Search This Blog

Friday, December 17, 2010

Peço perdão minha gente
Peço perdão minha gente
Se eu não canso de falar,
Mas pode ficar contente
Já não vou incomodar...
Publicado em: 17/01/2010 16:00:24


Pede o desejo, Dama, que vos veja,
Pede o desejo, Dama, que vos veja,
não entende o que pede; está enganado.
É este amor tão fino e tão delgado,
que quem o tem não sabe o que deseja.

Não há cousa a qual natural seja
que não queira perpétuo seu estado;
não quer logo o desejo o desejado,
porque não falte nunca onde sobeja.

Mas este puro afeito em mim se dana;
que, como a grave pedra tem por arte
o centro desejar da natureza,

assi o pensamento (pola parte que
vai tomar de mim, terreste [e] humana)
foi, Senhora, pedir esta baixeza.

Luis de Camões


Amor sidérea fonte aonde em luzes fartas
Em vagas a plangência; expressa-se em luzernas,
As horas sendo assim somáticas e eternas
Etéreas ilusões, das quais jamais te apartas

Hedônica beleza, as mesas entre as cartas,
As sortes se lançando, excêntricas e ternas
Mesmo se estás ausente, eclética me externas
Intrépida loucura impede que tu partas.

Constelares ardis; exemplas sutilezas
Velada voz avisa as ânsias das riquezas
Que sei em ti encontro enquanto em cantos tento

Há tanto que me encanto e teimo em ser feliz,
Vontade audaz e férrea incita o que se quis
Prismáticos cristais, diamantino alento...
Publicado em: 01/02/2010 18:48:04
Última alteração:14/03/2010 15:08:56



Pedindo Por Colo

Nas noites que rolo pedindo por colo
Me esfolo e não podo meus sonhos vigentes
Se temo ser pente serpentes que temo
São tão simples mentes quanto simplesmente me faço.
Na ventania que tramo meu dia,
Sem ter poesia, se cria e se cliva
Do manso declive que me leva
Sem medo à cama que chego.
Deitado contigo não vejo um por que.
Se treino viver, não temo contigo,
Vou livre em meu vôo, nascido do vento,.
Viver sentimento que tanto quis ter.
Agora, não falo se embargo meu peito
Se tenho um defeito maior que viver
Apenas não traço, amor em pedaços
Se quero os teus laços, amor não vou ter.
Amiga não traga os olhos cansados,
Meu braços são fardos, pesados e duros.
Amor às escuras, espumas e escunas,
As pedras, as dunas, são meras formalidades.
Eu venço meu ranço meu ronco e meu flanco
Que meio de banda pesando às extremas.
Amor se não gemas, a cama não quebra
Amor quando pedra, se faz valentia.
E caio em teu mundo,
Sem ter o que cria
Sem criar o que via
Se havia ou não tinha
Se tinha meu eito
Aceito o estio,
O tempo é pavio
A morte re vela
Na vela que trama
Os barcos que tento
Que invento num mar
Que não vou navegar.
Apenas ilhado,
Sou fado só fado
Safado o destino
Que trouxe o menino
Que o peito matou...
Mas venha querida
Que a noite é vadia
E toda vazia se cria e se fia
Esperando o dia que um dia virá.
Publicado em: 31/12/2006 17:04:05


pego o atalho e vou embora
pego o atalho e vou embora
procurar o meu cantinho,
poesia não demora
trovador canta sozinho.
Publicado em: 17/01/2010 13:46:29
Última alteração:14/03/2010 20:17:34




pego o bonde da esperança
pego o bonde da esperança
na estação, ninguém espera,
coração feito criança
pensa eterna a primavera...

Publicado em: 17/01/2010 11:21:14
Última alteração:14/03/2010 20:28:39

Pego o trem da madrugada
Pego o trem da madrugada
Vou atrás do meu amor,
A minha alma está cansada
De viver sem seu calor...
Publicado em: 16/01/2010 22:19:56
Última alteração:14/03/2010 20:35:49

Pela eternidade.../ De cada beijo

Te amarei / Toda uma vida

em juramento / De amores

confesso. / trarei pra ti.

Mara Pupin / Marcos Loures

Publicado em: 24/03/2007 14:03:13
Última alteração:28/10/2008 05:45:53



Pela vida deixei caminhos claros,
Cansados velhos pés e tristes mãos...
Os medos se repetem não são raros...
Os dias se tornaram meus irmãos!

As dores, companheiras dessa estrada,
Não querem permitir tua visita.
À noite não me resta madrugada,
O coração destrói-se, dura brita...

Jardim morrendo, perco uma tulipa,
Já morta, não deixando a flor de lis.
A dor veloz, sorrindo me antecipa,
Irônica me diz: não és feliz!

Nas pontas das chibatas, desatinas...
O sangue que se escorre nunca estanca...
As praias no deserto minhas sinas,
A noite que sonhei, termina branca!

Perdido, me desfaço nos teus veios...
A lua não permite esse esplendor.
A mãe que me sustenta nega seios,
Estranhas tempestades, desamor!

Das rosas nunca tive seus eflúvios,
As portas que fechaste, são etéricas,
Os medos transformados em dilúvios,
As mortes são sinfônicas, histéricas!

Sonhara sempre ter comigo as graças,
Pensara tantas vidas imortais.
A vida me prepara tais desgraças.
Os sonhos que sofri, não quero mais!

Nas torpes caminhadas tantas eras,
As bocas escarrantes dos amigos...
As pragas meu castelo, velhas heras,
Não me protegerão desses perigos!

Num recôndito deixo o podre templo,
Não queira mais saber nem sei mais onde...
O resto dos meus laços, não contemplo.
Nos passos derrapantes perco o bonde...

Tantas vezes tentei saber segredos,
Muitas vezes perdi-me em teus ciúmes...
Nas portas da ambição velhos degredos,
Nos parques da emoção tensos queixumes...

Pois, como me deixaste em tenebrosos
Pesadelos, jamais vida circula
Entre os restos mortais, vis pavorosos...
A morte sanguinária traz dracula!

O meu desesperado tinto, sangue.
Vinícola fartura apaixonado...
No que me sobrar: podre, mar, mangue,
O passo que pensei descompassado...

As vísceras expostas, minha morte.
As pétalas rasgando o manso sonho...
Queimando-me venais expulsam sorte.
O karma minha herança, é mais medonho!

Nas vastidões perdido, pois sei frias,
Percebendo, ansiado, tal fluidez...
Nos pântanos nos pélagos, morrias.
Agora, percebi, é minha vez!

Quem me dera saber de teus mistérios!
Quem sempre fora amante, vai simbólica!
Dos tons que me dedicas, cemitérios,
Antenas minhas dores, parabólica!

Perdido, em desespero, olhos tão lívidos,
Bem sabes que legaste olhos mais frios.
Matando as sensações de serem vívidos,
Respingas teus venenos mais sombrios!

Muitas vezes perdido, sem ter rumo.
Adormecido em sarjetas velhas praças...
Jamais sobreviver, levantar prumo.
Servindo de isca viva para as caças.

Nas pontes, velhas fontes, nas Igrejas...
Dormindo pelas ruas da cidade...
Cansado das derrotas nas pelejas,
Buscando pela vida, claridade!

Resumo de fatal encenação,
Verdugo de mim mesmo, sem futuro.
Não sei de meus caminhos nem portão!
As cordas que salvam, salto o muro...

Vacinas e bacilos são venéreos
Espadas que me cortam, passageiras.
Os sons que me repetes nunca estéreos
Mordes-me com as presas verdadeiras!

Sorrateira manhã que não atrevo
A ponte que me deste, levadiça...
A vida sempre deixa um cruel trevo.
A morte me namora e me cobiça!!!

No meu quintal brotou urtigas, urzes,
A franja da ilusão raspando irônica.
Nas costas tanto peso, lenhos, cruzes...
Gargalha a gralha rindo-se histriônica!

Nos pontos de partida, sem destino.
As portas da saudade são ferozes.
Quem fora simplesmente esse menino,
As pernas nunca marcham, invelozes!

Só sei deste meu nada em nada creio,
Castelos de princesas desabados.
Não sou metade nunca tive um meio
Apelos que já fiz, desesperados!

Espero pela dor depois da curva,
A morte se prepara para a festa.
A vista que me deixa, fica turva
O lobo me devora na floresta!!!

Mereço ter meu mundo estropiado,
Rasgado pelas garras desta peste.
Os prêmios que perdi, paguei dobrado.
O fogo vem subindo em minha veste.

Cáspite! Merecia melhor sorte!
A dívida que tenho nunca acaba.
Quem sabe sorriria para a morte,
A noite no meu norte se desaba!

Vasculho nos meus bolsos, nada tenho..
Vasculho em minha cama, nem lençol,
Persigo meus defeitos de onde venho,
Não pude nem conheço nascer sol!

Nas catedrais silentes, velhos túmulos...
Homúnculos vestidos de quimera.
Nos altos dos meus sonhos, ledos cúmulos
Nas cartas que não fiz, parca e megera!!!

No parto que enfrentei, resta placenta.
A porca que engordei, morde ferrenha.
Resumos que não fiz, a noite venta,
Na mata sem saída a vida embrenha...

Nada mais tenho, nada mais terei,
Num canto, abandonado, fico mudo.
A vida me deixou u’a fatal lei.
O pássaro não voa, sou miúdo...

A bala engatilhada me responde.
Num revólver, resolvo meu problema.
Quem pensaria nobre, qual visconde,
Não deixa de cumprir esse dilema...

Da rapa do meu monte da lembrança,
Desperta, num momento essa aliança,
Vida, não sei se amor ou por vingança.
Num átimo reluz velha esperança!!!!
Publicado em: 20/05/2007 15:40:34
Última alteração:15/10/2008 13:15:39



Já por satisfazer os meus temores
Abarco tantas dores dentro em mim,
Nas pústulas que deste por herança
Tristeza que me invade, sem ter fim.

A pele que me arrancas com tais garras
As marcas que deixaste no meu peito.
Um coração se esvai, hemorragias,
Nas frias noites rolo pelo leito

E não encontro nada novamente.
O canto em agonia se repete
E a vida se esvaindo pouco a pouco,
Somente a morte estampa na manchete...
Publicado em: 13/02/2009 19:36:24
Última alteração:06/03/2009 06:37:21

Peço-te: não fale deste amor em voz alta.
Coração passarinho
Se espanta
E percebe a gaiola.
Tenta fugir,
Tenta fluir
E desespera.
Sou teu. Simplesmente teu.
Nada mais do que isto,
Nem poderia ser.
Na mansidão do ser
Sem pedir
Sem cobrar
Sem perceber.
Não faça alarde
Nem entedie.
Apenas seja.
Com a certeza absoluta
De quem sabe
E não pergunta.
De quem, naturalmente,
Comanda e domina
Sem ordenar.
Sem obedecer.
Sendo.
Simples assim...
Publicado em: 06/10/2007 09:00:39
Última alteração:30/10/2008 11:45:51

Pelas ruas da cidade se conhece o prefeito.
50

Mote

Pelas ruas da cidade se conhece o prefeito.


Escutem, pois é verdade,
Contra a verdade, que jeito?
Pelas ruas da cidade
Vou conhecendo o prefeito...

Marcos Coutinho Loures

Mas quando chega eleição,
O sujeito não é fraco,
A promessa dele então,
É tampar cada buraco...
Publicado em: 20/11/2008 11:43:14
Última alteração:06/03/2009 18:47:40

Carta aberta a uma mulher especial

Pelo Aniversário de Casamento

Esposa minha, parafraseando Tagore, venho te dizer que, muitas vezes, ao fim do dia, sentindo que muitas coisas estavam por fazer, chorei amargamente o tempo perdido mas, ao acordar na manhã seguinte sempre encontrava meu jardim coberto de novas flores e de outras coisas maravilhosas.

Foi numa destas manhãs que te encontrei e pude sentir o perfume do orvalho em teus cabelos e hoje, quase 50 anos depois, neles encontro reflexos de luar, em discretos fios, cor de prata...

Na longa jornada que, juntos, fizemos, em nenhum momento teus passos se desviaram do rumo certo do amor e como o “rio que segue tranqüilo porque sabe para onde vai”, serenamente caminhaste, apesar das pedras do caminho.

“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, soubeste manter a calma, impedindo o naufrágio do barco, na difícil travessia do Oceano da Vida...

Hoje, quando o frescor da manhã vai dando lugar ao sol-pôr, posso dizer que há mais beleza no fio cor de prata que no perfume do orvalho e, ao me lembrar que foi num dia como o de hoje, que nossos destinos se cruzaram, resta-me agradecer a Deus, pela dádiva de tua companhia! Esteja eu onde estiver, em que época for, eu direi do fundo do coração:

-Parabéns, ó Pai! Por esta mulher maravilhosa valeu á pena teres criado a espécie humana!

Pelo 15 de julho


Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 17/02/2007 19:46:57
Última alteração:27/10/2008 19:46:38


Pelo pecado de amar / Doce tortura

Perdi a mim / Dentro de ti

Encontrei a ti / Espelho meu

Amei. / Reflexos nossos.

Mara Pupin / Marcos Loures

Publicado em: 22/03/2007 18:04:43
Última alteração:28/10/2008 05:44:44

Pelo seu tom/Tão suave

Senti você/ Perto de mim

por palavras/delicadas

soltas./esperanças

Mara Pupin /Marcos Loures

Publicado em: 27/03/2007 18:32:24
Última alteração:28/10/2008 05:48:52




Vou buscando nos teus seios,
A delícia sem recato,
Devorando meus anseios,
Nos teus seios me retrato,

Vamos nessa que a vontade
De matar a sede, a fome,
De engordar felicidade,
Pois senão a dor nos come.

Sou teu par, o teu parceiro,
Companheiro de viagem,
Meu amor é verdadeiro,
Nunca foi uma miragem.

Vasculhando os meus caminhos,
Encontrei teu coração,
E bebi destes teus vinhos,
Teu perfume: sedução.

Hoje embriagado estou
E num vício tão divino,
Coração já te buscou
Deixe eu ser o teu menino!

---------------------------------------------



Pensando toda noite poder ter
Carinho de quem amo; necessito
Falar de tanta glória e do prazer,
Que encontro junto a ti, amor bonito.
Quem dera se eu pudesse merecer
E ter tanta alegria como rito.
pensando neste amor que não tem fim,
cultivo belas flores no jardim...



Das nuvens
Que se aproximam
Trazendo
Temporais,
O verde
Da esperança
Trará proteção?
Raios
Buscam
Arvoredos...

Publicado em: 23/05/2008 13:21:53
Última alteração:21/10/2008 06:40:25



PENSANDO EM NÓS
Me perdoe meu sinhô
Se hoje falo de um amô
Que partiu e me dexô
Coração sangrando em dô
Passarim num qué gaiola
A minha alma triste chora
Vai lembrando a toda hora
De quem foi e num vortô.

Vou pitano o cachimbão
E ao abri meu coração
Rupiado de emoção
De sôdade dessa moça
Que morô nesta palhoça
Curtivô cumigo a roça
E dexô só solidão.

O meu peito sertanejo
Vai sofreno cum desejo
De sinti di novo o bejo
Da morena que partiu
Só dexano essa tristeza
Coração vai sem certeza
Percurando cada passo
De quem foi pra nunca mais.
Quem me déra ser capais
De sabê adonde está
Quem lêvo felicidade
E dexano essa sôdade
Me matano devagá...
Publicado em: 16/07/2008 13:35:23
Última alteração:19/10/2008 21:50:20



Momentos felizes
Deslizes e dores
Perdões e pendores
Atores nós somos.
Curtindo o deserto
Coração aberto
Lacaio dos sonhos.
Agora incerteza
Tomando o cenário,
Dos velhos néons
As trevas herdamos
Se agora sangramos
Do quanto singramos
Aportamos no nada.
A nau num naufrágio
Amor sendo frágil
Perdeu-se em deságio
Inábil surfista...
Amor quis à vista
O prazo acabou...
Publicado em: 30/07/2008 10:40:19
Última alteração:19/10/2008 21:49:19



Minha cabeça girando
Tal qual fosse um carrossel
Girassol vai procurando
Pelo sol em claro céu,
Cata-vento te buscando,
Sonho esparso vou ao léu,
Procurando o teu perfume,
Vago em busca do lume.
Publicado em: 14/08/2008 13:13:04
Última alteração:19/10/2008 20:10:46



PENSANDO EM NÓS
Emoções a cabo
Não cabem mais em mim.
Quando acabo
Retorno aonde eu vim
E nunca chego ao fim.
Finado coração.
Morreu de inanição
Vergonha ou vergalhão
Vergasta ou valentia...
Fazer o quê?
Deixar rolar...
Lar, doce lar.
Ar.
Talvez seja a falta de ar
Ausência de lar...
Quem sabe a vitrola,
O vitral
Arabescos e mosaicos.
Caleidoscópios carrossel
Cata-ventos girassóis...

E tudo recomeça...

Não quero flores de plástico
Nem imagens límpidas.
Falsas e limpas.
Gravadas em câmeras digitais...

A vida não tem zoom
E zumbe o tempo inteiro.
O som que se depura
Não cura. Mas tortura...

Remar contra a maré...
O rio não dá pé
Demãos não consertam
Os defeitos da parede.
Acentuam.
Acentos
Assento o coração
Nas mãos que já se foram...
E agora?
Restam as flores falsificadas...

Publicado em: 20/08/2008 15:14:21
Última alteração:19/10/2008 20:20:17



PENSANDO EM NÓS
São muitas tuas mágoas e consigo
Entender essa angústia que te invade!
Deu-te o destino, como por castigo
A descrença no amor e na amizade...

Se buscas encontrar seguro abrigo
Na indiferença, já não sei quem há-de
Fazer-te confiar no que te digo,
Pois outra passa a ser tua verdade!

Se procurei seguir todos teus passos,
Unindo acertos, erros e fracassos,
É para o teu amor ser todo meu!

Mas sinto ressurgir tuas descrenças,
Pois sei que me dizes, mas que pensas
Que, para o Amor, teu coração morreu!

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 27/08/2008 14:21:38
Última alteração:17/10/2008 17:14:22

Minha ventura exposta, num contexto
Expõe todo o meu peito em desventura,
A vida não seria essa aventura
Nem mesmo serviria de pretexto.

Vivendo sem temer contentamento
Pois muitas vezes arde, até machuca.
Saudade de sofrer já se caduca,
Embora necessite sofrimento...

Amando como amei-te sem ter prazos,
Nem tempo nem tampouco pouco espaço
Desejo teu desejo num abraço,
Os olhos lagrimados, d’água, rasos...

Falando da peçonha, amores plenos,
Espero o viperino e manso beijo.
Depois de tanta mágoa já desejo,
Viciado que estou, em teus venenos!
Publicado em: 15/09/2008 18:12:33
Última alteração:17/10/2008 13:33:31


Em todo pensamento o meu desejo
De ter aquela musa que atormenta
O sentido e prazer demais sobejo
Que a cada novo beijo só aumenta.

Se traço meu destino ou não mereço,
Não vendo teus caminhos, me revolto.
E sempre que possível agradeço
Amor; pois, das mortalhas, já me solto.

Vencido por sentir que a vida passa
Nas horas mais fecundas eu me perco.
E tudo que não vejo me desgraça
De dores e quimeras vis, me cerco.

Mas quando o pensamento traz teu lume,
O gozo do ciúme me transtorna.
Amor que exagerado, sempre entorna,
Recende, nos teus seios, mais perfume!
Publicado em: 15/09/2008 20:45:18
Última alteração:17/10/2008 13:37:3



Minha alma visionária, sem defesa,
Espreita essa cruel desilusão
Nascida num momento de paixão
Deitada sobre o cofre da tristeza
Espera a redenção sem ter certeza..

Minha alma sem ter prumo já se queda
Em pleno pantanal da solidão.
Vencida pela dor d’uma ilusão
O meu olhar vazio, essa alma veda
E nada mais desponta, e se depreda.

Essa alma tão sofrida, visionária,
Adormecida em dores do passado,
Carrega pela vida um triste fardo.
Vivendo por viver, tão solitária...

Alma, te maltratei, tenho certeza.
Deixei o teu caminho, assim, de lado.
Agora que percebo esse pecado,
Minha alma vou matando. De tristeza...
Publicado em: 17/09/2008 16:14:55
Última alteração:17/10/2008 13:35:36



Dourado sonho dominando tudo...
Os olhos esquecidos adormecem...
Nas horas mais doridas não esquecem
E deixam o meu dia quase mudo...
Não posso compreender, porém, contudo,
Que as noites que vieram se padecem
Dos sonhos que perdemos e enlouquecem
Fazendo um coração já tartamudo.

Amor interagindo com saudade
Matando, sem querer, felicidade.
Nos braços que me entrego, em fantasia...
A vida me promete este tesouro,
Estrela que ilumina trazendo ouro.
Por sobre essa montanha tão divina
Abraça toda a terra que domina.
Raiando tanta luz em pleno dia,
Trazendo a minha estrela da alegria!
Publicado em: 19/09/2008 15:23:37
Última alteração:02/10/2008 21:08:16



Nas saudades do meu canto
Tanto sobem quanto invadem
Prazeres tantos que me ardem.

Seguindo sem ter sossego
Nas ruas que me perdi
No segredo que pedi.

Amada; não sonho mais
Os sonhos que já sonhara
Através desta seara.

Que me leva pro teu colo
Quase me deixa tão louco
Ralando doce de coco

Nas doçuras mais amargas
Vidas, vidas, vidas magas...

E nas saudades, teus braços.
Nossos ninhos, cantos, pássaros..
Publicado em: 20/09/2008 20:10:32
Última alteração:02/10/2008 20:25:29


Vergalhões e vergastas,
Gastos meus gestos e minhas graças...
Garças livres alvas voam.
Ventos e ventanas, vestes e ciganas
Se engana se pensa que não amo.
Amor meu moleque
Brincando de queimada
Se queimou...
Amor que quem dera não daria (faz cócegas)
Não vale a vela nem velório
Valeria?
Valério.
É, eu sou valério por isso vale e rio
Riso e resvale, velando meu cadáver
Cada ver cada via cada veio
Cada não valia.
Porcada por cada porcariada
Escrevo meus versos reversos e incertos.
Corretos e carretos. Sei de cor!
Enfaixas em gazes e faixas de gazas
Azares.
Azedos ácidos e ansiosos
Siso e seio. Parece...
Padeço e não expresso, expressão.
Palavra bonita boa fita boa broa, boda?
Deu bode!
Bodega e botequim
Química danada
Cachaça batizada!
Uísque?
Quem disse?
Cerveja e caninha,
No máximo um rum.
Rumo ruim e remoso.
Reinoso.
Reinado...
Menino malandro,
Urubu malandro
Pixinguinha. Pizindim...
Bateu amor em mim.
Que faço?
Recomeço ou tropeço?
Te peço ou me guias?
Mergulho ou orgulho...
Gorgulho!
Fio fosco e frio.
Fenestrado...
Mestrando e mostrado, amansado
Maestria...
Domesticado fica melhor que amansado.
Doméstico, do mestre, da maestrina.
Minha sina é ser assim?
Asmante.
Aos montes
Amante sem mares
Nem marés,
De viés
Sem fé.
A pé!
Publicado em: 23/09/2008 19:21:20
Última alteração:02/10/2008 18:59:12


Amor bate no meu peito
Faz bagunça e me abandona.
Será que tem o direito
De fazer tamanha zona?

Eu sou quase um passarinho
Que prefere uma gaiola
Já não sei viver sozinho,
O teu canto me consola.

Vem comigo, moreninha,
Vamos fazer arruaça,
Tua boca sendo minha,
O teu corpo, uma cachaça.

Viciado no teu beijo,
Não me canso de beijar,
Vem matar o meu desejo
Venha logo namorar...
Publicado em: 25/09/2008 12:01:05
Última alteração:02/10/2008 14:29:50


Em meio a multidões
De diversidades exótico-estramboticas
Algumas imagens persistem
E insistem em traduzir
As multifacetas da raça humana.
Os olhos perdidos do quase homem
Que conheci há tempos
Andando pelas ruas da Tijuca
Mostram esta realidade.
Olhos que transitavam
Pelo Largo da Segunda Feira
Subiam pela Barão de Itapagipe
E se perdiam entre a multidão
De barracos.
No olhar fixo daquele homem
Eu percebera o reflexo dos meus
Se perdendo num gigantesco mosaico.
À época, ainda ateu, tentara justificar
Tal fato como se fosse um “já visto”
Qualquer preparado em armadilha
Pela mente.
O interessante é que cada vez mais
Eu me entranhava naquele olhar
Perdido e ermo.
Fui reparando que toda vez que
Eu tinha alguma decepção, de qualquer
Origem e monta, o olhar parecia mais distante
E fascinante.
Um dia, no auge de minhas desventuras
Entre amores perdidos e sonhos esvaídos
Nos copos e garrafas de aguardente,
Reparei a total ausência daquele olhar,
Agora agravada pela atrofia
Do globo ocular.
Interessante fato se deu em seguida,
Quando comecei a abusar
Da cocaína percebi que, finalmente não
Havia mais qualquer resquício de um olhar.
Totalmente opacificado.
A partir daquele momento,
Depois de alguns dias, o rapaz sumiu.
Somente agora eu o revi.
Ironicamente sorrindo
Através do reflexo no espelho...
Publicado em: 30/09/2008 15:59:01
Última alteração:02/10/2008 14:54:24


Ferozes
Abandonas as ondas e me mordes.
Me mordes nas ondas que abandonas.
Somos ondas e mares,
Moréias e marés.
Somos abandono...
Fino sono.
Soníferos.
Sonhos feros,
Feras vozes,
Vorazes!
Publicado em: 01/10/2008 17:22:34
Última alteração:02/10/2008 13:47:10



Não vejo mais solução
Senão a solidão frágil
Que invade. Teu perdão
Poderia ser mais ágil
Ou então não cobrar ágio
Pelos erros que cometo.
Amar não requer pedágio
Nem aos sonhos me remeto
E versos não mais faria
Se fosse por teu amor.
Embora em toda a poesia
Encontro meu lenitivo
Cansei do definitivo
Inadiável adeus.
Vou seguindo sem nexo
Os erros são todos meus
E são muito mais complexos
Do que simplesmente o não.
Agora, meu barco roto
Naufrágio que já pressinto.
Se sinto ou se não solto
São problemas meus. Só meus...
Não valerá mais a pena
Desta fantástica cena
Onde se escondem meus breus.
Solução, solidão, são
Meus barcos naufragados...
Vou beber até saber
Para onde foram os náufragos
Quem sabe ainda te veja?
Nem mais nem menos pois seja
O final inadiável
Deste sonho imaginário
No meio da tempestade.
A sorte e felicidade
Que te proponho valendo...
Publicado em: 28/10/2008 19:36:51
Última alteração:02/11/2008 20:31:51

Toda a minha emoção é verso sem sentido.
É canto que maltrata um coração sem lume.
É flor que não encanta, a falta do perfume.
É mar que não navego o leme dividido.
Morto, no esquecimento, a sensação do olvido
Invade minha cama, escuta meu queixume.
Sou boca que te morde, a falta de costume,
Retrato na gaveta, há tempos esquecido.

Sou fumo que evapora esparso em triste vento.
Poeira dessa estrada, o céu sem firmamento.
O pouco do que fui, está guardado em ti.
Mas nada disso importa,agora isso bem sei
Por certo sem amor, ok,não morrerei.
Pois foste um relampejo, um pouco de esperança.
Confesso, nunca mais, saíste da lembrança.
Meu único momento feliz, contigo, me esqueci...
Publicado em: 04/11/2008 13:20:13
Última alteração:06/11/2008 12:11:01



Carinho matinal
Tão doce quanto mel.

Tua boca estendida
No beijo prometido...

O canto da alvorada
Coberto de esperanças
Nossas mãos tateiam
Os caminhos de seda
Tanta suavidade
Maciez...
Amor, amor enreda,
Canto do amanhecer...

Novo canto, nosso sol,
No jardim, as rosas,
Paisagem desperta
Surge, ressuscitada.
Café posto na mesa,
Meus medos esquecidos
Meus olhos já raiando.
De tanto que cansados
Somos tanto, quase nada.
Apenas o que sonhamos.
E a brisa nunca pára
E o tempo nunca pára

A manhã se prepara
Para esse novo dia.
Quem sabe nosso.
Nosso novo dia
Em plena fantasia
Vivendo uma alegria
Quem sabe...
Nova melodia...
Publicado em: 20/11/2008 09:49:48
Última alteração:06/03/2009 18:48:52



No mundo mais cruel que concebias,
Cabia meu tormento em tuas liras,
Percorrendo vazio, tantos dias,
Sem saber que fingias tantas miras,
Nas penumbras fatais, sem melodias,
De tua mão, sentida flecha, atiras.
Querendo sufocar minha cantiga,
De tantas quanto herdei a mais amiga...

Vivendo essa funérea desventura,
Que traduz a verdade em sofrimento,
Concebo claridade, minha jura,
Tragada pela luta, meu tormento...
Amargo o vinho, âmago, tortura,
Na amargura de todo meu lamento.
Amei-te, no passado mais distante,
Por sorte, meu amor foi inconstante...

Bem sei que naufragaste outro desejo,
De quem não poderia te negar.
Flagrada pois, em cândido cortejo,
Atada a vários braços ao luar.
Mereces bem, portanto escarro e beijo,
Escárnio de quem possa procurar
Em ti, por algo além do sensual,
És página virada dum jornal!

Não vejo em ti, portanto nada além
De restos esquecidos sobre a mesa,
Se eu já te quis, agora me és ninguém,
Não vou te negar glória na beleza,
Nem vou mentir, deveras, foi meu bem...
Mas hoje, tão distante realeza;
Se faz passado pútrido e mordaz.
E, francamente, não te quero mais!
Publicado em: 21/11/2008 13:38:33
Última alteração:06/03/2009 16:57:47


Ecos
De nossas vozes
Mortalhas
Atalhos
E centelhas.
Talhas,
Recolhes
Os pedaços
E semeias
Pelas áridas
Estações...
Publicado em: 26/11/2008 21:30:12
Última alteração:06/03/2009 16:36:38



Pequeno Moto contínuo
Um vaso quebrado,
Um disco arranhado,
Um velho fado,
O monte de esterco
E o risco de incêndio...
Maria se foi,
Foi-se meu mar.
Ia a promessa,
Promessa de vida
Vida com canto,
Um canto sem jardim,
Jardim sem perfume,
Perfume sem flor
A flor pede vaso,
Um vaso quebrado...
Publicado em: 07/01/2009 16:51:48
Última alteração:06/03/2009 12:02:40


PENSANDO EM NÓS
Quero a menina
Que ninguém
Sabe e nunca viu
Dançando na praia
Molejo requebros
Desejo no quebra-mar...
Porta aberta?
Alertas tantos
Bate peito
Bate sonho
E a dança recomeça...
Remelexos
Sexos
Reflexos
Dos seixos
Sob a lua
Que nua
Desfila
E cobre a menina
De raios
E cores...
Publicado em: 08/01/2009 18:54:02
Última alteração:06/03/2009 11:43:40


PENSANDO EM NÓS
A vida que prepara alguma escusa
Aos erros cometidos, lambe o fel,
Deixando minha sorte mais confusa
Matando uma esperança, nega o céu.
A sorte se demonstra na recusa,
Mostrando-se em verdade mais cruel.
Deitando no passado, perco o chão,
Rasgado pela dor da solidão...
Publicado em: 11/02/2009 06:29:56
Última alteração:06/03/2009 06:49:18




Um canto bem mais forte ainda ecoa
No peito de quem ama, um sonhador,
Atravessar o mar numa canoa
Morrendo a cada tarde, sem favor.
Uma esperança tola se apregoa
Resquícios do que fora um grande amor.
Porém o sonho traz franca alegria,
Revendo o que vivera todo dia...
Publicado em: 10/11/2007 09:50:50
Última alteração:29/10/2008 14:32:26



PENSANDO EM VOCÊ...
Quero o sabor da manhã,
Vicejando nos teus olhos,
Percebendo teu elan,
Mergulhando nos Abrolhos.
Vagueando vida vã,
Que tão louca vai, engole-os
Todos sonhos, cortesã
Desfiando tantos óleos,

No corpo e mente senis,
Nos meus desejos tão vis,
No que pudera ser tão,
No sertão dos meus amores
Nas corbelhas, tantas flores
Nem tampouco nem servis,
O que nunca fora chão,
Sempre cora, coração...
Publicado em: 17/11/2008 16:38:02
Última alteração:06/03/2009 18:53:05

PENSANDO EM VOCÊ...
Rompi com os grilhões do meu passado
Ao ter em meu caminho,a redenção
De quem há tanto tempo em ilusão,
Meu canto se fez louco, enamorado.

Ao ver o teu sorriso iluminado
A vida veio em tua direção
Não tendo mais sequer opinião
Meu peito se mostrou hipnotizado.

Agora que percebo estás comigo,
Em ti nas noites frias eu me abrigo
Fazendo de teu corpo manto e luz.

O verso que te faço não renega
A vida que ao teu lado já se apega
Em toda magnitude, amor traduz...
Marcos Loures
Publicado em: 11/12/2008 19:45:48
Última alteração:06/03/2009 15:37:20




Revelo meu amor em cada verso
Que faço olhando espaço sideral.
Vagando o pensamento no universo
Encontro o teu sorriso sensual;
Passado em minha vida, foi perverso,
Agora encontro em ti, paz afinal.
Riscando o pensamento, estrela guia,
Entornas no meu mundo, poesia...






Pensando em nosso caso, meu amor
Percebo quanto a vida me quis bem.
Um anjo que se mostra a recompor
A vida de quem tanto quis alguém,
Outrora fui um simples sonhador,
Porém uma alegria imensa vem
Dizer-me que afinal felicidade
Virá trazer à vida, liberdade!



pensando em você, querida
Cantar melodioso vem chegando
No vento que te trouxe em noite fria.
Meu rosto, exposto ao vento se inflamando
Do amor que em cada verso me daria
Aquela que se fez deusa, rainha.
Numa emoção, decerto tua e minha.
Publicado em: 03/09/2008 16:34:07
Última alteração:08/09/2008 04:45:11



Escrevo cada verso em ti pensando,
Mulher maravilhosa à qual me dei
Na dança deste sonho eu vou bailando,
No encanto de teus olhos, mergulhei.
No amor feito alegria, me entregando,
Tu és em minha vida, norma e lei.
Estrela divinal que eu conheci,
Decerto eu sou feliz, pensando em ti...
---------------------------------------------------------------------------------




Buscando em nosso amor, doce remanso,
Um sonho que se mostra em alegria,
A cada novo passo, mais alcanço
O mundo que eu sonhara e que pedia
A Deus em um momento bem mais manso,
Envolto totalmente em poesia
Olhares serenados, tanta paz,
Sossego e calmaria; amor me traz...
-------------------------------------------------------------------------------------


Encontro em cada canto do meu ser
Resquícios de teus passos por aqui,
Vencido pelo amor, doce prazer,
Sabendo deste sonho eu me perdi,
E nisso eu encontrei meu bem querer
Aconchegado, imerso dentro em ti.
Pensando em nosso amor, felicidade
Trazendo para mim tranqüilidade...




Pensando em ti mergulho no infinito
E busco nas estrelas os teus rastros
Os passos que deixaste nos caminhos
Nos astros que nos guiam vida afora.
Agora que se faz imensidade
Em versos e delícias sem delitos,
Cravejas diamantes nas estradas
Deixando as urzes mortas, velhos cardos.
Arcando com meus sonhos, braços, barcos.
Embarco nos teus mares, meu saveiro
E verdadeiramente apaixonado
Ao lado da mulher maravilhosa,
Escalo as cordilheiras dos prazeres,
Mergulho em tuas sendas, sou teu par...
--------------------------------------------------------------------



PENSANDO EM TI !

Alçando
Corpos
Nus.
Voando
Livres.
Atados
Movimentos
Prazerosos.
Recebes com volúpia
O que concebo
Ser teu
A vida inteira
Não discuta!
Escuta a minha voz,
Sussurros mansos.
Remansos e fornalhas,
Lareiras, correntezas.
Corredeiras, safadezas
Bem gostosas.
Gotejo meu prazer
Depois encharco.
Num charco transformando
A doce gruta.
No mel que é meu e teu
Transborda e inunda.
Afundo os lábios
Sequiosos, esfaimados.
Somamos nossos dois
Viramos um,
Encaixe que se entranha
E que ressurge.
Lambuzados, suados e sedentos.
Momento inesquecível
Incrível jogo.
No fogo tão fugaz audacioso,
Cioso de teu cio e de teu gozo,
Ousado, vou usando e sendo usado
Urdindo ardidos sonhos, sono após.
Apostos sem repousos, pousos leves.
Acendes sendas quentes, mesmo breves.
Sagazes algas conchas, cones, canos.
Sacanas ganas comas, cumes, karmas.
Fartura, cura empresta a quem se entrega
Na esfrega de dois corpos,
Portos vejo.
Engravidados de desejos
Já parimos prazeres, orgásticos momentos...
Publicado em: 10/10/2007 21:22:21


Dedilho uma canção expondo o peito
No leito deste rio, sangro o mar,
Amar é ter certezas inexatas
Cascatas de emoção me maravilho

E trilho uma esperança que me leve
Tão breve para os braços de quem amo,
Tramo meus caminhos, ganho espaços
E os laços que nos unem, bem mais fortes,

Aportes, pois meus barcos em teus mares,
Rumores de marulhos, ventos, conchas,
Afrouxes teus temores, coração
Em sedução se mostra mais inteiro.

E assim, amor que trago para ti,
Em mim, calor e afago sem ter fim,
Num lago em placidez tão absoluta
Silêncio de minha alma já se escuta...



Felicidade imensa eu encontrei
Ao ter em meu caminho, doce fado
Nos braços benfazejos mergulhei
Nos olhos da paixão, enamorado.
Amor que se fez pleno e me fez rei
Em todos os desejos, meu reinado
Derrama em alegria vai ao céu,
Levado pelos sonhos, meu corcel...





Navego no teu corpo meus anseios
Percorro tua bela geografia
Meus lábios vão tocando os belos seios
A noite se promete em alegria,
Respingos e carinhos sem receios,
Amor que se mostrando em montaria
Permite que se chegue logo ao Céu,
Uma amazona bela em seu corcel...





Vento e praia
Saia logo
Sereia
Que areia
Tá quente...

Tem gente demais.
Maré sobe
Maré baixa
Mas alaga sempre...

Na trempe que me esquenta
Calor sem cerimônia
Onda que vem arrebenta
Não precisa ter vergonha...

Boca a boca te respiro
Me respiras sem juízo
Meu amor no teu respiro
Encontrei o paraíso...

Temos tempo
Tanto tempo
Quanto tempo
O tempo tem
Se não vieres agora
Eu vou dormir sem ninguém

Amor é caso sério
Mas é pra gozação?
Minha vida te procura
Amor cura todo o tédio
Nos braços desta loucura
Encontrei o meu remédio...

Vem comigo
Vem morena
Não corre nenhum perigo
A minha boca é pequena..
Publicado em: 21/09/2007 15:21:34


Depois que a solidão se aproximara,
Distante dos prazeres, gozos, cios.
Vencido pela ausência de alegria
Os dias se passando amargos, frios.

Ao perceber- amor – tua chegada,
No fogo ensandecido da paixão
Meus lábios encontraram novamente,
A fonte enrubescida do tesão.

E assim, fornalha, intenso fogaréu,
Pensando tão somente em decifrar
Enigmas de pecados, catedrais,
Delícia em rituais a se entregar...
Publicado em: 22/09/2007 12:01:55
Última alteração:30/10/2008 13:38:57



Nas formas nuas o ofegante seio
Entregue a tal volúpia, enlanguescente
Tocando com furor a pele exposta
Nas ânsias mais vorazes se pressente

Ardores que se entornam, são supremos,
Não temos mais limites, vamos fundo.
Nos rastros dos teus gozos vou seguindo
E entranhas delicadas, me aprofundo.

Pensando todo o tempo na ventura
De ter tua nudez bem junto a mim.
Airosa sensação de eternidade,
Do amor que a gente sabe não ter fim...
Publicado em: 26/09/2007 15:38:28
Última alteração:30/10/2008 13:46:19


PENSANDO EM TI

A vida se esvaindo em diluências,
Nos escribas, falsários, testemunhas;
Tantos rasos cortando amor em cunhas,
Já reverbam meu tempo em inclemências!

Vestido de servil inapetência,
Quis teus olhos, mirando no passado.
Quem viveu condescende na impotência,
O meu rastro não sabe, vitimado...

Sacrificante, ledo, apaixonado...
Das resinas formais vêm meus defeitos.
O parto que negaste placentado,
Os ossos me quebraste deste jeitos...

As balas que me atiras, de confeito,
Os traços que não falho, são mentores,
Amor tão desbragante no meu peito.
Anseios, sortilégios, meus pendores...

Quem, brusca, me negou são amadores,
Oásis que não seca minha fonte...
Costumes que menti progenitores,
A luz maravilhosa no horizonte!!!

Gramínea essa paixão suplanta a ponte,
Expressando vestígios que não firmam,
No parque do que resta foi Creonte,
As mortes que me legas não me arrimam...

Vértices portentosos são disformes,
Minha culpa ferina e mais felina....
Despista quem cortava, são enormes
Os lodos que tropeças, saturnina...

Quando não me querias fui feliz,
Andávamos perdidos sem resquícios,
Nas portas dos meus medos, nuvem diz
Quem viver é delícia, santo vício!
Publicado em: 28/09/2007 18:41:41
Última alteração:30/10/2008 14:34:22


Tocando o corpo nu, lábios e dedos,
Fazendo deste corpo o meu altar,
Desvendo com volúpia teus segredos.
E as tocas tão famintas, adentrar.
Deixando para trás, angústias medos,
Sentindo o meu desejo se entesar,
E tendo, em doce gruta, esta umidade,
Promessa de total saciedade.

A deusa semi-nua qual bacante
Orgástica sereia que insinua
A fome que se mata num instante
Na divindade rara, bela e nua,
Sátiro em tropel vai galopante
E a sílfide real, ele cultua
Assim, sedento e longe do marasmo,
Reflito em tua carne cada orgasmo...
Publicado em: 17/10/2007 21:11:40
Última alteração:26/10/2008 19:41:36


Uma alegria imensa me comanda
E traz este momento que eu sonhara,
Vivendo em pleno amor a vida abranda
E torna-se sincera, jóia rara.
Depois da tempestade tão nefanda,
Bonança em alegria já me ampara.
E vejo num momento mais feliz
Que tenho; finalmente, o que eu mais quis...
Publicado em: 10/11/2007 08:22:50
Última alteração:26/10/2008 19:27:26




Espero que tu pises devagar
Nos ossos que carrego dentro em mim.
São frágeis e portanto não agüentam
A ventania insana das paixões...
Exponho meus cadáveres,querida.
Tantos que não tenho mais espaço.
A lotação completa, o risco é grande.
Não quero uma tarântula, cuidado...
Publicado em: 24/11/2007 09:37:01
Última alteração:24/10/2008 15:16:27



Não temo mais as flechas do menino.
Agora que flechado, vou sem cura.
Meu braço se perdendo em desatino,
Afagos de agasalhos da brandura.
Não vejo meu amor em desalinho,
Apenas vou a busca de carinho.

E sabes quanto eu quero a tua boca,
Delícia disparada contra o peito.
Juro-te nunca mais dormir de touca,
Agora que eu estou tão satisfeito,
Eu chamo este Cupido para ver,
Como é gostoso amar e ter prazer.
Publicado em: 19/12/2007 12:21:22
Última alteração:23/10/2008 07:27:46



Se já perdi noção de espaço e tempo

Se não posso mais daqui sair,

Amada por favor; te quero aqui,



Sem medo nem qualquer um contratempo.

Meus pés já se confundem com teus pés,

Meus olhos só enxergam pelos teus,



Tu és o desde o princípio alfa e Deus,

No barco da existência, meu convés...

Amada; por favor, nunca me deixe



A própria sorte como num naufrágio,

Sou qual um caracol pequeno e frágil,

A força do graveto está no feixe...
Publicado em: 21/12/2007 11:31:59
Última alteração:22/10/2008 22:54:19



PENSANDO EM TI
Cantando sonhos, ilusões fagueiras,
Os sons encheram os meus dias sós;
Notas sublimes, ternas e brejeiras,
À minha vida, sempre trazem voz.

Mas como as ilusões são passageiras,
Só me restou este silêncio atroz;
Sumiram do horizonte, nas esteiras,
Os sonhos meus, nas asas do albatroz!

E quando a tempestade deu lugar
Às virações das tardes mais amenas,
Nas lembranças febris, fui procurar

Aquele canto que a tristeza embuça;
E vi que me restou, do sonho, apenas,
Um coração tristonho que soluça...

Mas sinto que este canto que ouço agora,
Do vento da esperança verdadeira,
Chegando, meu amor, sem saber hora,
Mostrando tua face bela, inteira.

Nas lembranças que trago, na memória,
O rosto enamorado da mulher,
Que mostra, com sorrisos, a vitória
Daquele que te quis e que te quer.

Não deixe, meu amor, que isto se acabe.
A vida sem te ter, não mais me importa.
Não deixe que este sonho se desabe,
Nem deixe minha vida, quase morta.

Por isso, neste sonho em que te vi,
Um coração risonho, enfim, sorri...

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 30/12/2007 07:44:49


PENSANDO EM TI



é madrugada
travesseiro encharcado
alma encharcada
corpo revoltado
desejos aflorados
tenho insônia...

ânimo de nada
fico aqui parada
vendo na fumaça
do cigarro aceso
os olhos em brasas
teu etéreo vulto
que não dá guarida
apenas fomenta
meu doce martírio...

amor como um rio
jorrando de mim
me traz calafrios
gemidos sem fim...

era doce a poesia
nascida no peito
mas tempo arredio
sorte desconsola
amor hoje é esmola
que te imploro, perdida
na noite vadia
na cama vazia...

e a vida passa
e as horas voam
e o sono
nada de chegar
e meu corpo que grita
insano em desdita
sede de te amar...


Átomos e hiatos, somos ritos...
Mitos sem temores, somos hera.
Somos terra fera que devera...
Nada que pergunte me demora.
Nada que sincere te decora.
Nada que me fere te devora...
A boca oca boca deve beijo.
Um seixo, um sexo, uma sexta...
A sesta em teu colo, solo Apolo sou.
Perdido seu adido, adio cada dia.
Vadio o meio dia meu sangue
É teu sustento.
Meu vento que me catas,
Gira vento e cata sol.
Atol roca,
Rochas e rochedos.
Meus segredos e sargaços.
Abraços e senzalas.
De te amar eu me perdi....

ANA MARIA GAZZANEO
ML
Publicado em: 31/12/2007 18:25:10



PENSANDO EM TI

Tu sabes quanto eu quero
Tua pele morena
Deitando com veneno
Prazer que louco acena

Vestindo de loucura
Invisto sobre ti,
Desnudo inteiramente
Delícia sei aqui

No corpo mais perfeito
Na boca mais audaz,
Amar sem ter limites
Do jeito que se faz

Quem sabe não demora,
E vem logo afinal,
Pois tem esta certeza
Lúbrica e sensual

Depois em sobremesa,
Sorver a maravilha
Que posta sobre a cama,
Já doura a bela trilha.

Eu quero possuir
Um corpo delicado
Da morena bonita
Sem medo e sem pecado,

Sangrando esta vontade
Que não mais termina,
Encontrar meu tesouro
Guardado em tua mina...
Publicado em: 02/02/2008 14:44:35



Eu tanto me inebrio
Que perco meu caminho,
Sorvendo no teu corpo
Delícias de bom vinho.

Na adega preciosa
Que encontro em nosso quarto,
Desejos são tomados,
Até que eu fique farto.

Na taça em que ofereces
Bebida maviosa,
Cristal de qualidade,
Perfumada de rosa.

Assim a vida passa
Em hedonismo puro,
Vivendo em cada dia,
Felicidade, eu juro.

Sei quanto o que te quero
E nunca negarei.
E cada vez bem mais
Teu vinho eu beberei...






Alucinações
Retinas se fixam
Nos olhos
E na pele
Da bela tapuia
Na boca da noite...
Publicado em: 05/03/2008 17:03:32
Última alteração:22/10/2008 15:19:5

O frio
Enfrento
Enquanto
Crio
O vento
E lento
Me transporto
Aporto ao pensamento
Que em sentimento
Pressupõe
Composição.

Escrevo
Em cravos
Acervos
De sonhos
Estrelas
Que belas
Em telas
Tu teces.
Sou teu.

Sótãos
De minha alma
Prótons
Elétrons
Que em tons
Diversos
Se aproximam
E conjugam.

Osculo tuas sombras
E os óculos da esperança
Vislumbram alegrias.

Cravo meus olhos
E te vejo passando
Pelas ruas ladrilhadas
Em brilhantes.

Resgato os meus cadáveres esquecidos
Dentro de velhos escombros.

Sem escárnio, acalento o sonho
E te vejo distante,
Mas ao mesmo tempo
Entranhada.

Teus seios
Coxas
Pernas
E preâmbulos.

Gulas
E golas amarrotadas,
Bulas
Colchas
Retalhos unidos
Versos proclamando
O mesmo paraíso.
E nisso,
Mais preciso
Eu preciso
De ti.

Quero o teu sussurro
Em meus ouvidos.

Libertos
Pássaros
Alçam
Infinitos...
Publicado em: 12/04/2008 10:31:32
Última alteração:21/10/2008 18:23:53



Dentro do peito, esta minha alma canta
Atávicas canções do paraíso
E se este teu sorriso já me encanta,
Em suma, és todo o Bem de que preciso!

Mas se elegância de teu caminhar
Não chega a ser, em ti, do que mais amo,
Nem da beleza deste teu olhar,
Por quem em meu sonhar eu tanto clamo,

Se o Bem que existe em ti me contamina,
Meus passos direciona e me ilumina,
Em reverência a ti, eu já me inclino;

Pois és, de fato, meiga e divinal
Que ao me livrar das dores e do Mal
Em tuas mãos, carregas meu destino!

