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Tuesday, May 16, 2006

O mundo cão e o complexo de Aquiles.

A violência que imperou em São Paulo nesse maio demonstra o poderio do crime organizado, numa demonstração de poderio assustador.

A mídia paulista tem muita influência sobre os efeitos geradores desse espetáculo de força associado á fragilidade dos órgãos de segurança desse estado.

A falência da segurança pública em São Paulo tem várias causas, alguma óbvias, como o descaso das autoridades tanto com relação à repressão quanto as origens primórdios de cunho social, claramente explícita nos guetos sem defesa e sem presença efetiva do Estado.

Falarmos disso pode parecer lugar comum, e muitas vezes o é; porém não faz mal nenhum lembrarmos do quanto à sociedade, como um todo e o Governo Estadual particularmente são responsáveis por esse caos.

A falta de perspectiva das crianças e dos jovens paulistas merece total atenção de quem quiser analisar esses fatos.

Ser pobre em qualquer lugar do Brasil é difícil, mas em cidades como São Paulo, onde a discriminação contra a miséria é inerente, no fechar a porta do carro ao se aproximar a criança miserável vendendo balas, fazendo malabares, pedindo esmola, no proibir a entrada dos mais humildes pelo elevador social, nos milhões de cães de guarda e nos guardas de segurança particular, prontos a humilhar e expulsar a miséria dos núcleos burgueses, como se a miséria fosse um cancro contagioso.

As castas paulistas são histórica e extremamente preconceituosas.

A formação de tribos e de grupos em sampa, diferentemente do que ocorre no Rio de Janeiro, por exemplo, onde o asfalto e o morro se misturam frequentemente desde os bailes funks até as rodas de pagode, passando pela praia e pelo aterro do Flamengo, território democrático de ricos e pobres, pretos e brancos, favelados e moradores de condomínios de luxo.

Agora, em São Paulo essa realidade é bem diferente, há a constante e “necessária”

formação de ilhas com espaços abismais entre si, entre vários tipos de pessoas, com violenta discriminação.

O fato de São Paulo ter vários e vários casos de violência extrema de origem racista, entre castas e contra grupos como os nordestinos, mendigos, gays, entre outros, demonstra que o caráter de agressividade paulista é impar no Brasil, chegando às raias do absurdo total, desvairado mesmo...

Na Paulicéia temos todos os tipos e gêneros de grupelhos neonazistas e excludentes, que não se suportam e não conseguem conviver, podemos observar isso até nos campos de futebol.

O Estado Paulista é, em essência, elitista e preconceituoso até em atitudes menores, como a criação de rampas nos viadutos para a exclusão dos desvalidos dali.

Esses tipos de atitude são agressivos e geram, por si só, uma reação de exclusão para com e dos grupos majoritários em termos populacionais e minoritários quando o assunto é poder, tanto econômico quanto social.

Essas disparidades geram, por si só, uma terrível diferenciação entre conterrâneos e seres humanos.

Ser pobre em São Paulo é ser discriminado a todo o momento, do semáforo ao restaurante, passando pelos Shoppings da vida.

Imaginar um cidadão humilde, trabalhador, num restaurante burguês paulista, é pensarmos nos chineses dentro da China pré maoísta.

Portanto, sob esse cenário, temos o início do processo de desfiguração social e moral desse povo, pobre povo.

Pois bem, aliado a isso temos uma série de desgovernos no Estado de São Paulo, onde coube um Paulo Maluf, entre outros, o que não é nenhum exemplo de honestidade, e o melhor dentre todos quando o assunto é demagogia.

Nos últimos 16 anos, o que se viu em São Paulo, foi o poder da burguesia, da mesma burguesia quatrocentona que tem o nariz de cadáver assombrando todos os que não vieram dessa oligarquia que ainda recende à república do café com leite.

