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Sunday, December 12, 2010

Cantando sonhos, ilusões fagueiras,
Os sons encheram os meus dias sós;
Notas sublimes, ternas e brejeiras,
À minha vida, sempre trazem voz.

Mas como as ilusões são passageiras,
Só me restou este silêncio atroz;
Sumiram do horizonte, nas esteiras,
Os sonhos meus, nas asas do albatroz!

E quando a tempestade deu lugar
Às virações das tardes mais amenas,
Nas lembranças febris, fui procurar

Aquele canto que a tristeza embuça;
E vi que me restou, do sonho, apenas,
Um coração tristonho que soluça...

Mas sinto que este canto que ouço agora,
Do vento da esperança verdadeira,
Chegando, meu amor, sem saber hora,
Mostrando tua face bela, inteira.

Nas lembranças que trago, na memória,
O rosto enamorado da mulher,
Que mostra, com sorrisos, a vitória
Daquele que te quis e que te quer.

Não deixe, meu amor, que isto se acabe.
A vida sem te ter, não mais me importa.
Não deixe que este sonho se desabe,
Nem deixe minha vida, quase morta.

Por isso, neste sonho em que te vi,
Um coração risonho, enfim, sorri...

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 06/02/2007 21:59:42
Última alteração:28/10/2008 18:28:09



Mas nada que me impedisse
De ser feliz.
A não ser o vento triste
Que trouxe amor em bocados
E fazendo dos meus medos
Arremedos e disfarces.
Amor que tem mil faces
Embaça minha visão.
Não me peça mais perdão
Não há bem que se perdure
Mesmo alma que cure
Alma que não se procure.
No boteco da saudade
Tanto gole de conhaque
Vivendo mais de araque
Que da tal felicidade
Que traz sombra
Na verdade
Mas, sinceridade,
Quem não gosta?
Amor sempre se aposta
Embora tanto desgosta
No salto do vira-bosta
No pulo do coração.
Receite amor, seu doutor.
Vais ver quanto que cresce
A sua freguesia.
Amor é vida vadia
Mordendo, depois assopra,
Acalma e depois alopra.
Faz pecado e sacristão,
Na prancha que não surfei
Onde mares naveguei
Onde oceanos passei.
Mas eu não sei nadar!

Por falar em natação
A nada ação
Também dói.
Embora menos um pouco,
Receba a sorte miúda
E tenha a vida graúda
Nas asas dessa paixão.
Da cor de uma graúna
Dureza tem da braúna
Coloque a tua escuna
E parta para o vazio.
Quem sabe no novo cio
O ócio não se desfaça.
Amor é minha cachaça
Embora não saiba amar.
Também eu sou abstêmio!

No reverso da medalha
Amor não me atrapalha
Apenas compensa a pena
Que na pena da saudade
Bateu asas, avoou...
Publicado em: 02/10/2008 08:37:35
Última alteração:02/10/2008 13:40:55


Sei que não sou perfeito e não serei.
Eu trago um triste fardo e nunca nego
Dos ancestrais humanos e carrego
Com toda mansidão que sempre usei.

Quem sabe seus pecados dá um passo
Importante na busca do perdão
E mata, pouco a pouco, a solidão.
A mão que me desenha esquece o traço

Mostrado num espelho que destrói.
Não fale dos meus erros como sendo
Aqueles que condenam, mesmo crendo
Que conhecer-se sempre só constrói...

Mas sei por que sempre ages desta forma,
Te dá prazer saber: não sou perfeito.
Com isso também se achas no direito
De romper sem temor a regra e norma.

