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Saturday, December 4, 2010

- FALAR DE AMOR...
Amar e ter nos olhos o horizonte
Aonde eu possa ver imenso sol,
Vivendo como fosse um girassol
Bebendo e saciando nesta fonte
E assim o meu olhar tranqüilo aponte
Tocado pelo brilho do arrebol
E tendo amor sincero por farol
E dele cada dia que desponte
Tramando a mansidão que necessito,
Vivendo a plenitude do infinito
Traçando com meu sonho este momento
Deixando no passado o sofrimento
Quem sabe pelo menos possa ter
Algum alento feito em bem querer...


- FALAR DO AMOR.
O que seria se não fosse a ética?
Anárquica e terrível confusão,
Por mais que minha mente seja cética,
É necessário o freio; por que não?

Visão que às vezes mostro ser poética,
No fundo me traz a constatação
Não sendo tão somente dialética,
Buscando com certeza a perfeição

Eu teimo em procurar algum caminho
Em que seja possível ser feliz.
Não é fazendo apenas o que quis

Que o homem deixará de ser sozinho,
O amor não pode ser tão solitário,
É sempre bem maior se solidário...



- FALAR DE TI
Ourives da esperança, a poesia,
Entorna-se deveras sobre nós,
Não serei o que virá depois, após,
A noite que se fez amarga e fria.

Só sei que na verdade eu te queria,
O amor foi companheiro, mas algoz,
A dor da solidão se faz atroz,
E impede que ressurja um novo dia.

Na aurora da existência, perco o rumo,
Os erros que cometo, bebo o sumo,
E foge entre os meus dedos, mocidade...

Quem dera ouvir a voz melodiosa
Da deusa que se fez tão majestosa
E reina nos confins de uma saudade...

- FALAR DO AMOR...
Um vendedor de tolas ilusões,
Escombro do que fora poesia,
Agora mergulhando noutro dia,
Procura sem sucesso, embarcações,

Que leve por diversas direções,
Vencendo temporal ou calmaria,
Quem sabe noutro tempo, existiria
Alguém em quem tocasse as emoções...

Eu sei, sou insistente, meu amigo,
O mundo que carrego aqui, comigo
Há muito não existe, já morreu...

Antiga violeta flor tão bela,
Morrendo sem florir nesta janela,
Retrata bem no fundo o que sou eu...

- FALAR EM NOSSO AMOR

Se está com muita pressa moço,
poesia não vai curar este teu mal,
passe pro lado de cá da tela do pc,
e vamos resolver este caso fatal.

Ana Maria

Pudesse mergulhava nesta tela
E te daria sim, farto carinho,
O amor que não sossega não se sela,
Embriagante sonho, raro vinho.

E quando a poesia a ele atrela
Vencer os desafios, de mansinho,
Agrego às ilusões que o amor revela
Cantos de um coração, um passarinho

Que bate suas asas e procura,
Em plena claridade ou noite escura
Algum recanto aonde possa ter,

A paz tão necessária e duradoura,
E sob os raios dela ele se doura,
Tomado pelas ânsias do prazer...

- FALASSE DE AMOR
Eu falo dos amores como quem
Viveu tal esperança a vida inteira,
Cansado de buscar, não ter ninguém,
Apodreceu inerte esta roseira

Que um dia imaginei toda florida,
Perfumes invadindo a minha casa,
Assim também passei a minha vida,
Um pássaro podado e já sem asa

Cativo deste sonho, liberdade,
Amanhecendo só, bebendo o sol,
Imaginando plena claridade
Servindo – quem me- dera, de farol...

E trago no meu peito, a amarga treva,
Lá fora, eternamente sempre neva...


- FALANDO CONTIGO
Eu tive alguns motivos pra sonhar,
Jogado contra os velhos paredões,
Buscando tão somente os teus perdões,
Lições para aprender ou ensinar...

O velho sertanejo sem ter mar,
Enfrenta os mais terríveis furacões,
Usando esta espingarda, estes facões,
Procura as duras feras enfrentar...

Não quero mais saber da lua cheia,
Tampouco do sertão, sequer agreste,
Minha alma abandonada no Nordeste,

Aos poucos, sem defesas, se incendeia...
Olhando para a areia, Fortaleza,
A vida trouxe apenas incerteza...

- FALANDO DE AMOR
Bom dia Sol! Eu já me despedi da lua,
Que em outra Lua, sei, há de voltar
Nem sei em que fase ela virá;
Mas repleta de beleza nua e crua.

Entra Sol, esta casa também é tua
Não faça cerimônia pode entrar
A lua sempre vem nos visitar,
As brechas desses zincos; Uma rua!

É teu calor que aquece nossas vidas
De amor claro, como tua claridade;
Leão dos astros! Eis a verdade...

Tens a cor do ouro de Midas
Que se reflete no mar, quando te pões
No horizonte; inspirando meus senões.

Josérobertopalácio

O sol raia tramando um novo dia,
E brilha no horizonte, soberano,
Escaldante calor já se anuncia,
Na claridade plena, imenso engano.

Outrora um frágil sonho de alegria,
Errar é na verdade sempre humano,
Porém se um novo cais se concebia,
A lua no cenário abaixa o pano,

E muda, num instante, negritude,
O quanto que te quis muito e amiúde
Após o entardecer, vira sol-pôr;

Quisera pelo menos, um nuance.
Bem antes que o olhar, luar alcance,
Distante, morre ao longe, nosso amor...

- FALANDO DE AMOR

Disfarço tão somente a minha dor;
Num canto delicado, forjo o riso.
Meu mundo falsamente fiz conciso,
Na verdade fui sempre um amador...

Gargalhei, zombei, pranteando amor...
Nunca pedi sequer nenhum aviso,
Vingativo o tormento foi preciso,
Mas ironicamente sou ator...

As dores, vão tomando-me de assalto,
Penetram carcomendo, mas num salto,
Me vingo sorridente desse fato...

As mágoas construídas dia a dia,
Repetem tal solene melodia.
Espelhos não refletem meu retrato...

- FALANDO DE AMOR
Não venho com certeza discutir
Tampouco desdizer o que afirmaste,
Por mais que ainda espere no porvir
A sorte que fará doce contraste,

No tanto ou no tão pouco que há de vir,
Não sei se com cuidado reparaste,
O amor que já cansei de assim carpir,
Morreu por corrosão, puro desgaste.

Sonhara com ternura e com carinho,
Desculpe se eu errei de rota e ninho,
Um simples idiota, um imbecil

Procura nas estrelas seu amparo,
Faltando esta noção sem rumo e faro,
Encontro o que o amor não permitiu...


- FALANDO DE AMOR
Jamais aceitaria muita esmola
De quem já se anuncia em outros rumos,
Não posso mais pensar sequer em prumos
Se uma alma vaga só e em vão decola...

O amor nunca se aprende, sem escola
Que possa retirar benditos sumos,
Esvaem-se esperanças, leves fumos,
E apenas solidão; canto e degola...

Mergulho num vazio interminável
E quando imaginara inconsolável
Encontro algum sorriso. Enganador?

