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Saturday, December 2, 2006

O relógio não conta nas horas felizes. Vyâsa


“O relógio não conta horas felizes!”
Nem deixa que lembremos da saudade
Que em momentos sublimes não invade
E nem deixam expostas cicatrizes...

Horas felizes, poucas, mas marcantes.
Cadáveres guardados não as deixam
E fazem com que todos que se queixam
Não se lembrem das horas delirantes.

Vivemos e passamos, segue a vida.
Não posso reclamar de ter perdido,
Muito pior seria não ter tido
O gosto do prazer. Volta sem ida...

Vencidos os momentos da quimera
A sorte me revela meu destino
Tudo o que fora um sonho cristalino
Adormece no colo da pantera

E deixa um sentimento mais mordaz
Do gosto da derrota em minha boca.
A minha juventude fera louca
Esquece que também existe paz...

A tal felicidade é companheira
Que, percorrendo certo trecho, volta
E deixa quem não sabe na revolta
Que marca e que maltrata a vida inteira!

Porém meu querido camarada,
A vida me ensinou uma lição:
Que semeando amor no coração
Tua vida será sempre encantada.

Não culpes teu passado pelas dores,
Elas sempre brotaram do prazer.
Neste jogo: ganhar, gozar, perder,
Guarde todo o perfume destas flores!

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