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Tuesday, March 1, 2011

ESPELHO DOS SONHOS



Quero ser o olhar refletido
No espelho dos seus sonhos
Como uma lente de refração
Que intersecciona esferas
Dispostas no mesmo plano,
Visão de um desejo onírico,
Plano dos mais líricos
Que se encaixa em vértices,
Unindo o côncavo e o convexo,
Amor em ápice total!

**Flor Bela**

Num prisma mavioso
De alegria, sonho e gozo
Entremeiam-se delírios
Corpos nus, doces martírios
Em viagens sem limites.
Mesmo quando não permites
Onde eu possa ancorar
Vago além de algum luar
Cerco estrelas com as mãos
E tomando em sonhos sãos
Esperanças e promessas
Deste tanto que endereças
Aos anseios mais vorazes.
Quando vens e já me trazes
Seios, boca, coxas, pernas
As Vontades loucas, ternas
Em eterna dimensão
Nesta interseção de sonhos
Dias claros e risonhos
Preparando uma explosão!


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Quero o amor proibido
Dos recônditos da noite
Entre estrelas, lábios sonhos
E algum gole de conhaque.
Quero o gozo que incontido
Atravesse num pernoite
E se tanto te proponho
Em teu porto o barco atraque.
Vença as tantas tempestades
Ou deveras os fantasmas
Das loucuras entre os passos
Vida sempre sem juízo,
Sem temor ou no impreciso
Caminhar entre os rochedos
Percorrendo audazes dedos
Encontrando algum rocio.
Vendo em êxtase este olhar
Onde possa mergulhar
Neste azul incandescente.
Quero a nua maravilha
Onde o sonho avança e trilha
Sem perguntas nem porquês
Na explosão em consonância
Emprenhando esta esperança
Que também queres e crês.

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Da forma que se sente
O tanto que se quer
No rosto da mulher
Sequer o sonho ausente
E bebe plenamente
A sólida expressão
Da nova direção
Em rara dimensão
Dourando a vida, a mente.
Eu quero o ser que um dia
Em plena fantasia
Explode em alegria
E mesmo se viria
Não pude conceber
Nos versos mais audazes
E quando em versos trazes
O mundo ao bel prazer
Vencendo os meus anseios
Sentindo nos teus seios
Os veios para o auge,
Navego sem sentido
E bebo o que embebido
Nas luzes de teus olhos
Traduz meu horizonte.
Repasso o dia quando
Olhando assim de banda
A vida não desanda
Nem mesmo sonegando
O prazo que se finda
Aonde foste linda
E vago em sorte finda
O tempo sempre brando
Procuro, em sonho, ainda.
Mas quero com certeza
Vencer qualquer surpresa
Da vida atocaiada,
E tendo-te em lençóis
Aonde tu constróis
A velha barricada
Sem nexo, por acaso
Amor sem ter ocaso
Supera o ledo atraso
E molda a cada caso
A sorte desenhada...
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Dançando noite afora
Ao ritmo mais frenético
Do sonho sem ter rédeas
Nem medos, velhos pejos,
A vida não demora
Explode em tais desejos
Envolves o meu corpo
E a chama nos clamando
Trazendo vez em quando
Suspiros e gemidos
Envolvem os sentidos,
Aroma, tato, e ouvindo
A voz suave e mansa
Convite após a dança
Pra danação sem medo
Sem tédio e sem remédio
Enquanto a noite avança.
Olhando-te de perto
O encanto onde desperto
O todo que deserto
Na busca de um momento.
As mãos descendo audazes
Decote onde me trazes
Visões do firmamento,
No quanto eu me fomento
Sem nada a me conter,
Rodopiando em goles
De inebriante vinho
E quando tocas, boles
Nos seios eu me aninho.
E a noite continua
E nua sob a lua
Em mar imenso e claro,
As ondas nos lambendo
Salivas percorrendo
Portais do Paraíso…
Quem dera fosse assim
E o quanto vivo em mim
Transcende ao mais preciso
Cenário onde matizo
O ser feliz. Enfim...