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 17/04/2008 12:59:33
Última alteração:21/10/2008 18:25:56


A luz que desse teu olhar emana
Inspira o amor e traz felicidade.
E ao ver de teu rostinho, a claridade,
O coração exulta e se engalana!

No teu perfil suave e delicado,
As formas ideais encontro e vejo,
E acende em mim a chama do desejo
De ter o teu amor sempre a meu lado!

O teu sorriso traz encantamento
E do meu peito, a dor logo desterra,
Como alívio divino ao sofrimento.

E como a abelha à flor deseja e quer,
Eu também te desejo, pois na Terra,
És uma deusa em forma de mulher!

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 19/04/2008 12:51:26
Última alteração:21/10/2008 13:11:24



Achei em ti a perfeição buscada
Por quem procuro o que de belo existe.
Como mulher por mim tão desejada,
Nada de ti posso ver, amargo ou triste.

Tens alma pura, meiga e delicada
Como as grandes mulheres do passado,
E por seres assim aureolada
Não tens em ti, a mancha do pecado.

Mas se és assim, tão pura e tão perfeita,
Que fazes nesta terra conturbada
Por gente tão feroz e tão malvada?

E respondendo a essa pergunta feita
Posso dizer a quem ouvir quiser
Que és um anjo, em forma de mulher.

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 20/04/2008 19:26:58
Última alteração:21/10/2008 13:14:53

PENSANDO EM TI
Caminhando sozinha pelas brumas,
Teus passos são perfeitas jóias raras,
Meus sonhos traduzidos nas espumas
Por onde passas, tantas noites claras!

Como esquecer, enfim, lindas searas,
Enfeitiçadas pelo teu perfume,
A lua embevecida traz tiaras
Tresloucada, morrendo de ciúmes!

Pelos teus passos, alvos de inocência,
Estrelas radiosas, num cortejo.
Ao te verem passar, pedem clemência
Na natureza inteira, um só desejo!

Em teu corpo permeiam claridades
Roubadas pelos céus desse infinito.
As ondas desse mar, as tempestades,
Nos teus passos professam novo rito!

Quem não soubera ouvir da terra os brados,
Quem não pudera ver: os ventos clamam.
Os teus pés iluminam tantos prados,
As vozes mais divinas te reclamam!

Caminhas simplesmente livres passos,
Quem os vê silencia, fica mudo.
Espelham luz dos céus, tantos espaços..
E representas, nos meus versos, tudo!

Quem me dera saber dos teus desejos!
Quem me dera viver nos teus anseios...
Minhas noites teriam tantos beijos.
Os meus sonhos dormindo nos teus seios!

As noites sem te ter são tão geladas...
Delícias se esvaindo como o fumo,
Tantas vezes sozinhas madrugadas,
Só de lembra-te perco todo o rumo!

Minhas tardes, de pobre caminheiro
Espalham pelos campos toda essa ânsia!
Amo-te e isso é mais puro e verdadeiro!
A cada instante sinto essa fragrância!

Quem me dera saber dos teus caminhos!
Viveria por toda a vida amando!
Quem souber que me conte teus carinhos,
Minha vida seria, enfim, cantando!

Te procurei por todos esses mundos!
Eu já te quis buscar na eternidade!
Meus olhos são tristonhos, são profundos,
Só vivem por viver essa saudade!

Quantas vezes dos meus sonhos, vens surgindo...
Apascentas meus olhos desolados...
Ao lembrar que te vi assim dormindo,
Em tal momento estão ensolarados!

Por tantas madrugadas foi atroz
Os sons que me chegaram pelos ventos...
A porta aberta deixa ouvir a voz
Que me recorda tantos pensamentos!

Na maciez serena dos cabelos,
Na maravilha audaz de tais melenas...
Dessa lã que compõe os tais novelos,
A sensação feliz das noites plenas!

Delicadeza doce dessas pernas,
Na sutileza breve da ilusão!
Os meus sentidos todos, já governas,
Justificas assim meu coração!

Beleza igual, jamais verei em vida!
Em lugar algum nunca mais existe.
A mão macia calma e comovida,
Num gesto mais suave eu te vi triste!

A cada dia vivo perseguindo
Os teus olhos, reflexo irisado,
Teu perfume nobreza, vou pedindo
Aos teus pés num repente apaixonado!

Em teus pés livres belos os contornos,
Flutuas pelos céus, anjo adorável!
Teus sorrisos precisos, meigos mornos,
Refletem tal beleza sempre amável!

Nunca mais poderei te ver angélica
Minhas asas partiram sem saber.
Minha noite revoa psicodélica
Meus sonhos, pesadelos passam ser...

És estilo clareza e velho cio.
Esquentas, acalentas meus enganos
Nas horas mais geladas traz estio.
És parte principal de tantos planos!

A morte sem te ter atinge o cúmulo!
Não consigo descanso sem teus olhos!
Meus versos levarei para o meu túmulo,
Das flores que colhi, diversos molhos!

Não sabes desse amor, nem o pretendo.
A porta que me mostras da saída.
Viver assim parece estou morrendo.
A morte representa toda a vida!

Já não sei de teus beijos minha amada,
Nunca soube nem tive tal coragem...
A porta que me deixas vai fechada,
Por ela penetrando essa friagem...

És meu princípio e fim de toda luta.
És o começo triste da chegada.
Minha vida cruel já vai, se enluta
És a marca final da minha estrada!

Passei por tanto tempo minha história,
Em meio a tempestades mais bravias...
Não me resta sequer doce memória
Nada ficou nem mesmo esses meus dias!

Eu passe simplesmente em teu caminho,
E nada mais seria, nem revés!
Tanta flor que brotando, traz espinho.
A vida me pegou me fez viés!

Nas bordas deste mar, sufocam ondas.
Areia que pisei foi do deserto...
As horas que passei, frias, redondas
Nunca estiveste ao menos nem por perto...

As flores que te dei já se murcharam,
Os partos que pensei foram abortos.
Meus sonhos que sonhei, despetalaram
Os olhos que mirei, são mais absortos...

Não vi nem penetrei a tua entranha...
Resumo minha vida em simples lodo.
Nas mortes que vivi, tu foste estranha
Pois nem sequer fui parte deste todo.

Veneno que tomei já faz efeito,
Tudo embaçado vejo, nada sinto...
O mundo me parece mais direito.
Embriagado tomo mais absinto!

Rodando meu passado e meu presente
Futuro nunca tive e nem terei
A mão da morte sinto, mão tão quente,
Carinho derradeiro me faz rei!

Nunca mais sofrerei a tal desdita
Que te fez tão rainha dos meus sonhos.
Agora ouso dizer: tu és maldita.
Por ti sonhei os sonhos mais medonhos!

Afasta-te serpente não te quero!
Inferno foi herança que me deste.
Cruel destino é tudo que venero
Que morras precipício feroz peste!

Teu corpo profanado pelos vermes.
Necrofágicos seres te possuam...
Jamais terás nenhum dos vários Hermes
Que sonhaste, que os cardos te poluam!

Que esse corpo padeça sem perdão!
Que nas pernas te comam as varizes,
Que apodreçam, em vida, o coração.
Que a morte sempre pinte vãs matizes!

Teus filhos devorados pelo vício,
Que nas pedras tempestas te maltratem...
Que não sobre de ti sequer indício.
Que as cracas e os corais rosas te matem!

A morte se aproxima tudo sinto.
O gosto desse beijo da medusa.
As dores da saudade já pressinto
Calor vai consumindo minha blusa...

Arranco, mais depressa minha vida...
Nos olhos carregados de paixão.
Te peço, me desculpe essa ferida...
E que tenhas, feliz, teu coração!
Publicado em: 24/04/2008 13:33:26
Última alteração:21/10/2008 13:24:4

PENSANDO EM TI
Nossa noite, sem tristeza,
Na nossa cama, querida
No teu leito de princesa,
A vida mais colorida...

Sabendo de nossa sorte
Sabendo que sou feliz,
Coração batendo forte
Do jeito que sempre quis.

Minha vida em tal destino,
Minha sorte no caminho.
Amor diamante tão fino,
Não me deixas mais sozinho...

Eu tenho a felicidade
A vida que procurei.
Eu já conheço a verdade,
Mundo que sempre sonhei!

Nessas quadras que te faço,
Com desejo e muito amor,
Em cada verso um abraço,
Em cada estrofe uma flor.

Os medos que já senti,
Esquecidos pela estrada
Desde que cheguei aqui.
Nos braços de minha amada.

Amor que tanto comove
E me deixa emocionado
Todas as pedras remove,
Coração pesa de um lado.

Escute minha canção
Que te faço com carinho,
Em feitio de oração
Um canto de passarinho
Que vibra em meu coração.
Publicado em: 29/04/2008 21:20:02
Última alteração:21/10/2008 14:27:49
PENSANDO EM TI
Eu adivinho os seios mais perfeitos
Debaixo desta blusa em que me ostentas
Com olhos delicados, satisfeitos
Causando as sensações mais violentas.
Seios que bem sei não serão meus,
Delírios nestes seios belos... teus...

Quem dera na romã eu decifrasse
Meus sonhos mais profundos e profanos,
Ao menos se meus lábios sem disfarce
Tocassem estes seios soberanos!
Meus desejos glutões, meus devaneios,
Entorpecidamente sonham seios...
Publicado em: 27/05/2008 14:49:59
Última alteração:21/10/2008 15:2




PENSANDO EM TI
Meus lábios por teu corpo vão descendo
Em busca do desejo e num crescendo
Aumenta mais e mais o meu furor.

Te quero em cada ponto de partida,
Sabendo que este amor mostra a saída
Sabendo que te quero sem pudor.

A mão que acaricia sem receio,
Chegando mansamente no teu seio,
Encontra um palpitar no coração.

Entregues à loucura totalmente
Recebo em teu amor toda a corrente
Deste curto circuito, que é paixão.

Depois de saciada a nossa sede,
Deitamos calmamente numa rede
E sem dormir, passamos a sonhar.

Amada como é bom te ter comigo,
Agora meu caminho; já prossigo,
Sem ter o que temer, só quero amar...
Publicado em: 28/05/2008 11:22:35
Última alteração:21/10/2008 12:37:24



PENSANDO EM TI
Amor feito em folia
Causando uma euforia
Prazer de todo dia
Em santa fantasia
Portando uma alegria
Do jeito que eu queria
Em noite tão vadia
Na boca que escorria
O doce que sabia
Cantando em melodia
Amor/telepatia
Fazendo uma arrelia,
Decerto que vicia
E assim nos propicia
Matar uma agonia
Que sempre se dizia
Tornando a vida fria.
Amor nos alivia
Trazendo esta harmonia
Que é feita em sintonia
De noite ou meio-dia
É feito em maestria,
Amor estrela guia,
Tanta vontade cria
Que a gente não sacia
E quer em poesia
Amor feito em folia...
Publicado em: 03/06/2008 13:50:03
Última alteração:20/10/2008 20:13:46



PENSANDO EM TI
Do amor
A lápide
Impede
Que se lapide
O sonho...
Ressono
Revôo
Revolta
Apenas
Isso
Nó corrediço
Da esperança
Ancas
Molecas
Mecas
Becas
Perco
O breque
E bebo
Fantasia...

Publicado em: 10/06/2008 20:22:28





PENSANDO EM TI
Maria é tão radical,
E fiel aos seus princípios
Que chega a passar bem mal,
Vitimada pelos vícios
Alimentares que sei,
Muitas vezes são difíceis
Mas pelo que já passei
Não consigo ver saída,
De tudo o que procurei,
Eu não achei nesta vida
Alguém que pudesse dar
Uma só explicação.
Para tudo o que passei,
Por isso, preste atenção:

-Maria tem por mania
Não comer nada animal,
Na refeição, todo dia,
Ela come vegetal,
Mas como te disse, amigo
Ela é muito radical.

De noite é que não se explica
Esse fardo caprichoso,
Bem na hora que se estica
Esse amor demais gostoso,
Maria fica calada
Não fala nada no gozo.

Esse silêncio atordoa,
Me deixa desconcertado,
Pergunta: Maria foi boa?
Ela ri meio de lado
E me diz: Marcos, amado,
Não se preocupe não,
É por que eu consigo,
Explodir em emoção;
Eu sou vegetariana,
Isso cansei de dizer,
Mas de noite a gente engana,
Só carne me dá prazer!
Publicado em: 12/09/2008 13:39:59


PENSANDO EM TI
Quando queres verdades, dás mentiras,
Quando mentes cidades, vives campos,
Sertanejas sandálias nunca tiras,
Atiras nos pacatos pirilampos...

Me negas sentimentos que padeces,
Nas preces a prudência não te salva,
Nas horas mais vividas desfaleces,
Perfumas meu cadáver com a malva...

Vencida não se entrega quer vingança,
A lança que quebraste já não fere.
Desferida esperneias esperança,
Na dança que fingiste não me espere.

As amas que secaste não deleite,
O leite que me deste foi azedo,
Azado este momento, me respeite,
Aceite meu tormento por segredo...

Arremedo poema não tem fim,
A fim de esquecer tua falsidade,
Verdade é que não gostas mais de mim.
Carmim a boca doce da saudade.

Vontade de ficar mas tenho pressa,
Confessa que não viste este penedo.
O medo me transfere para Odessa,
Dessa mesma maneira que me enredo...

Vontade de voraz caricatura,
Na escura mansidão que não me negas...
Navegas pela mata mais escura,
Candura que fingiste não me apegas...

As pegas corvorizas nas sarjetas,
Tarjetas que ultrajaste incompletas...
As fases que tiraste dos cometas,
As bocas que lambeste vão repletas...

Vontade de saber o que não cabe,
Amarras os convés e não ancoras,
Descoras insensatas regalias,
Nas gralhas que imitaste sem demoras,
Amoras que comeste em noites frias...

Versículos, capítulos, promessas,
Compressas quase nunca são bastante,
Distante de meus olhos, já me apressas,
Verdades sempre em forma delirante...

Nas teclas que pianas operetas,
Nas marcas que maceras nas maçãs,
As maças que amassaste nas vendetas,
As vendas que fechamos, cortesãs...

Amor, te quero mesmo sendo insana,
Amar-te é ser o mesmo que não ter...
Calor demasiado a vida abana,
A morte é a vontade de viver...

Entre tanto entretanto na entressafra,
A pele que compele se completa...
A mão que me ebaniza da deusa afra,
Das paixões que me deste a predileta.

Amar a tal pantera me inebria,
Originariamente me devora,
Cigarros que fumei na noite fria,
A tosse intransigente me decora.

Amar a negritude desta bela,
Nos laços dalmatizam meus amores,
Contrastes sempre foi forma singela,
Da homenagem que peço enfim às flores...

Amando-te esperando meu desejo.
No canto que te embale a despedida...
No gosto chocolate de teu beijo.
És a razão final de minha vida!
Publicado em: 13/09/2008 22:12:07

PENSANDO EM TI
Quero falar das coisas mais serenas
Assim como essa lua e o belo sol
Lindos olhos da amada, meu farol,
Todas as emoções, as mais amenas.

Do canto passageiro, passarinho,
Do ninho que tivemos e perdi.
O mundo mais fantástico vivi,
Agora, sem ter hora, vou sozinho...

Mas nada me impediu de te guardar
A sete chaves, dentro do meu eu.
O meu amor jamais, nunca esqueceu
O brilho dos teus olhos sobre o mar...

Bem sei que estás, agora, noutro bem,
Mesmo assim, minha amada, não te esqueço.
O teu amor bem sei que não mereço,
E desde que tu foste, amor não vem...

Não quero te encontrar, isso não quero.
Guardando teu retrato, com saudade,
Eu sei que bem no fundo, o que venero,
Em ti, se refletindo: a mocidade!
Publicado em: 18/09/2008 07:37:54
Última alteração:03/10/2008 13:58:40

PENSANDO EM TI
Gravitando prazeres sensuais
Sobre a cama, delícias e loucuras.
Quero mais, sempre mais, nunca é demais!
Imerso nas ternuras e torturas
Das bocas que procuram afluentes...

Imensa sensação de estar imerso
Em densa fantasia, sedução...
Não quero me sentir nem vou disperso,
Nessa explosão de rosas e paixão,
As bocas procurando mares quentes.

A cabeça girando, nunca pára,
Sentidos aflorando até espinhos;
Tatuando beleza sempre rara
Forrando tantas pétalas nos ninhos
Que vazam afluências numa enchente...

Repartimos desejos mais famintos.
Sedentos no vislumbre dum orgasmo
Que sangre em nossos óleos, rubros, tintos,
Numa sofreguidão sem ter marasmo
Que traga essa loucura, tão urgente...
Publicado em: 18/09/2008 15:30:05
Última alteração:03/10/2008 13:54:05

Estrelas que encontrei, enamoradas,
Por vezes se entranhando no meu quarto.
Vasculham cada canto, nas gavetas,
Se riem me mostrando o meu retrato.
Estrelas radiosas que se adoram,
Se adornam deste lume que demonstram.
Trazendo uma alegria sem igual,
Aos poucos do meu lado já se encostam.
Incrustam seus desejos, rasgam tudo.
Lençóis e travesseiros vão ao chão.
Nos gritos e nas manhas irradiam,
Espalham ecos loucos, gozos, som...
Estrelas são sedentas queimam tanto,
Nas brasas e nos jogos mais audazes.
Sorrio dos brinquedos de criança
Nos beijos que se trocam, luminosas...
Publicado em: 19/09/2008 06:39:49
Última alteração:03/10/2008 13:05:55


pensando em ti
Nada mais vago
Afago teu
Que tanto estrago
Já fez no meu.
Menina eu quero
O nosso céu
Nele eu espero
Um branco véu
Que cubra amor
Sem ter pudor...

Raio de lua
Vagando só,
Beleza nua
Ando tão só.
Te peço amada
Claro luar
Não quero nada
Somente amar...
Amor intenso
Só nele penso...

Na cicatriz
Sem alegria
Não fui feliz
Por nenhum dia
Agora vejo
Tanto carinho
Nosso desejo
Em nosso ninho
Onde estará?
Em Xangrilá?
Publicado em: 21/09/2008 19:50:03



PENSANDO EM TI
Distante da alegria de outras eras,
Assim como vivesse em outra vida,
As dores que me tomam, tão severas,
Preparam minha noite sem saída,
Quem dera se encontrasse primaveras,
A vida poderia ser querida,
Mas nada do que tenho, me convence
E esta tristeza imensa sempre vence.

Quem sabe uma esperança recompense
Os dias que passei, farta tristeza,
Não tenho mais ninguém em que inda pense,
A noite vai caindo sem beleza.
No final desta história a dor já vence
E nada sobrará por sobre a mesa,
Nem mesmo um resto podre do que fui,
O rio feito esgoto sempre flui...

Lágrimas no rosto vão salgando,
O sangue se escorrendo pela boca,
Malditas as imagens me tomando,
Sonhos desgraçados, vida louca,
De tudo o que quisera quando e quando,
Não resta quase nada, a dor se aloca
E toma cada parte do meu ser,
Até que possa enfim, apodrecer.

Bebendo do veneno que me dás
Com teu sorriso falso, mentiroso.
Quem busca na batalha achar a paz,
Não pode conhecer o fino gozo
Que o amor em fantasia sempre traz
Num sonho delicado e fabuloso.
Porém só tenho o nada como herança,
Distante, nem percebo a louca dança;

Formada pelos sonhos de esperança
Atada em maviosa redenção,
A vida nada mostra na lembrança,
Apenas o vazio, a solidão.
Somente da tristeza esta fiança
Que grita no meu peito, em aflição.
Rasgado pelas garras da tristeza,
A vida se perdendo em incerteza.

Falena que se perde em triste lume,
Jogado pelas ruas, botequins,
Distante da beleza e do perfume,
Morrendo em dura seca os meus jardins
Apenas me restando este queixume
Os meios justificam tristes fins?
Aguardo no meu canto a fria morte,
Quem sabe não demore, espero a sorte.

Transformado no nada, sem remédio,
Eu não tenho outra opção senão morrer
Num tiro, solidão, ou simples tédio,
E nada poderá mais me conter.
A dor já se aproxima, em seu assédio,
Não posso prosseguir. Sem ter prazer
Me resta tão somente um verso insano,
Mostrando em meu caminho, o abandono.

Adeus, palavra amarga e repetida,
Qual fosse um estribilho, meu refrão,
Perdendo uma razão, esqueço a vida,
Deixando para a morte a solução.
Até que meu destino se decida,
Arrasto os pés feridos pelo chão.
E marco com meu sangue esta jornada,
Espero ao fim da tarde a derrocada.

Sem ter amigos, sonhos, esperanças,
Sigo vazio, amargo em puro fel,
Meus olhos vão perdidos, duras lanças
Alçadas sem destino pelo céu,
As águas que já foram bem mais mansas,
Recebem ventania tão cruel
E nessa tempestade, ventania,
Meu peito se esvaindo na sangria.

Um dia, com certeza, mais feliz,
Os vermes me beijando com carinho,
Terei a paz que tantas vezes quis,
Guardado nesta campa, belo ninho.
A morte mostrará novo matiz,
Quem sabe nela encontro o meu caminho.
No túmulo terei, tenho a certeza,
Um único lampejo de beleza.

Morto, renascendo em outro espaço,
Deixando uma tristeza para trás,
Percebo finalmente um belo traço
De um tempo mais feliz, já feito em paz.
Depois de tanto tempo, sem cansaço,
Concebo noutro espaço ser capaz
De pelo menos ter algum sorriso,
Talvez isso denote paraíso.

Meus rastros pela vida? Não deixei,
Apenas o sorriso me tocando,
De tanto que na vida eu já chorei,
Agora em minha morte, relembrando,
Pressinto que talvez nela eu terei,
O dia que se foi, sempre sonhando
Com festas, alegrias, amizades,
Na escuridão da campa, claridades...

Perdoe se demonstro esta agonia,
De quem só conheceu farta tristeza,
Morrendo pouco a pouco a cada dia,
Deixando para trás qualquer beleza,
Amargura invadindo a poesia
Solidão colocando então a mesa,
Não deixa mais que eu cante de outra forma,
Se a vida por si só já me deforma.

No quanto pude crer, eu te garanto,
Que até sonhei possível ser feliz.
Nos olhos vai rolando farto pranto,
E o nada me tomando já prediz
Distante da magia de um encanto,
Restando tão somente a cicatriz
No peito que se fez apaixonado,
E há tanto tempo, triste, abandonado...
Publicado em: 23/09/2008 11:18:41


PENSANDO EM TI
Sabendo que andei só na vasta estrada
Que leva ao pensamento uma alegria,
Tristeza vai chegando disfarçada
Irrompe furiosa em agonia,
Deixando não restar mais quase nada,
Tornando a minha vida bem mais fria.
Tristeza de saber que fui feliz
E agora vou vivendo por um triz.

Palavras que escutei de amor imenso,
Não foram, nem sequer realidade.
Meu dia se perdendo, frágil, tenso
Matando em nascedouro a liberdade.
O fogo da paixão, queimando intenso,
Morreu mal começou num fim de tarde.
Deixando duras sombras no caminho,
Agora vou medonho, estou sozinho.

Vieste e qual cometa já partiste,
Deixando um rastro feito em tanta dor.
Meu coração restando só e triste,
Não tendo mais um sonho a recompor,
Padece, mas teimoso inda persiste,
E tenta cultivar ainda a flor
De uma esperança tola e malfazeja,
E a lança da tristeza me dardeja.

Quem dera se eu tivesse algum motivo
Pra rir e prosseguir a caminhada,
Apenas, tão somente sobrevivo,
Seguindo sem destino a minha estrada
Quem teve no passado um dia altivo
Não sabe o que fazer se encontra o nada.
Tocado pelo vento da tristeza
A dor se alvoroçando põe a mesa.

Mortalha que me cobre, solidão,
Ferocidade plena em suas garras.
Rasgando sem piedade o coração,
Mantendo com firmeza tais agarras
Na crueldade encontra uma razão,
Para firmar com força estas amarras.
Deixando o gosto amargo do vazio,
Rondando com olhar sempre sombrio.

Talvez quem sabe; um dia eu poderei
Falar de uma esperança, quem me dera!
Agora que em seus braços me entreguei,
Não vejo mais as flores, primavera,
De tudo o que pensara, cobicei
Um dia mais feliz, mas esta fera
Felina em ironia não me deixa,
E sinto no meu rosto uma madeixa

De seus cabelos frios, braços fortes,
Carpindo com sorrisos, sem ter pena,
Mudando meu caminho, pr’outros nortes,
Gargalha enquanto louca já me acena,
Promete novamente fundos cortes,
E soberana invade cada cena,
Tristeza, companheira derradeira,
Com certeza, minha última parceira...
Publicado em: 25/09/2008 08:35:41



PENSANDO EM TI
Amor, eu sempre quis de verdade
Amar tanto enobrece
Amor me cura, amor salva, amor é vida.
Amar é pura prece...
Estar tão distante, viver sem paz...
Saudade me maltrata...
Amor venha depressa, me amar demais
Senão amor me mata...
Vem, minha amada,
Te espero agora,
Amor é tudo,
Amor te implora...
Amor nunca pensei
Que eu fosse amar assim.
Amor bate no peito
Amor soberano
No peito não cabe
Amor tudo sabe
Amor que dá prazer
Amor faz viver.
Meu amor de verdade...
Amor que viverei
Em cada novo dia
Toda a eternidade...
Amor nunca me esqueça
Eu te amo
Meu amor, assim.
Amor tão imenso prá mim
Pois que eu sempre te mereça...
Eu quero esse amor infinito.
Amor que é tão bendito
Pois todo grande amor, mesmo aflito,
Em toda sua força é mais bonito!!!!
Publicado em: 26/09/2008 15:03:44

PENSANDO EM TI
Em sonhos modifico o meu destino,
Crescendo a cada dia, amadureço.
Mas guardo este sorriso de menino
Que já sabe da queda e do tropeço.
Aprendo a cada instante e não sossego
Tateio tantas vezes, quase cego..

Povôo de ilusões o dia a dia,
E nisso me defendo contra a morte.
Aprendo com tortura e fantasia
A vislumbrar assim, um novo norte.
Nos passos nos percalços, mão amiga
Que ampara e que garante enquanto abriga...
Publicado em: 28/09/2008 21:10:53
Última alteração:02/10/2008 14:47:25

PENSANDO EM TI
A noite vem chegando de mansinho,
Trazendo os seus dragões
Em pesadelos.
Ó Deus proteja o meu amor
Dos desvios da sorte
Que deixam mágoas como herança;
Proteja contra a ingratidão
Dos homens nem sempre de bem.
Olha por ela,
Vele por nós,
Cordeiros
Entre feras disfarçadas.

Que o Anjo da Guarda não se descuide
Dessa menina...

Entorne a mão pesada da vingança sobre mim
Que estou velho e o meu couro mais espesso.
Virou couraça. Ou mesmo carapaça;
E se eu partir, já passei da hora...

Do amor bebi a me fartar,
Mas a minha menina não.
Ela tem sonhos e eu pesadelos.
Ela tem esperanças me sobrou o precipício.
Ela tem o amanhã. Não sei o que serei hoje.
Ela tem a vida. O resto? Pouco importa...
Publicado em: 30/09/2008 13:31:18
Última alteração:02/10/2008 14:51:37


PENSANDO EM TI
A dor que tantas vezes nos ensina,
Mostrando o sofrimento em vária gama,
E aos poucos, nos tomando, já domina,
Transforma num momento nossa trama,
A vida neste instante desatina.
Destino tão cruel para quem ama.
Tristeza vem chegando em noite fria,
Minha alma se perdendo então, vazia.

A sombra de uma vida já desfeita
Rolando em minha cama, nada sabe,
Apenas sofrimento me deleita
Castelo de ilusões que se desabe
Minha alma sem destino, insatisfeita
Prevê que a vida logo, enfim se acabe.
Tristezas encharcadas de saudade,
Não tenho mais sequer tranqüilidade.

Se nada já me resta neste mundo,
E apenas sobram pedras nesta estrada,
Tomado pelo medo mais profundo,
Não vejo na verdade, quase nada,
Quem dera se eu partisse, num segundo,
A sina em sofrimento, terminada,
Teria pra tristeza um lenitivo,
Mas teimo e, resistente, sobrevivo.

Andando sem destino, estou perdido,
Quem dera se encontrasse um novo norte.
Meu dia vai passando, dolorido,
De tudo só percebo o duro corte
Não posso mais viver ser tem sentido,
A solução; encontro em minha morte.
O fim da longa estrada, o que desejo,
Ainda tão distante... pleno em pejo.

Vivendo sem motivo e sem por que,
Fria desilusão aqui sobrou.
Procuro por teus olhos, mas cadê?
Nem sei mais, na verdade quem eu sou,
Se eu passo numa rua ninguém vê,
Meu barco sem um cais já naufragou.
A lágrima se torna a companheira,
Fiel e mais leal, a derradeira.

Depois de um dia claro, há tantos dias,
Acreditei que fosse então feliz,
Envolto nos carinhos, alegrias,
Sonhando ter o mundo que eu mais quis,
Tempestas que chegaram, fortes, frias,
Mudaram, de repente este matiz
E o céu que fora claro num momento,
Em trevas se entregando. Nuvens, vento.

Amor que um dia fora um estandarte
Deixou ausência imensa como dote,
O sofrimento vem de toda parte,
Não tenho outra palavra como mote.
Ser feliz, talvez, seja uma fina arte
Tristeza de tocaia dá seu bote,
Nas presas tão cruéis desta serpente,
O mundo desabando, de repente...

Acendo o meu cigarro, vou à rua
E não encontro nada na calçada,
Ao me enxergar, distante, foge a lua,
As noites se perdendo, sobra o nada,
E escuridão completa continua,
Não tendo perspectiva de alvorada.
Morrer, quem sabe seja o meu remédio.
Assim terminaria o triste tédio.

Legado de um amor que já partiu,
Deixando tão somente este vazio.
Um sentimento nobre se fez vil,
Matando em duro inverno o meu estio.
Nem mesmo uma palavra mais gentil,
Adoça o coração, tristonho e frio.
Atadas as correntes nos meus pés,
Eternidade encontro nas galés.

Meu barco soçobrando em tempestade,
Perdido neste mar, sem ter um cais,
Procuro quem me ajude, mas quem há de
Salvar um marinheiro que se faz
Distante da esperança, já vai tarde,
Carrega o sofrimento mais voraz
E morre pouco a pouco num naufrágio,
Mostrando o coração, ferido e frágil.

A dor viva lateja no meu peito,
Mortalha que me entranha e não mais larga,
Felicidade ainda é meu direito?
Não posso suportar a dura carga
Do fogo que se invadindo, ganha o leito,
E a voz choramingando já se embarga
Não vejo mais saídas, vou a esmo
E o pesadelo volta, sempre o mesmo...

Sou triste e o meu lamento nunca cessa,
Reflexos num espelho, embotados
Somente a solidão já se confessa.
Os dias se perdendo des’perados.
Nem mesmo uma esperança traz promessa
De tempos mais diversos, de outros prados.
Nada mais me restando aguardo o fim,
Morrendo pouco a pouco dentro em mim.

De tanto que sonhei e nada veio,
Do gosto de uma boca que me escarra,
O rio da alegria perde o veio,
A solidão entranha a fria garra
Penetra bem mais fundo no meu seio,
Atado com firmeza em dura agarra,
Vencido pelas dores, vou sozinho.
Tristeza me acolhendo se faz ninho.

Nos bares da cidade, o lenitivo,
Nesta aguardente amarga, o doce mel,
Apenas me arrastando, sobrevivo,
Distante desta estrela, perco o céu.
O medo me tomando, traz o crivo
Ao ferir a minha alma, tão cruel
Demonstra tão somente o que inda existe
Num coração sombrio, pobre e triste...


Perdendo todo o rumo e sem destino,
Não tendo solução, vago sozinho.
Aos poucos em tristezas desatino,
A vida avinagrando o doce vinho
Sonhado desde os tempos de menino,
Plantando nesta senda, duro espinho.
Seguindo o meu caminho sem belezas,
Apenas escoltado por tristezas...

Meu coração se perde em tanto entulho,
Deixado pelo amor que já perdi,
Estrada povoada em pedregulho,
Caminhos que não levam mais a ti,
Restando tão somente o meu orgulho;
O vento da saudade, eu já senti
Batendo na janela; frio e forte,
Trazendo em sua voz a minha morte.

Meus restos perambulam pelas ruas,
Sarjetas são meus únicos dosséis
Estrelas vão passando, frias luas,
Os sonhos se perdendo em carrosséis
Miragens onde; bela, inda flutuas,
Deixando um gosto amargo, puros féis.
Não posso mais pensar em liberdade,
Distante, vejo morta a mocidade...

Recebo o vento frio no meu rosto,
Na gélida manhã de um novo dia,
Meu peito está sangrando e vai exposto,
Mostrando um canto triste em agonia.
Tomado pelas mãos deste desgosto,
Ausente deste mundo em que eu queria
Ao menos ser feliz por um momento.
Mas nada me restou, somente o vento...

A festa que eu sonhara se acabou,
Estrela dos meus sonhos se perdeu,
Sem nexo e sem destino, sempre vou
Buscando na verdade o que sou eu,
Apenas a tristeza me beijou,
No lábio que pensei que fosse teu.
Uma ilusão perdida, latejando
No dia a dia, lenta me matando...

Quem teve neste mundo algum desejo
E teve em frustração a recompensa,
Pensando num futuro benfazejo,
Encontra a solidão, feroz e densa,
Lembrando em agonia deste beijo,
Deixado no passado, em dor imensa
Percebe que a tristeza, sem receio,
Retira de seus passos todo esteio.

Morrer, eu sei, será o meu remédio,
Não tenho outra esperança senão esta.
O tempo vai passando, e neste tédio,
Apenas solidão fazendo a festa.
A morte a cada dia em doce assédio,
Alento em fantasia já me empresta,
Na podridão do corpo, o meu perfume,
Vou cego bem distante de algum lume...

Querida, estou agora de partida,
Quem sabe inda terei algum alento,
Depois do que passei – amarga vida-
Na morte vejo o fim do sofrimento,
Não tenho, com certeza, outra saída;
O fogo da tristeza queima lento,
No fim, resta o vazio. Menos mal,
Assim; a paz terei. Sim. Afinal...

Calvário em minha vida, solidão,
Arrastando meus pés, perambulando.
O verso derradeiro, vago e vão,
A negritude na alma me tomando,
Procuro tão somente a solução,
Desejo ardentemente desabando
O chão mal cultivado da esperança.
Minha alma das tristezas já descansa.

Quem sabe se outros versos; cantaria
Sorrindo em novos prados mais floridos,
Findando com terrível agonia
Os medos e as angústias já vencidos.
Talvez... Porém é simples fantasia,
Os dias vão passando e combalidos
Só deixam a certeza de que o fim,
Trará tal liberdade para mim.

Dos sonhos de alegria andei alheio,
O nada foi eterno companheiro.
Na verdade não tenho mais receio,
Deste momento nobre e verdadeiro
Aonde se acabando o triste veio,
Eu possa ser eu mesmo, e por inteiro
Falar sem ter temores do que existe
No coração teimoso que resiste.

A solidão feroz à dor obriga,
E faz da minha vida o que quiser.
Apenas o vazio inda me abriga,
Distante do perfume da mulher
Que partindo matou ternura antiga,
Não deixando restar sonho qualquer
Que um dia me permita conhecer
Depois da tempestade algum prazer.

Escadas que me levem aos espaços,
Pegadas entre estrelas e cometas.
De tudo o que sonhei; sequer os traços,
Estradas se mostraram incompletas.
Cigarros devorando, tantos maços,
Tristezas, as amigas mais diletas.
Não tendo outro caminho, vou distante
Dos astros que sonhara, num instante.

Não quero mais viver, nem mais desejo
A boca que sorrindo, me cuspiu,
Da morte vou sentindo o seu bafejo,
Incrível que pareça, mais gentil,
Apenas liberdade ainda almejo,
Mesmo que ela venha em braço vil.
Do pó em que nasci, ao pó eu volto.
Das amarras da vida, enfim, me solto!



Quem teve um dia belo percorrendo
As fontes e as nascentes deste rio,
Percebe quanto é triste, amargo, horrendo,
A seca que o tomou e o fez sombrio.
Do brilho da manhã, raro estupendo,
Apenas me restou triste vazio.
Momento que já fora triunfante,
Termina em solidão mais degradante.

Semente que se aborta em duro solo,
Palavras tão ferinas que se tecem,
Espinhos espalhados no teu colo,
As ervas mais daninhas logo crescem,
Vento tempestuoso onde me assolo,
Apenas as tristezas resplandecem.
As nuvens vão surgindo no horizonte,
E o rio vai secando em sua fonte.

As urzes se espalhando em quantidade,
Vazio no meu peito já se encerra,
Não posso mais saber felicidade,
O mundo se transforma em dura guerra,
A dor da solidão, cedo me invade,
Minha alma sem destino vagando, erra,
Manhã que prometia ser tão clara,
Secando o meu pomar em fruta amara.

Tristeza vai tomando a minha veia,
Deixando a minha estrada, suja e cega,
Nem mesmo uma esperança inda refreia,
Pois nela uma alegria já se nega,
Mortalha que recobre me incendeia,
O mar de uma tristeza se navega,
Naufrágio prometido se aproxima
Amor encontra em dor, perfeita rima.

Eu sinto que não tenho mais saída,
Entrego-me sem lutas, afinal.
Se nada mais encontro nesta vida,
Aguardo a paz bendita do final.
Até que a morte venha e se decida,
O coração sangrante em abissal
Tormento, vai brincando de bater,
Teimoso só aumenta o meu sofrer.

Beijar a tua boca, ser só teu...
Uma ilusão perdida no passado,
Restando tão somente a treva, o breu.
Amargo a sensação do duro fado,
Meu barco nos teus braços se perdeu,
Há tempos, sem ter porto, naufragado.
A tarde vai passando, e nada vejo.
Sequer um brilho claro, um relampejo.

Amar é ser feliz! Leda mentira.
Apodrecendo aos poucos. Nada tenho.
Meu sol já não rebrilha, negra pira.
Apenas o vazio mostra empenho,
Vida sem timoneiro, vaga, gira,
Distante da ilusão já não retenho
O gosto da alegria nem lembrança.
Apenas a tristeza inda me alcança.

Mulher que se mostrara redentora,
Estrela fugidia. Desistiu.
Mariposa noturna foi embora
Tão logo uma alvorada, enfim surgiu.
Deixando uma saudade que se aflora
No coração sem leme, triste e vil
Quem dera se pudesses ver a luz
Seria bem mais leve a minha cruz.

Amigos? Não os tive nem conheço,
Nos bares da cidade, o meu abrigo.
No espelho deformado eu reconheço
Meu rosto. Mas, mirá-lo, eu não consigo,
Medonha garatuja, qual gracejo;
As dores nestas rugas tatuadas,
Marcando as mais diversas derrocadas.

Meu canto mais tristonho e mais leal,
Aborto de esperanças; nada levo,
Apenas a agonia, essa é real,
Um resto de alegria? Não me atrevo.
Das lágrimas um mar imerso em sal,
Nem mesmo a fantasia; inda conservo.
Nos rincões de minha alma, a solidão.
Meus olhos vão perdidos na amplidão...

Cegueira dentro da alma. Resta o quê?
As mãos que me tocaram já se foram,
No nada em me crio, o fim se vê.
As horas mais ingratas me decoram,
O peito vai exposto e já se lê
As dores que teimosas se demoram
E restam como emblema, cicatriz.
Jamais eu poderia ser feliz.

Cravadas tuas garras, asfixia;
Dilacerando fundo, sem defesas.
Ausência de uma luz, estrela guia,
Sentindo bem profundas, firmes presas,
A vida vai passando mais sombria
Nas horas sem carinho, frias, tesas.
Fragilizado busco na aguardente
Um doce lenitivo simplesmente.

A chuva vem caindo, devagar,
Minha janela aberta, sinto o vento
Roçando os meus cabelos. Navegar
Por mares mais felizes, num momento,
Mas nada, com certeza vai livrar
O coração do enorme sofrimento
Causado pela dor de tua ausência,
Ferindo mais profundo em inclemência.

Paixões que conheci, apenas sonhos.
As flores do jardim, apodrecidas.
Os cantos que me tocam, são medonhos,
Apenas traduzindo as despedidas.
Meus olhos encharcados, tão tristonhos,
As esperanças morrem, vão perdidas.
Levaste quando foste; o coração.
A vida se perdeu num simples não...




A dor de uma saudade quando entranha
Não deixa mais espaço para nada,
Tristezas percorrendo em fria sanha,
Matando em nascedouro uma alvorada.
Se agigantando torna-se tamanha
Que deixa nossa vida transtornada.
Tristonho; não concebo outro universo,
Apenas o vazio tão perverso.

As nuvens vão nublando todo o céu,
Meus cantos em total melancolia.
Azedando decerto o doce mel
De um sonho que se foi em agonia.
O gosto deste beijo amarga em fel,
A noite desabando em neve, fria.
O pranto vai rolando de meus olhos,
Cultivo no meu peito, estes abrolhos.

Ouvindo o canto triste, um tango, um blues,
Arpejos de um lamento que não cessa.
Ausente da esperança; vou sem luz,
Tristeza no meu peito se confessa,
Das mágoas, a agonia reproduz
E a vida transcorrendo vai sem pressa,
A noite nunca passa, o dia morre,
Nem mesmo a fantasia me socorre.

Do nada em que nasci, somente sinto
O gosto em podridão da cusparada,
Em lúgubre matiz, eu já me pinto,
Rondando sem destino na calçada,
O sangue que se escorre, pouco tinto,
Desta alma que se entrega, anemiada.
Sem nada que me impeça, vou à tona,
Apenas a tristeza inda me abona.

Os vermes me espreitando, carne farta,
O gozo de morrer já se aproxima.
Minha alma desejosa quer que eu parta
Mostrando pela morte tanta estima.
Resquício de esperança se descarta,
Não tendo mais amor que enfim reprima
A dor de ser senhora de meu canto.
Desfaço meu caminho em duro pranto.

Nas cordas da guitarra, a voz medonha,
De um velho cantador que me dizia
Que a vida só se dá para quem sonha,
E busca num amor, a melodia.
Mas a alma sem juízo, vai tristonha,
E encontra seu amparo na agonia.
Nos becos e botecos da cidade,
Distante da possível liberdade.

Imensidão de um mar, dura procela,
Abortos de caminhos mais suaves.
O medo de viver já se revela
Percorre em migração, tristonhas aves
Singrando os oceanos vai sem vela,
Alçando espaços segue em podres naves.
A derrocada chega de mansinho,
Na ausência de calor e de carinho.

Estrelas em cardumes; adivinho,
Pululam nos meus sonhos, mas que faço?
Seguindo passo a passo, vou sozinho,
Das trevas e dos breus, um firme abraço.
Avinagrando o outrora doce vinho,
Rebento com a vida, todo laço.
A cada nova curva desta estrada,
Vislumbro tão somente o mesmo nada.

Tristeza, companheira predileta,
Receba o meu carinho mais audaz.
Quem dera se eu pudesse ser poeta
Talvez tu não serias tão voraz.
Tivesse em minha vida, enfim, por meta
A mansidão suprema feita em paz.
Mas meu mergulho é sempre o mesmo: igual;
Rolando pelo espaço sideral.

As marcas do que fui, não reconheço.
Sobraram simples urzes mais daninhas.
Sangrando em minhas pernas, o tropeço.
Dos medos, minhas dores são vizinhas,
Um resto de ilusão, tudo o que peço.
Voando em liberdade, as andorinhas
Dos sonhos inda podem vislumbrar
Quem sabe, noutro canto, algum lugar.

Os dentes da pantera vão expostos,
Lambendo minha face, a dura fera,
Depois de tantos medos e desgostos,
Não tenho as ilusões da primavera.
Tristezas e saudades tomam postos,
Transformam minhas horas em quimeras.
Distante da alegria e do perfume,
Falena vai morrendo sem ter lume...

Corsário desespero invade o barco,
Destrói tudo o que vê, não deixa nada.
As dores no meu céu descrevem o arco
Impedem ressurgir numa alvorada
O sentimento nobre embora parco
De uma manhã quiçá ensolarada.
Encontro em negra nebulosidade
A fria sensação, cruel verdade.

Nem mesmo os ópios santos feitos sonhos,
Permitem algum traço de esperança.
Os olhos que se espelham são medonhos,
Matei, no nascedouro uma criança,
Em dias infelizes e bisonhos,
A solidão se arvora e na lembrança
Tua fotografia, uma navalha,
Que toca bem mais fundo e me retalha.

Meu corpo se entregando na batalha,
Não vendo outra saída, se esquarteja,
Recebe como abrigo esta mortalha,
O sangue em podridão logo poreja
A vida não passou de simples tralha,
Somente esta tristeza inda me beija
E crava em minhas costas finos dentes,
Tornando os dias vãos, pobres dementes...
Tristeza de uma seca nordestina,
Tocaia da saudade me esperando.
O medo me aguardando numa esquina
Fuzil e cravinote preparando,
Mudando de repente a minha sina,
As lágrimas descendo vão aguando
O solo da caatinga, em aridez,
Tomando sem perguntas, lucidez.

Tristeza de quem sabe que perdeu
O rumo em sua vida desditosa.
Fogueira das saudades acendeu
A fome de viver vai desairosa.
Matando em nascedouro, traz o breu
O cardo em tanto espinho, nega a rosa.
Uma sanfona chora a melodia
Criada em tom menor, pura agonia.

Os olhos de quem quero, não voltaram
Nem mesmo uma asa branca me salvou.
Os verdes da esperança já secaram,
Açude dos meus sonhos se acabou.
As pedras no caminho me encontraram,
Apenas duro espinho o que sobrou.
No aboio bem distante, sou o gado,
Perdido nesta seca, desgraçado...

Os ermos do caminho são meus guias,
Pegadas não encontro nesta areia,
Das flores que plantei, só fantasias,
Deserto me impediu qualquer sereia,
As noites sem luar, seguem vazias,
A morte sorridente me rodeia
E mostra esta tristeza companheira,
Mulher em minha, derradeira.

São tantas as promessas que já fiz,
Em procissões segui, olhar distante,
Quem dera se eu pudesse ser feliz,
O dia nasceria radiante,
Da dor teria simples cicatriz,
A paz me tomaria num instante,
Porém a vida crava a sua garra,
Verão segue inclemente em clara barra.

Os filhos dos meus sonhos, pesadelos.
Carrego tantas mortes no bornal.
Os dias prometidos; como vê-los
Se o nada vem voltando no final,
Morena; tão distantes teus cabelos,
Na seca do meu peito, temporal.
Recebo a ventania no meu rosto,
Ardência se transforma num desgosto.

A seca destruindo a paisagem,
Apenas pedregulhos e mais nada,
Sorriso já não passa de miragem,
Sem rumo, vou seguindo a dura estrada,
Pressinto no final desta viagem
A mata que me resta, derrubada,
Quem dera se o sertão virasse mar,
Porém prevejo o mar a se secar.

O canto tão tristonho do urutau
Espalha o sofrimento sobre a terra,
A solidão coloca a pá de cal
E a vida, sem ninguém, assim se encerra.
As roupas não secaram no varal,
O medo de sonhar mais forte berra
E traz uma agonia a cada noite,
Tristeza me queimando como açoite.

O gado vai morrendo em tanta sede,
Sem ter uma esperança, também morro,
Retrato de quem amo na parede
Não serve nem sequer como socorro,
A morte me levando em uma rede,
Distâncias inclementes eu percorro
E vejo no final, só a tristeza
Companheira dileta de meus dias,
Tocando sobre mim as mãos tão frias.

Um dia imaginei que enfim, pudesse
Ter a felicidade que sonhara,
Porém nada valeu a minha prece,
E a sina se mostrando mais amara,
Vazio no meu peito se oferece
E a mão que conhecera, desampara.
Refém de um sentimento sem guarida,
Perdendo as ilusões, perdi a vida.

Na plantação dos sonhos, que eu agüei,
Usando uma esperança como enxada,
Secando toda flor que ali plantei,
Depois de tanto tempo não deu nada,
De tanto que eu pedi, tanto rezei,
A voz que me restou, vai embargada.
Quisera esta alegria de poder
Ao menos um sorriso recolher.

Merenda da esperança, uma alegria,
Um riso de mulher, um colo amigo.
Não tendo mais estrela vou sem guia,
A cada encruzilhada, outro perigo,
Outra sina, quem sabe eu merecia,
Mas como se lutar nem mais consigo.
Tropeiro coração perdendo o rumo,
Não sabe desta fruta mais o sumo.

Partindo pr’outras terras, talvez tenha
Um pouco a mais de alento em minha vida.
Mudando minha história, outra resenha,
Aonde a minha sina distraída,
Permita que eu descubra qual a senha
Que deixe vislumbrar uma saída.
Quem sabe... Mas não creio mais em sorte,
Adoço minha boca, mel da morte.

Somando as minhas dores, desatinos,
Tristeza que conheço, vai sem fim.
Dos pássaros não sei sequer os trinos,
A seca permanece dentro em mim.
Os dedos da esperança são bem finos,
A boca da saudade é carmesim,
O fardo que carrego, eu não suporto,
Na morte encontro enfim, amado porto...


Falar desta tristeza que me toma
Depois de ter vivido uma alegria,
É como dividir antiga soma,
Matar o que melhor em mim havia,
Não tenho nem sequer uma redoma
Que possa proteger em noite fria.
Partindo para o nunca, sem talvez,
Perdendo totalmente a lucidez.

Ser triste, na verdade é meu destino,
Não tendo mais escolha, o que fazer?
Melancolia eu trago de menino,
Jamais reconheci outro poder
Senão da dor na qual me desatino,
E sinto patológico prazer.
Padeço do vazio que inerente,
Nem mesmo uma alegria me consente.

Sorrisos não disfarçam minhas dores,
Apenas mitigando o sofrimento.
Secando o meu canteiro, mato as flores,
Fadado ao tão cruel esquecimento
O céu que me cobriu em tristes cores,
Queimando num mormaço segue lento.
Sem marcas no caminho vou ausente.
E a noite já desaba, de repente.

