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Friday, December 17, 2010

O AMOR

Quem teve um grande amor em seu passado
Merece ser feliz, por certo um dia.
Um céu que se fez iluminado
Recebe novamente a fantasia,
Bastando se deixar incorporado
Na maciez da doce poesia.
Se recompõe a vida num instante
Rendendo à força imensa e tão brilhante.

Vacas profanas velhas derrotadas
Mesmo na juventude vociferam
Vivendo tolamente amarguradas,
Da vida, com certeza, nada esperam.
Repare nesta lua nas calçadas
Perceba como os raios proliferam.
Abrindo um coração deveras duro,
O mundo qual luar, jamais escuro...
Publicado em: 11/11/2007 22:48:55
Última alteração:29/10/2008 14:32:35





Ah! Como dói o amor quando distante...
As horas não se passam, vida voa...
O mundo se desaba num instante
Quem dera ser feliz... Rei e coroa...
Nos olhos derramados deste amante
As lágrimas se secam. São à toa...
Jamais renascerá o radiante
Sol... Mas um girassol louro destoa...

Floresce mais teimoso neste prado.
As cores e os brilhos tal farol...
Promete ressurgir vital prazer,
De tanta dor que trouxe do passado,
Da minha mocidade sem o sol,
Buscar o louco amor, o meu afã.
Quebranto e solidão meu triste fado,
Mas, entretanto a vida, um girassol;
Promete renascer, loura manhã!
Publicado em: 12/12/2006 15:54:36
Última alteração:30/10/2008 09:32:03



Uma loucura aquela! - uma loucura!
A ninfa e o Himeneu pela floresta
Correndo por demais depois da sesta
Para perpetuar a aventura

Abrindo em sua fresta uma esperança
De receber a seta em fogo intenso,
Prazer inigualável que se alcança
Ao ser tocada em lança de aço denso;

Dos sáficos joguetes esquecida,
Gozo desconhecido e hemorrágico,
Percebe neste instante o bom da vida
E clama ao companheiro, seu bis mágico.

Olharam para trás -" Voltar ou ir?"
Quer saber mesmo amor? - "Vamos fugir!..."

GONÇALVES REIS
Marcos Valério Mannarino Loures
Publicado em: 02/08/2007 18:09:03
Última alteração:05/11/2008 17:57:42




Imenso paradoxo da emoção
O meu anseio fica perturbado
Olhando para um ou outro lado
O asco e o desejo em união

Faz de meu ser um gelo e combustão
Odeio-te estando apaixonado
E amando eu me sinto entediado -
Não sei como acabar com isso não...

Assim toda paixão tem seus limites
Nos ódios e nos ócios das conquistas
Não quero que em meus sonhos acredites,

Pois neles eu encontro os dissabores
Tão próprios dos que sonham ser artistas,
Domínio sem juízo dos amores.

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 20/08/2007 15:08:47
Última alteração:05/11/2008 14:53:57



Revigorando um sonho: a mocidade
É a bela mais flor que brota então
Desabrochando logo em profusão -
Mas junto vem também a veleidade...

O brilho até ofusca a visão -
Com ele vem aquela tal vaidade
E quando chega o inverno da idade
Traz-se um espelho pra reflexão

E vemos neste espelho, um outro ser,
Distinto do que fomos no passado.
As rugas aflorando de repente.

Mas quando nós pensamos no prazer
Amor vem de mansinho pro meu lado
Tomando o coração, sentido e mente.

GONÇALVES REIS
MVML

Publicado em: 09/08/2007 14:16:54
Última alteração:05/11/2008 16:51:39



Namorar escondido
Querida é tão gostoso.
Se o pai é muito bravo
O meu beijo é guloso.

Não deixo pra depois
O que puder fazer
Eu quero desfrutar
De todo este prazer

Eu quero o teu carinho,
E te dar tanto beijo
Não posso mais negar
O quanto te desejo...

A pele bronzeada...
Teus seios divinais...
Te juro, minha amada
Eu quero sempre mais.

Um dia inda te pego
De jeito. Não me escapa.
É só teu pai não ver
Senão ele me capa!




Um vento tresloucado que me alcança
Quer me impedir de andar esse caminho
Mas eu não ligo; - seja rubro ou linho
Ninguém matará mais minha esperança.

A vida dá-me o doce e o espinho
Também a depressão e a bonança
E busco calma e perseverança,
Procuro, então lutar, não me aporrinho.

Abrindo esta couraça no meu peito,
Espero amanhecer em plena paz
Nos braços de quem amo, satisfeito.

E assim recomeçar um novo dia
Que em plena sintonia se perfaz
Trazendo, todo o bem que eu já queria...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 08/08/2007 15:12:24


Amor que me liberta
Das algemas e dos medos.
Asas
Vôos
Por sobre
Cordilheiras...
Publicado em: 23/05/2008 13:14:33
Última alteração:21/10/2008 06:40:1



Devias bem ter previsto
Logo que ela apareceu.
Ah! Meu Deus, meu Santo Cristo
Foi azar que você deu.

Mas não sofra assim na vida;
Outro amor virá ligeiro
Pra cicatrizar ferida
Amor puro e verdadeiro!

Mas o coração da gente
Gosta de sofrer demais.
Outro amor mais envolvente
E que traga muita paz?

Só conheço uma menina,
Tão bonita com certeza,
Tem uma alma cristalina,
Mora lá em Fortaleza...

Mas eu acho que esta moça
Não vai querer meu amor.
Delicadeza de louça
E perfume de uma flor,

Todo dia ela me encanta,
Meu coração se incendeia
A minha alma se agiganta,
Misto de lua e sereia.

Será que terei a sorte
Essa alegria tão plena?
Meu coração bate forte,
Chamando seu nome: Helena!

Então me diga querida,
Meu reino por um romance,
O melhor de minha vida...
Mas será que terei chance?

HLuna
Marcos Loures

Publicado em: 28/03/2007 20:36:04



Quando a tristeza me invade
Vindo em forma de saudade
Buscando a felicidade
Eu me lembro do meu bem...
E quando a noite desmaia,
A lua beijando a praia,
Antes que a saudade traia
Eu procuro por alguém...

Vejo teu rosto, querida,
Em cada canto da vida,
A minha alma distraída
Tanto amor que o peito tem,
Pede o brilho deste olhar
Em cada pleno luar
Vontade de te adorar,
Ele me diz: nada vem...

Meu amor que é tão profundo
Eu não te esqueço um segundo ;
Vou sair, vagar no mundo,
Procurando um novo bem...
Mas a lua, bela e nua,
Diz: a sina continua,
E rindo, ao longe, flutua...
Depois de ti, mais ninguém...
Publicado em: 13/02/2007 05:56:47
Última alteração:30/10/2008 06:44:40



O AMOR/

Num átimo transforma fera em caça.
E assusta-se então aquela fera
Pensando acabada a espera
Naquela sesta então uma trapaça

Em vão tenta lutar - se desespera
Vencida cai depois cansada baça -,
Pro não há desengano nem desgraça
Nem rigidez qu'ele não vença e impera

Amores se completam se perdendo
Dois seres que se irmanam, num segundo.
Viagem ao redor de um vasto mundo

Complexos não permitem mais adendo
Quem ama sem destino mal disfarça
Num êxtase se encontra e se esfumaça.

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 21/08/2007 22:23:32
Última alteração:05/11/2008 14:23:08




Na noite fria espero-lha querida
Não tenho medo não mais de ninguém
Questiono então: Será que ela não vem?
A minha rosa doce preferida...

Então na porta ouço uma batida
Levanto-me e vejo se estou bem
Coloco uma canção que nos convêm
Caminho, então de alma decidida...

E ao pressentir, amor tua chegada,
em descompasso, alegre coração
concebe ser feliz por um momento.

Porém, nessa noite alta tão gelada,
abrindo a porta...vejo em decepção
que quem batera forte... Fora o vento..

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 31/08/2007 19:16:34
Última alteração:05/11/2008 12:25:22



O Amor aos "Nossos" Filhos.



Falar que nossos filhos “não são nossos filhos” virou lugar comum.

Extremamente verdadeiro, mas lugar comum.

A bem da verdade, ninguém nos pertence, assim como não pertencemos a ninguém, NEM AOS NOSSOS FILHOS!

Eles não representam o nosso futuro, eles são o futuro, que não nos pertence e nunca pertencerá.

Viva a sua vida, e basta!

Todo pássaro, ao sair do ninho, faz seu ninho e refaz a vida.

E somente isto!

Não se iluda, eles NÃO NECESSITAM DE VOCÊ.

Você é que necessita deles, muito mais do que imagina.

A força da sobrevivência é muito maior do que você possa pensar.

Aliás, no dia a dia, estamos cansados de ver órfãos ou abandonados, seguirem seus caminhos.

O que você pode fazer, no máximo, é tentar tirar um pouco das pedras ou melhorarem as margens das estradas que eles seguirão.

Mas, se você os ama, não tente ANDAR POR ELES, isso atrapalhará muito mais do que você imagina.

A dificuldade do caminhar ajuda a criar calos nos pés e esses são fundamentais para que eles possam seguir em frente.

Não confunda amor nem com subserviência nem com heroísmo. Filhos costumam ser extremamente chantagistas, não ceda às chantagens.

A vida não cede.

Tente aliviar suas dores, e só.

Aliviar.

As dores ensinam e preparam o sistema imunológico contra os piores males da coexistência humana, e são salutares.

Não venha com aquela história de “por meus filhos farei tudo”; obviamente quem ama faz pelo amado.