Teu regozijo, sinto, em minhas falhas.
Escute eu nunca quero o teu fracasso.
Mas serás mais feliz se romper laço
Atado nos meus atos que embaralhas

Com os teus. Pressentindo vou dizer;
Querida tu procuras teu disfarce
Tentando te encontrar na minha face;
E nisso desfrutar do teu prazer!
Publicado em: 03/11/2008 18:07:50
Última alteração:06/11/2008 12:11:30



Amor que me entregaste foi mentira
Do mesmo jeito trouxe vê se tira...
Quando te encontrei julguei sereia.
Agora que conheço me despeço
Não quero carregar na minha veia
Tal amor que, por certo, não mereço.
Não quero me enredar na tua teia
Nem quero despencar pois sei tropeço
O fogo que te queima me incendeia
O monte de tal Vênus desconheço.
Nas linhas que concebo verticais
A mão que me pediste foi-se embora.
Os cantos que me contas são banais
O medo do destino me tortura.
Teu quadro, na parede, não decora.
É muito mais bonita essa moldura...
Publicado em: 17/11/2008 15:36:18
Última alteração:06/03/2009 18:53:15



Caio a teus pés servil e delirante
Amando como nunca imaginei
Porém quando meu passo vacilante
Em tantas madrugadas que passei
Esperam pela lua que não veio,
Deitado no remanso do teu seio...

Como fui tão estúpido, querida,
Não sabes deste amor que é colossal.
Porquanto quanto tempo andei na vida
Em busca deste amor fenomenal.
Agora nas agruras que carrego,
Meu peito navegante, não sossego...

No brilho destes tantos pirilampos
Fugazes como amores e prazeres,
Passando por estradas, sendas, campos,
Espero, meu amor o que tu queres,
Eu vivo tão somente por pensar
Que a noite me trará novo luar...

As lágrimas que trago são febris
E cortam, latejantes os meus dias...
Será que inda mereço ser feliz
E ter uns poucos anos de alegrias
Ao fim desta jornada tão doída
Nos braços da mulher por mim, querida...

Amor que qual mortalha dilacera
E teima em queimar tão friamente.
A boca que me morde e me tempera
Nas horas mais cruéis tão firmemente.
Reveses que carrego se acumulam,
Amores que vieram me estimulam...

Mas nada do que penso será cedo,
A morte talvez seja meu castigo,
Quem teve nessa vida tanto medo,
Não sabe que viver é um perigo.
Agora que não posso mais fingir,
Perdoe meu amor se vou partir...

A porta da chegada é da partida,
O campo dos prazeres e das dores.
A morte se aproxima dolorida
Em vão, quero beijar divinas flores...
Não sabes do que trago no passado,
Amor que sempre foi meu triste fado....

Mas nada me impediu de te querer,
Embalde tantas vezes te perdi.
Sangrando desde sempre quero crer
Que sempre estiveste por aqui...
Mas cada vez que penso distancio,
O canto que te trouxe, duro e frio...

Não vejo mais saída, quero o cais,
Perdendo cada vez sempre distante,
Amor que não terei, enfim jamais,
Envolto nas saudades, delirante...
O sentimento queima, duro e forte.
Amada, te desejo boa sorte...
Publicado em: 18/11/2008 14:31:30
Última alteração:06/03/2009 19:04:28



Quantas vezes almas e perdões,
Mentes e sangria...
Boêmia, bares e cerveja.
Bares e mentes, sangue e garrafas.
Aspas e melodias.
MPB e rock, pedra vai rolar.
Amar e cachaça. Canalha e galhardia.
Novas mentiras e danças.
Mansas e agressivas culpas.
Desculpas.
Dez, dez para as duas...
Viva a revolução!!!!
Arroz, feijão, saúde...
Nada mais resta, presta ou investe.
O medo reveste. O filho o fio o medo...
Segredos de um botequim...
Choro e chorinho, esperanças...
Danças e mudanças.
Avanços e remansos.
Revoluções!!!

No fundo éramos felizes...
Publicado em: 19/11/2008 12:15:53
Última alteração:06/03/2009 19:02:1


Por que não sei falar dessa maneira,
Usando os verbos vagos, virulentos,
É que perdi meu tempo, uma bandeira,
Desfraldada por sobre os excrementos
De quem tentou ferir sobremaneira
A quem amara, em todos os momentos.
A vida me ensinando não temer,
Eu vou correndo sempre, mas por quê?