Só posso te dizer que ainda resta
Aberta no meu peito a frágil fresta
Por onde adentrará: quem sabe? O amor...


- FALANDO DE AMOR
Efêmeras são as ilusões
Miragens do além
Seguindo em frente
Deparar-se de repente
Com o inexplicável
Nem sempre tangível
Porém, o ser sendo sensível
Entrega-se às emoções
Tecendo sonhos
Fantasias
Destino risonho
Viver já é alegria
O amor se conquista
Dia a dia


Karlinha


O amor se conquistando dia a dia
Adia as decisões ou precipita,
E quando encontro a mais bela pepita
Se precipita toda a fantasia,

Só posso te dizer que a fantasia
Mais rica; mais possante e mais bonita
Aquela que no peito forte grita
Conforme tanto tempo eu perseguia.

Guiando cada passo, o grande amor,
Compondo com total fascinação
Um mundo muito além do que sonhara,

Demonstra quanto vale ao sonhador
Um gole de razão, farta emoção
Tornando a nossa vida bem mais rara..

- FALANDO DE POESIA
Poesia é meu alento
Calmaria em alto mar
O olhar que ainda fomento
Esperança em meu sonhar...

Flor teimosa a colorir
Meu deserto e na emoção
Planta um riso em meu devir
Faz bater o coração.

Poesia é essa força
Que me empurra sempre avante
Que me agita num instante

É a luz que me ilumina
Mesmo coisa pequenina
O meu bem, maior, gigante!

AnaMariaGazzaneo ( A MAGA)

Em flórea senda segue a poesia,
Na lira do cantor, na serenata,
Por mais que a madrugada seja fria,
O sonho é companheiro que arrebata

E faz com simples letras alquimia,
Tornando uma existência bem mais grata,
Uma aguardente doce que vicia,
Embora muitas vezes insensata...

Falar do amor imenso, encantador,
Gritar contra injustiças, ser feroz,
Podendo libertar, soltar a voz,

A cada novo a se compor,
Pedaços espalhados pelas ruas,
Das almas sem defesas, puras, nuas...

- FALANDO DESTE AMOR
O nosso Amor ?
Será para sempre,
pois é verdadeiro ...
(ivi)


Falando deste amor tão verdadeiro
Eu creio ser possível o amanhecer
Envolto em tais colunas de prazer,
Entrego-me ao querer, mergulho inteiro,

Um dia que surgindo alvissareiro
Domina plenamente todo o ser,
E passo às belas flores recolher,
Plantados com carinho em meu canteiro.

Eternamente teu enquanto és minha,
E quando o fim da tarde se avizinha
Eu olho para trás e vejo o brilho

Da vida que passei junto contigo,
Enamorado então, quero e prossigo
Na luz que se expressou em cada filho...


- FALANDO DO AMOR
Descrevo o que minha alma transparece
Num átimo sou átomo ou gigante,
Fazer de cada verso reza e prece,
Não é uma atitude mais galante.

Fazendo no meu peito, um falso implante,
Ao novo ser vindouro se obedece,
Enquanto o velho morre, este farsante,
Um claro amanhecer, o jovem tece...

Já não suporto mais maturidade,
Sinônimo cruel do envelhecer,
Faltando pouco tempo pra morrer,

O que interessa agora, a atualidade.
Quem dera ser perene. Uma tolice...
O amor já não seria babaquice...


- FALANDO DO AMOR
A vida em movimentos rotatórios
Prepara uma surpresa a cada instante,
Da sorte sempre estive mais distante,
Momentos de prazer? Tão ilusórios.

Tenho na esperança os suspensórios
E a boca distraída de uma amante
Que morde e me provoca em incessante
Delírio e ainda exige relatórios.

Assaz interessante a caminhada
De quem se deu inteiro e nada teve,
Apenas a poesia me reteve

Porém uma alma tosca e destroçada
Não sabe nem sequer sentir prazer,
O amor traduz em mim, farto sofrer...


- FALANDO DO AMOR
Se eu fosse visão clara e transparente
De alguém que tu quisesses ou que queres,
A festa se servindo em tais talheres
Seria até um banquete, de repente.

Mas quando o sonho mostra-se cadente,
E o verso não traduz o que quiseres
Ainda no talvez se tu vieres
O mundo sonegando enquanto mente.

Não encontrei sinais de vida aonde
Pensara que existisse algum propósito,
E a cada novo passo outro compósito

Perdendo na saudade, o velho bonde
Que outrora se fez tanto e nada veio,
Senão do amor o medo e o vil receio...


- FALANDO DOS AMORES
Não pude decifrar os teus quereres,
Alhures ou aqui, modos diversos,
Se eu faço alguns poemas, frágeis versos,
Não mudam o caminho de outros seres...

Pudera ser etéreo, sideral,
Apodrecer em vida, vermes santos,
Brincando com libidos, seus encantos,
Ou simples trovador num madrigal...

Mas na verdade, sigo qual bufão,
Falando dos amores que não creio,
E quando a fantasia pega o veio,
Tolo lirismo sai pelo ladrão.

Achando de bom tom voar sem asas,
Quisera andar descalço sobre brasas...

- FALANDO EM NOSSO AMOR
Mas que felicidade,
quando te acho
perto de mim ...
(ivi)

Há tempos procurava a paz sincera,
Que tanto necessito e me faz bem,
Enfrento a cada dia a fria fera,
Que inevitavelmente sempre vem.

Depois de tantos anos, dura espera,
Na busca interminável, eis que alguém
Trazendo nos seus olhos, primavera,
Mostrando que viver é muito além

Deste fastio imenso, solidão,
Causando uma total revolução,
Tomando em suas mãos, rosa dos ventos.

Agora encontro enfim, o ancoradouro,
Num sonho tão real e duradouro,
Cessando os pesadelos e lamentos...


- FALANDO EM SOLIDÃO

Nesses meus versos, tento te dizer,
Da boca que não beijo e tanto quero...
Celebro meu desejo, mordaz, fero.
Em tal fogueira, sonho, enfim, m’arder...

Porém, ao mesmo tempo, sem querer,
Por temer teu silêncio, nada espero.
Então me silencio. Nada gero
Somente esses meus versos posso ter...

Na mansidão volúpias atormentam,
Minhas angústias mudas, só aumentam...
Mas sou feliz fazendo esse poema...

Sonhar é doloroso, mas acalma,
A vida transtornada cede calma,
Embora a solidão seja meu tema...

- FALANDO EM VOCÊ
Escrevo na parede do meu quarto
O nome de quem tanto e não foi nada,
Aos poucos do lirismo já me aparto
O coração é terra destroçada.

Também se deste mote eu ando farto,
Melhor ficar calado. Escravizada,
Minha alma abortando cada parto
Aguarda outra ninhada malfadada.

Por vezes passageiro; outras piloto,
Quem dera toda noite ser um boto,
Mas durmo solitário: é grande a cama

Incendiando enfim, a caixa d’água
Não quero nem rancor, fujo da mágoa
A gente se acostuma e não reclama...

- FALANDO QUALQUER BESTEIRA
Moleque catarrento, dei no pé,
Chamando de meu louro este urubu,
Menina vem fazer um cafuné,
Eu vou acabar fincando nu...