Entenda a intensidade deste amor, que é menor do que imagina: em muitos anos de vida, não vi ninguém tentar se matar por ter perdido um filho; ao contrário do que ocorre comumente quando se perde uma paixão.

Este amor não é o mais intenso, É O MAIS PROFUNDO!

Havia uma seita que batizava e matava os recém nascidos, POR AMOR, dando a certeza de que eles, POR AMOR, estariam salvos.

Isso mostra que o que é melhor para o SEU AMOR, pode e não é, na maioria das vezes, o MELHOR PARA ELES.

Não se pode amar egoisticamente, principalmente aos filhos, pois eles pertencem a um tempo que nunca, NUNCA irá ser seu.

Os pais, quando tentam acompanhar o ritmo de vida dos filhos caem em um ridículo terrivelmente doloroso.

Nada pior do que uma jovialidade artificial.

Há sim, o envelhecimento precoce da alma.

Não envelheça seus filhos antes do tempo!

Mas ame-os profundamente e delirantemente.

Eles atestam que a sua função primordial para a espécie foi cumprida.

Com a espécie.

Pura e simplesmente.

Não deposite neles as suas esperanças.

Elas são cargas exclusivamente suas.

Ágüe a planta com carinho e com cuidado.

Demais, água, mata a planta.

Não roube o ar deles.

Não mate suas personalidades.

Não mate, com amor, os seus filhos.

Eles NÃO LHE PERTENCEM!
Publicado em: 05/12/2006 03:58:20
Última alteração:27/10/2008 21:24:25



O AMOR DA GENTE //

Ternura no olhar...
Riso nos lábios...
Astrologia me disse
Sobre este amor, tão mágico!
Não quís acreditar...
Achei fosse engodo.
Imagem disfarçada de Quasímodo!
Querendo só me enganar...
Mas evidências se mostram,
Ser " cosa nostra" e de mais ninguém...
Acredito meu bem,
Que amor assim, nunca houve!
Nem sequer haverá!
Portanto
No encanto em que estamos,
Bailemos ao luar!


Qual fora brincadeira
De roda em nossa infância
Rodando a noite inteira
Bailando em elegância
A vida se passando
Distante da ganância
Amor nos encontrando
Em lua derradeira
Que sempre iluminando
Se mostra alvissareira,
Acende pirilampos
E vontades vorazes
Espalha em novos campos
Sorrisos mais audazes
Vasculha cada canto
Não deixa o sofrimento
Matar tamanho encanto
Espalha em forte vento
O quanto que te quero
Querer que não tem fim
A noite emoldurando
Amor dentro de mim...

ANA MARIA GAZZANEO
Marcos Valério Mannarino Loures
Publicado em: 01/08/2007 21:35:34


Princesa, quem me dera em teu castelo,
Pudesse cavaleiro desbravar
Trazendo o coração como rastelo,
Em solo tão profícuo sempre arar,
Amor que nesta tarde eu te revelo,
Permite que eu consiga imaginar,
Princesa nos braços, bela e nua,
Tomada pela luz da plena lua...



Procuro por teus rastros
Estrela deslumbrante
Vagando em toda parte
Aguardo pelo instante
De ter e te encontrar,
Estrela radiante;

Vieste como um brilho,
Em trilhos de esperança
O meu olhar vazio,
Buscando não te alcança
E segue só te vendo
Guardada na lembrança;

Quem sabe tu virás,
Estela reluzente
Fazendo desta estrada
Em dia mais contente
Um rumo em que se mostra,
O amor que é só da gente...






Não peço mais a tua piedade,
Minha alma com certeza é peregrina,
Enquanto houver amor, eis a verdade,
A sorte de viver já determina
O passo que eu encontro em liberdade,
Raiando em alvorada me ilumina.
Amor que não permite algozes amos,
Estrela que decerto nós buscamos...
Publicado em: 09/11/2007 21:43:36
Última alteração:29/10/2008 14:32:15





Os dias/ solidão vão esquecidos,
Refaço a minha vida a cada aurora;
Vasculho teus caminhos e sentidos,
Bandeira do desejo é vencedora,
Ouvindo teus sussurros e gemidos,
Nunca te deixarei, não vou embora,
Uma alegria em fúria; muda a sorte,
Permite que eu não tema nem a morte!
Publicado em: 02/01/2008 19:22:32
Última alteração:22/10/2008 19:27:10



Viver é ter mil riscos a correr,
Saber que existem curvas nesta estrada,
Caminhos tão difíceis percorrer,
Na busca pela luz de uma alvorada.
No amor que assim nos move posso ver,
Promessa de uma vida iluminada.
Beijando a tua boca, sou feliz,
A sorte em meu destino assim prediz.
Publicado em: 02/04/2008 20:32:28
Última alteração:21/10/2008 16:54:46



Amor que tanto mimo escusa-se de engano.
Minha alma feita seixo, em águas se lavava.
Qual alga neste mar, nos sonhos flutuava.
A noite que chegou, promete duro dano.

Quem sabe deste amor, se lava em desengano.
Em calmaria audaz traz vulcânica lava.
Na boca, mais mordaz, a faca, em costas, crava.
Amor sabe procela, embarca no oceano...

Vestígios de saudade, a tarde sempre traz.
O rumo do meu verso, a lágrima distrai.
A tarde em minha vida, ao meio dia cai,
De tudo que escrevi, só peço a minha paz.

Não sou mais controverso, aguardo teu recado,
O mar deste universo, espreito da janela.
A cor desta morena ou jambo ou canela.
O mote que me deste, escuro e maltratado

Peço-te não perdoe, espero teu castigo;
A mão anda cansada, estreita, dura, em prece.
Amor que tanto mimo, a lua não merece.
Depois de tanta coisa, eu quero estar contigo.

Um carro em disparada, a rua é tão deserta,
O manto da alvorada, estrelas são a linha.
Amor que se conteve, agora não és minha!
Depois de tanta luta, esqueces minha oferta.

Bendita claridade! Embora esteja escuro.
O vão já se desaba e caio desta ponte.
No meu olhar, distante, aguardo um horizonte.
O chão , depois do tombo, eu sei que é bem mais duro.

Vestígios do que fui, te trago na bandeja.
Da santa guilhotina, o resto sempre é teu.
Na faca que me lambe, o meu amor morreu.
Amor que nunca tive, o pranto não deseja.

Repare nesta estrela... O brilho é muito escasso.
Cometa repentino, espero um novo dia.
Agora, não se esqueça, a velha fantasia.
O mundo me carrega, aguardo um novo passo.

Em verso alexandrino, eu canto esta desdita.
O sol que não raiou, estrela que não veio...
O mundo que restou... Só quero ter teu seio.
A noite me embriaga... A cachaça é maldita!
Publicado em: 24/04/2008 20:57:20
Última alteração:21/10/2008 13:29:56


Percalços tantas vezes nos ensinam
Na dura caminhada, dia a dia,
Meus olhos a teus olhos se destinam
Em forma sedutora, em poesia.
Amores que porejam, loucos, minam
Tomando nosso corpo em alegria.
A sorte nos contempla com sorrisos,
Fomenta, então os veros paraísos...

Colorem nossos dias, aquarelas,
Matizes que enobrecem, multicores.
As horas que passamos são tão belas,
Recendem a canteiros, finas flores,
A cada novo verso me revelas
Os alicerces firmes dos amores.
Que são as bases fortes desta vida,
Que deve, em tal magia ser vivida...




A afeição é a qualidade mais importante em qualquer relacionamento do mundo. É a base da verdadeira unidade
(I Ching)



A afeição representa muito mais
Do que uma simples base pra amizade.
Pois nenhum sentimento é mais capaz
De construir a força da unidade...
Publicado em: 01/04/2007 12:19:15
Última alteração:27/10/2008 19:01:38



O AMOR É CEGO?
Só dois cumes te apaixonou?
Tome cuidado com essa faca,
corta sempre dos dois lados,
mas um deles é bem cego...

LUZIA MONIQUE

Tanto bem aqui carrego
Neste pobre coração
Na verdade eu nunca nego,
Sou escravo da paixão,
Se o demônio eu arrenego
É porque sou bom cristão,
No teu mar se der navego
Já tá pronta a embarcação,
Se o martelo pede prego,
Eu acerto a direção
Se o amor é bicho cego
Pra que serve ter visão?
Publicado em: 15/01/2010 17:24:10
Última alteração:14/03/2010 20:59:00



O amor é como fumaça: sufoca, mas passa
09

Mote

O amor é como fumaça: sufoca, mas passa

Eu descobri, muito cedo,
Que amor é como fumaça:
Sufoca e nos causa medo,
Irrita um pouco, mas passa.

Marcos Coutinho Loures

É fumaça que inebria
E vicia o cidadão,
Traz tristeza ou alegria,
Mas bagunça o coração...
Publicado em: 19/11/2008 13:43:45
Última alteração:06/03/2009 19:01:29


Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha


(A. David)
Publicado em: 01/04/2007 21:25:39
Última alteração:26/10/2008 23:20:24


O amor é pirulito, começa no doce e termina num palito..
134

O amor é pirulito, começa no doce e termina num palito..

O amor é como se fosse
Um gostoso pirulito,
No princípio, muito doce,
Mas termina num palito.

Marcos Coutinho Loures

Quando o casamento acaba,
Nada resta no final,
Nosso sonho se desaba,
O machão entra no pau...
Publicado em: 21/11/2008 12:26:36
Última alteração:06/03/2009 17:01:31


ÉS MENINO, ÉS GUERREIRO,
ÉS FORTE E DEDICADO,
TE OBSERVO O TEMPO INTEIRO,
POIS EM TUDO ÉS CAPRICHADO.

