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Friday, December 17, 2010

Ouvir de um sabiá, o belo canto
" Descobrir em ti um ninho
seria mais que uma ventura;
ter liberdade, como um passarinho,
comer do teu bico com doçura."

Chaplin

Ouvir de um sabiá, o belo canto
Que espalha-se por sendas tão diversas
Sabendo desde sempre deste encanto
Do qual derramas ouro quando versas.

De ti, somente sou mero aprendiz,
Pois trazes libertário, o coração,
Se o céu que imaginei é frio e gris
Em ti encontro rumo e direção

E sei que nesta fonte me sacio,
Esplendorosa e intensa claridade,
Ao espalhar qual pérola o rocio
À poesia traz fecundidade

A voz deste poeta fascinante
Dourando este horizonte a cada instante...


Publicado em: 15/02/2009 21:51:47
Última alteração:06/03/2009 06:36:06


Ouvindo // No meu silêncio...

as conchas // tua essência

escutei // cantarolando por nós

teu coração // som do amor...

Marcos Loures // Mara Pupin
Publicado em: 05/04/2007 14:18:38
Última alteração:28/10/2008 06:10:20




Outono em mim//Primavera distante

folhas que caem// chamando seu nome

fecho meus olhos// o vento responde

sinto você.// tocando minha boca

Mara Pupin // Marcos Loures

Publicado em: 31/03/2007 19:14:25
Última alteração:28/10/2008 06:08:04




Encontro no outono
De minha vida
Cores que lembram
Primaveras...
Procuro as flores
E vejo tão somente
As folhas secas...
Publicado em: 22/05/2008 14:36:48
Última alteração:21/10/2008 06:31:45


Outrora da vida

Outrora da vida

Bons tempos aqueles
em que sentávamos na varanda,
olhávamos o céu azul por detrás do sol,
jogávamos alimentos aos pássaros,
que desciam em revoada.

Faltava reguiça
Sobrava energia
Aquela calmaria contagiava
a vida simles que levávamos.
Ô saudades
das brincadeiras
Das colheitas de feijão
Dos passeios de charrete
Da vida do sertão.
Tudo era tão modesto,
mas não faltava felicidade.
Quem sabe um dia eu possa ter novameente
a vida que outrora levava...

Gabriela Marquito
Publicado em: 02/07/2010 10:45:15


ouço a voz de uma viola

ouço a voz de uma viola
sob a luz deste luar
se o amor é uma escola,
nunca consegui passar...
Publicado em: 17/01/2010 16:22:18



OU ISSO OU AQUILO
Com relação aos problemas da vida, no balcão daquela farmácia do interior estava escrito o seguinte:

SEMPRE HÁ UMA SAÍDA

Se você toma alguma iniciativa na vida só duas coisas podem ocorrer:

Ou você é mal sucedido ou você é bem sucedido.

Se você é bem sucedido não há motivos para preocupação; mas se você é mal sucedido só duas coisas podem acontecer:

- Ou você conserva a saúde ou adoece.

Se você conserva a saúde não há motivo para preocupação, mas se você adoece só duas coisas podem acontecer:

Ou você recupera a saúde o você morre.

Se você recuperar a saúde não há motivos pra se preocupar, mas se você morrer podem acontecer duas coisas:

Ou você vai para o Céu ou vai para o inferno.

Se você vai para o Céu não há motivos pra se preocupar, mas se você for para o inferno você ficará tantos anos se reencontrando com amigos que, definitivamente, você não terá tempo para se preocupar.

MARCOS COUTINHO LOURES

Publicado em: 07/04/2008 16:38:13
Última alteração:21/10/2008 20:00:55


Nós fomos tão amigos, companheiro,
Tudo acabou
Depois de ter vivido o tempo inteiro
Nada restou
Mas trago uma lembrança deste tempo
Que terminou,
Embora no final só contratempo
Que nos tomou.
Agora que já sei que não tem volta,
Já nada sou.
Não posso te dizer de uma revolta
Que se acalmou.
Te peço que não fales de detalhes
Do que passou.
Permita cicatrizem os entalhes
Onde cortou.
Sigamos nossas vidas simplesmente,
Aonde vou.
O que aconteceu jamais comente
Só se calou.
Uma amizade morta é dolorida
É lágrima rolada dor sentida,
Mas nessa correnteza que é a vida
Nos resta uma saudade tão querida.
Respeite o que passou.
Publicado em: 11/02/2007 08:14:53
Última alteração:30/10/2008 16:37:38


Para uma vida melhor
Ofereço este conselho,
Coração quanto maior
Mais jovem fico no espelho.
Publicado em: 06/02/2008 20:41:52
Última alteração:22/10/2008 17:49:46



Teus seios, as delícias que pretendo,
Em busca dos prazeres mais sutis
Vivendo por viver, tão infeliz.
O vento doloroso, me envolvendo...
Em teus seios, prazeres no teu colo,
Dos beijos que te quero, minha amada,
A boca em teu alvéolo marcada,
Em tantas fantasias, me consolo.

As mãos, deliciadas, com carícia,
Percorrem nos teus seios, belas trilhas
E sempre que pretendo, maravilhas,
Em forma desejosa de malícia.
Teus seios delicados, belos pomos,
Cerejas sobre um alvo mavioso,
Licor de tanto amor, assim sedoso,
Aos poucos devorando tantos gomos...

As rosas dos teus seios, sem espinhos,
Plantadas no jardim do meu desejo.
Em cada pétala darei um beijo,
Fazendo dos teus seios, os meus ninhos...
Debaixo desta blusa, transparente,
As sombras delicadas dos teus seios,
Vertendo tanto brilho que, envolvente,
Convida a viajar sem ter receios...

Nas ânsias que devoram meus sentidos,
De ter as fantasias do pecado
As formas dos teus seios, manso prado,
Mergulho em teus perfumes, divididos.
Deitada em minha cama, semi nua,
A deusa que seduzo e me seduz,
Que brilho e fantasia, assim, produz,
Na geminilidade de uma lua!
Publicado em: 12/12/2006 20:06:55
Última alteração:30/10/2008 18:36:44


Os Três Burros
A vida de um burro é muito difícil e se presta a cada situação no mínimo delicada.
Assim não era diferente a vida de Manhoso, um burrico de idade já meio adiantada, como posso dizer, no outono de uma sofrida vida de trabalhos e de raríssimas recompensas.
Depois de tantas desditas e sofrimentos, aliviados apenas por algumas folhas de uma grama não muito degustável já que, na maioria das vezes vinha acrescida por doses generosas de agrotóxicos usados na lavoura; Manhoso trocara de dono.
O preço de um burro caiu muito nos últimos anos pois a motocicleta substituiu com vantagens o trabalho executado pelos pobres animais.
A moto, além de ser mais rápida, acaba sendo menos custosa e menos trabalhosa já que é mais fácil abastecer um tanque de gasolina do que um estômago de gramíneas, principalmente na época da seca.
Por isso estão desaparecendo os rastros deixados pelos eqüinos, tanto das patas quanto das fezes...
Como havia dito antes, por ser um burro e além de burro, um burro velho, Manhoso foi parar nas mãos de um sujeito meio estranho lá para as bandas do Limo Verde, município de Divino de São Lourenço, no interior do Espírito Santo.
João Traçado, o atual dono do burrico era conhecido por seus porres homéricos e fama de encrenqueiro, tendo tido algumas desavenças com seus vizinhos de propriedade por motivos vários. Somente João Polino, no alto de seus oitenta anos de muita experiência e de autoridade exemplar conseguia dar algum freio às loucuras de João.


Nas redondezas havia um camarada que, entre tapas, pescoções e bebedeiras, tinha um relacionamento estreito com João. Bem mais novo que este, era um rapaz até que bem apessoado mas, como bebia muito e criava tantas confusões quanto o seu companheiro, estava também à margem da pequena e conservadora sociedade do distrito.
Zequinha, como era conhecido, num dia de setembro apostou com João que sabia conduzir com maestria uma carroça.
Ao ver que este duvidava resolveu a questão de uma forma simples.
Pegou “emprestado” uma carroça de um proprietário vizinho e atrelou o pobre do Manhoso ao arremedo de carroça que havia conseguido.
Falo arremedo porque a estrutura desta estava de tal forma deturpada
que, se ninguém dissesse o que era e não reparasse nas rodas nunca imaginaria que se poderia usar aquilo como meio de transporte.

Pois bem, ao ver que o burro estava pacificamente à espera do comando, Zequinha, totalmente embriagado e incapaz de dirigir as próprias pernas, começou a puxar as rédeas de uma maneira totalmente desordenada.
Ao ver que as ordens recebidas eram totalmente incoerentes, o pobre burro que, afinal, não era tão burro como quem o tentava fazer sair do lugar, começou a trocar as patas sem saber se iria à direita, à esquerda ou em frente, ou se voltava, além de tentar decifrar alguns comandos que nunca tinha recebido na sua longa vida de cavalgadura.

Após várias tentativas, João começara a perceber que o seu amigo não entendia patavina de montaria e muito menos das artes de como se comandar uma carroça e começou a sacanear o colega, além de cobrar a aposta que tinha como ganha.

A cada cobrança Zequinha se desesperava mais e mais e com isso virava as rédeas em todas as posições possíveis e imaginárias.
Manhoso que era burro, mas nem tanto, estava exasperado com essa confusa desordem e, cansado da burrice alheia, empacou.

Com o empacamento do burro, os dois bêbados começaram a tentar achar um meio de fazer o bicho sair do lugar, já que o dono da geringonça a essa altura deveria estar começando a dar pela falta dela.

E chama pra cá e rédea pra lá e nada do burro sair do lugar, estava cansado daquela confusão toda.
Até que Zequinha apelou e começou a bater nas ancas do burro.
Cada vez que batia, mais o burro empacava, e neste vai e vem, o dono do burro deu uma pedrada com força.

Ou pela pedrada ou por ter avistado, ao longe, uma moita de capim gordura extremamente apetitosa, Manhoso resolveu sair do lugar.
E começou a correr, num galope inesperado para um velho burro.
Acontece que, ou por um ato de inteligência inesperado ou por uma destas coincidências animalescas, o destino do galope foi a propriedade do dono da carroça que, ao ver aquela cena e reconhecer a geringonça atrelada ao velho burro não pestanejou.
O tiro de garrucha atingiu um burro.
A pergunta que fica é a seguinte:
Qual dos três?
Publicado em: 24/11/2006 23:21:20
Última alteração:30/10/2008 19:16:50



Fui andando para o norte
Procurando o meu caminho,
Dei azar, nunca dei sorte,
Por isso estou tão sozinho,
Nas curvas do bem querer,
Eu me perdi de você...

Não quero saber mais nada,
Tenho minhas mãos cansadas,
Mulher, quanto mais amada,
Mais duras, as nossas estradas...
Quero saber de seu colo,
Lhe deitar, mansa, no solo...

Tenho calos nos meus pés,
De tanto que caminhei,
Fui em frente, de viés,
Meu caminho eu já errei...
Mas não passo de idiota,
Perdendo meu rumo e rota...

Vi nas travas do destino,
O olhar dessa quimera,
Meu amor é de menino,
Mas ela é uma pantera.
Tenho sede, um copo dágua...
Para aplacar minha mágoa.

Sei que não teria cento,
Por isso quis a dezena,
Meu amor o seu assento,
Com jeitinho, me envenena.
Quis ter beijo da mulata,
Seu ciúme me maltrata...

Nas bugigangas da vida,
Encontrei o seu retrato,
Minha dor na despedida,
Coração pagando o pato...
Vem pra casa meu amor...
Faz frio quero calor.

Batendo o queixo de frio,
Procurei por meu amor,
Coração bate vazio,
Esperando o cobertor...
Vem pra cá minha menina,
Coração bate em surdina...

No gole desse conhaque,
Vou acabar meu enredo,
Meu amor não é de araque
Sem você, vivo com medo...
Medo de ter solidão,
Sem você não vivo não...

Meu sapato já furou,
Minha calça está rasgada.
Seu amor foi que ficou,
Sem você não tenho nada,
Vi a curva desse vento,
No meio d’esquecimento...

Fui pescar lá no riacho,
Uma sereia peguei,
Bananeira já deu cacho,
Todo menino é um rei...
Quis saber de sua boca,
Acabou, dormi de touca...

Usei isca de primeira,
Pra pegar peixe mulher,
Mas caí, tomei rasteira,
Agora, ninguém me quer...
Não sei mais falar bonito,
Tanto sofro quanto grito...

Joguei rede pra pescar,
Agarrou no meio fio,
Quando a noite é de luar,
Coração bate de frio...
Nas curvas dessa saudade,
Eu só encontrei maldade...

Vou buscar um curativo,
Pra curar minha ferida,
Amorzinho, fica ativo,
Seu amor nem Deus duvida,
Amor bicho interesseiro,
Procura outro travesseiro...

Fiz a cama no terraço,
Esperando pela lua,
Meu amor me deu cansaço,
Minha luta continua...
Procurando por Maria,
Encontrei quem não queria...

Vendo espaço lá no céu,
Quem quiser pode comprar,
Deixa levantar o véu,
Espera o que vou mostrar...
De carroça capotei,
Duas pernas eu quebrei...

Procurei a minha chave,
Não achei nem fechadura,
Ciúme é como um entrave,
Tem gente que não atura...
Quero o gosto da maçã,
O perfume d’hortelã...

Minhas dores são do parto,
Meus amores são de fé,
Vou lhe propor mais um trato
Acho que esse vai dar pé,
Você canta seu bolero,
Eu imito o quero quero...

Quis um beijo me negou
Quis carinho, não me deu,
Andando por onde vou,
Não vai nem ela nem eu...
Meu amor me disse não,
Acabou todo meu chão...

Vou terminar essa joça,
Não tenho mais paciência,
Vou me deitar na palhoça,
O resto é coincidência...
Fiz um verso pra você,
Mas você não quis nem ler..
Publicado em: 05/12/2006 13:02:46
Última alteração:30/10/2008 18:17:53


“Saudade, palavra triste”
Que machuca um bem querer,
Saudade é tudo que existe
De saudade vou morrer...
Nos braços dessa saudade,
Vida virando maldade...

Estrelas brilham no céu
Não me importando mais nada
A noite descobre o véu
Faz nascer a madrugada
A minha vida, nessa hora
Quer namorar essa aurora!

Estrela que foi se embora
Só me deixando saudade...
No meu peito tudo chora,
A vida dói, de verdade...
Não posso saber beleza
No coração, só tristeza...

Procuro pela clareza
Dessa lua e nada tenho...
Descendo na correnteza,
Morto de saudade, venho
Esperando teu sorriso
Que é tudo o que mais preciso...