Partido, o canto morre na alvorada,
Castigos eu recebo em tempestade,
De tudo o que sonhei, não restou nada,
O dia não conhece claridade.
Perdendo todo o rumo desta estrada,
Apenas encontrei a falsidade;
Carpindo minha vida, quem me dera,
Pudesse remoçar em primavera.

Azedume, eu encontro em cada beijo,
Sem lume, vou seguindo, busco o sol,
O fim do meu caminho, eu já prevejo,
Na solidão imensa de um atol,
A morte, eu reconheço, é meu desejo,
Meu barco não conhece mais farol
E segue num naufrágio sem ter volta,
A vida traz apenas a revolta.

Nas cinzas de um cigarro, me retrato,
Jogado em algum canto, ninguém vê,
Cuspindo com vontade no meu prato,
A solidão se mostra sem por que;
Sorriso me parece desacato,
Procuro algum motivo, mas cadê?
Coração vagabundo não percebe
Espinhos que proíbem qualquer sebe.

Meu verso vai disperso e sem sentido.
Tristeza se mostrando mais fiel.
O mundo no meu peito, ressentido,
Demonstra em gosto amargo, quanto fel
Derramado na boca. Vou partido,
E nisso não encontro luz e céu.
Perdoe o desalento em que me faço,
Desculpe se não posso e nem disfarço.


Amores esquecidos no passado,
As prateleiras pesam, não suportam,
E o leite pelo chão vai derramado,
Meus barcos buscam cais e não aportam,
Não posso mais fugir do triste fado;
Somente estas tristezas já comportam
Os olhos que não têm sequer o brilho,
A dor se transformou em estribilho...

Não tendo mais desculpas, sigo só,
Vagando em noite tensa, sem a lua,
Não peço e nem desejo mais a dó,
Destino de quem sofre, andar na rua,
Voltar a ter somente o fino pó,
A saga em solidão já continua,
Quem sabe noutro canto, a redenção,
Cansei de ouvir somente o mesmo não.

Coração traz o lamento como sina,
Narcotizado sigo o meu caminho,
Quem dera se fechasse esta cortina,
Receberia enfim algum carinho,
A morte companheira, me domina
E entranha no meu peito, faz seu ninho,
Um pássaro sem asas, sem alento,
Entregue à toda força deste vento...

Sereia dos meus sonhos... mar disperso.
Ventania rajando nos umbrais.
Cometa vai perdido no universo,
Sem ter uma paragem; pois jamais
Terá o gosto manso e mais diverso
Do ancoradouro feito em doce cais.
Procuro pela paz, e não a vendo,
Aos poucos sem ninguém, sigo morrendo...


Tristezas, desalentos, agonias.
Amigas, companheiras dos meus sonhos.
Quem teve nalgum tempo, fantasias,
Já sabe pesadelos mais bisonhos,
As noites vão passando tão vazias,
Momentos tão difíceis e tristonhos.
Somente uma tristeza sempre vem,
Lembrando que não tenho mais ninguém...

Nasci para sofrer, isso eu não nego,
Talvez sobreviver, seja esta meta
Que dentro de minha alma, eu já carrego,
E toda esta amargura me completa,
Destino de quem segue sempre cego,
Sem amanhã, estrela predileta,
Lamentos se repetem, vou vazio,
Tocado pela mão de um vento frio.

Quem dera se encontrasse algum estio
Depois do duro inverno/eternidade.
Mas nada além do canto mais sombrio,
Distante da provável liberdade.
Fantasmas e correntes; sempre crio,
Jamais conhecerei felicidade.
A dor que me devora, tão voraz,
Negando a cada dia, a minha paz...

Qual fora prisioneiro de um desdém,
Encontro em meu caminho a triste dor,
Procuro o tempo todo por alguém
Que um dia demonstrasse algum amor,
Somente este vazio, chega e vem,
E a solidão de novo a recompor
O quadro em desespero que pintei,
Nos sonhos mais ferozes que eu sonhei.

Quem teve a fantasia como lei,
Depois de tantos anos não se engana,
Castelos de esperanças eu criei,
Tristeza se fez forte e soberana,
Sozinho, no vazio desabei
Tormenta que me toma, desumana.
Buscando as mansas mãos de quem me queira
Apenas a tristeza, companheira.

A noite se mostrando derradeira,
Trazendo em lua cheia, algum resquício
De um tempo onde ilusão foi verdadeira,
Bem antes do terrível precipício
Que espelha em minha face, dura beira,
Falando de um amor, que eu sei fictício.
Morrendo o meu jardim, sem ter mais viço,
Apenas um sorriso, inda cobiço.

Meu coração se faz quase um cortiço
Aonde se misturam esperanças
E dores num sonhar quase mortiço,
Sabendo que lá fora em belas danças
O mundo que eu desejo e até cobiço,
É feito em amizades, alianças.
Refém desta tristeza, vou sozinho,
Encontro na saudade, último ninho.

Beber de uma alegria o doce vinho,
Quem dera se eu pudesse. Quem me dera!
Tentando em serenata, com meu pinho,
Espreito a solidão, terrível fera,
Prossigo na desdita- meu caminho-
Distante da improvável primavera.
Apenas uma lágrima traduz
O quão é inconstante a minha luz...

O medo quando em dores reproduz,
Aumenta o sofrimento de quem teme.
Carrego num lamento a minha cruz,
Meu barco vai sem rumo e perde o leme,
Apenas a tristeza me conduz.
E toda uma esperança, morre, treme,
Não tendo mais ninguém, o que fazer?
Cansado disto tudo, é bom viver?

Sabendo que não tenho mais prazer
Vislumbro com certeza em minha morte,
O vento que desejo receber,
Pois sei que cicatriza qualquer corte,
E nela, já consigo conceber,
O toque tão macio embora forte.
Depois de tantos anos, solidão,
Percebo que encontrei a solução...

Tão cansado de ouvir somente o não,
Recorro aos meus momentos de alegria.
E sonho estar dançando num salão
Ao lado desta estrela que foi guia,
Porém ao acordar retorno ao chão,
Estrela já se foi, feroz e fria.
Meus últimos momentos eu prevejo,
Terão a sensação de um doce beijo...

Olhando o teu olhar, num relampejo,
Percebo por que foste; logo, embora,
Faiscando sobre mim, frio lampejo,
De toda a situação se fez senhora,
Mostrando num sorriso o quanto pejo
Sentias pelo beijo que devora
A boca de quem ama. E sem ninguém,
Mereço na verdade, o teu desdém...

Olhando para longe vejo além
Das nuvens que emolduram o meu céu.
Não tendo mais caminho, perco o trem,
E o mundo desabando vem cruel,
Quem dera se eu pudesse ter alguém,
Deitando em minha cama, meu dossel.
Teria novamente o meu sorriso,
A morte não seria o paraíso...

Perdendo totalmente o meu juízo,
Não quero mais saber, não me interessa,
Apenas não suporto o teu sorriso,
Que queima em minha pele, me atravessa
Com toda crueldade, vai preciso,
E toda uma esperança logo cessa,
Deixando tão somente o sentimento
Do nojo de viver. Do sofrimento...

Meu canto se transforma num lamento
Neste triste lamento de quem ama.
Tocado pela dor, eu me atormento,
Revolta se transborda em dura chama,
Não posso mais saber deste tormento
Que invade toda noite a minha cama.
Ao fechar o meu canto, despedaço,
Rasgando com firmeza cada laço.

Não quero mais seguir-te passo a passo,
Tampouco quero o gosto de outra boca,
O sonho de esperança, eu já desfaço,
A voz se embaralhando sai mais rouca,
E o dia se perdendo em cada traço,
A morte se apresenta e assim se aloca
No coração vadio, em minha mente,
Tomando o meu destino, faz-se urgente.

Vagando a noite inteira qual demente,
Não tendo mais um porto, perco o siso,
Entregue ao meu destino, que inclemente,
Já sabe do que quero e mais preciso,
Entranha no meu corpo, totalmente,
Cuspindo em tua face, em teu sorriso,
Que é o mesmo que encontrei, e está exposto
Na morte, desenhado no seu rosto...

Tomado pela dura sensação
Do medo que me invade o sentimento,
Distante, bem distante da ilusão,
Percebo da tristeza o frio vento,
Rondando em treva imensa o coração,
Meu canto se transforma num lamento.
Rasgando a minha pele, vai sangrando,
Aos poucos sem perdão irá matando.

Não vejo nem percebo desde quando
A dor de uma tristeza me invadiu,
Castelo dos meus sonhos desabando,
Tormenta me tocando, forte e vil,
O mundo num momento desandando,
O canto que eu sonhara já sumiu
Deixando este vazio no meu peito,
O rio se perdendo do seu leito.

Viver e ser feliz de qualquer jeito,
Sorrindo para a vida, simplesmente,
Outrora, com certeza foi meu pleito,
Perdido, sem ninguém, completamente
Jogado no caminho, insatisfeito,
Eu crera ser possível finalmente,
Saber de uma alegria que não veio,
Agora me restou duro receio

Do olhar em despedida, frio, alheio,
Da moça que não soube me esperar,
Distante da beleza de seu seio,
Percorro a vida inteira num vagar,
Busco sem resultados algum meio
Que possa este mistério decifrar,
A solidão se fez e num rompante,
Meu mundo desabou no mesmo instante.

Quem foi de uma esperança, amigo, amante,
Percebe quanto dói uma saudade,
Ardendo no meu peito, flamejante,
Denota a mais completa falsidade
De quem matou em sonho delirante
O dia, já negando a claridade.
Apenas a tristeza inda cultivo
E dela só por ela, eu sobrevivo.

De todas esperanças eu me privo,
Pois tenho uma certeza que não cala,
Do quanto é necessário ser altivo,
Porém uma tristeza rude, fala
E deixa o coração, pobre cativo,
Exposto na vitrine, em fria sala.
Mulher por que tu foste e não mais és,
Jogo meus olhos cegos aos teus pés.

O barco que navega sem convés,
O rio que em cascatas perde a foz,
O mundo se mostrando de viés,
Tristeza companheira feita algoz,
Jogado sem perdão vou às galés
E nada mais encontro dentro em nós.
Somente este vazio que me beija,
A morte sem desculpas se deseja.

A dor que no meu peito inda lateja
Decora cada verso que eu fizer,
De toda esta alegria que se almeja
Apenas a tristeza, uma mulher,
Que morde e dilacera enquanto beija,
Fará sempre comigo o que quiser.
Meu coração um pobre vagabundo,
Mortalha que me veste num segundo.

Quem teve um sentimento mais profundo
Amores e desejos; encontrou,
Nos mares da tristeza eu me aprofundo,
Meu barco sem ter leme naufragou,
De uma tristeza imensa eu já me inundo,
De tudo o que sonhei, nada restou.
Nem mesmo tua imagem refletida
No fundo da retina, distraída...

Quem dera se eu pudesse, em nova vida,
Saber de uma delícia que não vem.
A marcha de meus pés se faz perdida,
Não tenho mais vontade de outro alguém.
Jogado pelas ruas, minha lida,
Retrata a vida longe de algum bem.
A morte me rondando, já prepara
A sobremesa, dura, triste, amara...

Chibatas me cortando, cicatrizes,
As feridas, escaras, fundas chagas,
Vivendo tão somente em duras crises,
Rondando a minha cama, tristes pragas,
Não tendo mais saída, nos deslizes,
As facas me penetram, as adagas,
Mortalhas que vesti para esta festa,
O luto do vazio, o que me resta...

A dor à solidão assim se empresta
Mais uma vez encontro o sofrimento,
Entrando no meu peito, arromba a fresta
Tormenta que me invade num momento,
Feroz, no coração já faz a festa
E deixa uma tristeza em testamento
Separações, as perdas, minha sina,
Agonia terrível, assassina.

Andando a noite inteira na neblina,
As nuvens que me cobrem, sempre densas,
Apenas a mortalha descortina
Numa atroz ironia, as recompensas
Lançadas num tormento a cada esquina,
Sangrando em tempestades tão imensas.
O nada que recebo de teus olhos,
Brotando em flores tristes, tantos molhos...

Apenas a tristeza, segue assim,
Levando o barco até o ancoradouro,
Rasgando o que restara, enfim, de mim,
E como fosse um tipo de tesouro,
Invade todo o tempo o meu jardim,
Até que a morte venha e num estouro
Rebente esta represa, aliviando,
A dor há tanto tempo me inundando...


Distante da alegria de outras eras,
Assim como vivesse em outra vida,
As dores que me tomam, tão severas,
Preparam minha noite sem saída,
Quem dera se encontrasse primaveras,
A vida poderia ser querida,
Mas nada do que tenho, me convence
E esta tristeza imensa sempre vence.

Quem sabe uma esperança recompense
Os dias que passei, farta tristeza,
Não tenho mais ninguém em que inda pense,
A noite vai caindo sem beleza.
No final desta história a dor já vence
E nada sobrará por sobre a mesa,
Nem mesmo um resto podre do que fui,
O rio feito esgoto sempre flui...

Lágrimas no rosto vão salgando,
O sangue se escorrendo pela boca,
Malditas as imagens me tomando,
Sonhos desgraçados, vida louca,
De tudo o que quisera quando e quando,
Não resta quase nada, a dor se aloca
E toma cada parte do meu ser,
Até que possa enfim, apodrecer.

Bebendo do veneno que me dás
Com teu sorriso falso, mentiroso.
Quem busca na batalha achar a paz,
Não pode conhecer o fino gozo
Que o amor em fantasia sempre traz
Num sonho delicado e fabuloso.
Porém só tenho o nada como herança,
Distante, nem percebo a louca dança;

Formada pelos sonhos de esperança
Atada em maviosa redenção,
A vida nada mostra na lembrança,
Apenas o vazio, a solidão.
Somente da tristeza esta fiança
Que grita no meu peito, em aflição.
Rasgado pelas garras da tristeza,
A vida se perdendo em incerteza.

Falena que se perde em triste lume,
Jogado pelas ruas, botequins,
Distante da beleza e do perfume,
Morrendo em dura seca os meus jardins
Apenas me restando este queixume
Os meios justificam tristes fins?
Aguardo no meu canto a fria morte,
Quem sabe não demore, espero a sorte.

Transformado no nada, sem remédio,
Eu não tenho outra opção senão morrer
Num tiro, solidão, ou simples tédio,
E nada poderá mais me conter.
A dor já se aproxima, em seu assédio,
Não posso prosseguir. Sem ter prazer
Me resta tão somente um verso insano,
Mostrando em meu caminho, o abandono.

Adeus, palavra amarga e repetida,
Qual fosse um estribilho, meu refrão,
Perdendo uma razão, esqueço a vida,
Deixando para a morte a solução.
Até que meu destino se decida,
Arrasto os pés feridos pelo chão.
E marco com meu sangue esta jornada,
Espero ao fim da tarde a derrocada.

Sem ter amigos, sonhos, esperanças,
Sigo vazio, amargo em puro fel,
Meus olhos vão perdidos, duras lanças
Alçadas sem destino pelo céu,
As águas que já foram bem mais mansas,
Recebem ventania tão cruel
E nessa tempestade, ventania,
Meu peito se esvaindo na sangria.

Um dia, com certeza, mais feliz,
Os vermes me beijando com carinho,
Terei a paz que tantas vezes quis,
Guardado nesta campa, belo ninho.
A morte mostrará novo matiz,
Quem sabe nela encontro o meu caminho.
No túmulo terei, tenho a certeza,
Um único lampejo de beleza.

Morto, renascendo em outro espaço,
Deixando uma tristeza para trás,
Percebo finalmente um belo traço
De um tempo mais feliz, já feito em paz.
Depois de tanto tempo, sem cansaço,
Concebo noutro espaço ser capaz
De pelo menos ter algum sorriso,
Talvez isso denote paraíso.

Meus rastros pela vida? Não deixei,
Apenas o sorriso me tocando,
De tanto que na vida eu já chorei,
Agora em minha morte, relembrando,
Pressinto que talvez nela eu terei,
O dia que se foi, sempre sonhando
Com festas, alegrias, amizades,
Na escuridão da campa, claridades...

Perdoe se demonstro esta agonia,
De quem só conheceu farta tristeza,
Morrendo pouco a pouco a cada dia,
Deixando para trás qualquer beleza,
Amargura invadindo a poesia
Solidão colocando então a mesa,
Não deixa mais que eu cante de outra forma,
Se a vida por si só já me deforma.

No quanto pude crer, eu te garanto,
Que até sonhei possível ser feliz.
Nos olhos vai rolando farto pranto,
E o nada me tomando já prediz
Distante da magia de um encanto,
Restando tão somente a cicatriz
No peito que se fez apaixonado,
E há tanto tempo, triste, abandonado...


Sabendo que andei só na vasta estrada
Que leva ao pensamento uma alegria,
Tristeza vai chegando disfarçada
Irrompe furiosa em agonia,
Deixando não restar mais quase nada,
Tornando a minha vida bem mais fria.
Tristeza de saber que fui feliz
E agora vou vivendo por um triz.

Palavras que escutei de amor imenso,
Não foram, nem sequer realidade.
Meu dia se perdendo, frágil, tenso
Matando em nascedouro a liberdade.
O fogo da paixão, queimando intenso,
Morreu mal começou num fim de tarde.
Deixando duras sombras no caminho,
Agora vou medonho, estou sozinho.

Vieste e qual cometa já partiste,
Deixando um rastro feito em tanta dor.
Meu coração restando só e triste,
Não tendo mais um sonho a recompor,
Padece, mas teimoso inda persiste,
E tenta cultivar ainda a flor
De uma esperança tola e malfazeja,
E a lança da tristeza me dardeja.

Quem dera se eu tivesse algum motivo
Pra rir e prosseguir a caminhada,
Apenas, tão somente sobrevivo,
Seguindo sem destino a minha estrada
Quem teve no passado um dia altivo
Não sabe o que fazer se encontra o nada.
Tocado pelo vento da tristeza
A dor se alvoroçando põe a mesa.

Mortalha que me cobre, solidão,
Ferocidade plena em suas garras.
Rasgando sem piedade o coração,
Mantendo com firmeza tais agarras
Na crueldade encontra uma razão,
Para firmar com força estas amarras.
Deixando o gosto amargo do vazio,
Rondando com olhar sempre sombrio.

Talvez quem sabe; um dia eu poderei
Falar de uma esperança, quem me dera!
Agora que em seus braços me entreguei,
Não vejo mais as flores, primavera,
De tudo o que pensara, cobicei
Um dia mais feliz, mas esta fera
Felina em ironia não me deixa,
E sinto no meu rosto uma madeixa

De seus cabelos frios, braços fortes,
Carpindo com sorrisos, sem ter pena,
Mudando meu caminho, pr’outros nortes,
Gargalha enquanto louca já me acena,
Promete novamente fundos cortes,
E soberana invade cada cena,
Tristeza, companheira derradeira,
Com certeza, minha última parceira...

A noite vem trazendo esta tristeza
Que entorna no meu peito em tempestade,
Quem dera se eu pudesse ter certeza
Do amor com quem sonhei, da claridade.
A vida então teria tal leveza
Que eu poderia ter felicidade.
Mas nada do que dizes me convence,
O medo deste amor, no final vence.

Melancolia toma a madrugada,
Restando tão somente o vento frio.
De tudo o que preciso, tenho o nada,
O coração se perde e vai vazio.
Ausência da mulher querida, amada,
Futuro se apresenta mais sombrio.
As emoções tomando a minha noite,
Latejam no meu peito, duro açoite.

Recebo a ventania no meu peito,
Aberto e tão propenso ao sofrimento.
Quem dera se eu pudesse, satisfeito
Sair e sem temor beber o vento,
Acalmaria a dor e de algum jeito,
Cessaria cruel e vil tormento.
Mas tenho tão somente esta certeza
Do canto que hoje escuto, de tristeza.

Vergastas da ilusão cortaram tanto,
As marcas que ficaram, tatuagens,
Procuro pelas ruas algum canto,
Não vejo nada além destas miragens
Morrendo pouco a pouco em desencanto,
Quem sabe encontrarei noutras paragens
Motivos pra sorrir e pra cantar,
A vida vai passando devagar...

Sabendo do final deste caminho
Não tenho mais sequer uma alegria.
Certeza de que irei, e vou sozinho,
Rompendo bem mais forte em agonia.
Não resta mais sequer sabor do vinho
Que um dia inebriou-me. Fantasia.
Talvez possa dizer do verso triste,
Que vivo no meu peito, inda persiste.

A voz vai embargada pela dor,
Sorriso tão sarcástico; eu pressinto.
O céu se revelando em turva cor,
Distante do prazer de um bom absinto
Apenas solidão vem me propor
A dança em que cruel, mais nada eu sinto,
A morte talvez seja a redenção,
Não vejo em minha vida solução.

Meu verso derradeiro vai mostrando
O quanto minha sina foi venal.
Meu mundo em tristezas desabando,
Carrego este vazio no bornal,
O coração pesado em contrabando,
Espera a morte e quer este final.
Caminho e não resisto à correnteza,
Entrego-me aos furores da tristeza...
Publicado em: 01/10/2008 18:39:14
Última alteração:02/10/2008 13:45:17


PENSANDO EM TI


Tu sabes quanto eu quero
Tua pele morena
Deitando com veneno
Prazer que louco acena

Vestindo de loucura
Invisto sobre ti,
Desnudo inteiramente
Delícia sei aqui

No corpo mais perfeito
Na boca mais audaz,
Amar sem ter limites
Do jeito que se faz

Quem sabe não demora,
E vem logo afinal,
Pois tem esta certeza
Lúbrica e sensual

Depois em sobremesa,
Sorver a maravilha
Que posta sobre a cama,
Já doura a bela trilha.

Eu quero possuir
Um corpo delicado
Da morena bonita
Sem medo e sem pecado,

Sangrando esta vontade
Que não mais termina,
Encontrar meu tesouro
Guardado em tua mina...
Publicado em: 02/10/2008 11:59:16
Última alteração:02/10/2008 13:39:07



PENSANDO EM TI
Nunca mais saber teu nome,
Nem querer te conhecer,
Preferia, assim, viver,
Sabendo que tudo some,
Vivendo amor sem ter fome,
Nem escolhendo parada,
Devorando a madrugada,
Da poeira, companheiro,
Seguindo esse mundo inteiro,
Sem ter medo, sem ter nada!
Publicado em: 21/10/2008 15:54:30
Última alteração:29/10/2008 16:57

PENSANDO EM TI
Meus olhos de teus olhos revestidos,
Trazendo dias mansos, demarcados
De todos os temores já despidos
Vencendo mares loucos, sobraçados,
Tocando mais profundo os meus sentidos,
Meus versos de teus olhos namorados.
Em sonhos vou teu corpo navegando
De luzes magistrais me decorando.
Publicado em: 27/10/2008 17:45:37
Última alteração:02/11/2008 20:3




PENSANDO EM TI
A tela
Em que se atrela
Desejos
Aguçados
Açudes
De esperança...
Publicado em: 29/10/2008 14:07:01
Última alteração:02/11/2008 20:27:12


PENSANDO EM TI
Eu quero me encontrar
Contigo nesta festa
Depois vou desfrutar
De tudo o que me resta,
Não vou querer parar,
Aí o trem não presta...

É fogo que não passa,
Bombeiro? Sai correndo.
Se eu for a tua caça.
Não tem ninguém nos vendo,
Vem logo e assim me amassa
Que a chama vai ardendo...

Tem criança acordada...
Também o que fazer?
Na mata incendiada
Começando a ferver
A pele arrepiada
Gemidos de prazer...
Publicado em: 30/10/2008 10:30:54
Última alteração:02/11/2008 20:28:23

PENSANDO EM TI
Canta livre um passarinho
Encontrando a liberdade
Da alegria faz seu ninho
Canta livre um passarinho,
Mas não canta mais sozinho
Quando vê felicidade.
Canta livre um passarinho
Encontrando a liberdade.

Tendo enfim felicidade
Canta livre um passarinho
Com total sinceridade
Tendo enfim felicidade
Em seu ninho, liberdade
Vai cantando no seu ninho
Cheio de felicidade
Canta livre um passarinho.
Publicado em: 02/11/2008 19:34:58
Última alteração:06/11/2008 12:12:31



PENSANDO EM TI
Saudade fez covardia
Com meu peito sofredor
Maltratando, todo dia
Matando minha alegria,
Mostrando só desamor.

Não posso falar de flores
Acabou-se meu jardim,
O meu sofrer, sem fim,
Causado pelos amores
Que rimando com as dores,
Vão matando tudo em mim.

Amor que, virando fera,
Mostra logo suas presas
Coração se dilacera
A vida se desespera,
Já não tenho mais defesas.

Mas de que vale uma rosa
Sem ter cor e sem perfume.
Ouvindo tanto queixume,
A rosa tão orgulhosa
Morreu, morta de ciúme!
Publicado em: 03/11/2008 18:38:12
Última alteração:06/11/2008 12:11:34


PENSANDO EM TI
Procuro por um ponto de partida
Que leve meu saveiro para o mar
Evitando as procelas. Navegar
Calmamente, sem dores, pela vida...

Eu sei que esta viagem traz os medos
Naturais de quem sempre foi sozinho.
Mas sei quanto é preciso ter um ninho
Depois de tantas lutas e degredos...

Espero que este canto então me leve
Pela vida. As promessas deixo ao largo...
A vida tantas vezes trouxe amargo
Gosto. Agora proponho um novo, leve...

Os rumos a seguir são mais diversos,
Meu barco já perdeu rosa dos ventos.
Ao norte encontrarei meus sofrimentos,
Ao sul já morrerão todos os versos...

Ao leste, dispersada solidão,
A oeste tempestades e penhascos.
Rebento-me e nem sinto, tantos cascos,
Em meio tão esparsa solução.

Bem sei que sempre perco mas não canso,
A luta é necessária e muito aflita.
A morte tantas vezes foi bendita
Porém o que procuro, um mar mais manso,

Não posso perguntar de onde viria,
Pois sinto que jamais serei feliz.
E traço meu destino e diretriz
Com olhos espalhados noite e dia...

Os astros me deixaram ao relento
Sem porto nem talvez terei cais.
A sorte, com certeza, nunca mais.
Meu barco vai sozinho, solto ao vento...
Publicado em: 05/11/2008 12:06:17
Última alteração:06/11/2008 11:58:11



PENSANDO EM TI
O dia mal nasceu
E estou totalmente embriagado.
Noite passada
Amor passado
Todo o passado
Deixado nos goles do aguardente.
Aguardo o nascente
Do novo dia
Que, sei, jamais virá.
Aliás, tudo isso é muito engraçado.
O tempo
O passado
O futuro
E essa aurora que nunca vem.
Eu pego o trem
E vou morrer na cama
Que é lugar quente!
Publicado em: 16/11/2008 19:17:57
Última alteração:06/03/2009 19:08:37

PENSANDO EM TI
Joguei todos os sonhos no estuário
Que percorre teus vales e montanhas...
As flores que colhi do mostruário,
Perfumam essas costas onde lanhas...
Não posso me livrar do teu cenário,
Nem posso achar amores nas entranhas.
Meu outubro ou outono passa hilário.
Carcomendo bastardos terços, banhas...

Quando partiste, morto, me deixaste!
Nas profundezas da alma, tais relíquias...
Nos dedos, dolorosas paroníquias...
Na vida que me roubas, mergulhaste.
Não quero conhecer os teus defeitos.
Somente irei dormir meus vários leitos
Buscando esse perfume que levaste
E as sombras divinais destes teus peitos.
Não sei se encontrei depois da curva
Que corta esse riacho da saudade.
Só sinto que te amei, foi de verdade,
Aguardo, simplesmente, o fim da chuva
Para poder achar sonhos e flores
Nas camas onde fomos mais felizes.
As cópias dos amores, sem matrizes,
Trazendo, nos prazeres, tantas dores!
Publicado em: 18/11/2008 04:34:34
Última alteração:06/03/2009 19:05:54

PENSANDO EM TI
O sonho me faz sempre um passageiro
Que busca amanhecer, mas já se aborta
Mergulho meus desejos, vou inteiro,
Encontro tão somente a mesma porta
Fechada pelas mãos de quem eu amo.
Inutilmente então, sozinho eu clamo...
Publicado em: 21/11/2008 06:51:07
Última alteração:06/03/2009 17:04

PENSANDO EM TI
Sentimentos tão diversos
Povoando estes meus versos
Como fossem universos
Que se encontraram em mim.
Vão e voltam as tristezas
Trazem ou não incertezas
Ora vêm tantas belezas
Incrustadas pela dor...
Publicado em: 25/11/2008 16:33:40
Última alteração:06/03/2009 16:42:12



PENSANDO EM TI
Tanta noite iluminada
Pela lua tão amada
Esperando por teu sol.
Minha voz anda embargada
A minha esperança, alada
Te procura, girassol...

Vivendo sem ter teu gosto,
A sorte virando o rosto
Esperando teu perdão,
Eu não suporto o desgosto,
De tanto amor que foi posto
Dentro do meu coração...

Minha solar esperança,
O meu sonho de criança
É te ter comigo, assim...
Tu não me sais da lembrança
Minha vida só te alcança
Na curva amarga do fim...

Eu te quero, não duvides,
Teu amor, nunca divides,
Solar esperança minha...
Tanto amor que nunca olvides
Minha sorte que decides,
No meu peito, amor se aninha...

Minha estrela matutina,
Tua luz se descortina,
Aumentando o meu desejo.
Minha morena menina,
Meu caminho, minha sina,
Só passa pelo teu beijo.
Publicado em: 02/12/2008 14:23:22
Última alteração:06/03/2009 16:24:49


PENSANDO EM TI
Tesoura cortando pano,
Me faz lembrar de você
Quando era vivo esse engano,
De nossa vida, viver.
Toda noite, minha amada,
Esperava seu carinho,
Hoje, em minha madrugada,
Cada vez vou mais sozinho
E tudo foi, simplesmente,
Mentira sem serventia,
Hoje sei, completamente,
Que foi tudo, fantasia.
Publicado em: 03/12/2008 10:27:44
Última alteração:06/03/2009 16:09:14

PENSANDO EM TI
Eu nunca quis te dizer
Se tudo de melhor em mim
Eu deixaria por fazer
Ou talvez pedisse estar
Dentro ou não em mim.
Não vou mais saber.
Plantarei neste jardim
O que sempre quiser
Deixa o tempo rolar
Todo canto vai assim
Nos sóis não sou nem sois
Somos átomos
Atos e tomos
Temores e tempestades
Que não virão,
Ou se vierem
São claridades
Que em quantidades
Mostram os dentes
Das saudades
Do que nunca seria
Mais um dia de amor...
Publicado em: 05/12/2008 07:37:06
Última alteração:06/03/2009 16:02:20


PENSANDO EM TI
Minha menina morena
Que saudade de você!
Quando o coração acena
Te procuro, mas cadê?

Passarinho então me disse
Que quando morena veio
Trazendo tanta meiguice
Sem maldade e sem receio

Meu coração disparado
Batendo tão apressado
Neste forte batucar,
Me deixando apaixonado
Todo, todo arrepiado,
Vontade de namorar...

Morena que eu amo tanto
No seu canto meu encanto
No seu riso minha paz.
Vou vivendo satisfeito
Morena dentro do peito
Tanto amor serei capaz?

Quero morrer no teu colo,
No teu cabelo me embolo
E mergulho sem querer.
Deitadinho nesse solo,
Juntinho contigo rolo,
Numa explosão de prazer!
Publicado em: 10/12/2008 11:49:31
Última alteração:06/03/2009 15:40:5


PENSANDO EM TI
Prazer: te conheci?
Talvez foste moleque
Meu leque não pedi
Emblemas poemas
E temas tremas
Lemas lesmas...
Mesmas palavras.
Larvas e lavras
Sal lavas.
Salivas...
Ogivas
Giras.
Iras
Miras
Martírios;
Muito prazer!
Não há de quê
Amanhã não amanheço;
Prazer; eu te conheço?
Publicado em: 11/12/2008 09:17:59
Última alteração:06/03/2009 15:38:47



Garota carrapato
Não quero no meu pé,
Usando pé de pato
Não tenho mais chulé
Menina esparadrapo,
Esquece o curativo,
Se eu sou apenas trapo
Não vivo. Sobrevivo...
Publicado em: 02/01/2009 14:55:13
Última alteração:06/03/2009 13:29:03



PENSANDO EM TI
Tu trazes esperanças nos teus olhos

Que liberta dos medos, tais antolhos

Que não deixam-me ver felicidade...


Tu tens uma beleza tão infinda

Que faz com que esta vida seja ainda

Tão plena de ternura e de verdade...


Eu quero te tocar tão mansamente

Que tudo se transforme num repente

Em toda uma beleza mais sutil.


Beijar a tua boca de manhã

Tornando bem mais leve o meu afã

Levando o teu sorriso pueril...


Eu sinto que te quero a cada instante

Neste amor delicado e sem rompante

Que traz a sensação de se ter paz...


Eu sinto o teu perfume delicado,

Da flor que só brotou lá no cerrado,

Morena divinal, amor que eu quis...
Publicado em: 04/01/2009 20:37:53



PENSANDO EM TI
Nas pernas entreabertas
Adivinho o paraíso..
Na gula própria dos amantes.
A boca gargalhando num sorriso
Que em volúpia engole
Desengole e depois ri.
Gargalhando em êxtase...

Pompoirismo à parte
Não parta no meio
Que tem segundo tempo!
Publicado em: 06/01/2009 17:31:36
Última alteração:06/03/2009 12:13:43


PENSANDO EM TI
Menina vê se nina
E me acalanta
A boca sequiosa não descansa
Na dança nova andança que se faz
Demais cada prazer que se anuncia.
O gosto deste gozo me vicia
E cria sem limites fantasia
Do quanto te desejo e te queria
Bebendo gota a gota já sacia
Quem tem tanta vontade
De te ter, deter o teu prazer
Em minha língua.
Não quero que este sonho morra à míngua
Vem logo que eu desejo o teu prazer...
Publicado em: 08/01/2009 09:38:15
Última alteração:06/03/2009 11:51:00



PENSANDO EM TI
Parturiente gozo da ilusão
Estampa estupidez a cada riso.
Cadáveres que fomos espalhados
Nauseabunda esperança adentra a casa.
Os olhos tocaiando duros sonhos,
O fardo de ser livre e vagabundo.

Qual fora tão somente um vagabundo
Gargalho de teu gozo, uma ilusão,
Somar e dividir inúteis sonhos
Garante pelo menos o meu riso.
No sangue derramado pela casa
Pedaços do que fomos; espalhados.

Os rios entre as pedras espalhados
Ao mar em fardo imenso, um vagabundo,
Na clave que me entranha a velha casa
Fagulha derradeira da ilusão
Preconizando assim, um ledo riso
Matando em nascedouro raros sonhos.

Colecionando assim, erros e sonhos,
Em cortes mais sutis, vão espalhados
Diversas ironias, pranto e riso
No amor quase imbecil e vagabundo
Levaste cada gole de ilusão
Jogando o que restou na nossa casa.

A dor que fez de nós a sua casa
Sabendo maltratar antigos sonhos
Poreja inda resquícios de ilusão.
Momentos esquecidos e espalhados
Meu canto se permite, um vagabundo
Fingindo acreditar esboça um riso.

Quem mesmo em agonia trama um riso
Fazendo do sarcasmo a sua casa
Sem laços, um divino vagabundo
Embaralhando os passos de outros sonhos
Catando os restos todos, espalhados
Inda pretende estúpida ilusão.

Protética ilusão em vasto riso,
Perfumes espalhados pela casa.
No vértice dos sonhos, vagabundo.
Publicado em: 09/01/2009 12:03:01
Última alteração:06/03/2009 11:40:39



PENSANDO EM TI
Vieste mesmo sabendo da morte nos meus olhos.
Do quase nada que fui e do tampouco serei.
Viúva dos meus sonhos e das esperanças jogadas no ralo.
Acompanhaste cada momento meu
Em redor da luz inatingível. Do coração intangível
E do desespero inerente dos que se imbecilizaram desde o nascimento.
Digo que fui cruel em deixar que viesses.
Egoísta e estúpido, dentro de meu narcisismo imbecil
Que devora quem se aproxima de mim.
Cadáver ambulante das decepções e dos medos.
Mas, agora que vieste, sente e aguarde o velório.
E, antecipadamente te dou os parabéns
Publicado em: 16/01/2009 16:42:23
Última alteração:06/03/2009 07:20:22

PENSANDO EM TI
Quem te disse
Clarice
Que o tempo
Remedia
Sem remédio,
De tédio
Salto o prédio
Vejo o salto
Tento o parto
E nada vem.
Sequer o mistério
Do olhar da noite vaga.
Penitências
E falsas promessas
Ecos e repentes.
Moldes esquecidos
Nas estrelas que se escondem
Sob as nuvens de insetos
Nesta piracema alada...
Publicado em: 23/01/2009 11:57:54
Última alteração:06/03/2009 07:04:43


PENSANDO EM TI
PENSANDO EM TI

Se já perdi noção de espaço e tempo

Se não posso mais daqui sair,

Amada por favor; te quero aqui,



Sem medo nem qualquer um contratempo.

Meus pés já se confundem com teus pés,

Meus olhos só enxergam pelos teus,



Tu és o desde o princípio alfa e Deus,

No barco da existência, meu convés...

Amada; por favor, nunca me deixe



A própria sorte como num naufrágio,

Sou qual um caracol pequeno e frágil,

A força do graveto está no feixe...
Publicado em: 12/02/2009 15:25:34




PENSANDO EM TI
A dor que tantas vezes nos ensina,
Mostrando o sofrimento em vária gama,
E aos poucos, nos tomando, já domina,
Transforma num momento nossa trama,
A vida neste instante desatina.
Destino tão cruel para quem ama.
Tristeza vem chegando em noite fria,
Minha alma se perdendo então, vazia.

A sombra de uma vida já desfeita
Rolando em minha cama, nada sabe,
Apenas sofrimento me deleita
Castelo de ilusões que se desabe
Minha alma sem destino, insatisfeita
Prevê que a vida logo, enfim se acabe.
Tristezas encharcadas de saudade,
Não tenho mais sequer tranqüilidade.

Se nada já me resta neste mundo,
E apenas sobram pedras nesta estrada,
Tomado pelo medo mais profundo,
Não vejo na verdade, quase nada,
Quem dera se eu partisse, num segundo,
A sina em sofrimento, terminada,
Teria pra tristeza um lenitivo,
Mas teimo e, resistente, sobrevivo.

Andando sem destino, estou perdido,
Quem dera se encontrasse um novo norte.
Meu dia vai passando, dolorido,
De tudo só percebo o duro corte
Não posso mais viver ser tem sentido,
A solução; encontro em minha morte.
O fim da longa estrada, o que desejo,
Ainda tão distante... pleno em pejo.

Vivendo sem motivo e sem por que,
Fria desilusão aqui sobrou.
Procuro por teus olhos, mas cadê?
Nem sei mais, na verdade quem eu sou,
Se eu passo numa rua ninguém vê,
Meu barco sem um cais já naufragou.
A lágrima se torna a companheira,
Fiel e mais leal, a derradeira.

Depois de um dia claro, há tantos dias,
Acreditei que fosse então feliz,
Envolto nos carinhos, alegrias,
Sonhando ter o mundo que eu mais quis,
Tempestas que chegaram, fortes, frias,
Mudaram, de repente este matiz
E o céu que fora claro num momento,
Em trevas se entregando. Nuvens, vento.

Amor que um dia fora um estandarte
Deixou ausência imensa como dote,
O sofrimento vem de toda parte,
Não tenho outra palavra como mote.
Ser feliz, talvez, seja uma fina arte
Tristeza de tocaia dá seu bote,
Nas presas tão cruéis desta serpente,
O mundo desabando, de repente...

Acendo o meu cigarro, vou à rua
E não encontro nada na calçada,
Ao me enxergar, distante, foge a lua,
As noites se perdendo, sobra o nada,
E escuridão completa continua,
Não tendo perspectiva de alvorada.
Morrer, quem sabe seja o meu remédio.
Assim terminaria o triste tédio.

Legado de um amor que já partiu,
Deixando tão somente este vazio.
Um sentimento nobre se fez vil,
Matando em duro inverno o meu estio.
Nem mesmo uma palavra mais gentil,
Adoça o coração, tristonho e frio.
Atadas as correntes nos meus pés,
Eternidade encontro nas galés.

Meu barco soçobrando em tempestade,
Perdido neste mar, sem ter um cais,
Procuro quem me ajude, mas quem há de
Salvar um marinheiro que se faz
Distante da esperança, já vai tarde,
Carrega o sofrimento mais voraz
E morre pouco a pouco num naufrágio,
Mostrando o coração, ferido e frágil.

A dor viva lateja no meu peito,
Mortalha que me entranha e não mais larga,
Felicidade ainda é meu direito?
Não posso suportar a dura carga
Do fogo que se invadindo, ganha o leito,
E a voz choramingando já se embarga
Não vejo mais saídas, vou a esmo
E o pesadelo volta, sempre o mesmo...

Sou triste e o meu lamento nunca cessa,
Reflexos num espelho, embotados
Somente a solidão já se confessa.
Os dias se perdendo des’perados.
Nem mesmo uma esperança traz promessa
De tempos mais diversos, de outros prados.
Nada mais me restando aguardo o fim,
Morrendo pouco a pouco dentro em mim.

De tanto que sonhei e nada veio,
Do gosto de uma boca que me escarra,
O rio da alegria perde o veio,
A solidão entranha a fria garra
Penetra bem mais fundo no meu seio,
Atado com firmeza em dura agarra,
Vencido pelas dores, vou sozinho.
Tristeza me acolhendo se faz ninho.

Nos bares da cidade, o lenitivo,
Nesta aguardente amarga, o doce mel,
Apenas me arrastando, sobrevivo,
Distante desta estrela, perco o céu.
O medo me tomando, traz o crivo
Ao ferir a minha alma, tão cruel
Demonstra tão somente o que inda existe
Num coração sombrio, pobre e triste...
Publicado em: 13/02/2009 12:49:19
Última alteração:06/03/2009 06:39:23


De noite no sertão a gente bota
Penico por debaixo de uma cama,
Gostou desta comida? Então arrota,
Aonde tem fumaça existe chama.
Sapato de caipira é sempre bota
Mais de dois conversando vira trama.
Mulher pára de drama e vem pra cá
Consolo de quem lida é namorar!
Publicado em: 20/03/2009 09:41:38
Última alteração:17/03/2010 21:06:54

PENSANDO EM TI

A menina em seu vestido
Muitas flores; espalhava,
Coração perde o sentido
Quando a moça ele encontrava

O vento nos seus cabelos,
Um olhar apaixonado,
Mesmo em sonhos posso vê-los;
Num cenário delicado,

Sertanejas emoções
De quem foi e não voltou,
Busco em outras direções
O que o tempo me levou.

Cada verso que hoje faço;
Diz do amor que já perdi,
Desenhando um novo traço
Volta e meia, chego a ti...
Publicado em: 04/05/2009 11:36:02
Última alteração:17/03/2010 20:00:16




Não consigo dormir... Pensando em ti...
A noite se passando lentamente;
Vontade de te ter agora, aqui.
E te abraçar com força e lentamente...
Teu riso e teus carinhos; as carícias...
Sussurros desejosos, mil suspiros.
Bem rente aos meus ouvidos... Ah! Delícias.
Sentindo todo arfar dos teus respiros...
Eu me perco e começo a gaguejar
Besteiras, e palavras tão sem nexo.
Aos poucos, te sentindo me abraçar,
Amor que em tanto amor se fez reflexo.
Sou teu e sei que és minha; e nada mais...
Eu te amo sim. Não quero te perder, amor, jamais!
Publicado em: 11/05/2010 08:07:05



Do que fomos,
O que somos
Somas e senões
Embora no final da história
O que se pensa ser
Nem sempre alcanço.

Sou o viço que não veio
O vício que não teve
O contrário que não serve.
A metade não o meio
A saudade não o seio.
Receio de ser.

Aborto do que podia
E o dia não deixou.
O que sou não serei
Se o rei não fosse teu
E a rainha não morresse
Antes do xeque mate.

Falar de amor
Desse amor improvável
E impossível
Que é meta
Mas, poeta, não completo.

Quero o gesto manso de perdão
Vindo do improvável.
Do imponderável.
Do impossível.
Passivo de tantas dívidas e vidas.
Divididas entre o que fui
O que sonhei
E o que ficou pelo meio do caminho...

Falo de nós, dos nós e das nozes.
Da voz e dos vossos.
Do meu karma.
Arma e amor.
Amor...

Que falar de ti, que és e que sempre fostes.
Eu sou embuste.
Teus bustos reais
Reais e firmes
Assim como os sonhos
Que afirmo terei
Cada noite
Pensando em ti...
Publicado em: 02/01/2007 20:03:19


PENSANDO EM TI, QUERIDA
Pensando em ti mergulho no infinito
E busco nas estrelas os teus rastros
Os passos que deixaste nos caminhos
Nos astros que nos guiam vida afora.
Agora que se faz imensidade
Em versos e delícias sem delitos,
Cravejas diamantes nas estradas
Deixando as urzes mortas, velhos cardos.
Arcando com meus sonhos, braços, barcos.
Embarco nos teus mares, meu saveiro
E verdadeiramente apaixonado
Ao lado da mulher maravilhosa,
Escalo as cordilheiras dos prazeres,
Mergulho em tuas sendas, sou teu par...
Publicado em: 22/08/2008 16:35:30
Última alteração:17/10/2008 17:06:18


Fui ao longe pensando em ti...
Corri ao mar, subi serras
Enfrentei grande tempestade
Senti que te perdi
As nuvens vinham em minha direção
O vento me soprou frio
Me desencontrei do que buscava
E o mar me jogou ao vazio
Tanto te quero vida de minha vida
estou perdida e desolada
Venha me tirar da tempestade
Me faz para sempre tua amada...
Vamos juntos pela mesma estrada!

Ao ver-te bem distante, amor te alcança
Fazendo deste encontro uma vitória
Um grito de alegria aos ares lança
Trazendo para mim suprema glória.
Façamos pois assim, nossa aliança
Que já se demonstrou mais meritória
Querida quero ser teu cavaleiro,
No sonho que tiveste, tão brejeiro.

Os dias que sofremos, esquecidos,
Em pesadelos mortos em bela aurora,
Os medos destroçados, destruídos,
Nem mesmo uma saudade vã afora,
Nos passos que daremos, destemidos,
A força da alegria revigora
E torna o dia a dia bem mais forte,
Distante do temor à fria morte....

ISABEL NOCETTI
Marcos Loures
Publicado em: 25/05/2007 22:48:03
Última alteração:05/11/2008 21:53:03


Pensando em Ti...

A minha vida inteira penso em ti;
Nas horas mais difíceis, solidão,
A saudade remói no coração
Lembranças desse tempo em que vivi
Ao lado de quem sempre desejara.
Um amor como o nosso é coisa rara...

Desejo os teus momentos mais felizes
Ao lado de quem sempre desejaste.
Nosso amor que morrendo por desgaste
Foi perdendo por certo tais matizes
Que embelezavam toda nossa estrada,
E depois disso tudo, deu em nada...

Quando ouvindo o cantar de um passarinho,
Belas asas abertas da esperança,
Eu me lembro como era manso, o ninho
Mostrando em nosso amor, nossa aliança.
A gaiola do tempo te levou
Sabiá, de tristezas, não cantou...

Ao ouvir o lamento da saudade
Batendo nesta porta que fechaste,
Pergunto-me por que que tu mataste
Nossa felicidade, sem piedade.
A minha vida inteira penso em ti
E ,por vezes, te sinto bem aqui.

Ao meu lado querida primavera
Que negou, neste inverno, meu jardim.
Quem me dera te ter, ó quem me dera,
Os meus últimos dias junto a mim...
Publicado em: 04/12/2006 22:27:01
Última alteração:30/10/2008 18:23:06

PENSANDO EM TI...

Não te quero mais!
Verdade absoluta e inquestionável.
Apenas relembrando vez em quando
Desfecho deste caso.
Ocaso.
Mas nada impede,
Quando a noite chega
E a solidão entra sem convite
Pela janela entreaberta do meu quarto,
De chamar teu nome.
Mesmo que seja somente por um instante.
Sonhos?
Pesadelo!
A bem da verdade
As armadilhas da sorte
Arapucas do amor
Fazem tal reboliço
Que embora eu tenha
Certeza de que não te quero,
Ainda soçobra
O coração
Só sobra uma saudade?
Mas nada disso importa
Que a porta eu nunca fecho,
Desfecho?
Último capítulo.
Capitulo?
Não capto
Apenas aguardo.
Telespectador sem juízo
Coração acelera
A cada novo toque
Na porta semicerrada.
Ou, semiaberta.
Na verdade: escancarada!
Publicado em: 06/10/2007 10:35:13
Última alteração:30/10/2008 11:45:41


PENSANDO EM TI...
Não posso deixar de pensar em ti, um só momento!
Se, juntos tomamos o mesmo vinho da felicidade, na taça de cristal de nossos sonhos, agora, tenho receio de que se parta em mil pedaços, ao raiar do novo dia.

Gostaria de poder parar o tempo, evitando que o medo de te perder continue a me torturar, causando-me esta angústia sem fim.

Coom é difícil viver, mesmo quando se ama!

Nesta noite, que pode ser a última de nós dois, quero abraçar-te com toda a força de minha alma aflita, olhar no fundo de teus olhos e beijar-te com o desespero de uma despedida...

Ah! Amor!

Faz com que eu deixe de pensar em coisas tão ruins e promete-me, mais uma vez, não me deixar sozinho, no meu caminhar...

Espanta, com teus beijos, esta angústia que me contamina, todas as vezes em que penso no nosso amor!

Vem para junto de mim, abraça-me mais e mais e diz, com teus beijos, que não te perderei, jamais!

Envolve-me com teus beijos, como se fosse esta noite, a última vez!

Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 20/09/2008 21:24:04
Última alteração:02/10/2008 20:24:48



Espero ser feliz, quem sabe um dia-
Encontro nos teus braços a razão
Fundamental pra minha poesia,
Mulher que se fez toda em emoção.
Vibrando a cada noite, na alegria
De ser o que bem quer, pura paixão.
Felicidade é feita num sorriso
Abrindo mais audaz, o paraíso...
Publicado em: 24/10/2008 16:17:13
Última alteração:02/11/2008 20:33:04


PENSANDO EM VOCÊ 11


Amar e ser feliz: sonho perfeito,
Embora tantas vezes impossível.
Fazendo da alegria um grande feito,
Percebo a tua luz, mulher incrível
Mostrando que o amor é meu direito,
Felicidade é um sonho bem plausível.
Eu quero te louvar a cada verso,
Jamais de teu caminho, irei disperso.

Tu és a minha glória feita em luz,
Palavras de carinho e de desejo,
Meu sonho a cada noite reproduz
Delícias que encontrei no doce beijo
De corpos que se entregam e vão nus
Na fúria dos prazeres. Num lampejo
A noite se transforma em claro dia,
E entorna na alvorada, a fantasia.

Tu és uma esperança sem ter fim,
A paz que eu tanto quis, encontro em ti.
Vibrando todo amor que sinto em mim,
Eu posso enfim, dizer, já recolhi
A flor maravilhosa em meu jardim,
O sonho mais bonito que vivi,
O mar de uma emoção que nunca cessa,
Amor não é somente uma promessa!

Bebendo desta fonte maviosa,
Delícias e delírios: sou feliz.
Manhã se apresentando radiosa.
Meu canto te chamando sempre quis
O gozo desta vida fabulosa,
Marcando com divina cicatriz
A pele que te toca em noite imensa,
Fadada a ter completa recompensa.

Tu és o canto livre da alegria,
Vestida de emoção, minha alma clama,
Envolta nos teus braços, já sabia
De toda a sorte farta de quem ama,
Rasgando todo o véu, na poesia
Ao renovar a vida, muda a trama,
Nas teias de teus braços, adormeço,
Numa alvorada em paz, o recomeço...
Publicado em: 20/10/2007 09:57:01
Última alteração:29/10/2008 14:51:46


Coração batendo forte
Procurando pela estrela
Que me guia, que é meu norte,
Na vontade de revê-la
Na certeza de te ter
Coladinha junto a mim,
Alegrias percorrer
Neste amor que não tem fim.
Num vendaval de paixão,
Derramas a fantasia
Espalhando pelo chão
Tanta emoção e alegria.
A minha alma embriagada
Seduzida, não se cansa,
De buscar estrela amada
Tentação em esperança,
Derramando a liberdade
Caminhando sobre o mar,
Encontrar felicidade,
Nos teus braços, me entregar.




Nem sei porque foi embora
Apareça ,de uma explicação
Tira essa angústia que invade
Minha alma,destrói meu coração
Poderia gritar pro mundo inteiro
O amor que sinto por ti
Talvez isso aliviaria
Tirava esse tormento dentro de mim


Escuto a tua voz de peito aberto,
Amor que eu tanto quis e já perdi.
Sangrando o coração neste deserto,
Meus olhos vão buscando só a ti.
A cada novo dia, mal eu desperto
Procuro e não encontro nada aqui.
Um dia tu virás, algo me diz,
Serei então, de novo, tão feliz...

LUCIANA DIAS
MVML
Publicado em: 24/10/2007 19:19:48
Última alteração:03/11/2008 19:36:51

PENSANDO EM VOCÊ/

Gosto de ser o teu cais...
Sentir o teu carinho....
A refrescar a minha pele...
Esse suspiro que se escapa...
Se propaga pela brisa...
Esse amor que declaras..
Que afirmas, que sentes...
Em mim....

Sentindo o teu carinho em minha pele
Vontade de tocar teu corpo inteiro
Amor que tantas vezes nos compele
Ao sonho com certeza alvissareiro
No sentimento enorme que já sele
A vida em seu matiz mais verdadeiro
Na boca da mulher maravilhosa
O beijo- colibri- buscando a rosa...

MARTA TEIXEIRA
MVML
Publicado em: 13/11/2007 17:54:03
Última alteração:31/10/2008 16:01:20



PENSANDO EM VOCÊ ... i

Encontro em teus prazeres florescências
Entornas pelas ruas mil ternuras,
Na chama dos desejos tais ardências
Forrando nossa cama com loucuras,
Nos corpos entranhados as dormências
Golfando em gozos plenos as brancuras
Não chore sobre o leite derramado,
Amar jamais será algum pecado...
Publicado em: 10/11/2007 14:01:19
Última alteração:29/10/2008 12:35:40

PENSANDO EM VOCÊ!

Ser teu em cada novo amanhecer,
Raiado no meu quarto, persianas...
Adoças em ternura, o meu viver,
Curando-me de dores tão insanas.
Perder-te é como, enfim, perder o siso,
É não ter mais direito ao paraíso...
Publicado em: 26/12/2007 16:45:21
Última alteração:01/01/2008 12:26:32


PENSANDO EM VOCÊ!

O mar em tempestade, furacão,
Aos loucos pensamentos favorece
Tocando bem mais forte uma emoção
Aos olhos de quem ama robustece
O quanto já domina o coração,
Certeza que me envolve e cedo tece
Um mundo em fantasias insensatas
Num turbilhão de rios e cascatas...
Publicado em: 02/01/2008 16:01:15
Última alteração:22/10/2008 19:26:30



Acendo a chama e atiço /
aquilo que mais eu cobiço: /
tua boca prazerosa, /
que se mexe buliçosa /
sobre meu corpo sedento. /
Solto alto o meu lamento, /
dou vazão ao meu desejo. /
Chama inflamada que arde /
todo dia até bem tarde, /
enquanto morremos entre beijos.


Quando vejo teu corpo divinal,
As tardes passam sempre mais felizes...
As dores esquecidas num bornal,
Escondem-se fugindo, más atrizes...
No teu rosto, manchetes de jornal,
As cores do universos, seus matizes...
Pergunto ao vento: Posso te encontrar?
Me respondendo, aponta pro luar!

Quando te percebi, voavas livre...
Meus olhos reflexivos, te buscaram.
De todas essas coisas que já tive,
As horas te esperando não passaram...
O amor que de teimoso, sobrevive,
Nasceu quando meus olhos te encontraram...
Voavas pelos céus qual fosse um anjo;
Na vida sempre quis o teu arranjo!

Fortuitas madrugadas, passo cego.
Na busca violenta e sem demora...
Os mares que não sei, nem os navego,
A vida me parece, vai embora...
Procuro e satisfaço, um atroz ego;
Minha alma, num suplício, vem e chora...
Os dedos que desfiam esse canto,
Acariciam t’a boca e teu manto!

Melindras meus amores com teu riso...
As forças da natura sempre invejam...
Pois quando ris, tão bela e sem aviso,
As tempestades loucas já trovejam.
Comemoram teus lábios tão precisos,
Amores mais divinos, pois, farejam...
Quem dera não tivesse mais tristezas.
Te traduzir beleza em fortalezas...

Foste íris, pupila, até retina...
Sem te ter, para que saber do mundo?
A luz que me irradias, cristalina,
O céu que te concebe é mais profundo...
Azulejas meus dias sem rotina,
De ternuras sem fim, então me inundo...
És maciez de pêssego querida.
As tuas mãos acalmam minha vida!!

As vagas estendendo os seus abraços,
Encontraram –te linda como a lua...
E rasgaram, ferozes, os espaços.
Sem saber que essa vida continua.
Então vens, apertando os velhos laços,
Uma deusa caminha pela rua...
Sempre serás, revives Afrodite,
Nova estrela brilhando no Zenite!

HLUNA
ML
Publicado em: 03/01/2008 12:43:14





Falar da noite e do dia, do açoite e de Maria
do acoitado sonho perdido, despedaçado
falar de nada mais que tudo, nada inundo
vaga imundo, cora coração vadio, vai meu fio
vagabundo rolando entre astros, entre tantos
entretantos e espreitando por trás das portas.
Falar do sonho e da fantasia, do medo e da poesia
do meu último regalo, meu regato, meu prato e ato
insensatamente, a mente remete-me a ti, tímida
lânguida e cruel poesia.
Nos nossos concertos e conselhos, consertavas os velhos
resquícios do início precipício e me lançavas a esmo
nesse penhasco íngreme e inerente Prometeu, escuridão.
Vi meus olhos nos olhos de outros olhos, infinito espelho
num prisma de oculta chama, de verbo e Bramas, de lamas
de llamas e de teus sentidos mais confusos, embriaguez.
A lucidez devora, a hora de ir embora nunca se aproxima
e, por cima de tudo, com ciúmes me observas, me cevas ,
e conservas tuas mãos postas em mim.
Tua boca sussurra meu nome, urra meu erro, trama
meus males e minhas angústias.
Mina de tantas riquezas falsas, farsas e falhas.
Minha mina mais cara, rara e companheira
te quero poesia amada, necessito-te tanto
esquivo e altivo, mas vivo, mais vivo em ti,
sobrevivente.
Publicado em: 23/09/2007 21:04:42
Última alteração:30/10/2008 13:39:30

PENSANDO EM VOCÊ

Quando desprezas a minha alma cega,
Não percebeste meus tormentos tantos...
Minha esperança, simplesmente nega
Que me trarás nossos momentos santos...

Nada mais belo quando trazes canto,
Nas estrelares caminhadas, mansas...
És o princípio do total encanto.
Tens a beleza sensual de danças.

Na tua voz a maciez de lagos,
O paraíso está nos calmos braços
Em tuas mãos conhecerei afagos,
E dormirei a repousar cansaços...

Fico a pensar por quanto tempo só,
Tenho minha alma solitária e triste.
Sem tuas luzes retornei ao pó
Sem teu carinho o que demais existe?

Por meses, anos, procurei ferido,
Qual fosse pássaro perdendo vôo
Se vou tão pálido é que sei perdido
O grito solto, que jamais ecôo!

Nas tuas pernas enrosquei as minhas,
Mas tropecei sem perceber a queda...
As minhas dores são perdidas linhas
A noite escura, de tristezas, veda...

Os teus cabelos, de magia feitos,
Da negritude de ébano fantástico.
Teus alvos dentes de marfim, perfeitos,
Na total precisão, artista plástico...

Mas me deixaste aqui sozinho e parco...
Tolas as noites que julguei-te bela.
À solidão velha orbital, seu arco,
Sempre pergunto, mas responde, é dela

Trilho traçado pela vida afora...
O que fazer? Não poderei dizer,
Estrela dela, vou sair agora,
Penso me resta a minha vida ter...

Levar o barco e procurar um cais...
Deixar as mágoas num distante mar.
Posso, no máximo, encontrar a paz,
Mesmo se assim, jamais irei amar!
Publicado em: 01/10/2007 13:35:18


Em cada verso que faço
Procurando te falar,
De um amor que ganha espaço
Traz vontade de sonhar

Vou vagando este infinito,
Transportando o coração,
Na emoção em que levito,
Vou ganhando imensidão.

Tenho os olhos marejados
Da saudade deste bem,
Os meus dias são marcados
Pela ausência deste alguém.

Esperanças vão chegando,
Teu sorriso benfazejo
Coração vai disparando,
Tanto bem que assim prevejo.

No retorno de quem fora,
A paixão de minha vida,
Volte logo e venha agora,
Por favor, minha querida..
Publicado em: 03/10/2007 16:03:02
Última alteração:30/10/2008 11:47:02

PENSANDO EM VOCÊ

Amores e suores, ruas e estrelas
As cordas soltas do violão
Liberdade e esperança.
Versos meus não são lanças,
Mas sangram...
Quem me fez assim?
Fim e precipício
Queria ser início, nem indício...
Indicio meu amor com palavras vãs.
Espero a feliz cidade que ano que vem e nunca vime...
Vi-me esteira e cais, caos...
Nascendo de suores e prazeres,
Deve ser por isso que a vida pesa, preza e não completa...
Reta e meta que me remetam ao final do caos, à fênix...
Egoísta, sim, eu sou profundamente.
Mente profunda, em profusão... Minto mesmo e dane-se!
Cosmo e cais, castidade e castiçais.
Sais de fruta que ninguém é de ferro.
Ferro de Carlos, nas almas...
Mineiro, sou mineiro e matreiro, como todo mateiro...
Minhas fontes e farsas, fomes e fornalhas, são versos e vermes. Veros vermes...
Quero um vermífugo, preciso expirar. Êxtases e estases, canção...
Cigarros e cigarras, primaveras e fumo, me esfumo no ar...
Alma e álamo. Alameda.
Amêndoa e olhos, carinhos, vem prá cá
Que a noite urge, o tempo urge, a vida urge... A morte ruge
E ronda...
Solidão, amiga, amiga, amiga, amiga...
Amanhã irei a Marte, quem sabe à morte
A minha norma é sempre ir, ir , ir.
Ir ermo, eremita e ermitão,
Ereto e retrátil.
Táctil e tétrico.
Métrico e Martinis...
Por incrível que pareça, não bebo, não bato, não firo, não caio...
Não saio e nem saia...
Faz tempo, saias e searas...
Cios e sombras..
Sou o contrário do que quis e não querias.
Sou marceneiro e macerado...
Carpinteiro e carpido,
Sou o fado, o resto deixa pra lá...
Mas te amo, sinceramente te amo, embora não vieste,
Embora não te toque nem existas.
Resistes. E resisto.
Desistes?
Não desisto!
Publicado em: 04/10/2007 15:05:31
Última alteração:30/10/2008 11:46:17



Amor revista.
À vista ou prazo
avista o ocaso
enchendo a cara.
A moça foge,
alforje pesa,
despreza a sorte
represa o corte
e curte o couro.
Pensando em ti,
penando aqui
expondo as vísceras,
algozes riscos.
Ariscos lábios
não mais profano,
amor-engano
atraco ao largo.
O sonho embargo
e mando às favas.
Amor que talha
mortalha insana,
no mel da cana
sacana sina.
Final de história,
contemporiza?
Mas vaporiza
e vai ao inferno.
Amor eterno
rasgando o terno,
inverno o sonho
em pesadelos.
Sem atropelos
pelos e pelos
apelos tantos.
Risível gozo.
Mas sou teimoso...
Publicado em: 05/10/2007 18:41:09
Última alteração:30/10/2008 11:45:59


PENSANDO EM VOCÊ

Amores e suores, ruas e estrelas
As cordas soltas do violão
Liberdade e esperança.
Versos meus não são lanças,
Mas sangram...
Quem me fez assim?
Fim e precipício
Queria ser início, nem indício...
Indicio meu amor com palavras vãs.
Espero a feliz cidade que ano que vem e nunca vime...
Vi-me esteira e cais, caos...
Nascendo de suores e prazeres,
Deve ser por isso que a vida pesa, preza e não completa...
Reta e meta que me remetam ao final do caos, à fênix...
Egoísta, sim, eu sou profundamente.
Mente profunda, em profusão... Minto mesmo e dane-se!
Cosmo e cais, castidade e castiçais.
Sais de fruta que ninguém é de ferro.
Ferro de Carlos, nas almas...
Mineiro, sou mineiro e matreiro, como todo mateiro...
Minhas fontes e farsas, fomes e fornalhas, são versos e vermes. Veros vermes...
Quero um vermífugo, preciso expirar. Êxtases e estases, canção...
Cigarros e cigarras, primaveras e fumo, me esfumo no ar...
Alma e álamo. Alameda.
Amêndoa e olhos, carinhos, vem prá cá
Que a noite urge, o tempo urge, a vida urge... A morte ruge
E ronda...
Solidão, amiga, amiga, amiga, amiga...
Amanhã irei a Marte, quem sabe à morte
A minha norma é sempre ir, ir , ir.
Ir ermo, eremita e ermitão,
Ereto e retrátil.
Táctil e tétrico.
Métrico e Martinis...
Por incrível que pareça, não bebo, não bato, não firo, não caio...
Não saio e nem saia...
Faz tempo, saias e searas...
Cios e sombras..
Sou o contrário do que quis e não querias.
Sou marceneiro e macerado...
Carpinteiro e carpido,
Sou o fado, o resto deixa pra lá...
Mas te amo, sinceramente te amo, embora não vieste,
Embora não te toque nem existas.
Resistes. E resisto.
Desistes?
Não desisto!
Publicado em: 07/10/2007 21:33:39

Ah! quando vejo teu rosto
Eu começo a perceber
Que tudo que mais sonhara
Posso de novo sonhar,
Aprendi contigo, amar,
Minha sorte em ti se ampara...

Tu és a mão que me apóia
Tu és o gosto da vida.
Minha fonte de esperança
Que me faz ser tão feliz.
Todo o bem que eu sempre quis,
Ao te ver, a vida alcança!
Publicado em: 25/10/2007 15:31:09
Última alteração:24/10/2008 14:50:23


PENSANDO EM VOCÊ


Vou perdido nos teus braços,
Minha amada tão querida,
Seguirei sempre teus passos,
Pelo que resta da vida.

Minha noite vai tão triste
Se não vens; ó lua amada,
Todo amor que sei, existe;
Sem te ter não sobra nada...

Tu és minha companheira
Meu caminho, rumo e norte.
Quero ter-te a vida inteira,
A minha estrela da sorte...
Publicado em: 19/11/2007 22:20:39
Última alteração:24/10/2008 15:14:37




Minha querida adorada
Nosso amor acaba mal,
Eu não vou te dizer nada
Deixo contigo o final.

Vai dizer pra todo mundo
Que sou feio e fedorento,
Não trabalho, um vagabundo
Que nem mesmo eu já me agüento.

Que meu hálito é fedido,
Tem frieira no meu pé,
O meu ronco é bem comprido,
Que o pior é o chulé

Minha calça tá rasgada,
Meu sapato já furou,
Na cama não sou de nada,
Nem sabe como agüentou.

Causei desgosto profundo,
Minha mãe é jararaca,
Que só dou cheque sem fundo,
O meu corpo fede inhaca.

Não se esqueça de dizer
Que não tenho mais um jeito,
Que o teu maior prazer
Nunca foi bem satisfeito.

Fale tudo o que quiser,
Eu não ligo meu amor,
Você foi minha mulher
Me aqueceu o teu calor.

Eu bem que isso é despeito
De quem foi e quer voltar,
Venha cá tá no direito,
Pois aqui é teu lugar!
Publicado em: 30/11/2007 12:53:22




A chuva que caiu já fez brotar
Sementes que plantamos, minha amada,
Recebo com clareza este luar,
Promessa da beleza da alvorada.
Convido-te, querida, a passear
Comigo na magia desta estrada
Que leva, num segundo para o céu,
Montados na emoção, nosso corcel.
Publicado em: 07/12/2007 08:27:35
Última alteração:24/10/2008 15:19:27



Olhos frágeis
Dias ágeis
Amores estúpidos!
Estampidos
Estouros
Estancada
Sangria.
Agir ou agir?
Amar e ser amado...
Leda ilusão
Soma de sonhos
Somatizando esperanças.
Os olhos vão ermos
Em termas e tremas
Apenas um termo
De compromisso?
Publicado em: 07/12/2007 10:30:54
Última alteração:27/10/2008 17:36:11




Dos sorrisos que deixara no caminho
Espalhados nos rincões mais diversos
De minha alma, transfixando a paz
Outrora acalentada e decantada
Em cada curva, o crivo de um olhar
Disperso e promissor.
As mãos estendidas em querências
Vagas e inconstantes.
Primaveris retratos adormecidos
Em algum canto há tempos esquecido.
Interessante como a vida faz:
Ao mesmo tempo corta e cicatriza
Deixando as marcas indeléveis
Dos passos percorridos e das múltiplas
Feridas colecionadas.
O rapaz sonhador deixado nos bares
E nas festas do passado
Ressurge com um vigor incontrolável
Recomeçando a sonhar.
Como se fosse possível beber da mesma
Água derramada na fonte temporária
Da mocidade.
Mas devo dizer que, pensando em ti
Ressuscito este cadáver abandonado
Nos ermos do caminho...
Publicado em: 09/12/2007 11:11:50




Versifico com cuidado
Não pretendo magoar
Aquela que foi passado,
Nunca mais irá voltar
Não procuro por saudade,
Nem cheguei a perguntar.
Vago ruas na cidade
Esperanças de voltar.

Teus braços são meus descansos
Nas estradas que passei.
Os olhos são os remansos
Onde enfim eu descansei.
Quem quisera ser saudade
Dos meus braços sairá,
A canção da liberdade,
Todo pranto cantará.

Minha senda é sempre leve,
Meu caminho pesa cruzes.
Meu amor passou tão breve;
Nos espinhos e nas urzes.
Quem não quer ser mais sereno
Trovejando vai passar
Amor que não tem veneno
Serenatas ao luar.

Minha luta é sem destino,
Os meus olhos negam sol.
O amor desse menino,
Ilumina qual farol,
Todo tempo que não tenho,
Nada fiz que não valia.
Quando em tristezas me lenho,
A noite não traz o dia.
Toda minha fantasia,
Se perdendo num abismo.
Quem souber da poesia
Esquece do fanatismo.
Quadro que pinto não nego,
Tenho as tintas que encontrei.
Toda dor que não carrego,
Nas espadas dessa lei.
Vi meus barcos naufragando,
Vi meu tempo sem remédio.
Meu amor já foi mudando,
A vida não quer mais tédio.
Toda trama me envolvendo,
Nunca pude revelar,
Minha dor pede remendo
Nas espreitas do luar.
Vacinei a tempestade,
Encampei a solidão
Esqueci felicidade
Fechei porteira e portão.
Menina não tenho prenda,
Não me prende teu amor.
Vestido de chita e renda
Nos cabelos, uma flor.
Na mão a rosa vermelha,
Certezas no coração.
A vida pede centelha,
Não terá mais solução.
O meu verso de repente,
Volta e meia não tem fim.
Todo amor que se sente,
Emana dentro de mim.
Quero o tempo sem certeza
Sem ontem nem amanhã
Tudo que tiver na mesa
Procurei com muito afã
A geléia e sobremesa
Vieram lá do quintal.
Só restou esta certeza,
Minha vida no varal,
Quarando qual fosse sina,
Que não deixa seu recado.
A mão que cedo assassina
Não permite um belo fado.
Recado que não foi dado
Às expensas da paixão.
Quando foi, foi malcriado
Esperando teu perdão.
Navego por sete mares,
Oceanos sem penedos.
Minhas noites sem luares,
Meus pesadelos, segredos.
Na rosa que tu me deste,
Espinhos fincaram fundo.
Amor que tens não empreste
Meu coração viramundo
Sabe das horas sem rumo
Quem não sabe não deseja
Amor que não mede prumo
Nunca nega nem me beija.
Sempre vaga estrela morta,
Sempre rouba no final
Minha vida morre torta,
De tristezas, festival.
O canto do passarinho,
Na gaiola não se ouviu.
Buscando seu velho ninho,
Muitas saudades pariu.
Minha mão não tem as linhas
Nem da sorte nem da morte,
Migrando qual avezinhas
Procurando pelo norte.
Somos versos reversos,
Inversos e inversões
Não quero mais universos
Nem quero rebeliões
Quero o canto mais sensato
Da vida que não me leva.
O meu medo é do regato,
Alma triste já neva.
Sofreguidão traz demência
Não pode servir de alento.
É tudo coincidência
A mão da sorte no vento.
Um remendo sem sentido,
Um vaso que não se quebra
Um amor mal resolvido
Nunca nas danças requebra
Me empurrando do penhasco
Amor que não deve nada
Se no final me sobra asco
Amor de carta marcada.
Revezando meu barraco,
Sai Joana entra Maria
Na vida sei que sou fraco
Vivo errando pontaria
Meu descanso é trabalhando
No suor já fiz a cama.
Muito tempo procurando,
Esqueci como se chama.
O monte que não divide
A terra que não concebe
O medo que nunca tive
O resto não se recebe.
O dedo que não aponta,
A faca que nunca corta
Estrela que não tem ponta
Minha esperança é morta,
Vizinho não sei o nome
Mortalha que não me cabe.
Se vou comendo sem fome
Meu mundo que não se acabe
Se viver virou meu mote,
Se não posso mais cantar
Enchi de fel esse pote,
Encharquei água do mar
Fiz desejo minha luta
A força que nunca tive.
A mão se anuncia bruta
O pranto que não contive.
O resto levo na vida
Na vida que não me resta
Liberdade sei perdida,
Observando pela fresta.
Vivendo sem ter juízo,
Não tenho medo ou saída
Vou morrer no paraíso
Preparando a despedida
Não quero choro nem vela
Nem discursos de mentira
A fita que tenho amarela
Não restou sequer a tira.
No velório que se preza
Defunto que não se enfaixa
Não quero nem mesmo reza
Derrame muita cachaça.
Quero dança e rapapé
Quero riso da viúva
Depois de ter rastapé
Que me caia muita chuva.
Mordida de jararaca
E de formiga saúva.
A sobra deixo de inhaca.
Pra sogra mostro essa luva.
O parto que nunca parte
Pois o resto fica aqui.
Molambo por toda parte
Dessa terra onde nasci.
Um gosto de rapadura
Um cheiro de café fresco
A noite que seja escura
Já pintei o meu afresco.
“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a medicina”
Minha casa foi tapera
Minha morte, minha sina.
Defunto não fala nada
Minha voz já não tem força
Vai chegando a madrugada,
Por mais que torça e retorça,
No final quase não sobra.
Vencida minha batalha,
Vestido couro de cobra,
Na ponta dessa navalha.
Eta corpo mais pesado,
Como pesa esse presunto.
Que pena não ser alado,
O danado do defunto...
Publicado em: 29/12/2007 09:55:44




Do amor em plenitude, eu sou amante,
Caminho sem ter dúvida esta estrada
Que segue sem temores para diante,
E forte no meu peito sempre brada,
Mostrando uma alegria a cada instante,
E a vida já trazendo iluminada.
O canto deste amor me contagia,
Clareia em luz intensa cada dia...
Publicado em: 05/01/2008 10:47:55
Última alteração:22/10/2008 19:30:07

Quando desprezas a minha alma cega,
Não percebeste meus tormentos tantos...
Minha esperança, simplesmente nega
Que me trarás nossos momentos santos...

Nada mais belo quando trazes canto,
Nas estrelares caminhadas, mansas...
És o princípio do total encanto.
Tens a beleza sensual de danças.

Na tua voz a maciez de lagos,
O paraíso está nos calmos braços
Em tuas mãos conhecerei afagos,
E dormirei a repousar cansaços...

Fico a pensar por quanto tempo só,
Tenho minha alma solitária e triste.
Sem tuas luzes retornei ao pó
Sem teu carinho o que demais existe?

Por meses, anos, procurei ferido,
Qual fosse pássaro perdendo vôo
Se vou tão pálido é que sei perdido
O grito solto, que jamais ecôo!

Nas tuas pernas enrosquei as minhas,
Mas tropecei sem perceber a queda...
As minhas dores são perdidas linhas
A noite escura, de tristezas, veda...

Os teus cabelos, de magia feitos,
Da negritude de ébano fantástico.
Teus alvos dentes de marfim, perfeitos,
Na total precisão, artista plástico...

Mas me deixaste aqui sozinho e parco...
Tolas as noites que julguei-te bela.
À solidão velha orbital, seu arco,
Sempre pergunto, mas responde, é dela

Trilho traçado pela vida afora...
O que fazer? Não poderei dizer,
Estrela dela, vou sair agora,
Penso me resta a minha vida ter...

Levar o barco e procurar um cais...
Deixar as mágoas num distante mar.
Posso, no máximo, encontrar a paz,
Mesmo se assim, jamais irei amar!
Publicado em: 06/01/2008 21:28:14
Última alteração:22/10/2008 19:35:46


Nas asas deste amor, a liberdade
De quem deseja muito ser feliz.
Querendo ter prazer que, na verdade,
É tudo o sonhei e peço bis.
Tomando já de assalto a noite inteira
A fonte dos desejos, feiticeira..
Publicado em: 07/01/2008 20:22:57
Última alteração:22/10/2008 19:56:03



Não me esquivo do fogo da verdade
Que mostra esta vontade cristalina
De termos, nosso amor, sinceridade
Com toda a liberdade que alucina
E faz a gente sempre ser feliz,
Sem mágoa e nem tristeza em cicatriz...
Publicado em: 10/01/2008 19:22:05
Última alteração:22/10/2008 19:54:45


PENSANDO EM VOCÊ
Perdi, querida a minha paciência
Com todos os arautos infelizes
Que tentam destruir um sonho breve
De ter na vida dias mais felizes.

Não temo mais o riso de deboche
Que se estampou na face de um ignaro
Que pensa que mostrando o peito em rocha
O torna mais sublime ou mesmo raro.

Amor é fantasia que é benquista
Embora para muitos nada diga,
Sorriso displicente em poesia,
Na mão desta mulher amada amiga.

Eu canto e não me canso, isto compete
A quem senão querida a nós dois mesmos?
Eu vivo o que bem quero, o sonho é meu,
Mesmo que juntos vamos ermos, esmos

Quem não quiser não ouça o manso canto
Que brota do meu peito em penuginha
De uma ave que nascendo sertaneja
Jamais quis que cantasse assim sozinha.

Portanto, minha amada, vamos nessa
Que o sol já se promete bem mais forte,
Amor secando as lágrimas de um pranto,
Não teme estupidez que traga o corte...
Publicado em: 05/02/2008 13:55:06




PENSANDO EM VOCÊ
Querida, sem ninguém
Durante muito tempo
A vida se passando
Somente em contratempo

Eu vi no teu olhar
O brilho do desejo
Sossegue aqui comigo,
Adoro te dar beijo...

Depois fazer carinho,
Beijar o teu umbigo,
Tu sabes que é gostoso,
Embaixo? O que persigo...

Os outros que vierem
Só querem ter prazer.
Eu te darei meu ninho
Também meu bem querer...

Não deixe-se enganar,
Amor não é banal
Depois nunca se esqueça
Homem? É tudo igual...

O que eles querem, tolos,
Desta morena boa,
É gota bem mansinha
Apenas a garoa...

Mas eu, pegando fogo,
Te falo na verdade,
O que eu quero de ti
É toda a tempestade!
Publicado em: 02/04/2008 13:14:12



Estrelas e cometas que se buscam
Clareiam noite inteira, belos astros.
Deixando no caminho um brilho raro,
Formando em fantasia claros rastros.

Assim também Amor já se inebria
E trama uma alegria a cada passo,
Pegadas de emoção em flóreo sonho;
Adentrado o infinito, rasga o espaço;

Depois de se perder e se encontrar,
Amor que vai vencido é vencedor
Num frêmito avançando nos enlaça
E mostra-se sublime. Deus... amor...
Publicado em: 03/04/2008 13:16:59
Última alteração:21/10/2008 16:56:4



Netuno, num momento extasiante
Ao ver uma sereia que cantava
Sentindo tal poder em voz macia,
Aos poucos se tocava e se enlevava.

Um deus tão poderoso se rendia
À sedução da maga criatura
E num momento assaz maravilhoso
Entregue à profusão feita em candura

Ao ter tanta beleza em sua cama,
Deitada e sorridente em mar remoto,
Amando com furor e com vontade
Num átimo rebenta em maremoto...
Publicado em: 06/04/2008 20:55:49
Última alteração:21/10/2008 19:56:19




Meu coração nos guizos da alegria

Se esbalda em tanto amor que te queria,

E mostras com sorriso toda a festa



que gesta um coração apaixonado,

num êxtase tão puro e delicado,

Entrando sutilmente pela fresta



Aberta por Cupido no meu peito.

Assim eu passo a vida, satisfeito,

Por ter o teu amor aqui comigo.



Não temo mais o frio desta noite

Nem sei de uma tristeza, vil açoite

Que corta e nos infesta e traz perigo...



Amor reinando sempre em nosso caso,

Impede que ressurja num ocaso

A dor que fora minha companheira.



Cupido com seu arco em boa mira

Me vendo tão sozinho cedo atira

A seta mais veloz e tão certeira...
Publicado em: 17/04/2008 12:31:55


Quando cansado desta noite imensa
Depois de tanto tempo sem ninguém,
A vida se passando sem sentido;
A fria madrugada sempre vem.

Teu vulto está marcado em nossa cama,
Deitado; te procuro, mas não vejo.
A noite vai passando sem sentido...
Apenas me restando esse desejo.

Mas sei que certo tempo tu virás
E todas as tristezas findarão;
A noite deste encontro, maravilha,
A vida renascendo em emoção.

Não quero te roubar um só segundo,
Eu quero mergulhar em nosso fogo.
Amada como é belo o teu futuro,
Espero que retornes logo, logo...

E sinto tantas flores renascendo
Perfumes maviosos, de jasmim.
Por certo nossa vida assim refeita,
Nas flores, nos aromas, meu jardim!
Publicado em: 19/04/2008 11:11:23
Última alteração:21/10/2008 13:10:37



Estrela luminária, sou falena,
Inebrias meus sonhos, aguardente.
Em tantos turbilhões, em louca cena,
No manto desta estrela, sou demente!
Rasgando minhas dores mostro entranhas,
Feridas terebrantes são tamanhas!

Estrela radiosa, meu destino,
Seus rastros me levaram para o mar...
Do canto que escutei, volvi menino,
Deveras mergulhei, sou constelar.
Cometa que lhe trouxe, minha estrela,
A noite dos amores, revivê-la!

Ao ver a mansidão desse sorriso,
Ao ver a paz que enfim já se aproxima,
Descubro que conheço o paraíso,
A fonte que me trouxe, tanta estima....
Nos olhos tão tranqüilos, calmaria,
Bonança que promete um novo dia...

Amores tão sutis quanto a manhã,
Na aurora sem ter nuvens, dia claro.
Recebo mansamente a guardiã
Que trouxe em minha vida, rumo raro...
Na maciez dos olhos, sem quimera,
O renascer divino, uma nova era...!

Sem guerras, sem desgraças e desmandos...
Sem medos, sem angústias, fim e rota...
As aves calmamente, tantos bandos,
Nascentes tão suaves, vida brota...
Recebo no bafejo desta brisa,
As boas novas que a alegria avisa...

Eflúvios matinais, forte esperança...
Os lagos, placidez, as águas mansas.
Das dores nem sequer triste lembrança.
A noite que virá promete danças...
Recebo seu carinho, estrela amada,
As mãos tão carinhosas duma fada!
Publicado em: 24/04/2008 17:27:24
Última alteração:21/10/2008 13:27:04


Noite escaldante, noite das esperanças...
Cruas crianças vestem-se de danças,
As danças descalças insensatas...
Os medos e os ledos desejos, segredos e manhas...
Trazes as crases e as aspas, cruzes e vespas,
Urzes e brasas... Acesas brasas...
As asas e os pés cansados, atados e feridos.
Noites escaldantes, noite das lembranças
Das pujanças e das lanças, alças os velozes
E vilosos pés. Segregas e negas, afagas...
Nas terras distantes,
Crianças e gnomos.
Gomos de esperança...
Somos todos o nada,
Absortos e distintos,
Intestinais...
Versos e versões, imersões...
Noite escaldante...
Daqui para adiante,
Avante e diante de ti,
Os pés descalços, os percalços...
Somos o mesmo eco, o repeteco,
O esterco e o nascimento,
O cimento e a base,
Arquiteto divino.
Nada impede o tropeço.
O meu preço é o recomeço.
Meço meus medos por meus olhos
Lacrimejo meu desejo mais espúrio.
Cúrias e Mercúrios...
Deuses...
Reveses.
Cruzes
Luzes
Urzes.
Reverso
E medalha...
Publicado em: 26/04/2008 14:08:06
Última alteração:21/10/2008 13:34:05



PENSANDO EM VOCÊ
Menina amada vou te dar meu colo,
Te quero deitadinha junto a mim.
Num acalanto manso noite afora,
Ninando nosso amor que não tem fim.

Deitar tua cabeça e um cafuné
Fazer até que durmas, calmamente.
Beijando tua boca devagar,
Até que a manhã trague novamente

Teu riso, uma alegria que desejo
Ser tua companheira inseparável.
Que uma alvorada trague em tua vida
Felicidade plena, insuperável...
Publicado em: 14/05/2008 09:21:21
Última alteração:21/10/2008 14:38:46

Amor bicho inocente e sem juízo
Não pode ver as pernas da morena.
Da dor que me gelava nem notícias
Que o gozo deste amor de novo acena.
Vou logo, neste jogo, qual babaca
Que tampa o rosto e finge não ver nada.
Desanca novamente em minhas costas
Sudário deste amor feito em porrada.
Mas vale sempre a pena ser assim,
Um roto que procura por emenda.
Nas pernas que se abriram e convidam,
Segredo desta vida se desvenda...
Publicado em: 14/05/2008 11:39:02
Última alteração:21/10/2008 14:39:15


Viver tendo alegria como meta,
Tramando um dia raro, belo e lindo,
Quem dera se eu pudesse ser poeta
E ler nesta beleza, traduzindo,
Amor que me penetra em fina seta,
A porta dos meus sonhos; já se abrindo.
Os dias mais felizes que chegaram
São barcos que em meus portos ancoraram...
Publicado em: 18/05/2008 19:48:30
Última alteração:21/10/2008 15:06:42


Que bom que te encontrei, flor do cerrado
Razão de o meu cantar; enamorado.
Trazendo uma alegria tão imensa.

Eu sinto esta saudade verdadeira
Da flor que me encantou, que a vida inteira
Eu esperei, divina recompensa.

Eu quero o teu perfume eternamente
No nosso amor a lua de repente
Passou a ter o brilho verdadeiro,

Depois de ter sofrido tanto tempo,
Agora já não quero contratempo,
Eu quero ser feliz e por inteiro...

O cheiro delicado desta flor
Encharca esse meu peito sonhador,
E traz uma alegria tão serena.

Decerto nosso amor já me ilumina,
Emana tanta paz minha menina
Na boca tão gostosa da morena.

Eu vejo que encontrei felicidade
Agora sem nenhuma vaidade
Eu quero te dizer que sou feliz.

Por isso minha amada, não se queixe,
Espero que tu nunca mais me deixe,
Eu nosso amor eu tenho o que mais quis!
Publicado em: 28/05/2008 08:52:20
Última alteração:21/10/2008 15:25:18


Carrego
O peso
Do desprezo
Que tanto prezo
Preso aos teus tentáculos
Oráculos
Vagos
Lagos
Trago
O afago
Da fera
Que estampara
Ironias
Em forma
De carinho.
Publicado em: 31/05/2008 20:46:06
Última alteração:20/10/2008 20:09:59



Vejo teu corpo
Deitado e desnudo
Mergulho com tudo
Avanço este porto,
Desejo demais
Encontra seu cais
No gozo profano
Segredos e ritos
Benditos caminhos
Atando meus passos
Espaços adentro
Fronteiras desvendo
Descendo bem manso
Concebo o remanso
Que em gozos alcanço
Sem ter nem descanso,
Um novo Eldorado
Que sendo explorado
Derrama cristais...
Publicado em: 30/07/2008 17:27:58
Última alteração:19/10/2008 22:22:26


Teus beijos delicados
Mansos fogaréus
Sonhos são ilhéus
E bebem dos teus céus
Decifro raros véus
Nas sedas e cetins.
Vicejas meus desejos
Arcanjos, querubins,
Centelha inestimável.
Teus lábios
Astrolábios
Dos meus sonhos.
Quem me dera...
Publicado em: 31/07/2008 14:09:24
Última alteração:19/10/2008 22:03:41


Menina feito deusa
Nas asas dos desejos
Queimando em nossos beijos
Ardores sem igual,
Trazendo o infinito
Em cada beijo agreste
Num fogaréu ardente
Que acende de repente
O coração da gente
E faz tudo explodir
Vem logo em minha rede
Quero matar a sede
Em teu corpo divino,
Menina o teu menino
Insânia do destino
Andando feito louco
Na busca que sem fim
Agora ao te encontrar
Já sabe que o infinito
Cabe dentro de mim...
Publicado em: 05/08/2008 14:55:17
Última alteração:19/10/2008 22:15:07


De imaginar-te as formas não me canso
Enquanto o teu amor, minha alma espera.
No fim do outono surge a primavera,
Quando a sonhar com teu amor me lanço...

E em detalhes eu vejo, bela e nua,
Como Deusa do Amor, por Eros feita;
A mais formosa, linda, a mais perfeita,
Que ente os mortais se mostra e se insinua.

E se teu corpo, de beleza e graça,
Desperta em mim, desejos proibidos,
Deixa em alerta todos os meus sentidos!

E este febril desejo que não passa,
Vem da beleza – digo sem rodeios-,
Da jóia rara de teus belos seios!

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 27/08/2008 13:20:05
Última alteração:17/10/2008 17:13:55


Minha alma diz a todos que te adora
E que sentiu, jamais, amor tão grande;
Tal qual este Universo, digo agora,
Este infinito amor também se expande.

Se acaso minha mão teu corpo explora,
Por mais que em trilhas conhecidas ande,
Maior desejo no meu peito aflora,
Até que, de cansaço, o fogo abrande!

Deste insensato amor, feito loucura,
Que às vezes, se contenta na procura,m
Um dia morrerei, sem piedade!

E quando ouvir a triste despedida,
Direi ao mundo que, na minha vida,
O que ontem foi amor, hoje é saudade...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 28/08/2008 08:29:21
Última alteração:17/10/2008 14:19:54


Quando enfim encontrei o teu retrato,
Descorado e jogado na gaveta;
Assinado seu nome, com caneta,
Percebi com saudade, fui ingrato...

Tinhas um olhar triste e tão distante,
Como quem procurasse amor, prazer;
Ou quem sabe, somente, reviver,
Tantos sonhos perdidos, e bem antes...

Não podia sonhar d’outra maneira,
Quem a vida feriu e maltratou;
Tua fotografia me mostrou,
Tanto amor que viveu, a vida inteira...

Me recordo das noites que passamos,
Nossas camas, sentidos e visões;
Em um só, transformando os corações.
Hoje eu bem sei o quanto, nos amamos..

Em teu corpo desejos eram vias,
Tuas mãos delicadas mil delícias,
No sofá, nossa cama, das carícias
Que trocamos, fantásticas orgias...

Teu colo, âmbar , beleza sem igual.
Nos desfiles nas nossas loucas noites,
Nossas línguas desciam, qual açoites
Que traziam eterno carnaval...

Quanto tempo passado, vou sozinho,
Minha cama jamais teve outro alguém;
Procurei sem saber, um novo bem,
Todo mundo passando, eu passarinho...

Na procura silente, quero crer,
Que tal mel, tua boca, só me traz.
Perseguido e tentando ser capaz,
De encontrar outr’amor para viver...

Encontrar teu retrato foi doído
Desespero tomou tudo d’assalto;
Como pude tentar, sou tão incauto
Reviver esse tempo já vivido...

Nunca mais reviver a tua foto,
Nem revirar gavetas, nem passado.
Me perdoe, se tanto andei errado,
Minha vida,um retrato tão remoto...
Publicado em: 04/09/2008 10:24:08
Última alteração:17/10/2008 14:29:32



Adormeço
Ócios e ossos, ofícios...
Oficio meu vazio cio,
Se não sou
Quem me dera...
Se não vou
Nada espera.
Sou
Servo
E conserva.
Sirvo de mote.
Bote e fardo.
Trote e mansidão.
Ocos os ossos, ofícios.
Cruz fixa, frouxa.
Crucifixo,
Fixos os olhos.
Bote e morte.
Naufrágios!
Sufrágios
Elegi-te
Elegia,
Letargia
E adormeço...
Publicado em: 09/09/2008 11:38:52
Última alteração:17/10/2008 14:34:06


Amor quando em vinganças baseado
Semelha-se a uma areia movediça.
Não é, talvez, amor; mera cobiça
De ver a dor em pleno ser amado.

Não deixa que floresça a bela flor,
Se perdendo em meio a tanto espinho
Esquece que o amor feito em carinho
Espelha só na pétala, esplendor.

Matando então a fonte de perfume,
Transformando em serpente a bela rosa,
Nos braços da vingança mais maldosa,
Invade nossa vida e cessa o lume.

Todo o desejo manso, mais cruel.
Porém daquele brilho, uma centelha
Iludindo, confunde a pobre abelha,
Que fabrica veneno invés de mel.
Publicado em: 14/09/2008 19:16:57
Última alteração:17/10/2008 13:29:53


Servil
Ser vil
Ou nada ser
Além do vazio
Que ainda poreja
Sanguinário
E venal...

Não posso mais
Deter a Medusa
Que se fez musa
E devora-me
Aos pedaços...
Publicado em: 15/09/2008 06:45:05
Última alteração:17/10/2008 13:32:49


Matando quem merece ser amado
Amando quem não sabe merecer
Tirando uma vontade de viver
Nas ânsias deste mar, mais mareado.

Esquivos pensamentos esquisitos
Estranhas esperanças esquecidas.
Que fantasia trazem nossa vidas
Que não permitem sonhos mais bonitos.

Com sonhos e desejos por alguém
Que nunca mais voltou nem voltará
Aos poucos todo céu se fechará
E em pouco tempo, nunca mais ninguém.

E queres que eu te escute sem ter dores.
Se bem que nem percebes quanto dói.
Não sabes que meu mundo se destrói
Em volta das memórias, teus amores.

E queres que eu me mate em sofrimento
Assim como desejas que eu te cure?
Em mim o tanto quanto se procure
Não bastam ao teu vago sentimento.
Publicado em: 16/09/2008 13:49:44
Última alteração:17/10/2008 13:48:56



Versifico com cuidado
Não pretendo magoar
Aquela que foi passado,
Nunca mais irá voltar
Não procuro por saudade,
Nem cheguei a perguntar.
Vago ruas na cidade
Esperanças de voltar.

Teus braços são meus descansos
Nas estradas que passei.
Os olhos são os remansos
Onde enfim eu descansei.
Quem quisera ser saudade
Dos meus braços sairá,
A canção da liberdade,
Todo pranto cantará.

Minha senda é sempre leve,
Meu caminho pesa cruzes.
Meu amor passou tão breve;
Nos espinhos e nas urzes.
Quem não quer ser mais sereno
Trovejando vai passar
Amor que não tem veneno
Serenatas ao luar.

Minha luta é sem destino,
Os meus olhos negam sol.
O amor desse menino,
Ilumina qual farol,
Todo tempo que não tenho,
Nada fiz que não valia.
Quando em tristezas me lenho,
A noite não traz o dia.
Toda minha fantasia,
Se perdendo num abismo.
Quem souber da poesia
Esquece do fanatismo.
Quadro que pinto não nego,
Tenho as tintas que encontrei.
Toda dor que não carrego,
Nas espadas dessa lei.
Vi meus barcos naufragando,
Vi meu tempo sem remédio.
Meu amor já foi mudando,
A vida não quer mais tédio.
Toda trama me envolvendo,
Nunca pude revelar,
Minha dor pede remendo
Nas espreitas do luar.
Vacinei a tempestade,
Encampei a solidão
Esqueci felicidade
Fechei porteira e portão.
Menina não tenho prenda,
Não me prende teu amor.
Vestido de chita e renda
Nos cabelos, uma flor.
Na mão a rosa vermelha,
Certezas no coração.
A vida pede centelha,
Não terá mais solução.
O meu verso de repente,
Volta e meia não tem fim.
Todo amor que se sente,
Emana dentro de mim.
Quero o tempo sem certeza
Sem ontem nem amanhã
Tudo que tiver na mesa
Procurei com muito afã
A geléia e sobremesa
Vieram lá do quintal.
Só restou esta certeza,
Minha vida no varal,
Quarando qual fosse sina,
Que não deixa seu recado.
A mão que cedo assassina
Não permite um belo fado.
Recado que não foi dado
Às expensas da paixão.
Quando foi, foi malcriado
Esperando teu perdão.
Navego por sete mares,
Oceanos sem penedos.
Minhas noites sem luares,
Meus pesadelos, segredos.
Na rosa que tu me deste,
Espinhos fincaram fundo.
Amor que tens não empreste
Meu coração viramundo
Sabe das horas sem rumo
Quem não sabe não deseja
Amor que não mede prumo
Nunca nega nem me beija.
Sempre vaga estrela morta,
Sempre rouba no final
Minha vida morre torta,
De tristezas, festival.
O canto do passarinho,
Na gaiola não se ouviu.
Buscando seu velho ninho,
Muitas saudades pariu.
Minha mão não tem as linhas
Nem da sorte nem da morte,
Migrando qual avezinhas
Procurando pelo norte.
Somos versos reversos,
Inversos e inversões
Não quero mais universos
Nem quero rebeliões
Quero o canto mais sensato
Da vida que não me leva.
O meu medo é do regato,
Alma triste já neva.
Sofreguidão traz demência
Não pode servir de alento.
É tudo coincidência
A mão da sorte no vento.
Um remendo sem sentido,
Um vaso que não se quebra
Um amor mal resolvido
Nunca nas danças requebra
Me empurrando do penhasco
Amor que não deve nada
Se no final me sobra asco
Amor de carta marcada.
Revezando meu barraco,
Sai Joana entra Maria
Na vida sei que sou fraco
Vivo errando pontaria
Meu descanso é trabalhando
No suor já fiz a cama.
Muito tempo procurando,
Esqueci como se chama.
O monte que não divide
A terra que não concebe
O medo que nunca tive
O resto não se recebe.
O dedo que não aponta,
A faca que nunca corta
Estrela que não tem ponta
Minha esperança é morta,
Vizinho não sei o nome
Mortalha que não me cabe.
Se vou comendo sem fome
Meu mundo que não se acabe
Se viver virou meu mote,
Se não posso mais cantar
Enchi de fel esse pote,
Encharquei água do mar
Fiz desejo minha luta
A força que nunca tive.
A mão se anuncia bruta
O pranto que não contive.
O resto levo na vida
Na vida que não me resta
Liberdade sei perdida,
Observando pela fresta.
Vivendo sem ter juízo,
Não tenho medo ou saída
Vou morrer no paraíso
Preparando a despedida
Não quero choro nem vela
Nem discursos de mentira
A fita que tenho amarela
Não restou sequer a tira.
No velório que se preza
Defunto que não se enfaixa
Não quero nem mesmo reza
Derrame muita cachaça.
Quero dança e rapapé
Quero riso da viúva
Depois de ter rastapé
Que me caia muita chuva.
Mordida de jararaca
E de formiga saúva.
A sobra deixo de inhaca.
Pra sogra mostro essa luva.
O parto que nunca parte
Pois o resto fica aqui.
Molambo por toda parte
Dessa terra onde nasci.
Um gosto de rapadura
Um cheiro de café fresco
A noite que seja escura
Já pintei o meu afresco.
“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a medicina”
Minha casa foi tapera
Minha morte, minha sina.
Defunto não fala nada
Minha voz já não tem força
Vai chegando a madrugada,
Por mais que torça e retorça,
No final quase não sobra.
Vencida minha batalha,
Vestido couro de cobra,
Na ponta dessa navalha.
Eta corpo mais pesado,
Como pesa esse presunto.
Que pena não ser alado,
O danado do defunto...
Publicado em: 17/09/2008 11:59:35
Última alteração:17/10/2008 13:50:44


No mormaço de minha alma
Encontrei esta menina
Foi roubando toda a calma
Coração chora e neblina...
Recebendo um vão cortejo
Tempestade, assim prevejo...
Publicado em: 24/09/2008 16:26:00
Última alteração:02/10/2008 14:02:15


PENSANDO EM VOCÊ
Procuro quem ouviu falar
Do meu unicórnio esverdeado.
Fugiu juntamente com um basilisco
Azulado.
A última notícia que tive
Dava conta dos dois terem sido
Raptados por um gnomo
De pés tortos e sorriso enigmático.
Não serve outro, pois esse apesar
De ser impetuoso como todo unicórnio
Estava acostumado comigo,
Com meus ataques de ranzinzice e teimosia.
Algumas vezes até me ajudava com seus conselhos.
Ouso dizer que era meu único amigo.
Capaz de suportar minhas manias.
E olha que são várias...
Coisas tipo não agüentar a luz da lua quando fica violácea.
E mesmo a sanguínea manhã quando teima
Em mandar eflúvios de matiz duvidoso.
Procuro desesperadamente o meu unicórnio esverdeado.
Pago bem a quem me trouxer notícias.
Avisa que quem procura é um velho estúpido,
Amargo e solitário.
Um unicórnio pode não ter muito valor,
Realmente é fraco para o arado e
Não agüenta carregar nenhuma carga,
Principalmente os esverdeados.
Mas esse agüenta tão somente o peso
Gigantesco do nada fui, nada consegui e nada terei
A não ser um unicórnio esverdeado...
Publicado em: 30/09/2008 14:50:27
Última alteração:02/10/2008 14:52:50


PENSANDO EM VOCÊ
Expresso esperança
Saindo mais cedo
Arremedos de sorte
Debulha no caminho.
Da promessa nem sempre executável
Execráveis momentos entremeiam-se
Com risos e paradoxais lágrimas.
O que germinará?
Tampouco sei quanto interessa.
A pressa muitas vezes gera mutações
Ou pior, abortos.
Absortos olhos
Procuram pelo céu incólume
Mas os lumes são diversos
Num mosaico de matizes.
Caleidoscópio de cores,
Nem sempre verdejantes.
Dardejantes ilusões
Encetam diversidades.
Os olhos da menina
Com certeza; furta-cores.
Publicado em: 01/10/2008 12:05:27
Última alteração:02/10/2008 13:55:49


Seu moço, minha tristeza,
Vem desse amor acabado,
Perdendo minha Tereza,
Tanto sonho desprezado,
Me resta somente dor,
A saudade desse amor.

