história
Marcada com a dor, com esperança

Arejas com teu riso o sofrimento,
E tendo Nosso Deus, alívio e alento,
Um claro amanhecer, a vida alcança.

Marcos Loures


Que bom pode dizer do teu valor!
Compartilhar de versos que enriquecem
e que aos corações, decerto, aquecem
tornando espinhos maus em bela flor!

Sofrer faz parte e até vejo na dor
algum motivo além e os que padecem
aos poucos se apercebem, então crescem
e dão valor à vida e ao dom do amor!

Talvez a privação do paladar
prepare o ser humano pra deixar
aquilo que não vai ter lá no céu.

Eu vejo a privação da liberdade
motivo pra buscar sobriedade
e ver na Eternidade doce mel!

Ronaldo Rhusso

Assim como ao poeta se permite
O ter em suas mãos, clareza rara,
O verso que também apóia e ampara,
Esconde das tristezas, seu limite,

Por mais que na verdade eu acredite,
A bela fantasia me é tão cara,
E quando a voz da vida em vão dispara,
Retorno o meu olhar, busco Afrodite.

Não deixaremos nunca que se apague
O brilho que somente a Musa traz,
Vivendo a plenitude e sendo audaz,

Não vejo quem polua ou mesmo estrague
As mãos do que burila tal argila,
E o sonho entre seus versos já desfila...


- DORMÊNCIA...
Dormência...

É esse amortecer que é tão sentido
e evoca um fim pra cada dor que é fato
o arauto, o sinal claro: estou perdido!
E eis que percebo a falta até do tato...

Aninho em mim mesmo o que era tido
aquém do ouvir sereno e assaz recato
e não escuto o som há muito ouvido!
É certo que na boca o antes regato

achou de ficar seco e eu vi-me junto
ao ponto cego do existir oculto
e o cheiro já nem sinto, é dissipado,

é fato consumado, é fim de assunto;
agora me procuro e nem qual vulto
encontro a mim mesmo, estou velado.

Ronaldo Rhusso

Nos ermos de meu ser busco encontrar
Em meio a meus escombros a verdade,
Percorro descaminhos, realidade,
E nada está de fato em seu lugar...

Na sôfrega batalha para achar
Algum sinal com tal sinceridade
Afastando afinal a obscuridade
Aonde eu possa enfim me desnudar,

Percebo neste espelho que me trazes,
Os olhos embaçados, mas audazes
Da fera envelhecida e já sem dentes.

Mas que inda crê na força de outras eras,
No inverno vou buscando primaveras,
Velando a minha imagem entrementes...

Marcos Loures

A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso


Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!

Marcos Loures


Essa louca dormência nos sentidos
vem, e desperta a dúvida latente!
Vem tornando o viver tão mais plangente...
Pensamentos comuns são invadidos

e me lembram das dores de outros idos
que tornaram-me a vida diferente...
Hei me dado ao sofrer e é permanente
lamentar e ter medos combatidos.

A vida é prima-irmã da Dona morte.
Uma pára e outra leva, toca em frente!
De repente entendi que continua

e atua esperando o Rei que é forte
é suporte pro ente, felizmente,
e virá reluzente mais que a lua!

Ronaldo Rhusso

A Morte nos desnuda por inteiro
Inevitável ponto de partida,
Quem sabe, de chegada, companheiro,
Haverá decerto nova vida?

Só sei que sempre mostra a dolorida
Face do viver, que é tão ligeiro,
Porém como uma meta a ser cumprida,
Momento da existência, o derradeiro.

Aprendo a cada novo amanhecer
A crer que esta alegria de viver,
É tudo o que desejo e que me resta,

As dores ensinando, dia a dia,
Maturidade sempre propicia,
Ensinando a encarar a hora funesta...

Marcos Loures


Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.

A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!

Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho

e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.

Ronaldo Rhusso


O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.

A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...

Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.

A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...