Se procurei paraíso
Só inferno eu encontrei
Saudade perco o juízo
Tanta dor que já passei...
Esse mundo é meu destino,
Viver nesse desatino!!!

Se já perdi o meu tino,
Saudade foi capitã,
Meu coração pequenino
Espera nova manhã
Minha vida vale nada
Sem ter você, minha amada...

Perdido vou, quero estrada
Não encontrei meu caminho
Saudade é carta marcada,
Vou morrer assim sozinho,
Meu barco está naufragando,
A minha vida acabando...

Eu te pergunto até quando?
Saudade vai residir
O meu peito está sangrando,
Outro dia inda há de vir
Nas ondas desse meu mar
Outro amor vou encontrar...

Preciso novo lugar
Para deixar o meu barco.
Saudade vai me matar
Meu coração virou caco
Tanta dor trago no peito
Como vou viver direito?

Meu amar não é defeito
Saudade vem latejada,
Eu não fiz nenhum malfeito
Pra me perseguir, danada.
A roda do mundo gira
Tanta dor assim me atira

Por mais que essa noite fira
Nada mais vai me conter
Saudade dança catira
Eu não consigo entender
Como pode essa maldade
Da diaba da saudade!
Publicado em: 22/10/2006 13:15:59
Última alteração:31/10/2008 06:21:30



Na procura

Nesta querida ilusão
Onde os olhos tem o perdão
E a vida torna-se um furacão,
Teus olhos são o pedido de paz
A boca o delírio que refaz
E teu sorriso a alegria que satisfaz...

Encontro-me perdido por rumos à deriva
Tu foi e és meu lindo porto seguro
Onde me afaguei dores de outrora
Reluzente esperança prometida...

BEICS

Ostento em minhas mãos a reluzente
Espada da esperança redentora,
Delírios que carrego em minha mente
Na dor que penetrante, vem e aflora.

Encontro-me à deriva, naufragando
Nos ermos da ilusão, velha parceira.
As emoções partindo em louco bando,
A vida preparando esta rasteira

Tropeços comumente disfarçados
Nos olhos femininos e gentis.
Momentos de prazer são relembrados
Dizendo: falsamente; fui feliz.

Esgoto minhas forças; vou sem rumo.
Porém os meus engodos; os assumo.
Publicado em: 28/04/2009 15:49:46
Última alteração:17/03/2010 20:45:00



Em cada dia a promessa
Do novo dia que vem
E nova vida
E novo mundo
A lua é nova
O céu é velho
Mas sempre agradece.
Na promessa da lua nova
O plenilúnio...
Antegozo e fantasia
Seja otimista!
Basicamente otimista
Ótimo e otimismo
Tudo a haver
Tudo ver
E não temer o que virá.
Verá que a vera vida se faz em canto e esperança.
Esperança espera-alcança espera-avança e espera-aliança
Pois sozinho não dá pé.
Aliás, nada sozinho é algo, vira nada
E depois como se vira?
As ondas se recuperam
E voltam,
Mesmo que pareça difícil
Um dia vencem as falésias...
Por mais altas e duras que sejam.
Maria será minha como é minha a poesia
Que trouxe Maria e não traria se esquecesse...
A manga traz o doce e o que foi-se que se dane
Não me engane, se não ama não me beija
Se me beija não me ame, e se ama não reclama
Que essa lua dá tesão!
E haja otimismo,
Senão o abismo
Tanto cismo
Tanto sismo
E não tenho sismógrafo!
Amor é nata
Será nata?
Serenata
E renata a lua
Renata nua
E tudo continua...
Se refaz
No regaço, do cansaço.
Deste amasso.
Velho traço nem disfarço
E daí cama...
Cama e chama
Novo plano e nova plaina
Tanta faina e tanto brio
Carregado neste cio
Mergulho sem orgulho
Não vejo pedregulho
E daí recomeçamos...
Publicado em: 26/11/2006 12:48:04
Última alteração:31/10/2008 01:42:23



O pessimista vê a dificuldade em cada oportunidade; o otimista, a oportunidade em cada dificuldade. Albert Flanders


Cada vez que procuras pelo sol
Esqueces deste brilho que há em ti.
Por tantas violências que sofri,
Nunca deixei de crer em um farol.

O brilho das estrelas te magoa,
Pois achas que jamais verás a lua.
Pois saibas nossa vida continua
Embora o nosso canto vá à toa...

Não creia nas quimeras nem nas dores,
Um dia, ao perceber, estás curada.
Depois de tanta dor o quase nada
Assim como também falsos amores...

O vento da mudança sempre vem
Trazendo nossas vidas mais serenas.
As chuvas que virão, bem mais amenas.
Depois de tanto tempo sem ninguém

Tu verás que jamais andou sozinha,
Procura a companhia que precisas
Em meio a tantas luzes imprecisas
Saberás que em teu reino és a rainha.

Nasceste só, assim tu morrerás,
Nasceste nua assim irás ao céu.
A roupa que tu vestes, simples véu,
A tua alma jamais a vestirá!

Te falo desse amor que sempre faz
Da vida uma seara de esperança.
A mão que traz a seta e traz a lança
Depois de tanta guerra pede paz...

Não queiras as riquezas mais profanas
Nem mesmo quem bajule e que te agrade.
Te perderás nas travas desta grade.
Não se esqueça, na terra és soberana!


O temor interposto com a sorte
Não permite que renasça o belo dia.
Entretanto, conheça a fantasia,
Ela ameniza a dor do duro corte.

Não sigas as saudades pois morreram,
Beije-as como se fossem um retrato,
A vida nunca volta, isso é um fato.
As horas que se foram, se perderam...

Mas saiba que a manhã sempre retorna
E traz uma certeza que não falha.
Por mais que seja dura essa batalha
No fim de tudo o louro sempre adorna

Pois és vitoriosa, minha amiga
O fato de existires nos gloria
Sem ti a nossa vida é sempre fria
Da humanidade inteira és uma liga

E sem a qual jamais serei feliz,
Das tristezas escrevas teu futuro
Todo lume precisa que esse escuro
Venha, senão cadê a diretriz?

Toda dificuldade traz ensino
Mas aprender nem sempre vem sem dor.
Do barro, sem sentido e por amor,
Fomos feitos num sonho mais divino!
Publicado em: 23/11/2006 18:17:40
Última alteração:31/10/2008 01:45:48




Olhos
Faróis
Nos
Quais
Girassóis
Os meus se perderam.

Num trilho
Que encontro
Total maravilha
Que trilha
Esperanças
E traz alegrias

Menina dos olhos
Menina morena
Amor sem abrolhos
Sempre vale a pena.
De longe se acena
Os olhos de quem
Na luz que é tão plena
Reflete meu bem...

Publicado em: 24/04/2008 21:08:30
Última alteração:21/10/2008 13:30:04




Os olhos da pantera
Num brilho incomparável
Aguçam os sentidos
Verdejam esperanças.
Esmeraldas
Que recolho a cada novo dia.
Um Eldorado inesgotável...
Publicado em: 23/05/2008 17:23:01
Última alteração:21/10/2008 06:41:50


Amo teus pés.
Pés delicados e metatatarsicamente perfeitos.
Pés que passearam por terras distantes
E testemunharam teus amores
Escondidos algumas vezes
Ou expostos em sacrificantes saltos.
Na ponta dos teus dedos equilibristas
Teus dias que se foram
E as promessas dos que virão.
Obviamente amo-te inteira,
Seios, boca, pernas, coxas
E bunda magnífica.
Mas os teus pés...
Não que eu seja podólatra.
Não, não sou.
Aliás nunca reparei
Em unha bem feita
Em desfeita à dona dos pés.
Não amo os teus pés pelo formato
E nem pelo perfume mantido
Suave à duras penas.
Nem pelos esmaltes
Ou cutículas.
Isso não.
Mas tão somente pelos castelos
De areia e terremotos
Dos quais eles participaram
Silenciosamente.
Publicado em: 02/06/2007 15:15:36
Última alteração:30/10/2008 16:23:29




Os teus beijos, meu alento,
Já permitindo sonhar,
Quem me dera, o pensamento,
Tua pele decorar...
Publicado em: 03/03/2008 21:35:08
Última alteração:22/10/2008 14:17:08



A vida te trouxe a sina
De ser água cristalina
De ser bela criatura
De não ter sequer defeito
De viver em tal brandura,
De ser ente perfeito!

Semente dos meus sonhares,
És fruto dos meus pomares,
Amores que não têm fim...
És manto mais delicado,
Pois és sempre o vero sim
Coração apaixonado...

Os olhos são dois brilhantes,
De brilhos raros, constantes,
Orientam meu caminho
Clareiam todo meu rumo,
Mirando-me dão carinho,
Acertam a vida e prumo...

Os olhos desta princesa
Hinos à delicadeza,
Faróis que guiam meu barco
Em meio a tais tempestades,
Se sou seta, são meu arco,
Refletem as claridades...

Olhos distantes, serenos,
De ternura são mais plenos,
Esmeraldinas manhãs,
Solar espelho traduzem,
Sem eles como são vãs,
Meus amores não reluzem...

Os olhos da minha amada,
Auroram na madrugada,
Roubam todo belo astral,
Mergulham claro desejo
No brilho imitam cristal,
Neles, a beleza vejo...
Olhos pacificadores,
Os olhos dos meus amores,
Doce chuva calmaria,
Mansas águas deste lago...
Repetem-me todo dia
Todo esse profundo afago...

Prelúdio de mansidão
Penetram meu coração,
Não deixam nada sem brilho,
Nem me permitem tristeza,
Com eles acerto o trilho,
São os marcos da beleza...

Sonatas tentei compor,
Homenageando amor,
Amor que trazes nos olhos,
As rosas que já colhi,
Carregando em belos molhos,
Nos teus olhos me perdi...

Nas serenatas que faço,
De teus olhos busco o traço,
O canto que quero dar,
Nos caminhos que percorro,
Os raios deste luar,
Sem eles, peço socorro...

A saudade ninguém planta,
Teu olhar já me levanta
Não me deixa nem sonhar.
Prá quê que eu quero o sonhado,
Se o melhor vou encontrar
Estando assim acordado!

Teus olhos deixam felizes
Os olhos destas matizes
Que nunca mais encontrei.
Nem princesa nem rainha,
No meu reinado sem lei,
Meu olhar no teu se aninha...
Olhos verdes desta mata,
Onde derramas cascata
Onde produzem esperas,
Dominando toda flora
Toda fauna e tantas feras,
Sem teu olhar, lua chora...

Olhar hipnotizador,
Refletindo meu amor,
Me deixou sem ter saída,
De que vale todo mundo,
De que vale minha vida,
Sem o teu olhar profundo...

Mas, ontem pensei depressa,
Mudando nossa conversa,
Estava deitado na rede,
Quando pude reparar
Nos olhos da cobra verde,
Encontrei o teu olhar...

Reparei neste momento,
Começou o meu tormento,
Esperei o tempo inteiro
Para poder descansar,
O teu olhar traiçoeiro,
Não me deixa respirar...

Eu não tenho mais saída,
Nada de meu nessa vida,
Nada mais posso fazer,
Estou perdido e não nego,
Te peço pra compreender,
Furei meus olhos, sou cego!
Publicado em: 28/09/2007 21:32:40
Última alteração:30/10/2008 13:43:57



Minha vida faz sentido,
Somente se for você
Quem, comigo, for viver.
Senão, meu mundo perdido,
Perde todo o colorido.
O azul dos olhos seus,
Que, quem dera, fossem meus,
Seriam a salvação,
Pediria, por perdão,
Esses meus olhos ateus!
Publicado em: 01/01/2008 20:13:45
Última alteração:22/10/2008 19:24:53


OS TEUS OLHOS

A vida te trouxe a sina
De ser água cristalina
De ser bela criatura
De não ter sequer defeito
De viver em tal brandura,
De ser ente perfeito!

Semente dos meus sonhares,
És fruto dos meus pomares,
Amores que não têm fim...
És manto mais delicado,
Pois és sempre o vero sim
Coração apaixonado...

Os olhos são dois brilhantes,
De brilhos raros, constantes,
Orientam meu caminho
Clareiam todo meu rumo,
Mirando-me dão carinho,
Acertam a vida e prumo...

Os olhos desta princesa
Hinos à delicadeza,
Faróis que guiam meu barco
Em meio a tais tempestades,
Se sou seta, são meu arco,
Refletem as claridades...

Olhos distantes, serenos,
De ternura são mais plenos,
Esmeraldinas manhãs,
Solar espelho traduzem,
Sem eles como são vãs,
Meus amores não reluzem...

Os olhos da minha amada,
Auroram na madrugada,
Roubam todo belo astral,
Mergulham claro desejo
No brilho imitam cristal,
Neles, a beleza vejo...
Olhos pacificadores,
Os olhos dos meus amores,
Doce chuva calmaria,
Mansas águas deste lago...
Repetem-me todo dia
Todo esse profundo afago...

Prelúdio de mansidão
Penetram meu coração,
Não deixam nada sem brilho,
Nem me permitem tristeza,
Com eles acerto o trilho,
São os marcos da beleza...

Sonatas tentei compor,
Homenageando amor,
Amor que trazes nos olhos,
As rosas que já colhi,
Carregando em belos molhos,
Nos teus olhos me perdi...

Nas serenatas que faço,
De teus olhos busco o traço,
O canto que quero dar,
Nos caminhos que percorro,
Os raios deste luar,
Sem eles, peço socorro...

A saudade ninguém planta,
Teu olhar já me levanta
Não me deixa nem sonhar.
Prá quê que eu quero o sonhado,
Se o melhor vou encontrar
Estando assim acordado!

Teus olhos deixam felizes
Os olhos destas matizes
Que nunca mais encontrei.
Nem princesa nem rainha,
No meu reinado sem lei,
Meu olhar no teu se aninha...
Olhos verdes desta mata,
Onde derramas cascata
Onde produzem esperas,
Dominando toda flora
Toda fauna e tantas feras,
Sem teu olhar, lua chora...

Olhar hipnotizador,
Refletindo meu amor,
Me deixou sem ter saída,
De que vale todo mundo,
De que vale minha vida,
Sem o teu olhar profundo...

Mas, ontem pensei depressa,
Mudando nossa conversa,
Estava deitado na rede,
Quando pude reparar
Nos olhos da cobra verde,
Encontrei o teu olhar...

Reparei neste momento,
Começou o meu tormento,
Esperei o tempo inteiro
Para poder descansar,
O teu olhar traiçoeiro,
Não me deixa respirar...