Quis tragar melodias e senzalas,
Não pude mais conter esse chicote.
Mas as costas lanhadas onde exalas,
Não me deixam sinal, quebrei o pote...
Traduzindo seara, levo malas
Em busca da saída, vou a trote.
Mas queria viver teus novos dias,
Nas nocivas franquezas que medias...

Num ato de belíssima vontade,
Misturando, sagaz, novas cantigas.
No que não poderemos crer saudade,
Eram senão pedradas mais antigas.
Coram, cegam, feroz realidade.
Queimando como fosses tais urtigas,
As que na alma repetem cantinelas,
As mesmas que quisemos, serem delas...

No meu karma sei pétrea solidão,
Onde navegaria tantos portos.
No dizer sim, queria tanto o não,
Carregando por certo, velhos mortos.
Na melhor melodia que verão,
Perderei tantos rumos, que sei tortos.
Minha lança, lanceta e confraria,
Nos bares e botecos; dê sangria...

Capuccino, cachaça, chá e mate,
Novos sabores, fluidos paladares;
Da vida sempre torta, um arremate.
Nos teus olhos repletos dos altares,
Brilham loucos fantasmas do combate...
Revejo minha triste lucidez
Quem me dera perder a minha vez...

Pus e sangue, mistura delicada,
Que, emanando de todos os meus dedos;
Fazem-me saber, como está errada
A vida que criei de meus segredos.
Quando permiti noite, madrugada,
Deixei armazenados os meus medos...
Num quero nem concebo liberdade,
Vagando pelos parques da cidade...

Nascido nessas terras das Gerais,
No que pude sentir, foi tudo a esmo.
Não temo nem tempestas, vendavais,
Criado, de cedinho, com torresmo.
Em meio a cercanias sem jornais,
Aos olhos dessa noite, sou o mesmo...
De pequeno, nutrido com coragem,
Desse rio, conheço fundo e margem...

Fui ninado com sangue e com melaço,
Rasguei no mundo berro e valentia.
Peito duro, mineiro, ferro e aço,
Criado a tapa, restos, serventia...
Força nos olhos, pernas e no laço,
Por onde acordei, vida sem valia.
Traquinagem, comer sem saber faca,
Beber da fonte, tetas dessa vaca...

Orgasmos madrugada, tua saia...
No canto, no curral, em pleno mato,
Nem sei de mar, vivendo minha praia
Na beira doce, peixes no regato...
Em plena confusão, rabo da arraia,
Na morte fiz carinho, sei dar trato...
Quebrando minha perna, sem ter pena,
De longe, traz as pernas da morena...

Vadio violão foi meu resgate,
No colo dessa serra, serenata...
Saudade faz que mata, dá empate,
Menina, levantei a tua bata...
Preciso, cafuné, que alguém me trate,
Eu quero te lavar nessa cascata.
Jogando nessas pedras da ribeira,
Teu corpo, penetrando-te, mineira...

Costeleta da Serra D´Espinhaço,
Fiz cabelo, bigode e barba, tudo...
Eu quero me deitar no teu cansaço,
Guardando meu diploma, meu canudo,
Em meio a tuas pernas, teu regaço...
Entrando mais calado, saio mudo.
Talvez me guardes todos os mistérios,
Nem temo teus amores, nem venéreos...

Cresci sofrendo tapa e pescoção,
Na lida atroz, enxada e cavadeira.
Nos brejos, sem temer por podridão,
A vida foi completa escarradeira.
Vacina de menino, de peão,
É feita de porrada, a vida inteira...
Das vespas que mordiam, fiz meu mel,
Da lida mais difícil trouxe céu...

Meu medo foi ter medo de lutar,
Não quis compressa, quero bisturi.
Cada ferida nova que brotar,
Capítulo relido que vivi...
Somente meus, serão; velho luar,
Os olhos desse amor que já perdi...
Capricho sem temer, por resultado,
Os cortes que sangrei, apaixonado...