TALENTO TENS EM TUAS MÃOS,
DENTRE ELES O MAIOR,
NÃO OS DEIXE SEM AÇÃO,
POIS AMOR É O MELHOR.

Amor é sempre um bom tema
Não me canso de dizer.
Trago no peito este emblema
Que me dá muito prazer.

Tudo falo e sempre digo
Não me canso e nem invento,
No próprio amor, meu amigo,
É que se encontra o talento!

Gutemberg Nunes de Almeida
Marcos Loures

Publicado em: 21/03/2007 17:46:08
Última alteração:06/11/2008 10:36:10



Eu quero a sensação de amor tranqüilo
Mudando o sentimento em seu estilo
Com jeito de trazer a paz imensa...

Eu quero este decote entreaberto
No olhar mais desejoso e mais desperto
Promessa de uma doce recompensa.

Eu quero ter amor e mais saúde
Os beijos mais constantes amiúde,
Carinhos de uma noite maviosa.

Eu quero ser feliz em cada verso,
Voando no infinito do universo
Que cabe numa pétala de rosa.

Eu quero o teu amor todo pra mim,
Fazendo a tempestade início e fim,
Sabendo que a bonança não vem mais...

Eu quero o desafogo deste medo,
E conhecer de perto o teu segredo
De ter e conceber amor em paz....
Publicado em: 24/02/2007 22:05:50
Última alteração:30/10/2008 06:09:28



"O amor não envelhece, morre criança."
Adágio popular

Amor nunca envelhece, às vezes morre.
É fogo que se queima na esperança.
Na própria se alimenta e se socorre;
Amor: eternamente uma criança!

Publicado em: 27/03/2007 23:31:45
Última alteração:27/10/2008 19:03:13



Amiga. Ao conceber amor perfeito
Pensara tão somente num momento.
O amor em tempestades quando é feito
Às vezes nos causando sofrimento
Pudera se mostrar mais satisfeito
Mudando toda a cor do sentimento.
Amor se faz mutante, alma andarilha
E é nisso que se encontra a maravilha...


ML
Publicado em: 29/11/2007 12:05:46
Última alteração:29/10/2008 21:55:37



O AMOR QUE EU AMO..
Não quero amor mal disfarçado
Em palavras polidas;
Versos frágeis.
Quero a tépida mulher
Rolando em minha cama,
Abrindo o paraíso
Em formas sensuais.
O amor nos botequins
Em tramas e delitos
Pecados quando à vista
São feitos sem ter prazos.
Muito menos nexo.
Sexo não é crime
Simplesmente redime.
E se cismar
Refaz a vida.

Quero o amor de pernas e coxas,
Volteios e seios
Quadris. Ah! Os quadris...

Quando bem enquadrados
Arredondam a vida...

Ancas de potranca
Requebros mais gentis.
Sem ser sectário
Não quero amor burocrático
Cartão de ponto e crachá.

Fraques e cuecas não combinam.
Publicado em: 12/03/2008 21:45:16
Última alteração:22/10/2008 14:33:07



O AMOR QUE EU QUERO
Eu quero o amor
Simplesmente
Sem nexo
Paradeiro
Ou picadeiro.
Apenas corriqueiro
Normalmente
Caminhando
Sem curvas
Chuvas ou temporais.
Atemporal.
Quero a boca
Sem beca
Sem breque
Sem leque
Num enfoque
Naturalmente
Sutil,
Gentil
Sem til
A colocar
Ou, bem mais
Retirar.

Quero um amor
Que não me impeça
De ser eu mesmo
Um sonhador
Em busca de estrelas
Fantasiosamente
Um trovador
Sem travas
Ou trevas
Trovões...

Atrevido
Sem tremores
Temores
E timões.

Amor
Que traga
O cheiro
Da broa
E do café.

E mostre
Ser fácil
Andar
Pela vida afora...
Publicado em: 07/04/2008 18:19:43
Última alteração:21/10/2008 20:01:30


Nos vales, na montanha
Galopante corcel
Lua na mão apanha
Desliza neste céu...

Nas asas galopantes
Deste corcel divino
Tardes deslumbrantes
Céu tão cristalino...

Azulejando espaço
Nuvens, raridades...
Nos braços do cansaço.
Tantas claridades...

Amor que sempre quis
Corcel que tanto voa.
Vivendo-se feliz
A vida é bela, boa...
Publicado em: 27/01/2007 18:42:51
Última alteração:30/10/2008 07:54:24



Com todo meu respeito,
Neve e basalto, fogo fátuo...
Às vezes honesto
Outras não presto
E empresto às farsas
Valores distintos.
Ópio, ócio cio e seios.
Fraquezas ou franquezas?
Amar...
Amar...
Brinquedo de luxo
Para quem se abortou.
Seguir neste fluxo
Do que já não sou?
Jardim morreu murcho
E nada brotou...

Mas gosto do beijo!!!!!!!
Fazer o quê?
Menina me explica
Por que é maldita
A palavra querer?

Se tenho apreços
Cobraste teus preços
Mandando calar.

se males padeço
do amor não mereço
ao menos, provar?
Publicado em: 24/05/2007 14:39:45
Última alteração:29/10/2008 17:45:31



Não venha me dizer do amor que não teve ou que partiu.
Amores não são nada mais do que conquistas em que se permite ou se atua.
Nada mais hipócrita do que se culpar o amor pelos nosso desatinos.
Esses são nossos e podem ser feitos sim, assim como desfeitos.
Não carregue a culpa por eles.
Ninguém tem a capacidade de prever como será e, principalmente, como o outro será no futuro.
Aliás, o futuro não existe, apenas existirá.
Por isso não se poupe de viver em nome do que ainda não houve e talvez nunca haja.
Aja, principalmente se vem do coração.
Tantas vezes reclamamos do que não vivemos e tentamos colocar soluções para nossos problemas no SE.
SE nunca existiu, e nem vai existir.
É uma péssima desculpa que arranjamos para nós mesmos diante da nossa incapacidade de entender os nosso erros e, principalmente aceitar.
Errei sim e dane-se!
Ou acertei por certo momento e depois a vida levantou obstáculos que não existiam ou estavam ocultos.
Viva felicidade em qualquer tempo.
E, se um dia ela acabar, não cuspa no prato que comeste.
Simplesmente saia, com toda a dignidade que entrou.
A felicidade do outro NÃO ESTÁ EM TI.
Portanto, se o amor acabou, faça um bem para quem compartilhou de momentos felizes ao teu lado: caia fora!
E rezes para que ele encontre alguém que o faça feliz, assim como o fizeste no passado.
E vai em busca do teu sol, que o tempo não pára e a alvorada não espera para nascer!
Publicado em: 20/12/2006 15:29:53


Bah! Te digo de verdade
Que sou teu; prenda formosa,
Mas tchê! Que barbaridade!
Como perfuma essa rosa!
Publicado em: 03/03/2008 20:20:43
Última alteração:22/10/2008 14:11:3



O amor que é doentio aprisiona
Perde todo sentido e a razão
A mente é dominada e vem à tona
Delírios de tola imaginação

O medo de perder leva à loucura
A insegurança sempre a atormentar
O ciúme toma conta e não tem cura
No coração vivendo a maltratar

Pobre do ser humano que assim ama
Afasta, infelizmente, o ser amado
Que perde do amor a intensa chama
Por ser, pelo ciumento, atormentado

Seus atos de total insanidade
Impedem de enxergar a realidade ...

GLAUCE TOLENTINO

O Amor sendo insensato; faz das suas,
Prepara o cadafalso e aprisiona
Depois sem ter porque nos abandona,
Desabalado, desce pelas ruas.

Imagens sorrateiras, posto nuas,
Jogando quem sonhara em plena lona
Ao mesmo tempo dá e desabona
Perdendo os holofotes, quebra as gruas.

Insano disparate, o tal do amor!
De todos os martírios, o senhor,
Razão de vida e morte, riso e pranto.

Porém o que fazer se me domina,
Somente te dizer bela menina,
Entregue e sem defesa: Eu te amo tanto!
Publicado em: 23/01/2009 11:32:51
Última alteração:06/03/2009 07:04:27



Seis da manhã
Não é hora de chegar.
Faz tempo que espero
Você
E nada a não ser o relógio
Tiquetaqueando a noite inteira
Um carro para,
Outro também,
E nada...
A não ser os galos,
Corujas,
Bacuraus,
Grilos
Sapos...
Sinfonia ouvida e decorada todo final de semana...
No começo
Era o carteado,
O jogo de buraco...
Com as amigas.
Buraco...
Faltava o taco
Ou não?
Caçapa tinha de sobra....
Depois; dentista, manicure...
Aliás, até hoje eu não sei o endereço deste salão 24 horas.
Novidade pra mim...
E agora
É isso.
Toda semana
Toda semana...
E o pior é que não tomo vergonha na cara..
Chega de mansinho,
Olhar pidão.
Aí... deixa prá lá...
Também a culpa é minha
Fui te conhecer num rodízio...
Publicado em: 15/01/2010 14:00:19




Sou sonâmbulo; querida
Mas somente quando quero
Se a presença, a preferida,
Toda noite não espero,
É preciso dar guarida
Senão já me desespero,
A porta sendo esquecida,
Nos teus braços me tempero,
Mas se tem lança comprida,
Num instante eu fico fero...
Publicado em: 16/01/2010 14:37:09
Última alteração:14/03/2010 20:47:54




Palavra solta
Tempo revolto
Tempestade
Abalroa
e a gente mal percebe
que o barco capota
depois da curva.
Somando o nada
do quanto fomos
em gomos tantos
amor nos serve
em banquetes...
Publicado em: 08/12/2007 16:21:31
Última alteração:27/10/2008 18:05:24



Amor vem sorrateiro
E chega de mansinho,
Posseiro sem juízo
Cupim em sentimento.
Vou ver: a casa caiu!
Publicado em: 08/12/2007 16:47:11
Última alteração:27/10/2008 18:05:4




Deixando de lado as convenções
Comecei a catar no lixo da cidade
As coisas que teriam alguma utilidade.
Assim fui colecionando restos de histórias
Mal passadas ou ao ponto.

