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Wednesday, March 26, 2008

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 159

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O vento feito em brisa, agora eu noto

Depois do temporal, clara bonança;

A voz deste passado tão remoto,

Às vezes melancólica me alcança.

Porém amor que traz farta ternura

Apascentando o medo de voltar

A ter em minha vida esta amargura

Trazendo sobre nós, farto luar.

Eu quero tão somente ser feliz,

E disso faço o rumo que persigo,

Além do que esperança não prediz

Preciso deste amor, demais amigo.

Amor em temporais quer passarinhos

Se a rosa tem perfume e tem espinhos.

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Se a rosa tem perfume e tem espinhos,
Que faço se não vivo sem aroma
Gostoso desta rosa que em carinhos
Bem
loucos toda noite já me toma.

Bebendo com certeza raros vinhos
Não posso mais negar que já se assoma
Vontade de correr os teus caminhos
Ouvindo: - Vem benzinho, então me coma!

Banquete que eu bem sei pra mil talheres
Fogosa e nesta cama uma pimenta,
Tu sabes que terás quando vieres

Mas por favor, não seja tão ciumenta

Amor não necessita burburinhos

Conhece em mansidão, doces caminhos...



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Conhece em mansidão, doces caminhos

Cantando uma alegria em tom maior,

Pensando nos teus beijos e carinhos,
Teus seios, tua boca e teu suor,

Deitando em nossa cama, sedas, linhos,
Caminhos do teu corpo, eu sei de cor.
Encontro nos teus braços, belos ninhos,
De todos os meus sonhos, o melhor.

Vivendo em cada noite, um paraíso,
Entrego-me aos teus beijos, teu sorriso

Deixando para trás a falsidade.

A paz que eu tanto quis agora eu vejo,

Além de simplesmente um bom desejo

Um novo amanhecer em liberdade...

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Um novo amanhecer em liberdade

Floresce uma alegria em meu jardim,

Mergulho no teu colo, esta vontade
De ter o teu amor bem junto a mim,


Razão de poder ter felicidade,
Num sonho que não pode ter mais fim,
Se eu tenho, no teu corpo a claridade,
Que faço se distante estou, assim.


Tu tens este poder de seduzir,
E dominas sem nada a me pedir.
Mudando com certeza a direção

Dos passos temerosos do passado,

Vivendo em harmonia lado a lado

Encontro, nos teus braços, mansidão..

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Encontro, nos teus braços, mansidão

Claridade que nega treva e breu,

O teu amor, querida, é redenção
A quem durante a vida se perdeu.


Aflora no meu peito esta emoção,
Do amor que sei somente é teu e meu.
Rasgando em alegria o coração,
Pois todo este carinho me venceu,


Agora vou cativo deste sonho,
Promessa de outro dia mais risonho

Aonde o pleno amor nos encontrou,

Revoluções à vista, paz em guerra

Amor em quem a glória já se encerra

Caminho feito em luz glorificou.

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Caminho feito em luz glorificou

Porém o meu destino é ser sozinho

Saudade de quem foi e não voltou
Deixando simples sombra sem carinho.


De tudo o que eu pensei nada restou,
Somente esta saudade onde me aninho.
O canto deste sonho me chamou
De volta a percorrer velho caminho


Que leva, num instante à mesma cama
Aonde em toda noite ardia em chama.

Amor que com loucuras se verteu

Em mágicas palavras, sonho breve

Felicidade, agora não se atreve

Matando o que pensara ser só meu...

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Matando o que pensara ser só meu

Não quero que meus passos tu evites

Saudade de teu corpo junto ao meu,
Rolando sem juízo e sem limites.


Depois que tu partiste, resta o breu,
Apenas a saudade a dar palpites
Refaço o brilho intenso, que era o teu,
E nisso tudo quero que acredites,


De tudo o que carrego nesta vida,
Tu és a parte nobre, mas sofrida

Do que inda penso um dia que há de vir

O vento da esperança que me roça,

Ao mesmo tempo corta e já remoça

Mudando em pensamento, o meu porvir.