Eu não tenho mais saída,
Nada de meu nessa vida,
Nada mais posso fazer,
Estou perdido e não nego,
Te peço pra compreender,
Furei meus olhos, sou cego!
Publicado em: 09/01/2009 19:42:04
Última alteração:06/03/2009 07:34:45



Os sentimentos nobres, verdadeiros
Encontro na amizade desejada,
Além destes prazeres costumeiros
Ajuda a percorrer a dura estrada,
Não deixa que os ferinos espinheiros
Penetrem nesta pele imaculada.
Poderes que a amizade sempre tem
Trazendo para a vida, imenso bem...
Publicado em: 10/11/2007 17:50:56
Última alteração:26/10/2008 19:27:21



Amor se repetindo
De novo prosseguindo
Manhã café e chá.
Bom dia, tarde e noite.
Mulher logo dormindo
Meninos a chorar.
Colher de chá
Uma medida a mais
No arroz queimado,
No bife mal passado
Nas páginas do jornal.
Comida sem tempero,
Feijão ficou sem sal.
Apenas desespero,
Mas isso já é normal.
Cigarro um atrás do outro.
Na cama não.
Um pra cada lado...
Quem sabe se depois
Da morte de um dos dois.
Amor dê seu recado?
Publicado em: 24/05/2007 20:55:16
Última alteração:30/10/2008 15:23:20

OS RITOS DO AMOR /

Profano em si carrega mil andores.
De corpos e carícias pervertidas
De beijos indecentes suicida
Cansado agora está desses amores...

Procura então viver esses primores
E vê-se quantas metas jaz perdidas
Tentando, em vão, curar essas feridas
Ressente-se de vender teus pudores...

Atado por estranhos, ledos nós,
Amor se mostra nu em dura face,
Perdendo lentamente o seu disfarce

Reage e provocante, doce e atroz,
É fera que se esfinge e que se cace
Deságua em pororoca, invade a foz.


GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 20/08/2007 22:00:33
Última alteração:05/11/2008 14:25:05



OS SEGREDOS DO AMOR
Estendo estrelas
Num tapete de sonhos.
Caminhas entre nuvens.
Chuvas, fogaréus...
Brasas, asas,
Sombras.
Teu vestido azul
Rendas
Sedas
Cetins.
Fim de noite
Arcos, barcos
Becos.
Ecos
De nós dois
Pelas vielas
Velas e vigas
Comovidos
Movidos
Ávidos
Vívidos.
Cadê lucidez?
Acidez
Aridez
Cada vez
Mais próximos
Dos últimos
Segredos
Do amor...
Publicado em: 31/05/2008 21:00:36
Última alteração:20/10/2008 20:10:25



Marinho segredo
Escondes em ti.
Ledo medo cedo
Tive todo contratempo
Mas prossigo
Com olhos de abandono,
Sono e sonares
Ao soares sonhos
Somos os mesmos...
Agentes e ungidos.
Sementes goradas
Do que se fora
O que não forma
E se deforma
Nas ondas deste mar...
Trago o trago mal dado,
A fumaça engasgada
O gás exalado
A mata queimada
O amor desandado
O dado rolado
E o fim da esperança.
Nebulosamente
Mente
Benevolências
E soluções
Bares e altares
Misturas
De santos e sonsos.
Non sense
Incenso...
Serei o que sou
Serás o que és
Sereias à parte.
Pateticamente fiz meu cobertor
Das ondas do mar...
Agora querida,
Quem vai me afogar?
O amor
O mar
A romã
O aroma?
Só sei que seria
O que não mais sou
Restou o silicato
O sindicato
O desacato
Que me fez grão
Sem semente,
Sem mente
Serpente...
Na areia infecunda...
Publicado em: 28/04/2007 23:40:27
Última alteração:30/10/2008 15:27:55



Os segredos que carrego
Na verdade são bem poucos.
Quando em sonhos eu me entrego
Aos teus carinhos mais loucos...
Publicado em: 04/03/2008 22:05:08
Última alteração:22/10/2008 15:04:56
]


Os meus olhos tristonhos vão buscar
Passado doloroso tão remoto.
O conto que te canto sem luar
Sem luz, sem poesia, sequer foto;
Guardado nas gavetas de minha alma...

Anos e mais anos se passando
Sem ter uma saudade por dizer
Amores que jamais irei cantando
Pois negam meu direito de viver.
Guardados nas gavetas de minha alma...

A porta que entreabria nada tinha
Somente uma vontade de sonhar,
No canto que trazia, nada vinha,
As sombras e fantasmas, sem parar...
Guardadas nas gavetas de minha alma...

Promessas de presentes e esperanças
Nos olhos não mitigam mais os sonhos.
As mãos que sempre brincam, de crianças,
Bem cedo aprenderão que são tristonhos
Guardados nas gavetas de minha alma.

Em volta tanta festa e tanto brilho,
Por dentro no vazio, sem sentido.
De fogos e de luzes maravilho,
O tempo que sonhara foi perdido,
Guardado nas gavetas de minha alma...

Quem dera se pudesse ter, ao menos,
O rosto mais feliz que nunca tive.
Os meus dias seriam mais amenos,
Vivendo paraísos onde estive
Guardados nas gavetas de minha alma...

Gavetas de minha alma empoeirada,
Estradas que não tive nem sinal,
Dos sonhos não sobrou quase que nada
De tudo que disseram ser Natal,
Perdido nas gavetas de minha alma...
Publicado em: 12/12/2006 16:27:12



OS NOSSOS BEIJOS /

É sempre assim no beijo derradeiro
Um gosto de saudade e de lembrança
O abraço não é completo é meio inteiro
E a carícia agora é esperança...

É sempre assim na hora da partida
Aquele angústia grande bolorenta
E um gemido, um choro, uma ferida
Tornando àquela face poeirenta..

O beijo tatuado em minha boca,
sabor inesquecível permanece.
Entranha dentro da alma e ali se aloca,
louvado eternamente qual em prece.

Tais lábios que fizeram-me feliz,
os levo como fosse cicatriz...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 24/08/2007 16:34:53
Última alteração:05/11/2008 13:08:31




Nossos desejos são noturnos hinos.
Pérolas negras, dois fantasmas... Treva...
E, com certeza, a misturar desatinos,
Por mais calor que parecer, já neva.
As labaredas, olhos, dentes finos.
Por mais que nunca fomos, vil caterva
Amaldiçoa, marca e cospe. Tinos
Perdidos... Rios, bagre, mar, cambeva...

Coxas se entrelaçando, orgasmos vindo...
Espumas do prazer rebentam, praia...
Ausência de temores, tremor... Lindo!
Dois corpos que procuram mesmo espaço
Depois de tantos beijos, mesmo traço.
Nas dúbias sensações tão prazerosas
Vertigens se sucedem, tire a saia...
A dor de misturar espinhos, rosas!
Publicado em: 14/12/2006 16:28:22
Última alteração:30/10/2008 18:35:45

Os olhos da menina
Falar destas noites passadas, em meio a tantas tempestades sem futuro, sem esperanças...
Vivíamos o pesadelo do não ter ou do que é pior, perder-se o que tem...
Não tínhamos sequer expectativas de mudanças, a noite parecia interminável e arrogantemente interminável...
De repente, uma luz acende no final do túnel, difícil e policrômica, mas uma luz.
No prisma passamos do breu noturno para a claridade do dia, mesmo que, como disse antes, difícil e rancorosa.
A menina dos olhos ou os olhos da menina, brilham e pedem por um novo dia, mais claro e mais iluminado.
Acontece que, a noite ameaça o retorno e, pior, um retorno tempestuoso e nublado. Os raios e relâmpagos anunciam a tempestade que poderá vir, para desespero da menina com os dentes apodrecidos e o sorriso esperançoso..
É meu dever, creio que de todos os que podem evitar que a nossa gente retorne aos dias sombrios deste inverno longo e doloroso.
A menina dos olhos e os olhos da menina agradecem o verde da esperança e o canto de alegria que vem do sertão...
Publicado em: 13/10/2006 18:04:05
Última alteração:23/10/2008 13:14:38




OS OLHOS DA MINHA AMADA

Os meus olhos vão vestidos
Da esperança de poder
Aflorando em meus sentidos
Recolher farto prazer
Destes campos tão floridos
Que hoje eu pude perceber
Nos olhos da minha amada,
Bela senda cultivada.

Não me canso de buscar
Nos teus olhos meu farol,
Na certeza de raiar
Um divino e raro sol,
Minha sorte é te encontrar
Poder ser teu girassol,
Um olhar tão deslumbrante
Muda a vida num instante...
Publicado em: 03/11/2007 10:35:15
Última alteração:24/10/2008 14:48:52


-Os olhos da pantera
Os olhos da pantera


Brilha os olhos, ronrona e dilacera
já num salto, o sonho decomposto
em preto e branco, agilíssima pantera,
e desfigurado em lanhos sangro o rosto.

Ah! Os sonhos coloridos! Quem me dera
cenários e poesias no sol-posto,
de encontro à esperança sem espera,
fugindo dos espinhos do desgosto!

Quem sabe se encontrar algum poeta,
possa ele me cantar felicidade,
e que grão eu plantarei para colhê-la;

cantasse, com seu verso, qual a meta,
e nas rimas, se pudesse ser verdade,
que existe um paraíso em cada estrela!

Chaplin

Somando os nossos cantos, liberdade,
Decifrando hieróglifos, sinais.
Partilhas que prometem claridade,
Espelhos de outros tempos, divinais.

A voz de um cantador, a Terra invade,
Nos versos tão sonoros, magistrais,
O Pai ao encontrar felicidade,
No enlevo dos suaves madrigais

Transborda em sol imenso, esta alvorada,
Aurora dos vestais, bardos poetas.
Nas mãos, tintas serenas e diletas

Profética alegria anunciada
Visão inesquecível doce e terna,
Tornando a poesia; enfim, Eterna...
Publicado em: 02/12/2008 08:41:09




Nas duras caminhadas pela vida
Às vezes pedregulhos urze, espinho
Porém quando se mostra mais querida
A mão onde perfeito amor aninho,
Sabendo preparar uma saída
Não deixa um caminhante andar sozinho.
Nos laços bem mais firmes da amizade
Enfrento qualquer dor em tempestade...
Publicado em: 08/12/2007 21:48:18
Última alteração:24/10/2008 15:19:51


Servir a quem gostamos, com carinho,
Traçando um bom caminho em liberdade,
Nos braços desta amiga, eu já me aninho,
Vivendo todo o bem desta amizade
Nos laços que são fortes, união,
Trazendo para as dores, solução...
Publicado em: 23/04/2008 18:23:43
Última alteração:21/10/2008 13:24:07





Um vale tão escuro se mostrara
Durante muito tempo em minha vida.
Vencido pelos medos; tanta angústia,
A sorte que eu sonhara já perdida.

A noite em frio intenso e nada mais,
Sementes de esperança não granaram.
Restando este silêncio que sem fim
Os sonhos que eu tivera se abortaram.

Mas tendo tua mão como meu guia
Estrela radiante em liberdade
A fantasia mostra ser possível
Nos laços tão benditos da amizade...
Publicado em: 14/05/2008 17:43:10
Última alteração:21/10/2008 14:40:40




Nas duras caminhadas pela vida
Às vezes pedregulhos urze, espinho
Porém quando se mostra mais querida
A mão onde perfeito amor aninho,
Sabendo preparar uma saída
Não deixa um caminhante andar sozinho.
Nos laços bem mais firmes da amizade
Enfrento qualquer dor em tempestade...
Publicado em: 23/01/2009 12:56:53



Os licores da saudade
Inebriam corações,
Encontrei felicidade
Espalhando as emoções
Publicado em: 13/08/2008 13:57:24
Última alteração:06/10/2008 06:43:49

Os Limites do Amor


Te amo como tu és, e não como queria que tu fosses.

Temos nossas próprias malas e bagagens acumuladas vida afora.

Colocarmos tudo isso no mesmo armário é meio complicado mas necessário para que haja o amor.

Amor que cobra mudanças radicais, que tenta absorver o outro, não é amor.

É POSSESSÃO, e esse sentimento é muito ruim.

Ou mata ou anula.

Não quero um cadáver e muito menos um espelho para a minha vida.

Quando passas a refletir o outro, acabou.

Ou tu te cansas ou O OUTRO SE CANSA.

Moral da história: solidão!

Tento te ver como tu és, embora saiba que, por mais que estejas nua, tua nudez será sempre incompleta.

Esta defesa que usamos permite nossa sobrevivência à qualquer tempestade, inclusive a mais avassaladora delas: a PAIXÃO!

E, quando te vejo mais desnuda, pressinto cada vez mais que acertei.
És a mulher que sonhara e que, modéstia à parte, merecia.

Por isso, querida, te peço.

A cada vez que eu ultrapassar os limites de tua própria defesa, alerte-me.

Somente assim continuaremos sendo felizes.
Publicado em: 05/12/2006 09:18:46
Última alteração:27/10/2008 21:26:15

OS MANDAMENTOS DO AMOR



Que eu nunca pergunte de onde vens, mas sim do que gostas.

Que eu nunca pergunte o que tens, mas sim quais as frutas que aprecias.

Que eu nunca pergunte quem são teus pais e parentes mas sim se gosta de flores.

Que eu nunca pergunte para onde vais, mas sim se gostas da estrada.

Que eu nunca queira saber do seu passado, mas sim de tua felicidade.

Que eu não queira saber onde nasceste mas sim se estás bem aqui.

Que eu nunca queira saber o que pensas, mas sim o que sentes.

Que eu não queira saber nem teu nome, posto que já sei que tu chamas AMOR!
Publicado em: 30/11/2007 12:08:36
Última alteração:26/10/2008 20:58:27


Os meus dedos digitando Bem queriam percorrer
Os meus dedos digitando
Bem queriam percorrer
O teu corpo, eu não sei quando,
Poderei ter o prazer

De contigo namorar,
Obedeço ao teu aceno,
Bem queria te tocar,
Mas te falo, ele é pequeno

Não chega nem a um metro,
Tantas milhas nos separam,
Eu decerto perco o cetro,
Os teus versos desamparam...

Um caipira lá de Minas
Ao sonhar com a morena,
Procurando tocas, minas,
Mas ausência já me acena

Com vazio destas noites,
Que pensei tu fosses minha,
Bem sonhara com pernoites,
Muito embora nunca eu tinha.

Sou um pobre seresteiro
Um vadio trovador,
Que durante o tempo inteiro
Vive em sonhos, tanto amor...