Pedaços de vida abandonados.
O sofá que testemunhara
As traições de dona Cotinha,
- Que Deus a tenha.
Está agora fazendo parte da decoração
Da minha sala.
Espero que não atice a curiosidade de Maria...

A antiga geladeira a gás – que fora recebida
Com festas e agradecimentos sem par,
Agora serve de viveiro para as mudas de alface.

Uma aliança de prata amassada e quebrada,
Prova de amor infinito
Dorme sem proveito numa gaveta do meu quarto.

E nesta confusa mistura
De vidas,
Deitando sobre o passado
De tantos e tantas,
Aprendo e desaprendo
Sobre este enigma interminável:
O amor...
Publicado em: 09/12/2007 16:42:52
Última alteração:23/10/2008 09:30:27




Quem dera se tivesse tal banquete!
Apenas sou um pobre sonhador.
Descendo deste trono, um tamborete,
Em queda, necessito recompor
Um mundo de ilusão que não transponho,
Sabendo desde já que é puro sonho.

Um tímido cantor em versos tristes,
Buscando o seu recanto, pede colo.
Mas já que neste assunto tu insistes
De toda esta esperança em que me assolo
Só resta uma certeza insofismável,
Amor é um banquete interminável
Publicado em: 19/12/2007 11:32:33
Última alteração:23/10/2008 07:27:41



Em suas várias faces e formatos
Amor tanto maltrata quanto cura.
Guardando sentimentos e recatos
No amor que se recebe, ele perdura.
Eu sei: perdão foi feito pra pedir
Não canso de falar e repetir.

Porém devo dizer e isso ressalto
Que tenho dentro da alma cicatrizes
Que causam tão terrível sobressalto
Depois de tanto dias infelizes.
Viver amor em paz? Como eu queria
Nos braços de quem amo, de Maria...
Publicado em: 22/12/2007 08:12:57
Última alteração:22/10/2008 22:55:49




ONDE HOUVER FLORES, O PERFUME EXISTE;
ONDE HOUVER LUZ, EXISTE BRILHO E COR!
DO DESTERRO CRUEL, FUNÉRIO E TRISTE,
EMERGE O BELO, COMO NUM SOL-PÔR...

ONDE TUDO FENECE, SÓ RESISTE
O VELHO SONHO, QUE SE FEZ EM FLOR;
E TODO SOFRIMENTO SÓ PERSISTE
NO PEITO QUE SE FEZ MERECEDOR...

NO CHORO CONVULSIVO, SEMPRE VEJO,
COMO SE FRUTO FOSSE DO DESEJO,
UM MOMENTO FELIZ, LIVRE DE DOR;

E NOS MEUS ERROS, MESMO REPETIDOS,
NO ESPELHO DO DESTINO, REFLETIDOS,
VEJO O ROSTO SUBLIME DO SENHOR!

NESSES VERSOS QUE FIZ PROCURO VER
O BRILHO DO QUE FOMOS E SENTI.
DE TUDO QUE PENSEI PODER VIVER
SOMENTE O QUE SONHEI , E TE PERDI...

PERCEBO NOS TEUS OLHOS SEM QUERER
O MEDO QUE SINCERO ME ESQUECI,
O VENTO QUE TE TROUXE POSSO CRER
EM TOLOS SENTIMENTOS, LEDO, RI...

O GOSTO QUE PRESSINTO NO TEU BEIJO
ME FEZ DE TI REFÉM, DE TEU DESEJO.
REFEITO DESTES SONHOS QUERO O MUNDO.

VESTINDO MEUS SEGREDOS, SEM RECEIOS,
ENCONTRO NOS MEUS OLHOS,OS TEUS SEIOS.
MERGULHO SEM TEMER, E VOU PROFUNDO...

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures

Obs: Em nenhum dos dois sonetos foi utilizada a letra A
Publicado em: 16/01/2007 20:21:00
Última alteração:30/10/2008 07:59:19

Na mortal incerteza, que me agita
De ser ou não amado e desejado
Por quem tanto queria, mas não vejo
Singrando em outro mar. Abandonado

À sorte de quem ama e não percebe
Amor no olhar daquela que bem quer,
No corpo em delicada silhueta,
A perfeição em forma de mulher.

Quem sabe poderá chegar o dia
Que finalmente irei poder falar
Do amor que se fez luz e agora é meu
E vive no meu quarto a rebrilhar...
Publicado em: 22/09/2007 15:50:36
Última alteração:29/10/2008 15:12:31




Lua cigana
Olhos abertos
Noites esperneiam
Nas covas e nas camas.
Mergulho nas dunas
Iluminadas.
Comas e torpores,
Somas e velórios
Velando o sonho
Da moça
Aberta janela
Esperando
Cavaleiro da lua
Com a lança em riste
E o coração sedento...
Publicado em: 13/10/2007 13:37:23
Última alteração:29/10/2008 14:46:06



Avanço sobre pedras
Rolando entre espinheiros
E cadáveres espalhados.
Escaras e chagas adquiridas
Cicatrizes profundas...
Esbofeteio este espelho
Que, tenazmente, insiste em deformar meu rosto.
Como se fosse possível entranhá-lo
Apodrecidas partes de meu corpo
Vão se desfazendo expondo uma ossatura frágil
E acidentada.
Meus olhos arrancados passam a
Paradoxalmente, enxergar
Cores diversas em matizes incrivelmente
Belos.
Minhas mãos amputadas percebem
Texturas inimagináveis.
Sem as pernas, passo a flutuar
Numa sensação inaudita.
Sons outrora inaudíveis vão tomando toda a casa,
Aromas indescritíveis como se um jardim
De repente surgisse e invadisse todo o ar.
Ao perceber minha nudez completa,
Sinto que os meus medos, rancores e preconceitos
Foram decepados.
Depois de tanto tempo, escravizado,
Não encontro mais as algemas
Nem os grilhões.
Da carne apodrecida e arrancada
Surgem sementes.
Estranhamente passo a me confundir
Com o solo, como se fossemos uma só
Criatura.
Do podre de minha alma, arrancado,
Estropiado, esfacelado
Vejo brotar,
Finalmente, a liberdade...
Publicado em: 09/12/2007 11:33:17




Não quero decifrar-te! Sei, apenas,
Que pareces, do amor, desiludida;
Nem consegues, nas coisas mais pequenas,
Sentir toda a beleza que há na vida!

O amor não se limita a horas amenas,
Se traz, no coração, nova ferida...
Não é jardim de lírios e açucenas,
Nem é suprema dor, desconcebida!

Nem sempre me tortura ou dá prazer,
Nem sempre uma alegria ou vã tristeza.
Amor quando me invade p’ra valer
Decerto irei seguir a correnteza...

Amor que suaviza e que me doma,
Na doação completa, dita a sorte,
Metade com metade que se soma
Ficando nessa soma bem mais forte.

Amor que sempre sonho e que procuro
Nas horas de amargura, lenitivo,
Doença e meu remédio onde me curo,
De amor eu me sustento e sempre vivo...

Ele é talvez, um novo e ardente amigo
Que ao te livrar da dor e do perigo,
Não permite que caias na sarjeta!

É destino e conquista e é sentimento,
Que, na forma de dor e sofrimento,
É a larva que se torna borboleta!


Marcos Coutinho Loures e Marcos Loures
Publicado em: 29/12/2006 08:53:56



Em suas várias faces e formatos
Amor tanto maltrata quanto cura.
Guardando sentimentos e recatos
No amor que se recebe, ele perdura.
Eu sei: perdão foi feito pra pedir
Não canso de falar e repetir.

Porém devo dizer e isso ressalto
Que tenho dentro da alma cicatrizes
Que causam tão terrível sobressalto
Depois de tanto dias infelizes.
Viver amor em paz? Como eu queria
Nos braços de quem amo, de Maria...




Nas asas deste amor, a liberdade
De quem deseja muito ser feliz.
Querendo ter prazer que, na verdade,
É tudo o sonhei e peço bis.
Tomando já de assalto a noite inteira
A fonte dos desejos, feiticeira..

Bebendo cada pote do teu mel,
Adorno minha boca com a tua.
Vagando no teu corpo, teu corcel
Domando tua pele, clara e nua..
Vencido por vontades sem limites.
O amor que a gente faz não quer palpites.






Tanto tempo, tudo pode
Nada a prazo, tudo à vista,
Vou caindo no pagode,
Pois quem sabe eu vire artista?

Vou cantar só pra você
Um sambinha apaixonado,
Mas como é que vou fazer
Se eu quero é dançar xaxado?

O meu pai já me ensinou
Como arranjar namorada,
Será que ele capinou
Mamãe na ponta da enxada?

Roçando o teu coração
Encontrei um passarinho,
Cantando triste, o cancão,
No meu já fez o seu ninho.

Sabe lá quem me garante
Que você gosta de mim,
Amor é coisa inconstante,
Se diz não quer dizer sim!