Marcos Loures


Eu acredito que essa é a nova vida:
Permanecer em cada verso lindo!
Eternizar-se em obras, nessa lida,
aproveitando o Dom, pois que é infindo!

Posteridade tem quem solta a brida
anunciando a dor, porém sorrindo
enquanto o Mal não ache uma acolhida;
enquanto o amor entenda que é bem vindo!

O corpo morre e fica em vil dormência;
os Cromossomos juntam-se à terra;
memória não tem mais, nem recompensa...

Um dia alguém que sofre de demência
descobre textos... Pronto! A morte encerra!
Outro imortal renasce... Mas compensa?

Ronaldo Rhusso

Talvez seja melhor ficar calado,
O tempo remedia, mas não cura,
Se o pensamento voa, sendo alado,
Algum belo remanso ele procura,

Da luta, eu te garanto, estou cansado,
Porém nossa batalha inda perdura,
Viver a poesia, amargo Fado,
Às vezes com espinhos, a ternura...

Morrer e depois disso ser alguém?
Um velho paradoxo se repete,
Melhor seria ter outro caminho,

Mas quando a tarde cai e a noite vem,
O dedo no teclado pinta o sete,
E volta sem pensar ao mesmo ninho...

Marcos Loures

Razão tu tens, irmão, poeta e amigo!
Então deslizo e falo de outra vida
Em céu, em Terra Nova prometida!
A mim costuma ser o que eu persigo...

Viver, morrer, aqui é um perigo!
E eu sei, também a ti, ELE convida
A ir pr’esse lugar que é sem medida.
Ah! Creias, tou falando de um abrigo!

Eu sei que ELE virá porque já veio.
Repare no comer da multidão!
Tilintam sinos dessa falsa fé,

Mas Cristo, eu sei, te quer doar um seio
Além do que o pulsar do coração.
Ta bom! Sou sonhador, mas isso é fé!

Ronaldo Rhusso


Nós temos a esperança feita em fé
De um tempo bem mais calmo e mais suave,
Após nossa viagem, noutra nave
Que faça este percurso; aonde? Até?

Mas quando a noite chega e traz vazios,
Mergulho num abismo sem respostas,
E mesmo que ainda crie, firmes crostas,
Às vezes dolorosos arrepios...

Eu creio, nunca nego, em Cristo Deus,
E faço desta crença uma bandeira,
Dizer sempre até logo e nunca adeus,

Marcando desde sempre pela dor,
Amiga tão voraz e costumeira,
Parceira de oração e de louvor...

Marcos Loures

Eu conheço um segredo pra dormência;
pras horas onde as sombras atormentam...
É fácil! Só há perda aos que não tentam.
Cuidar de alguém melhora a permanência

ao lado do Senhor e a paciência
se torna gotas que aos poucos sustentam
e cobrem densas noites, alimentam...
O enfado passa a vir sem a frequência

de modo que outras cores enxergamos.
Cuidar dos que estão próximos é fácil;
Missão é carregar gente que está

melhor que nós e assim fortificamos
a mente que costuma ser retrátil,
mas será transformada: Ele virá!

Ronaldo Rhusso

Carregando este amor que fortalece
E traz uma esperança interminável,
Por mais que o solo seja farto, arável,
Uma alma sem destino, em vão fenece;

Fazendo de um soneto, quase prece,
Um mundo que imagino mais amável
Humanidade sendo palatável,
Às normas do Divino, alma obedece

Fraternidade sólida esperança,
A fera mais voraz, o amor amansa
Quem vive esta certeza sabe bem,

Somente esta alegria tem valor,
Um novo amanhecer, a se propor,
Perpassa este horizonte e segue além...

Marcos Loures


Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?

É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!

É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores

com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!

Ronaldo Rhusso

A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,

Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre

E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.

E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...

Marcos Loures

Divino e prazeroso, ó mestre amigo!
Às vezes té me esqueço dos terrores
que assaltam-me em forma de vis dores
e roubam-me essa paz, é o que eu lhe digo!

