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Thursday, March 27, 2008

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 161

2243

A fonte do prazer jamais esgoto

E deixo a vida sempre me levar

Além deste infinito tão remoto

Maior que toda a força deste mar.

Eu sei que nada mais me impedirá

De ter o que sonhara o tempo inteiro

Por isso é que eu desejo desde já

Amor que seja sempre verdadeiro,

Hospedo no teu corpo essa vontade

De sempre querer tanto e muito mais.

De toda esta ternura que me invade

Carícias em delírios sensuais.

Quais fossem duas loucas andarilhas,

Minhas mãos apalpando maravilhas.

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Minhas mãos apalpando maravilhas,
Descendo por teu corpo querem mais,
Nos seios e nas coxas, nas virilhas,
Buscando este tranqüilo e raro cais

Aonde desemboca o meu prazer,
E com vigor adentra a bela furna,
Num fervilhante mar vai se aquecer,
Tomado por vontades em ternura.

Recebo o gotejar delicioso
Que pressinto invadir em convulsão,
Deitando sobre um rio caudaloso,
Na fúria sem igual de um furacão.

Assim, corpos sedentos se saciam,
Nos gozos sensuais que nos viciam..

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Nos gozos sensuais que nos viciam

Encontro meu alento em raro encanto,

Momentos que prazeres propiciam

Teu corpo me servindo como manto.

As horas do teu lado, inesquecíveis,

Vislumbro o que desejo há tantos anos.

Carinhos em delírios mais incríveis

Deixando para trás os desenganos

Eu vivo tão somente por saber

Do quanto amor nos toma e assim devora,

Ao lado de quem sei o bem querer

Não quero e não pretendo ir mais embora,

Deixando para trás um dia tenso,

Queria ser o sol em brilho intenso.

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Queria ser o sol em brilho intenso
Deitando em tua cama assim te aquece,
Rogando em tua pele, tanto penso,
Numa espécie de canto feito em prece.

Dourando tua cútis, me entranhando,
Roçando tuas coxas e os teus seios,
Beijando tua boca e te tocando,
Sentindo o teu desejo em tais enleios.

E vigorosamente vir inteiro,
Lambendo com meus raios tal nudez,
Teu corpo delicado, enfim, trigueiro,
Num ato de perfeita insensatez.

O sol que se enamora a cada dia,
Deixando bem distante a noite fria...

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Deixando bem distante a noite fria.

Calor em rara ardência; em ti, descubro.

Vivendo da maneira que eu queria

O fogo da paixão intenso e rubro.

Sentindo este bafejo da esperança

A mão que acaricia necessita

No corpo desejado uma aliança

Tornando a nossa vida mais bonita

Eu tenho dentro da alma esta certeza

De um tempo em que o amor tomando a cena

Derrame sobre nós tanta beleza

Num ato de ternura rara e plena.

Buscando este viver maravilhoso,

Mergulho no teu mar. Vou desejoso.

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Mergulho no teu mar. Vou desejoso,
Querendo cada gota prometida,
Sorvendo e destilando cada gozo
Nos méis maravilhosos, nossa vida.

Ao ter teu corpo lânguido e sedento,
Misturo nossos lábios e salivas.
Atado nas vontades, num momento
Atraco no teu porto, tais ogivas

E na explosão das minas eu me rendo,
E deixo-me levar, do amor cativo.
Fartura de banquetes que pretendo,

Dos gozos mais benditos, eu me crivo...

Do quanto o nosso amor farto se fez

Vontade de encontrar tua nudez.

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Vontade de encontrar tua nudez
Na cama prazerosa dos meus sonhos,
Roçando tua pele, tua tez
Com lábios tão vorazes e risonhos.

Depois dançarmos juntos, ritual,
Acasalarmos gozos e promessas,
Num sensual caminho triunfal
Aonde teus desejos me confessas,

E assim noites afora, sem limites,
Dando vazão a tantas fantasias,
Bebermos deste sonho em que me excites
Amor que se promete em mil orgias

Transforma uma ilusão, plena certeza,

Crisálidas se abrindo em tal beleza

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Crisálidas se abrindo em tal beleza
Enaltecendo aos deuses criadores.
Formando com amor mostra a destreza
Da natureza plena em seus fulgores.