Publicado em: 10/06/2007 06:18:35


Procuro em pensamento
Palavras que me tragam
As justificativas
De amores que se afagam

E morrem tão somente
Em dura solidão
Na cama, nos prazeres,
Depois restando o não.

Frescores que se foram,
Deixando um amargor
Palavras que trocadas,
Ferindo tramam dor.

A boca que beijei
E fez tanto carinho,
Vociferando agora
Seguindo outro caminho,

A nudez absoluta
Se mostra mais vestida,
A mão que esbofeteia
Já foi a mais querida...

Do gozo tão profundo
Vida compartilhada,
Somente este vazio,
Amor não sobrou nada?
Publicado em: 23/07/2007 13:40:30




Amor bicho sacana
Me engana, mas quer bis,
De novo maltratando
Fazendo-me feliz.
Pegando uma carona
Na estrela que não veio
Querendo da morena
Beijar a boca e o seio
Aloca-se vadio
No peito de quem sonha.
Depois amor te faz.
Morena morder fronha,
Rolar com travesseiro,
Xingar em cada gozo.
Amor é bicho insano
Safado e preguiçoso.
Do gosto da cachaça
Disfarça-se em Chanel,
No rabo do cometa
Nos leva para o céu.
Publicado em: 29/09/2007 13:53:07



Por esse tempo todo que passei,
Ao te rever, parece que foi ontem...
A mesma boca triste que fez lei,
Impede que as saudades se recontem...

A mão que tenebrosa, foi açoite,
O tempo que passamos, antes, juntos,
Refletem no espetáculo da noite...
Estávamos distantes, sem assuntos...

As minhas mãos, teimavam serem dela
Os olhos que mirei no camarote,
Ao fundo decorando triste tela,
Amor secando a fonte até que esgote...

O tempo irresponsável, fez cisão,
Uma parede atroz enfim se erguia...
O medo precipita a decisão,
No lago não concebe mais enguia...

Não posso desculpar-me, pois apenas
Uma saudade enorme, na porta entre...
Não vejo tempestades nem acenas,
Nos barcos que permitam que se adentre...

Desatam-se tão céleres os nós,
Não resta nem metade que fui eu.
Resume-se tristeza volta aos pós,
No fundo amor que mata, mereceu...

Nos medos que me deste e eu vivia,
O tempo amargurando nosso doce,
Não posso perceber maior valia,
Derrotas, acumulo... A noite trouxe...

Rever-te foi somente triste alento,
A noite da partida se confessa,
Saudades vão e voltam com o vento,
Os erros cometidos não dão pressa...

Amar demais passou a dar vertigem,
Um coração se agita nesta cela...
O medo conspurcando a falsa virgem,
O rosto transtornado da donzela...

Quem fora só metade quer o tanto,
Quem sabe da saudade, diz amor,
A noite espreitando nosso canto,
No resto desta história, desamor...

Não quero conceber que seja jogo,
O medo no teu rosto se revela...
Ardendo me derreto no seu fogo,
A noite se ilumina tua vela...

Nos olhos negros, luzes irradias,
Nos medos pardos, sangue que destilas,
Nos cantos alvos, cruzes que me guias,
Nos prados verdes, brilham-te, pupilas...

Tua partida deixa seus recados,
Destróis a vida, partes, tantos nacos..
Agora está valendo, rolam dados,
O que restará, junte aos meus cacos!
Publicado em: 30/09/2007 19:17:08




Botequim e tremoços, língua defumada...
Cerveja e amigos, noites afora...
As lembranças e os não sei.
As mentiras e as conquistas.
Vitórias e derrotas se misturam.
Verdades são jogadas ao vento.
Um pobre mendigo e um coração de boi,
Manjubinhas e sardinhas fritas.
Rosas e estrelas, noites e coiotes...
Motes e medalhas, mortalhas e meretrizes...
Botequim, Lapa, Rio, esquinas...
A música ao longe e tão perto.
O futuro incerto, o medo da noite.
O açoite e o pernoite.
Hotéis de terceira categoria.
Se ria mas não seria séria se não fosse.
Ofuscada noite, o Fusca e a moça.
A blusa aberta, os seios caídos.
Os ouvidos abertos, as balas e os carros.
Confusas noites, pernas e sexos...
O sol nascerá....
Publicado em: 02/10/2007 14:48:23


Atos
Retratos
Regatos
Recatos
Contratos
Refeitos
E ritos
Dispersos.
Dispensas
Repletas
Momentos
De glória
Amar
Feito um rio
Que escorre
Em montanhas
Formando outras
Sanhas
Se assanha pro mar
Na foz já se embrenha
Encontra esta senha
Que assanha o cabelo,
Que envolve e revela
Retratos de vida
Na ávida lida
Cumprida e comprida
Sentida, sortida,
Às vezes sofrida
Mas sempre querida
Do amor e paixão
Assaz ventania,
Feroz vendaval
A roupa tremula
Quarando em quintal.
Saltando
No espaço
Amor
Senda e laço.
Abraço
Moreno
Da moça
Que um dia,
Dizendo queria
Ser mais do que sonho.
Publicado em: 10/10/2007 20:59:37



Avassalador; sinto o sentimento
Mais nobre dos que tanto conheci,
Recebo dos teus braços, num momento,
O fogo deste amor que vem de ti.
Aplaca soberano tal tormento
No qual, por tantas vezes, me perdi.
É mais do que previra, mais que vejo,
Amor tão nobre assim, sempre desejo.

Viajo num segundo, ao meu passado,
Do nada que encontrara, tão somente
Tristezas caminhavam ao meu lado,
Jardim já se abortando sem semente.
Sentindo-me por ti, acarinhado,
A vida se refez bem mais contente.
Amor assim demais não se condene,
Só peço que isto seja então, perene...
Publicado em: 22/10/2007 20:03:16
Última alteração:29/10/2008 14:49:52



Amar o próximo
O exímio
O eximido
E o culpado
Amar o fardo
O fado
O dado
E o recebido
Qualquer que seja
Qual seja
Amar
Ama

Aromas
Emergindo
Surgindo
Sugando
Sugar
Sugarless
Express
Expressão
Amar o chão
A queda
O medo
E o enredo
Qual
Quer
Ou que não
Queira,
Amar ação
Amarração
Sem
Arma
Sem
Armação.
Apenas
Sem penas
Sem menos
Ao menos
Amenos
Menos
Menores
Maiores
Ardores
Atores
Ardores
Areia
Arrimos
Sem arreios
E freios
Somente
Semente
Se mente
Não amas
Desamas
E armas
As almas
Anseias
Serenas
Sirenas
Servis?
Já não serviriam
Ao verdadeiro amor...
Publicado em: 22/01/2010 19:42:57
Última alteração:14/03/2010 18:23:35



O Vermelho e o Amarelo
Durante minha estada pela cidade de E..., no interior de Minas, conheci uma figura extremamente interessante.
Filho de uma família daquelas que podemos chamar de tradicionais, herdeiro de uma das maiores fortunas em café e gado na região, tinha algumas características bastante marcantes.
A começar pelos cabelos, ralos e precocemente prateados, como se a lua nova quisesse se mostrar mais forte e adiantara um plenilúnio no mínimo interessante. De uma força física inversamente proporcional à sua capacidade intelectual era famoso pelas confusões que aprontara durante a juventude o que lhe dera, além da fama, algumas cicatrizes pelo corpo, principalmente na face.
Isso justificava seu apelido Touro. Pelo menos era o que ele pensava.
Dono de seus trinta e poucos anos Gilberto, esse era seu nome, tinha se casado com uma das mais belas e interessantes mulheres da região, Carminha que, não se sabe se por posição social ou por um destes injustificáveis arroubos da mocidade, resolvera se casar com o famoso brutamontes.
Aliás, isso é extremamente comum entre as adolescentes e as mais jovens.
Com a venda da imagem do príncipe poderoso em miosina e, na maioria das vezes, com baixa quantidade e má distribuição de mielina, são vendidos como o ideal de beleza a ser seguido e conquistado.
Se bem que, na fase inicial da puberdade temos uma quantidade enorme de figuras afeminadas ou, pelo menos, adamadas sendo imputadas às nossas pré-adolescentes como se fossem belas.
Realmente, a maioria destes musos são, fisicamente, mais parecidos com musas; talvez por que a sexualidade feminina a esta época ainda não esteja totalmente definida e a noção do belo ainda está ligada à recém saída infância com seus castelos, príncipes etc... Todos com certo aspecto de feminilidade que, muitas vezes, surpreendem.
Passada esta fase onde os ídolos de Maria do Carmo eram alguns grupelhos nacionais e estrangeiros que faziam algo que, ligeiramente, se assemelhava à música, ela começou a se interessar pelos estereótipos comuns à primeira fase da juventude, onde a noção de macho perfeito para a procriação se resume no aspecto físico já que, emotivamente, ainda não se firmou o discernimento necessário para se fazer uma escolha de melhor qualidade.
Sob essa visão, como posso dizer, trogloditiana da realidade, Carminha encontrou em Gilberto o par perfeito.
O tempo passando e ao ver que não poderia ter feito escolha melhor para os olhos e pior para o cérebro do que aquela, Carminha foi se irritando cada vez mais até que começou a ter crises “de nervo”; ou seja conversões histéricas, o velho furor uterino dos antigos psiquiatras.
Até que, sexualmente, Gilberto não era dos piores embora não sabia o que e muito menos para que servia o clitóris, coisa que, apesar de ter tentado algumas vezes indicar caminho e serventia, deixava Carminha cada vez mais insatisfeita e irritadiça.
Recomeçara a estudar e isso, aliado à eterna insatisfação sexual deram cada vez mais independência emocional e intelectual à bela senhorinha.
Para piorar a situação, o único filho do casal era a cópia fiel do pai, em todos os aspectos; um era difícil, agora dois era castigo e dos piores.
Algumas mulheres com a gravidez se tornam muito mais belas que antes, desabrocham completamente; e esse era o caso de Carminha que, a cada dia, se tornara mais bonita e mais ‘apetitosa”.
Dona de belos e volumosos seios com dois luzeiros amendoados que brilhavam à distância e com formas perfeitas, a cada dia Carminha se tornava mais desejada. O declínio físico do marido era evidente e, apesar da diferença mínima de idade, três ou quatro anos, esta diferença parecia muito maior, fruto das noites passadas entre jogatina e prostitutas em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, para desespero e ira de Maria do Carmo.
Com a morte do pai de Gilberto a propriedade e os bens da família vieram todos para ele, filho único, e para sua amada consorte que, com ou sem sorte se tornava cada vez mais agressiva.
Por acomodação, como pensava Gilberto, ou por acomodação em outros braços, o que traduzia a realidade, Carminha, da noite para o dia, começou a ficar mais tranqüila e serena.
As crises passaram a se tornar raras e, depois de certo tempo inexistentes.
A causa da cura da bela moça estava há menos de um quilometro do sitio e tinha um nome, Reginaldo.
Advogado cível recém formado e vindo de Belo Horizonte começou a dar assistência advocatícia a Gilberto a respeito de umas disputas territoriais com seu vizinho de cerca, Zé Traíra, conhecido pelas encrencas que criava e pelas qualidades que justificaram seu apelido.
Reginaldo, um jovem louro nem tão bonito quanto Gilberto nem os cantores dos tempos de pré-adolescente, muito pelo contrário, tinha as características que a jovem senhora passara a buscar em um homem.
A mansidão na fala e o sorriso meio carente conquistaram a moça mas, o que definitivamente desarmou-a foi o fato de que, apesar do jeito manso e carente, o rapaz demonstrava-se protetor e muito carinhoso.
Ah! E sabia a serventia do clitóris.