Esses novos coronéis de terno e gravata, com empresas na Bovespa, com o orgulho em alta e a moral nem sempre, com a chave do capital e afastando-se da porta do Céu em cada ato, do mesmo pessoal que disse que abandonaria o Brasil se o Lula fosse eleito, e que quando esse o foi, utilizando-se dos mecanismos permitidos por Fernando e sua Gang, escoaram para fora do Brasil mais de uma centena de bilhões de dólares.

Essa mesma elite apodrecida em vida, confeccionada nas butiques parisienses e italianas e na sua filial paulistana, criou um verdadeiro abismo social, gigante que discrimina e elimina a todos.

Pois bem, temos, além disso, tudo uma imprensa “popular” de aspecto asqueroso e, em troca de audiência, com um discurso extremamente nazista e de incompetência tanto intelectual quanto moral, donos de um moralismo enviesado e formadores de “opiniões” totalmente fantasiosas e tresloucadas.

O pior não é nem a venda de uma imagem ABSURDA da luta dos humanistas pelos direitos do proletariado à CIDADANIA, mentirosamente e criminalmente colocada como DIREITOS HUMANOS É IGUAL A DIREITOS DE BANDIDOS.

As afirmativas dessa imprensa de baixíssima qualidade sobre esse assunto são de extrema IGNORÂNCIA que se for proposital é criminosa e se for por desinformação são de maior gravidade ainda, pois o microfone dado a essa turma faria mais sentido se colocado nas bocas dos cães de guarda das casas das Madamas dos Jardins.

A colocação dessa imprensa sobre a insegurança de sampa é de uma maneira tal, sensacionalista e discriminatória que gera dois fatores: o pânico da população, principalmente entre as donas de casa que não saem à rua, e o aumento do poder de fogo da marginália, ou a ambos, formando uma associação muito grave.

O calcanhar de Aquiles da população pelo que essa turma vende não é o DESGOVERNO que tomou conta de São Paulo nessas últimas décadas, mas sim a Polícia colocada como corrupta e fragilizada.

Embora muitas vezes tenhamos visto a Polícia em atos comprometedores e enfraquecida como nesses últimos dias, ela é o mecanismo principal de defesa da cidadania da classe média, mas, muitas vezes o agente de repressão e de corrupção sobre as populações mais carentes, vitimizada de novo pelos agentes que a deveriam proteger e, infelizmente, tendo entre seus representantes, na maioria das vezes, pessoas oriundas das mesmas classes sociais mais baixas.

Quando vemos, na venda da imagem de uma fragilidade do poder e no poderio do crime, temos um efeito avassalador.

Para se ganhar audiência, vale tudo, mas tudo mesmo.

Essa imprensa prostituída e vendida aos interesses de seus patrocinadores, criou uma situação insustentável em São Paulo, transformando a todos em reféns imaginários de um poder paralelo.

As bases da cidadania são atacadas todos os dias, em cada afirmativa preconceituosa, impensada e muitas vezes canalha dessa turma.

“Os direitos humanos são os responsáveis por isso!”

Essa afirmativa boçal muitas vezes é repetida e vomitada, mesmo por pessoas com maior capacidade de discernimento.

Vítimas de distorções abjuradas sobre um assunto tão importante quanto à cidadania, os papagaios de pirata repetem essas asneiras sem analisar o que representa isso.

A FALTA DE GARANTIAS AOS DIREITOS HUMANOS É, NA VERDADE O CALCANHAR DE AQUILES DE SÃO PAULO, ENQUANTO OS POBRES FOREM TRATADOS COMO PODRES E ESCÓRIA, A BURGUESIA PAULISTANA IRÁ SOFRER DO PÂNICO DISSEMINADO E SE SENTIRA A MERCÊ DO MONSTRO QUE ELA MESMA CRIOU, E É MANTIDO “INTELECTUALMENTE” PELO JORNALISMO MUNDO CÃO, QUE TANTO APAVORA AOS ASSUSTADOS CIDADÃOS DE BEM E AGRADAM À MARGINALIDADE PAULISTA.

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