Então me zango e escrevo o que eu consigo
em forma fixa ou como os amadores.
O fato é que me vêm, em multicores,
palavras que me são perfeito abrigo!

A graça é que podemos recriar
um mundo diferente qual encarte
e o feio com firmeza por de parte.

Não é maravilhoso e até sem par
o dom que possuímos de rimar
a dor co'ardor e o amor co'a cor da arte?

Ronaldo Rhusso


O dom de ser poeta, uma magia
Que jamais desprezei e que sustenta
Durante a tempestade; uma alma assenta
E bebe do prazer e da agonia.

Vencer o dissabor do dia a dia,
Por mais que a vida seja violenta,
A noite em poesia nos alenta,
Como se fosse então uma alquimia.

Pedra filosofal que lapidamos,
Escravos das palavras? Somos amos,
E ramos destes velhos arvoredos

Que escassos, mas garanto valiosos,
Os versos que fazemos; orgulhosos,
Desvendam da existência seus segredos...

Marcos Loures


Amigos das palavras temos sido;
Senhores de nós mesmos e dos versos.
O dom que praticamos tem movido
Milhares de espíritos dispersos

A despertarem desse combalido
Estado lamentável que, ora imersos,
Sufoca cada anseio que era tido
Como uma solução pros mais diversos

Dilemas da existência em vil dormência,
Estado em que se encontra a maioria
Sem virtudes, sem justa paciência;

Sem gana pra viver em harmonia
C’o bem comum, com ordem, com decência;
Consigo mesmo e com a fantasia.

Ronaldo Rhusso


Possamos espalhar aos quatro ventos
O som da poesia que nos toca,
O rio que em tal mar se desemboca
Carrega junto a si, os sentimentos,

Poeta faz das dores, seus alentos,
O amor em fantasia ali se aloca,
Agigantando sempre cada roca
Tornada continente, pensamentos...

Que possa ser assim durante a vida,
Eternos companheiros da alegria,
E imersos em fantasmas que criamos,

E quando chegar nossa despedida,
Vivemos o que o sonho nos pedia,
Que a liberdade nega escravos e amos...

Marcos Loures


Espero que esssa tal de despedida
demore a Eternidade para vir
e que tenhamos sempre e sem medida
muita alegria antes do partir.

Enquanto isso vou gozar a vida
a fim de me esquivar do despedir;
compor, honrar essa'rte sem a brida
a qual me tolhe e esforço-me a delir.

Viver os sonhos traz a paz que é dom,
é dádiva importante e eu quero é mais!
Sorver da liberdade satisfaz.

Eu posso até do encanto ouvir o som!
Mas quem da poesia dá o tom
sou eu, és tu que és mestre, és mui capaz!


Ronaldo Rhusso


Respirando este ar puro em que respiras
Os sonhos que trazemos; parceria,
A dádiva divina é maestria,
E acende da esperança tantas piras,

Enquanto poesia tu transpiras,
O velho trovador, pouco queria,
Somente algum resíduo de alegria,
Mudando pra melhor terríveis miras,

Almejo estar contigo nesta glória
Aonde a gente escreve nossa história
Marcada com a dor, com esperança

Arejas com teu riso o sofrimento,
E tendo Nosso Deus, alívio e alento,
Um claro amanhecer, a vida alcança.

Marcos Loures


Que bom pode dizer do teu valor!
Compartilhar de versos que enriquecem
e que aos corações, decerto, aquecem
tornando espinhos maus em bela flor!

Sofrer faz parte e até vejo na dor
algum motivo além e os que padecem
aos poucos se apercebem, então crescem
e dão valor à vida e ao dom do amor!

Talvez a privação do paladar
prepare o ser humano pra deixar
aquilo que não vai ter lá no céu.

Eu vejo a privação da liberdade
motivo pra buscar sobriedade
e ver na Eternidade doce mel!