-Bom dia, meu amor!
O sol acabara de trazer vida a casa e, com ele, um sorridente Gilberto tinha acordado e tentava acordar a esposa.
Coitada, as aulas da faculdade iam até tarde e depois havia as reuniões com os tais de grupo de estudos.
Como era época de provas Carminha estava chegando muito tarde, ontem então, passava das duas da madrugada, pensou Gilberto.
Aliás como o estudo estava fazendo bem! Tinha parado de tomar o antidepressivo e dormia calmamente agora. Crise? Nem pensar!
Carminha, entretanto, entre cansada e satisfeita ainda tentava dormir um pouco, se virou de lado e demonstrando ares de cansaço pediu ao marido para que este a deixasse descansar mais.
Embalde!
Gilberto acordara com a corda toda e queria levar Carminha até a cidade para fazerem as compras semanais.
Como ela não tinha mais tempo, era ele que passara a organizar as compras e sabia que o açúcar e o arroz estavam no final.
-Acorda meu amor!
-Ah Gilberto, me deixe descansar um pouco mais, por favor; ontem a gente ficou até tarde estudando para a prova.
-Depois que a gente voltar você dorme de novo, amorzinho...
Esse “amorzinho” era extremamente irritante, fazia-a lembrar das velhas desculpas que o marido tentava arrumar quando chegava de madrugada das casas de prostituição e dos cassinos clandestinos.
Até hoje quando isso não faria a menor importância, a simples referência ao “amorzinho” causava em Carminha certo mal estar.
Mas,fingindo que não incomodava-se com isso e vencida pela insistência do chato do marido, resolveu levantar mas somente depois de um belo “Vá à merda!” soltado com uma exemplar indignação.

Ir às compras era certa força de expressão, já que o que motivava Gilberto na realidade era uma vontade de agradar à esposa passeando até a cidade coisa que, no começo do relacionamento agradava-a, já que a vida de confinamento na roça parecia-lhe extremamente dolorosa.

Pela enésima vez iriam ao mesmo mercadinho que pertencia a um tio de Gilberto, comprar as mesmas coisas, o velho chocolate que Carminha, nos últimos tempos não exigia tanto; o mesmo açúcar, o sal, o arroz e só; já que o resto era produzido no próprio sitio.


- Tudo bem dona Carminha? E o senhor, “seu” Gilberto, como vai?
Encontrar Reginaldo logo cedo não fazia parte dos planos de Carminha e, como fora pega de surpresa, sem maquiagem e dormira pouco, tentou se esconder, em vão.
Empolgado com o que estava acontecendo e com a oportunidade de colocar aspas no famoso Touro, agora literalmente, Reginaldo estava a todo vapor.
Mas Carminha tinha aquele mau humor matinal comum às mulheres mais irritadiças que muitas vezes vem acompanhado da maldita enxaqueca. Como estava abusando do vinho tinto nos últimos tempos, as crises matinais se sucediam e aquele dia prometia mais uma delas.
Às expensas disto, Carminha não respondeu com a esperada gentileza ao cumprimento do amante.
Este, na certeza de que isso não passava de um subterfúgio para afastar as suspeitas do marido traído não se deu por isso e seguiu o seu caminho, sorridente e cantarolando...

Obviamente Gilberto admoestou a esposa, já que os seus negócios estavam sendo administrados pelo gentil advogado.
- Meu amorzinho- de novo! – você tem que ser mais bem educada, quê que o doutor vai pensar?
- Que se dane você e o doutor! Respondeu a mal humorada Carminha.

Com aquela intimidade que somente a cidade pequena e o parentesco proporcionam, o dono do mercado neste momento resolveu interferir no assunto.

- Por falar em doutor, esse aí tá me saindo melhor do que a encomenda!
- Quê que você está dizendo tio Julio?
- Pois é, não é que esse doutorzinho mal chegou e está de caso com uma mulher casada?

Carminha gelou tudo o que tinha direito e mais ainda. Ficou pálida e começou a querer desmaiar tendo que se apoiar no balcão.
Ao perceber a palidez da mulher enxaquecosa, Gilberto associou o mal estar à noite cansativa e o excesso de atividade da querida esposa e logo acorreu, buscando uma cadeira para que a mesma sentasse.
Depois disso, o tio Julio continuou a falar.
- Como eu estava dizendo, estou sabendo que esse camarada está de caso com uma das mais conceituadas mulheres da cidade.

A curiosidade é uma das maiores características do ser humano. Normalmente os machistas atribuem a ela um aspecto feminino mas isso é puro preconceito, ela é generalizada.

Há esse meio tempo Maria do Carmo aflitíssima olhava de rabo de olho para o tio Julio que sem pestanejar respondeu:

-Pelo que eu sei é carm..

Engraçado como em menos de um segundo algumas coisas podem parecer de uma eternidade ímpar, e este era o caso...

Maria do Carmo estava quase desmaiando, certa de que o Touro iria demonstrar ali mesmo o motivo da fama de estouvado e violento que carregara desde a juventude quando ouviu o final da frase;
-...em, filha da dona Maria , aquela que é casada com o Luis Caixeiro...

De repente, de pálida que estava Carminha ficou vermelha, mas quase roxa com um sentimento de ira absurda e de alívio incontrolável.


A partir daquele dia, as crises recomeçaram e Gilberto começou a desacreditar das orações e benzeções que dona Zulmira, mãe de Reginaldo tinha feito para a cura de Carminha...
Publicado em: 27/11/2006 22:24:01
Última alteração:30/10/2008 19:16:26


ENTRE OS MESTRES

Nem o maior astrólogo ou vidente
poderá prever, jamais, o teu futuro.
Mas posso te dizer, garanto e juro,
que teu verso nunca mais será ausente!

Se deixas de escrever eu te esconjuro,
pois fazes parte, já, do meu repente
e um soneto teu pra mim é um presente
que entra no meu peito como ar puro!

Teus versos não serão tal qual poeira
que se espalha pelo céu além do nada;
viajarão contigo numa iluminada esteira

pelos Cosmos, pelos doces universos
e tantos Mestres starão na tua estrada
brincando, num repente, com teus versos!...

Golberi Chaplin

O verso que ora busco, intuitivo,
É quase que um repente e nada mais.
Meu canto sendo assim tão primitivo
Adentra qual um pássaro os umbrais,

Bebendo desta fonte sobrevivo
E encontro tanto encanto que entornais
Pois vós sois quem mantém o fogo vivo,
Belos poemas sempre magistrais.

Querido companheiro, num ponteio
Viola que tocais com maestria
Trazendo ao coração tanta alegria

Tornando mais suave cada anseio
Eu tenho a sorte imensa de poder
Poeta-mor dos pampas; conhecer...
Publicado em: 05/01/2009 22:52:47
Última alteração:06/03/2009 12:30:05



O VINHO DO PRAZER

No vinho deste corpo me embriago,
E bebo em cada gota meu destino.
Deitando no teu colo, quero afago
E morto de cansaço, desatino...

Eu quero em ti sorver cada minuto
No cálice mais fino e predileto,
Neste desejo insano, manso e bruto,
Em tua boca vou e me completo.

E tendo em minha boca o teu repouso
Te adoço nas colinas do meu trago,
E nesse grito insano, encontro,
Teu corpo no delírio extasiado.


Preciso deste vinho que vicias
A minha boca seca e prazerosa,
E nela podes ter a alquimia
Queimando de delírio, maliciosa.