Pisando nesta bola quis Pelé,
Quem come mais depressa engole cru,
Polvilho não resolve pro chulé
Mineiro come queijo com angu.

A rapa da panela é mais gostosa,
Quem nunca sai de cima nunca goza,
Jogando esta conversa toda fora,

Metade do que quero é só besteira,
O resto vira tudo baboseira,
O bom ator seu texto, não decora...


- FALAR DE AMOR
Falar de amor é fácil, não me engano,
Ternura feita em flores, luas, sonhos...
Tocando o coração, fazendo plano...
De dias mais felizes e risonhos.

Falar do amor imenso e mentiroso,
Na farsa que maquio com destreza,
O meu soneto tolo e pegajoso,
Exponho sem pudores sobre a mesa...

Meus filhos, minha casa, esta doença
Que me corrói aos poucos, me consome.
Falar do amor que mágico, convença
E mate da ilusão, a sede e a fome...

Enquanto vou morrendo devagar,
Conjugo novamente o verbo amar...

- FALAR DE AMOR...
Pensando em fazer outra poesia
Que fale de um amor imaginário,
Não tendo mais conversa ou alegria,
Apenas tão somente sou otário.

Fazer de meus lamentos fantasia,
Tornando meu amigo um adversário,
E cada vez que tento a mão vadia
Buscando no teclado outro fadário...

Fertilizando a mente com prazeres,
Domando meus instintos, o que fazer?
As letras vão pulando à minha frente

E faltam para a festa estes talheres,
Sem ter sequer idéia pude ver
O olhar que me lançaste, diferente...

- FASCINAÇÃO
Exerces sobre mim tanto fascínio
Que sempre tu consegues o que queres,
Do banquete da vida, meus talheres
Permaneceram sob o seu domínio...

Embora ciclotímico, eu te adoro,
Noturnas caminhadas; traz o sonho,
Se sobre um pedestal; teu corpo eu ponho,
Desculpe, mas nos sonhos te devoro...

Já estou ficando velho, mas não ligo,
O amor fazendo estragos me renova,
E quando os lábios teus a boca prova,
Na flor da mocidade, enfim prossigo.

Outono e primavera? Tais estações
Nos trazem ou invernos ou verões,,,

- FASHION
Tremendo piripaque na modelo
Que chegou toda prosa à passarela.
O vento bagunçando o seu cabelo,
Um estilista tolo sempre apela...

Mais cara do que a roupa, o dito selo,
Nossa sociedade, que é banguela,
Engole sem sequer poder sabê-lo,
Assim o tempo passa e me atropela...

O sonho da menina? Manequim,
Seja em Paris, Milão, seja em Pequim,
Desfilando a ossatura; tal magreza

Fascinando decerto o mulherio,
Tal mundo diferente, seco e frio,
Inventa outro modelo de beleza...

- FAZER POESIA
Dedicado ao soneto do amigo poeta Marcos Loures.


Quase que eu tentei te acompanhar
Mas quase nada fiz; incompetência?
No quase desistir, tomei tenência
Quarando os meus versos vou tentar.

Do quase nada, os versos juntar...
E quase que me perco na sequência,
Mas se quase não necessitam ciência
Quasares misteriosos vou desatar.

No quase, meu amigo, eu me enrolo
Querendo dominá-los; pretensão
Louca, deste quase aprendiz da poesia.

E suei frio, quase agonia,
Quase rasgo o papel e jogo ao chão.
Mas aceito o diploma de quase tolo.

Josérobertopalácio


Jamais deves lutar contra as palavras,
Apenas são amigas, nada mais.
E quando com carinho a terra lavras,
Produzes assim frutos magistrais...

A terra necessita no seu cio,
De bela adubação, carinho e esmero,
Não tente imaginar solo vazio,
A própria fantasia é teu tempero.

E quando, no final sentir o vento
Tocando em tua face mansamente,
Nunca resista ao doce movimento
Abrindo o coração, expondo a mente.

Quem faz a poesia sem segredos,
Supera de si próprio, tolos medos...

- FAZER SONETO - BRINCADEIRA DE CRIANÇA
Meninos o brincar de poesia
É coisa muito fácil, diz bem pouco
Do quanto na verdade a fantasia
Mostrando que o poeta é sempre louco.

Contando: um, dois, três, quatro, cinco e seis
Assim chegando a dez, se faz soneto,
Obedecendo sempre regra e leis
Não é difícil, tanto que prometo

Se apenas aprender ler e contar
Um verso mais bonito vai sair
Falando da beleza do luar
Só não vale deveras é mentir

Contando falsamente o verso trai
E o que era doce então balão já cai...


- FAZER TROVA É UM BARATO
A trova eu aprendi desde criança
Ciranda cirandinha; vamos lá...
Depois a gente cresce e na lembrança
O verso sem cabeça brotará.

A idade como um rolo sempre avança
E tudo se destrói e desde já
Mantendo sempre aberta esta esperança
A trova com certeza nascerá.

São simplesmente sete nada mais,
As sílabas que formam a trovinha
Que um dia inda sonhara vai ser minha.

Balões que já caíram nos quintais
E sempre dos vizinhos não são meus,
Das trovas que aprendi, agora adeus...

- FELIZ ANIVERSARIO
Não te desejo só felicidades,
As crises são fermento para as almas,
Não deixe-se prender por toscas grades,
Supere, se os tiver, antigos traumas...

Não te darei presentes nem conselhos,
Somente estes meus versos que, sinceros,
Repito para os meus próprios espelhos,
Embora também saiba que são meros.

Mas traga, se possível, o teu sorriso,
Apascentado as dores de quem sofre,
Terás acesso ao dito Paraíso,
Pois tens nas mãos as chaves deste cofre.

Paz de espírito, sincero em ti prevejo,
Feliz aniversário? É meu desejo...


PARA PAULA BRAGANÇA

- FICA PRA SEMPRE...
FICA PRA SEMPRE...


Galgando ilusão alcanço o céu.
Retrato em teu olhar azul sereno.
Dos lábios extraio mel adocicado.
Da tez tal rubro sentimento.

Poder dizer a todos: Sou feliz!
Ser mais do que podia imaginar.
Retorno aos sonhos de outrora,
Desta vez pra sempre irás ficar?

Melodioso meu canto de sereia
Ludibria meu poeta sonhador.
Acolhe em meu seio lindo verso

Extrapola palavras de amor.
Sou tua ingênua sonhadora
Serás pra sempre meu senhor...

Gelis

Rondando qual satélite teu brilho,
Persigo cada trilha que tu deixas
O coração que andara maltrapilho
Envolto por lamentos, tantas queixas

Ao perceber os raios que me emanas
Sedento te persegue a cada instante,
Busquei-te; meu amor, por mil semanas
Agora sou de ti, fiel amante.

E teimo em te querer cada vez mais,
Sem medo e sem pudores, plenamente,
Saveiro que encontrou um manso cais
Em plena tempestade e, de repente

Ao perceber tão belo ancoradouro
Conhece a maravilha de um tesouro...


