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Saturday, November 18, 2006

Não me peças perdão, nunca perdôo.

Não me peças perdão, nunca perdôo.
Meus dias em revoltas, contra-sensos,
Sou pássaro que nunca alcei teu vôo,
Os pesos nessas asas são imensos...

Somente meus martírios sobrevôo,
Nas mãos que não me afagas, brancos lenços,
Teus barcos e fragatas abalrôo
Em meio a procelares mares densos...

Não me peças perdão, isso é difícil,
Em todo o dicionário, esse verbete
Arrancado, queimado e fictício.

Mendigando por luas que perdi,
Nas mãos não mais carrego meu barrete,
O mundo do meu sonho está em ti!






Sonho terrível, sangue e podridão!
Nas ruas, vermes loucos e famintos
Devoram, não permitem solução,
A noite e seu fantasma aperta os cintos,

Forte vento em total destruição
Os olhos marejados morrem tintos,
Toda terra, efeméride vulcão,
Destroçada, resquícios indistintos...

Sobre mar flamejante vejo um vulto
Caminhando, flutua simplesmente...
A voz distante, quase não ausculto...

Neste mesmo momento, um manso brado...
O sonho se desaba num instante
Olhos abertos, vejo-te ao meu lado...

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