Recebendo a herança mais maldita,
O traste que pariu minha cadeia;
Não queira meu Senhor, que se repita,
A bosta que transcorre em minha veia...
Minha mãe, talvez, fosse mais bonita,
Se não tivesse sido uma sereia...
Que o boto mais pilantra desse mundo,
Safado caboclim, um verme imundo...

Criado sem ter beira nem paragem,
Escravo desde o dia de nascido.
A vida preparou a sacanagem,
Bem no olho dessa serra, fui cuspido.
Quase que me perdi na traquinagem,
Mas, embora isso tudo, fui crescido...
Vômito de mendigo esfomeado,
Coragem coração, fez cadeado...

Meu cigarro da palha mais curtida,
No milharal da vida, colhi nada.
Serei por certo, servo e despedida
Nunca saberei sorte e tabuada,
Mas não reclamo nada dessa vida,
Estou vivo, e se dane essa embolada.
Na poeira joguei nome e meu futuro,
A morte me espreitando trás do muro...

Fiz cósca em cascavel, minha tapera,
Tem as portas abertas para a morte.
Não temo solidão, nem bicho fera;
Eu queimo, em toda curva, a minha sorte.
Cachaça com limão, vida tempera,
Bem no meu coração, de grande porte,
Cravei as verdadeiras, duras, garras.
Não quero mais saber dessas amarras...

Veloz, eu fugirei dessa saudade,
A saudade de nunca mais ter sido.
A saudade feroz, felicidade,
Que nunca mais terei, nem conhecido.
Oprime o peito, face essa verdade,
A de não ter, jamais, nem ser nascido...
Queria, por momento simplesmente,
Um segundo sequer, me sentir gente...
Publicado em: 21/11/2008 12:05:50
Última alteração:06/03/2009 17:02:00


Nos pomos de teus seios, as romãs
Que colho com desejos e prazeres.
Iluminando em paz minhas manhãs,
Banquetes desfrutados, mil talheres,
Amor em sedução, um louco afã,
Aonde te darei o que quiseres,
O beijo mais gostoso, o meu carinho,
O gosto de hortelã, maçã e vinho...
Publicado em: 14/05/2008 08:23:09
Última alteração:21/10/2008 14:38:33


Momentos diversos
De nossas vidas.
Enquanto buscavas
A luz
Eu mergulhava nas
Treva.
Foste um brilho,
Por um momento
Pensei ser eterno.
Publicado em: 23/05/2008 12:39:35
Última alteração:21/10/2008 06:39:57


Escancarando à luz tua nudez,
Ao detalhar teu corpo, uma magia
Que inebriando, abrindo a minha fome,
Narcoses em volúpia, fantasia...

Recebo teus fulgores, noite intensa
E neles adentrando, sou feliz.
Pretendo cada dose que ofereces
E peço, novamente, quero bis...

Sentindo cada gozo se espalhando
Na cama, nos meus lábios, nos lençóis,
Fornalhas e lareiras quando acendes,
Fulguras em milhões, bilhões de sóis...
Publicado em: 27/05/2008 12:34:45
Última alteração:21/10/2008 15:20:23



Estou dentro de ti
Adentro os teus caminhos
Achando eu me perdi,
Em loucos descaminhos,
Vencendo os teus temores
Pudores e receios,
Embarco meus amores,
Nos olhos, boca e seios,
Recendes ao prazer
Que nada mais importa
A vida a refazer
O sonho em que se aporta
O mundo em doce intenso
Delícias méis e risos,
Amor que sei imenso
Imanta os paraísos
E vamos vida afora
Agora e sempre mais
A vida rememora
Desejo imenso cais
Que é feito no torpor
De um toque benfazejo
Em ato, pleno amor,
Deságuo o meu desejo...
Publicado em: 25/06/2008 16:31:30
Última alteração:19/10/2008 21:30:24



Na mão viola
Paz e guerra.
Terras distantes
Gaiola aberta
Fascinantes hinos
Meninos
Soltos no quintal.
A lua qual espada
Corta a noite em raios
Claros.
Luta e vitória
Histórias do passado
Guerreiros que não vi
Amores estrelando
Fantasias...
Publicado em: 31/07/2008 11:48:37
Última alteração:19/10/2008 22:02:44