Nasci nas Minas Gerais,
No meio desse sertão,
Seu doutor, não posso mais,
Me dói a recordação,
Daquela moça morena,
A minha bela pequena.

Foi embora sem deixar,
Nada mais do que saudade,
Como é que posso ficar,
Sem lembrar tanta maldade.
Daquela que tant’ amei
Prá onde foi? Eu não sei...

Minha Tereza era linda,
Bonita como uma flor,
Eu guardo no peito, ainda.
A foto que me restou;
Na lembrança, na retina,
Daquela doce menina...

Foi-se embora prá não mais,
Nunca mais saber por que,
Tudo deixando prá trás,
Levando meu bem querer.
Tereza moça maldosa,
Espinho num pé de rosa!

Meus companheiro acredita
Que ela num quer mais voltar,
Levando o corte de chita,
Que tanto custei pagar.
Mas, pior que esse chitão,
Me rasgou o coração.

Quando, de noite faz lua.
Me bate a melancolia,
Vou saindo pela rua,
Nela amanheço meu dia.
Perguntando pra quem passa,
Só encontro na cachaça...

Seu moço me dê licença,
Vou voltar prá minha caça.
Talvez tenha a recompensa,
Depois, dormindo na praça,
Quem sabe, então, toda nua,
Ache Tereza na lua...
Publicado em: 02/10/2008 10:18:19
Última alteração:02/10/2008 13:39:54




Cobra coral, coralínea praia,
Desfaço meus passos e não te vejo.
Andrajoso caminheiro sem coragem.
A margem esquerda do riacho,
Acho que não posso te esquecer...
Ver o mar vencerá quem quiser...
Quem me quer, mal me quer, quem puder
No meu manto, canto, encanto e cantochão.
Cara a cara com a rara formosura, se mensura
A brandura na ternura, terna cura que não doura
Na madura moldura que me dás.
Remedas as ondas e as árduas amarguras...
Nas volúpias, cópulas e cúpulas. Apaziguas...
Te quero vencido e vencedor, vencer a dor,
Vendeta e colheita, completa sedução.
Rastelo e castelo, somos mar e cordilheira,
Girassol e contratempo, carisma e solidão.
Sempre te procuro, mata escura, candura
E carnaval...
Pierrô, colombina, se combina tantas diversidades.
Cidades e províncias, vícios e santidade...
Princípios e terminais. Umbrais e porões.
Multidões..
Me mutilas e te espreito, és meu peito e meu pendão.
És meu sim, sinônimo do não.
Acordes sem acordos, acordeão.
Varizes e valores, vinis e venais vergões.
Vértices e abismos, paris e lirismo, istmo e atol.
Mesmice e repertório, veleiro e velório.
Insone e opiácio, pirão e pescaria.
Temor e meio dia, melodia e melancolia...
Matagal e mataria, manto e montaria,
Fogaréu e afago, ganho e derrocada.
Cada parte e multidão.
Serva sem sermão, sertão e serenata.
És a minha nata e sabiá, catarei teu canto e cantoria.
Autor áudio, auditoria, marte e sereno.
Vaia e veneno, versos e complexos comparsas, persas, praças, asas, asas, as, a...
Publicado em: 22/10/2008 12:38:08
Última alteração:02/11/2008 21:49:38



Curvas
Não poderia ver o vale...
O mundo não deixaria outra escolha.
Cola e cavalo, casa e casal... Casamento!
Pergunta que não se responde,
Bonde vai, bonde vem...
Ninguém poderia saber
Ao certo se duvidoso.
Nascido e criado, talvez morto
No vale que jamais deixaria.
Ria e chorava, rio e riacho,
Diacho de vida!
Maria e casamento.
Momento difícil de escolha.
Escola distante, futuro traz fruto
Semente e sêmen, momento de glória.
Sem ismos e achismos, marcas e marchas.
Festa e refastelo.
Cama e chama
No final, moleque,
Um leque que não abre,
Um mundo que não cabe
Na curva deste rio
Nas ruas da viela,
No vale onde nascera.
Mundo comprido e tão distante.
A cada instante novidade.
O vento da liberdade
Vencido pelo morro,
Trazendo seu socorro,
Maria do Socorro...
Rebentos à vontade.
Qualidade e quantidade,
Eta gurizada bonita!!!
Novilha e cabrita, café e cafuné, resultado: menino!
A vida se passa e se comparsa.
Tem farsa,
Mas disfarça que o cavalo ao vale vem...
Antes tinha trem
Agora ninguém vem,
Somente a vida, trem
Danado de bom...
Não sabe de São Paulo,
Nem Rio nem Belzonte,
O belo do horizonte
Termina ali na curva,
Nas curvas do socorro,
Ancas de Socorro.
Resultado: mais guri...
A mão que se quebrou
O breu logo curou,
Um canto curioso
Na serra curió.
A vida deu um nó,
Nasceu tanto menino...
Na ponta do cipó,
Na curva do destino.
Saudade desse tempo
Do vento em minha nuca,
A vida é arapuca
Não bole nem remexe.
Vazando pelos pastos,
Nos gostos e nos gastos.
Sementes de esperança
Plantadas no quintal.
Do seu canavial, havia novo aval
Ser feliz!
Publicado em: 23/10/2008 09:42:45
Última alteração:02/11/2008 21:46:39



Amor nunca negado e bem cuidado
Uma beleza rara em lindo prado
Das flores em botão da poesia.

Amor que foi cerzido com carinho
É mais que simples colcha, forra o ninho
E aquece quem sonhou amor demais.

Não temo mais inverno rigoroso,
Vivendo este cantar vou orgulhoso
Pois sei que sempre tenho e quero mais...

Estrelas espalhadas neste céu,
Aguadas com garapa e tanto mel
São flores dos espaços siderais.

Eu quero neste amor tanto matiz
Que sei que me fará bem mais feliz
Do que eu imaginei fosse jamais.

Afagos tão ardentes que trocamos
Nos versos delicados, nos amamos,
Em busca da esperança: amar em paz.

O gosto delicado desta boca
Que tanto me domina doce e rouca,
Com gosto do desejo que me traz

A moça que sonhei na poesia,
Invade minha vida de alegria
No canto que me encanta manso, audaz.

Agora que te vejo bem mais perto,
Oásis que brilhou no meu deserto
Te falo: teu amor me satisfaz!
Publicado em: 26/10/2008 20:14:45
Última alteração:02/11/2008 20:34:43



Bem sabes que feriste cruelmente
Aquele que só quis o teu carinho.
Agora que estou livre e vou sozinho,
Te mostro meu futuro, sorridente...

Nas manhãs deste amor tu foste luz.
Ilusão que cultivo sem malícia,
Julgava-me envolvido por delícia,
Efeito deslumbrante que produz

Amor quando julgamos repartido.
Belo canto de pássaros ouvi
O resto de esperança estava em ti.
E tudo em minha vida, resolvido...

Quem sempre fora só, por um momento,
Pensou na liberdade sem castigo.
O bom da minha vida está contigo
Pensei. Não terei, nunca mais, tormento...

Embevecido pelo teu encanto
Senti-me qual senhor deste universo.
Meu mundo sempre fora tão adverso
E pensei ser feliz. Pra meu espanto

A luz desta manhã cedo nublou.
O canto que escutava, em desafino,
O Fado muda o rumo em desatino
E tudo que brilhava se apagou...

Teu amor transformado em vingança,
Um gosto de derrota na garganta...
A tétrica quimera se levanta
E mata feramente, esta esperança...

Os raios e trovões tomando conta
O céu enegrecido pelos nimbos.
Percorro, mesmo em vida, vários limbos
A morte solitária, ao longe aponta!

Vergastas desta sorte que carrego...
Amor nunca me teve como amigo.
O sonho mavioso que persigo,
Embalde, sem ter luz, caminho cego!

As chagas terebrantes que causaste
Em carne viva mostram tuas garras.
Procuro me livrar destas amarras,
As costas corroídas, vil desgaste...

Ao meio dia estava em tal mortalha,
Meu sangue inundando todo o chão
As unhas deste amor no coração,
O corte mais profundo da navalha!

Agonizando em plena tempestade,
A morte se transforma num oásis
Amores que julguei fossem capazes
Açoites que me negam liberdade!

Minha tarde, entretanto, devagar,
Abrindo o negro céu, um raio manso.
O sol revigorante já alcanço,
Promessa tão serena do luar.

Agora que voltaste minha amiga,
As feridas estão cicatrizadas
As marcas dessas garras e dentadas
Não mais impedirão que eu já prossiga.

Na nova estrada vivo a minha lei:
De tudo que causaste, sequer sombra...
A poesia que negaste não se assombra
E procura outros versos. Me curei!
Publicado em: 28/10/2008 10:22:01
Última alteração:02/11/2008 20:35:57



Jazi em cada verso
Que não leste
Que não viste
Que fingiste
E sonegaste.

O tanto perseguido,
O quase anunciado
E o nada como herança.

Acendo este cigarro,
Agarro-me à fumaça
E esvaecido,
Percebo a tua ausência
E com a anuência
Do vago,
Arrasto-me pelas ruas.
Tuas?
Nuas...
Publicado em: 26/11/2008 19:37:41
Última alteração:06/03/2009 16:37:24


Paixão que já nos toma totalmente,
Não larga um só minuto o pensamento.
Vibrando no prazer de estarmos juntos,
Rendendo-se ao desejo, sentimento.

Delírios mais profanos, fome tanta,
Recebo o teu carinho com vigor,
No pátio da alegria me esbaldando,
Sentindo o teu respiro sedutor.

Vaivém de corpos, dança erotizada,
Na lúbrica loucura que não cessa.
Eu te amo, nunca nego esta verdade,
Vem logo que o amor tem tanta pressa...
Publicado em: 03/12/2008 18:48:51
Última alteração:06/03/2009 16:06:34



Quando de tarde sinto a mansa brisa,
Trazendo uma saudade do que tive
O vento que escorria no arvoredo
Contando para o ar nosso segredo,
Eu me lembro de você...

Quando a noite se chega, devagar,
Trazendo tanto frio que me gela.
A lua enamorada em seu queixume
Reclama nosso amor, tanto, ciúme...
Eu me lembro de você...

E quando a madrugada vem surgida
Promessas de uma aurora maviosa,
Os raios da manhã, belos, clareiam.
O mar, esse horizonte se incendeiam,
Eu me lembro de você...

Quando a manhã trazendo o forte sol,
Que queima e que me abrasa sem parar.
Deitado nessa areia, bronzeando,
Tomando toda terra, deslumbrando...
Eu me lembro de você.

Eu me lembro de você
Na tarde, na manhã, na madrugada;
A procuro mas cadê?
Me fale quem souber de minha amada!
Publicado em: 09/12/2008 08:38:58
Última alteração:06/03/2009 15:22:50



A chuva que caiu já fez brotar
Sementes que plantamos, minha amada,
Recebo com clareza este luar,
Promessa da beleza da alvorada.
Convido-te, querida, a passear
Comigo na magia desta estrada
Que leva, num segundo para o céu,
Montados na emoção, nosso corcel.
Publicado em: 20/02/2009 06:24:02
Última alteração:06/03/2009 02:00:30


Julgando ser o jugo
Costumeiro capataz
Entreguei-me ao ledo
Engano
Ano a ano
Décadas a fio.
E afio meus olhos
Na procura interminável.
Fecho a porta,
A morta ressurge,
O rouge disfarça a palidez
E quando eu penso
Que tenho em minhas mãos
As rédeas...
Desabalada carreira num galope.
Peço um chope e volto à realidade.
Sem ar de sonho,
Ou fantasias.
Formidáveis espectros
São meros licores
Extraídos dos vagares
E vagões...
Vergalhões;
Quis verões,
Mas inda hiberno...

Publicado em: 12/05/2009 19:23:10
Última alteração:17/03/2010 19:34:38



Eros
Era
Herética
Ou hedônica
Só não seja clônica
Tétrica apoplética
E toda uma dialética pessimista.

Prefiro esta nudez
Exposta à lua
Bronze e prata
Dourando a noite...
Publicado em: 15/01/2010 13:00:02
Última alteração:14/03/2010 21:00:59



Percebo-me um mujique em pleno inverno,
Ô, Véi! Tudo bem, eu fico puto numa boa, pode chamar de tosca a minha idéia, saca, mano?, mas fica bizarro esse lance de ficar na base da aritmética, contando moedinhas de tempos em tempos imperiais. Em cima de muá não pega esse desvairado e animalesco desejo de sair por dizendo me béja, me béja, me béja... tenha mais traquejo e compustura que você será um mortal com todos os direitos dos imortais. A mim me parece que essa pantera não quer nem saber se o pato é macho, ela quer é ovo. Até preocupou-me saber se pantera tem TPM, pois de festança em festança até menstruação entra na dança das sangrias. Se a felicidade urge porque não temer a pressa?, ou por acaso você tem um trem bala do Japão em ambas as pernas? Mas para vadiar em estrelas há que se tornar astronauta, seu caminho, Véi, é a NASA. De mais a mais, Einsten vai ter que lhe dar uma mãozinha judia em plena luz do dia para que você explique-se à noite num relativizar de tempo e espaço, deixando o mundo de cabeça para baixo. É um vai e vem que nem vem. Vá nessa, Véi! Se você ficar uma hora no colo da morena, uma hora vai parecer um segundo, agora, Véi, se você sentar-se numa fogueira durante um segundo, esse um segundo vai parecer uma eternidade. Melhor é tomar Melhoral e cair de braçada no cangote da morena capixaba, sugar o mel, beber do leite e cantar pra morena "mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar"; se o beiço não der pra sorver todo o sumo, ataque de língua até chegar ao fundo da gruta e coletar as últimas gotas de poesia. Mas, lá, claro, que você não vai ver nada, vai só sentir. Eu sou do tempo do pau duro, Véi, e a moda agora é dizer que tá com tesão. E de tanto ouvir falar em tesão, estou pensando em sair do tempo do pau duro e entrar pra sua turma, a turma do tesão. O que há de Lady`s nos recantos do Recanto falando em tesão, que moça virou coisa do passado. É, Véi, cubar cubismo é cair num paralelepípedo palrear de idéias que acabam virando merda e abalo sísmico, mas se você quer dar sem parar não há como fugir do dadaísmo, mas, da próxima vez, seja mais gentil com a morena...`cangote´ , puxa vida, só se for coisa de sonetista tropeiro, coisa que você não é. Mas, o problema continua a estar no problema, e o problema é que cismei de dormir depois do almoço e tive um sonho, e foi um sonho medonho. Pediram para que eu falasse de mim, em que lugar nasci, quem eram os meus pais, meus irmãos, meus amigos, interrogaram-me, jogaram-me contra a parede, numa chuva incessante de perguntas e mais perguntas. Queriam a qualquer custo decifrar-me, desvendar minha alma, deixar-me nu. Senti-me tremendamente perdido, confesso! Mas não sei se lamento mais o final do sonho ou esse momento em que agora estou escrevendo. É que no final do sonho eu disse "de nada adianta as perguntas, pois eu não tenho história!". Acho que eu estava em alguma rua de São Petersburgo, mais perdido que cachorro sem dono, fazia um frio de congelar meu belo queixo, minha testa sensual, e eu era jovem, e ainda sou um pouco, estava lendo "Noites Brancas" de Dostoiévski e apaixonei-me por uma moça que se chamava Nastenka que vivia presa à saia da avó cega por um alfinete... faltou esse detalhe ou essa alfinetada.

O Velho Menino
Percebo-me um mujique em pleno inverno,
Inebriantes somas dizem nada,
Puído desde antanho, o velho terno,
Minha alma enfrenta em vão cada geada.

O quanto descobri não ser fraterno
A quem possa saber, me desagrada,
O verso proferido desde o inferno
Na noite branca adentra a madrugada.

Procuro meretrizes pelas ruas,
Imagens deslumbrantes, belas, nuas,
Autua o coração; tosco flagrante.

Por vezes na aguardente bebo luas,
E quando em outro palco, tu atuas;
Vergastas me servindo de calmante...
Publicado em: 29/05/2009 08:08:45
Última alteração:17/03/2010 19:04:47

ensando em você, querida
Cantar melodioso vem chegando
No vento que te trouxe em noite fria.
Meu rosto, exposto ao vento se inflamando
Do amor que em cada verso me daria
Aquela que se fez deusa, rainha.
Numa emoção, decerto tua e minha.
Publicado em: 03/09/2008 16:34:07
Última alteração:08/09/2008 04:45:11


PENSANDO EM VOCÊ...


Um canto bem mais forte ainda ecoa
No peito de quem ama, um sonhador,
Atravessar o mar numa canoa
Morrendo a cada tarde, sem favor.
Uma esperança tola se apregoa
Resquícios do que fora um grande amor.
Porém o sonho traz franca alegria,
Revendo o que vivera todo dia...
Publicado em: 10/11/2007 09:50:50
Última alteração:29/10/2008 14:32:2


PENSANDO EM VOCÊ...
Quero o sabor da manhã,
Vicejando nos teus olhos,
Percebendo teu elan,
Mergulhando nos Abrolhos.
Vagueando vida vã,
Que tão louca vai, engole-os
Todos sonhos, cortesã
Desfiando tantos óleos,

No corpo e mente senis,
Nos meus desejos tão vis,
No que pudera ser tão,
No sertão dos meus amores
Nas corbelhas, tantas flores
Nem tampouco nem servis,
O que nunca fora chão,
Sempre cora, coração...
Publicado em: 17/11/2008 16:38:02
Última alteração:06/03/2009 18:53:05

pensando sempre em você
Se ligo não consigo te esquecer
Se não ligo não consigo mais viver
Se persigo não te tenho mais aqui
Se não persigo onde consigo te ter?
No perigo que me imponho
Se não sonho sou perigo
Mas se sonho não consigo.
A vida vai recolhendo
O que amor foi moendo
Na moenda mais feroz.
De quem não teve voz
Mas pretende te encantar...
Me entenda se não se estendo
Se contendo não contenho
Se contenho não te tendo
Como posso caminhar?
Amar é sentir o sem ter
Sem ter que se sentir
Assim contendo.
Contente
Continente que capota
No fim da curva
E se encurva
E na chuva
Se esconde.
Coração bate depressa
Se apressa e se cansa
Se não apressa te alcança
Mas se cansa de esperar...
Publicado em: 18/09/2008 19:26:10
Última alteração:03/10/2008 13:06:50

Pensando sobre os ermos que inda trago
- Teus medos expulsaste? - Os piores!
- E a ilusão, os sonhos? - Desvaneceram!
- Teus segredos, enterraste? - Só com as dores!
- Os teus beijos e amores? Feneceram!

- E os pecados que e queimam? - Joguei nos mares!
- Os acordes, frágeis dedos? - Se atrofiaram!
- E tua mágoa e tédio? - Sáo meus pares!
- E os amigos de orgia? - Se afastaram!

" Pois sobre coisas vãs fiz fundamento,
do mal que me ficou, culpa evidente,
traz o meu amor em orla estreita.

Que mais queres de mim, pois meu lamento
quer eu morra de viver tão descontente?
Leva-lhe o vento a voz, que o vento deita. "

Retalhos de sonetos de Camões, entre aspas.

GOLBERI CHAPLIN

Pensando sobre os ermos que inda trago
Depondo os meus olhares neste imenso
Vazio; de onde espero algum afago
Apenas o abanar de um velho lenço...

Ausente do que um dia quis um lago
Sem ter tal placidez, prossigo tenso,
E quando sobre as ondas, ermo vago,
Encontro no oceano o vão extenso

A América distante. Especiarias
Das Índias que sonhei; mero naufrágio.
O barco da ilusão, deveras frágil,

Num louco frenesi, festas e orgias,
Carbúnculos de uma alma em bancarrota,
Mortalha da esperança; agora rota...
Publicado em: 05/01/2009 14:51:33
Última alteração:06/03/2009 12:33:58


PENSE EM MIM
Pensa em mim
Nas horas mais difíceis
Estarei sempre a teu lado
Coração apaixonado
Não se cansa de querer
O amor que a gente
Foi fazer
Debaixo da janela do seu quarto
O céu estrelado
Balançando a rede
A sede eu mato.
Olhando o retrato
De quem já não quer
Ser minha mulher.
Curei meu chulé
Meu bicho de pé

Eu quero dar lalalala
O meu amor oooooo
Pra quem quiser eeeee

Publicado em: 15/08/2008 17:03:24
Última alteração:19/10/2008 20:16:03



Na ronda da noite
As formas dispersas
As horas diversas
Os versos vagando
O quando esperava
Andanças, mordaças
Alvoroços e festas
Frestas e flâmulas
Cânulas e carmesins.
Pétalas e flores
Amores e fulgores
Gotejos e gracejos
Amo teus beijos
Seixos e sexo
Sertões e cercanias..




Penteadeira
Tuas roupas jogadas num canto, sob a penteadeira...
Vida inteira, cós e reparo. Chão e disparo, me deparo com teus olhos vagos.
Lagos de afagos e fornalhas...
As horas que choras e me imploras não demoram e não decoram nossa casa.
Farsa, falsa solidão e anteparo. Me deparo com o que sonhara e não vivera. Verás meus olhos, veros olhos mestiços e castiços.
Meu fastio e meu rio, vasto rio, suspensório!
Vinhas caminhando pelas vinhas e pelos meus prados.
Prantos árduos e ardorosos.
Olorosos prados.
Cardos e cansaços, víbora e têmpera. Temperaste minha lida com vida e fel.
Méis e meses, reses fomos. Somos o húmus da terra.
Apologias fazes aos meus mordazes altares. Halteres e facínoras. Ignoras a ímpia solidão.
Solidez e sorte, morte e mate, motes que não testo nem texto...
Textualmente a mente remete a marte e morte.
Montes de mares e marés, rés e rês, revés!
Talvez não consiga te trazer e daí?
A mão cansada não tem poder nem podre odre nem orgulho ferido e vencido pela sina assaz sina...
Traças carcomendo nossa roupa exposta na sala.
Salas e saladas, são nadas e seriam nada, se soubesses como nadas e não te explano.
Abracei-te suavemente, docemente, a mente, ente, te...
Mas nada foste, nada forjaste, nada amaste nada.
Tua roupa jogada ao chão. Vão e verão. Não sei de teus senões. Verões veremos e teremos perdões.
Pátrias e patrões, solos, solidões. Certos sem sertões...
Abortos absortos dos portos que não naufrago nem desagrego.
Gregos vasos, aços e certezas. Mesas postas, postas carnes, cáries e caninos. Hinos postiços.
Cílios postiços, poções!
Portões fechados, azados olhos óleos azedos medos e segredos.
Contendas e conteúdos, restos e resumos. Somos o que nunca veio nem virá. Somos o chão sedento, a fome respectiva de viva vida. Ávida vida que não vira nem virá...
Restamos sós, SOS amor, somos o que resvala, a vala e o cão. A bala e o chão. O trapo e o contrato, nós e serventias.
Noés, nossas arcas são barcas e parcas soprando o vento. Contrafeitos déficits e defeitos.
Mausoléus ambulantes bulas e amantes. Amaciantes!
Nas roupas espalhadas embalaste teus desejos. Delírios e defeitos, dardos, escarpas e falésias!
Fomos o áspero e infecundo. Fomos o repasse das dores e das espinhentas urzes. Cruzes e mortalhas.
Falhas e retoques. Romas e Espartas, somos nada da nata que ofusca e não mostra.
Mostramos nossas roupas expostas, sem futuro.
O rosto esculpido em Carrara, destruiu-se e fez-se farta fantasia.
Uma nova sensação. Ao menos uma novidade!
Nas aspas e nas vestes, falsidades que falas e não negas.
Repare bem que nossa estrela está velha e opaca.
Repare bem que nossa lua não mais vem e nem virá.
Repare que nossa sala está fechada, trancas e dentes.
Medos e serpentes, sortes e presságios, nos ágios da vida pagamos pedágios e nada somos...
Farpas são nossas armas. Amas as armas e desarmas, e desamas, almas e alas. Aliás nada és.
Viés e via, velharia, uma velha arca observa a roupa esparramada, a vida arrancada, espraiada, espia...
Na fornalha do que fomos, vandalismo. Nas esperas das batalhas, egoísmo. Somos o achismo e o facho.
Feixe e pesca, réstia e angústia. Peixes sem isca e anzol. Sumo e sangue, fumo e mangue, somos o início e o fim.
Meio que cansado, olhando a roupa jogada, me recordo de cordas sem acordos, sem coragem.
A aragem vem e me traga. Esfrega a mão em meus olhos e me contém. Contigo contido e naufragado.
Grão de vida abortado, seco e mal dormido. A lua do nosso amor era minguante. A vida que se fez delirante, sem liras e sem cantos, desencanta lirismos e emprega desencantos.
Meu cantil está vazio e inútil. Intui um futuro que secou.
Em tuas roupas um vértice e um desalento.
Um princípio de final, ombreei nossos males.
Tuas mãos e teus sermões, teu cálice e fantasma.
Tudo que tive está perdido, jogado ao chão.
Sob a penteadeira do nosso quarto.
Tudo que tive...
Publicado em: 28/09/2006 18:31:54
Última alteração:28/10/2008 06:13:51



Penumbra

Onde há luz, com certeza, uma penumbra
Que se ilumina sempre desta luz.
Qual brilho que na treva se produz
Futuro mais tranqüilo se vislumbra.

Repare que os momentos mais incríveis
Se fazem, tantas vezes, da quimera.
A dor nem sempre em outras dores gera;
Os sonhos que lutamos, são possíveis.

Procure pelo lume nessas sombras
Verás assim que nada está perdido.
Da noite que passou sol ressurgido
Na luminosidade em que te assombras.

Não tema, com certeza, o caminho
Difícil que encontraste, não foi vão.
As luzes que virão da escuridão
Prenúncios de que não irás sozinho!
Publicado em: 08/12/2006 19:47:46
Última alteração:30/10/2008 09:15:45



Um vaso quebrado,
Um disco arranhado,
Um velho fado,
O monte de esterco
E o risco de incêndio...
Maria se foi,
Foi-se meu mar.
Ia a promessa,
Promessa de vida
Vida com canto,
Um canto sem jardim,
Jardim sem perfume,
Perfume sem flor
A flor pede vaso,
Um vaso quebrado...
Publicado em: 17/11/2006 00:11:00
Última alteração:30/10/2008 19:01:24



Perceba quantas vezes vou errante
A distorção é fato consumado
e o beijo da mortífera, conforta
a minha sede por uma outra porta
a qual me leve calmo pr'outro lado

em companhia alegre do esperado
aluvião ao qual meu ser comporta
e em me delir, sereno, então reporta
o ser que fui há tempos, e olvidado,

ao que compôe o resto em mim contido
a fim de dar vazão à vil dormência
e me apagar aos poucos co'a anuência

herdada um dia pelo que hei vivido
em troca dessa vã maledicência
em forma estranha e triste da existência...


Ronaldo Rhusso

Perceba quantas vezes vou errante
Escravo dos meus medos, meus anseios,
E faço de ilusões, doridos meios
Na busca mais freqüente, até constante.

A morte, sobretudo me garante,
Antiga sabedora destes veios,
Que jamais valeriam tais receios,
O mundo segue sempre para adiante.

Portanto, distorções são usuais,
Motivos pra viver; os quero mais,
Já que depois de tudo, findará

O tempo se esgotando tão depressa,
Será que nova etapa recomeça
Após o meu final? Responda já!
Publicado em: 21/12/2009 22:39:25
Última alteração:16/03/2010 09:59:02






Melhor é foder primeiro, e então banhar.
Esperas que, curva, sobre o balde se ajeite
O traseiro nu miras com deleite
E tocas-lhe entre as coxas a reinar.

Bertolt Brecht

Percebo a curva aberta que promete
Delícias e loucuras em que esbalde
Aquele que mansinho se arremete
Nas coxas bem gostosas. Mas, debalde

A moça se recusa e então não fode.
A bunda volumosa uma bela anca,
Que andando com molejo, assim sacode
Mostrando todo o fogo de potranca.

Queria tão somente penetrar
E desfrutar de todo este deleite
Porém a rapariga não quer dar
Quiçá fosse beber todo o meu leite.

Insisto e nada tenho. Vou sonhar
Com dia em que eu puder a penetrar...
Publicado em: 13/08/2007 20:36:47
Última alteração:14/10/2008 13:58:28



Percorro meus delírios, sonhos, medos... Versos Brancos
Percorro meus delírios, sonhos, medos...
Segredos ponho, barcos e tempestas;
Festas e fantasias, carnaval...
Aval de Deus permite cada luz...
Iluminas as minas de minha alma...
Acalmas todas dores que virão.
Por certo não conjugas sofrimento
Com meus desejos mais sutis, carinho...
Num átimo, meu último segundo.
Caçando tais estrelas ness’astral.
Sim, nossa verdadeira manhã morre.
Escorrem dos meus dedos, nossa vida.
Ávida vida, deve breve vértice...
Artífice da sorte, motes mortes...
Temo o temor, tremendo teus tentáculos.
Meus oráculos mentem, nada tenho...
Venho desse jamais tivesse sido...
Duvido do óbvio, vingo minhas chagas.
Algas nas águas, mágoas nas lagoas;
Entoas novas loas, trovas, canto.
Tanto tempo terei temporal, medo...
Segredo meu segredo segregado...
Minhas minas terminas temerária.
Na confusão dos cios, ciclovia...
Havia álibi, livre colibri.
Mas quando vi, estavas só vagando...
E te perdi, pedi a penitência.
Feche teus olhos, veja o meu desejo.
Num martírio, deliro e nada resta,
Pela fresta, janelas, portas... Morta
A solidão, revive viva vida.
Não quero mais senão, sertão, serralha.
Nem a canalha forma que me forma.
E que me informa: foste tão fugaz...
Publicado em: 05/09/2006 16:53:19
Última alteração:30/10/2008 19:32:01


ercorro meus delírios, sonhos, medos...

Percorro meus delírios, sonhos, medos...
Segredos ponho, barcos e tempestas;
Festas e fantasias, carnaval...
Aval de Deus permite cada luz...
Iluminas as minas de minha alma...
Acalmas todas dores que virão.
Por certo não conjugas sofrimento
Com meus desejos mais sutis, carinho...
Num átimo, meu último segundo.
Caçando tais estrelas ness’astral.
Sim, nossa verdadeira manhã morre.
Escorrem dos meus dedos, nossa vida.
Ávida vida, deve breve vértice...
Artífice da sorte, motes mortes...
Temo o temor, tremendo teus tentáculos.
Meus oráculos mentem, nada tenho...
Venho desse jamais tivesse sido...
Duvido do óbvio, vingo minhas chagas.
Algas nas águas, mágoas nas lagoas;
Entoas novas loas, trovas, canto.
Tanto tempo terei temporal, medo...
Segredo meu segredo segregado...
Minhas minas terminas temerária.
Na confusão dos cios, ciclovia...
Havia álibi, livre colibri.
Mas quando vi, estavas só vagando...
E te perdi, pedi a penitência.
Feche teus olhos, veja o meu desejo.
Num martírio, deliro e nada resta,
Pela fresta, janelas, portas... Morta
A solidão, revive viva vida.
Não quero mais senão, sertão, serralha.
Nem a canalha forma que me forma.
E que me informa: foste tão fugaz...
Publicado em: 05/10/2008 21:27:08



O sonho me faz sempre um passageiro
Que busca amanhecer, mas já se aborta
Mergulho meus desejos, vou inteiro,
Encontro tão somente a mesma porta
Fechada pelas mãos de quem eu amo.
Inutilmente então, sozinho eu clamo...

ML
Publicado em: 23/02/2008 20:07:52
Última alteração:22/10/2008 17:29:45



PERDÃO AMIGA
Imploro teu perdão
E nada mais, somente
O canto que apresente
A luz em direção
Ausente servidão,
Dos sonhos a semente,
Não quero ter em mente
Senão a sensação
De um dia em amizade
Que tanto nos agrade
E mostre ser inteiro
Cenário aonde eu fiz
Num sonho mais feliz,
Rosal, raro canteiro.
Publicado em: 17/06/2010 14:12:35


Perdão
Nos meus desejos, torpes e imorais,
As noites invernosas são mais frias.
Por quanto tempo posso querer mais
Se não consigo conceber nem querias...

Espero pelas duras noites, ânsias,
Procuro por qualquer forma de vê-las,
As horas que confundo são ganâncias
As noites que prometo sem estrelas!

Não sei se posso, medos sem desejo...
Nas horas mais tristonhas, vou seguindo,
As formas que corrompem antevejo
Os brilhos mais incríveis. E é tão lindo!

O tempo que passei, eu te esperando,
Dos olhos que sonhei, me lembro azuis...
Montanhas gigantescas vou galgando,
No final desta estrada sei da cruz...

Embalde tentei lúdicos meus cânticos
Candura não prospera meus jardins...
Os medos indefesos pois românticos,
Impedem florescer nestes jasmins!

Nos céus permitem lúbricos arranjos?
Me explique então como consegues tanto!
Nas entrelinhas tão audaz quais anjos
Conseguinte enganar com tal ar santo?

Nas minhas tentativas sou silvestre,
Amador nunca tive competência!
Inquebrantável finjo-me, campestre,
No fundo sou o fim da paciência.

Não teço meus caminhos elegância,
Nem peço mil perdões por coerência
Coleciono teus pares, discrepância
Espreito minha vez tua indecência!

Formato meus cabelos com teus verbos,
Nas contas que te tive, tão cruel.
Olhavas-me com ares mais soberbos,
Negava-me tentar chegar meu céu

Ancorei meus destinos nos teus lastros,
Infelizes os momentos que passei,
Teus braços como fossem alabastros,
Espelham meus reinados sem ter rei!

Vasculho cada metro deste mar...
Espero em cada concha teu retorno.
Nos verbos que esqueci de conjugar
O calor que perdi, retorna morno...

Entranhei tal soberba, canalículos,
Concebi novos versos, fui carrasco!
E na verdade conheci versículos,
Tuas mãos enojadas vertem asco.

Respirei teus suspiros na ante-sala,
Formamos um capítulo final.
Teus arroios vivi apoios tala...
Capitulo meus sonhos sou banal!

Quiseste meus sorrisos, tomas pranto.
Quiseste ser precisa, fraciono...
Ensinas nossas sinas, velho pranto,
Nas dores, com mestrado, leciono!

As rupturas que marcam meu respaldo,
Nas espátulas quebro meus conselhos,
Sentimentos mais simples já desfraldo,
Quebraste desamor, os meus artelhos...

Enraízo cadáveres da sorte.
Peraltices transformam velho em jovem
Não há mais dor que sempre se suporte.
Nem caminhos desfeitos que renovem...

Acalento essa velha precisão.
Acalantos fizeram meus princípios.
Desbravei meus temores incisão.
Te procurei por tantos municípios!

Nada treme nem teme quem te adora,
Mas réptil escancaras teu veneno.
Amar-te foi perder a fauna, a flora.
Aflora-me decerto fui ameno...

Nas capturas perdi meus apetrechos,
Minhas rédeas trocaram-se de mãos
Amarguras, as trilho em tantos trechos,
As batalhas, meus erros foram vãos!

Pétalas que sonhei nem mais as creio,
Num vago sentimento sou restolho.
Esculpindo desculpas, meu anseio.
A farpa penetrando no meu olho.

As vísporas, metáforas e metas,
Salgadas as manhãs que já se formam...
Em monjas assassinas, mas corretas.
Os cárceres que levo me deformam...

Infância, meu resquício e poesia;
Marcada por venais solicitudes.
A bordo do veleiro que fugia,
Me castram repelindo as atitudes...

Destrambelhei perdi a consciência
Não sopro nem verdades nem mentiras.
A vida se transforma em coincidência
Não troco meus poemas por tais liras.

Se vasculho,mergulho nas entranhas.
Espreito na tocaia quem me beija.
Falácias tais mentiras e patranhas
Por certo quem me forja, vem, aleija!

Nas páginas que caem, sobre a mesa,
As letras se embaralham sem ter senso...
Quebrei meu duro prato, sobremesa
Não quero nem permito contra-senso.

Um dia, após, um ano sem notícias.
Delego meus pecados sem ter pressa...
Refugo tantas novas, más carícias.
Amar-te foi fugir dessa conversa!

Vestido de total insensatez
Claudico procurando por teu colo.
Espéculos, lunetas, nada vês,
Te busco sou patusco, quero solo.

Farpas, aspas, nas hostes de glutões;
Esparso meus cadarços amarrados.
Metralho, se já tive, as ilusões.
Procuro meus resíduos agarrados

Nos ossos desses membros que perdi.
Amputados caminhos busco mar.
Desespero me leva haraquiri
Catapultas me lançam, vou chegar?

Kamikaze pressinto esta derrota.
O meu terno jogado no sofá.
Meu passado, feroz, já me amarrota.
No que resta, tristeza, jogo pá...

Me faculto o desejo de saber
Onde estás com quem vais, por onde segues...
Na partilha de tudo quero crer
Sempre que me vês cedo me persegues...

Não obstante instantes seguem sendo.
Martirizo capangas que me cacem.
Embrenhado nas matas que pretendo,
Esparramo esse mal que não disfarcem...

Minhas vastas certezas são piadas,
Azadas essas vezes que refazes.
Obesas sensações já desfiadas,
Feridas descobertas pedem gazes...

Osculas essas mãos que te apedrejam,
Remorsos remontando ao meu perdão.
Onde quer que mortiças, mais não sejam
Vestidas de petúnias, supetão!

Nas pregas dessas trevas não clareia.
Meus átimos são átomos sem par.
Nas águas que já turvas és lampreia
Meus medos arremedos sem lugar...

Mas basta, não mereces nem um til.
Não quero profanar o que fui eu.
Te beijo de maneira mais sutil,
Perdoe quem te amou, e te perdeu!
Publicado em: 01/10/2006 17:38:40



Perdão

Falemos do perdão.

Nada mais sublime que o perdão, tanto alimenta quem concede quanto ajuda a digestão de quem pede.

O primeiro, ao ceder, cresce e se alimenta e quem pede, apesar de retirar parte da carga pesada que levava, também cresce.

Essa troca benéfica para os dois lados representa a maior aproximação entre o humano e o divino.

O perdão pressupõe amor em duas vias, tanto de quem pede, por saber que errou e passou a odiar o erro e amar a virtude, quanto de quem perdoa, pois ao agir assim, burila o amor.

Não deixe de perdoar, essa carga pode se tornar pesada demais para ti no futuro.

Não perdoar quem nos pede perdão, então, é terrível.

Aquela mala pesada, arrastada, transfere-se, pelo menos parte dela, para as suas costas.

Por isso, nem que seja somente por isso, perdoe.

Mas, preste atenção em uma coisa.

Não existe mais ou menos perdoar.

Ou se perdoa ou não, assim como não existe mais ou menos grávida.

Falando nisso, quando a gente perdoa, de certo modo nos engravidamos um pouco.

Do absoluto e pleno amor!
Publicado em: 08/12/2006 22:04:06



Te pedir perdão não é muito fácil para mim.

Tantas vezes injusto, tantas vezes agressivo.

Passei boa parte da minha vida distante de Ti. Realmente eu não via com bons olhos aqueles de Ti se aproximavam.

A maior parte das vezes os ridicularizava.

Como a Ti mesmo por muito tempo também.

Com o chegar da maturidade, comecei a Te ver com outros olhos.

Assim que nasceram meus filhos então...

Foi aí que percebi o quanto foste importante para o mundo.

Não vou ser piegas nem Te pedir perdão pelo que fiz.

Humano com meus erros e acertos, nem melhor nem pior que a maioria dos homens.

Arrependido tantas vezes e injustiçado noutras, aprendendo a perdoar.

Interessante, eu não aprendi a Te amar e respeitar em um momento de dor.
Isso seria hipócrita.

Eu aprendi a Te amar num momento de máximo prazer e alegria.

Quando nasceu meu primeiro filho, para ser mais preciso.

Ali eu comecei a entender a profundidade do amor.

Sem troca, sem cobranças, sem temor e sem temeridade.

A partir desse momento, comecei a crer na existência de um ser supremo que possibilitaria o nascimento de um ser tão indefeso e, em pouco tempo, transformado em uma criatura superior.

Capaz de ter suas próprias atitudes e defesas.

Aos poucos fui conhecendo, sem preconceitos, a Tua palavra e comecei a perceber que, em todos os momentos de minha vida, tanto de alegria quanto de tristezas, de dúvidas e de certezas, havia uma resposta que eu tanto procurava.

Aprendi a ver com olhos mais puros e sem preconceitos, a beleza e a grandeza de Tua sabedoria.

E nessa data em que comemora Teu aniversário, eu venho Te pedir perdão.

Por ter sido tão infantil a ponto de Te negar sem Te conhecer.

Espero que Tua palavra se espalhe pelo mundo e que os homens entendam a grandeza do que disseste e, sobretudo, dos Teus atos.

Meus parabéns pelo Teu aniversário, Emanuel.
Publicado em: 15/12/2006 20:49:57



"Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão."
(Machado de Assis)

Não maltrates jamais quem se arrepende
Num gesto de difícil execução
E a mão à palmatória já te estende
Buscando só teu gesto de perdão.
Publicado em: 06/04/2007 12:28:19
Última alteração:27/10/2008 18:57


Pretendo ter teu corpo minha amada,
Em todas essas camas que dormir
Recebo a fantasia acumulada
Dos tempos que sonhara te pedir.
Invado teus momentos mais felizes
Cobiço teus desejos sem segredo,
Adornando com lúbricos matizes
Os versos mais devassos que me enredo.

Depois de tantas horas, dias, anos,
E nada de querer mudar meus planos...

Amada, nossa noite de prazer
Morrendo em cada nova madrugada
Os braços que me abraçam, posso crer
Recebem com prazer, toda orvalhada...

Agradeço a HLuna pela brilhante idéia.
Marcos
Publicado em: 12/12/2006 21:39:47
Última alteração:23/10/2008 16:17:38


Perdido de Amor

Átomos e hiatos, somos ritos...
Mitos sem temores, somos hera.
Somos terra fera que devera...
Nada que pergunte me demora.
Nada que sincere te decora.
Nada que me fere te devora...
A boca oca boca deve beijo.
Um seixo, um sexo, uma sexta...
A sesta em teu colo, solo Apolo sou.
Perdido seu adido, adio cada dia.
Vadio o meio dia meu sangue
É teu sustento.
Meu vento que me catas,
Gira vento e cata sol.
Atol roca,
Rochas e rochedos.
Meus segredos e sargaços.
Abraços e senzalas.
De te amar eu me perdi....
Publicado em: 21/12/2006 23:23:53
Última alteração:30/10/2008 08:43:44



PERDOE POR TE AMAR DEMAIS

Perdoe se te fiz mal.

Muitas vezes esperavas uma saída
Para as dores que te afetavam.

E eu, estúpido, estreitava com meus ciúmes, a porta que permitiria a tua salvação.
Muitas vezes, esperavas um amigo e eu, apaixonado por ti, ao invés de te ajudar, cobrava-te atitudes e palavras que não estavas em condições de realizar.

A gente é mesmo assim.

Egoísta e cruel, principalmente com as pessoas a quem amamos.

Talvez o fato de, depois de tanto ter procurado em vão, ter encontrado a personificação dos nossos sonhos, faz com que o maltratemos.

De tão acostumado à solidão e aos reveses de uma vida em dor, cometi estes erros.

Venho te pedir perdão.

Não por não ter te amado e, muito menos ter te desamado.

Mas sim, por não ter sabido te amar.

Espero, que ao fim disto tudo, tenhas a capacidade de perdoar quem te ama tanto.

Prometo que irei tentar mudar, tentar aprender e ser capaz de trazer a felicidade a quem tanto me faz feliz.

Simplesmente pelo fato de existir.

E, para minha glória, está comigo,

Nesta difícil aprendizagem diária

De aprender a amar...
Publicado em: 24/09/2007 18:13:11
Última alteração:27/10/2008 19:32:05



pergaminhado
Estou pergaminhado, tanta ruga...
O mar que naveguei virou um rio...
A casa que vendi ninguém aluga.
O cobertor usado traz o frio.
Vencido por outonos, já me inverno.
A lágrima rolava? Já secou.
As traças devoraram velho terno,
O barco dos meus sonhos naufragou!
Não ouço mais teus cantos, estou surdo.
As luzes que trouxeste? Vago cego.
Nas guerras que inda enfrento, morro curdo.
Amor que me trouxeste, já renego.
Meu mundo
Num segundo
Vira mundo
Vagabundo...
Afundo o travesseiro
Travessas e viseiras
Trastes velharias
Se gostas de velórios
Passas satisfeita.
Não falo de despeito
Nem medo e tentação
Ação que não se tenta,
Morre sem perdão.
Perdendo já me perco
Perdido me perdi.
Achei um firmamento.
Momento que me firmo.
Afirmo que sou vão,
Verão já nem conheço
Remessa vou avesso,
Me deste o meu norte.
A morte que rodeia
Na veia inoculada.
Na beira da calçada.
A banda já passou!
Publicado em: 11/11/2006 18:32:12
Última alteração:30/10/2008 19:03:11




De repetir estou rouco,
E por isso, o mundo enfrento,
Eu namoro como louco,
Mas nada de casamento...

Perguntas-me querida, por que fujo
Quando vens falar de casamento.
Desculpe mas entenda, o dito cujo
Só traz recordações de um mau momento.

Depois de procurar como um sabujo
Um bem com todo amor e sentimento;
Num jogo tão cruel, por vezes sujo,
A vida se tornou um sofrimento.


Aquela criatura que eu pensava
Que fosse companheira e tão amiga;
Aos poucos de tristezas me inundava

Trazendo em nosso estio, o frio inverno.
Agora depois disso tudo, diga:
Tu queres reviver aquele inferno?

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures

Publicado em: 04/12/2007 08:17:41
Última alteração:10/10/2008 15:00:38

Perigo não é animal na pista, é no volante...
46

Mote

Perigo não é animal na pista, é no volante...

Animal solto, na pista,
Não é tão horripilante,
O perigo é o motorista
Ser “animal”, no volante...

Marcos Coutinho Loures

Este trânsito anormal,
Já não tem nada de lógico,
Tanto chofer “animal”
Que fez da pista, um zoológico...
Publicado em: 20/11/2008 09:49:10
Última alteração:06/03/2009 18:48:56


PERNILONGOS OU SANGUESSUGAS?

Nosso mestre em fotografia, o repórter padrão Cláudio Cordeiro, tentou fotografar as nuvens de pernilongo que, ao fim das tardes, infestam as ruas e calçadas situadas às margens do Rio Muriaé, mas as lentes de sua moderna máquina fotográfica ficaram embaçadas, não apresentando um bom resultado final.

Então, resolveu ele conversar com os transeuntes, principalmente na avenida JK, e ouviu deles relatos interessantes.