Vou calar minha viola,
Que esta lua não virá,
A viola na sacola,
O que me resta? Guardar...
Publicado em: 03/10/2008 14:05:24



Os meus olhos te procuram
Neste sonho mais feliz
Esperanças já conjuram
Sem perjúrio querem bis.
Publicado em: 04/03/2008 21:48:04
Última alteração:22/10/2008 15:03:20



Os meus olhos embotados
Vão seguindo os seus caminhos,
Por amores deslumbrados,
Procurando por seus ninhos.
Nos teus olhos espelhados
Já não seguem mais sozinhos.
Os teus olhos companheiros,
Reflexos mais verdadeiros.
Publicado em: 04/11/2007 22:33:41
Última alteração:24/10/2008 14:48:40

OS GATOS DA JULIANA

Jornais e televisões deram destaque à capacidade premonitória daquele gato que, ao visitar uma pessoa, estaria anunciando a morte, pois, em poucas horas, a vítima estaria indo para a cidade de pés juntos, como se diz na roça.

Aliás, no meio rural, é sabido que o canto da coruja é um mau sinal, fato que coloca em cheque a sobrevivência do simpático animal.

Minha amiga Juliana, grande estudiosa destes fatos sobrenaturais já me garantiu que tudo isso é fantasia, criada pela mente humana, mas que, se levada a sério, pode causar danos, não podendo ser desprezada.

A propósito, disse-me ela que pretendia doar estes gatinhos, frutos do amor entre um nobre angorá com uma gatinha vira-latas, mas que, devido ao fenômeno mostrado pela mídia ficou difícil fazê-lo.

A solução, já lhe disse, é pedir ao Padre Quevedo que faça um exorcismo, objetivando anular todas as forças malignas dos bichanos, a fim de que sejam eles finalmente adotados por uma alma caridosa, louca para saber o dia exato do embarque final desta para a melhor.

Enquanto esta providência não é tomada, não deixo que os bichanos se enrosquem nas minhas pernas, pois, se não acredito em feitiços, eu sei que eles existem...

Muriaé, que já tem um cachorro Beato que só falta rezar em missas velórios e quejandos, pode ficar famosa pelos gatinhos da Juliana.

Do jeito que as coisas estão indo, gato bom é aquele transformado em tamborim...


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 15/10/2007 12:53:02
Última alteração:29/10/2008 18:10:12



Senhor.

Eu venho te pedir neste louvor que faças de cada de nós; independente de credo ou mesmo até aqueles que não tiveram ou não quiseram perceber tua grandeza, um guerreiro.

Guerreiro de mãos limpas e peito aberto, contra todas as incoerências e injustiças.

Guerreiro da esperança tão bendita e tão necessária.

Senhor, não deixe que a miséria estampada em cada rosto faminto e desesperançoso passe totalmente em vão, quando observado por um irmão mais abastado e temeroso.

Não deixe que as injustiças sejam, repetidas vezes, a mais forte força de expressão dos dominadores sobre os oprimidos.

Teu povo nunca foi formado pelos líderes, nem pelos chefes, nem pelos donos do poder tanto econômico quanto político e social.

Este teu povo que cheira ao suor da labuta e tem o perfume da esperança nos olhos, aguarda a presença destes guerreiros.

Os guerreiros sem cor, sem credo, sem raça, sem sexo.

Os guerreiros do AMOR...
Publicado em: 23/02/2007 14:50:03
Última alteração:27/10/2008 19:46:16




Nós somos navegantes desta vida
Que nos acolhe atenta e generosa,
Não nos diz qual é a hora de partida,
Tudo isso só me faz ficar nervosa.

Diviso além da bruma, o céu escuro,
Que não deixa entrever, sequer, a luz.
Mas tenho confiança. Eu tenho- juro,
Pois ela é quem me guia e me conduz...

Delírio prazeroso a que me entrego.
Eu vôo entre as nuvens. Ah! Não nego.
Somente a sensação de liberdade

Nos faz ter segurança e destemor.
Uma certeza feita em puro ardor,
Nos laços tão sublimes da amizade...

HLuna
Marcos Loures
Publicado em: 26/04/2007 14:52:48
Última alteração:06/11/2008 08:39:27



Um vale tão escuro se mostrara
Durante muito tempo em minha vida.
Vencido pelos medos; tanta angústia,
A sorte que eu sonhara já perdida.

A noite em frio intenso e nada mais,
Sementes de esperança não granaram.
Restando este silêncio que sem fim
Os sonhos que eu tivera se abortaram.

Mas tendo tua mão como meu guia
Estrela radiante em liberdade
A fantasia mostra ser possível
Nos laços tão benditos da amizade...
Publicado em: 22/09/2007 12:12:50
Última alteração:30/10/2008 13:39:02



Sentimento que toca toda gente
Tornando a vida bem mais gloriosa,
Sem jogos, por si própria faz contente
Quem tantas vezes soube desairosa
A sorte mais cruel e penitente,
Encontra na amizade mais piedosa
Certeza de um momento deslumbrante,
Que deixa a nossa vida ir adiante

Vencendo as intempéries do caminho,
As pedras, os espinhos, urzes tantas,
Quem segue pela vida e vai sozinho,
Não sabe destas mãos sublimes, santas
Que aquecem com certezas e carinho
Cobrindo em duro frio, quentes mantas,
Agasalhando a quem se quer tão bem,
Em noite solitária, amiga vem.

Somando nossas forças combatemos
Os males que se mostram renitentes,
Unindo nossos braços, mesmos remos,
Atravessamos mares permanentes,
Sabendo do poder que agora temos,
Seguimos pela vida mais contentes.
Na força tão sagrada da amizade,
Lavrada com total fidelidade.

Amigos reconhecem que jamais
Nós devemos trair a confiança
O barco desta forma, perde o cais,
Quebrando o laço feito em aliança.
Quem age desta forma é incapaz
De ter uma amizade em que se alcança
A total plenitude desejada,
Trazendo uma alma suja e desbotada.

Por isso é necessário te dizer
Do quanto sou feliz por ter em ti,
Além de uma certeza de prazer,
Carinho que tão logo eu conheci,
Querida amiga, pude me render
Saber que encontrei decerto aqui,
Toda a pureza imensa em que prediz,
Um dia alvissareiro e mais feliz...
Publicado em: 20/10/2007 20:14:14
Última alteração:26/10/2008 19:35:35




Nos laços da amizade eu permaneço
Aladas esperanças que me tomam.
Aos guizos da alegria, eu obedeço,
E os dias mais felizes já se somam.
A cada novo encanto sempre cresço,
E as luzes da emoção agora domam
Um coração teimoso, inconseqüente
Que busca ser feliz completamente...
Publicado em: 25/10/2007 16:29:11
Última alteração:24/10/2008 14:50:28


O vento da bonança eu recebia
Enquanto os olhos tristes nada viam,
Depois ao renovar a fantasia,
Mais belos os meus dias pareciam,
Agora vejo o quanto eu não sabia
Dos tempos mais felizes que viriam.
A força que me deu a liberdade
Renova-se nos braços da amizade...
Publicado em: 10/11/2007 07:52:46
Última alteração:24/10/2008 15:03:48


Até quando os dias que passam
Sem motivo nenhum de passar
Sem você

Geraldo Azevedo.

Os dias vão passando sem te ver.
Distante de teus braços o que faço?
Eu procuro um motivo pra viver
A dor vem me tomando e mal disfarço...

No fundo vou buscando te entender
Mas nada me convence; sigo o passo
Do coração sedento sem poder
Achar de novo o rumo e me embaraço.

Os dias são tão longos, sem por quê.
A saudade doída maltratando,
Vasculho o mundo inteiro mas cadê?

Não vivo, meu amor, eu sobrevivo,
Pergunto sem respostas: até quando?
Viver não faz sentido. Sem motivo...
Publicado em: 02/04/2007 17:18:42
Última alteração:27/10/2008 19:00:09

Um apaixonado pela acupuntura começa a se queixar dos remédios:

-Remédio, para mim é droga! Só fazem mal.

-Pois, para mim os remédios sempre fizeram muito bem!

-E que doença você tinha?

-Doença? Quem falou em doença? Eu tinha era uma farmácia!

Compilado por Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 04/04/2007 18:43:04
Última alteração:29/10/2008 18:06:17

Em meio a tempestades que chegavam
Dos dias solitários que previa.
Embalde sem saber d’uma alegria
Os céus, sem esperanças, se nublavam...

Mas quando parecia mais distante
O rumo que tentava percorrer,
Das trevas, bela luz eu pude ver,
Um brilho diferente e deslumbrante.

Vontade de dançar a noite inteira
Vontade de sonhar sempre acordado,
Estavas finalmente, aqui do lado,
Em ti a derradeira companheira!

Mais um ano se passa e sou feliz!
Ao lado de quem sempre desejei
Rainha que, no mundo, me fez rei
Da vida quero mais e peço bis...

No nosso aniversário, se pressente,
Que sempre junto a ti eu hei de estar.
Contigo eu aprendi o que é amar.
A Deus agradecer esse presente
Que tanto procurava, pela vida.
E que recebo sempre, em ti, querida!
Publicado em: 15/06/2007 17:39:29
Última alteração:27/10/2008 19:21:20



Os conselhos que me dás, deverias ser o primeiro a segui-los...
64

Mote

Os conselhos que me dás, deverias ser o primeiro a segui-los...


Mas chega de blá-blá-blá.
E não me ponha mais grilos,
Os conselhos que me dá,
Você devia segui-los...

Marcos Coutinho Loures

Se na casa de um ferreiro,
Espeto é sempre de pau,
Teu conselho, companheiro,
Eu não guardo em meu bornal...
Publicado em: 20/11/2008 13:32:52
Última alteração:06/03/2009 18:44:10


ORGASMOS
Afago teus desejos mais gostosos
E torno meus anseios mais ousados.
Fartura nos teus olhos fabulosos,
Momentos tão sublimes, delicados,
Urgências esquecidas nestes gozos,
Recendes aos prazeres e pecados.
Sacias as vontades mais vorazes
Meus lábios te percorrem. Vão audazes...
Publicado em: 06/07/2008 21:58:16
Última alteração:19/10/2008 21:44:16



Quero o gosto
Da boca
Carmesim
Roçando todo o pasto,
Arando o meu jardim...

Moça quero a poça
Que se alaga
Nesta chuva temporã
Água de chuva é deliciosa...

Vem que o vento
Que promete chuva
Garante orvalho...
Pelo menos....
Publicado em: 03/04/2007 17:28:07
Última alteração:30/10/2008 16:26:49



Domínio sem juízo dos amores
Paixão sedenta em brasa derretida
Temor que traz coragem para a vida
Fel de prazer melíferas as dores

Estando do seu lado os horrores
Que assalta-me, às vezes nessa lida
A torna suportável. E conferida
Após vê-se as sementes e as flores...

Na antítese absoluta nos perdemos,
E assim nos encontramos logo após.
Amores são metástases que curam,

Além que pensamos ou sabemos,
Nas horas de carinho se torturam,
É feito de esperança em laço algoz.

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 20/08/2007 17:27:51
Última alteração:05/11/2008 14:53:30



OS AMORES

A flor do asfalto,
Lirismo e valentia,
Brasas e chalaças
Farturas em lareiras
Dançando bailarinas,
Meninas, cabarés
Fagulhas e fortunas
Agulhas e ternuras.
Ingênuas prostitutas
Puras e sacanas.
Sacadas e desejos
Fingidos, completados.

Flores do canteiro
Feito em pedra e pó.
Beijos que são pagos,
Bagos e baganas,
Braços e flanelas,
Santas, terços, rezas.
Preços estampados
Nas coxas e nas pernas.

Agora tão distante
Do lirismo profano,
No mesmo instante vejo
A faca, a fome, a bala.
Resvala uma saudade
Das bocas carmesins
Pintadas com batons
Em rubras esperanças
De alentos e prazer...
Publicado em: 06/10/2007 12:11:10
Última alteração:30/10/2008 11:45:29



Amores se fugazes
Como gazes sem gases
Nem sequer o curativo
E vivo cada amor
De sua forma.
Não tendo para tanto
Encanto e norma
Que possa resumir a minha história
Houvesse vistoria; não passava
Passado em águas novas já se lava
E a lava fertiliza sempre o solo...
Publicado em: 16/01/2010 12:43:22
Última alteração:14/03/2010 21:06:32



ORGULHO DE SER MINEIRO

Por vales e montanhas

Este é o meu berço primeiro

Nasci aqui e amo esta terra

Este é o meu jeito mineiro.



Sou quieto, não nego o rótulo

Tenho o jeito da tradição

Por qualquer terra por onde ando

Não renego meu querido chão.



De uma paisagem privilegiada

A lembrança eu sempre trago

Longe, mas sempre pensando

Em cada pedaço do meu estado.



Minas, montanhas e serras,

Meus sonhos de liberdade;

Saudade das minhas terras,

Amores sei, de verdade...



Meu canto que te preparo,

Nestes belos horizontes;

Deste gosto que é tão raro,

Das maravilhosas fontes.



Minhas Minas, meu tesouro,

Amar-te nunca é demais;

Neste teu solo, tanto ouro,

Não és só uma; és Gerais...

LUNA MG E MARCOS LOURES
Publicado em: 06/01/2007 15:47:56
Última alteração:06/11/2008 11:56:20


Olhar que tão profundo
Olhar que tão profundo
Invade plenamente
Domina corpo e mente
E dele se me inundo
Conheço o vasto mundo
Por mais que ainda tente
Prevejo o onipotente
Caminho em que aprofundo.
Gerado a cada espaço
No tanto em que me enlaço
No farto em que me dou,
Resumo noutra fase
O etéreo céu que embase
O passo rumo ao sou.
Publicado em: 06/06/2010 20:30:27



Olho na mulher dos outros, mas conserve a sua direita.
144

Olho na mulher dos outros, mas conserve a sua direita.


Se namorar é o que queres,
Não te acanhes e aproveita,
Olho em todas as mulheres,
Conserve a sua direita...


Marcos Coutinho Loures

O amor é uma armadilha,
Quem não sabe se estrepou,
Pois mulher que anda na trilha,
Sem cuidado, o trem matou...
Publicado em: 21/11/2008 13:24:05
Última alteração:06/03/2009 16:58:49

Olho por olho, e o mundo acabará cego.
Olho por olho, e o mundo acabará cego. Mahatma Gandhi



Tu não me sangrarás, tenha certeza.
Escapo destas garras mal percebas
Que nada que tu queiras ou concebas
Me causará sequer uma estranheza...

Posso me embriagar sem teu carinho
E muito menos quero desta língua
Esteja certa, quero estar à míngua
É bem melhor viver e estar sozinho!

Se queres tempestades que as procure!
Eu sempre levarei meu mundo em paz.
Eu não quero um segundo tão mordaz
Nem pretendo, quem amo, que me ature.

Banais os sentimentos que proferes,
Se queres minha dor, pois que se dane!
Que o vento que te morda que te abane
As dores que me queres não mais feres.