Marcos Loures
Ledalge
Publicado em: 17/02/2007 12:00:47
Última alteração:06/11/2008 12:07:57


O VÍRUS DE BRUÇO

Na M. de minha infância havia um fotógrafo de algum talento ligado aos movimentos sociais e ao pensamento revolucionário, sendo chamado por muitos até de comunista ( coisa muito comum na década de 70 ) o que sob a visão conservadora da elite sócio econômica da pequena cidade era muito pior do que certo tipo de ofensa como filho da pauta, cão sarnento entre outras.
Pois bem Armando Jabá ( era este o nome do nosso fotógrafo), depois de certo tempo legado ao ostracismo como “artista” como o mesmo se auto-denominava começou a ter idéias brilhantes.

Já que as elites conservadoras da pequena M. formadas principalmente pelas irmãs de caridade, burgueses de todos os matizes, filhos da falida oligarquia rural, entre outros, tinham um jornal – O Planeta; o mesmo resolveu começar a escrever artigos e comentários políticos para o jornal.

No começo, Armando Jabá até que escrevia com certa cautela e aparente bom senso; mas como rareavam cada vez mais os trabalhos como fotógrafo e a situação econômica do pobre “ artista” estava lastimosa, o nível de agressão aos seus ex-colegas dos movimentos sociais passou a piorar, até chegar à total insanidade.

Pois bem, um médico da cidade, antigo conhecido de Armando Jabá ao reencontrá-lo nesta situação e tentando justificar o ocorrido desenvolveu a seguinte tese:

A situação clínica do paciente levava a crer que o mesmo fora mordido por um inseto raro na região: o Melancius cervicis que é o vetor de um vírus: o vírus de bruçus que faz com que a vítima passe a agir agressivamente, principalmente contra as pessoas com as quais ela convive.

A partir disso, o nosso amigo Armando Jabá passou a agir violentamente contra todos aqueles que conviviam com ele.

E, para proveito da elite conservadora de M. o pitbul de plantão agride a todo momento os seus antigos companheiros.

Agora, o que diz contra a teoria do doutor Marcos Mannarino é o fato do fotógrafo apesar de não ter tirado mais sequer uma fotografia nos últimos anos, continua cada vez mais enriquecendo.

Se a hipótese do pobre doutor estivesse certa, teríamos uma multidão de ex- “artistas” fazendo fila para serem picados pelo pobre inseto...
Publicado em: 01/08/2007 14:02:10
Última alteração:29/10/2008 17:19:09


Gira coração,
Carrosséis redemoinhos,
Tempestades e clareiras.
Na estante dos meus olhos
Carnificinas
Oficinas
Fábricas
E lavouras
Campos devastados.
Olhos desesperançados
Do Norte a mão soberba
Imperial.
Poluindo as estrelas
Negando a aurora.
Espectros caminhando
Entre os canaviais.
Gira coração,
Cigano coração,
Se engana coração
Coragem?
Descorados olhos
Anêmicos sonhos
Tempestades, vendavais.
A bala guerrilheira
Da enorme cordilheira
O vôo do condor...
Publicado em: 15/03/2008 16:31:10
Última alteração:22/10/2008 14:35:46



O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.
Saint-Exupèry

Amor se verdadeiro fortalece
É fonte inesgotável de prazer,
Nas lavras deste amor que se oferece
Permite mais amores recolher,
Amor frutificando sempre cresce
E faz uma alegria renascer.
Amor não se desgasta, eis a verdade,
É dele que se faz felicidade...
Publicado em: 09/11/2007 19:57:15
Última alteração:26/10/2008 21:35:36



Não quero que tu penses em meus versos
Apenas como fossem mensageiros
Deste Cupido há tempos destroçado.
É necessária toda a fantasia
Decerto eu acredito em algum sonho.
Mas sei destas mentiras espalhadas
Que virarão verdades mais solenes;
Os corpos são vendidos numa esquina
Amor é o comércio mais antigo.
Os pobres transformados em carneiros
Matando a fome eterna dos leões
Que dormem nos Congressos, nas Igrejas
E fazem deles suas refeições.
Assim como não posso imaginar
Um homem que acusado de pedófilo,
Pagando uma fortuna em extorsões,
No mínimo este dinheiro foi roubado.
Não quero e nem consigo compreender
Apenas retratando nos meus versos
O quanto posso ver da realidade.
Nos dias tão modernos, digitais,
Vendidos como carnes, animais,
Os pobres do planeta pagam caro.
O tempo vai mudando de estação,
Inverno se transforma no verão,
E as fábricas produzem seus brinquedos
Seus jatos, automóveis e folguedos
Com o sangue dos pobres desgraçados.
Vingança de um deus bom e verdadeiro
Que adora os puxa-sacos de plantão,
Trazendo para alguns tanto dinheiro
E o resto se vendendo num leilão...
Falar do amor, decerto é meu destino,
Gritar que eu amo a quem já saiba amar.
Roçando na morena sexo e gozo,
Também sem isso, amada, o que fazer?
Não quero que tu penses que eu desisto,
Um trovador boçal, inda resisto
E luto nas trincheiras que conheço.
Perdoe estas palavras, são sinceras,
Não quero te negar as primaveras
Apenas vomitando sobre as feras,
Aprendo o verdadeiro e sacro amor...
Publicado em: 24/06/2008 14:35:41
Última alteração:19/10/2008 21:27:18


Minha filha,
tua trilha e teus passos
soam como esperança,
para quem, na dança da vida,
aflito perdeu o rumo,
muitas vezes sozinho,
outras pelo caminho,
muitas passarinho...
Minha mão
alcançando a criança
que ficou no passado,
me deixa o gosto amargo
do chimarrão da saudade.

Do vinho amargo do tempo,
esquecido na adega da alma.
Mas tentei,
na minha manhã,
lutar pelo teu brilho,
nada consegui;
a liberdade distante,
a cada instante
a menina não poderia,
não saberia
e no domingo da vida,
a semana nunca chegava.

Eu te amava tanto,
no pranto esquecido
pelas curvas da existência,
pedi clemência,
perdi paciência
e naufraguei minhas lágrimas
no baú de tantas espreitas,
pelo rancho fundo das esperanças.

Renasci no universo,
em meus versos
e nos teus encantos.
Mas meu pranto foi precoce,
a ausência remove
o que fora luz.

A terra escurecida,
a rádio ecoando
um canto triste
que ouviu do peito do poeta.
A seta que aponta
o prumo e o norte,
afogada pelos laços
das estranhas entranhas
de um futuro sem lastro,
vazio, ao acaso, puro ocaso,
fazendo caso de tantos erros,
quantos berros ,
aterros e fraudes.

Minha sorte escrava,
na lava que encrava
e perversa a clava
de tantas lutas em vão.

No colchão de pregos
dos sonhos,
meus medonhos
e vagos lagos
de ardentes lavas,
onde lavo
os meus pecados.

Perdoe o canto de quem,
entre tantos e tantos
foi tão pouco.
Tampouco podia ser.

A mão calejada
abraça teu corpo.
No copo da partilha,
meu gole foi pouco,
se tive.

A enxada restando quieta,
calada,
me traduz a insuficiência,
na doença que nos devora.

Agora e sempre,
desde os primeiros dias,
as mãos vazias
traduzem a colheita.

Nas filas intermináveis,
nas chagas aumentadas
a cada não.

Na sede desse sertão
real e imaginário,
Calvário e martírio.

Mártir,
não quero nem almejo,
quero o benfazejo
beijo da brisa da igualdade;
entre campos e cidades,
entre travessas e favelas,
barracos e mansões,
corações de marés de dignidade,
essa tal felicidade.

Minha filha perdoe o pai e o país,
ser feliz é só promessa.

A hora sempre foi essa,
nunca poderia ser outro dia,
adiada eternamente.

O éter na mente
inebriando e impedindo
a realidade atroz
como algoz e carrasco.
No asco que produzem
minhas vestes,
meu cheiro e minha boca;
bem sei que nunca perdoados.

Os retalhos
doados pela caridade
coagulados no peito,
sem jeito e sem forma.

A forma onde fomos feitos
imperfeitos e disformes,
nos informes dos jornais
somos quase nada mais
que animais;
quando tanto,
somos cifras sem cifrões.

Vida sem enganos
e sem esperas,
transfiguradas nos teus olhos,
sem brilho,
minha amada.
Que bom que se pudesses
ser filha
da partilha da partida,
estrelar.

Mas, não posso
nem quero consolo,
quero ação.

Coração sob a couraça,
o cheiro da cachaça inebriando,
o dia raiando,
o povo chegando
para um adeus,
sem ar de Deus,
mas fazer o quê?

No sertão de cidadania
que invadiu esse nosso canto,
todos os cantos,
alimentado
pelo sangue dos desgraçados,
pelos abandonados,
como eu
e como o corpo inerte e sem vida,
tão ávido pela vida
como qualquer um.

Primeira filha
de um berrante que “vingou”,
no meio de tantos que se foram,
da mesma forma.

A manhã renasce
e com ela a sina,
de trabalho e de suor,
que o patrão
nunca pode esperar
o mundo roda
e a roda da sorte nunca,
nem na morte
pára de girar,
estou tonto, a cabeça gira,
a dor aspira e expulsa.

A repulsa pela sorte,
pela morte, pela solidão,
num canto vão, esquecida.
A manhã surgida,
a menina enterrada,
a enxada, a estrada e o renascer.

Renascer da morte a cada dia,
da morte da esperança,
na dança cruel da verdade.