Ronaldo Rhusso

Assim como ao poeta se permite
O ter em suas mãos, clareza rara,
O verso que também apóia e ampara,
Esconde das tristezas, seu limite,

Por mais que na verdade eu acredite,
A bela fantasia me é tão cara,
E quando a voz da vida em vão dispara,
Retorno o meu olhar, busco Afrodite.

Não deixaremos nunca que se apague
O brilho que somente a Musa traz,
Vivendo a plenitude e sendo audaz,

Não vejo quem polua ou mesmo estrague
As mãos do que burila tal argila,
E o sonho entre seus versos já desfila...

Marcos Loures


A Musa inspira, é fato, isso eu não nego.
Carrego essa certeza e busco a minha...
Eu tinha o privilégio, mas fui pego
qual cego até perder minha rainha...

Definha em mim a alma e não sossego;
entrego-me à jornada e sigo a linha
que é vinha a ser cuidada e a ela eu rego.
Sonego a calma e vem-me um frio na espinha...

Sozinha a fantasia é pouca monta.
Desmonta até vontade de viver.
Meu ser nem teme mais o vil sofrer.

Dizer que a vida é bela e não dar conta
afronta claramente o sonho antigo?
Persigo uma resposta. A tens, amigo?


Ronaldo Rhusso


Só sei que não sabendo quase nada,
Além do que me toca o coração,
Instinto bem maior que a razão,
A vida em loteria transformada,

Um'alma, muitas vezes malfadada,
Que encontra nos seus ermos, solução,
Sabendo que somente amor, perdão,
Garantem a viagem sossegada,

Espero pela chuva com o olhar
De quem sabe: ela irá fertilizar
Crisálidas da terra: grãos, sementes

E assim se refazendo a cada dia,
A vida nos permite a poesia,
Tramando a realidade que ora mentes...

Marcos Loures

É nesse refazer com paciência
que temos o antídoto ansiado
pra desfazer o estado da dormência
algoz que contra nós tem festejado.

Talvez temos mostrado a complacência
com cada inimigo e não amado
aquele que se esconde em vil dolência
atrás de cada verso elaborado.

Perdão tem dupla mão e é tão bonito!
E torna essa viagem mais segura.
Mas reconheço que só alma pura

deixa a realidade e vira mito.
Por mim se a morte vem eu solto um grito
e digo: vá de retro, ô bicha escura!

Ronaldo Rhusso


Cantemos, pois à vida, companheiro,
E mesmo que sofrida, é tudo o que
Existe de concreto e o tempo inteiro
Navego em suas ondas, sem cadê?

Não posso sonegar o verdadeiro
Caminho pelo qual em Deus se crê,
Do parto até a partida, mensageiro
Da paz que sabe bem o que se vê.

Não creio nos demônios, nem os temo,
Distante de meus sonhos, vejo o Demo
Mefisto não passando de ilusão,

Porém no amor divino, num mergulho,
Eu bebo destas águas e me orgulho,
De ser a cada dia mais cristão...

Marcos Loures

Um canto para a vida é boa ideia!
Festejo o refestelo do meu ser
que pronto pra não ver em panaceia
resposta para não envelhecer

prefere entrar em anos pois a estreia
almeja que se possa esquecer.
Ser jovem é mexer numa colmeia
e nunca preocupar-se em correr.

Espíritos do mal até que existem;
eu trombo com alguns no dia a dia.
São eles os que ao belo resistem

e tiram desse mundo a fantasia.
Dormência têm na mente, mas persistem
até roubarem cores da alegria.

Ronaldo Rhusso


Não deixe que estes tolos, vãos bufões
Dominem esta cena, meras brisas,
Poeta feito em luz; protagonizas,
Tocando com leveza os corações...

Acaso existem forças, turbilhões
Que apenas com teus versos suavizas,
E quando noutras cores tu matizas
As nuvens buscam outras direções.

