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Thursday, March 27, 2008

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 163

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Depois de um tempo amargo, ora remoto

O amanhã se promete mais airoso

De estrelas, coração em paz eu loto

Provendo amanhecer maravilhoso.

Recôndita emoção já se aflorando

Refaz antigo passo, trama a festa

Um dia que virá; decerto brando,

Felicidade plena, cedo atesta

Vivendo o que me resta do teu lado,

Não temo mais as pedras nem espinhos.

Num tempo tão perfeito vislumbrado,

Certeza de alegria, lua e pinhos.

Que toda fantasia, num instante

Em glória extasiante nos encante...

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Em glória extasiante nos encante

Deixando no passado um sonho aflito

Solidão se mostrando mais distante,
Acode-nos o canto tão bendito


Moldando um novo sonho deslumbrante,
Ganhando sem limites, o infinito,
Soltando em pleno espaço, num instante
Alçando o paraíso em belo rito.


Amiga não se esqueça de que a vida
Deve ser sempre amada e tão querida.

Estenda em tuas mãos um alvo lenço

E a paz que procuramos; já sabemos

Tomando em nossas rotas, mãos e remos

Da força da amizade eu me convenço...

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Da força da amizade eu me convenço

Delícia em liberdade já sentinto,

Aos olhos de quem ama, um brilho intenso
A cada novo dia, ressurgindo,


O medo de perder, tornando tenso
O canto que se fez em dia lindo,
Porém se na amizade eu sempre penso,
O vento em calmaria já vem vindo


Batendo na janela enfim me traz,
A perfeição dileta, plena paz

Deixando para trás uma agonia.

Eu tenho nos meus olhos a certeza

De um tempo em que o carinho já se preza

Quem sabe esta amizade me diria...

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Quem sabe esta amizade me diria
Das horas que decerto não sabiam
Olhares de quem ama e não confia,
Distâncias gigantescas já traziam,


Na pérfida ilusão que parecia
Que nunca, novamente raiariam,
Mas nasce em luz mais branda um novo dia

Que em versos tantas glórias me diriam.

Esperança que se mostra benfazeja
A quem; perfeito encanto assim deseja.

Uma amizade muda toda a história

Calando a mais terrível solidão,

Tomando em luz brilhante, esta amplidão

De dores e de bênçãos, divisória...

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De dores e de bênçãos, divisória

A força que suplanta céu e mar

Meu sonho de amizade é feito em glória,
Sem medos que nos possam maltratar,


Mudando num momento nossa história,
Alçando a liberdade de um luar.
Quem dera se eu pudesse sem vanglória
De toda esta alegria desfraldar.


Assim, talvez não venha dor profana,
Que mata e; muitas vezes, desengana.

Supera com firmeza, medo e intriga.

No encanto que se mostra em clara luz

O nobre sentimento se conduz

Nos passos de meu sonho, minha amiga.

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Nos passos de meu sonho, minha amiga,
O laço mais estreito que nos une.
Que a sorte benfazeja nos bendiga,
Senão a morte vem e cedo pune


Aquele em quem a paz já não se abriga,
Embora tantas vezes creia imune

Permite que o caminho em paz prossiga

Sem nada que o impeça ou importune

Aberto o peito, a vida não se cansa
De ter numa amizade esta esperança

Negando qualquer forma de embaraço.

Azulejando a vida, vou contente,

Sabendo deste sonho tão premente

Receba cada verso que eu te faço..

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Receba cada verso que eu te faço
Com coração aberto, pois garanto
Que sempre que eu puder estreito o laço
E seco toda a dor, enxugo o pranto,


Pois pode enfim contar com o meu braço,
E em toda a mansidão de cada canto

Firmando com ternura, passo a passo,

Entendo na amizade um brando manto.

Sem medo do que venha acontecer,
Trazendo em segurança o alvorecer

Fazendo da esperança um bom ungüento.

O quanto é necessário prosseguir

Vislumbra em calmaria este porvir

Deixando bem distante algum tormento.