Um jovem senhor garantiu ao Cláudio que, em recente campanha de coleta de sangue em Muriaé, a Hemominas ficou estarrecida pois, entre dezenas de doadores foi constatada uma anemia aguda, provocada pelas mordidas de pernilongos, a ponto da Hemominas propor, na próxima visita, TRAZER sangue para os DOADORES de Muriaé

Já outro entrevistado garantiu ao Cláudio estar inventando um aparelho capaz de prender grande quantidade de pernilongos e extrair, de um por um, o sangue que foi sugado da população da cidade, a fim de suprir... as necessidades de Muriaé, em matéria de sangue, por um período longo.

Já um outro, politicamente correto, está rezando sem parar e explicou porque:

- Ouvi dizer que muitos deputados e senadores vão passar por Muriaé. Rezo para que eles não venham porque, em matéria de sugar sangue do povo, eles são mais vorazes que os pobres pernilongos.

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 18/10/2007 17:07:45
Última alteração:29/10/2008 18:09:25


Pesadelo
Sonhei um sonho sonhado
Desse tempo já passado
Por onde eu nunca passei.
Nem nunca mais encontrei,
O que perdi pela vida.
Nessa busca sem sentido,
Por essa noite perdida,
Pelo nunca mais ter tido.
Passava ruas estreitas,
Encruzilhadas sem rumo,
Tremendo pelas maleitas,
A vida perdendo o prumo.
Nesse sonho que sonhava
Percebi tantas senzalas
Mal percebia, acordava,
Voltava pras mesmas salas.
Os olhos podres sorriam,
Voavam sobre meu rosto,
Devoravam, renasciam
Formas, paladar e gosto.
Nos fraques que eles vestiam,
Um sorriso de bom moço,
No fundo todos sabiam,
Cardápios do mesmo almoço.
Nas bandejas, as cabeças,
Dos sonhos que tive outrora,
No meu sonho que às avessas,
No pesadelo d’agora.
Voltavam aves rapinas,
Tragando tudo de novo,
Destruindo essas campinas,
Sugando todo esse povo.
Forjavam outras correntes,
Acorrentando os mais frágeis,
Nos cantos, todos dementes,
Na carne, as unhas mais ágeis.
Expondo vísceras ocas
Dos trôpegos caminhantes,
Penetravam pelas bocas
Destruíam como dantes.
Numa dantesca folia,
Riam-se, tão delirantes,
Decepavam, maestria
Como fizeram bem antes.
Cuspiam todas as faces,
Ladravam nessas orgias,
Aproveitando os impasses,
Repetiam melodias
Cantadas nas tempestades,
Criadas sem fantasia,
Matavam as liberdades,
Anoiteciam o dia.
Nesse sonho já vivido,
Abandonado num canto
Crendo que estava perdido,
Renasceu, prá meu espanto,
Na noite, na madrugada,
Sem luz de lua a brilhar,
Sem vida, sem canto, nada
Que se possa festejar.
Meu Deus, afaste o tormento,
Não me deixe mais sonhar.
Quero viver o momento,
Quero essa vida a brilhar.
Não permita o pesadelo,
Não deixe mais retornar,
Corte o fio, esse novelo,
Não pode recomeçar.
Essas aves que cantaram,
Não deixe de novo, agora,
Pelos tantos que mataram,
Pelos corpos,que lá fora,
Apodrecem no quintal,
Esquecidos nas favelas,
Nas roças na capital,
Já não quero tantas velas.
Nem quero mais funeral,
Do nosso povo sofrido,
No grande canavial,
Pelo tanto destruído,
Pelo muito que roubado,
Esfacelando esse povo,
Pobre, sofrido, acoitado.
Não permita isso de novo!
Publicado em: 03/11/2006 19:46:59
Última alteração:17/12/2006 13:10:48


Pesadelo

Seu moço, por caridade
Escuta esse povo sofrido
Que vive nas tempestade,
Trabaia quar desgraçado
Pelos mata e nas cidade.
Esse povim sem parage,
Vivendo sem amparage
Dos home de capitár.
Eles chinga nóis de tudo
Quanto ruim há no mundo.
Chama nois de vagabundo
Que nois semo anarfabeto
Que nois semo cachacero,
Que num pode dá denhero,
Pra móde sobreviver,
Essa raça de safado
Desses pobre desgraçado
Que róba mais que ladrão.
Eles conta a mentirada
Pois num cunhece uma inxada
Nem sabe o valô da gente,
Pru mais que o mundo comente.
Nóis num passa de pilantra
Nossos fío, qui nem pranta
Num percisa de comida.
Essa gente é convencida
E não cunhece nois não
Não sabe o valô da vida
Sufrida nesse sertão.
Nem anda nesses comboio
Quar boi em canga marcado
Que anda dependurado
Nesses trem cá da cidade.
Nos otromóve eles passa,
Nem percebe os coletivo
Cheios desse bicho vivo
Que eles cunhece pur massa;
Trabaindo todo dia
Pra pudê dá mordomia
Presses homê, prus dotô
Nóis semo quem aproduz
A cumida que eles come
Apois veja, a própra luz
Que alumia bem os home
Se num fosse os disgraçado
Se num fosse o seu trabáio
Já tava tudo apagado,
Queria ver nos atáio
Dessa vida, vivo táio,
O rumo que eles tomava,
Quem sabe se eles paráva
Nus beco onde a gente véve
Onde não há quem se atreve
A chamar de residença
Chei de criança e doença,
Pra podê tê consciença
Da vida que leva a gente
Dexava nois té contente
Preles pudê aprender
Que num basta sabê lê
Pra se dizê sabedor
Que é percizo munto amô
E bem sei, que só merece
Amor, quem se conhece
Que num sabe conhecê
Aquele que nunca viu.
Portanto, moço seria
De munta serventia
O sinhô pode passá
Pobreza só pur um dia
Pra mode valorizá
O trabái de nossa gente
Quem sabe, ansim seu dotô
Havéra de valorá
Esse povo brasilero
Ia aprender mais, garanto
Que nos livro lá da escola
Nóis só presta em feverero
Ou se for craque de bola
Aí vanceis acha bão
Inté pága pra nus vê.
Nossas fía mais bunita
Tumbém serve pra vancê
Nas buate mais perdida
Mais se incontra pra valê
Com home de capitar
Pra servi de companhia,
Mas mar amanhece o dia
Tudo vorta como era antes
Dispois vem esse disprante
De chamá di inguinorante
O povo mais umiádo
Nois tudo semo safado
Na vóis desses doutô
Se esquece que nois é home
Nem percebe se nois come
Se nossos fío tem fome
Isso nem lembra o sinhô
Na hora dos seus projeto
Nois semo tudo uns inseto
Sirvimo pra atrapaiá
Sirvimo pra trabaiá
Pra alimentá os dotô!
Intonces já me vô indo
Pros sertão to retornando
Pras favela vô saino
Meu tempo ta se acabano
Vo vortá pro meu roçado
Ou então pro meu serviço
Passa dia mês e ano
O carro num anda, enguiço,
Já faiz tempo tá parado.
Mais ficaria contente
Se oceis perduasse a gente
Num custa perdão pedido
Perdoa por ter nascido
Um fío meu lá em casa
Que, pros óio dos doutô
Foi feito por descuidado
Nasceu fruto do pecado
Da inguinorança da gente
Mais me dexô bem contente
Esse meu menino amado
Que é fruto de munto amô.
Que nois pobre, tombém ama
Embora oceis me parece,
Num cridita nisso não
Nóis tudo fais nossa prece
Nóis tombém somo cristão.
Fíos do mesmo Sinhô
Que morreu, naquela Cruz
Que foi feito cum amô
E era pobrinho, Jesus.
Então pense por favô
Nu munto que se ensinô
O Pai de todos os home
Dos que come e que tem fome
De todos sem distinção
Que nois tudo nessa vida
Por mais que seja doída
Por mais que seja distinta
Diferente em sina e tinta,
NOIS SEMO TODOS IRMÃO!
Publicado em: 07/12/2006 06:16:27

PESADELO
Sabia que restavam poucas horas, poucos minutos, era uma questão de tempo. Favas contadas, sabia que não tinha mais escolha.
Recebera a notícia havia muito pouco e essa era a sua última manhã.
Fora a vida inteira um pragmático. Sabia que a morte era inevitável.

Até a desejava, no íntimo.
Daria tempo para arrumar o quarto? Mas, para que arrumar se nunca mais seria seu, se nunca fora e não mais dormiria naquela cama.
Tudo seria incinerado, tudo.

Tinha consciência disso, inclusive fora um dos principais lutadores para que fosse assim.
Seu sacrifício seria a salvação de muitos, mas não de todos. A mulher já tinha ido embora, graças a Deus!
Levara pela mão o filho, única esperança que restava, nada mais.

A cidade estava infestada e sua batalha fora necessária, um sacrifício que, para muitos seria estúpido, mas inevitável.
Contabilizavam-se mais de milhão de vítimas fatais, isso sem contar às milhões e milhões contaminadas.
O homem ainda venceria, como sempre fez, desde tempo imemoriais.

Mas agora, nada mais a dizer nem a fazer.
Tinha que ligar para o centro de controle e sabia o telefone de cor.
Daí para a incineração de tudo e, principalmente, a dele.
Parecia cruel que, em pleno século 21, isso acontecesse. Mas era inevitável.

A morte seria inevitável, morte dolorosa e sem ar, com uma falência múltipla de todos os órgãos e funções.
Morte extremamente dolorosa, melhor seria uma aplicação venosa de cloreto de potássio. Ardia, mas era melhor que a agonia.

Depois, a incineração, o corpanzil reduzido a cinzas. Seus livros, memórias e suas músicas, tudo agrupado numa sacola e enterrada.
Junto com tantas biografias, seria estranho se pudesse entendê-las, ou as conhecer.
Ali, ao contrário dos cemitérios convencionais, não haveria nenhum resquício das diferenças de classe.
Todos sepultados em profundas covas, sem nome, sem identificação.

O telefone tocara e isso o despertou, faria sua última ligação, suicida. Necessária.
A noite trouxe a hemoptise e a epistaxe, a cama ficara rubra, totalmente inundada.
O suor denunciava a febre e o medo apoderara-se.
O laboratório já o havia prevenido, sabia bem o que tinha que fazer.

O antes portador era agora doente e, portanto ativamente contaminante.
Ao atender a chamada, não pode deixar de engasgar.
A mulher e o filho, como sempre, perguntando como estava.
Preferiu mentir, de nada adiantaria a verdade, de nada.
Tudo bem, estou ótimo, cada vez mais forte...
Assim que desligaram, não teve escolha.

“Sim, doutor, sabemos como agir.”
“Espere um pouco, sim, estaremos aí em meia hora.”
Meia hora, tempo para nada, nada...
Tomou um banho e sorriu.

Olhou para cada metro do quarto, numa inútil e insensata despedida.
A porta abriu-se, reconheceu o enfermeiro.
“Vamos lá, sem piedade.”
O fogo ardeu tudo.
Nada restou, nada.
Vazio...
Publicado em: 02/10/2008 09:46:24


pescador, eis a verdade,
pescador, eis a verdade,
com uma isca sempre tenta
mentira ou realidade
ele aumenta e não inventa...
Publicado em: 17/01/2010 10:35:45
Última alteração:14/03/2010 20:30:4


Plantei o meu canteiro
Num dia alvissareiro
Repleto de janeiro
Aguardo em esperança
Quem sabe primavera,
Depois de tanta espera
Amor que fora fera
Já segue de mudança

Em rota tão mundana
Estrela soberana
Da natureza humana
Perfeita sintonia
Abraço-te querida,
E vejo esta saída
Na mão tão decidida
Que plena de alegria

Mostrando a claridade
Nos braços da amizade
Salvar humanidade
Somente assim, alcanço.
Espero que isto venha,
Pois amizade é senha
Do amor em calma lenha,
De um mundo novo e manso...
Publicado em: 09/10/2008 09:57:27


Plantei rosa, plantei lírio
Plantei rosa, plantei lírio
No quintal e no jardim,
Meu amor, triste martírio
Sem te ter, pobre de mim...
Publicado em: 17/01/2010 13:28:06
Última alteração:14/03/2010 20:21:36



A roseira que plantaste
Deu tremenda confusão
Meu ciúme provocaste
Perfumando esta paixão...
Publicado em: 07/08/2008 18:08:41
Última alteração:19/10/2008 19:41:38


Plenilunio
Plenilunio

Desmaia o plenilúnio. A gaze pálida
Que lhe serve de alvíssimo sudário
Respira essências raras, toda a cálida
Mística essência desse alampadário.

E a lua é como um pálido sacrário,
Onde as almas das virgens em crisálida
De seios alvos e de fronte pálida,
Derramam a urna dum perfume vário.

Voga a lua na etérea imensidade!
Ela, eterna noctâmbula do Amor,
Eu, noctâmbulo da Dor e da Saudade.

Ah! como a branca e merencórea lua,
Também envolta num sudário - a Dor,
Minh'alma triste pelos céus flutua!

Augusto dos Anjos

Eu trago dentro da alma a solidão de quem
Durante a vida inteira à espera de um carinho,
Mortalha feita em dor; prossigo tão sozinho,
Olhando com cuidado, eu sei que ninguém vem.

Mergulho no passado e sinto a voz de alguém,
No encanto deste canto entrego-me, mansinho,
E quando em farto brilho, eu deito e já me aninho,
O sol adentra o quarto e não vejo ninguém...

Uma alma entristecida aguardando o final,
A lua se deitando e pálida; invernal
Expõe minha nudez e assim enlouquecido,

Percebo o quanto a dor espalha-se em meu quarto
E quando da esperança, ao fim eu já me aparto,
Eu penso que é melhor não ter sequer nascido...
Publicado em: 01/02/2010 18:17:08
Última alteração:14/03/2010 15:09:01



Pigarro
Cigarro
Pigarro
Agarro
Teu rabo, solidão!
Publicado em: 28/09/2006 20:56:44
Última alteração:30/10/2008 19:30:27


PILEQUE /

Você diz que me conhece -
Mas de onde que eu não sei,
Você fala de um festa
Ponho minha mão na testa
E me lembro finalmente..

Porém eu tinha bebido
Muito além do que costumo,
Tomei vinho, rum, cerveja
Cachaça com uísque. Veja
Então por que não lembro.

É verdade aquela frase
Não existe mulher feia
Quando estamos de pileque
Quanto choque - mas que breque
N'acredito no que vejo...

Uma velha desdentada
Pode ser a minha avó
Quando olho pra você
Me pergunto Deus! Porquê!
Digo então: " Não te conheço!"

E me afasto de mansinho
Mas você vem logo atrás
De repente olho ao lado
Fico então desesperado
Vejo minha namorada!

Neste instante um exorcismo
Eu começo a simular.
E eu explico pra patroa
Que o diabo andando à toa
Resolveu incomodar...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 11/08/2007 22:48:16
Última alteração:05/11/2008 16:19:41


PINGA NI MIM


Mote – Lá fora chove, aqui, pinga!

Se chove, devo parar,
“tirando o meu da seringa”;
Não posso me lamentar:
-Lá fora chove, aqui, pinga...

Este mundo é arretado,
Não quero ficar sozim,
Não vou chover no molhado;
O que quero é “pinga em mim”...

MARCOS COUTINHO LOURES
MVML
Publicado em: 15/10/2007 12:22:46
Última alteração:29/10/2008 14:52:49



PINNUS
Cara de pau
Cuidado com o cupim...
Se ainda fosse madeira de lei...
Mas nada que um bom olho de peroba não ajude...
Publicado em: 08/01/2009 11:16:07
Última alteração:06/03/2009 11:46:56


Pintassilgo, pinta roxo
Pintassilgo, pinta roxo,
Pintados nessa toalha.
Se você chamar de frouxo,
O meu sangue todo talha...

Fiz coalho de madeira,
Assoalho fiz de leite.
Em noite de sexta feira,
Lobisomem é de enfeite...

Atravessei Rio Grande,
E também riacho curto.
Não sei se tem quem desande
Ou mulher vestindo luto...

Na reza, na cantilena,
Procissão e ladainha.
Onde está Maria Helena,
Com sua saia curtinha...

Preguei peça no capeta,
Enganei ‘té Satanás;
Vê, então, se me respeita,
Corro à frente e vou atrás...

Jogo capoeira e bingo,
Tenho os olhos no futuro.
Se, da briga, cai respingo,
Vou pra cima desse muro...
Publicado em: 22/08/2006 17:20:19
Última alteração:30/10/2008 11:04:13


Pinto que não bica não sai de dentro da casca...
25

Mote

Pinto que não bica não sai de dentro da casca...


Da mulher pobre ou da rica,
Se puder, tiro uma lasca,
O pintinho que não bica,
Não sai de dentro da casca...

Marcos Coutinho Loures


Meu pintinho amarelinho,
Não pode ver a cloaca,
Vai chegando de mansinho,
Você sabe... A carne é fraca...
Publicado em: 19/11/2008 16:59:24
Última alteração:06/03/2009 18:59:20


Pintura
Os cabelos caídos sobre o colo,
Negritude divina em alvo viço.
Contraste mavioso, céu e solo
Serpenteando... Quanto te cobiço!

Na trança distraída, o esplendor.
Meu desejo transborda e narcotiza...
Por vezes se imiscui tolo pavor,
Nas minhas catedrais, sacerdotisa!

Delírios sensuais na bela tela,
Uma obra prima feita do prazer.
Cabelos negros, crinas, sela...
Vontade de ficar, voar, viver...

Galopo meus desejos infinitos...
No corpo dessa deusa divinal
Que traz para o meu sonho todo o astral...
Obrigado meu Deus... Sonhos benditos!

Embora não percebas tal mistura
Alvor de tua pele tão amena
E o ébano sem par desta melena
Transbordam de magia essa pintura!
Publicado em: 30/11/2006 20:37:53
Última alteração:30/10/2008 10:23:06


PIOLHO DE COBRA

Esse piolho me mata,
Nessa coceira infernal.
Mas a receita é barata:
Basta usar vinagre e sal.

Porém não sei o que faço
Com o piolho de cobra,
Já me deu tanto cansaço
É pior que bicho-sogra

VITÓRIO SEZABAR

ML
Publicado em: 14/12/2007 15:50:22
Última alteração:23/10/2008 08:32:55


PIRULITO QUE BATE-BATE
Pirulito que bateu
Já me disse que ela é minha
Seu amor somente meu
Chove chuva bem mansinha.
Tempo diz sempre pro tempo
Quanto tempo o tempo tem
Se o amor é passatempo
Passo o tempo sem ninguém...
Publicado em: 01/09/2008 21:42:21
Última alteração:08/09/2008 05:01:03


Ponteando uma viola
Serenata eu fiz para ela
Não me deu a menor bola,
Nem sequer ela deu trela.
Publicado em: 06/08/2008 21:41:42
Última alteração:19/10/2008 22:16:16


Pontes e paredes
Quando estás tão sozinha, minha amiga,
Percebas que causaste este tormento
A vida necessita do alimento,
Amor, para que sempre, em paz, prossiga.

Das vezes que te isolas deste mundo
As lágrimas, o preço que tu pagas,
A fera solidão tu mesmo afagas
Esqueces quanto belo e mais profundo,

Beleza de viver a cada dia
Ao lado das pessoas que tu amas
Não deixe que se apaguem essas chamas
O mundo necessita fantasia...

Não faça do teu mundo, fortaleza
Paredes que constróis proíbem luz
A dor que tu carregas, reproduz
A fonte que alimenta essa tristeza

É feita a cada dia por teus braços.
Construa uma janela em tua vida
Toda luz que encontrava-se escondida
De novo mandará os belos traços.

Em todo o teu caminho, tire as urzes
Espalhe teu sorriso pelo mundo
Verás que tudo muda num segundo
Das pedras que carregas, tuas cruzes,

O peso se fará bem mais suave
Em busca das belezas, tantas fontes
Esperam que tu faças tuas pontes
E tirarás, da vida, todo entrave.

Amiga, se permita ser feliz,
Sorria e se demore com a brisa.
Pois nela a mão divina, mansa, alisa
Os teus cabelos soltos sem ser gris...

Abrindo este caminho para a sorte
Permita que o amor seja parceiro
Assim tu viverás o verdadeiro
Amor, que nos liberta até da morte!
Publicado em: 26/11/2006 11:47:52
Última alteração:30/10/2008 19:17:20



POBRE BÍGAMO

"Bígamo é o pecador que paga seus pecados em dobro, porque tem duas sogras."
Publicado em: 18/03/2007 16:24:25
Última alteração:28/10/2008 11:50:32



Pobre e prego só levam na cabeça.
68

Mote

Pobre e prego só levam na cabeça.


Ser pobre é duro, não nego,
E não há quem mais padeça,
O coitado é como um prego,
Sempre leva na cabeça...

Marcos Coutinho Loures.

A madeira sendo dura,
Não resiste ao prego, amigo,
Se a pobreza me tortura,
Deus sempre andará comigo...
Publicado em: 20/11/2008 13:42:15
Última alteração:06/03/2009 18:43:53



Pobre só sobe na vida quando vai de elevador.
147

Pobre só sobe na vida quando vai de elevador.

Nesta estrada tão comprida,
Sou eu mais um sofredor,
Pobre só sobe na vida
Quando vai de elevador.


Marcos Coutinho Loures

Neste arranha- céu dos sonhos,
Eu quebrei a minha cara,
Nos caminhos mais medonhos,
Triste sorte desampara...
Publicado em: 21/11/2008 13:30:19
Última alteração:06/03/2009 16:58:11


Pobrezinho de Jesus
Pobrezinho de Jesus
Que morreu em sacrifício
Não bastou somente a cruz
Em seu nome roubo é vício...
Publicado em: 03/03/2008 20:00:06
Última alteração:22/10/2008 14:09:22


Poção de amor
Lua cheia lá no céu
entre as nuvens se escondeu.
É mulher envolta em véu
cujo amor cedo morreu.

Celina Figueiredo

A viúva sofredora
Com saudades do passado,
Tenho coisa protetora
Trago aqui sempre do lado,
Se a lua é redentora,
E São Jorge aprisionado,
A minha alma sonhadora,
Coração apaixonado,
A poção mais curadora
Um beijinho, mas bem dado...
Publicado em: 15/01/2010 18:57:17
Última alteração:14/03/2010 21:04:16


Só por amor vou vivendo,
Por isso sofro demais!
Mas como vivo correndo,
Quem me ama, sim, sofre mais!

Engraçada a minha sina
De morrer de tanto amor,
Toda paixão me domina
E também me traz horror.

Uma cigana falou
Que de amor eu morreria,
Por isso esse sonhador,
Foge do amor todo dia.

Toda vez que ela me quer,
Eu finjo: não é comigo,
Eu adoro uma mulher
Mas não vou correr perigo.

Quando eu quero essa menina,
Meu coração se arrepia,
Mas me lembro desta sina
De tardinha já se esfria.

Vou sofrendo o tempo inteiro,
Eu querendo e ocê também,
E de janeiro a janeiro
Vou ficando sem ninguém.

A cigana disgramada
Desgraçou o meu viver,
Tendo a mulher amada,
Sozinho vivo a sofrer!


Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures

Publicado em: 24/03/2007 10:46:48
Última alteração:06/11/2008 10:33:53



A ninguém eu atrapalho,
Mas estou de “saco cheio”!
Se respeitar meu trabalho,
Eu respeito o teu passeio!

Respeito é bom, camarada,
Isso sempre eu afirmei,
Na vida não somos nada
Por isso lhe respeitei...

Mas se quiser emoção
Saiba, não corro da linha,
Pode vir com caminhão;
Te encaro com meu fusquinha!


Mote: “Se você respeitar o meu trabalho, eu respeito o teu passeio!

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures

Publicado em: 03/05/2007 15:17:18
Última alteração:06/11/2008 08:13:01



Eu quero o amor
Sem tirar nem por
Nesta ciranda que traz gosto
De lua mel , sol, sal,
Grinalda de estrelas
Tiara destes astros
Rolando neste espaço
Sideral,
Na sidéria vontade
De ser teu e mais nada
Banhando pelo prazer
Da dança que propões
Concertos e sertões
Certezas, alegrias
Por toda cercania
Nos mares, nos altares
Estarrecendo
Acontecendo
Tecendo
Em cada verso
O reverso do universo
Unem versos
E paixões..
Quero te sentir
Sem ti não sentiria
Nem iria
Nem seria
O que sinto.
Neste vinho em que me tinto
Se me exalto,
Sou teu salto
No escuro e sobre o muro,
Num canto mais agudo
Te pretendo e mais, com tudo
O que contudo não mais temo.
E te amo, amor de mais a mais
Demais e sem temor.
Somente a se compor
Na eterna sintonia
Da bela sinfonia
Que trama essa alegria
De poder te amar demais.....





Mais importante para se vencer uma batalha
Não é a força
E sim a flexibilidade.
E essa capacidade
Não é inata, ao contrário da potência.
Por isso poder e potência muitas vezes são opostos.

Publicado em: 19/03/2007 13:54:10
Última alteração:28/10/2008 11:50:42


Nos olhos desta amada, o meu destino
Perdido sem caminho, pelo mundo.
De tanto desse amor eu já me inundo
Que o peso que carrego entorna o tino
Embora tanto amor seja divino!

Olhar mais verdejante, cristalino,
Olhando em meu olhar é tão profundo
Desnuda minha vida num segundo,
Em tanto amor assim, já me alucino
E louco te procuro em desatino...

Sem teu olhar me sinto no deserto
Perdido não encontro quase nada,
Sem ter saída, nunca uma chegada.
Embora tão distante estás tão perto.

Não quero te perder, ó minha amada.
Viver sem teu olhar, é tão incerto
Estar em pleno frio, descoberto,
É como se perder, sem alvorada!
Publicado em: 15/12/2006 12:00:32
Última alteração:30/10/2008 08:44:55



Na força deste belo amanhecer
Em meio a tanto brilho, bom aceno,
Uma vontade louca de viver
Correndo, coração batendo pleno.
O dia me tomando em tal prazer
Que o mundo me pareça mais ameno.
Após os duros, negros desenganos,
A vida vem mostrando-me outros planos.

Quem sabe num sorriso de criança
Refaça-se esta paz que nós queremos,
Amargas; as lições. Nossa lembrança
De todas as tristezas que tivemos,
Permite que hoje venha esta esperança
De sermos bem além do que sabemos.
Na glória da manhã, tranqüilidade,
E os rumos da gentil felicidade!
Publicado em: 26/05/2007 21:00:08
Última alteração:29/10/2008 17:14:14




Por que, amigo, expões, assim, a amargura?
Eu sei das musas que tanto te encantam,
e amor te oferecem, sempre, com ternura,
em ondas que te envolvem e se agigantam.
Amor é bem supremo, é lindo sonho!
Que teu futuro seja claro e bem risonho.

Quem fala de um amor se faz piegas?
A voz de um coração que não se cala
Aos olhos de quem pensa que são bregas
Os cômodos da casa, quarto e sala.
Se pregas emoção e sentimento.
Dos vermes enfeitados, o tormento.

Insofismavelmente tanto peno
Por ter a sensação de ser feliz.
Bebendo desta regra tal veneno,
Virei de uma amargura, um aprendiz.
No fundo um verso triste e bem cruel,
Levando gente estúpida pro céu...

HLuna
Marcos Loures
Publicado em: 28/05/2007 00:02:54
Última alteração:29/10/2008 17:14:35



Estou junto de ti, meu caro amigo,
no dia e na noite sem luar.
De ti afastarei todo o perigo,
do amor aprenderás o conjugar.
Amor é alegria, é sol, é luz,
é sonho que nos toma e nos conduz
vida afora, sem demora.
Quem o ensinou foi Jesus


Jesus que foi exemplo de amizade
Morreu há tanto tempo em triste cruz.
Quem fala de um amor, é bem verdade,
Parece, bem no fundo, com Jesus,
A turba de imbecis e de boçais,
De sangue e de veneno, pedem mais.

Mal sabem quanto é bom felicidade
Sorrisos estampados fazem festa,
Crucificar quem ama, quem há de?
Somente quem não vive e quem não presta
Atenção na palavra que deixou
O filho de quem tanto nos amou...

HLuna
Marcos Loures
Publicado em: 28/05/2007 00:03:11
Última alteração:29/10/2008 17:14:42



Num mundo tão cruel que desunia
Quem fosse procurar por santa paz.
Vestido de carrasco em maestria,
Já disfarçado em gente, Satanás;
Cansado de encontrar tanta alegria,
De quem sorri, agora, já desfaz.
Tentando cercear a liberdade
De todo sentimento de amizade!

Chegando e desfilando dissabor,
Mostrando como é belo um grande espinho,
Já foi pisoteando numa flor,
E disse que é melhor viver sozinho.
Quem vive nesse mundo sem amor,
Não gosta de quem sabe o que é carinho.
Chegando de repente, assim de chofre,
No lugar de uma rosa, exala enxofre...
Publicado em: 28/05/2007 00:04:02
Última alteração:29/10/2008 17:15:15



Por vezes me percebo cometendo
Os erros mais comuns de quem se atreve
A ter o tempo inteiro percebendo
Do amor a fantasia, mesmo breve,
Aos poucos, deste jeito, vou retendo
Calor, porém às vezes, fria neve.
Neste cenário quando amor queria,
Nascia em meus olhos, claro dia.

Porém nada que sei se faz eterno,
Amor tendo sua asa machucada,
Se vai em negra noite, neste inverno,
Seguindo seu destino em dura estrada.
Sozinho, no meu canto, quase hiberno,
Sem ter sequer promessa de alvorada.
Que assim querida, então, por certo, seja;
Somente a solidão, por fim, poreja..
Publicado em: 26/05/2007 17:57:00
Última alteração:29/10/2008 17:46:30



POESIA DE AMOR 01
Fui andando para o norte
Procurando o meu caminho,
Dei azar, nunca dei sorte,
Por isso estou tão sozinho,
Nas curvas do bem querer,
Eu me perdi de você...

Não quero saber mais nada,
Tenho minhas mãos cansadas,
Mulher, quanto mais amada,
Mais duras, as nossas estradas...
Quero saber de seu colo,
Lhe deitar, mansa, no solo...

Tenho calos nos meus pés,
De tanto que caminhei,
Fui em frente, de viés,
Meu caminho eu já errei...
Mas não passo de idiota,
Perdendo meu rumo e rota...

Vi nas travas do destino,
O olhar dessa quimera,
Meu amor é de menino,
Mas ela é uma pantera.
Tenho sede, um copo dágua...
Para aplacar minha mágoa.

Sei que não teria cento,
Por isso quis a dezena,
Meu amor o seu assento,
Com jeitinho, me envenena.
Quis ter beijo da mulata,
Seu ciúme me maltrata...

Nas bugigangas da vida,
Encontrei o seu retrato,
Minha dor na despedida,
Coração pagando o pato...
Vem pra casa meu amor...
Faz frio quero calor.

Batendo o queixo de frio,
Procurei por meu amor,
Coração bate vazio,
Esperando o cobertor...
Vem pra cá minha menina,
Coração bate em surdina...

No gole desse conhaque,
Vou acabar meu enredo,
Meu amor não é de araque
Sem você, vivo com medo...
Medo de ter solidão,
Sem você não vivo não...

Meu sapato já furou,
Minha calça está rasgada.
Seu amor foi que ficou,
Sem você não tenho nada,
Vi a curva desse vento,
No meio do esquecimento...

Fui pescar lá no riacho,
Uma sereia peguei,
Bananeira já deu cacho,
Todo menino é um rei...
Quis saber de sua boca,
Acabou, dormi de touca...

Usei isca de primeira,
Pra pegar peixe mulher,
Mas caí, tomei rasteira,
Agora, ninguém me quer...
Não sei mais falar bonito,
Tanto sofro quanto grito...

Joguei rede pra pescar,
Agarrou no meio fio,
Quando a noite é de luar,
Coração bate de frio...
Nas curvas dessa saudade,
Eu só encontrei maldade...

Vou buscar um curativo,
Pra curar minha ferida,
Amorzinho, fica ativo,
Seu amor nem Deus duvida,
Amor bicho interesseiro,
Procura outro travesseiro...

Fiz a cama no terraço,
Esperando pela lua,
Meu amor me deu cansaço,
Minha luta continua...
Procurando por Maria,
Encontrei quem não queria...

Vendo espaço lá no céu,
Quem quiser pode comprar,
Deixa levantar o véu,
Espera o que vou mostrar...
De carroça capotei,
Duas pernas eu quebrei...

Procurei a minha chave,
Não achei nem fechadura,
Ciúme é como um entrave,
Tem gente que não atura...
Quero o gosto da maçã,
O perfume de hortelã...

Minhas dores são do parto,
Meus amores são de fé,
Vou lhe propor mais um trato
Acho que esse vai dar pé,
Você canta seu bolero,
Eu imito o quero quero...

Quis um beijo me negou
Quis carinho, não me deu,
Andando por onde vou,
Não vai nem ela nem eu...
Meu amor me disse não,
Acabou todo meu chão...

Vou terminar essa joça,
Não tenho mais paciência,
Vou me deitar na palhoça,
O resto é coincidência...
Fiz um verso pra você,
Mas você não quis nem ler...
Publicado em: 21/10/2008 12:51:55
Última alteração:23/10/2008 09:17:47


Vivo agora, este momento de grande dor
O que faço se não te encontro?
Perco-me de meu destino
Sigo num caminho estranho
O que fazer com tão grande sentimento?

Empunhas-te em meu coração um facão
Destroçastes todo sentimento que por ti senti
Tens grande amor em teu coração
Cuida bem dela e não a deixe partir

Eu seguirei meu caminho, lutando contra a maré
Não sei se irei sozinha
Ou encontrarei quem de fato, me quer...

Não percebeste quando uma alegria imensa
Tomava nossa casa, e por isso partiste.
A solidão atroz foi minha recompensa
Deixando-me por certo, assim, vazio e triste.
No corte provocado, a dor se revelando.
Aos poucos, minha vida, em mágoas, transbordando.

Seguir contra a maré, destino tão tacanho,
Das farsas que enfrentei, em dias tão vazios,
Nem mais uma saudade amarga, eu não estranho.
Ao me deixares só, feristes os meus brios.
Agora, toda a culpa encarnarei; querida?
Permita que o futuro, amor inda decida!

ISABEL NOCETTI
Marcos Loures
Publicado em: 28/05/2007 00:02:12
Última alteração:29/10/2008 17:14:29



Tira esta dor de teu peito
não precisas de musas, de parceiras,
pois tens teu amor de verdade
não precisas de mais alguma na fileira
Desejas cada qual a tua maneira
Esqueces que iludes corações
Ficarei ao longe, te querendo
mas de ti, não tenho dó
E quem sabe, coração irá esquecendo
Decide que necessito ser feliz
E agora em minha vida recomeço
vou encontrar alguém, ser feliz
Não importa o instante, nem por onde eu comece...



Desejos que percebo, assinalados,
Nas frases que me dizes, de costume.
Por teres os meus sonhos navegados,
Percebo em tua voz, grande ciúme.
Os dias de tristeza já passaram
Desde que nossos olhos se encontraram.

Amores que se foram não importam,
A porta escancarada se fechou.
Se aos dias que passaram se reportam
Não vês: saudade alguma aqui restou.
Não pense num porvir demais escuro,
Já que és a luz que guia meu futuro.

ISABEL NOCETTI
Marcos Loures
Publicado em: 28/05/2007 00:02:36
Última alteração:29/10/2008 17:47:10


Amanheci neste domingo,
Com um aperto dentro de mim
Descobri contigo querido
Preciso partir/Pensei que serias meu
E eu, tua
Vão engano, tens tua dona, tua amada, tua paixão
Partirei sim, mais levarei comigo
Tuas palavras, tua poesia
Levarei o carinho que me dedicaste
Voarei ao longe, não saberás de mim
De alguma maneira estarei por perto,
Serei a folha que cai aos teus pés
Serei o vento ameno
Serei teu sol, tua lua
Serei aquela que não te esquecer!

Sozinho e triste, envolto em amargura,
Nas tempestades, páginas escuras,
Procelas que invadiram o oceano,
Em todo fel que invade uma lembrança
Quem dera ter em ti uma esperança.
Teu canto de agonia é desumano...

Tua alma que se torna tão inquieta,
Magoa o coração deste poeta
Que faz de cada verso um canto triste.
A solidão cruel, no peito pesa,
Amor que tenho tanto e ninguém preza,
Além de toda a dor que sei, resiste...

ISABEL NOCETTI
Marcos Loures
Publicado em: 28/05/2007 00:04:53
Última alteração:29/10/2008 17:15:52


O fogo da paixão queimando lento,
Traçando o meu futuro duvidoso,
A dor que não me sai do pensamento,
Matando o meu porvir mais glorioso
A vida se desfaz nesse momento,
Num céu tão turbulento e nebuloso.
Meu sonho se desfaz já neste instante,
Não há nada no mundo que me encante.

O frio dentro da alma não desmente,
Meu canto;há muito tempo,abandonado,
Jogado pelas ruas, vou descrente
Daquilo que eu havia imaginado,
Ouvindo a voz do vento, simplesmente
Encaro a solidão, meu triste fado.
Nas águas transtornadas, no meu chão,
Eu somente encontrei desilusão...
Publicado em: 26/05/2007 20:24:59
Última alteração:29/10/2008 17:46:34


Poesia de Ene Mathias
PARA MARCOS, UM POETA

HÁ UM POETA NA OUTRA PONTA DA LINHA
QUE TRABALHA A LINGUAGEM EM MAESTRIA
AO LÊ-LO, MEU CORAÇÃO SE ANINHA
COMO SE TERNURA FOSSEM SUAS LINHAS

É HOMEM DE CONHECER CASTELOS, PAISAGENS
É AUTOR DE GRANDES, LONGÍNQUOS PASSEIOS
LEVA-ME ÀS MONTANHAS EM SEUS PASSARINHOS
E COLOCA ENFEITES, BEDUÍNOS EM DESERTO E AREIA

O POETA DO OUTRO LADO DA LINHA, EM POESIA
DUVIDO QUE DEITE SEUS OLHOS SOBRE A MINHA
TAMANHO É SEU PREPARO,GRANDEZAS ENFATIZA
ACOSTUMADA EU NA PLEBE E ELE COM RAINHAS

PORÉM EM CASTELOS, EM CAMINHOS AO MAR
VOU LENDO-O A CADA DIA, COMO APRENDIZ
QUEM SABE UM DIA, DE REPENTE SURPREENDIDOS
NOS CRUZEMOS EM VERSOS A DIZER O QUE NÃO SE DIZ

ESTA É A PRIMEIRA TENTATIVA, MOMENTO VIRGINAL
INAUGURAR-ME NESTA FORMA DE POESIA "VERSAL"
TUDO AINDA ME É SEGREDO E DESCONHECIDO
SÓ DESEJO DE MOÇA, TÍMIDO E INOCENTE MADRIGAL
Publicado em: 25/09/2006 23:40:53
Última alteração:30/10/2008 19:31:25



De tudo o que passei em desatino,
De todas estas dores, meu engano,
O mundo que pretendo, cristalino,
No amanhecer raiado, soberano.
Um ar mais benfazejo e, assim, divino,
Do qual possa dizer que, enfim, me ufano.
Um lume me toque, rutilante
De pérola fantástica, brilhante.

Assentos divinais e marchetados
Aonde descansar meus duros dias,
De flores que embelezem tantos prados
Nas mãos das sacrossantas poesias,
Em honras e nas glórias assentados
Os cantos que me inundem de alegria.
Assim é que prevejo e a luz alcança
A rara rutilância da esperança.
Publicado em: 26/05/2007 20:36:34
Última alteração:29/10/2008 17:14:07


Meu sentimento em negro e triste ocaso,
Refém de uma emoção mais soberana,
Fazendo desta vida pouco caso,
Na sorte que se foi logo, temprana.
Somente em solidão triste, me embaso
E a dor desta saudade, desengana.
Meu cais, já bem distante, determina
A sorte de minha alma, minha sina.

De todos os meus passos, me arrefeço
E tramo uma canção que não se entende.
Além do que pedira, sei , mereço
A mão que enfim se nega e não se estende.
Calcando minha vida em vão tropeço,
Nem mesmo uma esperança se pretende.
O parto sonegado, uma emoção,
Morrendo nos teus braços, solidão...
Publicado em: 26/05/2007 18:21:19
Última alteração:29/10/2008 17:14:02



poesia diz da sorte
poesia diz da sorte
de se ter a fantasia
mesmo quando a minha morte
se tornar real, um dia...
Publicado em: 17/01/2010 15:26:57


POESIA
Ainda que eu tente explicar
A gênese da dor e da alegria
E cinzelando os versos dia-a-dia
Preciso muito ainda trabalhar

Os versos são também uns fingimentos
Não julgue o poeta pela letra
Que às vezes em abismo ele penetra
Tirando a jóia dos ensinamentos

Uma alma perolada e diamantina
Esculturando o sonho traz à tona
Beleza que, sem mácula, alucina
Enquanto a solidão, vaga, ressona.

Assim, almiscareiro, este mascate
Procura em chaves de ouro, um arremate...

GONÇALVES REIS
ML
Publicado em: 29/02/2008 22:49:59
Última alteração:22/10/2008 17:03:55


Poeta, disse Pessoa
Poeta, disse Pessoa,
É um cabra fingidor.
Vou fingindo que ela é boa,
Ela diz que eu também sou...

Patroa, tome cuidado,
Não bote essa minissaia.
Se cometer o pecado,
A senhora toma vaia...

Não bote culpa na idade,
O seu tomara que caia;
Por ação da gravidade,
Tá batendo lá na saia...

O vento é bom companheiro,
Não deu outra, ele não “faia”,
Tá ventando no terreiro,
Como é bonita essa saia...

Pinguço não toma cana,
Sacana não bebe pinga.
Se embananou, dê “banana”,
Mas, se fedeu, não me xinga...
Publicado em: 22/08/2006 19:25:14
Última alteração:30/10/2008 11:04:45


POETAS
Poetas cantores
Encantos e metas
Distantes...
Somando o vazio
No crivo da vida
Acendo o pavio
Nitroglicerina
Em forma de palavras...
E frases
Desconexas
Complexas
Anexas
À carta testamento...
Publicado em: 16/01/2010 10:09:21
Última alteração:14/03/2010 21:01:45


Pois a mula sem cabeça
Pois a mula sem cabeça
Encontrei de madrugada
Meu amor nunca se esqueça
Sem você já não sou nada...
Publicado em: 15/01/2010 20:50:49
Última alteração:14/03/2010 21:04:00


Pois te falo, minha amada,
Esse vento eu quero ser,
Debaixo da saia rodada,
Descobri o meu prazer...
Publicado em: 12/08/2008 15:45:49
Última alteração:19/10/2008 19:52:24


POLÍTICO - DOS DEFEITOS DO EXCESSO DE FRANQUEZA
Retornando ao folclore político, tenho uma história que já ouvi algumas vezes, com fontes diferentes, mas merece ser contada.
Segundo uma das fontes, essa história se deu em Governador Valadares, a outra fala em Juiz de Fora; mas, de qualquer forma, vamos a ela:
Havia um candidato à eleição municipal numa cidade mineira que tinha a franqueza como principal característica e isso, apesar de ser uma virtude, muitas vezes atrapalha; e nesse caso, quase resultou numa tragédia.
Nos idos dos anos 70, antes da liberalização sexual, uma das características das cidades interioranas era a existência, para deleite de adolescentes e dos boêmios, a famosa ZBM – Zona do Baixo Meretrício.
Por uma questão econômica, tais prostíbulos se localizavam, na maioria das cidades, próximo ao centro destas. Onde, após uma noite com a namorada virgem, os meninos iam satisfazer seus desejos com as “bad girls” da época.
Em Muriaé havia uma casa de baixíssima qualidade e de péssima reputação cujo nome era bem sugestivo “Beco dos Aflitos”; já em Guaçuí existia um prostíbulo com um nome até certo ponto poético: “A Flor do Asfalto”.
Nessa cidade que não pude identificar, houve um comício deste candidato a prefeito, que me permito chamar ficticiamente de Lúcio Franco; mais franco que lúcido.
No comício em plena zona, ele tentando justificar a sua plataforma política, trouxe à tona um fato que mudou realmente a economia das prostitutas.
A zona que era no centro da cidade, fora transferida por um ex-prefeito que tentava a reeleição para a periferia da cidade onde ocorreram os trágicos fatos daquela noite perdida no tempo.
Ao subir no palanque, nosso amigo começa com um discurso apaixonante, falando da desigualdade social, da falta de escolas no bairro, da falta de creches, do estado de abandono em que se encontrava a saúde, etc.
Extremamente empolgado, foi aumentando o tom da voz, à medida que os aplausos se tornaram mais intensos e constantes; até que:
Num momento extremamente infeliz, no ápice do discurso saiu-se com essa;
“E o candidato do Governo, quando foi prefeito da outra vez, cometeu o maior absurdo que poderia ter cometido. A zona era no centro da cidade, onde dava muito mais renda do que aqui, na periferia, que fica distante, para prejuízo de todos, e de todas. Vocês mais antigos se lembram, e o quanto isso foi prejudicial. Mas vocês, mais novos, se não acreditam no que estou falando, perguntem para as suas mães e irmãs mais velhas, que eram quengas na Zona antiga...”.
Nem preciso dizer como terminou a história.
Antes de o pano cair, a conta do Hospital, com direito à estadia na UTI, foi paga pelo próprio candidato que, depois dessa, nunca mais apareceu em nenhum prostíbulo da cidade, para infelicidade de Mariinha Coxa Grossa; mas isso já é outra história...
Publicado em: 20/08/2006 06:26:11
Última alteração:26/10/2008 22:33:50



Por você...// Meu bem querer

No calor da noite// buscando seu corpo

declamo meus versos// beijo sua boca

de amor.// imerso em mil desejos

Mara Pupin // Marcos Loures
Publicado em: 31/03/2007 09:23:18
Última alteração:28/10/2008 06:08:45



Por amar a rosa, temos que suportar os espinhos.
72

Mote

Por amar a rosa, temos que suportar os espinhos.


Podes ser feia, dengosa,
Mas são teus os meus carinhos,
E por amar esta rosa,
Eu suporto os seus espinhos...

Marcos Coutinho Loures


Superando cada espinho,
Sinto o perfume da rosa,
Tanta curva no caminho
Faz a estrada, perigosa...
Publicado em: 20/11/2008 13:55:30
Última alteração:06/03/2009 18:43:25



POR AMAR DEMAIS
Vivendo o tempo inteira sem defesa
Meu sonho – ser feliz, cedo morreu.
A vela da esperança segue acesa,
Mas nada salvará do eterno breu,
Roçando no meu peito esta tristeza
Tornando o coração feroz, ateu,
De todos os momentos que sonhara,
Tristeza sem limites se declara...
Publicado em: 11/02/2009 13:59:29
Última alteração:06/03/2009 06:43:19



Por amor,
Eu revelei as cores da lua
Naveguei solitária pela brisa do mar
Corri nua pelos bosques noturnos
Cometi pecados, enviei recados
Busquei o céu, escondi o sol
Quebrei as regras, inventei estrelas
Soprei tempestades, parei o tempo
Fiz magia, poesia
Por amor, por você!

Vagando pelas ruas,
Alma exposta entre bancos,
Jardins, praças e promessas...
Estrelas e luares.
Na nudez dos astros
A resposta infinita
Ao amor que, profano
E santo se entorna
Em poesia...
Na força incomparável
De um sentimento motriz.
As flores se entregam
Os pássaros cantam
Assim como os grilos
Estrilando em nossos ouvidos
E relembrando a cada momento
O quanto amar é fundamental.
Por amor fiz versos,
Por amor morri e renasci em esperanças
E desilusões.

Por amor, insensato caminheiro,
Andarilho dos astros, da esperança,
Além do que meu sonho enfim alcança
Navego, se preciso, o mundo inteiro.

Florindo, em primavera, meu canteiro
Perfuma em suas mãos a temperança,
Pois sei que chegará, mesmo em tardança
Em mágicas palavras, feiticeiro.

Por amor, morreria até mil vezes
Se pudesse renascer nos braços seus.
E que nada nos trague, em triste adeus,

A morte verdadeira, sem saída.
Mal sabe quanto espero, amor. Há meses...
Em ânsias, lhe falar de nossa vida...

MARA PUPIN
Marcos Loures
Publicado em: 02/06/2007 13:14:05
Última alteração:05/11/2008 21:35:05


POR AMOR.

A noite sendo lírica, afinal,
Denota em seu altar o magistral
Momento em que o amor aconteceu,
Em festas constelares, belo céu,
Em lumes mata a treva e cala o breu,
Balões navegam soltos, vão ao léu.

Crepúsculo se doura em rara flor,
Ao ser tocada a vida pelo amor,
Desabrochando todo o meu jardim.
Perfumes se misturam, inebriam,
O mundo vai se abrindo dentro em mim,
E as cores deslumbrantes me saciam...
Publicado em: 03/09/2007 21:56:59
Última alteração:29/10/2008 17:21:23


POR ESSAS E OUTRAS QUE SOU LULA
Estava assistindo há pouco, na Globo News uma entrevista de Lula e, próximo a mim estava Marcos Dimitri, meu caçula, que completa 2 anos dia 29 agora.
Perguntei a ele quem era aquele "moço", a resposta foi imediata: "Nuna na na na", e ao perguntar de quem ele era amigo, Dimitri foi incisivo: "Do Dimiti"...

posted by MARCOS LOURES at Terça-feira, Junho 13, 2006
Publicado em: 03/11/2006 18:54:58
Última alteração:26/10/2008 22:45:05



Por favor fique comigo,
Pelo menos um instante
Não condene ao desabrigo,
Coração de um pobre amante...
Publicado em: 19/12/2009 19:23:10
Última alteração:16/03/2010 09:56:21



Por favor, não atenda meus apelos,
Mesmo que sejam feitos co’emoção!
Se não posso tocar os seus cabelos,
De nada vale abrir-lhe o coração!

Fuja de mim, esconda-m o sorriso,
Com todo o bem que pode me causar!
Se ter não posso o amor de que preciso,
Não podem só migalhas me bastar!

