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Tuesday, May 2, 2006

SEXTINAS

Aqui, nesse fim de mundo
Contam histórias estranhas
Contam casos de defunto
Perdidos nas montanhas
Coisa que assustam o homem
Histórias de lobisomem,

Contam contos da saudade
De um tempo que não vivi,
Juram que é bem mais verdade
Que todas as que eu já vi...
Falam das moças perdidas,
De tristezas, de amor, vidas...

Falam de tanta esperança
De esperar por mais alguém,
Que só vive na lembrança,
De quem tanto quis seu bem,
Esquecidos pelo tempo,
Nomes perdidos no vento...

Contam do amor de Maria
Que morreu no meio do mar,
Saudades de quem queria,
Com Maria se casar...
Mas o canto da sereia,
O levou, longe da areia...

Contam desse desespero,
Já nem dá mais pra escutar,
Virou do mar, o tempero
Tanto foi o seu chorar,
Choro tão desesperado
Que tornou o mar salgado...

Por isso, pelo seu pranto,
Pelo seu choro sofrido,
Começando, por encanto,
Por causa do amor perdido,
Tanta, tanta salgaria,
São lágrimas de Maria...

A Pobre moça, assombrada,
Vagueou pelas estradas
Sem rumo, amor, sem mais nada
Perambula as madrugadas,
A procura de vingança,
Só lhe resta esta esperança...

Por isso tudo se sabe,
Antes que o dia comece,
Uma luz azul não cabe,
De tão bela fosse prece,
Quem vê dessa luz padece,
Vai perdido, se enloquece...

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