E já que não comento o que morreu;
Me basta a morbidez que já carrego,
Se for olho por olho, fico cego,
Se não sumiu na estrada, lá sumo eu!
Publicado em: 24/11/2006 16:59:10




Acordara cedo, como sempre fazia desde há muito tempo, criado sozinho; desde os tempos mais pueris da vida fora obrigado a trabalhar; primeiro com os tios na roça, depois com o mesmo patrão que tinha sido do pai, falecido no início dos primeiros passos, lembranças esquecidas dentro de uma gaveta qualquer, há muito fechada.

Olhou para o corpo estendido na cama, corpo de belas formas, da morena bonita que conhecera e logo se apaixonara; casamento de 10 anos, quatro filhos e poucas alegrias.

Reparou bem no despertador, 5 horas, como sempre, mesmo nas férias não conseguia acordar mais tarde, escravo de uma rotina cruel...

Naquele momento pensou na noite anterior, noite longa e estranha, cheia de fantasmas e pesadelos, o que ultimamente se tornara costumeiro, quase diário, gritos e tumulto de gente correndo, coisa estranha...

Pacato desde menino, “incapaz de fazer mal a uma mosca”, segundo comentava o tio; tio que fora pai, num ato de amor sem cobranças, amor verdadeiro.

A tia nem tanto, não gostava daquele menino melequento correndo pela casa, bastava-lhe os três que a vida deu e ainda tinha que aturar esse pestinha.

Ainda mais filho de quem, daquele mesmo que fora o primeiro, grande e único amor de sua vida; mas a irmã era mais bonita...

A peste do menino, a cada dia mais se parecia com o pai, tão diferente do seu marido, irmão do safado...

Aqueles olhos azuis do cunhado ficaram atormentando sua vida por longos anos, agora aquele moleque solto pela casa.

É provação divina, provação e provocação, como podia agüentar?

E a vida foi passando entre quintais e escola, brincar era difícil, só se a tia não estivesse em casa, a megera era terrível.

Proibindo tudo, e trancando o menino dentro de casa como se fosse uma donzelinha vigiada. Tia muito estranha, vez em quando observava os olhos dela sobre os seus, descansados e desavisados.

Quando fez quinze anos, sexo explodindo nas noites solitárias, no calor queimando tudo, em pleno inverno, acordando numa febre, febre incontida, desesperada...

E o prazer culpado, pecado, segundo a tia e o padre...

Um dia, esquecera a porta aberta e, surpreendentemente quando olhou para o lado viu uma sombra correndo pela casa afora, estranha sombra, que adivinhava ser da tia, mas não podia garantir.

Aos dezessete conhecera Marta, morena maravilhosa, corpo perfeito, coxas duras e dentes alvos, radiantes.

O tio ficou muito contente, sobrinho trabalhador, morena bonita, casal perfeito.

A tia calada, cada dia mais se trancafiava no quarto, menopausa falou o doutor, o tio aceitou e, com paciência foi agüentando as crises cada vez mais freqüentes da mulher; boa mulher, mas muito temperamental, “problemas de nervo...”

O primeiro filho chegara com o outono, casamento às pressas, Marta grávida, barriga grande, estrias muitas, Marta estava diferente e os dentes começaram a cair, pouco a pouco até não restar mais nenhum.

Menina bonita que a gravidez modificara e trouxera um menino diferente, doentio, fraco dos peitos, menino estranho que quase não chorava e, se chorava era fraquinho, quase um gatinho miando.

Dois anos depois, o segundo menino, forte, robusto, parecido com ele, dono dos mesmos olhos azuis, quem sai aos seus não degenera...

Depois as duas meninas, gêmeas, bonitas e dengosas, Marta reeditada, mas com os olhos azuis, os mesmos olhos do avô e do pai.

A esse tempo já se mudara para a cidade e trabalhando como pedreiro, fizera certo sucesso e tinha sempre emprego, e Marta conseguira um emprego como faxineira na escolinha perto de casa.

Vida simples de gente simples na cidade simples, mas os sonhos estavam deixando-o preocupados; sonhos repetidos e cada vez mais estranhos.

Aquele dia, então, os sonhos pareciam tão reais que era como se tivessem sidos verdadeiros.

O estranho é que, reparara a algum tempo, quando se olhava nos sonhos estava mais envelhecido, enrugado mesmo, como se tivesse passado muitos anos, e havia uma sombra de uma mulher com o rosto esfumaçado e, reparara num detalhe, uma coisa que chamara a atenção foi um anel que a mulher usava na mão direita, algo assim como um anel, um anel sim... De prata, com um desenho estranho, parecido com aquele que vira numa foto, sobre o Egito, com o rosto de uma mulher...

Aquela manhã; ao ver Marta deitada, com as coxas fortes e grossas exposta, resíduo de um passado glorioso, mostrando que onde havia estrias e flacidez, houvera uma cabocla desejável, pensou na vida passada e agradeceu a Deus pelo que a vida lhe dera; uma mulher boa e companheira.

Achara que o sonho era com Marta, mas ao reparar bem viu que Marta era mais alta, mais cheia de corpo que a mulher do sonho.

Ao se preparar para tomar o café, foi interrompido por uma gritaria que vinha da porta.

Um moleque gritava a toda, arfando e chamando-o pelo nome.

Ao abrir a porta, percebera que tinha se arranhado e fundo, não se lembrara, mas o trabalho estava muito árduo e poderia ter se machucado, sem perceber, isso vez em quando acontecia. No começo estranhara, mas agora já estava acostumado.

O menino então disse ao que veio.

Sua tia tinha morrido, amanhecera morta, e parece que seu tio é que tinha matado a velha. Ela estava toda machucada, estropiada, mesmo.

Saiu correndo e fora ver o que tinha acontecido.

Ao chegar à casa do tio se deparou um espetáculo dantesco; a porta arrombada, a casa toda revirada com sangue para todos os lados.

Na sala, o corpo da tia todo cortado, cheio de equimoses, os olhos esbugalhados, saltando da órbita, uma cena terrível.

O tio, preso algemado, gritando desesperado, negando tudo, porém as marcas no seu rosto denunciavam que havia tido luta, uma luta gigantesca.

- Não fui eu!! Não fui eu!!! Gritava o tio.

Falava confuso sobre um assaltante ou coisa que o valha que tinha entrado na casa, agredido a mulher e ele, ao defendê-la teria sido atingido pelo homem que, encapuzado não deixava ver nada, a não ser os olhos,, estranhos olhos azuis...

Um detalhe passara despercebido de todos, inclusive do nosso herói; num canto da sala, jogado no chão um anel, com a esfinge esculpida...

A partir daquela noite, coisa estranha, nunca mais teve aqueles pesadelos...
Publicado em: 13/02/2007 22:33:14
Última alteração:30/10/2008 07:11:17


Os meus olhos te ofereço,
se assim fazes questão.
Mas que tormentos padeço:
os meus olhos são castanhos,
e têm encantos tamanhos...
Não são azuis. Ah! Não são.

Mas são olhos tão bonitos
Como la luna a brillar;
Vendo os meus olhos aflitos,
Vêm depressa socorrer.
Me impedindo de correr
O mundo inteiro a gritar

Procurando meu caminho
Na total escuridão
Eles sabem que meu ninho
Muitas vezes eu perdi,
Encontrando só aqui
O rumo do coração!

HLuna
Marcos Loures
Publicado em: 11/02/2007 22:34:40
Última alteração:06/11/2008 12:08:17



Olhos Claros

Olhos claros, olhos claros, meu amor.
São tão raros, rasos olhos, sol e flor.
Quero os olhos, olhos feros, fero amor.
Que me queima, queima os olhos, sol e dor...

Não sei se falarão destes teus olhos
Que em molhos como flores já carrego
Se nego tanto canto quanto quero
Navego os olhos claros, manso mar...

O vento que rebenta nessa praia
As ondas que te levam vão voltar.
Amada se desejo nada tenho
Se tenho teu desejo não te quero,

Medindo meu amor em tempestade
Te empresto meu silêncio e vou cantar
Cabendo tanto tempo em pensamento,
Momentos que esperei por manso mar.
Não veio nem teu seio, só receio,
Mas anseio tanto quanto quero o mar.
Amar o que não sei e não seria
Se ria deste mar que não carrego
Naufrago tanto amor que não sossego
Sou cego neste mundo sem teu mar...
Publicado em: 27/12/2006 16:23:53
Última alteração:30/10/2008 18:34:01


Olhos da Saudade
Nos olhos sem sentido da saudade
Amor em solidão deitou quebranto,
Negando a maciez de um novo canto,
Aprisionado, pede liberdade...

Vencido pela dor e sofrimento;
Amor sem ter promessas se desfez.
Agora que a saudade toma a vez,
Nas dores desse amor, todo o lamento...

Quem sabe se saneie por inteiro,
E possa ressurgir purificado.
Sem ter sequer vergonha , ter amado,
De novo seja eterno companheiro.

Quiçá um novo dia, então, se faça
Erigido dos túmulos da dor,
E dançaremos livres, sem pudor,
Nosso peito desnudo, em plena praça!
Publicado em: 29/11/2006 22:02:42
Última alteração:30/10/2008 18:27:04


Olhos de minha amada.

Teus olhos mais formosos, de alegria,
Inundam os meus olhos sonhadores.
Se valem de perfumes, roubam flores
E marcam minha vida em poesia
Olhos que trazendo sempre o dia
Avalizam os sonhos, meus, amores;
Recebo satisfeito tais pendores
E marcho rumo à glória em fantasia...


Percebo que não queres mais um sonho,
Apenas um futuro mais risonho...
Amores quais olhares sempre vejo
Nos mares entranhados de desejo
Espero a mansidão, ternura plena.
E sempre que te vejo e não me vês
Escuso, por ser bela, uma altivez,
Pois sei que valerá, decerto, a pena!
Publicado em: 10/12/2006 17:26:49
Última alteração:31/10/2008 01:38:08


Olhos de quem ama // Manifesto do ser...

faróis // revelam a essência

roubando a claridade // do ventre da alma

da lua... // eu, nua!

Marcos Loures // Mara Pupin
Publicado em: 04/04/2007 19:26:39
Última alteração:28/10/2008 06:05:49


Olhos encantadores...
Olhando bem pros teus olhos.
Comecei a perceber
O quanto que dói a vida,
Essa vida por viver.
Tens a magia que encanta
E traduzes muita dor
Nos olhos teus tanto brilho,
Refletem o meu amor.
Tenho medo, e isso é tudo,
Não consigo mais fugir,
Do visgo que me prendeste
Nada mais vai impedir...
Olhando para teus olhos,
Reconheci o luar
O sol que emitem, transfere,
Brilho que morre no mar.
Quero a verdade da vida
Contida no teu olhar,
Esperando a despedida,
Com ganas de te encontrar.
Me enfeitiças e me tragas,
Traz prazer e solidão.
Eu quero sempre o teu sim,
Embora escute só não.
Na fúria dos m eus desejos
Nunca encontro o teu reflexo.
A cada dia, em teus beijos,
Despertando todo sexo.
Mas, vadias, olhos tontos
Me deixas ir sem sentido
Melhor morrer, pois então
Melhor não ter conhecido,
Nunca ter visto afinal
Os olhos que arreparei,
Pois se eu já soubesse disso,
Não amava a quem amei...
Publicado em: 01/12/2006 15:54:52
Última alteração:30/10/2008 18:24:46



Olhos incendiados iluminam
Sentidos que renascem nos quilombos.
Deveras tanto sangue em vão se minam
Nos cortes penetrantes, pobres lombos...

Os gritos esvaídos me alucinam,
Escadarias mostram velhos tombos,
Os cheiros podridão me contaminam.
No peito me enfartando, tantos trombos...

Quem dera a liberdade fosse palco
Atrizes principais as esperanças...
Nos sonhos, santas luzes que desfalco.

Na boca um forte grito já me invade...
O podre nunca trai minhas lembranças.
Tardia mas que venha a LIBERDADE!
Publicado em: 19/08/2008 12:04:47
Última alteração:05/10/2008 23:00:39



olhando para o céu vi uma estrela
De brilho indisfarçável, farta luz
Quem dera se eu pudesse aqui contê-la,
Estrela vaga-lume me conduz...
Publicado em: 04/03/2008 21:43:30
Última alteração:22/10/2008 15:03:11



Sonia saiba quanto eu quero
O querer que nos faz bem,
No meu canto este tempero
Tão gostoso que já tem
O sorriso encantador
Desta moça que alucina,
Emolduro o meu amor,
Fortaleza nordestina.
Que da terra de Alencar
Faz a gente ser feliz,
Meu amor irei buscar,
Coração em chafariz.
Sou um simples trovador
Que não cansa de cantar
No repente, a bela flor
Que nasceu sob o luar
De uma luz maravilhosa,
Onde Deus fez seu altar,
Natureza caprichosa
Não se cansa de encantar.
Nesta praia do futuro,
Belo mar mostra a sereia
Clareando um mundo escuro,
Com belezas me incendeia.
Minha terra não tem mares,
Só montanhas, nada mais.
Emprestando os teus luares,
Minhas Minas, mais Gerais
Seriam mais sorridentes,
E, garanto mais brilhantes.
Meu amor, tão reluzentes,
Os teus olhos, diamantes.
Fonte de prazer intensa,
Vou beber até fartar,
Deus me deu a recompensa
De poder, a ti, amar...

Olhar Apaixonado

Perceba nosso céu tão constelado,
Perceba nosso amor, mansa cascata.
Perceba a nua lua, mar de prata.
Perceba todo o mundo iluminado!
Perceba como Deus apaixonado,
Nos trouxe a maravilha desta mata.
Perceba que a pupila se dilata
Na troca deste olhar apaixonado...
Perceba refletir fosforescente
Nas águas teu olhar tão reluzente,
Estão plenas de lumes, de ardentias.
A lua se repete, tantas fases,
Perceba como amor repete frases,
A vida se reparte em alegrias!
Publicado em: 01/01/2007 06:14:01
Última alteração:30/10/2008 20:14:37

Vencido pelas noites solitárias
Sem ter, de quem desejo, nem carinho.
Nasci e vou morrer, assim, sozinho;
Mas busco, qual falena, as luminárias
Do amor e da paixão, os meus faróis...
Pretendo ter no sol, os girassóis...

Cada canção me lembra tua voz,
Sedento pela boca que não tenho,
Do mundo em solidão por onde venho
Percebo em cada sonho mal atroz
E nada mais pretendo sem te ter.
Do amor que me alimenta, irei morrer!


