Search This Blog

Sunday, November 12, 2006

Meu cunhado Gilberto

Meu cunhado Gilberto
Nas istrada do sertão
Incontrei munta sodade,
Revirei o coração
Incontrei tanta maldade
Mai zóiando lá pru chão
Eu achei calaridade...

Nus trombôio que carrego
Tantas coisa qui num acho,
Essas verdade num nego,
Quem qué pisão é capacho,
E coisa que eu arrenego
É o tar do bicho macho...

É bicho fei, isquisito,
Tem cara di mijacão,
Fedendo mai qui cabrito
Nessa barba de bodão,
Se colá dá logo atrito,
Meto logo um pescoção!

Mas, porém eu li garanto,
Coisa estranha, pode crer,
O meu cunhado, entretanto
Quando esse bicho ele vê,
Amua logo num canto,
Faiz biquim assim procê.

Minha muié num repara,
Falano que eu tô errado.
A verdade tá na cara,
Na cara do meu cunhado,
Cum muié ele num para,
Prus bichim fica assanhado...

Eu aqui ficano quieto
Num vô mexê im vespêro.
Se o cabra qué dá afeto,
Ou qué se dá pur intêro
Qué se dá é pur compreto
Dessas tinta faiz tintêreo...

Minha sogra coitadinha,
Nem repara nu bichano
Quano chega, de noitinha
O cabôco fais seus prano,
Vai botano uma sainha
Daquelas qui fárta pano...

Dispois coloca batão,
Prá boca ficá vermeia.
Dórme di camisolão,
As iscova qui penteia,
Tem forma di coração,
Um tempão pra botá meia...

Eu já falei pra muié,
É perciso sê isperto,
Mas seja u qui Deus quizé
Eu é qui num fico perto,
O meu negócio é muié;
O resto é procê, Gilberto!

No comments:

Post a Comment