- FIM DE AMOR
Eu não serei funesto, nem pretendo
Falar do amor que tive e se perdeu,
O quanto da ternura se mantendo,
Reflete este caminho, meu e teu.

Mistérios envolvendo a nossa vida,
Momentos que se vão pra nunca mais.
E quando nossa história está perdida,
Procuro ancoradouro noutro cais.

Poeta mata o sonho e se alimenta
Dos restos da ilusão que um dia quis,
Pensando na borrasca violenta,
Não quero e nem consigo ser feliz...

Matei os meus resquícios de alegria,
Rasgando eternamente a fantasia...


- FIM DE CASO
Ao ver florir as árvores que um dia
Plantaste no pomar de nossa casa,
Eu percebi o quanto a fantasia
Pode chegar, mas sempre, sempre atrasa.

Das cores que sonhei, primaveris,
Apenas os resíduos dos amores
Fingindo novamente ser feliz,
Cevando dentro em mim antigas dores.

Reflito mais um pouco e nada tendo,
Somente este jardim, sem vida e cor,
Segredos do passado; não desvendo,
Tampouco sei falar se existe amor.

Apenas o florir deste arvoredo
Demonstra que este amor morreu bem cedo...

- FIM DE CASO
A bruta ardência de um amor falido
Causando desespero, empobrecendo
Aonde imaginara renascendo,
Agora este retrato apodrecido

De quem se entrega e sabe estar vencido,
Passado lentamente; vou revendo
Segredos? Claramente, hoje eu desvendo,
Morrendo simplesmente em triste olvido,

Arcaicas ilusões, torpes palavras,
Enquanto a poesia bebe as lavras
Não sobra nem sequer um frágil toque

Distante melodia; não escuto,
O que restou de nós; inerte e bruto,
Em mar tão tenebroso desemboque...

- FIM DE ESTRADA
Procuro algum motivo para a vida.
E não encontra nada, nem vestígios,
Preparo dia a dia a despedida,
Evito dissabores e litígios.

A faca nos meus dentes; arranquei,
As garras; aparei, sigo indefeso,
Aguardo o cumprimento desta lei
Com peito carregado, quase obeso.

Minha hora de partir já se aproxima,
Eu sinto o trem chegando à estação
Preparo dos meus sonhos, a obra prima,
Ditames desta insana solidão...

E o fim da longa estrada vã, sombria,
Percebo qual bonança e calmaria...

- FIM DE FESTA
Há tanto que procuro e nada vejo
Senão a mesma sombra do passado,
O amor que não passara de um desejo,
Agora na gaveta, amarelado.

O quanto do vazio que prevejo
Vivendo o que me resta do teu lado,
Não tendo mais sequer orgulho ou pejo,
Sou velho paletó, amarrotado...

As traças devorando cada fio
E o vento cada vez mais forte e frio,
A morte toma forma e pouco a pouco

O que restou de nós? Nem mesmo sei.
A vida vai cumprindo a sua lei,
Só resta este lamento, amargo e louco...


- FIM DE HISTÓRIA
Cevando alguma forma de ilusão,
Bebendo da esperança atroz, maldita,
Há tempos esquecido o meu verão,
Inverno terminal, aos poucos, grita.

A morte nos umbrais faz seu serão,
História tantas vezes mal escrita,
O corpo segue em decomposição
O passo claudicante delimita.

E volto aos meus primórdios, tento crer
Que ainda tenho a sorte em meu poder
E sonho com brinquedos de criança.

A foto amarelada, o riso franco,
O amor quando existiu, em preto e branco,
Reside nos escombros da lembrança.

- FIM DE JOGO
Teria alguma chance finalmente
Se tudo fosse assim, como sonhei,
Se cada novo dia despertei
Tomando esta ilusão, invade a mente;

E quando a realidade chega e mente,
Castelo desabando mata o rei,
Assim é da existência, a sua lei,
Por mais que outro caminho o sonho tente.

Levando uma pancada, sigo em riste,
Não vejo mais motivos pra ser triste
Se existe a negação, terei um sim...

Durante tanto tempo persegui
As marcas que levavam até ti,
Mas hoje estou liberto, até que enfim!


- FIM DE PAPO
Cerrando as minhas portas; fim de papo.
O quanto que pesava não valia,
A gente cria tanta fantasia,
E a vida retribui com um sopapo.

A roupa que vestiste virou trapo,
Rainha que somente por um dia
Gerou no coração tal ventania
Da qual por simples sorte, agora escapo.

Amor não se liquida ou dá descontos,
Repetidas histórias, velhos contos,
Mentiras desfilando em minha frente.

Melhor a solidão. Tenho certeza,
Tolice se escondendo em tal beleza,
Ressaca vem depois de uma aguardente...


- FIM DE SONHO
Por vezes imagino outro país;
Nas gélidas manhãs, tórrido anseio.
Desejos incontidos, sem receio,
Um corpo saciado, outro feliz.

Vontade de voar mesmo em céu gris
Percorro delirante cada seio,
Descubro outras paragens, singro o veio,
Qual fora eternamente um aprendiz...

Mas nada; nem a sombra do passado,
Apenas o vazio em minha cama,
A morte sorrateira, vem e chama,

Deitando sorridente aqui do lado.
E quando imaginava outra saída
Escorre em minhas mãos, a frágil vida...

- FIM DE TARDE
A morte dominando este cenário,
Olhando para as fotos eu revejo
O velho propulsor do Amor, desejo,
Perdido nas gavetas, neste armário.

Agora, o coração tão solitário,
Apenas o final triste, prevejo,
Enquanto no passado fui andejo,
Não passo deste velho, tolo, otário.

Exposto como um símio no zoológico,
O trágico somente se fez lógico,
Na prática, o final será bisonho.

Mendigo algum carinho, vil palhaço,
Por entre estes neons, trêmulo passo
Buscando um tosco escombro de algum sonho...


- FIM DE VIDA 23139
Olhando este cascalho que sou eu
Revendo a minha imagem do passado
O mundo num segundo desabado
O tempo mais cruel já me esqueceu

O sonho- ser feliz- apodreceu
O dia amanhecendo tão nublado
Apenas o vazio e neste enfado
Relembro o que de bom aconteceu.

A vida até sorrira de soslaio
E enquanto em fantasias eu me traio
A solidão prepara esta tocaia.

Teimando ainda penso em ser feliz;
Porém realidade chega e diz:
Não atrapalhe a estrada e agora saia...


- FINAL DE CONVERSA


Querer amar bem mais do que mereces
Fez com que eu me perdesse, vou sem rumo,
Fazendo as orações, louvores preces.
Meus erros – não refugo – sempre assumo.

Bem sei que na verdade de pudesses
Não deixaria nem sobrar meu sumo,
Por mais que tanto amor tu me confesses,
Se eu for levar na fé, perdi meu prumo.

Por isso, companheira, fim de papo.
O amor quando se torna um velho trapo
Melhor é cair fora, eu te garanto.

Perdoe se algum dia magoei,
Mas tô de saco cheio, me cansei,
Nossa paixão secou, perdeu o encanto...