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Deixando bem distante algum tormento.

A vida se permite a teus carinhos

Amiga, não se esqueça um só momento
De todo amor que uniu nossos caminhos,


Buscando uma alegria, vou sedento,
Bebendo da amizade doces vinhos,
Poeira no meu peito toma assento,
Ternura emoldurando nossos ninhos,


Valores que amizade nunca nega,
Em mares tão fantásticos, navega

Enquanto uma esperança já comanda

A vida de quem sabe o que mais quer,

Do jeito mais sublime que vier

No peito em que emoção deseja e manda...

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No peito em que emoção deseja e manda

A correnteza às vezes se faz brava,

A vida que em momentos já desanda,
Trazendo uma tristeza feita em lava.


Alvoroçando estrada outrora branda,
Deixando no caminho amarga trava,
Formando desventura tão nefanda,
Que mais profundamente me cortava,


Os golpes mais cruéis já recebidos
Turvando em treva imensa os meus sentidos.

Amor em solidão sonhos degrada.

A sorte se perdendo num segundo,

O corte feito em sabre é mais profundo

Doída, a minha voz desesperada...

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Doída, a minha voz desesperada

Deixando bem distante uma ternura

A marca da tristeza afigurada
Mostrando tão somente a desventura


Restando em nossa vida quase nada,
A noite ressurgida em treva, escura,
A sorte em outros tempos bem fadada,
Agora vai mudando de figura


E traz desesperança como marca,
Naufraga em solidão a minha barca

Em portos tão funestos ancorados

Os gozos de quem sempre quis bem mais,

Distante de teus braços, perco o cais

Remansos em tormentas, alagados...

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Remansos em tormentas, alagados

O medo de viver queimando lento

Os sonhos que tivera, espedaçados,
O mundo se pintando em fingimento,


Os dias vão passando, transtornados,
Sobrando tão somente um vão tormento,
A seca dissemina sobre os prados,
Da esperança sequer um bom momento,


As águas já secando em plena fonte
As nuvens mais sombrias no horizonte

Destino noutros rumos, vai malgrado

Açoites da ilusão, minha alma afásica

A boca que me morde, assim, chagásica

Meu passo segue, enfim, desencontrado...

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Meu passo segue, enfim, desencontrado

Distante do que fora paz e abrigo,

A morte já mandando o seu recado,
Encontra a cada curva, outro perigo,


A dor vai ecoando em alto brado,
Um passo para frente e não consigo,
Atado aos elos duros do passado.

Um sonho que me acalme, em vão, persigo.


Quem sabe em ilusão ressurja um dia
Nos brilhos da alvorada: fantasia

Trazendo novamente a claridade

Mas nada do que eu possa vislumbrar

Permite que eu consiga imaginar

Depois do temporal, tranqüilidade...



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Depois do temporal, tranqüilidade

Que há tanto tempo eu sempre perseguia

E sinto vir o vento da amizade,
Em mansa sensação de calmaria,


Trazendo para a treva, claridade,
Raiando em emoção santa alegria,
Quem sabe ser possível liberdade,
Além do que pensara, até sabia,


Refazendo o meu canto, em novo verso,
Alçando em pensamento outro universo

Embora muitas vezes caprichoso

Que possa permitir um canto leve,

No amor que uma amizade sempre ceve

Um dia que virá maravilhoso...

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Um dia que virá maravilhoso

Impede totalmente a derrocada

Do canto da amizade, desejoso,
Percebo a vida sempre iluminada,


Depois de caminhar tão receoso,
Encontro uma esperança demarcada
No sonho que me fez mais orgulhoso
De ter sempre ao meu lado em minha estrada,


A força que me toma e assim me abriga,
Nos braços de quem amo; minha amiga

Um sonho mais audaz, feliz eu boto.

Meu verso se apazigua neste instante

Bebendo o farto mel, doce e constante

Depois de um tempo amargo, ora remoto.

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