Alma e matéria
Distintos caminhos
Que a gente percorre
Por vezes sozinhos.
Jazendo uma saudade
Na margem de outro rio,
Querer felicidade
É mais que desafio.
Eu bebo o teu segredo
Segregas os meus sonhos
Amor não diz de medo,
Mergulhos tão risonhos
Metade diz que sim
Metade diz que não
Mas sigo sempre assim,
Nas rendas da paixão.
Cadenciando o passo
Chegando ao infinito
Ganhando cada espaço
Prazer sendo o meu rito.
Você bem poderia
Sentir quanto eu te quero,
Viver esta alegria,
No amor que tanto espero...
Publicado em: 05/08/2008 14:07:41
Última alteração:19/10/2008 22:14:43



Perder-me no teu amor
É saber que me encontrei
Sou agora um vencedor
Nada jamais temerei,
No teu colo encantador
Com certeza sou um rei,
Desfrutando cada gozo
Nosso amor é tão gostoso!

Vem comigo nesta estrada
Que conduz ao infinito
Nessa senda iluminada
O caminho mais bonito
Eu te quero minha amada,
Teu carinho eu necessito,
Vamos juntos noite e dia,
Rumo à nossa fantasia..
Publicado em: 14/08/2008 10:02:49
Última alteração:19/10/2008 20:07:52



-Perdão, se em pensamentos te magoei,
Pois este ultraje sei que não mereces.
-Perdão, se quando fiz as minhas preces,
Pela Santa, um instante, eu te troquei...

-Perdão, se nos meu sonhos, apareces
Nas formas em que mais te desejei...
-Perdão, se dos teus olhos eu me afastei,
Antes que deste afeto, tu soubesses...

-Perdão, pelos poemas que não fiz,
Falando deste amor com que sonhei!
-Perdão, mulher se as emoções febris

Guardei-as, para mim, em pensamento
E se busco olvidar-te – agora sei -,
Não consigo esquecer-te, um só momento!

Perdão se nos caminhos mais distantes,
Meu pensamento em ti, eu não tirei,
Se em tantas fantasias, delirantes,
Acima de mim mesmo, eu te adorei.

Perdão se sempre busco teu olhar,
Na noite mais tristonha e tão vazia.
Perdão se tantas vezes meu cantar,
Teu nome, só teu nome, repetia...

Perdão se não consigo mais conter
O sentimento imenso que me toma.
Só vivo por teu gozo e teu prazer.
Tu és os meus caminhos, tu és Roma.

E sangro uma saudade sem igual.
Distante de teu corpo sensual...

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 04/09/2008 09:25:07
Última alteração:17/10/2008 14:29:02


Dos lagos onde, ninfa, se banhava
Beleza dessa deusa semi nua.
Num flerte delirante a bela lua
Em toda a densa mata repousava.

Os olhos comovidos e tão ternos
Emocionadamente todo astral
Descia deste espaço sideral
Em mágica beleza mais eternos...

A deusa não sabia deste encanto
E nem se dava conta da beleza
De toda apaixonada natureza
Nesta maravilha, um doce canto...

E Deus ao ver também a bela cena
Num momento de raro e louco amor,
Ao ver a bela deusa, cara flor,
Nos deu toda a beleza da açucena!
Publicado em: 09/09/2008 15:16:27
Última alteração:17/10/2008 14:35:23


Amor não perca tempo
Que o nosso passatempo
Se o tempo passa rápido
Esquece-se depois.
Nós dois em pleno ato
Retrato de um retrato
Espelho sem recato,
No fato consumado.
Agora sem demora
Que a noite vai embora
E assim amor aflora
Na flora e no quintal
Formando um elo eterno
Entre o que não mais quero
E o que já mascarei.
Não cobro o que não vem
Mas se eu perder o trem,
Nem mesmo Jaçanã;
Apenas amanhã.
Publicado em: 12/09/2008 14:39:06
Última alteração:17/10/2008 13:23:49



Amor que tanto mimo escusa-se de engano.
Minha alma feita seixo, em águas se lavava.
Qual alga neste mar, nos sonhos flutuava.
A noite que chegou, promete duro dano.