Da larva que já foi, sequer notícia.
Alçando espaços, lépida figura
Que entregue à maravilhas em carícia
Voando
em perfeição, uma escultura.

Eu quero esta crisálida comigo,
Refeita em borboleta maviosa,
Que não teme mais qualquer dor ou perigo
E destemida, sabe quando goza...

No gozo que esta vida já conceda

Teu corpo, meu altar, bela vereda

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Teu corpo, meu altar, bela vereda
Aonde percorrendo num momento,
Percebo em teu calor o sentimento,
Que queima em maravilha, labareda.

Eu peço que o amor já nos conceda
A fome de se ter fogoso vento
Ardendo em nossa vida, forte e lento,
Impedindo que chegue qualquer queda.

Vontade de te ter aqui; desnuda;
Beleza emoldurada nos lençóis,
Voracidade agora, antes e após,

Eternidade em fúria que me acuda
E marque meu pescoço com teus dentes,
Sinais do amor profano que já sentes...

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Sinais do amor profano que já sentes

Do jeito que o diabo sempre gosta

Cravando em minhas costas os teus dentes

Meus dedos apalpando cada encosta.

Vulcânica expressão em fogaréu

Amor não deixa nada pra depois

Voando em liberdade, alçando o céu

Delírios sem delitos de nós dois.

Nos gestos e promessa, risos tantos,

Vasculho cada canto, encontro a paz.

Vencendo com brandura estes quebrantos

Decifra enquanto cedo satisfaz,

Pois sinta a maravilha que se apronte,

Quando a brisa roçar-te, mansa, a fronte.

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Quando a brisa roçar-te, mansa, a fronte,

E o vento balançar os teus cabelos,

Olhando para frente, no horizonte,

Teus olhos fulgurantes; quero vê-los!


Estrelas transformadas em sorrisos,

Vertentes de esperança, lagos plenos

Repletos de carinhos mais concisos,

Guardando teus momentos mais serenos.

Viajo pelos astros, rumos, lumes

Que emanas de teus olhos deslumbrantes,

Meus olhos são pequenos vaga-lumes



Nos trilhos, teus faróis, fortes. Gigantes.

E assim, apenas sou um sonhador

Encontrando, num brilho, tanto amor

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Encontrando, num brilho, tanto amor

Eu sei que sou feliz, isso me basta,

Um dia amanhecendo em tal vigor

De toda uma tristeza nos afasta.

Compondo a fantasia mais sublime

Não tendo mais temores, vou em frente,

O quanto em farto amor, amor se estime

Mudando a nossa vida de repente.

Vivera, no passando, esta agonia

De ter leda e distante uma emoção,

O canto em esperança me dizia

Da força inestimável da paixão.

Às margens de um amor, vivia tenso

Qual náufrago de um sonho em mar imenso.

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Qual náufrago de um sonho em mar imenso
Que encontra em um atol; porto seguro,
No amor que te dedico sinto e penso,
Deveras dos meus erros me depuro.

Meu barco; na partida, em alvo lenço,
Deixara uma saudade, sem apuro.
Mas logo a tempestade em céu tão denso,
Ao soçobrar perdeu-se, mar escuro.

Amor; um timoneiro persistente,
Encontra ancoradouro em manso cais.
A salvação mostrando-se evidente

Permite que se estenda em firmes laços
E atraque em segurança. Os vendavais
Da vida me aportaram nos teus braços...

2256

Da vida me aportaram nos teus braços,

Os barcos de meus sonhos, fantasias.

Estreitam-se, com força nossos laços

Sabendo deste amor, as garantias.

Não quero mais viver desiludido,

Nem mesmo que me sangrem as promessas

O quanto amor é bom, se repartido,

Tu sabes e decerto me confessas.

Não temos mais motivos pra sofrer

Tocados pelo gozo da ventura

Que mostra toda a força do prazer

Calando com sorrisos a amargura.

Depois de meu passado triste e roto,

A fonte do prazer jamais esgoto.

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