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Monday, July 25, 2011

A Bichana

Num dia quente de janeiro, João Polino, cansado da mesmice santamartense, resolveu dar um passeio no Rio de Janeiro.
Seu irmão mais velho, há muito morava na cidade maravilhosa e estava cansado de convidar nosso herói para passar umas semanas com ele, desfrutando da praia de Copacabana.
João fez os preparativos para a viagem, arrumou a sua mala, sem esquecer-se das lembranças que levaria para o amado irmão.
Uma cachacinha de lei, um pote de doce de leite, outro de doce de figo, umas goiabas, mangas espada, laranjas,etc.
E, como queria agradar a sua cunhada, amante de animais de estimação, criadora de gatos siameses, angorás; resolveu levar um filhote de onça pintada para ela.
Ao ser informado de que não poderia levar um animal vivo no ônibus, muito menos um filhote de onça, João não pestanejou. Pegou o bichinho e colocou num bornal à parte, tampando a boca da bichana com um pano e amarrou as patinhas do pobre animal, imobilizando-o totalmente.
Assim que entrou no coletivo, deixou as malas no guarda volume, no bagageiro e, carregou o bornal consigo...
Desceram por Ibitirama, passando por Celina e quando já estavam perto de Guaçui, aconteceu o imprevisto. A onça, mercê de tanto stress, resolveu, bem como direi para não chocar as senhoras, evacuar...
As fezes da bichana tinham um odor deveras intenso, empesteando todo o ônibus.
João Polino, fez que não era consigo e, simulando um sono profundo, fechou os olhos e ficou quieto,
Mas, a situação estava ficando insustentável; um passageiro olhando para a cara do outro, desconfiado, como se quisesse reclamar mas sem saber a quem.
Assim que passaram por Guaçui, começou a chover; chuva torrencial.
Daquelas que não permitem janelas abertas, sob o risco de empapuçar quem ousasse abri-las.
Janelas fechadas, o cheiro se intensificando a cada minuto, os olhares desconfiados e João Polino dormindo...
Num certo momento, o motorista não suportando mais tal catinga, disparou, tentando ser educado...
-Quem tiver com a bichana fedendo, por favor, saia do ônibus!
A Dona Zica, esposa do seu Jacinto, coitada, pensando que era com ela que o motorista falava, desceu envergonhada...

1 comment:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Sempre irreverente até nos causos, Marcos. Te adoro, sabes bem! beijão

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