Quem sabe deste amor, se lava em desengano.
Em calmaria audaz traz vulcânica lava.
Na boca, mais mordaz, a faca, em costas, crava.
Amor sabe procela, embarca no oceano...

Vestígios de saudade, a tarde sempre traz.
O rumo do meu verso, a lágrima distrai.
A tarde em minha vida, ao meio dia cai,
De tudo que escrevi, só peço a minha paz.

Não sou mais controverso, aguardo teu recado,
O mar deste universo, espreito da janela.
A cor desta morena ou jambo ou canela.
O mote que me deste, escuro e maltratado

Peço-te não perdoe, espero teu castigo;
A mão anda cansada, estreita, dura, em prece.
Amor que tanto mimo, a lua não merece.
Depois de tanta coisa, eu quero estar contigo.

Um carro em disparada, a rua é tão deserta,
O manto da alvorada, estrelas são a linha.
Amor que se conteve, agora não és minha!
Depois de tanta luta, esqueces minha oferta.

Bendita claridade! Embora esteja escuro.
O vão já se desaba e caio desta ponte.
No meu olhar, distante, aguardo um horizonte.
O chão , depois do tombo, eu sei que é bem mais duro.

Vestígios do que fui, te trago na bandeja.
Da santa guilhotina, o resto sempre é teu.
Na faca que me lambe, o meu amor morreu.
Amor que nunca tive, o pranto não deseja.

Repare nesta estrela... O brilho é muito escasso.
Cometa repentino, espero um novo dia.
Agora, não se esqueça, a velha fantasia.
O mundo me carrega, aguardo um novo passo.

Em verso alexandrino, eu canto esta desdita.
O sol que não raiou, estrela que não veio...
O mundo que restou... Só quero ter teu seio.
A noite me embriaga... A cachaça é maldita!
Publicado em: 13/09/2008 20:33:33
Última alteração:17/10/2008 13:27:14



Estás em cada sonho
Adentras cada verso,
O mundo mais risonho
Percebo no universo
Que encontro no teu corpo,
Estrela que me guia,
Decerto o belo porto
Que aporto em poesia.
Beijando calmamente
Teus lábios poderei
Saber o que ora sente
Quem faz do amor a lei.
Nos mares de prazer
Que em ti, quero e procuro,
Na sorte de sentir
Cabeça em rodopio,
Estendo o meu porvir,
Nas mãos que fantasio,
Vencendo esta distância
Num átimo eu encontro
Amor que em elegância
Renega o desencontro.
Estrela que me guia,
Em meio aos vendavais,
Do amor em alegria
Eu bebo e quero mais.
Estrela que me guia,
Me leve para o sul,
Nos braços da guria,
A vida sempre azul.
Publicado em: 17/09/2008 18:56:33
Última alteração:17/10/2008 13:56:08



Cordilheiras gigantes, montes, cumes...
No salto extasiante da pantera,
Num laivo mais sutil, tantos ciúmes...
A febre desejosa da quimera...
Na mão que me açoitava, teus perfumes,
Os vértices, os prumos, minha espera,
Deliro mas não ouves meus queixumes.
Ah! Se tu fosses minha... Quem me dera...

Nos olhos vaticínios indefesos,
Traduzes as visões destes profetas.
Cativos meus amores morrem presos
Nos desejos ferozes, domadora...
Porquanto meus martírios quis ascetas,
A boca não sacia e te procura,
A cada novo beijo, nova cura,
E sempre que te quero mais inteira,
Os olhos revirando, amor aflora
Na noite onde te mostras verdadeira
Desmaias loucos gozos, redentora!
Publicado em: 18/09/2008 11:27:00
Última alteração:03/10/2008 13:55:56

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