Nem queira libertar-me deste inferno
Que representa a vida sem seu beijo!
Negue-me o olhar, tão lindo, meigo e terno,
Que faz inda maior o meu desejo!

Todos dirão, ao ver que me abandona,
Que o vira-lata, enfim, perdeu sua dona....

Não passo, nesta vida, de um coitado
A quem já se negou uma esperança.
Saudade vem deixando o seu recado
Nas dores que restaram na lembrança.
Sou nada, nada quero. Esse é meu fado.
Perdi qualquer sentido de aliança.

Depois de ver amor sem ter mais nexo,
Depois da noite escura sem estrelas...
Sobrando tão somente esse complexo.
As dores? Não consigo revertê-las.
O coração passou a ser anexo
As luzes de um amor, jamais revê-las!

Mas digo; meu amor, minha paixão...
Mesmo assim: EU NÃO SOU CACHORRO NÃO!

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 03/05/2007 14:08:10
Última alteração:15/10/2008 16:39:39



Quando o amor te acenar, segue-o,
ainda que por caminhos ásperos e íngremes.


E quando suas asas te envolverem,
rende-te a ele,
ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa ferir-te.

Khalil Gibran

Por mais que sejam duros os caminhos
Nas íngremes montanhas, no deserto.
Por mais que as rosas tramem seus espinhos
Se o amor chamar, esteja sempre perto.

Nos passos que darás; os fundos cortes
Não sejam empecilhos para a luta.
Os brados de um amor são sempre fortes,
Resistem à tortura e à força bruta.

Se entregue totalmente ao bom do amor,
Pois mesmo que te traga uma ferida,
É nele que se encontra o grão valor
Que torna bem mais útil nossa vida.

Perceba que estas urzes que virão
Se calam com a força do perdão...
Publicado em: 15/04/2007 22:41:47
Última alteração:15/10/2008 21:30:11




Por não crer nesses fantasmas

Que atrapalham nosso sono

Por não ver nesses miasmas

Nem acreditar em mono

Bichos de sete cabeças

Nem em trem desgovernado

Foi que tive nas travessas

Travessura vai formando,

Com esse mesmo alentado

Que me fez assim calado

Palavras poucas consumo

Não penetro nem no sumo

Das poucas que sei usar.

Nasci quase taciturno

Emburrado, sem sorriso,

Dos dias todo seu turno

Foi do meu tempo preciso


Percebo que sei de nada

De nada quase não sei

Minha vida vai estrada

Por tantas quantas passei

Fui da ponta dessa espada

No choro da carpideira

Fiz de toda sexta feira

Minha trama mais pecada.

Foi meu mundo minha escola

Das lições sei a primeira

Quem não luta não decola

Quem faz tanto nada faz

Quem quer mostrar ser capaz

Num precisa de recado

Nesse mundo meu pecado

Foi o de não certeza

Se serve tanta tristeza

Pra que que se reza tanto

Se não existe mais santo

Nem hora de precisão

Pra transformar em encanto

O que foi assombração.


Menino solto, liberto,

Sem ter nada nem por perto

Nem distante do meu peito

Que correndo, sempr’aberto,

Trazia por satisfeito

Cada trocado da vida

Num abraço de partida

Numa luz sem ter reflexo

Isso pode parecer

Que nada é tão mais complexo

Que não consigo entender

O resto dessa viagem

Vida seguindo, paragem.

Não podendo traduzir

Por onde mais querer ir

A não ser o recomeço

Do fosso que bem mereço

Do gosto podre do beijo

Da moça que não desejo

Mas beijo por precisão

De aliviar o meu peito

De transtornar satisfeito

O que dizem coração.



Fui crescido, de precoce,

Tantas foram as pancadas

Não permito que se coce

Essas carnes machucadas

Triste peleja da vida

Trazendo lá da partida

Um gosto de sangue em riste

A dor sendo o meu alpiste

Para que nada despiste

O Passarim sofredor

Que insiste e logo desiste

Pois não cultiva mais dor

Trafegando sem atino

Correndo feito menino

Nesse peito aparador

Acostumado a desmando

Sem entender o comando

Que destina o meu senhor

Único que conheci

Na minha sina estradeira

Por quanto que já vivi

Não tenho medo de esteira

Não sei mais tanta besteira

Pode conter meu amor.


Não tive dono nem guia

Minha vida minha trilha

Foi toda essa poesia

Feita de tanta Maria

Quantas pude ter de dia

Na minha boca safada

Que pior que minha enxada

Tanto solo desbravou

Num canto qualquer da mata

Na beleza que arrebata

Faz de todos um doutor

Nas sinas dessas meninas

Que por tanto sei, senhor,

São todas as minhas sinas

As bocas mais assassinas

Das que um homem já provou.

Criado sem asas, só,

Dum jeito sem sentir dó

Nos campos de cabrobó

Fui feito de muita lenha

Nas matas por onde embrenha

Os passos mais corajosos

Os trajes mais andrajosos

O peito guardando a senha.



Agora vou mais completo

Das dores já vou liberto

Sem mala medo sem cuia

Sem trama nem plenitude

Sem ter cabra que me ajude

Que disso não tem precisão

Nem tamoio, nem tapuia.

Nem trava no olho por certo

Vou seguindo meu deserto,

Sem querer nem companhia

Nada que me atrapalhe

Seguindo por valentia

Medo que me avacalhe

Transformando essa agonia

No sol desse novo dia

Que possa me dar alegria

A alegria dessa sorte

Da morte tenho alergia

Por isso sigo meu norte

Não há nada que me importe

A não ser minha batalha

Por esse canto qualquer

Onde possa, minha fé

Ter a força que agasalha

Fumando um cigarro palha

No corte dessa navalha

Que sangra na teimosia

Desse cabra mais inquieto

Que não teme por perto

Nem fantasma ou fantasia.



Quero trazer boa nova

Pro povo que me escutar

Venho sem lua nem trova

Chego só por eu chegar

Eu na mão trago essa rosa

Pra moça um dedo de prosa

Por causa d’uma sereia

Que transfundi nessa veia

Acendendo essa centeia

Que alumia o coração

Não quer saber de fastio

Vou vivendo meu estio

Como estivesse no cio

Carregando, mais vadio

O que não fora vazio

Meu peito sem serventia

Pra outra coisa qualquer

Quero acender o meu dia

Nos braços dessa guria

No cheiro dessa mulher

Que me deu a poesia

Agora não mais me quer

Que trago no meio dia

Da vida, sem valentia,

Comendo só de colher

A sopa amarga da vida

Que me deu a despedida

E vai hoje por qualquer

Coisa que seja capaz

De nunca olhar para trás

Nem vigor nem mansidão

Trazendo nessa amplidão

O brilho claro da lua

Iluminando essa rua

Por onde ela passará.



Tanto tempo sem falar

Falei tanto sem parar

Sem fazer descanso ao menos

Por isso pra terminar

Sem destilar os venenos

Que podia destilar;

Seguindo por esse rumo,

Buscando por meu aprumo

Procurando me encontrar

Vou terminar os meus versos

Já falei dos adversos

Já falei de diversão

Já mostrei meu coração

Já espantei esse frio

Debulhei todo esse mio

Já liguei fio por fio

Agora nada fazer

Senão olhar pra você

E nos seus olhos perder

De vez toda mocidade

Pois o fruto da saudade

Trouxe-me a firme verdade

Que não posso renegar

Minha lida é por saber

Que não consigo viver

Sem ter mulher para amar...
Publicado em: 13/02/2007 22:31:42
Última alteração:30/10/2008 16:36:37



Aonde mergulhar
O quão sou
O não fui
E o jamais teria
No pélago
No pântano
Ou quem sabe
Na poesia?
Publicado em: 06/02/2010 11:45:59
Última alteração:14/03/2010 14:24:46


Por quanto meus desejos mais incríveis
Por quanto meus desejos mais incríveis
Flamejam em torturas tão terríveis
Causadas pelo mal de amar demais.

Meus dias vão passando simplesmente,
À espera que tu voltes novamente
E traga com carinho, a santa paz.

As dores que passei foram profundas,
Agora com ternura tu me inundas
E faz com que esta vida recompense.

Não quero mais viver sob as amarras
Eu quero uma alegria de fanfarras
Que a vida finalmente, já compense.

Eu quero essa ilusão de ser feliz,
Cantando em alegria o que prediz
O coração entregue a tanto amor.

As dores do passado dilaceram,
As luzes do futuro já me esperam
Nos braços deste encanto salvador!
Publicado em: 17/09/2008 22:33:46
Última alteração:09/10/2008 16:50:26



Eu te amo! Não somente por que és bela,
Nem tampouco, querida, por desejos.
Nem somente na luz que se revela
Quando na delícia de teus beijos.
Não te amo por motivos tão banais.
Pois não me importaria isso, jamais.

Eu te amo não por seres tão perfeito
Nem tampouco por riso ou alegria.
E Nem por que me deixas satisfeito
Pois seria egoísmo, não seria?
Eu te amo pelo amor. É simplesmente
O amor, somente amor que move a gente...




¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬

Por que não sei falar dessa maneira
Por que não sei falar dessa maneira,
Usando os verbos vagos, virulentos,
É que perdi meu tempo, uma bandeira,
Desfraldada por sobre os excrementos
De quem tentou ferir sobremaneira
A quem amara, em todos os momentos.
A vida me ensinando não temer,
Eu vou correndo sempre, mas por quê?

Quis tragar melodias e senzalas,
Não pude mais conter esse chicote.
Mas as costas lanhadas onde exalas,
Não me deixam sinal, quebrei o pote...
Traduzindo seara, levo malas
Em busca da saída, vou a trote.
Mas queria viver teus novos dias,
Nas nocivas franquezas que medias...

Num ato de belíssima vontade,
Misturando, sagaz, novas cantigas.
No que não poderemos crer saudade,
Eram senão pedradas mais antigas.
Coram, cegam, feroz realidade.
Queimando como fosses tais urtigas,
As que n’alma repetem cantinelas,
As mesmas que quisemos, serem delas...

No meu karma sei pétrea solidão,
Onde navegaria tantos portos.
No dizer sim, queria tanto o não,
Carregando por certo, velhos mortos.
Na melhor melodia que verão,
Perderei tantos rumos, que sei tortos.
Minha lança, lanceta e confraria,
Nos bares e botecos; dê sangria...

Capuccino, cachaça, chá e mate,
Novos sabores, fluidos paladares;
Da vida sempre torta, um arremate.
Nos teus olhos repletos dos altares,
Brilham loucos fantasmas do combate...
Revejo minha triste lucidez
Quem me dera perder a minha vez...

Pus e sangue, mistura delicada,
Que, emanando de todos os meus dedos;
Fazem-me saber, como está errada
A vida que criei de meus segredos.
Quando permiti noite, madrugada,
Deixei armazenados os meus medos...
Num quero nem concebo liberdade,
Vagando pelos parques da cidade...

Nascido nessas terras das Gerais,
No que pude sentir, foi tudo a esmo.
Não temo nem tempestas, vendavais,
Criado, de cedinho, com torresmo.
Em meio a cercanias sem jornais,
Aos olhos dessa noite, sou o mesmo...
De pequeno, nutrido com coragem,
Desse rio, conheço fundo e margem...

Fui ninado com sangue e com melaço,
Rasguei no mundo berro e valentia.
Peito duro, mineiro, ferro e aço,
Criado a tapa, restos, serventia...
Força nos olhos, pernas e no laço,
Por onde acordei, vida sem valia.
Traquinagem, comer sem saber faca,
Beber da fonte, tetas dessa vaca...

Orgasmos madrugada, tua saia...
No canto, no curral, em pleno mato,
Nem sei de mar, vivendo minha praia
Na beira doce, peixes no regato...
Em plena confusão, rabo d’arraia,
Na morte fiz carinho, sei dar trato...
Quebrando minha perna, sem ter pena,
De longe, traz as pernas da morena...

Vadio violão foi meu resgate,
No colo dessa serra, serenata...
Saudade faz que mata, dá empate,
Menina, levantei a tua bata...
Preciso, cafuné, qu’alguém me trate,
Eu quero te lavar nessa cascata.
Jogando nessas pedras da ribeira,
Teu corpo, penetrando-te, mineira...

Costeleta da Serra D´Espinhaço,
Fiz cabelo, bigode e barba, tudo...
Eu quero me deitar no teu cansaço,
Guardando meu diploma, meu canudo,
Em meio a tuas pernas, teu regaço...
Entrando mais calado, saio mudo.
Talvez me guardes todos os mistérios,
Nem temo teus amores, nem venéreos...

Cresci sofrendo tapa e pescoção,
Na lida atroz, enxada e cavadeira.
Nos brejos, sem temer por podridão,
A vida foi completa escarradeira.
Vacina de menino, de peão,
É feita de porrada, a vida inteira...
Das vespas que mordiam, fiz meu mel,
Da lida mais difícil trouxe céu...

Meu medo foi ter medo de lutar,
Não quis compressa, quero bisturi.
Cada ferida nova que brotar,
Capítulo relido que vivi...
Somente meus, serão; velho luar,
Os olhos dess’amor que já perdi...
Capricho sem temer, por resultado,
Os cortes que sangrei, apaixonado...

Recebendo a herança mais maldita,
O traste que pariu minha cadeia;
Não queira meu Senhor, que se repita,
A bosta que transcorre em minha veia...
Minha mãe, talvez, fosse mais bonita,
Se não tivesse sido uma sereia...
Que o boto mais pilantra desse mundo,
Safado caboclim, um verme imundo...

Criado sem ter beira nem paragem,
Escravo desd’o dia de nascido.
A vida preparou a sacanagem,
Bem no olho dessa serra, fui cuspido.
Quase que me perdi na traquinagem,
Mas, embora isso tudo, fui crescido...
Vômito de mendigo esfomeado,
Coragem coração, fez cadeado...

Meu cigarro da palha mais curtida,
No milharal da vida, colhi nada.
Serei por certo, servo e despedida
Nunca saberei sorte e tabuada,
Mas não reclamo nada dessa vida,
Estou vivo, e se dane essa embolada.
Na poeira joguei nome e meu futuro,
A morte me espreitando ‘trás do muro...

Fiz cósca em cascavel, minha tapera,
Tem as portas abertas para a morte.
Não temo solidão, nem bicho fera;
Eu queimo, em toda curva, a minha sorte.
Cachaça com limão, vida tempera,
Bem no meu coração, de grande porte,
Cravei as verdadeiras, duras, garras.
Não quero mais saber dessas amarras...

Veloz, eu fugirei dessa saudade,
A saudade de nunca mais ter sido.
A saudade feroz, felicidade,
Que nunca mais terei, nem conhecido.
Oprime o peito, face essa verdade,
A de não ter, jamais, nem ser nascido...
Queria, por momento simplesmente,
Um segundo sequer, me sentir gente...
Publicado em: 23/08/2006 17:51:44
Última alteração:30/10/2008 19:32:48


Por tanto que conheço cada nó

" Subir, subir a vasta escadaria,adiante;
buscar o cimo e se safar do pó;
teimar, sofrer, lutar...e sempre avante
na simbólica escada de Jacob!

Chaplin,

Por tanto que conheço cada nó
E sei deste caminho vacilante
Subindo a escadaria, vou sem dó,
Mas creio ser o cume, um vão farsante.

Queria a salvação que teve Lot
Ser um sobrevivente, e num instante,
Mesmo que prosseguindo a estrada só
Perceba um horizonte fascinante.

Ao fim da cordilheira, vejo que
Somente me restando este cadê
Que sem respostas volto a proferir,

Olhando para frente, vejo a sombra
Da imensa fantasia que me assombra
Negando qualquer forma de porvir...
Publicado em: 23/02/2009 22:07:55
Última alteração:06/03/2009 01:48:31



Muitas vezes, escravo da esperança
Depois de tantos erros, vou sozinho,
Não tendo junto a mim, felicidade,
Um náufrago distante do seu barco.
Olhando para trás vejo somente
Disfarces recobrindo uma ilusão.

Não tendo mais comigo esta ilusão,
Eu mato o que restou de uma esperança
Carrego a solidão aqui somente,
E sigo o tempo inteiro tão sozinho.
Sem ter ancoradouro, o triste barco
Não quer reconhecer felicidade.

Por vezes eu pensei felicidade,
Depois eu descobri: era ilusão.
À deriva seguindo o pobre barco
Navega um mar distante da esperança;
E ao ver que sempre vou ermo e sozinho
Prepara a tempestade tão somente.

Agora que restou aqui somente
Fantasmas desta tal felicidade,
Percebo o quanto fui; no amor, sozinho
Tudo o que eu vivi, pura ilusão,
Apenas um engodo da esperança
Errôneo cais encontra o velho barco.

No corpo de quem quis, eu fiz meu barco
Sem cais eu me encontrei, vivo somente
Atado pelas cordas da esperança.
Jamais eu pude ter felicidade.
Se tudo o que eu já tive: uma ilusão,
Eu sei que seguirei e vou sozinho.

Depois de caminhar sempre sozinho
Afundando em procelas o meu barco
Jogado nas falésias da ilusão
Eu sinto aqui comigo isto somente
Não tendo mais enfim, felicidade
Escarro sobre ti, podre esperança.

Despido da esperança eu vou sozinho,
Felicidade é um porto já sem barco,
E o riso é tão somente uma ilusão...
Publicado em: 03/12/2008 20:09:19
Última alteração:06/03/2009 16:06:07



Assim quem, tolamente,
Perdera a direção
E sem a sensação
Deveras mais ardente
Do todo que se sente
Nas ânsias do verão,
Meus olhos beberão
Do amor intensamente.
Restando do passado
Cenário desolado,
Apenas o vazio,
Mas quando no teu laço
Um belo dia eu traço,
E o sonho então recrio.
Publicado em: 17/06/2010 12:49:31


Por vezes minha vida parecia
Perdida em mil caminhos desolados,
A tua mão amiga me trazia
A força pr’estes dias malfadados.

Com fé, com esperança e alegria
Levava-me por outros belos prados,
Ensinando que amor em harmonia
Supera toda a dor dos pés cansados,

Da luta por um sonho de igualdade,
Trazendo com carinho imenso e paz,
Verdadeiro sentido da amizade.

Contigo uma esperança enfim se abriu,
Fazendo do meu braço mais capaz,
Felicidades nesse onze de abril...

Parabéns Osilia Mannarino Loures, pelos seus 75 anos de idade.
Que Deus nos permita continuarmos por muitos anos a mais usufruindo de sua maravilhosa companhia
TE AMO, MÃE
Publicado em: 10/04/2007 19:08:29
Última alteração:27/10/2008 19:13:02


Por vezes quis Carminhas e Dolores
Pastores de olhos castanhos de encantos medonhos vestidos de terno preto que de ternos nada têm e que nem fazendo 40 graus à sombra do centro de Manaus, da Amazonia capital, não desistem de inquirir incautos para aplicar-lhes suaves assaltantos em versículos tais das página quais. Pastorear versos e evangelizá-los é dar-lhes vez e voz ao apocalipse. São João que o diga! Melhor é cair nas aranhas da mulher aranha, ir direto à gruta onde o sol é farto, quente, 500 graus à sombra do meu cacete que potencializa a minha libido para dar um ar de tesão e gozo profundo. Gozado, quanto mais minto minha mente se acha mais próxima, mais semelhante à mentira, é que mentir está mais para mente que a verdade. Verdade e mente, mentira e mente, questões de fonética somente diz-me o bom senso com intuito claro, lógico e evidente para que eu caia na real e não fique por a vagar na irracionalidade das palavras. Palavra é tudo. Qualquer coisa clama para ser identificada, até o banana do Freitas quer ser identificado ainda que o chamem disso ou daquilo. Não importa, a coisa está aí e até o ato de querer ser esquecido é uma forma de querer ser lembrado. Carminha até que gostava do meu jeito, achava-me simpático, simples, cordato e tudo o mais até o dia em que eu disse uma palavrinha que ela não gostou e, então, passou a me achar o cara mais antipático do mundo, fechou-se em copas e tampa os ouvidos quando de mim ouve falar. Pensei até em chamar algum pastor de olhos castanhos para apagar tamanha mágoa e a má impressão que deixei no coração de Carminha. Qual o quê! Carminha dá de dez no pastor, o seu ódio é capaz de derrubar seitas quanto mais um simples pastor que só quer ganhar sua grana à custa dos fiéis. Pastor quer ganhar grana, Carminha quer manter o ódio. O pastor peleja contra Deus, Carminha mata o diabo parasonetando, porque prafraseando acho que não cabe aqui, o soneto do Marcos Loures, que entende de pastores, mas não conhece a Carminha. Talvez até tenha alguma parecida rondando em sua vida. A minha é loira, olhos e bocas sorridentes e um coração, ah!, um coração, como diria Machado: para os amigos, tudo; para os inimigos, as batatas. Assim é Carminha: não é nada razoável, não aceita crítica, mais vaidosa que vitrine de loja da zona sul. Tudo bem que ser poeta é escrever com a alma, só que há almas rasas e almas profundas. E não é? Até na Suíça onde quase todo mundo tem um certo nível de escolaridade que dá em empate, lá também há aqueles que só ficam ali nadando na superfície, enquanto outros vão fundo, vão até à superfície do mergulho. Fazer o quê? Sou preconceituoso? Se sou, pelo menos quero dizer que só quero e aceito grana que seja fruto de trabalho honesto e que no meu coração na cabe a palavra ódio. Quando a coisa não rola legal, o esquecimento e a ação são minhas arma para livrar-me das desditas. Eu, dar cartaz para pastores e loiras Carminhas... joguei fora o único terno que tinha e passei a tomar somente cerveja preta, Caracu. Uuuuuuuuuuuuuuuu.

O VELHO MENINO

Por vezes quis Carminhas e Dolores
Bizet já descobrira no passado,
Quando La Violetera trouxe flores,
Eu aceitei deveras de bom grado.

São tantos, com certeza meus amores,
O coração desaba de pesado,
Diverso do que dizem os pastores,
Amor não se reveste de pecado.

As armas escondidas sob os ternos,
Mais fácil é vender vários infernos,
Aprendo a percorrer o carrossel

Do louco balançar destes quadris,
Aonde com certeza fui feliz,
Descobrindo os caminhos para o CÉU.
Publicado em: 22/05/2009 09:31:33
Última alteração:17/03/2010 19:07:14



PORCARIA...


Homem é condenado por simular sexo com uma bicicleta


Este fato me faz lembrar de uma das cenas mais trágicas testemunhadas pelo povo pacato de Santa Marta, terra de João Polino.

Joãozinho Pintassilgo, um adolescente em pleno vigor físico embora sem um pingo de juízo na cachola, depois de experimentar algumas éguas, vacas, cabritas e até galinhas resolveu inovar.

Ao perceber que uma porquinha rebolativa passeava perto de sua casa com um ar carente e desprotegido, não vacilou.

Entrando no meio da pocilga em que João Polino tinha uma criação enorme de suínos, começou a acariciar a leitoinha que, diga-se de passagem, era realmente bem apetitosa, estou falando em termos gastronômicos, é claro.

Conversa vai, conversa vem, o nosso personagem já excitado resolveu fazer a festa.

Acontece que, naquele dia, João Polino tinha soltado um cachaço no meio da porcaiada para fazer a cobertura de algumas leitoas.

Gilberto, que o auxiliava na árdua tarefa, esquecera um portão aberto, logo o que se comunicava com o compartimento onde estava o casal apaixonado: leitoinha e Joãozinho Pintassilgo.

Para quem não conhece, o cachaço ou seja o porco não castrado é de uma ferocidade ímpar, enfrentando qualquer animal, podendo causar ferimentos terríveis.

Como o faro do animal é aguçado e, por coincidência a leitoa acabara de entrar em seu primeiro cio, o cachaço desembestou e, correndo em direção ao casal preparou para o bote.

Joãozinho estava tão ocupado com seus afazeres eróticos que não reparou quando a fera se aproximou.

João Polino e Gilberto, em pânico assistiam à cena inusitada.

Para sorte ou para o azar de Joãozinho o cachaço já meio zarolho não percebeu sua presença entre ele – o cachaço- e o objeto de seus desejos...

Um sêmen desperdiçado, um cachaço enamorado, uma leitoinha ainda virgem e o Joãozinho Pintassilgo vivo e ileso, ou quase...
Publicado em: 20/11/2007 21:46:43
Última alteração:29/10/2008 18:09:01

Porca gorda e sogra rica, só valem depois de mortas
153

Porca gorda e sogra rica, só valem depois de mortas


Ouve bem a minha dica,
Não feche todas as portas,
Porca gorda e sogra rica,
Só valem, depois de mortas.

Marcos Coutinho Loures

Vou cevando a minha sogra
Com lavagem todo dia,
Mas a porca mata a cobra
E devora a porcaria...
Publicado em: 22/11/2008 21:40:14
Última alteração:06/03/2009 16:50:59


Porém no mesmo instante um gavião
Que à cena percebia lá do céu,
Voando bem baixinho veio ao chão,
Do sapo enamorado fez pastel.
Depois, o gavião, num alçapão
Foi preso e recomeça o carrossel

Do sapo que namora na lagoa,
Da sapa que deveras quase foi,
O sapo, na verdade um sapo boi,
Achando que podia estar na boa,
Salvando a sua sapa foi pro papo
Do gavião faminto, que no chão,
Depois de ter papado o pobre sapo
Agora se prendeu num al sapão...

Publicado em: 06/11/2007 16:42:50
Última alteração:02/11/2008 21:50:05



Porta aberta
Alerta
Entra.
Volta?
Revolta!
Não retornes!
Publicado em: 28/09/2006 20:55:46
Última alteração:30/10/2008 19:30:35



No tormento que me invade, solidão,
Em silêncios minha alma nada fala.
Ao mesmo tempo sofre e, vã, se cala;
Transborda tanta dor com emoção
Jogando-me depressa contra o chão.

Vencido pelas dores do passado,
Sem ter uma ilusão sequer comigo,
Em ti, talvez o rumo que persigo,
Caminho tanta vez abandonado
Nos cofres de minha alma, resguardado...

Não posso despertar de novo a chama
Que sempre me trazias em teu canto.
Decerto esquecerás em desencanto,
Meu peito solitário te reclama.

Mas nada do que fomos mais importa.
Não voltas e por isso meu tormento.
Não posso te tirar do pensamento,
Mas trago, no meu peito, aberta a porta!
Publicado em: 16/12/2006 07:21:14
Última alteração:30/10/2008 08:44:24



Porta da vida/ Coração

Passagem aberta / espreita os sonhos,

Entre dimensões / diversas

Unas./ emoções

Mara Pupin // Marcos Loures

Publicado em: 28/03/2007 15:14:40
Última alteração:28/10/2008 05:48:17


Pórticos da Saudade
Nos pórticos gigantes da saudade,
Valei-me Meu Deus peço caridade!
De quem me valem luzes sem ter brilho...
A morte vem singrando um velho trilho...

Me deste tais mentiras como um fato.
Falaste de mordazes sentimentos...
Quebraste vilãmente teu retrato,
Queimaste soberana, meus proventos...

Faliste torpemente meus cenários...
Amei-te, tolamente, fui capacho.
As portas que entreabristes meus armários,
Das luzes que perdi, tu foste facho!

Respiro vorazmente teu flagelo...
Perjuras insensatas foram mote.
Na vida me cortaste teu cutelo...
Nas óperas tu brilhas vero spot.

Nos pórticos gigantes me jogaste
Atei-me sem temer qualquer disfarce.
O que me restarei serei vil traste.
O tempo que vivi nunca se esparse...
Publicado em: 06/10/2006 21:23:04
Última alteração:30/10/2008 19:29:57



.........................................
para bom entendedor
muitos pingos, quantas letras?

Publicado em: 26/08/2008 21:08:52
Última alteração:17/10/2008 17:12:26




Esta cambada não sabe
Quando é hora de parar,
Pare o mundo antes que acabe
De tanto esta corja roubar...

Publicado em: 08/08/2008 11:55:52
Última alteração:19/10/2008 19:48:07


Pra curar uma saudade
Outro amor faz muito bem,
Para ter felicidade
É preciso ter alguém...
Publicado em: 16/01/2010 22:16:58
Última alteração:14/03/2010 20:36:06


A roseira que eu plantei
Deu mais rosa que espinhos
Quando eu aniversariei
Vi cantar mil passarinhos...
Publicado em: 20/03/2008 15:44:32
Última alteração:21/10/2008 22:21:00

PRA QUEM AMA
Nunca é cedo pra quem ama,
Nem é tarde pra voltar,
Pois enquanto inda houver chama
Fogo não vai se apagar...
Publicado em: 14/08/2008 13:34:17
Última alteração:19/10/2008 20:11:22

pra quem se espantou com o porco...
Alguns leões copulam mais de 50 vezes por dia.
Publicado em: 11/09/2008 16:05:07
Última alteração:17/10/2008 14:55:20



Te amar não é
Somente ter
O que se quer
Além-prazer
Viver o sonho
Beber a sorte
Aonde eu ponho
Meu céu, meu norte.

Beijar teu riso,
Sentir teu cheiro
Sem dar aviso
Ser teu, inteiro.

Fazer da lua
A luz que espelhas
Imagem nua
Raras centelhas

Saber que a vida
É feita em luz,
A uma saída
Ela conduz

Sentir bem mais
Que tanto eu quis
Um porto, um cais
É ser feliz!
Publicado em: 06/03/2008 22:15:26
Última alteração:22/10/2008 15:28:17



Não queira se perder desta matilha,
É nela que talvez seja feliz.
O canto mais liberto em nova trilha
Repete um estribilho e pede bis.
Não entre sem maldade nesta pilha,
Senão o bicho pega, e por um triz,
Amiga; perderás decerto o prumo,
Rolando pelas pedras, sem ter rumo.
Publicado em: 16/11/2007 13:50:28
Última alteração:29/10/2008 12:36:32



PRA VOCÊ #


Vem cá, meu bem, me abraça
Aplaca esse querer
Te amar sem sequer ver
As horas que assim passo,
Perdida em teu abraço
Envolta na alegria
De viver a magia
Te amar sem ter mais conversa...
Eu sei que tudo versa
Em mim, tanta loucura...
Mas teu amor me cura...
Amor, teu mel me adoça...
Calminha em teu poder,
Eu morro de prazer...
Vem cá, sem mais delonga,
A minha porta, arromba
Me toma em teu abraço
Me laça no teu laço
Derruma-me da cama
O amor se exploda em bomba...

Fazendo uma viagem
Decoro a geografia
Do corpo que desejo
Todo o prazer me guia
E leva para a boca
O lábio mais audaz
Que desce no pescoço
Embala colo abaixo
Mostrando ser capaz
Ao encontrar a porta
Sem medo e sem juízo
Arrebentar tramela
Entrando na janela
Fazer festa na sala...

Ao beijar sem receios
Romãs feitas em seios
Pressinto que este abrigo
Descendo pelo umbigo
Terá em maravilha
Bem perto da virilha
O gosto delicado
Do mel que vem descendo
Até me lambuzar.
Eu quero ver a fresta
Por onde a nossa festa
Irá recomeçar;
Deixando umedecida
A mina onde se emana
A força soberana
Que dá tanto prazer.
Vem minha estrela maris,
Por todos os lugares
Deitando em loucos mares
A tempestade intensa
Que brota do desejo
De te fazer com calma
Mulher que não se acalma
E quer me devorar.
Deitado no teu braço
Atiçando teu laço
Amor que sem cansaço
Jamais irei deixar...


ANA MARIA GAZZANEO
Marcos Loures
Publicado em: 25/07/2007 17:43:04
Última alteração:05/11/2008 18:08:15


És uma idiota! Eu um tolo
Acreditei demais que eras pura
Tanta beleza - tanta formosura,
Um bálsamo, pensei, doce consolo

Estava eu cego, louco sem censura
E quando aconchegava-me em teu colo
E amáva-nos na cama ou no solo
Quem s'importava com a vida dura?

Porém ao perceber aleivosia,
Depressa o sentimento arrefeceu
Quem fora minha fonte de alegria

Secando, num segundo já morreu.
E agora o que fazer da fantasia
Aonde minha estrela se perdeu...

GONÇALVES REIS
Marcos Valério Mannarino Loures
Publicado em: 02/08/2007 21:09:24
Última alteração:05/11/2008 17:15:12



Leia meus olhos, sim por favor leia
Pois faço-te a leitura corporal
Pois como os olhos não há nada igual
Desejo-te minha linda sereia

Minha alma por ti vela e está cheia
De um sentimento tão fenomenal
Estar contigo esvai-se todo mal
Só tu que seduzes que me enleia...

E nesta sedução vitimizado
Por olhos traiçoeiros e mordazes
Em bocas todas elas, tão audazes

Adentro devagar, ponho de lado,
Cavalgas depois disso, até chegar
Prazer que proporciona em propoir...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 12/09/2007 14:10:47
Última alteração:04/11/2008 17:42:18



Amiga camponesa
Mineira das montanhas
Viver essa beleza
Saudades são tamanhas
Amor é sobremesa
Na noite em que me ganhas...

Amiga sertaneja
Te quero simplesmente
Da forma que deseja
Cabeça, amor e mente
Pois amizade seja
Amiga tão somente...

Andar devagarinho
Por terras que não sei.
Tentando passarinho
O canto que encantei
Quem sabe novo ninho;
Teus braços, eu terei?

Mas nada mais importa
Senão ter teu abrigo
Abrindo a mesma porta
Te quero ser amigo
E depois, n’hora morta...
O resto está contigo...
Publicado em: 28/01/2007 16:04:13



Meus olhos taciturnos
Os meus medos noturnos,
Amor chegando em turnos,
Em torno deste lume...
A vida se passando,
O vento vai mudando,
Meu sonho navegando,
Amor, meu vaga-lume.

O beijo que não veio,
O tempo sem receio
Amada, no teu seio
Encharco meu perfume.
Eu quero este teu gosto
Tocar teu belo rosto,
Não te causar desgosto
Nem provocar ciúme...

Eu quero a sensação
Desta plena emoção
Sem medo da ilusão
Maior que de costume.
Te peço, então querida
Se queres minha vida
Sem ter a despedida,
Na dor não se acostume...

Eu quero teu amor
Bem vivo e sem temor
Sem mágoas ou pudor
Não quero que se esfume.
Eu quero esta alvorada
Juntinhos na calçada
Na noite madrugada
Sem ter nenhum queixume...

Eu quero teu perfume
Gostoso, sem ciúme,
Sem dor e sem queixume...
Publicado em: 10/02/2007 20:43:40

Tantas vezes procuro amor em paz
A vida me diz não.
Sedento pela vida que imagino.
Mas me respondes: não!

Quantas noites dormindo aqui sozinho
Espero uma emoção.
Cansado de viver sem ter por que;
E me respondes: não!

Pergunto para a lua que não veio.
Apenas ilusão...
Deitado sob estrelas, tanto frio.
E me respondes: não...

Quem sabe te terei no fim da tarde
Rasgando esta amplidão
Trazida pelas nuvens da esperança.
Só me respondes: não.

Meus versos te buscando, nada encontram.
Somente solidão.
Apenas a resposta sempre ouvida.
E me repetes: não!

Um dia, uma esperança sempre ronda
Encontre a solução.
E quando tu cansares do refrão.
Também te direi: não!
Publicado em: 01/02/2007 11:47:29



As flores que plantei no meu jardim.
Jasmins e rosas, flores olorosas;
Mostrando tanto amor que tenho em mim
Enfim brotaram todas.

São flores do desejo de te ter,
Viver o nosso amor em cada olor,
Mostrando tanto amor que trago em mim.
Por ti brotaram todas...

São mansas, delicadas, perfumosas...
Nas rosas, os espinhos, retirei.
Mostrando quanto amor tenho por ti.
Assim brotaram rosas...

Vermelhas, amarelas, brancas, pétalas...
Trazendo delicados ornamentos.
Mostrando quanto amor é bom assim,
Perfume de jasmim...

Crisântemos, gerânios, lírios, palmas...
Nas dálias a beleza que me encanta.
Margaridas, tulipas e petúnias...
É belo meu jardim...

Quem dera um colibri pudesse ser,
Quem sabe poderia te encantar?
Abelha em cada flor, roubando o mel.
E te roubar p’ra mim...

Quem dera nestes versos minha amada
Das flores que me inspiram, a mais bela.
Tornando os lírios roxos, mais alegres...
Certeza de te amar.
Certeza de te ter
Certeza de encontrar
O meu maior prazer.
E ser feliz, enfim...
Publicado em: 06/02/2007 10:00:10



PRA VOCÊ!

Delírios de teus beijos
Com gosto de maçã
Me incitam mil desejos
Que roubam no afã
Juízo,perco o freio
Deitada em teu divã

De pela noite afora
Lambuzar-me do mel
Render-me ao ensejo
Contigo ir ao céu
Ou me perder ao léu
Do amor que em mim aflora
Meu bem, vem, não demora
Quero você, agora!

Beijos de cana caiana
De uma deusa, sacana
Que tão louca, só te ama

Lambuzo a minha boca
No mel tão divinal
Bebendo quase tudo,
Teu corpo sensual.

Vestida de nudez
Em rara formosura
Mansinho, irei provar,
De tua gostosura.

Vem logo sem demora
Que eu quero desfrutar
Vencendo cada medo,
Chegando devagar,

Sabendo desde cedo
Que em corpo tão sacana
A noite se promete
Sem regra e mais profana.

Na fonte aonde brota
A seiva delicada,
Fazer muito carinho,
Até ficar molhada

E pronta pro banquete
De mel e de ambrosia,
Querida em mil talheres,
Comendo noite e dia,

Jamais matar a sede,
Nem mesmo a fome imensa,
Querendo em tanto amor,
Gozar da recompensa....

ANNE MARIE
Marcos Loures
Publicado em: 07/07/2007 18:02:14


Na dália que plantei, tão bela cor,
Nascendo e florescendo com encanto.
Sortidos os sentidos que tivera.
Sanguíneas suas pétalas, seu manto.

Enfeitam meus jardins, dálias e palmas,
Tão belas, delicadas. Tudo agita,
Transcendem na beleza tantos lírios
As palmas que bem sei, de Santa Rita...

Nas açucenas, rosas, margaridas,
Jasmins e madressilvas, e camélias...
Azaléias, gerânios, monsenhores,
Orquídeas multicores e bromélias...

São tantas belas flores, seus matizes,
Perfumes delicados como o quê.
Mas saiba meu amor, neste jardim,
De todas essas flores, só você!
Publicado em: 21/01/2007 20:15:38
Última alteração:30/10/2008 07:56:24


Nasci no meio do mato,
Entre montanhas e serras
E, nadando no regato,
Vou em busca d’outras terras...

Procurando por teu beijo
Minha flor, minha paixão,
Tanto bem eu te desejo,
É só teu meu coração.

Vivo a vida a te querer,
Toda a noite sem parar
Meu amor o meu prazer
É viver a te adorar...

Já não vivo mais sozinho,
Encontrei a companheira,
Venha logo pro meu ninho,
Vem comigo, a vida inteira...
Publicado em: 18/04/2007 22:17:59
Última alteração:29/10/2008 17:43:53


Paraíso...protegido...
Néctar... vinho tinto...
Deuses...abençoada....
Uma perfeita paixão...alimentada...
Sem segredos...sentida...
Sem limites....vivida...
Apenas o prazer ...renascido sempre....


Tomados pela força da paixão
Abençoados sempre por Cupido,
Alimentados somos, de emoção,
A cada novo passo, decidido.
Batendo bem mais forte o coração,
Amor que tanto sonho, faz sentido,
Nas águas delicadas da ilusão,
Um mundo bem melhor, vem renascido.

Eu quero o teu prazer, a cada gota,
Do néctar que provamos, sem limites,
Seguimos par a par a nossa rota,
Nas bênçãos, nos manás, nas ambrosias,
Eu peço, neste amor, tu acredites,
Pois dele surgirão, os belos dias...

MARTA TEIXEIRA

Marcos Loures
Publicado em: 29/05/2007 06:51:49
Última alteração:05/11/2008 21:50:56



Engraçado.
A noite não viria
Se não fosse o dia
Se não fosse a sorte
Não fosse o norte
Toda minha morte
Não teria valido a pena.
Ao correr da pena
Apenas minhas penas
São peças que proclamo.
Reclamo se não vens.
Se tanto amor não tens
Se tens o que eu queria
Querida, vem que o dia
Espalha a poesia
Que rouba de teus olhos...
Publicado em: 15/05/2007 19:11:22
Última alteração:29/10/2008 17:45:56

PRA VOCÊ

Amor nunca negado e bem cuidado
Uma beleza rara em lindo prado
Das flores em botão da poesia.

Amor que foi cerzido com carinho
É mais que simples colcha, forra o ninho
E aquece quem sonhou amor demais.

Não temo mais inverno rigoroso,
Vivendo este cantar vou orgulhoso
Pois sei que sempre tenho e quero mais...

Estrelas espalhadas neste céu,
Aguadas com garapa e tanto mel
São flores dos espaços siderais.

Eu quero neste amor tanto matiz
Que sei que me fará bem mais feliz
Do que eu imaginei fosse jamais.

Afagos tão ardentes que trocamos
Nos versos delicados, nos amamos,
Em busca da esperança: amar em paz.

O gosto delicado desta boca
Que tanto me domina doce e rouca,
Com gosto do desejo que me traz

A moça que sonhei na poesia,
Invade minha vida de alegria
No canto que me encanta manso, audaz.

Agora que te vejo bem mais perto,
Oásis que brilhou no meu deserto
Te falo: teu amor me satisfaz!
Publicado em: 16/08/2007 20:22:39
Última alteração:29/10/2008 17:20:57

PRA VOCÊ

Cheiro de terra molhada
Barulho de chuva,
Porteira fechada e coração também...
Menina morena
Correndo de mim,
De longe me acena
Na boca carmim...
Carmim, carim, carão...
Passa pra lá moleque.
Mas que coxas!!!!

Que saudade desse tempo
Da morena minha flor,
Mas a vida é contratempo
Nesse peito sofredor!

Morena bem que podia
Vir comigo namorar,
Seria tanta alegria,
Com você vou me casar...
Publicado em: 30/08/2007 22:27:37


PRA VOCÊ


Nas asas da ilusão
Vôou meu coração
Tentando achar os trilhos
Que ao brilho do teus olhos,
Felicidade em molhos,
Levasse ao paraíso...
Momento tão preciso,
Em plena primavera,
Aos teus, os meus se uniram...
Setembro, me relembra,
Das flores do caminho...
Eu já não vou sozinha,
Em teu peito, um abrigo,
Qual pássaro festivo,
Feliz, então me aninho...

Felicidade existe
No amor que fora triste
A vida agora insiste
E traz novo sorriso,
Brilhando em noite imensa
Trazendo em recompensa
Em clara luz intensa,
Visões do paraíso.

Tu és meu passarinho
Que busco, vagarinho
Adentrando no ninho,
Em canto acolhedor,
Um coração festivo,
Que neste amor revivo
Em ar contemplativo
Refém de tanto ardor.

Vagando pelas ruas
Estrelas, plenas luas,
Imagens, belas, nuas
Que guardo com afeto.
Teu beijo em que me entrego
Prazeres que carrego,
No mar onde navego
Meu sonho predileto...

ANA MARIA GAZZANEO
MVML
Publicado em: 10/09/2007 21:04:26


PRA VOCÊ

Fui andando para o norte
Procurando o meu caminho,
Dei azar, nunca dei sorte,
Por isso estou tão sozinho,
Nas curvas do bem querer,
Eu me perdi de você...

Não quero saber mais nada,
Tenho minhas mãos cansadas,
Mulher, quanto mais amada,
Mais duras, as nossas estradas...
Quero saber de seu colo,
Lhe deitar, mansa, no solo...

Tenho calos nos meus pés,
De tanto que caminhei,
Fui em frente, de viés,
Meu caminho eu já errei...
Mas não passo de idiota,
Perdendo meu rumo e rota...

Vi nas travas do destino,
O olhar dessa quimera,
Meu amor é de menino,
Mas ela é uma pantera.
Tenho sede, um copo dágua...
Para aplacar minha mágoa.

Sei que não teria cento,
Por isso quis a dezena,
Meu amor o seu assento,
Com jeitinho, me envenena.
Quis ter beijo da mulata,
Seu ciúme me maltrata...

Nas bugigangas da vida,
Encontrei o seu retrato,
Minha dor na despedida,
Coração pagando o pato...
Vem pra casa meu amor...
Faz frio quero calor.

Batendo o queixo de frio,
Procurei por meu amor,
Coração bate vazio,
Esperando o cobertor...
Vem pra cá minha menina,
Coração bate em surdina...

No gole desse conhaque,
Vou acabar meu enredo,
Meu amor não é de araque
Sem você, vivo com medo...
Medo de ter solidão,
Sem você não vivo não...

Meu sapato já furou,
Minha calça está rasgada.
Seu amor foi que ficou,
Sem você não tenho nada,
Vi a curva desse vento,
No meio d’esquecimento...

Fui pescar lá no riacho,
Uma sereia peguei,
Bananeira já deu cacho,
Todo menino é um rei...
Quis saber de sua boca,
Acabou, dormi de touca...

Usei isca de primeira,
Pra pegar peixe mulher,
Mas caí, tomei rasteira,
Agora, ninguém me quer...
Não sei mais falar bonito,
Tanto sofro quanto grito...

Joguei rede pra pescar,
Agarrou no meio fio,
Quando a noite é de luar,
Coração bate de frio...
Nas curvas dessa saudade,
Eu só encontrei maldade...

Vou buscar um curativo,
Pra curar minha ferida,
Amorzinho, fica ativo,
Seu amor nem Deus duvida,
Amor bicho interesseiro,
Procura outro travesseiro...

Fiz a cama no terraço,
Esperando pela lua,
Meu amor me deu cansaço,
Minha luta continua...
Procurando por Maria,
Encontrei quem não queria...

Vendo espaço lá no céu,
Quem quiser pode comprar,
Deixa levantar o véu,
Espera o que vou mostrar...
De carroça capotei,
Duas pernas eu quebrei...

Procurei a minha chave,
Não achei nem fechadura,
Ciúme é como um entrave,
Tem gente que não atura...
Quero o gosto da maçã,
O perfume d’hortelã...

Minhas dores são do parto,
Meus amores são de fé,
Vou lhe propor mais um trato
Acho que esse vai dar pé,
Você canta seu bolero,
Eu imito o quero quero...

Quis um beijo me negou
Quis carinho, não me deu,
Andando por onde vou,
Não vai nem ela nem eu...
Meu amor me disse não,
Acabou todo meu chão...

Vou terminar essa joça,
Não tenho mais paciência,
Vou me deitar na palhoça,
O resto é coincidência...
Fiz um verso pra você,
Mas você não quis nem ler...
Publicado em: 26/09/2007 21:49:55
Última alteração:29/10/2008 15:11:42


PRA VOCÊ

Resplandeceste cruelmente bela...
Nas tuas mãos, relíquias maviosas,
Pintores mais felizes buscam tela
Na alvura quirodáctila olorosa...

Tem delicada formosura, face...
A mansidão serena deste rio...
Não há nenhum pecado que disfarce
A brandura feliz do desafio.

Amor, cabedal frêmito, falácia...
Penúrias das canduras e dos medos...
Cortando friamente toda fáscia,
Percorre meus tendões, perfura os dedos...

Frenéticos sentidos se misturam,
Levedo com segredo simples rimas,
Amores sem desejos não maturam,
Laranjas para suco não são limas...

Estimas sem amores, amizades.
As luas sem luares vertem medo.
Primeiro Deus criou as claridades
Depois o sol, me conte esse segredo!

As mãos que me passeiam não são tuas,
Nunca acupunturaste tais agulhas,
As bocas que mordeste estavam cruas
Nos beijos que roubaste, nem fagulhas...

Antítese venal, amor doloso.
Recíproca fatal, versos em branco...
Amores carnaval, sou mais guloso,
Sangria vendaval que não estanco...

Mentores de favores flatulentos,
Não fazes curativos queres gazes?
Não pedes certidões nem documentos,
Bolívia proibindo tantos gases...

Marinha americana, Portobello,
Esquadra escravocrata traz a morte.
Defesas sertanejas num rastelo,
A América sanguínea vem do Norte...

Amores são perfeitos imbecis,
Esquecem de saudades e de medos...
Apanham vergonhosos pedem bis...
Pedradas atropelam os penedos...

Rasteja com idônea insensatez
Vasculha tantas coisas que se perde...
Respinga tempestade sem talvez,
Desfaz esperançosa luta verde...

Amores são palhaças ilusões,
Restolho do que nunca houvera sido.
Abrindo logo fecha os meus portões,
Repara disfarçado olho comprido...

Nas bocas o mau hálito disfarça,
Quem fora indiferente nem parece,
Quem já foi companheiro hoje é comparsa,
Amores infelizes quem merece?

Sisudo cavalheiro vira infante,
Mostrando mais sutil embasbacado,
Formigas se transformam elefante.
Difícil discernir se apaixonado!

Cigarros vou fumando, sem parar,
Cartelas e cartelas devorando...
A lua apaixonante num luar,
As horas demorosas vão passando

Escrevo meus sonetos faço versos,
Respiro mais custoso, quase morro...
Mirando las estrellas do universo,
Não há quase ninguém a dar socorro!

Amores criadores, tanto caso,
Não deixam respirar a criatura..
Do que me restará de vida, ocaso.
Faz parecer um corte, arranhadura...

Melindres se transbordam viram cena.
Sensíveis palavrões a boca rota...
Voando sem ter asas sequer pena,
A vida vai levando à bancarrota!

Disfarçado de rei se sabe reles,
Quem sonha ser princesa espera o sapo.
Amores disfarçados, tantas peles,
No final não dispensa nem sopapo.

Amor é cantilena sem refrão,
Depois de certo tempo, brotam filhos...
As rugas enraivecem coração.
Quem já sonhara esquece os estribilhos!!!

Amores verborrágicos patéticos,
São venais mestres na arte de enganar.
Começam serenáticos, poéticos,
Estrambóticos, bélicos, sem mar...

Martírios, marionetes são palhaços,
Delírios, apoplécticos, mortais...
Amores desfolhantes, visgos, traços;
São bem vesgos, estrábicos, banais...