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Mudando em pensamento, o meu porvir

A vida é muitas vezes caprichosa,

Não quero mais falar; quero sentir
Teu corpo em noite clara, maviosa.


No brilho de teus olhos, refletir
A lua que luzindo é fabulosa.
Somente o que me resta é te pedir
Que voltes para mim, bela e fogosa,


Senão esta saudade a maltratar,
Pode, mais depressa, me matar.

Calando em cores gris os belos sóis

Dos olhos de quem amo, a luz persigo,

Vislumbro o que sonhara, está contigo

Meus olhos de teus olhos, girassóis...

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Meus olhos de teus olhos, girassóis

Encanto libertário, paz e vinho,

As marcas dos amores nos lençóis,
Ficaram, são guardadas com carinho.


Depois de tanto tempo, tantos sóis,
Espero que tu voltes de mansinho,
Brilhando com a força de faróis,
Voltando como um pássaro ao seu ninho,


Trazendo para mim, felicidade,
Matando, com certeza, esta saudade

A cada novo tempo peço abrigo

Nos braços de quem amo plenamente

A sorte em maravilha se pressente

Vivendo esta esperança, amor, contigo...

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Vivendo esta esperança, amor, contigo

Um misto de alegria em desalento

Eu quero te sentir junto comigo,
Colando nossas peles, num momento


Retorna; por favor, ao teu abrigo,
Não deixe que me invada este tormento,
Tudo o que mais quero, enfim, persigo,
É ter o teu amor, teu sentimento.


Mas venha antes que a morte, de surpresa,
Me escolha, traiçoeira, como presa.

Tomando em tempestade o coração.

Por vezes imagino o teu carinho

Acordo e na verdade estou sozinho,

Seguindo sem ter paz nem direção...

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Seguindo sem ter paz nem direção

Procuro simplesmente temperança

Tristeza dominando o coração,
Não deixa mais um resto de esperança,


Tomado pela dor da solidão,
Apenas a saudade inda me alcança.
Quem dera se tivesse outra emoção.
À noite esta tristeza em fria lança


Destroça o que sobrou dentro de mim,
Aguardo tão somente um triste fim

A noite amarga e fria, a dor agrava,

O quanto eu desejei e nada vinha,

Tristeza que bem sei, somente minha

Impede a liberdade, dura trava...

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Impede a liberdade, dura trava

Cravada no meu peito, sem perdão

Saudade me queimando feito lava,
Ardendo assim me invade o coração,


Durante todo o tempo em que pensava
Na força deste amor, na tentação
Qual fosse a fera imensa, firme e brava
Rasgando a minha pele mostra então


O tempo em que sozinho eu te buscara,
Estrela radiante bela e rara.

Em dias tão difíceis, traduzidos

Nos olhos marejados de quem ama.

A vida ao apagar a nossa chama

Fazendo os meus caminhos desvalidos...

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Fazendo os meus caminhos desvalidos

O tempo sonegando festa e gala

Raivosa a noite imensa em seus bramidos,
Num momento cruel, assim me abala,


Dos sonhos e caminhos percorridos,
A dor vai aumentando em alta escala,
Meus dias vão perdendo os seus sentidos,
À dor que me invadiu, nada se iguala.


Quem dera se eu pudesse – esperança.
Porém esta saudade é fina lança.
Um fogo que nos queima, mais ligeiro

Do amor que tanto quis e nada resta

A solidão temível, sorte gesta

Saudade me tomando por inteiro...

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Saudade me tomando por inteiro

Não deixa que eu perceba a lucidez

Durante tanto tempo, amor guerreiro,
Tomando o coração fez suas leis,


De todos os que eu tive, amor primeiro,
Levando a mais total insensatez.
Ainda estou sentindo o doce cheiro
Daquela que se foi, e assim se fez


Meu último desejo, meu suspiro,
Saudade me cortando como um tiro

Tornando um paraíso mais remoto.

Porém ao perceber o teu sorriso,

Decerto um verso ameno e mais conciso,

O vento feito em brisa, agora eu noto.

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