Mas ouço da esperança um gemido,
Embora agonizante, traz a cura,
A mansa claridade da ternura,
Parece que escutou e vem do olvido.
Falena em desespero peço a luz,
Que o teu olhar divino reproduz!
Publicado em: 07/12/2006 20:20:41
Última alteração:31/10/2008 01:38:54



Oitavas Sertanejas - Galope a Beira Mar
Quando eu conheci Serena,
Num galope a beira mar,
Aquela bela morena,
Tinha tudo pra encantar,
Coração bate, dá pena,
Dá vontade de chorar,
Nunca mais poder cantar
Num galope a beira mar...

Serena foi minha vida,
A razão do meu viver,
Tanta dor já tão sentida,
Sem vontade de sofrer,
Eta vida mais sofrida,
Não cansa mais de doer,
Viola canta, luar...
Num galope a beira mar...

Minha voz anda cansada,
Cansada de tanto pedir,
Minha moda vai cantada,
Cantada móde sentir,
A viola enluarada,
Que canta quase a carpir,
Tanta coisa, sem parar,
Num galope a beira mar...

Levei Serena pra casa,
Como manda o coração,
Tanto casa, quanto embrasa,
O luar do meu sertão,
Meu amor quando se atrasa,
É problema e solução.
Como era belo sonhar
Num galope a beira mar...

Com Serena tive filho,
Dois ou três se não me engano,
Do amor seguindo o trilho,
Passa dia, mês e ano,
Mas o tempo tem gatilho,
Detonando tanto plano.
Nunca mais vou esperar
Num galope a beira mar...

O amor, de maravilha,
Transformado na tristeza,
Na promessa dessa ilha,
No meio dessa beleza,
Toda dor vem de matilha,
Acabando a realeza.
Tanta coisa pra contar
Num galope a beira mar...

Serena foi assassina,
Do que belo, tinha em mim,
Maltratando minha sina,
Fazendo tão trist’assim
Tanta dor que desatina,
Do amor, foi meu Caim.
Me matando, devagar,
Num galope a beira mar...

São tristezas, duras penas,
Têm o gosto da mortalha,
Só pedia a Deus, apenas,
Outro tipo de cangalha,
Noites mansas, mais amenas,
Na minha casa de palha.
Poder sonhar com meu lar,
Num galope a beira mar...

Já cantei minha verdade,
Fiz meus versos sem vergonha,
Procurei felicidade,
Que é coisa que se sonha,
Pelo campo ou na cidade,
Não é coisa medonha.
É meu direito tentar,
Num galope a beira mar...

O veneno em minha veia,
Corre solto, vai matando,
Essa aranha fez a teia,
Minha vida foi sugando,
Minha carne foi a ceia,
Ela foi me envenenando.
Até conseguir sangrar,
Num galope a beira mar...

Quando vi nos seus olhinhos,
Verdes olhos cor de mata;
Percebi que seus carinhos,
Me diziam, ser ingrata,
Aquela por quem meus ninhos
Sonhavam amor em cascata,
Nunca mais eu vou cantar,
Num galope a beira mar...
Publicado em: 16/08/2006 17:33:14
Última alteração:31/10/2008 01:51:26


Oitavas sertanejas Minha alma já vai perdida


Quando quis viver contigo,
Bem sei que não me querias,
Meu amor, de tão antigo,
Traz em suas cercanias,
A certeza do perigo,
Desse medo que vivias.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Quis viver com muito luxo,
Quis meu tempo de reinar,
Carregando meu cartucho,
Bala de todo lugar,
Sou deveras, meio bruxo,
Nessa arte de magiar.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Da morte sei a sentença
E também sei o perfume,
Não há quem me convença,
Nem que meu revólver fume,
Não vai morrer de doença,
Carne irá virando estrume...
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Sei de tanta malvadeza ,
E também sei da saudade,
Tanta vida essa incerteza
Sua melhor qualidade,
Vivendo minha tristeza,
Amores; sei de verdade.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Bebi medo de serpente,
Comi carne de ururbu,
Minha sina, sei caliente,
Na pena preta d’anu.
Todo ser sobrevivente,
Fugindo qual inhambu.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Matei muitos, de emboscada,
Não sei mais quantos matei,
Dessa vida levo nada,
Nada da vida levei,
A não ser essa esporada,
Desse reinado sem rei.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Pois perdão; peço de fato,
Sei o quanto errei também,
Fiz de sangue, um regato,
Nunca respeitei ninguém,
Tanta morte por contrato,
Por real ou por vintém,
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Eu sei, confesso o pecado,
Pequei, já não tenho cisma,
Bem sei quanto estou errado,
Não precisa cataclisma,
Nem me chamar de safado.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

No segredo dessa vida,
Nem precisa repetir,
Minha alma já vai perdida,
Foi tudo o que eu consegui,
Sei que a vida vai sofrida,
Perdão, não custa pedir...
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...
Publicado em: 16/08/2006 18:19:30
Última alteração:31/10/2008 01:51:30



Olha Por Mim
Olha Por Mim

Meus olhos,
que aqui
se fecham,
e,
por um minuto,
apenas,
confiam
nos teus ...
(ivi)

Olhe pra mim
E por mim
Que não tenho senso
Nem siso
Nem rota.
Metamorfosicamente falando
Sou vários em um,
Não economizo sentimentos
Bebo demais,
Fumo demais,
Amo demais.
Mas vou de menos.
Vivo de menos,
Somando
Noves fora, nada.
Nada. Isso
Meramente o nada.
Não confie nos olhos de um cego
Muito menos de um sonhador.
São parecidos.

Vivem o nada
Ou traduzem-se em nada.

Amor traduz ir
Sem saber se volto ou se capoto.
Apenas mimetizo
A cela em que me prendo
Ou atendo o telefone
Ou faço um novo verso.
Ou isso ou a quilo,
Quem sabe alitero
E vou a litro,
À lira
Ao lírio
Ao delito
Ou delírio.
Tantas fiz
Que tanto faz.
Mas audaz
Quero mais
Que bocas e olhos...

Publicado em: 12/03/2008 21:55:14
Última alteração:22/10/2008 14:33:11


A noite vem chegando de mansinho,
Trazendo os seus dragões
Em pesadelos.
Ó Deus proteja o meu amor
Dos desvios da sorte
Que deixam mágoas como herança;
Proteja contra a ingratidão
Dos homens nem sempre de bem.
Olha por ela,
Vele por nós,
Cordeiros
Entre feras disfarçadas.

Que o Anjo da Guarda não se descuide
Dessa menina...

Entorne a mão pesada da vingança sobre mim
Que estou velho e o meu couro mais espesso.
Virou couraça. Ou mesmo carapaça;
E se eu partir, já passei da hora...

Do amor bebi a me fartar,
Mas a minha menina não.
Ela tem sonhos e eu pesadelos.
Ela tem esperanças me sobrou o precipício.
Ela tem o amanhã. Não sei o que serei hoje.
Ela tem a vida. O resto? Pouco importa...
Publicado em: 12/03/2008 22:26:13
Última alteração:22/10/2008 14:33:30



Te vendo tão bonita e graciosa
Sentada nesse bar defronte a mim.
Começo imaginar tantas palavras
Que possam declamar amor, enfim...
Tomando esse conhaque me encorajo
E passo a te falar coisas de amor...
Faço até poesia...

Decerto não percebes a presença
Sem graça, de um poeta improvisado
Que tenta imaginar versos bonitos.
No quinto ou sexto gole, embriagado,
Irei cantar assim sem ter mais medo,
E subo nessa mesa, moça bela.
Faço até cantoria...

Sinto minha cabeça fervilhando
Em versos que jamais imaginei
Falando de promessas que não fiz
No sonho deste amor, escancarei.
E peço mais conhaque, dá coragem.
Aprendo a declamar versos de amor.
E faço poesia...

Os versos que te fiz
Na mesa deste bar
São versos de aprendiz
Em poesia, amar.
Na noite que promete
Imersa em fantasia
Tanta beleza remete
Aos sonhos de alegria.
Eu perco até meu medo
Da vida que trazia,
E tento um arremedo
Matando a poesia.
A culpa é dessa lua
De todo esse conhaque,
Essa alma que flutua
Do poeta de araque,
Te pede um só momento
Rainha da beleza,
Acabe esse tormento
Olhe pr’a minha mesa...
Publicado em: 21/01/2007 12:53:15
Última alteração:30/10/2008 18:31:51



Olhando este retrato que é decerto,

Viver se faz urgente, se percebe,

é só beber que ela se esvai.

Mas vê-se que um poeta quando bebe

é no Recanto que foto sai!

Chaplin

Olhando este retrato que é decerto,
Fiel fotografia de minha alma,
Bem melhor observá-lo mais de perto,
Verás por que carrego tanto trauma.

Sou feio e bexiguento, mas mereço
Talvez além de pena algum afago.
Um bêbado sabendo do tropeço
Sozinho em noite escura, sempre vago.

Não posso nem pretendo ser galã,
Apenas um velhaco, um trovador,
Fazendo da esperança o meu afã,
A minha tarde é sempre furta-cor.

Após aborto feito na tormenta
Deixou crescer, com pena, uma placenta...
Publicado em: 26/01/2009 20:45:53
Última alteração:06/03/2009 07:03:29



Obama
Oba ama
Obra ama
O brama
Ama
Arma
Brama
O que será?
Ébrio
Abre-o
Hábil
Ou não?
Mito
Misto
Soluço
Solução...
Ouço
Calo
Calabouço?
Publicado em: 22/01/2010 16:37:00


“Beijei a ponta da faca”
Me disse certa menina,
No peito, cravada a estaca,
Da saudade; uma assassina!
Publicado em: 19/12/2008 14:37:34
Última alteração:06/03/2009 13:49:49



Obra Prima da Beleza
Quem sabe desta estátua da beleza
Que um artista esculpira, toda em ouro,
Conhece deste mundo tal tesouro
Que traz em seu formato, a realeza.

Humanos os desejos, mas divinos
Os olhos deste artista soberano
Que não concebe nunca mais engano
E marca em suas obras os destinos...

Não guardo nem um traço na memória
De outra obra tão feliz e generosa,
A mão que te criou, mais orgulhosa,
Estampa suas luzes de vitória

Nos céus que te desejam todo dia.
Nos raios destes sóis multiplicados
Por olhos que, morenos, gloriados
E feitos qual farol para a alegria.

De todos os jardins, completa flor,
Olores que presumem maravilha,
Beleza que encantando flórea trilha,
Desterrando a minha alma em pleno amor!
Publicado em: 30/11/2006 16:25:49
Última alteração:30/10/2008 18:26:24


Obra Prima da Natureza
Fazendo a Natureza, a obra prima,
De todas as belezas, fez a sua.
Toda a divina chama continua
Mostrando amor de Deus, perfeita estima.

Estrelas nos olhares, radiantes.
Nas formas belas ninfas desejosas.
O carmesim dos lábios, roubam rosas
Desejos que seduzem, deslumbrantes.

Em toda a mansidão a tempestade
Não cabe nos desejos femininos.
Amores divinais, perfeitos hinos,
Em flores e suores, claridade.

Estampas a magia nos seus seios
Alimentam, por certo, esses infantes,
Alimento dos sonhos delirantes
Que amantes, torturando, traçam meios.

Vestida se desnuda então reveste
Meus passos na nudez que se prepara
Amando sem temer a jóia rara,
Dos sonhos de nudez, minha alma veste.
Publicado em: 02/12/2006 12:44:24
Última alteração:31/10/2008 01:55:50



OBRIGADO AMIGO CHAPLIN
Revendo anotações nos alfarrábios,
decifrando hierógrifos,abraçando a esfinge,
rebuscando pentagramas rabiscados pelos sábios,
não chego à tua poesia, o louro que te cinge.

Teu cantar em Minas é como em Roma os Flavios
e até o mais alto patamar atinge;
ouço sinfonias de mil sons arábios
e tonteiam-me vinhos que minhalma tinge.

De qual granito é lapidado teu mosaico,
provém de qual galáxia o asteróide?
Arderá ainda o meu soneto arcaico

por quanto tempo? Serei tão obscuro
e não notar que sou um mongolóide?
Ou serei uma velha nau sem palinuro?

CHAPLIN

Muito obrigado meu querido amigo, estou extasiado.
Publicado em: 17/06/2008 21:03:02



Obrigado Senhor

Obrigado, Senhor, pelo sorriso,
Que tantas vezes cura e que alivia.
Obrigado Senhor, não ser preciso
Temer cada nascer dum novo dia.
Sabendo que, Contigo, há alegria...

Obrigado Senhor, pela tristeza,
Realçando momentos de prazer.
Assim como a feiúra e a beleza,
Assim como o trabalho e o lazer...
Contrastes nos ajudam a viver...

Obrigado, Meu Pai, pelo tormento,
Promessa de bonança e santa paz.
Toda fome precisa do alimento.
Saudade, na verdade já me traz.
Somente quando volta, satisfaz.

Obrigado Senhor pelo perdão,
Que torna nossa vida bem mais leve.
Arrependido, livro o coração.
Amar é ser feliz. A vida é breve...

Por isso, companheiro não desista,
Amando serás sempre verdadeiro.
Por mais que tanta dor inda resista
O puro amor, liberta por inteiro!
Publicado em: 09/01/2007 00:45:01
Última alteração:26/10/2008 23:25:28


OBRIGADO, MINHA AMIGA

Minha amiga, uma certeza,
Que carrego no meu peito.
Uma beleza infinita.
Que em minha alma sempre grita,
Sem lutar com correnteza
Me deixando satisfeito.

A certeza mais querida
Que não canso de cantar
Cada vez que estou contigo;
Sempre ser um bom amigo,
Coisa rara nessa vida.
E de poder te gostar...

Muito bom saber que existe,
Uma menina tão plena
De vontade de viver.
Sabendo me dá prazer,
Não me deixando mais triste...
Um porvir risonho acena.
Publicado em: 12/08/2007 21:17:07
Última alteração:30/10/2008 15:09:23



OBRIGADO,AMIGO
Amigo eu não te peço canto.
Nem ao menos estar contigo
Apenas saiba dessa dor
Que vez ou outra faz meu frio.

Na minha barca uma esperança
De ter a vida em paz, carinhos.
Mas nada mais me restará
Senão a viuvez dos lírios.

O sol não me trará mais luz.
Dessa certeza eu não nego.
O mar que me invadiu sem praia
Fazendo do meu sonho, servo.

Mas tenho as minhas mãos cansadas
Nessas tantas preces já feitas
Esperando em vão pelo dia
De ter enfim as luas cheias...

Procuro pela minha amada
Esperança não deixa rastros,
Nestes meus sonhos resolutos.
Todos pesadelos fantásticos

Amigo eu quero uma acolhida
Senão em pouco tempo morro,
A corda no pescoço; sinto.
Não quero mais amor tão morno.

Eu quero a minha sede tanta
Nas bocas que se deram tontas
Nos sonhos que não deixam marcas
Tristezas se confundem tantas.

