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Friday, November 10, 2006

Versos Traiçoeiros

Versos Traiçoeiros
Não quero meus poemas, os detesto!
Expondo minha entranha malfazeja,
Mostrando meus estrumes, sou o resto.
A morte, companheira, me deseja...

Vou medonho, meus versos desembesto
Trazendo a podridão que já me beija.
A noite me trazendo seu incesto,
Promíscua relação que nunca invejo.

A noite enluarada se engravida,
Dos raios terminais deste deus sol.
A morte que pensei, brotar da vida,

Refaz o seu caminho, sem farol,
Meus versos, traiçoeiros, forte brida,
Atando-se em teus braços, gira o sol...

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