Amores tartamudos tartarugas.
Canhões se disfarçando em mansidão.
Depois, inevitáveis, vêm as rugas,
A tropa se desfaz do pelotão.

Não quero tais amores, nem pretendo...
Siameses, telúricos, almáticos...
Nem esses lindos olhos, nego, vendo...
Amores que se quebram, são reumáticos...

Não quero misturar alhos com olhos,
Bagulhos nem bugalhos, nem cebolas...
Perdidamente louco nego Abrolhos,
Não quero essa Al Kaeda, nem Hizzbolahs...

Vertiginosamente não mergulho,
O mar já reconheço tempestades,
Distante das marés e do marulho,
Das pestes que me emprestas “veleidades”...

Vingativa virás hipocrisia.
Vastas visões vertigens são velórios.
Sedas sacras, senzalas sacristia,
Não pretendo suspeitos suspensórios...

Vou liberto, matando essas paixões,
Em cada nova ninfa vejo um Demo,
As flores que te dei boca leões,
As que fingiste negam crisantemo...

Nos cravos que entupiste um ataúde
Desejas bons sinais num idiota...
Se faço teus remendos viras grude,
Misturas fantasias, falsa rota...

Não cravo tantos dentes sou banguela,
Nem temo teus acintes, sou velhaco...
Não quero tantos cravos na capela,
Nem quero acompanhar o velho Baco.

Que fazes a chorar, sua imbecil?
Não quero teu amor, já o renego.
Não quero ter nenhuma, nem és mil,
Não posso desfazer se sempre prego.

Não chores por favor, não me comoves...
As lágrimas caídas, crocodilo...
Com sentimentos frágeis não me moves,
Não quero nem mais isto nem aquilo...

Não tentes disfarçar tuas mordidas,
Os beijos que prometes são venenos...
Serpente que se preza dá lambidas,
Depois a presa morta, nem somenos...

Não chores, te implorando por favor!
Não posso me enganar pois, novamente!
Quem fora já picado pelo amor,
Não morre envenenado por serpente!

Não chore assim, te peço caridade,
Os meus lábios secaram toda fonte...
A lua nunca entrega claridade,
A vida começou triste desmonte.

Vem cá, me dê teus braços num segundo,
Meus olhos já procuram pelos teus,
Que vou fazer meu Pai! Pare esse mundo,
Eu não suportarei a luz nos breus...

Não deixe que me leve essa vontade,
Não permita sequer que eu me enamore...
Quebranto vem quebrando a tal saudade
A boca inebriada te percorre!!!

Meu Deus, não me permita essa loucura!
Vem cá me deixe louco de prazer!
Afaste de mim Pai, tal criatura;
Mas se parares certo irei morrer!
Publicado em: 28/09/2007 19:19:46
Última alteração:29/10/2008 15:11:14



Prazer que com certeza é nosso rito
Trazendo esta beleza em pleno amor.
Vivendo nosso sonho mais bonito
Percebo novo encanto a se compor
Adentro nos teus braços, infinito,
Mergulho neste olhar tão sedutor.
Num mar de poesia, minha amada,
A vida em mil prazeres, desenhada...
Publicado em: 01/04/2008 20:00:12
Última alteração:21/10/2008 16:47:28



Menina
Que me nina
Me domina
Fascinante.
Num instante
Ganho os astros
Perco os lastros
Em teus rastros
Eu flutuo...
Publicado em: 07/04/2008 22:32:10
Última alteração:21/10/2008 20:02:03


Fada Madrinha que me faz sonhar,
Com momentos extremos de prazer,
Nas palavras de amor a me inspirar
Na beleza que, em ti, se pode ver.

Nada existe mais belo e sensual
Que tua boca, rubra de carmim.
Quando a sorrir de forma natural,
Doces palavras diz, só para mim.

Em teus braços, num sonho alucinante,
No infinito mergulho, sem demora.
E todo o Mal eu deixo ficar fora.

Na viagem que faço delirante,
Descobre em ti, minha alma comovida,
A mais bela mulher que há nesta vida.

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 17/04/2008 13:41:37
Última alteração:21/10/2008 18:26:36

Quem me olhar arqueando as sobrancelhas
Sobrando dissabores e rancores
Nos cancros que demonstram invejosos,
Mancos pensamentos já se enfurnam
Nos olhos de quem nunca foi feliz.
No triz que a vida mostra pra quem ama,
Perfumes mais gostosos, cio e gozo.
Decerto não souberam. Esqueceram?
Duvido, pois quem goza não se esquece.
Mas venha abrindo as pernas devagar
Que agora a jiripoca vai piar!
Publicado em: 14/05/2008 14:28:09
Última alteração:21/10/2008 14:39:49


PRA VOCÊ
Vendo os teus olhos
Desvendo os meus.
Revendo o passado
Acendo o futuro
Brasa terna
Inverna
E verão
Algoz
Atroz
Agiliza
Graniza
Gratifica.
Verte
E converte
Ver-te
É saber-te?
Quem sabe...
Será
Serão
Seria
Vão
Vamos
Temos
Lemes
Remos
Somos
Sós.
SOS
Amor...
Publicado em: 31/07/2008 14:17:04
Última alteração:19/10/2008 22:03:56


PRA VOCÊ
Lastimas cada passo
De um compasso que se perde
Na dança que não veio
Do anseio não cumprido
Arcos de braços
Baços olhares
Parcos luares
E a vida sem avidez...
Quero duo, queres três.
Outra vez vago e sozinho.
Bebo o vinho
Avinagrado
De bom grado
Agrado à morte.
Sem ter corte
Sem reinado
Dou um passo
E é passado...
Publicado em: 14/08/2008 12:11:03
Última alteração:19/10/2008 20:09:40




PRA VOCÊ
A lua clara em luz tão prateada
Tornando nossa vida iluminada,
Deitando belos braços sobre a terra.
Beijando levemente e altaneira
Se entrega ao nosso amor e vem inteira
Até depois fugir, atrás da serra.

Teus seios prateados maravilham
Meus sonhos e desejos sempre trilham
Teu corpo mavioso e sem defeitos...
Depois meus lábios seguem sequiosos,
Bebendo destes rios desejosos,
Até matar a sede, satisfeitos...
Publicado em: 12/09/2008 13:56:35
Última alteração:17/10/2008 13:23:27





PRA VOCÊ
Em toda esse incerteza que me move,
Apenas uma coisa te proponho,
Que dividas, comigo, o mesmo sonho,
Que a pedra do caminho, se remove.

O rumo que divido mais incerto
Nos levará, talvez, ao duro frio.
Nas vezes em que choras, desconfio
Nas vezes em que ris, me desconcerto.

Diversas mas unidas, nossas vidas
São feitas desse barro e desse chão.
Não temos , e nem quero, solução,
Jamais conheceremos despedidas...

Diversos mas unidos, vou contigo,
Atados numa única esperança ,
Colados numa mágica aliança
Ligados, pelo amor, no mesmo umbigo!
Publicado em: 14/09/2008 06:27:44
Última alteração:17/10/2008 13:29:37



PRA VOCÊ
Não falo com desdém de tua dor
Apenas não retrata uma verdade
Quem vive em fantasia, a realidade
Demonstra-se com força e com ardor.
Vagando sem ter nau pela cidade
O manto que fizeste cobertor
Omite essa verdade, sem favor
E grita na fingida liberdade.

Não compro mais imagens desconexas
De noites embaladas no silêncio.
Amores que sonhaste ponte pênsil
Que cai nas madrugadas mais complexas
Debruças nas ameias e sorris
De quem anseia o prato que comeste
Pecados que demais tu cometeste
Não valem ser, na vida, um infeliz!
Publicado em: 19/09/2008 16:25:36
Última alteração:02/10/2008 21:07:46


pra você
Sem medo se não vens
Servido na bandeja
Trazendo tantos bens
Amada me deseja
E seja o que se for
Se flor ou fortaleza
A mando deste amor
Amando com certeza...

Vagando versos e foz
Faminto de esperança
Enviesando atroz
Resto que se alcança
E seja o que se sabe
Na mão que te acarinha
Tanto amo não cabe
Na voz que vai sozinha...

Não temo tal ternura
Nem cura que promete
Se vejo tal brandura
Tão pura me remete
Nas forças destas tábuas
Taboas e luares
Não vejo por que mágoas
Nas águas nos amares...

E quero teu socorro
Se escorro pela vida
Não temo se não corro
Me escoro em ti, querida
Nas vestes, pura seda,
No coração um linho
Minha alma que se enreda,
Na tua faz seu ninho...
Publicado em: 20/09/2008 21:09:06
Última alteração:02/10/2008 20:24:55



pra você
Balanço da canoa
Tanta notícia boa
Caindo esta garoa,
A vida segue assim...
Estou seguindo, à toa,
Meu pensamento voa
A minha voz ecoa
Amor dentro de mim...

Na casa de taboa
Na boca da leoa
A minha alma revoa
Pedindo sempre o sim
Que a vida não me doa
Que a vida não me roa
Amor não me magoa
Se amor encontro enfim...
Publicado em: 21/09/2008 20:34:11
Última alteração:02/10/2008 20:22:06




PRA VOCÊ
Deste firulas, as gulas e as fulas,
Fuás...
Cafusas confusas sem blusa, musas
Viés
Desejado gado, fado enfadonho, sonho
Convés
Leste o que teste reveste e conteste.
Ritos escritos benditos e aflitos
Graves e greves, neves que laves revés...
Fala me entala se cala sem gala e galés...
Ornamentos de estética
Métrica e método
Mentes e mentores...
Quero o simples,
A cúmplice
Cumprem-se e se revogam
As vogas e vogais dispersas
Persas tapetes...
E todas as prestações de contas
Serão suspensas.
Às expensas do que não tem sentido.
Tido com sem, cem centavos..
Naves e ravinas. Cravos e cravíneas
Carnificinas...
Publicado em: 21/10/2008 16:43:17
Última alteração:29/10/2008 16:56:56


PRA VOCÊ
Perguntei ao passarinho
Onde encontrava você
Ele apontou p'ro meu ninho
Onde podia esconder
O amor que tive na vida,
E, bem triste, já perdi.
Eu disse; não estava ali.
Ele, então, na despedida:
Eu bem te vi, bem te vi...
Publicado em: 28/10/2008 14:17:08
Última alteração:02/11/2008 20:32:10



PRA VOCÊ
Desiludido vago pelas ruas,
Numa procura insana e sem destino.
Estrelas se perderam, vagam nuas,
O quanto em sofrimento me amofino
Percebo que distante continuas,
Matando o que restara de um menino
Que um dia se mostrou pura emoção,
Agora naufragou desilusão...
Publicado em: 21/11/2008 13:04:24
Última alteração:06/03/2009 16:59:04

PRA VOCÊ

Houvesse luz
Quem sabe, vento
Tentáculos de vida
Oráculos falsos
Alças e farsas.
Alheio.
Atento ao nada
Ásperas luas
Madrugada
Nua
E quando vejo
O fim da história
Beijo a melancolia...

Publicado em: 25/11/2008 18:45:51
Última alteração:06/03/2009 16:41:49


PRA VOCÊ
Levo
Os meus restos.
Rastos rostos,
Ritos.
Ratos
Erratas.
Matas
E mordes
Moréia.
Sereia
Seria?
Não sei...
Somente rodo
Pio, rodopio
E principio
Sem princípio,
Precipício...
Propício.
Sem isso
Ou aquilo,
Sumiço...
Omisso
Não serei.
Ser rei
Ser erro,
Sou berro
Aterro,
Escória
E pária.
Pare.
Tempere
Tapera.
Sapê.
Apê?
Contraste.
Com trastes
Sem hastes
A casa cai,
Casaca,
Cascata
Cascalho...
Casebre...
Ébrio.
Sem brio,
Sombrio,
Sobrando...
Sobrado?
Celebro
O final.
E o amor?
Há tanto se escondeu,
Nos porões,
Nos escombros,
Dou de ombros
E não vejo
Sequer a sombra.
Mas teimo
Em Maria
Que um dia
Seria
Maria...
E má, ria-se
Rias
E rios
Sem fozes.
Sem vozes
Afônica esperança.
Natimorta,
Quero a porta
Aporto o abismo
E morto, cismo
Sismos, cimos?



Semens...
Sem semelhança
Sem esperança
Apenas sendo.
Não desvendo
Nem desvio...
Publicado em: 26/11/2008 19:48:07
Última alteração:06/03/2009 16:37:21


Meus olhos sem teus olhos, abandono,
Procuro pela lua qual cigano
Um cão que segue só; vive sem dono
Tocado pela mão do desengano.
A noite vai passando e eu sem sono
Marcado pelo frio desumano
Espero que tu voltes para mim,
A vida vai passando e nada, enfim...
Publicado em: 27/11/2008 12:50:34
Última alteração:06/03/2009 16:34:10


PRA VOCÊ
Porta aberta
Alerta
Entra.
Volta?
Revolta!
Não retornes!
Publicado em: 11/12/2008 09:42:29
Última alteração:06/03/2009 15:38:43



PRA VOCÊ
O rio
Que passa
Onde cresci
Menino
Entre cafezais
E lambaris...
Atriz dos sonhos
A moça fugiu
O rio sem foz
Algoz e veloz
Descendo entre os cascalhos...
Publicado em: 08/01/2009 10:48:53
Última alteração:06/03/2009 11:47:57



PRA VOCÊ
Candeia
Sereia
Desnuda
Acode
Luar...
Que nada seria
Se nada tivesse
Além da sereia
Que vem e que tece
Luares vermelhos
Espelhos de Marte
Ainda hoje
Quem sabe à noite...
Saudade
Da moça
Que endossa
Loucuras.
E as noites
Precipícios
Valentias...
Procissões
Estrelas
Constelações...
Publicado em: 08/01/2009 18:51:52
Última alteração:06/03/2009 11:43:45


PRA VOCÊ
Saudade de Maria e de Joana
Da roça e do sertão de Jatobá,
A lua na cidade não me engana
Jamais tão plenamente irá brilhar.
Imagem da mulher que me ilumina
Desejo em noite imensa de beijar,
A boca tão gostosa da menina,
Saudade toda noite a maltratar...
Publicado em: 20/03/2009 10:07:02
Última alteração:17/03/2010 21:06:33

PRA VOCÊ
Escalo o monte
No horizonte
Verso e tento
Ponte imensa
Que se adensa
E me leva
Feito em leva
Ao teu braço
Porto e abrigo
Antigo laço
Não desfaço
Nem disfarço
Só porejo...

Publicado em: 06/02/2010 20:52:38
Última alteração:14/03/2010 14:23:53



Vejo neste canto
O encanto,
Acalanto...
Meu amor, por você!

Seco o pranto,
E espanto,
O espanto,
De, amor,
Ver, surgir, mais...
Em mim, por você!

E a filha da vida
A alegria,
Vou gestando,
Encantada,
Em meu ser!

Amo você!
E embalo,
No peito,
Um carinho,
Teu ninho,
Meu céu, de prazer...

Vivo assim,
Na eterna ventura
De amar,
Só ternura
Neste amor,
Que nascido
Eu vejo,
Tão forte, crescer!

Dia a dia,
Eu só canto, alegria
De amar,
Ser feliz,
Meu amor... Com você!

Ane Marie 10/03/2007
Tanto amor que encontro em ti
Não me cansa de encantar
Acalanto que esqueci
Eu lembrei no teu cantar.

Minha vida que era pranto
Nunca mais eu pranteei
Desde que me vi no encanto
Que em teu canto eu encontrei.

Se viver fora um espanto,
Espantei o mal querer,
Neste canto me agiganto,
E jamais irei sofrer.

Meu amor, eu te adianto,
Te quero tanto pra mim,
Minha voz eu já levanto,
Vou cantando até o fim.

No telhado de amianto
Cobertura de sapê,
Qualquer que seja o recanto,
Em me encanto com você;

Minheirinha eu me levanto
E te tenho tanto amor,
Fica aqui, chega pro canto,
Deixa eu ser teu cantador!

ANE MARIE
Marcos Loures


Nesta fogosa noite de prazer,
Eu quero te marcar o corpo inteiro.
Amor que sempre fiz por merecer,
Desejo mais premente e verdadeiro.
Que importa se pareço um tanto louca?
Só quero ter o mel de tua boca.

Vivendo em teu amor, tanta alegria,
Sentindo o teu prazer como meu guia,
Roubando de teu mel, todo o desejo,
Nas ânsias que esta noite nos promete,
Bebendo meu viver em cada beijo,
A um mundo mais feliz, amor remete!

HLuna
Marcos Loures
Publicado em: 17/04/2007 20:15:22
Última alteração:06/11/2008 08:51:12



Andando tão sozinho pelas ruas
Sem ter sequer um canto, sem descanso.
Já me desesperando, sem ninguém...
Onde está meu grande bem?

Sorrindo falsamente, quase choro.
Vagando bar em bar, quero teu colo.
Mas nada do que quis, a noite trouxe.
Onde estás meu grande bem?

Nos vales e nos campos, sem ter flores,
Amores esquecidos nestas ruas.
Em todos os cigarros, nada veio...
Onde estás meu grande bem?

Passam-se tantos dias, nada mais...
A noite me exilando, sou saudade.
Agora a vida não permite mais ter paz...
Onde estás meu grande bem?

Encontro tua sombra em cada passo,
Penumbras me invadindo, sem sentido.
Onde estás meu amor, meu grande bem?
Publicado em: 20/01/2007 05:50:22
Última alteração:30/10/2008 07:57:57


Quem dera se pudesse ser só minha
Aquela que esperança prometeu.
De súbito uma incerteza se avizinha
E forja novamente triste breu.
Amar é conhecer cada detalhe
Que trama em escultura todo entalhe...

Bastava imaginar, estavas lá;
Desnuda caminhando mansas sendas.
Agora meu amor onde andará?
A noite te escondeu, colocou vendas...
Mas sinto teu perfume aqui por perto,
Amor inda terei, disto estou certo...

Não peço mais que proves teu amor,
De tanta insegurança tu fugiste.
Mas caço teu amor por onde for,
Não quero mais viver assim tão triste...
Deitado neste canto, tão sozinho,
Espero pela festa em nosso ninho!
Publicado em: 02/02/2007 13:07:13
Última alteração:30/10/2008 07:38:21


A flor que no cerrado cultivei
Sabe que o jardineiro não demora.
Quem dera se pudesse ter agora

A flor neste jardim por quem sonhei.
Meu pensamento voa e nunca pára
Pois sabe que esta flor é delicada

E faz a minha vida perfumada
Lembrando esta mulher tão linda e rara;
Que o vento da promessa já me trouxe

No gesto mais feliz e soberano,
Cansado de ter tanto desengano,
Encontro desta flor o mel mais doce...
Publicado em: 25/02/2007 18:47:49
Última alteração:30/10/2008 06:09:54


Na flava luz deste sol,
Que irradia toda a terra.
No teu olhar, qual farol,
Tanta certeza se encerra
Da beleza que queria
Transformada em poesia...

Na mansa margem do rio
Descendo sem ter percalço,
Pisando no solo frio,
Andando assim, vou descalço.
Sentindo essa terra fria
Transbordando em poesia...

Na aurora de minha vida
Numa alvorada de cores,
Minha alma segue perdida
Em meio a tenros amores.
De tanto amor que pedia,
Transtornando a poesia...

Volito pelos caminhos
De radiosas centelhas.
Ouvindo o som destes pinhos
Nas tardes, tontas, vermelhas...
Vivendo essa fantasia
Transpirando poesia...

Derramando meus sentidos
Profusos gozos sem par.
Dos sonhos mais desvalidos
Encontrei amor e mar.
Explodindo de alegria
Transportado em poesia...
Publicado em: 24/01/2007 23:05:21
Última alteração:30/10/2008 09:09:11


Gosto doce, garapa, favo, mel.
Na podridão madura desta fruta.
No beijo da morena
Neste calor de luta
A vida que me acena
Também promete céu
Destampa todo o véu
Desnuda uma beleza.
Montada num corcel
Parece uma princesa,
Que sonha com certeza
O mundo mais risonho
Galgando em cada sonho,
O mar que nunca viu,
Depressa amor partiu,
Bateu na minha porta
Entrando pela cava
Saindo pela aorta
Derrete feito lava,
Amar, o que me importa!
Publicado em: 03/02/2007 14:43:51
Última alteração:30/10/2008 07:38:15




Na profusão ditosa me deleito
Deitado no teu leito, um universo...
No gozo insatisfeito deste verso,
Aberta a temporada: caça ao peito.

Eu vejo mais que tramas incessantes
Que dantes foram dentes e mordiam,
Agora quando mais me obedeciam,
Se esquivam e já fogem; triunfantes...

Passando a velejar em desatino,
Destino se encontrou em nossa chama,
Te vejo sorridente em minha cama
E durmo com vigor qual de menino...

Publicado em: 01/03/2007 17:23:23
Última alteração:30/10/2008 06:13:30


Os dedos vão buscando maravilhas
E a lua penetrando no seu quarto
Desfila em raios claros, tal beleza,
Lembranças de um exato cavaleiro,
Corcel em pratas alas, revoando
Até chegar à alcova onde descansa
Princesa entregue aos sonhos devaneios,
Os dedos entre as coxas e as virilhas
Encontram doce abismo onde procuram
O monte que trará prazer intenso.
Bulindo com perícia, fogo aceso,
O cavaleiro entranha a toca exposta.
E um lago se formando sobre a cama
Depois de derramada a chama e o sonho...
Publicado em: 17/09/2007 22:27:16
Última alteração:29/10/2008 15:30:45






Meus olhos sem teus olhos, abandono,
Procuro pela lua qual cigano
Um cão que segue só; vive sem dono
Tocado pela mão do desengano.
A noite vai passando e eu sem sono
Marcado pelo frio desumano
Espero que tu voltes para mim,
A vida vai passando e nada, enfim...
Publicado em: 12/12/2007 21:39:10
Última alteração:23/10/2008 07:50:45




PRA VOCÊ...

Marinho segredo
Escondes em ti.
Ledo medo cedo
Tive todo contratempo
Mas prossigo
Com olhos de abandono,
Sono e sonares
Ao soares sonhos
Somos os mesmos...
Agentes e ungidos.
Sementes goradas
Do que se fora
O que não forma
E se deforma
Nas ondas deste mar...
Trago o trago mal dado,
A fumaça engasgada
O gás exalado
A mata queimada
O amor desandado
O dado rolado
E o fim da esperança.
Nebulosamente
Mente
Benevolências
E soluções
Bares e altares
Misturas
De santos e sonsos.
Non sense
Incenso...
Serei o que sou
Serás o que és
Sereias à parte.
Pateticamente fiz meu cobertor
Das ondas do mar...
Agora querida,
Quem vai me afogar?
O amor
O mar
A romã
O aroma?
Só sei que seria
O que não mais sou
Restou o silicato
O sindicato
O desacato
Que me fez grão
Sem semente,
Sem mente
Serpente...
Na areia infecunda...
Publicado em: 29/12/2007 21:20:23
Última alteração:22/10/2008 21:20:28


PRA VOCÊ...

Percorro meus delírios, sonhos, medos...
Segredos ponho, barcos e tempestas;
Festas e fantasias, carnaval...
Aval de Deus permite cada luz...
Iluminas as minas de minha alma...
Acalmas todas dores que virão.
Por certo não conjugas sofrimento
Com meus desejos mais sutis, carinho...
Num átimo, meu último segundo.
Caçando tais estrelas ness’astral.
Sim, nossa verdadeira manhã morre.
Escorrem dos meus dedos, nossa vida.
Ávida vida, deve breve vértice...
Artífice da sorte, motes mortes...
Temo o temor, tremendo teus tentáculos.
Meus oráculos mentem, nada tenho...
Venho desse jamais tivesse sido...
Duvido do óbvio, vingo minhas chagas.
Algas nas águas, mágoas nas lagoas;
Entoas novas loas, trovas, canto.
Tanto tempo terei temporal, medo...
Segredo meu segredo segregado...
Minhas minas terminas temerária.
Na confusão dos cios, ciclovia...
Havia álibi, livre colibri.
Mas quando vi, estavas só vagando...
E te perdi, pedi a penitência.
Feche teus olhos, veja o meu desejo.
Num martírio, deliro e nada resta,
Pela fresta, janelas, portas... Morta
A solidão, revive viva vida.
Não quero mais senão, sertão, serralha.
Nem a canalha forma que me forma.
E que me informa: foste tão fugaz...
Publicado em: 03/01/2008 13:50:56
Última alteração:22/10/2008 19:53:04




PRA VOCÊ...

Esperança vai voando
Decolando devagar
Meu amor vou procurando.
Onde irá que vai pousar?

Nada mais quero da vida
Senão ter o teu amor.
Venha logo aqui querida
Sem você tudo acabou.

Faço trovas, faço rima
Canto a lua e a poesia.
Meu amor tanto te estima
Ele é feito em fantasia.

Tua boca, amor, procuro
E não canso de beijar.
Clareando o céu escuro,
Nos teus raios de luar.

Moça bela, tão prendada
Vem comigo namorar,
Jogo de carta marcada,
Meu amor irás ganhar...
Publicado em: 05/01/2008 15:48:04
Última alteração:22/10/2008 19:29:27

Prazer
Prazer: te conheci?
Talvez foste moleque
Meu leque não pedi
Emblemas poemas
E temas tremas
Lemas lesmas...
Mesmas palavras.
Larvas e lavras
Sal lavas.
Salivas...
Ogivas
Giras.
Iras
Miras
Martírios;
Muito prazer!
Não há de quê
Amanhã não amanheço;
Prazer; eu te conheço?
Publicado em: 28/09/2006 20:44:15
Última alteração:30/10/2008 19:30:41


Cobertor
Lençóis.
Travesseiros
Fronhas.
Cobertas
Calça
Vestido
Lingeries.

Confusão
De pernas
Coxas,
Dedos,
Mãos
Línguas,

Convulsão,
Gozos,
Enchentes
Murmúrios
Burburinhos...

Eros.
Aros
Elos,
Bocas
Tocas
Risos.
Fartos...

Sonho
Sono
Amanhecer...

Cobertor
Lençóis.
Travesseiros
Fronhas.
Cobertas
Calça
Vestido
Lingeries.

Confusão
De pernas
Coxas,
Dedos,
Mãos
Línguas,

Convulsão,
Gozos,
Enchentes
Murmúrios
Burburinhos...

Eros.
Aros
Elos,
Bocas
Tocas
Risos.
Fartos...

Sonho
Sono
Amanhecer...


Moto contínuo...
Publicado em: 09/03/2008 20:05:38
Última alteração:22/10/2008 15:35:02


Apreciar teu retrato, amado meu
Trazem lembranças do amor tão intenso
E agora o que restou, te pergunto?
Se estás tão longe, não te tenho
Teu belo rosto moldurado
Em um tempo de paixão, explosão
Quero-te hoje, como te quis no passado
Necessito de ti, como mar da imensidão
Foste um dia feliz, eu também
Por que então, ficarmos distantes?
Vamos correr um para o outro...
Preciso de ti neste exato instante!


Eu quero o teu carinho, teu afago,
Preciso do teu colo, de teus seios.
A vida se perdendo em triste lago
Tomado a cada dia por anseios,
Um beijo tão suave, amor eu trago,
Mas saiba que carrego tais receios,
De um dia não quereres mais assim,
O amor que me incendeia, até o fim...

Beijar a tua boca tão sedosa,
Sentir o teu perfume e te tocar.
Morena, uma açucena, bela rosa,
Eu quero todo dia cultivar
A fonte do prazer maravilhosa
Que sei onde pedir e procurar.
Eu quero me perder na imensidão
Do amor que nos tomou, tanta paixão...

ISABEL NOCETTI
Marcos Loures
Publicado em: 26/05/2007 16:29:46
Última alteração:05/11/2008 21:52:16




Preciso de uma sogra...
69

Mote

Preciso de uma sogra...


Minha vida de solteiro,
Está ficando uma droga,
Por isso, meu companheiro,
Eu preciso de uma sogra...

Marcos Coutinho Loures


Tu falas é sem pensar,
Deixa de lado essa inhaca,
O problema de casar
É cuidar da jararaca...
Publicado em: 20/11/2008 13:43:56
Última alteração:06/03/2009 18:43:47



Minha alma se aprofunda em galeria
Além da sensação que, audaz, eu sinto.
À noite, meu desejo em ventania,
Buscando pelo amor, um labirinto.
Fragilizado sempre pelo não
Aguardo, ansiosamente o teu perdão.

A voz quase embargada, triste e rouca,
A lua sem juízo, dama louca,
Atando minhas mãos, duras algemas,
Deixando meu destino acorrentado
Nas mágoas dolorosas e supremas,
Só quero caminhar sempre ao teu lado...




Preciso este passo
Preciso este passo
Num rumo qualquer
Não sei se vier
O quanto desfaço
Ou mesmo se traço
Um gozo sequer,
Pudesse o que quer
Mas sei do cansaço,
A voz se calando
O tempo negando
O quanto viria,
O jeito é tentar
Mesmo devagar
Vencer outro dia.
Publicado em: 23/05/2010 18:05:22



PRESENTE

Não, realmente não seria daquela vez.
Tentara várias outras mas não teria coragem...
A distância cada vez maior trazia um distanciamento gigantesco entre a intenção e o gesto.

Durante muito tempo imaginara como fazer para se aproximar.
E cada vez mais era difícil encontrar uma fórmula para dizer do seu amor.
Amor, bicho novo que conhecera há pouco.
E estava em pânico!

Vinha todos os dias da roça, quilômetros a pé. De vez em quando, a charrete do leite se adiantava e dava tempo de pegar uma carona.

Mas naquele dia, nada de carona.
O presente que levava para a amada, na esperança de tocar o coração daquela que era, em sua opinião, a mulher mais bela do mundo.
Dona de cabelos alourados, e de olhos esverdeados, tomara conta de todos os pensamentos e gestos.

Um dia, ela deixara escapar que gostava de laranja, principalmente laranja lima.

Daí...

Um saco de laranjas pesa muito, seis quilômetros é distância que não acaba mais.

Não acaba mais...

As laranjas repartidas, dividas, as dívidas do amor não se pagam. Se apagam...
Quem gostou foi o namorado da moça...
As laranjas estavam doces...

A vida não.
Publicado em: 07/01/2007 15:35:41
Última alteração:07/01/2007 20:09:26


pressentia que teria
pressentia que teria
quem desejo e quero bem,
minha glória, esta alegria
quando você quer e vem...
Publicado em: 17/01/2010 13:45:46
Última alteração:14/03/2010 20:21:11


PRESTE ATENÇÃO QUERIDA


"Infeliz do rato que só conhece um buraco."
ADÁGIO POPULAR

MOTE

Ao procurar carinho, minha amada
Não deixo que tu venhas censurar
Apenas não me canso de buscar
Se é dia, se é de noite ou madrugada
Ao som de uma viola apaixonada
Eu sei que amar demais é o meu fraco
Voltando para casa feito um caco,
Encontro teu carinho novamente
E digo a ti querida, isto somente
Ao rato nunca basta um só buraco.


GLOSA
Publicado em: 10/01/2008 17:35:18
Última alteração:22/10/2008 19:43:15

PREVENIR É MAIS FÁCIL, MESMO QUANDO SE REMEDIA...

O Professor Lucio José Gusman que, de maneira tão precoce nos deixou, tinha fino senso de humor que exercitava sempre.

Certa vez, ao saber que um colega de profissão estava prestes a fazer delicada cirurgia para corrigir uma fissura anal, ele comentou com aquele malicioso sorriso de botafoguense feliz:

- Resquícios da juventude...

E, aproveitando o gancho, ele me contou a história de um jovem que procurou um médico, a fim de que o doutor o examinasse, pois ele teria caído sentado sobre um toco de pau e ferido a região anal.

O médico ao examinar o paciente desconfiou da história contada e foi pedindo detalhes da queda.

Mesmo diante das evidências, o rapaz não desistiu da versão original, só restando ao doutor fingir que estava acreditando na história.

Ao dar a receita, o médico fez as considerações finais:

- Para evitar novos ferimentos, antes de você cair, é bom passar esta receita que lhe receito. Para não complicar os ferimentos que você tem, aconselho que você fique sem cair pelo menos uns quinze dias!

Realmente com os avanços da Medicina fica muito difícil enganar os jovens médicos de hoje...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 13/10/2007 20:05:54
Última alteração:29/10/2008 18:10:32



Primavera // Prelúdio

trazendo // Cores e tons

o aroma // com todo sabor

da esperança // de um dia de sol...

Marcos Loures // Mara Pupin
Publicado em: 05/04/2007 17:34:06
Última alteração:28/10/2008 06:05:28


PRIMAVERA

Marcos Coutinho Loures Sextina primaveril Para Maria Julieta Drummond de Andrade



Falar em primavera, em nosso tempo,
Pode implicar no estudo da Semântica,
Se a primavera vem depois do inverno,
Não se deve mudar esta seqüência!
Esperemos, assim, que a Primavera,
Possa chegar, mudando a Paisagem!

Cada estação se mostra, na paisagem,
Nas modificações que traz ao tempo!
As flores, na explosão da Primavera,
(verbo explodir, sem ilação semântica)
Brotam do solo, em natural seqüência,
Após o fim do tenebroso inverno.

É difícil viver, se faz inverno,
Pois nem se pode ver a paisagem...
Os dias que se passam, em seqüência,
Realmente não mudam, nesse tempo!
Ouso afirmar, munido da Semântica,
Que a vida é mesmo um dom da Primavera!

Busquemos sempre a Eterna Primavera!
Que não haja, entre nós, um novo Inverno,
Capaz de dar explicação semântica
Para as nuvens que roubam a paisagem!
Paremos, se preciso, o próprio tempo
Que ordena as estações, em tal seqüência!

Preciso acreditar que essa seqüência
Vá nos trazer a Eterna Primavera,
Tão esperada, neste nosso tempo!
Que se afaste de nós, um novo Inverno,
Onde tudo se explica, na paisagem,
Na artimanha das regras da semântica!

Mas não havendo explicação semântica
Que elucide, de todo, esta seqüência
De versos, nesta minha paisagem,
Que sejam eles, Flor da Primavera,
Surgida logo após tão denso Inverno
Que fez do NÃO PENSAR, o nosso tempo!

Se precisar, porém, uso da semântica
Para escrever, de novo, esta seqüência
Pois outro Inverno ronda a paisagem...


Nota É da escritora o seguinte comentário: Parabéns, a sua sextina está perfeita e bem melhor do que a minha. Mando para o senhor um pensamento cordial, neste difícil fim/começo de ano: Esperamos todos Que não haja, entre nós um Novo Inverno.
Buenos Aires, 21/XII/1978
Maria Julieta Drummond de Andrade
Publicado em: 28/09/2007 20:13:55
Última alteração:29/10/2008 15:11:09



Primeiro de Maio de Miraí, o “Mais Querido”
Primeiro de Maio de Miraí, o “Mais Querido”, um verdadeiro clube operário.


Mirai é uma pequena cidade da Zona da Mata, em Minas Gerais, hoje mais conhecida pelo vazamento de cerca de 2 bilhões de litros de água, lama e resíduos da Mineradora Rio Pomba Cataguazes, em 12 de janeiro de 2006. Foi um verdadeiro caos. Várias casas foram destruídas e bairros inteiros foram completamente inundados. Nem os campos de futebol se salvaram. Os campos da AABB, do Esporte e do 1º de Maio tiveram toda sua estrutura comprometida.

O futebol, um dos grandes prejudicados do incidente, sempre foi motivo de orgulho em Mirai, principalmente graças às heróicas conquistas do Primeiro de Maio. A história do clube tem como pano de fundo os operários da Empreza Miraí de Fiação e Tecidos S/A, que em 1° de maio de 1948, organizaram um time para fazer frente ao Atlético Clube Miraí, hoje extinto. Assim, no dia 06 de maio de 1948, nascia o “Esporte Clube Primeiro de Maio”. Reunidos nos salões do Clube Carnavalesco Quem Somos Nós , os operários e diversos convidados elegeram, por aclamação, a primeira diretoria do clube, que teve como presidente o Sr. Antônio Marinho, proprietário do Bar Vitória.

O primeiro jogo ocorreu logo em 16/05/1948, no Estádio Dr. Henrique Alves Pereira, em Miraí, e o “Esquadrão Fantasma” perdeu para o C.A. Escoteiros, de Cataguases, por 3x2. Infelizmente, o goleiro Mario, falhou em um chute de fora da área, ao final da partida. O revés não desanimou a equipe, que venceu a partida seguinte, contra o Palmeiras, também de Cataguases.

O “Esquadrão Fantasma”, pela primeira vez usando a jaqueta da faixa branca.

Um dos maiores nomes de sua história foi Wantuil Werneck. Mais conhecido como “Gatinho”, trabalhava como corretor de seguros, da Cia. de Seguros Aliança, de Minas Gerais. Foi um dos fundadores do clube, tendo inclusive feito a abertura da sessão histórica de 06/05/48. Foi escolhido como treinador da equipe e, já a partir da segunda partida, assumiu a condição de goleiro titular.

Wantuil Lacerda Werneck, o “Gatinho”

O clube teve o seu hino composto por um dos maiores expoentes da música popular brasileira em todos os tempos, Ataulfo Alves. O sambista, filho de Miraí, autor de sucessos como Ai que Saudades da Amélia, Leva meu Samba, Laranja Madura, Pois É, Sei que é Covardia, Atire a Primeira Pedra, Mulata Assanhada e Meus Tempos de Criança, clássicos de nossa MPB, ironicamente nasceu no dia 2 de maio de 1909. A fundação do Primeiro de Maio, embalada pelo fortalecimento do trabalhismo de Getúlio Vargas, coincidiu com o apogeu da carreira de Ataulfo, que ganhava fama e confiança, realizando diversos shows e compondo intensamente. Getúlio, que em 1954 “saiu da vida para entrar na história”, tinha grande admiração por Ataulfo e o recebeu algumas vezes no Palácio do Catete.

No início da década de sessenta, mais precisamente em 1962, “o Mais querido”, como também é chamado pelos seus torcedores, sagrou-se Campeão da Zona da Mata Mineira. Nomes como o do goleiro Rubão, Dinheiro, de chute potente, Dezinho, rápido ponta esquerda, e Dico, a “Maravilha Negra”, grande zagueiro, são heróis até hoje lembrados pelo povo da pequena cidade. Até a década de 60, havia, na verdade, dois campeonatos mineiros - o que reunia os times da capital e suas adjacências e o campeonato da Zona da Mata Mineira, que se equivaliam tecnicamente.

Assim, não é demais dizer que o Primeiro de Maio já foi um dos principais times mineiros. Realizou confrontos heróicos contra Tupynambás, Sport e Tupi, os temidos esquadrões de Juiz de Fora, e ainda o Ribeiro Junqueira, de Leopoldina, o Nacional, de Muriaé, o Olympic, de Barbacena e tantos outros, nos campeonatos organizados pela poderosa Liga de Juiz de Fora.

Atualmente, já sem o mesmo brilho, divide as atenções da cidade com o rival, o Esporte Clube Miraí, disputando eventualmente as competições amadoras da região.

TÍTULOS:
Bi-Campeão da Zona da Mata - 1962/1979 (Liga de Juiz de Fora)
Bi-Campeão Regional de Ubá - 1977/1978 (Liga Atlética Ubaense)
Bi-Campeão Regional de Cataguases - 1986/1993 (Liga Esportiva de Cataguases)

HINO:

Hino do 1º de Maio
Autor: Ataulfo Alves

Salve o 1º de Maio
Salve meu clube adorado
Jamais passou para trás
De qualquer um no gramado

Buscando sempre a vitória
Que sem favor lhe pertence
Há de ficar na história
Do povo miraiense

Exemplo de lealdade
Mais uma fibra infernal
Orgulho da mocidade
Da minha terra natal

No campo é um portento
No jogo o que se vê
Aceite meus cumprimentos
Meus parabéns a você

Fontes:
- Revista do Esporte Clube Primeiro de Maio, Ano I, n°1, Maio de 1950.
- Artigo “Decisão sem lacaios é aqui”, por Ignácio Delgado, http://www.cruzeiro.org/coluna.php?id=573
- JB Online, http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernob/2006/03/27/

Agradecimento especial a Caio C. Pacheco Carvalho, pelas valiosas informações.

Publicado em: 13/12/2008 23:41:43



Princesa
Neste reino, com certeza,
Encontrei moça bonita,
Me falou que era princesa,
O seu nome? Chama Rita...
Publicado em: 11/11/2006 12:00:28
Última alteração:30/10/2008 10:45:42


PRINCÍPIO E FIM
Fluindo nas veias
Velhos cadáveres
De esperança.
Avança o tempo
A teimosia fica
E o espelho
Tira qualquer dúvida.
Dívidas de amor,
Dogmas rompidos
Compridos e não cumpridos.
O rio se encaminha
Pra inevitável foz...
Publicado em: 16/01/2010 09:31:34
Última alteração:14/03/2010 21:02:25


Pro meu bem quando vier
Pro meu bem quando vier
Eu preparo o coração
Pois nos braços da mulher
Encontrei a salvação...
Publicado em: 05/01/2009 18:53:50
Última alteração:06/03/2009 12:32:39




Pro teu ninho agora eu vou, Deitadinho junto a ti,


Pro teu ninho agora eu vou,
Deitadinho junto a ti,
O meu mundo se entregou
Neste encanto que ora eu vi.
Publicado em: 03/03/2008 22:45:07
Última alteração:22/10/2008 14:28:43



Procurando em vão
Procurando em vão
Barco, cais e porto,
Hoje semimorto
Sem a direção
Perco o meu timão
Já não me conforto
Beijo amargo e torto
Sonega a emoção,
Risco e arisco arrisco
Onde este confisco
Toma toda a cena,
Morte se moldando,
Onde outrora brando
Verdade envenena...
Publicado em: 23/05/2010 14:59:18


Conheci tantas mulheres,
Tantas que perdi a conta,
No meio desses talheres,
Minha boca ficou tonta,

Procurando por carinho,
Devorando essa saudade,
Mas agora, vou sozinho,
Mas veja só que maldade...
Publicado em: 18/04/2007 18:58:15
Última alteração:29/10/2008 17:43:31



Procurando Teu Olhar


Meus olhos estão vagando
Procurando teu olhar
Que está sempre lumiando
O rumo que quero dar
Debaixo deste luar.

Tantas ondas me pegaram
Na areia deste verão
Me feriram me pisaram,
Maus tratos ao coração
Das ondas da solidão.

Fiz meus versos nos caminhos
que tanto quis e não tive
meus barcos pequeninhos
trazidos lá de onde estive.
Tanta saudade se vive!

Meus olhos que se plantaram
Nestes jardins sem ter flor
Os campos que já se aguaram
Tanta lágrima de dor.
Brotaram no nosso amor...

Desenho nosso desejos
Nas nuvens que vão passando
Os cantos nos meus versejos
Aos poucos se transformando
Nos beijos que vou te dando.

Amor não pode tristezas
Nem tampouco sofrimento.
Dessas tuas incertezas
Vai nascendo meu tormento
Coração batendo lento...

Mas te quero mesmo assim
Não temas pelo futuro
De tudo que tenho em mim
Mesmo neste mar escuro,
O meu amor que é tão puro.

Pois venha sem temer nada
Pensamento em liberdade
Venha minha doce amada
Pelas ruas da cidade
Matando a triste saudade!
Publicado em: 01/01/2007 23:12:33
Última alteração:30/10/2008 08:41:10


Procurei felicidade
Procurei felicidade
No canto do bem te vi
Encontrei a liberdade,
Foi então que te perdi...
Publicado em: 20/09/2006 20:50:10
Última alteração:30/10/2008 11:05:24

Procurei uma saída
Procurei uma saída
Mas amor, eu sei, não tem
Entre encontro e despedida
Na estação perdi o trem...
Publicado em: 20/08/2008 19:29:25
Última alteração:19/10/2008 20:25:2


Procuro um doutor para o mal da saudade.
26

Mote


Procuro um doutor para o mal da saudade.

Procuro por um Doutor,
A maior autoridade;
Que me cure deste amor,
E me livre da saudade...

Marcos Coutinho Loures.


A saudade contamina
E me toma por inteiro,
É tristeza que fascina,
Sem remédio, companheiro...
Publicado em: 19/11/2008 17:02:03
Última alteração:06/03/2009 18:59:12


Procuro Um Grande Amor

Se tanto nessa vida quis amar
A quem jamais amor me deixaria
Buscando na saudade meu mote
Cantando tanto amor a cada dia...

Nas ruas e caminhos onde passo,
Procuro teu amor mas jamais acho,
Vivendo deste sonho nada trago
O coração desaba rio abaixo...

Menina que queria se casar
Estou aqui na espera nada vem...
Amor sem ter amor como é que dá?
O coração capota e perde o trem...

Não falo do meu sonho de menino
De ter toda a beleza que quiser
Apenas vou cumprindo a minha sina
Vivendo toda a vida como der...

Tu dormes não me escuta o quê que faço?
Acordo de manhã procuro o colo,
Encontro meu desejo mais calado
Falando desse amor eu já me enrolo...

E calo se não deixa mais em paz
Amor quis ser amigo e deu no pé
Agora não tem rastros que procure
Já perco as esperanças pouca fé...

Já desisti faz tempo desse amor
Que nunca veio a tempo de salvar
Minha alma que vagueia pela rua
Aquela que eu mandara ladrilhar!
Publicado em: 28/12/2006 13:45:15
Última alteração:30/10/2008 08:42:10

Ação
Reação
Enquanto
O não
Em progressão
Resulta nisso
Que vivemos...
Publicado em: 16/01/2010 09:23:07
Última alteração:14/03/2010 21:27:31


Promessas que te fiz
Promessas e promessas
Me fizeram feliz...

Nos versos que te dei
Versos meus, simples versos
O teu amor busquei

Nos cantos que pediste;
Teus cantos, tantos cantos.
Não me deixaste triste...

Amar é bom demais.
Amar tanto, amar tanto...
É porto e é meu cais...

Eu quero essa ventura
Eu te espero, te espero...
Te dou minha ternura...


Aguardo uma esperança
te aguardo, tanto aguardo...
Vem logo senão cansa...

Pretendo te saber
Pretendo, pretendo,
Em todo o teu prazer...
Publicado em: 25/01/2007 23:28:55
Última alteração:30/10/2008 08:39:57

Prometo dançar contigo

Meu amor em contradança
Sempre fica do meu lado,
Nosso corpo em aliança
Samba, xote, até xaxado...
Publicado em: 01/03/2008 21:06:43
Última alteração:22/10/2008 13:27:25

Proteja-me meu Pai
Proteja-me meu Pai pois sofro tanto.
O canto da esperança não escuto.
O vento da maldade, sempre bruto,
Não deixa-me sentir Teu vento, santo.

Por vezes vou sozinho, mas me guias,
Nas noites mais difíceis, tentações.
Espero conseguir das amplidões
As luzes que me tragam novos dias.

Pequei por tantas vezes, meu Senhor,
Nos sonhos, nas palavras, no meu gesto,
Por isso estou aqui, meu canto empresto
Ao pedido maior neste louvor.

Bem sabes que caminho sobre as urzes
Deixadas de propósito, meu Pai.
A treva que em minha alma sempre cai
Lembra-me que temos nossas cruzes.

Farei o que desejas, mas perdoa,
Não deixe que este triste filho Teu
Se perca neste escuro e vago breu,
Meu grito pelos vales sempre ecoa...

Desculpe se perdi o meu caminho,
Desculpe se não pude ser feliz,
A vida me marcando com seu giz
Cravando em cada pé um grande espinho.

Mas saiba que Te adoro e que por isso,
Estou aqui em plena madrugada
A minha voz em prantos, já cansada,
Pretendo, desta vida, ter o viço.

Meus erros cometidos me maltratam
São pedras que carrego, tanto pesam.
Os olhos dos irmãos já me desprezam,
As asas da tristeza me arrebatam...

Somente em Ti encontro a solução,
Não deixe em minha vida essa quimera.
Amor quando em amor, só amor gera,
Por isso é que te imploro o Teu perdão!
Publicado em: 24/11/2006 23:46:23
Última alteração:30/10/2008 19:17:05




quem provou sempre comprova
não precisa duvidar
se quiser a gente prova
não irei, pés arredar,
muita gente diz que aprova
esse jeito de provar
lua cheia ou lua nova,
o que importa? Esse luar.
Trovador quando faz trova
Passarinho quer cantar
Esperança se renova
Solto o canto ganhando o ar...
Publicado em: 17/01/2010 15:21:32


Pureza e Candura SOGUEIRA


Quanta paz repousa neste leito
Um sonha o outro em vigília dorme
A mesma mão que na cama deita
Protege num toque de amor, socorre

Na segurança sob o olhar tranqüilo
Sonham como anjos mentes despidas
Sem o turbilhão do mundo onde habitam
Despertam... Pedem amor clamam guarida

Abençoada é a vida em um lar
Onde pequeninos corram, brincam
Arrumam, desarrumam, gritam

E cansados das façanhas do dia
Voltam ao berço outro sonho ilumina
Dia após dia até onde a criancice finda.


MUITO OBRIGADO QUERIDA AMIGA
Publicado em: 07/08/2007 16:07:43




Liberto enquanto sou de ti cativo
Atado nos grilhões de um puro amor.
Embora tantas vezes seja esquivo,
Não quero mais fugir do encantador
Desejo que me aquece e me traz vivo,
Unindo-me ao teu canto sedutor.
Seguindo passo a passo o teu caminho,
Não quero que me deixes mais sozinho...
Publicado em: 15/11/2007 21:37:20
Última alteração:29/10/2008 14:32:40

Pústula
Pústula
Que postula
Poderes pútridos
Vale o voto?
Publicado em: 03/08/2008 20:53:38
Última alteração:19/10/2008 22:12:26

Puro êxtase...// Magia
Sentindo // embriagando
O perfume// em nós
Inebriado.// imortal

Marcos Loures // Mara Pupin

Publicado em: 26/03/2007 19:51:36
Última alteração:28/10/2008 05:49:33

No comments:

Post a Comment