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Saturday, December 2, 2006

Devemos desconfiar do amor que nasce antes de criar raízes: o fogo incipiente apaga-se com pouca água.
(Ovídio)
A paixão que devora, simplesmente
Nunca traz a certeza de um amor.
Nem sempre do botão a bela flor
Desabrocha, pois morre de repente.

De tudo que, entretanto, forja a mente
O fogo nos queimando com ardor
Por vezes nos invade de pavor
E o rio não deságua mansamente.

Não falo que não deixe cicatrizes,
São elas inerentes a quem sofre
A chave que se esconde, deste cofre,
Torna-nos quase sempre em infelizes.

Mas nunca tenha medo de viver,
A dor que embalde traz nos purifica.
De cores, a paixão, é sempre rica,
Embora nos transtorne, dá prazer.

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