Escreves com beleza e com cadência,
E enfrentas com denodo tal dormência
Vencendo esta batalha dia a dia,

Louvando o bem maior com maestria,
E com tanto talento, a poesia
Reclama e sente logo tua ausência...

Marcos Loures


A poesia age com brandura;
ela é mulher gentil e nos quer bem.
A vejo como um bálsamo, uma cura,
alívio mui mais rápido que um trem

do tipo que é expresso e da lonjura
faz estreito caminho e faz tão bem!
Ela é parceira hábil e assegura
a nós que lemos tudo o que convém

direito de sorver em teus sonetos
a mensagem mais pura e confortante;
abrir de alma explêndida e tonante!

Contigo é fácil crer em bons duetos
andar em letras por Jardins e Guetos,
pois teu talento é fato assaz marcante!

Ronaldo Rhusso


Amigo, com certeza tu me dás
Esta oportunidade rara e benfazeja
De ter em cada verso, o que deseja
Quem vive uma esperança feita em paz.

Às vezes delicado ou mesmo audaz,
Um trágico poema que lateja,
Sorriso de criança, alma almeja,
Mas nada se compara e satisfaz

A quem faz do soneto, grito e voz,
Do que esta companhia que me fazes
Em versos muitas vezes mais vorazes,

Sabendo ser comum a nossa foz,
Descendo as corredeiras com bravura,
No canto em que espalhamos a cultura...


- DUETOS DE AMOR 001 - NESTA ÁGUA EM QUE MERGULHO
Mergulho
nestas águas
de Amor
pra conseguir
o teu calor ...
(ivi)

Nesta água em que mergulho, tropical,
Percebo uma chegada que me encanta,
A sede de te amar se mostra tanta
Paixão se transformando em temporal...

Olhando para as flores no quintal,
Beleza sensual, imagem santa,
E quando a tarde chega e o sol levanta,
Quarando uma esperança no varal,

Eu faço mais um verso e nele ponho
Aquela que se fez bem mais que sonho,
A realização de um bom desejo.

Aqueça-me deveras, pois, inverno,
O teu carinho sendo quente e terno,
É tudo o que mais quero, o que eu almejo...


- DUETOS DE AMOR 002 Cantar o amor
E vivo cantando,
amando a vida,
amando a ti ...
(ivi)


Cantar sempre faz bem ao coração,
Desabafar assim, o sentimento,
E quando estou envolto por paixão,
Eu canto esta alegria, este tormento.

Amar é ter um peso em cada mão,
Pendendo para o riso ou sofrimento,
Num pêndulo repleto de ilusão,
Não larga mais o pobre pensamento...

Viver pensando em ti; é o que me resta,
A porta semi aberta, deixa a fresta
E o vento de um amor logo aproveita...

E a gente sem defesas, fica entregue,
Por mais que uma razão, tal fato negue,
Cupido, o deus moleque, se deleita...


- DUETOS DE AMOR 003 UM AMOR REPENTINO

A luz ofusca, o luar encanta;
Nunca é tarde, nem basta de fantasia,
É ela que colore a vida;
Veja o arco iris que se forma no horizonte,
Ele anuncia que o amor renasce em cada arrebol ,
Assim seguimos guiados por esse farol...

Regina Costa

Um repentino amor em tarde clara,
Depois da tempestade e ventania,
Intensidade máxima declara
A fonte luminosa que irradia

A luz que eu procurei; tão bela e rara,
Ouvindo a mais suave melodia,
Enquanto uma esperança renascia,
Encontro esta bonança que me ampara.

Restando tão somente me entregar
Aos raios poderosos de um luar,
Tocado pelo incêndio da paixão.

Repare nesta Aurora que vem vindo
O céu se apresentando assim tão lindo
Dourando com prazer nossa emoção.


- DUETOS DE AMOR 004 AMOR PRESENTE
Cantiga de vida,
Amor presente,
quando tu
ficas ...

IVI

Ouvindo da esperança esta cantiga
Que toca mais profundo, o coração,
Nas asas sempre abertas da emoção,
Ternura que eu buscara, tão amiga.

