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Sunday, January 31, 2010

23919

Olhando neste espelho eu vejo o que em verdade
Talvez até pareça a ti um pedregulho,
E quando ensimesmado eu busco num mergulho
O quanto a vida traz e até já não agrade

A quem procura a paz, ausente realidade,
Poeta sem critério; expresso-me no entulho,
Mas sei que disto tudo, ainda sinto orgulho
Por mais que nada veja; a luz assim me invade.

Eu quero ser somente um velho passarinho
Voando mansamente em busca de algum ninho,
Se tudo o que já fiz um nada representa,

Essencialmente sou; deveras, um poeta
E tendo a fantasia uma ardilosa meta,
Por onde há calmaria, uma onda violenta.

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