- Fode gostoso
Me doma me usa
Tocando curvas
Chupo teu pau
Não ví igual
Leite gostoso
Branquinho viscoso
De apressiar
Rebolo pelada
Na tua cara
Lambendo tua boca
Que deixa louco
Virada a anca
Vem me pegar
De 4 na cama
Sou tua cadela
Fode gostoso
Buceta assanhada
sorvo teu suco
Me faço devassa
Não tenho limites
Pra lhe servir

POLI SUB

Eu quero bem safada esta potranca
Que a cada noite fode mais gostoso,
Mexendo os seus quadris, já me desanca
E deixa arrepiado em cada gozo.

Cadela que se dá sem ter limites,
Buceta deliciosa e um cu divino
Por mais que enlouquecida agora grites,
Devassa me tortura e me alucino.

Mijando em tua cara, te inundando
Da porra que tu bebes gota a gota
Sevícias pouco a pouco nos queimando
Até perder o rumo, e assim sem rota

Enquanto tu me pedes que eu te coma,
Descubro mil caminhos, vou a Roma...


- FRÁGIL LIBERDADE
Há tanto procurei a liberdade
De ter em minhas mãos o meu futuro,
Agora que a incerteza chega e invade,
Percebo quanto o chão se fez tão duro.

O velho coração, tolo e maduro,
Carrega nos bornais tanta saudade,
E quando se vestindo com apuro,
Procura demonstrar serenidade...

Mas tudo não passou de um tosco engodo,
Confundo alguma parte com o todo
E moldo uma escultura falsa e vã.

Mesquinharias foram companheiras,
As horas escapando tão ligeiras,
Negando as mãos da frágil tecelã.


*Fragrância*
*Fragrância*

No ar da tarde tranqüila incerta
Senti o cheiro da fragrância em mim
Numa suavidade cheiro de jasmim
Segui rumo a ti na porta entreaberta

Espalhei na entrada aroma saudade
A cor rubra vermelha das paixões
Um ramalhete rubro em emoções
Ao redor da casa em serenidade

Depositei palavras diluídas
Em gotículas canções providas
De amor ingrediente da vida
Inebriado de descidas e subidas

Declinei-me a ti com reverência
Sempre volto na mesma cadência

Sogueira


Sentindo de teu corpo esta fragrância
Suave que convida a um bom carinho.
Caminhas deslumbrando em elegância,
Meu sonho neste encanto encontra o ninho.

O amor que com ternura e com pujança
Expressa a maravilha em que se alinha
Minha alma que deveras quer e dança,
Pensando ser tua alma toda minha.

Erguer o meu olhar e ver a bela,
À qual além de simples reverência,
Divina fantasia me revela,
Ao flutuar com mágica cadência,

É como vislumbrar certo e preciso,
Aquilo que pensei ser Paraíso...

- FRENESI
Traga sua mão, adentre em meu decote...
Beija-me com fervor e loucura
Tirando a pureza, sem frescura.
Deitada em sua mesa, abra minhas pernas
E penetre teu ferro, emoções eternas.
Venha-me todo despudorado
Deixando em mim, o seu melado...
Vem...

Estela Maris


Tocar tua nudez com meus desejos,
Teu corpo tatuado em minha tez,
No amor feito em loucura que se fez
Delírios, fantasias, loucos beijos...

E a deusa sensual, languidamente
Abrindo os seus caminhos me convida,
A celebrar em gozos, nossa vida,
Num mar feito em prazeres, indecente.

A fêmea que convulsa, me sorri,
Estrela dominando este cenário,
Demonstra a maravilha que há em ti,

Fenomenal bacante, intensa e rara,
No doce ritual, quase diário,
Um frêmito domina e assim me ampara...


- FALEMOS DO AMOR
\"QUERO QUE VOCÊ ME AQUEÇA NESTE INVERNO E QUE TUDO MAIS VÁ PRO INFERNO\" (ROBERTO E ERASMO)

Tem gente que quer ver nosso amor frito,
Eu vejo fervilhando os burburinhos
Vivamos nosso amor, nossos carinhos,
Pois querem é bagunçar nosso coreto.

É tudo só inveja, eu pressinto,
A vida nos ensinou todos os caminhos
Pra lidar com amor e dor, sempre juntinhos,
Nas horas de cantar, ou nas do grito.

Nos vale o Céu azul, mesmo sem o Sol brilhar
Se sempre estamos a nos esperar
Tornando a nossas vidas mais bonitas.

Que os dias e as noites sejam tantas,
Com você me aquecendo neste inverno
E que tudo mais vá pro inferno.

Josérobertopalácio

Falemos; pois do amor, meu companheiro,
Usando cada verso como amparo,
Mergulho no oceano, vou inteiro,
E sei que ser feliz hoje é tão raro.

Das cores mais diversas do tinteiro
Preparo este cenário, sigo o faro,
E quando o sentimento é verdadeiro
Das dores e temores, eu me saro.

Sanando os velhos males do passado,
Andando com estrelas ao meu lado,
Enchendo meu bornal de fantasia.

Matando a minha sede em cada verso,
Vagando sem ter rumo no universo,
Fazendo deste sonho poesia....

- FALEMOS,. POIS, DO AMOR
Agora só me resta perdir perdão,
E dizer que nada que vivemos foi em vão.
As minhas esperanças aumentaram...
Volte a bater á minha porta
E me dê a chance de abri-la.
De poder abraça-lo,
E dizer que eu te amo,
Que eu sempre te amei.


Teka Alencar

Perdão por ter amado? Desconheço.
O amor se dá pra quem cedo o merece,
E não cabendo aqui sequer a prece,
Às ordens do desejo eu obedeço,

Não penso na alegria, um adereço
O vento a solidão já desconhece,
Quem ama na verdade nunca esquece
Cupido acerta sempre este endereço,

E faz das traquinagens maravilhas,
Exposto ao teu olhar que intenso brilha,
Percorro sem temores ricas trilhas,

Forjando um paraíso em plena vida,
O amor não se prepara em armadilha,
Pelo contrário é sempre uma saída...

- FALTA DE TI
Sinto falta de ti...
Dos nossos encontros
Dos nossos beijos apaixonados
Foste o meu primeiro amor
O meu primeiro homem


Não ter o teu carinho
É difícil viver longe de ti...
Sem saber onde andas
O que fazes...
E o ciúme tomando conta de mim


A única coisa que tenho
São as lembranças...
Lembranças de nossos encontros
Das nossas conversas apaixonadas
Do que sussuravas ao meu ouvido...


Coisas que só os amantes escutam...
E ter que acreditar em tudo que dizes
Esperando que um dia...
Estaremos juntos novamente
É muito difícil viver assim...


LINARTINS


Recordo-me de ti a cada inverno,
Distante do calor de teus carinhos
Amor que por momentos foi eterno,
Agora segue em busca de outros ninhos...

Falando de teu nome, manso e terno,
Inebriantes, raros belos vinhos,
Aos poucos sentimentos eu interno,
Um alquimista usando os seus cadinhos

Fomento as mais incríveis sensações,
Lembrando deste amor que um dia veio,
A vida nos perdendo, num receio

Causando no meu peito ebulições.
E vejo tuas fotos com saudades,
Amores que diziam; só verdades...