Muito obrigado meu amigo
Por ter escutado as palavras
Pois nelas precisei coragem
Para desabafar tais mágoas
Publicado em: 05/12/2008 09:22:28
Última alteração:06/03/2009 16:01:46



OBRIGADO. MINHA AMIGA...

A ave constrói o ninho; a aranha, a teia; o homem, a amizade.
(William Blake)

Ah! Amiga... Tu mal sabes quanto dói
A solidão. Não dessas que pensamos
Como uma simples fuga que corrói
Ou quando nós perdemos o que amamos...
Não... Falo em solidão que não conheces.
Solidão absoluta, total, plena.
Daquela que nos nega uma esperança...
Daquela em que mais nada nos acena.
A morte é sua máxima aliança...
Solidão que não mostra mais saída,
Simplesmente arrasando, nada deixa;
Que vai tomando toda nossa vida,
Não deixa nem espaço para a queixa.
Dos filhos que se foram sem ter vindo,
Amores que esqueceram nosso amor.
Vazio que da noite vem surgindo,
Nessa quimera amarga, tanta dor...
Solidão que agoniza num lamento,
Não permite sonhar com solução.
Matando com todo o sentimento,
Destruindo de vez o coração...

- Solidão... Solidão... Porque vieste?
Em que parte da estrada te encontrei?
Tomando meu caminho, me envolveste,
A tal ponto que nem eu mesmo sei.
Te confundes comigo, siameses...
Nada mais me permites, nem sonhar...
Passamos nossas vidas; anos, meses,
Todo o tempo no mesmo caminhar...
Levaste, bem sei, tudo o que já tive...
Não deixando sequer uma agonia,
A morte que procuro sobrevive
Aquecendo-me em cada noite fria...

Mas; minha amiga, vejo-te por perto,
Muitas vezes calada, nada falas...
Companheira em que tenho o colo certo.
Minha casa, meu mundo, minhas salas...
É, na vida, este ouvido que me escuta,
Nos momentos mais duros, minha paz...
Quando essa ausência torna-se tão bruta,
Vontade de morrer, mais fundo apraz...
Quando uma tempestade me alucina,
E quando nenhum porto encontro mais.
A dor tão violenta desatina,
Depois de tanto mar, nem mais um cais...
E sei que dentro da alma cai a neve
Numa louca borrasca, furacão,
A partida parece ser em breve,
Devorando minha alma, a solidão...
Quando não me sobra nada, nada, nada...
No vazio absoluto, nem abrigo...
Minha vida se esvai, desamparada...
Eu sinto o teu abraço tão amigo...
Que me pega e me leva tão sereno,
Adormeço em teu colo, sem perigo.
Esvaindo-se, aos poucos, tal veneno...
E me levas tão calma, assim, contigo...
Eu percebo, que não estou tão só,
E consigo, quem sabe, até sonhar,
Renascer desta morte, quase um pó,
E de novo, quem sabe, caminhar...
Publicado em: 30/12/2006 04:48:19
Última alteração:30/10/2008 18:33:35


Querida, há muito venho observando você.

Perdoe-me, isso não é direito; mas a cada dia mais penso em você.

E cada vez mais durante o dia, em todas as horas e, daqui a pouco não poderei fazer mais nada, a não ser pensar em você.

Desculpe-me, mas o que pensei ser amizade, foi se transformando em amor.

E não bastou, o amor foi aumentando, aumentando.

E se transforma a olhos vistos, em paixão.

O meu medo é que, daqui a pouco, essa paixão se transformará em obsessão.

Daí até a loucura absoluta é um pequeno passo.

E temo que isso não demore a acontecer.

Vejo-a em cada momento, cada minuto, em tudo que faço.

Durante meu trabalho, a cada ato que executo a vejo.

Em cada mulher que vejo passar adivinho você.

Toda vez que o telefone toca, tolamente, imagino que é você.

Tudo me lembra você.

Você, você, você, sempre você.

Bem sei que você sempre me teve e me terá apenas como um amigo.

E sinto, também, que a sufocarei cada vez mais, obcecado, desesperadamente obcecado por você.

E, pensando nisso, é que me despeço.

Em nome de meu amor, de minha paixão e da nossa amizade.

Não quero mais lhe ver, nem ouvir a sua voz.

Vai ser melhor para nós dois.

Por isso, aceite meus pedidos de desculpas.

Talvez, amanhã, quando o tempo passar e o sentimento se amainar, quem sabe poderemos nos reencontrar.

Aí, amadurecido e mais sensato eu possa ser, de novo seu amigo, ou mesmo amá-la com mais serenidade.

E quem sabe, lhe fazer feliz...
Publicado em: 10/12/2006 23:35:50
Última alteração:27/10/2008 21:20:59


ODE À AMIZADE



Os dias sem te ter vão penitentes,
As horas já não passam; tristes, duras,
Teus braços como raios envolventes
Garantem caminhadas mais seguras,
Teus olhos que me guiam, reluzentes,
Banhando cada passo com ternuras.

Buscando tão somente tais ternuras
Depois de noites tristes, penitentes
Encontro meus caminhos reluzentes
Amaciando estradas frias, duras
As mãos se tornam fortes e seguras
Trazendo estes carinhos envolventes.

Palavras que me dizes, envolventes
Tão plenas de carícias e ternuras
Mostrando soluções bem mais seguras
Redimem almas, velhas penitentes
Embora tantas vezes sejam duras
Permitem alvoradas reluzentes.

Estrelas que me entornas, reluzentes
Quais traços de amizades envolventes
Nas tramas bem mais firmes e mais duras
Tocadas pelos raios de ternuras
Protegem os que foram penitentes,
Passadas com certeza bem seguras.

Amiga com teus braços me seguras
Futuro mostra rotas reluzentes.
As pernas maltratadas penitentes
Atada nos grilhões mais envolventes
Depois de perceber tantas ternuras
Libertam-se das trevas, cruéis, duras.

As marcas mais profundas, sempre duras,
Guiadas por passadas mais seguras
Permitem vislumbrar raras ternuras,
Sentindo os claros brilhos reluzentes
Que chegam com seus raios envolventes,
Trazendo uma alegria aos penitentes.

Outrora penitentes noites duras,
Nos braços envolventes vão seguras
Nos trilhos reluzentes das ternuras...





1

Os dias sem te ter vão penitentes,
As horas já não passam; tristes, duras,
Teus braços como raios envolventes
Garantem caminhadas mais seguras,

Teus olhos que me guiam, reluzentes,
Banhando cada passo com ternuras.
Distante de teus passos são descrentes
Os dias se inundando em amarguras

Carícias se derramam como lavas,
Minha alma ganha espaço e vai sem travas
Ao ter o teu sorriso junto a mim.

Contigo, minha amiga, vou sem medo,
Decifro das tristezas o segredo
Marchando em altivez até o fim.

2

Marchando em altivez até o fim
Da longa e dura estrada desta vida,
Percebo que encontrei no meu jardim
A flor mais desejada e mais querida.

Quem tem uma esperança segue assim,
Pois vê, no labirinto uma saída
Já tendo a solução, concebo enfim
A paz feita amizade repartida.

Meus olhos no infinito de teus olhos
Encontram seus espelhos, brilho farto.
Abrindo das janelas os ferrolhos

Abrolhos vou matando em meu caminho,
Decerto com firmeza agora eu parto,
Sabendo que não vou jamais sozinho.

3


Sabendo que não vou jamais sozinho,
Penetro pelas sendas mais ferozes,
A cada novo passo, de mansinho
Escuto da esperança belas vozes.

Os dias vão passando e com carinho
Os pensamentos seguem mais velozes,
Bebendo da alegria o raro vinho,
Deixando para trás manhãs atrozes.

No sol em raro brilho, a bela aurora
No orvalho matinal diamantino,
A Terra em amizade se decora

E mostra ser possível ser feliz,
Depois de tanto tempo em desatino
Serenidade chega e traz seu bis.


4


Serenidade chega e traz seu bis,
Moldando cada passo desta estrada,
O riso permanece e faz feliz
Quem tantas vezes teve quase nada.

Não deixa nem sequer tal cicatriz
Na carne pelas dores maltratada,
De todos os meus erros que já fiz
Redenção na amizade demonstrada.

Permito-me um caminho mais suave
E sinto a brisa mansa da manhã,
Não tendo solidão que agora trave

Seguindo com firmeza a bela senda
Percebo na amizade o doce afã
No brilho do amanhã que se desvenda.

5

No brilho do amanhã que se desvenda
Certeza de outro dia em harmonia.
O sol tecendo em raios bela renda
Tomando o céu inteiro em fantasia.

Que a mão de uma esperança já se estenda
E toque o coração com alegria,
Tristeza transformada em simples lenda
Negada com vigor pela magia

Que chega da amizade em plena glória,
Forrando os meus caminhos com mil flores,
Deixando a solidão tão merencória

Sem rumo, em desatino, sem saída.
Contigo caminhando aonde fores
Encontro a solução pra minha vida.

6

Encontro a solução pra minha vida
Nos braços de uma amiga sem igual.
Por vezes minha estrela distraída
Vagando sem destino pelo astral

Não vendo mais um rumo, sem saída
Naufrágio em mar profundo, dor fatal,
Quem teve uma esperança assim perdida
Numa amizade vê-se triunfal.

E sabe cultivar, decerto, a flor
Brotada nos jardins de uma esperança,
E o sonho que deseja, agora alcança.

Nesta expressão maior do pleno amor
Meus passos se confundem com os teus
Deixando para trás um triste adeus...


7


Deixando para trás um triste adeus
Eu vou seguindo em busca da alegria
Que encontro em profusão nos olhos teus,
Mostrando o tanto quanto eu bem queria

Na claridade intensa, mato os breus
E sinto ser possível esta harmonia
Mudando estes destinos teus e meus
Trazendo em claridade um novo dia.

Palavra que traduz felicidade,
Um sentimento nobre em luz intensa
Na solidariedade a recompensa

Ao traduzir assim uma amizade
Permito-me dizer que sou capaz
De ter um sonho calmo, manso, em paz...

8

De ter um sonho calmo, manso em paz
Eu sinto-me capaz desde que vi
O lume que esperança sempre traz
Tocado pelo brilho que há em ti.

Carinho que decerto satisfaz,
Encontro com certeza bem aqui,
Vencendo a tempestade mais voraz
Nos braços da amizade, enfim venci.

Agora nada temo minha amiga,
Contendo o teu sorriso dentro em mim,
Lutando sem temores chego ao fim.

E tendo esta alegria que me abriga
Eu venço os temporais e vendavais,
Meu rio desemboca no teu cais...

9


Meu rio desemboca no teu cais
Depois das cachoeiras no caminho,
Eu quero e com certeza tenho mais
Sabendo que não vou seguir sozinho.

Estrelas que me trazes, com as quais
Decoro minha senda, em teu carinho
A solidão se foi para jamais,
E nos teus braços mansos eu me aninho.

Amiga, como é bom dizer teu nome,
A dor aos poucos morre, agora some,
E sinto que se aflora num sorriso

O sol de uma alegria transparente,
Tocando todo o mundo de repente,
Forrando minha estrada em paraíso...

10


Forrando minha estrada em paraíso
Florescem multicores esperanças.
Nos passos da amizade eu me matizo
E solto meus temores nestas danças

A vida não precisa mais de aviso
Portando nos olhares alianças,
Nos lábios mais sinceros os sorrisos,
Pureza que se encontra nas crianças.


Quem tem uma alma pura em transparência
Consegue perdoar e ter clemência
E encontra no perdão felicidade.

Assim ao se livrar do fardo triste
Concebe amor intenso que resiste
Nos seios divinais de uma amizade.

11


Nos seios divinais de uma amizade
Um brilho redentor já vem surgindo,
Ao perceber decerto a claridade
O mundo se tornando bem mais lindo.

Alçando num momento a liberdade,
Meus passos, os teus passos, vou seguindo
Até que chegue enfim, felicidade,
A chama mais gentil irei sentindo.

Um canto que se mostre solidário
A todos os que sonham com a paz,
Além de benfazejo é necessário

E muda o meu destino num momento,
Sabendo que este encanto satisfaz
O coração aberto vai ao vento...

12


O coração aberto vai ao vento
E enfrenta as tempestades mais cruéis,
Tocando pela força em sentimento
Não sinto mais amargos, tristes féis.

Alçando em liberdade o pensamento
Montado nos milhares de corcéis
Tomando todo espaço num momento
Encontro uma alegria em fartos méis

Nos braços benfeitores de uma amiga
Certeza de um futuro sem tristeza.
Não tendo em meu caminho mais intriga,

O riso corre solto no meu peito.
E sinto ser possível tal beleza
Deixando o meu viver mais satisfeito.


13

Deixando o meu viver mais satisfeito
O gozo da amizade mais fecunda,
Sabendo ser feliz ser um direito
A força da alegria que me inunda

Invade num segundo, toma o peito
Matando a solidão, cruel, imunda,
Nos olhos da esperança adentro o leito
Deixando uma tristeza moribunda.

Mudando minha sorte totalmente,
O riso vem surgindo novamente
Às custas da amizade mais perfeita.

E mostra uma alegria sem igual
Da vida, o mais sublime capital
Tornando a fantasia assim, refeita.

14

Tornando a fantasia assim refeita,
A força da amizade que me guia
Deixando uma tristeza só de espreita
Moldando a vida em glória e fantasia.

Na lua prateada que se deita
Por sobre um mar de rara calmaria
Presença divinal bela e perfeita
Trazendo em maravilha um novo dia.

Porém se não te tenho aqui comigo,
O mundo se transforma e não consigo
Conter os meus olhares renitentes.

Eu quero sempre estar contigo, amiga,
Pois és de minha vida, a forte viga
Os dias sem te ter vão penitentes...


CONJUGANDO A SEXTINA E A COROA DE SONETOS.
Publicado em: 15/01/2008 16:30:36
Última alteração:22/10/2008 19:41:51


I


Nas horas da manhã, a brisa calma e fresca,
Buscando neste afã, um sonho mavioso.
Não posso me esquecer da cena pitoresca,
Nos teus olhos posso ver futuro tenebroso...

Por certo já te amei, na vida vão momento,
Julgava fosse rei, sobrou saudade imensa...
O vento que me deste, agora é um tormento.
Meu peito se reveste, espera a recompensa...

A lua que morreu, nasceu lá no estrangeiro
O vento se esqueceu buscando este luar
As ondas que conheço, espero por inteiro,
Amor que não mereço, aguarda um novo mar...

Quem dera ser feliz, meu sonho de criança
Felicidade quis, distante está de mim...
Não tenho outra saída, aguardo esta esperança,
O bem maior da vida, a luz antes do fim...