A sorte de sonhar que nos bendiga,
Forrando com beleza nosso chão,
Olhando o teu reflexo na amplidão,
Inebriante luz que nos abriga.

Vieste transformar os meus quereres,
Tu és dentre os trilhões, são tantos seres,
Aquele que é perfeito em plenitude,

Amar-te, pois então é conseqüência,
E falo deste amor com eloqüência,
É fonte de prazer e de saúde...

- DESAFIO
Na cama do teu quarto ou no motel,
Lunático amor vai ás alturas,
Fazendo dos desejos, fogaréu,
Esqueces tuas crenças e tuas juras.

E vejo teu desejo já sem véu
Explodo em emoção que é tão voraz,
As línguas saboreiam nosso mel
Tranquilas sensações de amor e paz.

Lambendo teu suor, este licor,
Deslizo em teu corpo na viajem
Que alcança altos níveis de torpor.

Desnudos nossos corpos em explosão
Qual solo do sertão em estiagem
Feito fogo e gasolina em junção...

Josérobertopalácio

Embarco neste nosso desafio,
E teimo em descobrir novas saídas,
Juntando o que é melhor em nossas vidas,
Deixando uma tristeza por um fio.

Descendo calmamente pelo rio
Encruzilhadas, sempre divididas,
As mãos serão mais fortes quando unidas,
Por isso meu cantar contigo, alio.

Beijando a boca rubra carmesim,
É como conhecer belo jardim,
E ter o Paraíso bem por perto.

No amor que me domina e me fascina,
O corpo delicado da menina,
Mantém meu coração sempre desperto...

- DESEJOS 23128
Desejo tua pele em minha pele
Anseios e delírios se tocando
Desnuda a bela deusa provocando
À louca fantasia me compele.

Teus seios em meus lábios, fogo intenso
Desbravo os teus caminhos mais sutis
E sou por tais instantes; tão feliz
Carícias entre sedas; quando penso

Nas várias emoções que tu me dás
O gozo alucinante; em loucas sendas
E quando os meus desejos tu desvendas
Numa explosão final imensa paz.

Assim fulgura a estrela que ansiada
Deixando a noite sempre enluarada...

- DESEJOS E DELÍRIOS
Vem,
me faz plena,
fêmea,
mulher desejada ...
(ivi)

És linda e em tua chama quero o arder
Divino que deveras saboreio,
Tocando com meus lábios cada seio,
Incêndio anunciado em tal prazer

Que nada nesta vida irá conter,
Sequer alguma forma de receio,
Se a cada instante quero e mais anseio,
Sentindo a nossa pele já ferver,

A fêmea desejada, agora plena
Delírio sem igual; promete e acena,
Invado insanamente cada ponto,

Fronteiras? Desconheço e sigo em frente,
No gozo que se entorna, corpo e mente,
Até que nos teus braços; durma. Tonto...


- DESEJOS
Unindo o nosso umbigo então prossigo
Aos beijos mais ardentes, mãos ansiosas
Passeando pelas trilhas, teu sorriso
Maliciosamente enquanto gozas...

Ao frenesí do amor, sentir-te em mim
Luxúria que nos leva ao rito ardente
No ápice, embriaguez do gim
Depois, unção do bem que nos assente...


SERENA

Desejo o teu desejo simplesmente
Vibrante e sensual, doce delícia,
A cada novo toque, com malícia,
A noite se tornando mais ardente,

E tudo se transforma de repente,
Dilúvio de prazeres, sem notícia,
Aumenta a cada beijo, outra carícia,
Na intensa maravilha que se sente.

Invado os teus caminhos encharcados,
Delírios por loucuras provocados,
Atiças, transparente, meus anseios.

Depois, adormecido nos teus braços,
Estreito com carinho nossos laços,
Minha cabeça pousa entre teus seios...