- FANTASIA
Calcando uma existência em fantasia
Eu caio vez em quando e me levanto,
Não deixo que me enxugues dor e pranto,
Depois vem o sorriso, nova alegria.

O tempo é necessário e a picardia
Só serve pra causar o desencanto,
Por isso é que na dor eu me agiganto,
Não posso suportar tal agonia.

E o vento me levando sem saber
Se um dia há de parar nem mesmo aonde,
O sol que as nuvens já se esconde;

Parece que começa a compreender
E deixa todo o céu assim nublado,
Mortalha de um amor abandonado...

- FANTASIAS
Pudesse em cada olhar, belo luzeiro,
Vagando entre mil trevas, sem cansaço,
O peito sempre aberto, pantaneiro,
Nas marcas que ficaram deste abraço.

O vento tantas vezes companheiro,
Nas mãos, com precisão, mantendo o laço,
O sonhador voraz e costumeiro,
Conhece desta estrada cada traço.

Estrelas que me guiam noite afora,
Fogueiras acendendo, boa janta,
Minha esperança viva, cega e tanta,

Enquanto a fantasia me decora,
Eu bebo do ribeiro, água tão clara,
E o sonho, aventureiro, os pés, ampara...


- JÁ NÃO SUPORTO MAIS
Eu quis da poesia algum alento,
Atormentado, amigo, pela vida.
Por tanto que tentei já não agüento,
Parada há muito tempo está perdida...

Palavra se perdendo, leva o vento,
Preparo a cada dia a despedida,
Fazendo do meu verso este lamento,
Não tendo na verdade outra saída...

Bebi desta aguardente que vicia,
Esta maldita puta, a poesia,
Domina os meus sentidos e embriaga.

Escravo das palavras; quebro a algema,
Mas logo a mente busca um novo tema
E volto a escrever, terrível praga!

- JAMAIS CONFESSAREI
Há coisas que não devo confessar,
Vontades bem guardadas neste cofre,
Olhando calmamente pro luar,
Um coração de um tolo sempre sofre...

Queria pelo menos te dizer
Que todos os caminhos desta vida
Levando aos teus braços dão prazer,
Embora a estrada esteja já perdida.

Metade dos meus dias; são vazios,
Quebrando o pote, o doce foi embora,
Quem sonha simplesmente com estios,
Ao chegar seu inverno; cala e chora.

Mas nada do que eu digo é verdadeiro,
Jamais me mostrarei assim inteiro...

- JOGA FORA NO LIXO
Cutuco devagar senão eu caio,
Faço malabarismo pra viver,
Feijoada que presta leva paio,
Meu time entrou em campo? Vai perder...

Falasse japonês, turco ou malaio,
Talvez valesse a pena eu escrever,
Juntando todo mundo num balaio,
Vontade de sair e me esquecer...

Se eu logo vou embora e apago a luz,
Um idiota diz: é tua a cruz,
Mas Quem mandou saber fazer soneto?

Sujeito avacalhando gozador,
Morrendo de saudade diz amor,
O resto vem depois, isso eu prometo...


- JOGUETE EM TUAS MÃOS
Joguete em tuas mãos? Não mais aceito.
A mesma velha história: solidão.
Levando sempre o barco do meu jeito,
Perdendo ancoradouro e direção,

Um timoneiro tolo, me deleito,
Fazendo da esperança meu colchão,
Mas quando a noite chega e então me deito,
Recomeçando a mesma viração.

O tédio toma conta disto tudo,
E sei que não bastava algum romance,
Com olhos sedutores eu me iludo,

E jogo os velhos dados, pobre sorte.
Sabendo que não tenho qualquer chance,
Cultivo sem remédio, o velho corte...


- GOSTO DE VOCÊ 23103
A vida passando
e eu gostando
mais e mais
de ti ...
(ivi)

Gostando do querer que tanto quis
Querência sem igual, amor sem par
Vibrando tão somente por sonhar
Eterna sensação de ser feliz.

O verso que deveras eu te fiz
Pudesse este caminho desbravar
Tocado pelos raios do luar
O amor já não suporta um aprendiz.

Aprendo a cada dia com o sol
Tomando em claridade este arrebol
Tramando um novo tempo em clara luz.

Viver sem esperar a recompensa,
Fazendo a nossa vida mais intensa
Tornando bem mais leve nossa cruz...

- GRANDE AMOR
Vem,
e sinta
minha ternura,
a nos contagiar ...
(ivi)


Sentir tua presença, mansa e terna,
Deliciosamente, estou em paz,
Que eu seja pelo menos mais capaz
E acorde o coração que agora hiberna...

Fazendo da esperança uma lanterna,
O brilho deste olhar, a noite traz,
Perdido em plena treva, mas audaz,
Uma alma que se entrega não inverna,

E teima em descobrir doces delírios,
Distante dos rancores e martírios,
Abrindo as minhas portas e janelas...

E quanto finalmente escuto a voz,
A solidão desaba em sua foz,
E um mundo belo e mágico; revelas.


- GULOSA
Sou gulosa...!
Tu não é?
Sou gata ardilosa
Chupo teu dedo do pé.

Lambidas no teu umbigo
Faço com ela sacanagem
Mordisco a barriguinha e digo:
Sou levada de verdade

Com ancas agitadas
Subo ligeiro até teu peito
Fica logo molhada
Quando me lambe o pentelho

Pra ouvir teu gemido
Tuas palavras insanas
No molejo capricho
De quatro fico na cama

Castiga meu traseiro
Sinto tesão desvairado
Mordo o travesseiro
Gozo com teu pinto avantajado

FADA

Gostosa esta fadinha tão safada,
Lambidas e chupões, beijos, tesão,
Olhar cheio de gula; assim tarada,
Incêndio assegurado no colchão...

Penetro tua gruta, está molhada,
Provoco esta divina inundação,
Deliciosamente a louca Fada,
Segura esta varinha de condão.

Fazendo então misérias nesta cama
Expondo um furacão com seus quadris,
Eu quero mais um pouco, peço bis,

Olhando sorrateira ela me chama,
Divino fogaréu, bela sacana,
Reinando em meus delírios, soberana...


- HONESTAMENTE
Tu
sempre serás
o meu Amado ...
(ivi)

Recebo o teu recado e me transporto
Em meio a mil nenúfares flutuo,
Qual fora adolescente, eu me comporto,
E trêmulo, me calo, e logo suo.

O amor que tu me dás; eu não mereço,
Um pária simplesmente, um vagabundo,
Pecados sem perdão, já te confesso,
Meu podre coração, tão torpe e imundo.

Um verme que rasteja nas sarjetas,
Um bêbado jogado nas calçadas,
Eu te amo, mas amor jamais cometas
Tais atitudes tão precipitadas.

Não podia, mas sendo enfim honesto,
Confessando os meus erros, eu não presto!


- HORA DE PARTIR
Aqui estou
a invadir
este teu abismo
de silêncios e incertezas ...
(ivi)

Perdoe-me este invólucro; é defesa
Depois de tantas mágoas, hoje eu sei,
Cansado de ser caça, simples presa
No abismo de mim mesmo, mergulhei.

