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Wednesday, April 26, 2006

AS CRISES DA NEO DEMOCRACIA BRASILEIRA

Temos que observar a evolução da crise de identidade da nossa jovem democracia, adolescente ainda, nos 17 anos passados desde a eleição de Fernando Collor de Mello.
Collor, eleito num artifício de mídia promovido pela Globo e pelos grupos econômicos oligárquicos da época, vide Mario Amato e FIESP, com a chantagem da evasão de divisas, fato que ocorreria depois, patrocinado por FHC e sua equipe econômica, numa campanha janista, inclusive com delírios de imagem e de linguajar fi-loporquequianos, foi eleito sem base parlamentar e muito menos partidária, tendo o PRN, vindo do PJ um sonoro quem? na história política brasileira.
A eleição de Collor foi uma das mais caras e generosamente patrocinadas, tanto que a sobra de campanha de dinheiro não contabilizado chegou a cifras bilionárias; esse dinheiro todo advindo de capital nacional e internacional, já que naquela altura do campeonato, o partido republicano norte-americano detinha o poder sobre a economia mundial, sem ameaças da Europa e da China e dos paises emergentes, e determinava uma cruzada anti-comunista, sem par na história da humanidade. O medo do socialismo era tão grande quanto em 1960, gerando, pelas mãos udenistas da Globo, um fantasmagórico presidente bipolar, psiquiatricamente falando.
A corrupção àquela época se demonstrou basicamente do EXECUTIVO, ninguém abordou a compra dos votos de deputados ou senadores, ou sequer o favorecimento desses para compor uma maioria, artificialmente gerada.
As bases de Collor eram da classe média e das vitimas do plano cruzado que, em última análise, gerou a hiperinflação.
Pois bem, a criação desse monstro neojanista, fez com que as denúncias de corrupção, a partir da comprovação das mesmas, desmontando um esquema, não de compra de votos, mas sim de favorecimento direto do executivo, levasse a população às ruas contra o agente corruptor, passivo e ativo, o PODER EXECUTIVO.
Depois, já no governo Itamar, o congresso nacional já daria os primeiros sinais de crise, com o escândalo dos anões do orçamento, devidamente esclarecido e sensivelmente percebido como os dedos do gigante da corrupção no legislativo.
Após a eleição de FHC, alavancada positivamente; ao contrário do que ocorrera com Collor, onde seu braço direito fora a derrocada do plano econômico, pelo real, o que possibilitou a eleição de uma folgada maioria no legislativo; iniciou-se uma crise oculta, calada pelo próprio legislativo com o apoio do judiciário.
Essa crise, moralmente a pior de todas, pois envolvia o executivo, nas privatizações, nas compras de consciências para a reeleição, na omissão e na ação de ocultamento dos fatos, através do engavetador geral da república, levou a danos irreparáveis para a economia brasileira; fato percebido pelo povo que, elege Lula, um candidato socialista.
A crise do Governo FHC foi, portanto, do legislativo e do executivo, com braços importantes no judiciário.
A crise de hoje, realmente existe e é EXCLUSIVAMENTE DO LEGISLATIVO, onde se iniciou, evoluiu e permanece. Todos os aspectos apresentados levam a uma tentativa da oposição, sabidamente conivente e coadjuvante da roubalheira do governo passado, tenta transferir para o executivo atual um fato de grande relevância, o governo FHC foi o mais corrupto da história desse país, globalmente corrupto e corruptor, atingindo todas as esferas e em todos os graus possíveis e imaginários.
Todos os noticiários, desde o início da crise, demonstram a total independência do ministério público e da polícia federal na apuração dos fatos.
O afastamento preventivo dos dirigentes do PT, acusados, sem comprovação até a presente data, demonstra a lisura do executivo com relação a essa crise.
A tentativa de destruição da imagem presidencial por esse congresso ALTAMENTE COMPROMETIDO por VÁRIOS ATOS DE CORRUPÇÃO COMPROVADOS, vai desde a tentativa de atingí-lo DIRETAMENTE como através de SEUS PARENTES e seu PARTIDO.
Mais de um ano depois do início das investigações o que temos?
1- HIPÓTESE A - Mensalão existiu - Afirmativa sem pé nem cabeça mas, digamos que o PT tenha tido um surto esquizofrênico e tenha corrompido o próprio PT e os partidos aliados - a ação se passa entre o legislativo e as cúpulas partidárias - ISSO NÃO ENVOLVE O PRESIDENTE NEM DIRETA NEM INDIRETAMENTE - EXECUTIVO ILESO
2 - HIPÓTESE B - CAIXA 2 - a mais plaausível e, sinceramente, a única com lógica comprovável - Além de; infelizmente, ser um ato usual na política brasileira, o caixa 2 é assunto PARTIDÁRIO e não diretamente ligado ao executivo. QUALQUER QUE SEJA O NÍVEL, quem arrecada dinheiro para a campanha não é nem o vereador, o que dizer então, de um candidato à presidência da república.
A tentativa de envolver o presidente da república em assuntos familiares, ou mesmo no caso do cidadão Luiz Ignácio da Silva, ter tido ou não contas pagas por amigos, isso não é, por si só ato de corrupção.
Se fizermos essa analogia, todos nós que tivemos um cafezinho pago por um amigo, podemos estar sendo acusados de corrupção; isso não tem pé nem cabeça.
Portanto, essa crise É DO LEGISLATIVO, QUE TENTA INCLUSIVE, QUANDO QUER PROIBIR OU DIFICULTAR O HABEAS CORPUS, INTERFERIR ATÉ NOS DIREITOS BÁSICOS DA CIDADANIA.
A evolução da democracia brasileira passando pelas crises nos leva a imaginar que esta está amadurecendo.
O congresso deve ser reformulado, e é importante limitarmos a IMUNIDADE PARLAMENTAR, hoje mais para IMPUNIDADE PARLAMENTAR do que para uma salvaguarda da democracia.

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