- DESENGANOS
Pedindo uma licença e prosseguir,
Adentro labirintos, desenganos,
Nem mesmo o ensinamento dos decanos
Garante que inda possa conseguir...

Quem dera em minhas mãos, o meu porvir,
Assim calcularia bem meus planos,
Meus erros tão comuns, simples, humanos,
Não me deixam por vezes reagir.

Celebro então à vida e me embriago,
Vendo a realidade em cada trago,
No gosto da aguardente, a solução.

Serpenteando sonhos e vazios,
Alheio aos mais complexos desafios,
Pressinto por resposta o mesmo não.



- DESILUDIDO
Dizer-lhes: bravo! Pensamentos sem sentido,
Vasculho meus caminhos e não tendo
Sequer onde pousar, sigo vivendo,
Embora sem razão, em vão, perdido...

No quanto ainda resto; não duvido
Que o verso mais audaz; inda pretendo,
As mãos em pura súplica eu estendo,
Mas sei que no final, serei vencido.

Erguendo o meu olhar, busco o vazio,
Aonde imaginara algum estio,
Apenas este inverno que não cessa.

Mal pude acreditar quando dizias
Da morte das antigas fantasias,
Somente algum espectro de promessa...


- DESILUSÃO
Driblando os meus fantasmas, sigo à toa,
Refém dos desenganos e mentiras.
O coração recende a pão e broa,
Do quanto quis amor, sobraram tiras.

E quando ao longe, o mar, canções entoa,
Flutua o pensamento e nele giras,
A vida que eu sonhei, quisera boa,
Sem medos ou rancores, velhas iras

Acaso se viesses me verias
Desnudo de esperanças e alegrias
Ferrenho lutador perdendo o rumo.

Mereço alguma chance? Ledo engano,
Do quanto quis viver, inda me ufano,
Da morte da ilusão, eu bebo o sumo...


*Desnudando a Paisagem*
*Desnudando a Paisagem*

Desnudo-me neste momento tarde
Procuro na paisagem tua imagem
Vejo bem na tela como miragem
Teus versos comoventes sem retarde

Passando a vista pelo bosque verde
Costuro nos meus sonhos a mensagem
E derramando o olhar sobre a aragem
A brisa continua calma e auriverde

Sem procela o mar caminha calmo
O mote vai seguindo com saudade
E chega a ti com luz e claridade

Sem pressa vem à noite pernoitando
Pousando na cidade dos amantes
E nós aqui sem causa poetando

Sogueira


A luz em seus matizes mais diversos
Propaga-se entre as trevas num mosaico.
Estrelas multicores, universos
Renovam este mundo velho, arcaico.

Ouvindo a voz do vento que nos chama,
Convites para um vôo inesquecível,
O amor minimizando dor e drama,
Pressente este amanhã quase intangível.

Recebo tais fluidos de esperança
E verso sobre o quanto inda pretendo,
A força da emoção, rara pujança,
Segredos e mistérios; já desvendo.

Alheio ao que julgara inalcançável,
A vida se tornando mais potável...


-*Desse Teu Mar*/
*Desse Teu Mar*/

Eram teus rios/
Em corredeiras das mãos/
Corpo e alma, conjunção./
Eram afluentes/
Em esverdeados olhares/
Minérios gravitavam espetaculares./
Eram teus líquidos/
Entre tua rigidez/
E a minha maciez./
Toques de eterno fluíam/
E incontidos liquefeitos/
Os versos na derme/
Represados em reversos/
Transmutaram-se dolentes/
Invadiram-me contentes./
Instante mutante, sinto-te aqui/
Como um mar jade passional/
Espumas de nós, carícias de sal. /
Karinna*/

Entranham-me teus mares azulados,
Salgando cada parte de minha alma,
Os sonhos tantas vezes mareados,
O vento toca a praia e já me acalma...

Mutantes sensações, frio e calor,
Dourando a minha pele o sol imenso,
Irradiando sobre nós, profano amor
Gigante como mar, profundo, imenso.