Por tanto que tentei e nada tive
Esqueço de viver; fecho as porteiras.
Quem tanto amou agora sobrevive
Rasga das esperanças; as bandeiras...

Um dia fui feliz? Falsa impressão...
Restando este vazio que sou eu
A velha companheira: solidão,
Meu mundo num instante se perdeu...

Perdoe se não posso mais sorrir,
Chegou o meu momento de partir...


- HORAS RUBRAS
HORAS RUBRAS

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço as olaias rindo desgrenhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve branca e misteriosa...
e sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

Florbela Espanca

Tu és a alva manhã pós noite escura,
Teus beijos os meus sonhos, meus ardis,
Se em ti completamente sou feliz,
Termina desde já ânsia e procura.

A chama tão profusa já perdura,
Em meio a temporais, nada desdiz
O quanto em ti me entrego, e peço bis,
Voluptuosamente, esta loucura.

Senhora dos meus sonhos, lábios quentes
Os meus desejos sendo mais ardentes
Expressam tal amor quase demente,

A sorte tecelã nos conduzindo
Ao plácido remanso, imenso e lindo:
Os beijos que me deste, de repente...

- ILUSÕES DE ÓTICA
Jamais eu jogarei palavra fora,
Senão aquelas mesmas que eu repito,
Se o amor que nunca tive é infinito,
Melhor ficar calado: vou embora...

Quem sabe depois disso, ela me implora...
A consciência logo dá um pito,
Se ainda fosse, pelo menos mais bonito,
Porém a minha cara já apavora...

Tomando qualquer drinque num boteco,
Quem sabe uma cerveja bem gelada,
Espero que isso tenha repeteco,

Ou mesmo algum chamego, de repente...
Porém passou o tempo, deu em nada,
Ela mandou fazer a nova lente...

- ILUSÕES
Calcando a minha vida em ilusões,
Eu fiz tanta besteira, nunca minto,
Nos céus que em mil matizes, tolo pinto,
As aquarelas ditam emoções,

Não aceitei sequer opiniões,
Bebendo em tua boca um bom absinto,
Falando do futuro que pressinto,
Não sinto nem pretendo soluções...

Seguir contra as marés, dane-se o mundo,
Se o velho coração é vagabundo,
O cérebro imbecil é timoneiro.

O vento que te trouxe, doce brisa,
Virando ventania agora avisa,
Melhor é atracar o teu saveiro...

- IMENSO AMOR
O Amor
é assim,
tem um
pouco
de incompreensão ...
(ivi)

Pudesse compreender o imenso amor,
Seria então, quem sabe mais feliz,
Se a própria realidade nos desdiz,
Espinho justifica a bela flor.

O velho coração de um cantador,
Olhando para a lua sempre quis,
Sanar com farta paz a cicatriz
Gerada, muitas vezes pela dor.

Assaz maravilhosa; tal quimera,
Ao mesmo tempo mansa e louca fera,
Jamais se deixará domar, por certo.

O amor que tem em si a liberdade,
Por ter a mais complexa divindade,
Encharca de esperanças o deserto...

- INFÂNCIA..
Mangueiras no quintal, infância boa...
O tempo faz das suas covardias,
Deixando para trás as melodias,
Naufrago sem querer minha canoa.

Um dia sem ter nada, fico à toa,
Envolto nas antigas pescarias,
Agora são ligeiros os meus dias,
Sirene nos ouvidos inda ecoa.

Depois, ônibus cheio, fome tanta,
Mulher já me aguardando faz a janta
E no cotidiano, sobrevivo...

Quem dera se menino ainda fosse,
Falar desta que me trouxe,
Do fundo da lagoa, um peixe vivo...

- INTEMPÉRIES
Lutar contra as diversas intempéries
Seguir de peito aberto, destemido.
As falhas, reconheço, são em séries,
Porém; já basta! Dou-me por vencido.

Quisera ter nas mãos um novo dia,
Criar da poesia, algum lugar,
Pasárgada; distante, fenecia,
Cometa que se foi não vai voltar...

Mas tento disfarçar e ser moderno,
Contemporâneos passos, velho abismo.
Lançando-me sem medo neste inferno,
Vagando sem paragem, louco, cismo.

Lutar contra a corrente, ah quem me dera...
A morte com sarcasmo à minha espera...

- INÚTEIS VERSOS

Faminto; procurei por sombras várias
Deixadas nos recantos e sarjetas,
As velhas alegrias temporárias
Amores não passaram de cometas.

Por mais que parecessem necessárias
Marcando as ilusões frágeis tarjetas
As mãos apodrecidas, solitárias
Os sonhos não passaram de muletas.

Agora que o final já se aproxima,
Ainda busco em vão alguma estima,
Vagando entre os esgotos da cidade.

Qual verme que se expõe à luz do dia,
O desencanto toma a poesia
Deixando como herança a insanidade...

- IRMÃOS
Falaste do amor com maestria
e eu sinto que é o segredo da vitória!
Consegues perceber toda essa glória
que banha todo o amante da poesia?

É ela que me leva a noite e dia
sorver cada momento dessa história
que em versos escrevemos e a memória
há de ficar marcada em alegria!

É com amor que temos derramado
os nossos corações para os leitores
nesse minimizar de dissabores

com nosso versejar que é de bom grado
a fim de ter também colaborado
com o renovar da vida em lindas cores!

Ronaldo Rhusso

A poesia é nossa mola; mestre
Que faz com que possamos ter nas mãos
Sementes do futuro, fartos grãos;
Tomara que este amor, o povo adestre,

Aragem em que vivo hoje, campestre,
Não deixa que eu conceba serem vãos,
Lutemos companheiro, pois irmãos
Não deixam que o vazio já fenestre

E invada sobre nós desesperança,
Nos versos com carinho esta aliança
Permite que se creia no amanhã.

E temos o poder da poesia
Que é feita de magia e fantasia,
Divino, com certeza, nosso afã...


- JÁ ESTOU DE SACO CHEIO
Não quero mais falar de poesia,
Cansado de lutar sem ter sucesso.
Às vezes dá saudade e recomeço,
Porém sem ter sequer uma alegria...

Palhaço sente falta de folia,
Eu ando até fazendo algum progresso,
Já não suporto mais qualquer congresso,
Falou de compromisso me arrepia...

Negando a minha sorte, sigo em frente,
O amor quando demais deixa doente
Batuca o coração fora do tom.

Bebendo a fantasia estou de porre,
Nem mesmo a realidade me socorre,
No fundo não restou nada de bom...

- LONGE DE TI
Não ter o teu carinho.
É difícil viver longe de ti...

LIANATINS

Viver longe de ti, como é possível?
Sem ter os teus carinhos, nada resta,
Outrora neste amor, eterna festa,
Agora a dor que toca; amarga, incrível...

Um pesadelo assim, cruel, terrível,
O vento penetrando em cada fresta,
A vida traiçoeira e desonesta,
Felicidade, um sonho perecível...

Não posso imaginar como seria,
A ausência dominando a poesia,
Silenciando a voz de um trovador...

