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Friday, May 19, 2006

FILHO FEIO NÃO TEM PAI, MESMO QUE SEJA "A CARINHA DO PAPAI"

Burguesia terá de abrir a bolsa, diz Lembo
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, foi entrevistado por Mônica Bergamo.
Fez declarações do barulho. Criticou os ‘aliados’ FHC e Geraldo Alckmin, afagou o ‘inimigo’ Lula e esculhambou a ‘elite branca’ paulista, culpando-a pela violência. Leia abaixo trechos da entrevista:

- Houve uma matança em São Paulo na madrugada de terça. A polícia está sob controle ou está partindo para uma vingança? A polícia está totalmente sob controle (...). Todas as noites há confrontos nas ruas da cidade e esses conflitos foram exasperados nesses dias. Mas vingança, não (...).
- O que pode dizer para um jovem de 15 a 24 anos, que vive em ambientes violentos da periferia? (...) Tem duas situações muito graves: a desintegração familiar que existe no Brasil e a perda... (de qualquer) regramento religioso (...). Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa.
- Que ficou assustada nos últimos dia. E que deu entrevistas geniais para o seu jornal. Não há nada mais dramático do que as entrevistas da Folha [com socialites, artistas, empresários e celebridades] desta quarta-feira. Na sua linda casa, dizem que vão sair às ruas fazendo protesto. Vai fazer protesto nada! Vai é para o melhor restaurante cinco estrelas junto com outras figuras da política brasileira fazer o bom jantar (...).
- Onde o senhor responsabiliza essas pessoas? Onde? Na formação histórica do Brasil. A casa grande e a senzala (...). O cinismo nacional mata o Brasil (...). O que eu vi [nas entrevistas para a Folha] foram dondocas de São Paulo dizendo coisinhas lindas. Não podiam dizer tanta tolice. Todos são bonzinhos publicamente. E depois exploram a sociedade, seus serviçais, exploram todos os serviços públicos (...). A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações.
- FHC a possibilidade de acordo com os criminosos para cessar a violência. (...) Fernando Henrique poderia ter ficado silencioso (...). Pode ser que eventualmente ele tenha precedente sobre acordos. Eu não tenho.
- Alckmin telefonou para prestar solidariedade? Dois telefonemas (...). Acho normal. Os pulsos [telefônicos] são tão caros...
- E o José Serra? Não telefonou (...).
- As autoridades paulistanas garantiram, nos últimos anos, que o PCC estava desmantelado. Enganaram os paulistanos? Não saberia responder. Eu não engano. Ganhamos uma situação mas é um grande risco. Temos que ficar muito atentos.
- Pode dizer que o PCC acaba até o fim de seu governo? Só se eu fosse um louco. E ainda não estou com sinal de demência (...).
- O Fernando Henrique não telefonou? Não, não. Ele estava em Nova York. O presidente Lula telefonou, foi muito elegante comigo (...).


Essa entrevista demonstra o quanto o PSDB, pai da criança PCC, surgido, fortalecido e alçado às primeiras páginas dos jornais durante o longo mandato tucano à frente de São Paulo, alimentado pela incompetência administrativa, elitismo classista, fato que na São Paulo das desigualdades sociais e dos guetos reais das periferias da vida é extremamente evidente e essencialmente sintomático, entre outros fatores.
Podemos observar que a inoperância paulista se demonstra desde a pré-escola do crime até as universidades com mestrado e doutorado.
Um estado que, entre outras coisas, congela o salário de policiais durante 12 anos, sendo o mais rico da federação, seus profissionais de segurança detêm o vigésimo primeiro lugar a nível salarial; dá-nos a impressão de ser totalmente alheio a segurança pública tendo, criminosamente participação por omissão, nos casos de corrupção do sistema penitenciário.
A explícita revolta de Lembo contra as principais expressões do PSDB paulista se justifica, se basearmo-nos no curto espaço de tempo entre a sua posse e os fatos detonados, com o devido alarde dado pelo próprio serviço de Inteligência do Estado, e devidamente ignorado pelo ex-governador tucano, Alckmin, criando um território propício para que tudo acontecesse.
O surpreendente discurso de Lembo, sobre as origens burguesas das causas maiores da violência é de forma até alentadora, sinal de que essa percepção o poderá salvar da destruição moral que fatalmente virá com o decorrer da história.
Tivemos exemplos, no passado de pessoas que surpreenderam, principalmente exemplos como o de Teotônio Vilela, mas se Cláudio Lembo poderá , pelo menos em parte, reedita-lo será muito salutar para ele próprio, mostrando que nem sempre pau que nasce torto morre torto.
Já quanto à reação dos tucanos devemos perceber duas coisas, em primeiro lugar a tentativa insólita de atribuir os efeitos do seu desgoverno a um Governo Federal, que nunca se mostrou omisso, fato relatado pelo próprio Cláudio Lembo, ao elogiar Lula pela sua atitude solícita e cavalheiresca.
Quanto aos tucanos, se demonstra a total indiferença desses para com São Paulo.
Lembro-me de como FHC acalentava o Real, filho da administração Itamar Franco, com aspectos de criança saudável e desejável pela maioria da população, filho bonito, portanto.
Realmente, o melhor plano econômico feito nos últimos anos nesse país.
Filho bonito, mesmo que alheio, foi tratado como se a paternidade fosse de FHC, embora todos viram a execução do ato, sendo feita por Itamar, inclusive no ato da fecundação, gravidez e nascimento.
Poucas vezes se viu, com tanta clareza que, o competente grupo econômico de FHC, teve essa paternidade arrebatada e furtada pelo incompetente, mesmo enquanto sociólogo, Fernando Henrique.
Já o filho feio, mal parido, criado a partir das brechas geradas pela incompetência tucana; sobrevivendo e crescendo nas sombras da corrupção e dos desmandos, alimentado pela subversão das leis do país.
Gerado na barriga da miséria, mas fecundado pela indignidade e impobridade de uma seqüência de péssimos gestores, em todas as escalas dos desgovernos consecutivos oriundos do ninho tucano
Esse filho mal amado, embora traga aspectos de caráter coincidentes com o pai, vendilhão do bem público, assaz conhecido como elitista nos trajes e trejeitos, omisso quanto aos desmandos de seus amigos, para ser inimputável nos seus; fomentador dos guetos miseráveis, para poder aliciar, com o mínimo de despesas, na hora do voto.
Esse filho, reflexo do próprio pai, num espelho mais detalhista, obviamente tem sido negado por esse pai, tão solícito e prestativo com relação ao filho subvertido, espertamente do pai biológico e intelectual, e a cada entrevista dada, seus progenitores se afastam dele.
Lembo, ouça o ditado popular e entenderás: filho feio não tem pai, mas filho bonito, qualquer um quer ser o pai.
Mesmo que esse filho feio seja “a cara do papai”...

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