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Eu quero o gozo absoluto da certeza
De um novo tempo que me traga além das velhas noites solitárias.
O encanto de poder saber do canto quantas vezes esquecido
Jogado pelos cantos de uma casa abandonada.
Dos becos sem saída
Da vida sem mais nexo
Anexo outro momento
E sorvo o sentimento
Enquanto tanto tento
Explodo noutro rumo
E quando vejo e assumo
A força que me trazes
E nela a vida em fases
Persiste contra a fúria
Da vaga incúria
E sem lamúria
Penetra a madrugada.
Vivendo sem sentido
O tempo resumido
No vago de uma espera
Gerando o quanto gera
Da sincera vontade.
E o tempo, a claridade
O passo, a leda idade,
O verso onde degrade
E o cais distante, ausente...
No néctar de teu corpo incandescente
O beijo sem limites
O amor onde permites
O quanto a sorte sente
E galga plenamente
Infinitos em ti...
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Ouvisse a voz do tempo
Falando da amizade
Que tanto desejaste
E nada mais sentiste
Nem mesmo o que persiste
Em triste sintonia,
Do verso sem sentido
Do dia resumido
No vazio que ora vês…
Buscasse além do impasse
A face mais sensata
Do quanto te arrebata
E bata na janela
Do encanto que revela
A vela em mar distante.
O preço a se pagar
Ausência e solidão
Momentos que verão
O vão deste alimento
Cevado em tal tormento
Sem nunca descansar.
Havendo em luz diversa
A sorte que inda versa
Aquém do que pudera
E sendo a vida fera
Espera tão somente
O quanto já desmente
E nega noutro instante,
Vestindo o que nos resta
Da luz em cada fresta
Abrindo em dor e medo
Somente este arremedo
Do manto descorado
Jogado sem sentido
Perdido nos umbrais
Do tempo em vendavais
Sem nunca ver, jamais
E quando aquém te esvais
Esperas outro passo
Sem nada aonde escasso
O traço dita o fim...
Falando da amizade?
Aonde se não vejo
Sequer qualquer ensejo
Expresso em luz e paz.
Quisesse mais audaz
A vida que se faz
Em velha e carcomida
Noção de solitária
Noturna e mesmo vária
Vontade de sentir
O aroma que não veio,
A lua sobre o seio
O tempo sem receio
E o canto em plenitude.
Aonde desilude
O barco perde a rota
E nada mais se nota
Senão novo naufrágio...


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Amor: veneno que inebria
Vicia e toma conta,
E quando a vida apronta
Matando a fantasia
O verso não teria
Sequer aonde aponta
A vida em faca e ponta
Fazendo já de conta
Do quanto se queria.
E nada mais tivesse
Além da vaga prece
Sem rumo e sem proveito
E quando só me deito
Espero alguma chance
Do sonho que se avance
E lance a lance alcance
O todo que ora anseio...

Amar e ter no olhar
Vontade de chegar
Aonde não pudera
Vencendo a tempestade
Gerada por saudade
Atroz, porém sincera.
Não deixo para trás
Sinais nem rastro ao menos
E bebo dos venenos
Do lábio imaginário
E neste itinerário
Amor dita o inventário
E toca a vida em frente,
Podendo, de repente,
Num ato sem juízo
Sorver deste improviso
Que tento sem cansaço
E mesmo quando o traço
Amor diz prejuízo.
No temporal da sorte
O quanto me conforte
Comporte norte e corte,
Mas sempre me alimenta
Da luz que a vida inventa
E traça no infinito
A luz que necessito
Ao menos pra sonhar.
Tramando onde encontrar
O rumo neste mar
Mudando a direção
Da ventania em velas
Diversas que revelas
O porto nos teus seios
Delírios sem receios
Nos veios mais audazes,
Moldando quando trazes
O tempo mais profano,
E quando em ti me dano
A dita baixa o pano
E enceno outra versão
Da mesma sensação
Ousada da paixão
Que tanto nos domina.
Mais uma? Quem o sabe...
Só sei que sempre cabe
Bem antes que se acabe
No sonho, etérea mina
Que tanto me fascina
E quando determina
O passo sem temor.
Vibrando em cada amor...


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Vontade de chegar
Das noites solitárias
Evasões quase diárias
De tempos sem lugar
E nada a divagar
Sangrando a cada verso
Aonde siga imerso
Nas tramas do lutar
Sem nunca descansar
Buscando te alcançar
Aonde quer que eu vá
Deixando para trás
O canto mais mordaz
Que a vida ainda traz
A quem sabe sonhar...
Meu verso sem destino
Amor em desatino
O corte onde alucino
A pino o sol da espera
Gerando noutra esfera
Estéril caminhada.
A força inusitada
A luta desenhada
E o tanto dita o nada
Sem sorte e sem sentido
Do norte resumido
Na fonte desenhada
Em campos mais diversos,
E o verso sem proveito
O mundo sem direito
Possessos em delírios
Amores noutro rumo,
Canto e desencanto
Percebo o que se quer
No olhar de quem vier
Marcando em mesmo tom
O amor em raro dom
No quanto o velho som
Dissesse do futuro.
Presumo o que inda tenho
E sei do quanto empenho
A vida não poupasse
E nisto atropelasse
Os erros do passado
Gerando lado a lado
O templo desenhando
No corpo da mulher
Que tanto ou nem sequer
Pudesse adivinhar...

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