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Friday, November 10, 2006

Passado

Passado
Não quero perguntar d’onde vieste,
Nem quero que me mostres cicatrizes.
Me dizes que passaste por Trieste;
Nos tempos, áureos dias, mais felizes.

No mundo sempre existem tais ciprestes:
São duros, são gigantes, sem deslizes...
No fundo, não resistem ventos lestes.
Ao fogo da verdade, são perdizes!

Jamais te esconderei os meus pecados;
São tantos, são venais, estão expostos...
Não crio nem fantasmas nem sobrados.

Sou manso como fera em pleno cio.
Cadáveres (passado) decompostos,
Não trago essas mortalhas; vou vazio!

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