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Saturday, May 6, 2006

DE DROGAS E DROGAS, AS INCONGRUÊNCIAS DA LEI

DE DROGAS E DROGAS, AS INCONGRUÊNCIAS DA LEI, OU AS PRESCRIÇÕES DO DOUTOR FAUSTÃO.
A lei que proíbe a veiculação de propaganda de cigarros, é extremamente just; realmente o cigarro é uma droga, altamente letal e prejudicial tanto à saúde individual, quanto à saúde da economia.
Isso é ponto pacífico, não cabendo discussão sobre esse tema; sendo quase uma unanimidade.
Os males da tabaco são intensos e variados, podendo causar desde queda de dentes, até câncer e infarto agudo do miocárdio, passando por insuficiência respiratória, enfisema pulmonar etc...
Isso é colocado de forma clara nas relações entre escola e criança e entre sociedade e tabagistas, passando por todas as maneiras de publicidade negativas quanto a esse hábito e vício.
Porém, o mesmo não ocorre com relação a outras drogas, principalmente o álcool e medicamentos.
A propaganda de bebidas alcoólicas, além de liberada é associada a saúde, prazer e desportos, tendo entre o veiculadores do estímulo ao hábito do etilismo, entre outros, artistas famoso, mulheres bonitas, cantoras e até atletas de elite, como o Ronaldinho Fenômeno, p.ex.
Se observarmos a extrema associação entre o elilismo e a violência das ruas e do trânsito, para início de conversa, iremos observar o quanto o consumo desta droga é danoso para a sociedade; na minha experiência de médico de pronto socorro há 22 anos ininterruptos, observo que na grande maioria dos acidentes letais e assassinatos ou tentativas de homicídio, rixas, lesões corporais temos o álcool como uma frequente associação.
Isso é tão ou mais danoso que o consumo de tabaco, já que o álcool ceifa muito mais precocemente vidas e futuros.
Esse aspecto, por si só, já é muito preocupante; porém, temos o aspecto social do alcoolismo, enquanto doença; criador e mantenedor de desajustes sociais e fator de multiplicação das mazelas da miséria e pobreza.
Além do fato de destruição de células familiares e de relações humanas.
A liberação da propaganda de bebidas alcoólicas portanto, é tão ou mais prejudicial do que a de cigarros, ou alguém tem dúvida disso?
Além desse aspecto, temos também a propaganda não ética de medicamentos, na mídia escrita, falada e televisada.
O risco da auto-medicação é enorme, com complicações várias para a saúde por ação e/ou omissão; atrapalhando o tratamento, adiando-o e muitas vezes criando sérios problemas para as pessoas.
Muitas vezes, o “resfriado” tratado com os medicamentos prescritos pelo Dr Faustão, ou pelo Dr Gugu, Dra Malu Mader, entre outros “especialistas” pode ser uma tuberculose, uma pneumonia ou um câncer de pulmão, cujo adiamento do diagnóstico e tratamento podem ser letais.
A colocação de avisos para na persistência dos sintomas, o consumidor procurar o médico, de nada adianta num país de tantos analfabetos reais e funcionais.
Afora isso, temos os riscos de efeitos colaterais e reações alérgicas, que deveriam ser tratadas pelos mesmos que “prescreveram” tal medicação.
Uma análise sobre esse fato, da justa proibição do tabaco e da incoerente liberação da propaganda de outras drogas tão ou mais danosas que o cigarro, deve ser tema de discussão para o aprimoramento da verdadeira liberdade da publicidade, sendo matéria pertinente à saúde pública.
Até quando teremos dois pesos e duas medidas nesse tema?

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