Manhã que me tortura a lua me deixou,
A vida que era pura, espera um novo trilho...
No lume deste dia, meu coração vagou,
Em plena poesia, amor, meu estribilho...

Em vão, persigo agora, a mansidão da vida...
Quem foi feliz outrora, aguarda novo tempo;
Um peito tão errante vivendo a despedida,
Da noite fui amante, agora contratempo!

Mulher, bela visão! Teu brilho se faz cálido.
Em plena solidão, vislumbro meu futuro...
Entretanto, o meu rosto em um segundo, pálido!
Saudade tomou posto, o templo faz-se escuro!

Essa dor que me assombra esconde meu desejo,
Do que já fui, nem sombra, um mendigo andrajoso...
Aguardo minha morte... Inútil, mas versejo.
Quem já perdeu seu norte, a vida não traz gozo...


II



Dos mares que lutei, nada mais resta...
Nem ondas nem falésias, morro só!
Quem sempre imaginara louca festa
Não deixa nem sequer marcas, é pó!
A dor que enfim carrego não contesta
As lágrimas que escondo, negam dó.
Resumo meus poemas em delírios.
Amar não pode ter tantos martírios!

Tragado por quimera, já não luto...
Vestido deste lodo que legaste,
No peito que cravaste, negro luto..
Quem dera fosse colmo, simples haste,
O vento não seria assim tão bruto...
A força do meu peito, já arrancaste!
À noite, nos meus sonhos, solidão!
Embalde bate um louco coração...

Não consigo, jamais, te perdoar,
Sou triste mariposa sem ter lume.
Por vezes imagino onde encontrar
As forças para ter novo perfume.
Minha esperança morre com luar,
Ninguém pode escutar o meu queixume...
Meus versos se perderam, pedem rumo...
Na voz da solidão, perco meu prumo!

No dia que nasci, sorte maldita!
As conjunções astrais, mau veredicto...
Meu mundo se transforma na desdita
Meu grito vai embalde, mais aflito!
A morte dolorosa já me fita
Meu sonho morre em astros, no infinito!
Amor se desenhando qual navalha,
A dor inevitável, nunca falha!

Meu rumo necessita do astrolábio
Perdido em minha luta contra o mal.
A boca que me beija, um frio lábio
Que morde com delírio canibal.
Na vida sempre tento ser mais sábio,
Mas resto parcamente, morte e sal...
Procuro novos braços nova fonte.
O céu já se nublou, sem horizonte...




III








Quem me dera ser feliz!
O meu sonho te esperava,
Deste vulcão foste lava
Na vida, tu foste atriz...
Meu amor, tanto te quis
Mas nunca tiveste pena,
Saudade de longe acena
Tanta alegria de outrora
Há muito já foi embora
Minha morte faz-se plena!

Procurei por novo dia
O tempo foi se escorrendo,
Minha esperança morrendo,
A noite que veio, fria,
Me restou a poesia,
Companheira predileta,
Minha vida está repleta
De tanta desesperança,
Somente em minha lembrança
Minha vida se completa...

Tempo que já se passou
Das águas puras da fonte,
Dessa estrada, dessa ponte
Que depressa despencou
Nada mais me restou.
Da verdura desta mata
Do véu daquela cascata,
Enegreceram essa água
Todo o meu canto de mágoa
Encanto que me maltrata!

Tinha bem perto meu pai,
A minha mãe companheira...
Uma paz tão verdadeira...
Da lembrança não me sai...
Saudade distante vai
Me restando a solidão!
Me arrasta como tufão,
Minha noite faz escura,
Procuro pela ternura
Não encontro solução!

Vencido pela quimera,
Não conheço mais carícia
Da vida a mansa delícia
Já se foi! Ah! Quem me dera!
Morando nesta tapera
Saudade me traz calafrio,
Não tenho manto pro frio,
Não tenho mais esperança.
Eu já matei a criança,
Agora sigo vazio!

Meus bons tempos, quando infante,
Correndo pelo quintal,
A lua, sensacional,
O meu sonho delirante,
Agora nada adiante
Vou seguindo qual funâmbulo
Pelos bares um noctâmbulo,
Embriagado de vinho
Um caminheiro sozinho,
A morte como preâmbulo!

Meu peito que foi sinfônico
Orquestra novas desgraças,
Dormindo no chão, em praças,
O meu canto sai afônico,
Todo o meu amor mecônico
Sou aborto que viveu
No meu coração ateu;
Me elevo como miasma,
Vivendo pobre fantasma,
Não sabe que já morreu!

Minha vida não tem cura,
A morte é minha aliada,
Trazendo na mão, a fada
Se aproveita da loucura
E mata toda a ternura
Se deita na minha rede,
A morte me mata a sede
Companheira dos enganos.
Desfazendo todos os planos,
Me lança contra a parede!

Ah! Meus versos como dói!
O meu barco naufragado,
O meu mundo desmanchado
O tempo negro corrói
Tanta saudade destrói
Quem procurou ser feliz,
A lua por meretriz,
O sol por triste verdugo,
Na vida virei refugo,
Minha sorte não me quis!

Meu canto, minha agonia...
Vai torpe desconsolado.
Um grito desesperado.
É pura melancolia.
É noite má e bravia.
Um canto sem esperança;
Da morte, firme aliança,
Felicidade? Resquício.
Vivendo no precipício
Minha morte já me alcança!


IV



Felicidade some, embalde procurei...
Fogo que me consome em minha vida é lei!
Por vezes, vou calado, esperando o final!
Meu sonho sideral, morre no triste fado.
Procuro pelo prado, encontro podre astral.
Vida que é canibal, meu sonho amortalhado!

O grito da procela, estupenda visão!
O meu barco sem vela, esqueceu direção...
Minha vida, sem ninho, espedaça-se nua.
Minha alma não flutua, explode, vou sozinho..
Qual pobre passarinho, a luta continua...
Minha casa é na rua, o meu remédio, o vinho!

Sou esboço mal feito o resto que se perdeu.
Meu mundo não tem jeito, o que sobrou fui eu...
O meu canto distante embalde nunca ecoa...
Perdi minha canoa, a luta foi constante
Quem se sonhou amante, em gaiolas não voa
Vida? Quem dera boa! A morte é meu brilhante!

Temida podridão devorando-me vivo
Resto de coração finge-se mais altivo...
Minha noite incendeia, a madrugada some...
Já não há luz que assome, enredo-me na teia...
Lume que não clareia, amor sempre consome...
Noite fria de fome, amor morto na veia!

No cigarro que fumo, esperança dilui
Vida, perdido sumo, em fumo leve flui...
Dor, minha camarada, amo-te mais que tudo!
Tantas vezes vou mudo, aguardando esta fada!
Na mão da minha amada o tapa onde me iludo,
Outras vezes, contudo, a dor não me diz nada!

Quantas vezes te quero e nunca estás aqui!
O teu beijo mais fero, o melhor que sofri!
Te canto no meu verso, em onda tão profusa
Minha lua cafuza espalha no universo...
Dor que tanto converso, abre meu peito e blusa...
A vida tão confusa... O meu mundo disperso!




V



A minha dor companheira
Abraça-me docemente,
Girando na minha mente.
Deita na minha esteira
Amante tão verdadeira
Traz a vida de repente!

No brilho da cortesã,
O gosto da minha morte,
Procuro num doce afã
Outro destino, outra sorte...
Quem sonha com amanhã
Não escuta o brado forte
Da dor que sempre domina,
Meu desejo e minha sina!

Vasculho nesta amplidão
A lua que não quis vir.
Eu venho embalde pedir,
Onde está a solidão?
Pergunta meu coração.
Neste breu em vão luzir!

Nunca mais vai me deixar,
Me observa assim, calada
Minha dor é meu luar,
Está quieta ali, sentada...
Em seus raios morro mar
Muda, não me fala nada...
No canto da boca, um riso,
Promessa de paraíso!
Publicado em: 15/11/2006 23:04:35
Última alteração:31/10/2008 01:47:36


Ode Às Mães de Maio
Penso no maio das mães,
Com seus filhos massacrados
Pior que fossem mil cães
Nos gritos desesperados
De quem tombou na batalha
Os mortos pela navalha

D’incompetência d’estado
Deixando esse povo refém
Do grito desesperado
Respondido por ninguém
Desse povo abandonado
Tratado qual fosse gado.

Penso nas camas vazias
Nos olhos sem amanhã
Nas teresas e marias
Vivendo a vida malsã
Esperando por seus filhos
Perdidos, fora dos trilhos.

As mães dos soldados mortos
Sem perdão e sem por que
Na visão dos homens tortos
Tentando sobreviver...
As mães que sempre sofreram
Que as esperanças perderam.

Sem poder nem apontar
Os olhos para os culpados
Que vivem para ocultar
Os desmandos desgraçados
Que tentam sempre esconder
Teimando no negar ver

Que os erros mais singulares
Cometeram, sem perdão.
Assassinando seus pares
Provocando a reação
De todos quantos conhecem
As dores que elas padecem.

As mães desses inocentes
Quatrocentos que tombaram
Nas ruas, pelas serpentes.
Que no fundo assassinaram
A todos sem exceção
Por terrível omissão.

Penso no pranto sofrido
Dessas mulheres perdidas
No terror tão desmedido
Que carregou tantas vidas
Me diga meu Deus por que
Tanta dor pra se viver...

Nos uniformes vazios
Dos soldados e operários
Nos olhos, trágicos fios.
Que ligam aos mandatários
Dos criminosos cretinos
De todos os assassinos.

Dos Pilatos que, omissos.
Permitiram tal chacina
Com seus olhos tão mortiços.
Trouxeram lá da Argentina
A visão das mães da praça
Nessa dor que não disfarça.

Nossas pobres mães paulistas
Também carregam seu fardo.
Procurando pelas listas
Onde esteja assinalado
O nome de seu rebento
Carregado pelo vento...

Se, nesse dois mil e seis,
Teceram essa mortalha;
Última, seja essa vez.
Que não repita a batalha
que nossas mães brasileiras
não merecem tais bandeiras.
Publicado em: 20/08/2006 06:49:56
Última alteração:16/12/2006 09:10:31


Oitavas Sertanejas - Galope a Beira Mar
Quando eu conheci Serena,
Num galope a beira mar,
Aquela bela morena,
Tinha tudo pra encantar,
Coração bate, dá pena,
Dá vontade de chorar,
Nunca mais poder cantar
Num galope a beira mar...

Serena foi minha vida,
A razão do meu viver,
Tanta dor já tão sentida,
Sem vontade de sofrer,
Eta vida mais sofrida,
Não cansa mais de doer,
Viola canta, luar...
Num galope a beira mar...

Minha voz anda cansada,
Cansada de tanto pedir,
Minha moda vai cantada,
Cantada móde sentir,
A viola enluarada,
Que canta quase a carpir,
Tanta coisa, sem parar,
Num galope a beira mar...

Levei Serena pra casa,
Como manda o coração,
Tanto casa, quanto embrasa,
O luar do meu sertão,
Meu amor quando se atrasa,
É problema e solução.
Como era belo sonhar
Num galope a beira mar...

Com Serena tive filho,
Dois ou três se não me engano,
Do amor seguindo o trilho,
Passa dia, mês e ano,
Mas o tempo tem gatilho,
Detonando tanto plano.
Nunca mais vou esperar
Num galope a beira mar...

O amor, de maravilha,
Transformado na tristeza,
Na promessa dessa ilha,
No meio dessa beleza,
Toda dor vem de matilha,
Acabando a realeza.
Tanta coisa pra contar
Num galope a beira mar...

Serena foi assassina,
Do que belo, tinha em mim,
Maltratando minha sina,
Fazendo tão trist’assim
Tanta dor que desatina,
Do amor, foi meu Caim.
Me matando, devagar,
Num galope a beira mar...

São tristezas, duras penas,
Têm o gosto da mortalha,
Só pedia a Deus, apenas,
Outro tipo de cangalha,
Noites mansas, mais amenas,
Na minha casa de palha.
Poder sonhar com meu lar,
Num galope a beira mar...

Já cantei minha verdade,
Fiz meus versos sem vergonha,
Procurei felicidade,
Que é coisa que se sonha,
Pelo campo ou na cidade,
Não é coisa medonha.
É meu direito tentar,
Num galope a beira mar...

O veneno em minha veia,
Corre solto, vai matando,
Essa aranha fez a teia,
Minha vida foi sugando,
Minha carne foi a ceia,
Ela foi me envenenando.
Até conseguir sangrar,
Num galope a beira mar...

Quando vi nos seus olhinhos,
Verdes olhos cor de mata;
Percebi que seus carinhos,
Me diziam, ser ingrata,
Aquela por quem meus ninhos
Sonhavam amor em cascata,
Nunca mais eu vou cantar,
Num galope a beira mar...
Publicado em: 16/08/2006 17:33:14
Última alteração:31/10/2008 01:51:26




Oitavas sertanejas Minha alma já vai perdida


Quando quis viver contigo,
Bem sei que não me querias,
Meu amor, de tão antigo,
Traz em suas cercanias,
A certeza do perigo,
Desse medo que vivias.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Quis viver com muito luxo,
Quis meu tempo de reinar,
Carregando meu cartucho,
Bala de todo lugar,
Sou deveras, meio bruxo,
Nessa arte de magiar.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Da morte sei a sentença
E também sei o perfume,
Não há quem me convença,
Nem que meu revólver fume,
Não vai morrer de doença,
Carne irá virando estrume...
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Sei de tanta malvadeza ,
E também sei da saudade,
Tanta vida essa incerteza
Sua melhor qualidade,
Vivendo minha tristeza,
Amores; sei de verdade.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Bebi medo de serpente,
Comi carne de ururbu,
Minha sina, sei caliente,
Na pena preta d’anu.
Todo ser sobrevivente,
Fugindo qual inhambu.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Matei muitos, de emboscada,
Não sei mais quantos matei,
Dessa vida levo nada,
Nada da vida levei,
A não ser essa esporada,
Desse reinado sem rei.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Pois perdão; peço de fato,
Sei o quanto errei também,
Fiz de sangue, um regato,
Nunca respeitei ninguém,
Tanta morte por contrato,
Por real ou por vintém,
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

Eu sei, confesso o pecado,
Pequei, já não tenho cisma,
Bem sei quanto estou errado,
Não precisa cataclisma,
Nem me chamar de safado.
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...

No segredo dessa vida,
Nem precisa repetir,
Minha alma já vai perdida,
Foi tudo o que eu consegui,
Sei que a vida vai sofrida,
Perdão, não custa pedir...
No segredo dessa vida
Minha alma já vai perdida...
Publicado em: 16/08/2006 18:19:30
Última alteração:31/10/2008 01:51:30

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