Tocado pela espuma, mansa areia,
Desnuda-se divina criatura,
A voz inebriante da sereia,
Imagem de delírios, de loucura...

Tomado por total sensualidade,
Do amor bebo a fatal felicidade...


- DEUS É UM CARA GOZADOR
Jogado nalgum canto, num bueiro,
Sarjetas eu conheço já de cor,
O resto que sobrou do teu cinzeiro,
Eu, na verdade sei que sou pior.

Nascido no Brasil; já dei azar,
Pudesse pelo menos por capricho,
O Pai Divino me depositar
Noutro lugar que não fosse esse lixo.

Teimoso como todo cidadão
Um terceiro mundista não se cansa,
Quem cala não diz sim e nem diz não
Andando devagar nada se alcança.

Mas vou metendo assim, o meu focinho,
Sabendo: no final morro sozinho...


- DEUS
Carbônica estrutura em harmonia
A vida se refaz da própria morte,
E traz por solução um novo aporte
Que é sempre renovada a cada dia.

A tosca humanidade concebia
O acaso como fonte, rumo e norte,
Sem perceber eterno cada corte
Que a nossa consciência desafia.

Seria por acaso esta existência?
Tolice e prepotência tão somente,
É necessário ter a consciência

Ciência do improvável puro acaso.
O refazer se faz numa semente,
Gerada e geratriz dentro de um prazo...


- DEUSA
Satânica presença desvirtua
O antigo caminhar ingênuo e franco,
A serpe se despindo e bela, nua,
Tornando o pensamento frágil, manco.

Tentando controlar as emoções,
Tolice, pois humano sou falível,
Quem há de resistir às tentações
Final vai se tornando previsível.

Sou vítima de toda esta magia
Que trazes no molejo dos quadris,
Quisera ter poder, resistiria,
Mas mesmo obediente sou feliz,

A deusa rara sílfide esta ninfa,
Senhora e dos anseios paraninfa...

*Dia do Poeta*
*Dia do Poeta*
20 de outubro

Quando a pena rabisca no papel
Uma grafia que a mente dedica
Aos céus o olhar implora, suplica
O coração flutua como num batel

Encontra-se o poeta de sonhos mil
Cria com verdades e enganos tantos
Que chega a pensar que nos seus cantos
A miragem instala-se como um ardil

Para acalentar seus mudos anseios
Que nas páginas como mortas- vivas
Grita toda essência, sangues, seivas
Mesmo preso em seus devaneios

O poeta é o ator, escultor, do amor
Sem ele o poema morreria de dor

*****

Ao meu poeta maior
Marcos loures

muito obrigado minha querida amiga SONGUEIRA
abraços fraternos marcos

- DIGO AMOR
Minuciosamente em cada verso
Eu ergo os meus troféus; lágrima e dor.
O quanto que vaguei pelo universo
Buscando simplesmente recompor

O mundo que ora vejo assim disperso,
Nas mãos de um solitário sonhador,
Por mais que o tempo seja vão, perverso,
Imerso nos teus braços, digo amor...

Mas de repente sou apenas frágil,
Por onde no passado me fiz ágil,
Tropeço nas escadas que criei...

Partindo cada vaso, destroçado,
Soneto que disforme, está calado,
Procuro algum descanso em outra grei...


- DITAMES DO AMOR
Desfilas sensual pelas calçadas,
A pele bronzeada, o olhar distante.
Quisera ser amigo e ser amante,
Atravessar contigo as madrugadas...

Porém as minhas pernas tão cansadas,
O quanto destruído, delirante,
E calo minha boca ao mesmo instante,
Palavras sem sentido, mais ousadas.

Agrisalhados, vejo os meus cabelos,
As rugas no meu rosto dizem tudo,
Os corpos tão divinos, é bom vê-los

No intenso desfilar por essas ruas,
Mas sabiamente calo e não me iludo,
Verdades tão diretas, nuas, cruas...

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