Por isso é que te imploro: não se vá,
O mundo sem te ter, o que será?
Um pântano medonho, sem calor...

- LOUCO AMOR
Efervescente.
De corpo, de alma e de mente.
Faço do copo d'água uma tempestade
Para depois sorvê-la.
Demente?
Não.
Efervescente...

KARLINHA


Na louca efervescência de um desejo,
Emaranhando pernas e vontades,
Esqueço qualquer medo e sem ter pejo
Adentro a fantasia que ora invades.

O coração sutil de um sertanejo
Vagando pelas luzes das cidades,
Ouvindo um velho e antigo realejo,
Prevendo o seu futuro rompe grades.

E sem temer quebrantos nem azares,
Bebendo a fantasia dos luares
Retorna num segundo aos belos campos.

Seguir a trilha rara e luminosa,
Da deusa muitas vezes caprichosa,
Estrelas são as guias/pirilampos...

- LUXÚRIA

Deixe que Baco sorria
Junto a ti, só frenesi
Riso, festa e alegria
O meu gozo de per si...

Serena

Luxuriosamente em minha cama,
A lânguida presença desta amante,
Que num sorriso audaz convida e chama,
A um louco descaminho delirante.

Retiro tua roupa peça a peça,
Até poder te ter inteira e nua,
Sem nada que nos cale ou que me impeça
A festa sem limites continua,

Avanço por fronteiras invasivo,
Num ato de loucura e de prazer,
E o corpo que se dá convidativo,
Orgástico se deixa convencer

E assim, sem ter defesas nem pudores,
Vislumbro estrelas tantas, multicores...

- LUTANDO CONTRA A VIDA
Às vezes, entrincheirado contra a vida,
Eu luto num combate desigual
Acostumado ao mesmo ritual,
Unguento, eu atiro na ferida.

Vontade fazendo-se aguerrida;
Às vezes alguma trégua, sazonal
E o pensamento viaja; transcendental
E aporta a poesia, uma saída.

Aí, a munição é a palavra
Uso meu dom para arar a lavra,
De cujo fruto surge a poesia,

Bandeira branca, uma alquimia.
Este soldado, parceiro da rima,
Tenta elevar, do mundo, a auto-estima.

Josérobertopalácio

A vida traz as suas barricadas,
Vencê-las é poder sonhar, seguir,
E quanto mais distante do porvir
Maiores as estrelas arrancadas.

As horas que procuro, apascentadas,
Não deixam meu caminho, prosseguir,
Não tendo nem mais nada o que pedir,
Consolam-me as tristezas desfraldadas,

Usando a poesia qual bandeira
Não tendo mais sequer um armamento,
Aberto o peito, teimo com roseira,

Porém só nos espinhos, as respostas
Queria ter ao fim, discernimento,
Bem antes de lanhadas, minhas costas...

- LABIRINTO
Há tempos programei uma saída
Que possa me livrar do labirinto
No qual já transformada a minha vida,
Com cores tão diversas das que eu pinto.

Quisera como fuga, alguma ermida,
Aonde desnudasse o que ora sinto,
Porém preparo a minha despedida,
Num gole de aguardente ou num absinto.

Se às vezes, da batalha eu já me abstenho,
Temendo novamente outro fracasso,
É que ando ultimamente amargo e lasso,

Somente antigas dores, eu retenho.
E vejo que não tendo solução,
Mergulho sem defesas no alçapão...

*Lágrima rola na face*
*Lágrima rola na face*

Lágrima rola na face
Quando na noite é silêncio
Sinto saudade, disfarce
Eu durmo e me abstêmio

O sono cria imagem
A noite rir do sonhar
E logo ao despertar
E no luar és miragem

A manhã no despertar
Procura encher o dia
De nova fantasia amar
Pro tempo ser moradia

Sogueira


Coração fez moradia
Neste olhar enamorado
Tanta luz que me inebria
Pelo amor, iluminado...

- LASCÍVIA

Dentro em mim, te levo vivo
És minha luz e farol
Me descubro ao teu sorriso
E me arrosta um vendaval

Sensação de paraiso
A levitar o meu corpo
Amor no meu peito inciso
Me oferenda em doce horto

E me agarro aos teus cabelos
E me perco em louca grita
Na convulsão dos apelos

Teus desvelos que me excitam
Tua boca que me cala
Nossas roupas pela sala...

Alguém

Colhendo cada flor que me ofereces,
Fazendo do meu quarto este jardim,
Certeza de que ouviram minhas preces,
O mundo renovou-se dentro em mim.

Lasciva, enlanguescente, deusa nua,
Estampa em sua face este sorriso,
Minha alma em conjunção, cedo flutua
Atingindo o Nirvana, o Paraíso...

Nas ânsias desde sempre decifradas.
Teus seios, minhas mãos, bocas e língua
Bandeiras entre sedas desfraldadas,
O amor não morrerá jamais, à míngua

Guerrilhas entre montes, vales, lutas
Invado tuas furnas, doces grutas...

- LEVANDO NA ESPORTIVA
Levando a minha vida na esportiva,
Eu faço do limão, a limonada,
Se a vista na verdade anda cansada,
Pelo menos, memória anda bem viva.

O barco que comando anda à deriva,
Entrei mais uma vez noutra roubada,
Eu sei que é meu costume dar mancada,
Disfarço com a cara sempre altiva...

Cabeça de sardinha, com certeza,
Melhor do que rabão de tubarão,
Quem quer viver somente na moleza.

Melhor ter sogro rico e adoentado,
Se esta sorte jamais eu tive não,
No trampo é que vou dando o meu recado...

- LIBERDADE...
Apesar de
Tudo ou nada
Apesar dos pesares
Apesar dos males
Tudo vem à tona
Nada me impressiona
Cansei de viver
Deve-se sofrer
Deve-se sorrir
Deve-se dever
Deve-se
Deter-se

Karlinha

Pudesse libertar-me dos grilhões
Soltar a minha voz, ser o que sou.
Vencer os mais terríveis turbilhões,
Porém o meu saveiro naufragou.

Contido, vou calado, sigo em frente,
Os meus pés atados, galés vis,
Eu sei quanto voar se faz urgente
Pudesse finalmente ser feliz...

Apesar dos pesares, peso tanto,
Ainda olhando o céu, tolo me encanto
E creio ser possível um sorriso...

Alçar este infinito, sem pudores,
Sobrevoando prados, jardins, flores.
Porém , ter pés no chão, sempre é preciso...

- LIVRAI-NOS SENHOR
Livrai-nos dos pastores; das Igrejas
Trazei-nos a real noção do amor,
Pois sei que na verdade o que desejas
É o vento tão macio e alentador.

Nas mãos as velhas marcas que inda tens,
Traduzem Teu enorme sacrifício,
Os homens cultivando os ricos bens,
Lançando- Te, Senhor do precipício...

Livrai-nos da fatal hipocrisia,
Erguida em mil altares, sacrilégios.
Da imunda podridão da sacristia,
Um mundo feito em tantos privilégios...

Livrai-nos de nós mesmos, pecadores,
E sejamos das almas, pescadores...

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