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Saturday, August 5, 2006

Soneto

Vão meus passos, no tempo sem medida,
Nos braços de quem fora benfazeja
No cálice servido, despedida,
No brilho da manhã tão sertaneja,

Nos tragos me embriago, tanta vida.
Cruzando espaços, linda, relampeja,
Uma faísca arisca, mas sentida.
Bendita essa que quero, pois que seja.

Cortado a carne, rápida, rapina...
Lavrando o rosto, sangra, me envenena,
Nada temo pois, tudo que s’ atina,

Faz dessa parca vida; vida plena.
Já carrego, sem medo, triste sina...
Perder-te e te encontrar em Cartagena.

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