Meu Pai perdoe esse lamento,
bem sei que agüento
como meu pai suportou.

A sina se repete,
a cada nascente,
a cada poente,
tudo me remete
à verdadeira lição do Cristo que,
com carinho,
multiplicou
e dividiu o pão.

Pena que ninguém entenda,
por mais que o Padre fale,
por mais que o Pastor recomende,
não há quem se emende
e passe a perceber.
Que o verdadeiro amor
permite a divisão.
Concebe a humanidade
numa unidade,
com humildade quem sabe,
na humana idade de amanhã,
isso possa ser realidade,
a real idade
da digna idade,
da DIGNIDADE!
Publicado em: 19/09/2008 17:58:57
Última alteração:02/10/2008 20:28:32



O vento levanta a saia,
Da morena descuidada,
Até a lua desmaia
Vendo a xaninha rapada...
Publicado em: 02/03/2008 18:22:27
Última alteração:22/10/2008 13:59:09


Na Capetinga, terra natal do Nérso, um fato chamou a atenção de todos e, em nome da verdade, passo a contá-lo aqui, do jeitinho que me contaram, há muitos anos...

Um fazendeiro, já idoso, tinha o hábito de caçar e , por um destes acasos, certo dia, matou uma fêmea de veado que, infelizmente, estava ainda amamentando um veadinho, frágil e arredio.

Ao ver o dano que havia causado ao filhote, seu Anastácio- este o nome do fazendeiro – resolveu adotar o mesmo e passou a criá-lo, com grande amor.

Com o passar do tempo, seu Anastácio descobriu que o veadinho era muito mais inteligente que os cães de caça da fazenda.

Assim sendo, resolveu ele “testá-lo” numa caçada ás onças que surgiam, de vez em quando, na sua fazenda.

Na primeira caçada, o homem teve uma enorme surpresa quando o veadinho entrou na toca de uma onça e, segundo depois, saiu correndo com uma onça pintada em seus calcanhares.

Inteligentemente, o veadinho corria em círculos e, ao notar que o seu Anastácio engatilhava a espingarda, o bichinho parou, fazendo com que a onça também parasse, preparando o bote, tempo necessário para que o fazendeiro acertasse uma bala, na cabeça do grande felino.

A partir daí, quando alguém quisesse caçar onças, ia lá, pedir emprestado o veadinho que, segundo se sabe, ficou conhecido como o primeiro veado caçador de onças, das Minas Gerais...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 12/04/2007 20:01:15
Última alteração:29/10/2008 17:42:51


Seu doutor, peço desculpa
Pelo crime cometido
Eu não sei qual foi a culpa
Eu só sei que estou fudido.

Fui namorar a donzela
Que sonhei a vida inteira,
To ficando matusquela,
E a rosinha é flor que cheira.

Fui casado, no passado,
Tive filho e tenho neto,
Trabalhando com cuidado,
Eu não sou nenhum inseto.

Sou cabra trabalhador,
Sempre fui sujeito honesto,
Um caboclo de valor,
Mas agora, eu sei, não presto.

A mulher com quem casei,
Já morreu faz muito tempo,
Eu não sabia da lei,
Me perdoe o contratempo.

A Maria é moça bela,
Com certeza bem prendada,
Tanto carinho revela,
Nunca foi moça safada.

Eu conheço de menina,
Eu garanto pro senhor,
Este amor é minha sina,
Eu não sou um pecador.

A mãe dela me conhece,
O seu pai é meu amigo,
Tanto amor nos apetece,
Não represento um perigo.

Para a tal sociedade,
Como diz vossa excelência,
Vou pedindo caridade,
Ao senhor peço clemência.

Eu prometo o casamento,
Na verdade é o que mais quero,
Meu amor não é nojento,
É pra vida inteira, espero.

Meu amor pela Maria
É por Deus abençoado,
Nunca foi pedofilia,
Não pensei que era pecado.

Sou José, um carpinteiro,
Pobre, mas trabalhador,
O amor se verdadeiro,
Deve ter o seu valor.

Ela tem catorze, eu sei,
Mas porém é moça feita,
E eu não sabia da lei,
Que este amor, condena e enjeita.
Publicado em: 20/11/2008 09:09:27
Última alteração:06/03/2009 18:51:44




O vento da amizade, eu sei, é forte
E deixa que se sinta, assim, prevendo
Um novo amanhecer em novo norte
E toda uma emoção já vai contendo,
Mudando num momento a nossa sorte,
Distante de um caminho outrora horrendo
Em meio à solidão, dor mais extrema
Transforma em poesia um duro lema.

Sentindo a doce brisa prometida,
Em santa calmaria, uma amizade,
Não dando ao sofrimento uma guarida,
Permite que se tenha claridade,
Estrada solitária é tão comprida,
Caminho solidário é liberdade.
As forças que somadas, abrem frestas,
Permitem no final; sinceras festas.

Meu verso enaltecendo o ser amigo,
Fomenta uma emoção que não tem fim.
Na proteção divina, este perigo
Afasta e vai distante já de mim,
Um homem que procura por abrigo,
Encontra na amizade o bom jardim,
Canteiro de esperanças bem plantado,
Caminho com destreza iluminado...

Sinto o teu apoio a cada passo,
Não temo mais as curvas desta estrada,
Andança prometida agora eu faço,
Com força sem temer mais quase nada,
A voz soltando livre pelo espaço,
A noite a me levar, vai estrelada,
Numa amizade vejo a luz da lua,
E o passo rumo ao norte continua.

Estrelas esparramas, minha amiga,
Os rastros que tu deixas pelas ruas,
Permitem que nas trevas eu consiga,
Saber onde em verdade continuas,
Teu colo, uma ternura que me abriga,
Demonstra aonde em sonhos continuas
Brilhando em cada passo, bendizendo
Caminho onde persisto percorrendo...
Publicado em: 20/10/2007 21:05:01
Última alteração:30/10/2008 11:42:10



Em sendas pelas dores povoadas,
Tristezas entre mágoas dividiam
As noites e também as madrugadas
Daqueles que entre lágrimas se viam,
As alegrias mortas, sepultadas,
Apenas do vazio se serviam.
Porém ao vento forte da amizade
Um dia amanheceu felicidade...
Publicado em: 29/11/2007 15:23:47
Última alteração:24/10/2008 15:17:57


O vento da lembrança
Tocando a minha pele
Ao tanto me compele
Enquanto já me alcança
E traz a temperança
Aonde ora se sele
O farto onde se atrele
Além desta mudança
Fiando a cada passo
O quanto em ti me traço
E risco o meu passado,
O vento de uma vida
Há tanto já perdida,
Agora em bom legado.
Publicado em: 06/07/2010 19:11:59


Um canto demorado, repetido.
Nenhuma solidão ronda por perto.
Areia em tempestades no deserto,
O manto da saudade, corrompido...
Não se ouve nem sequer um só ruído,
O vento em seu monólogo comprido,
Trazendo a sensação: dever cumprido.
O mundo dorme em paz, bem repartido...

Distantes os oásis, leda a vida...
Minha alma desprendida, a cordilheira
Espera calmamente que decida
Caminho que percorra, leve e inteira...
O vento no deserto, minha cama...
De longe a cordilheira... No Atacama...

Porém neste desértico cenário,
Eu sinto um vento incrível de mudança.
Ao mesmo tempo sei que temerário,
Por outro lado, pleno de esperança.
Não tem uma atitude, assim, qualquer,
Nem tem uma expressão de quem receia,
No rosto mavioso da mulher,
A tempestade enfim, sem ter areia!
Publicado em: 21/02/2007 23:12:45
Última alteração:30/10/2008 16:35:30



Amor em amor consome
E alimenta todo dia.
Não divida, mas sim some
Resultado: uma alegria!

Amor faz do sentimento
Alimento pra viver
Mesmo quando faz doer
Espalha-se pelo vento.
E venta tanta saudade
E também felicidade.
Venta também o tormento
Ventando pela cidade...
E Não pára um só momento
Ventando no velho e moço,
Fazendo tanto alvoroço,
Venta em mulher e criança,
De vento até no pescoço
De vento, enchendo essa pança,
É tanto vento que dança
Em plena praça e na rua,
Esse vento continua
Nunca pára de ventar
Nesse vento me afogar,
Jamais me sai da lembrança
É vento de uma esperança!
Publicado em: 03/12/2006 14:20:21
Última alteração:30/10/2008 18:24:01


O bom amigo sempre escuta a gente

Nas horas mais difíceis nos apóia,

Uma amizade intensa é como jóia

No amor bem lapidada e faz contente


Aquele que recebe e o que nos dá,

Na troca de emoções densa e profunda

Aos dois que se compartilham sempre inunda

E tal felicidade brilhará.


Amigo se cultiva a cada dia,

Porém é tão difícil se encontrar.

É raridade imensa a se buscar

Mas vale a pena e traz tanta alegria.


Porém se não achares tal pendor,

Não fiques desolado, meu amigo,

O maior deles sempre está contigo,

Guardado no teu peito, em pleno AMOR.. .


Publicado em: 01/03/2007 08:30:20
Última alteração:30/10/2008 16:56:32


Não caminho sem medo pela estrada
Pois percebo que trazes meu futuro
Sem dúvida parece bem mais duro
E não impede as dores da chegada.

Vencido pelos medos e bravatas
Alcanço meu destino em cada porto
A saudade trazendo semi morto
Só me deixa as derivas das fragatas.

Mentiste mas por isso sempre adoro
A cor que não consigo desfrutar
E canto sem ao menos esperar
Pois sei que ao fim da tarde não demoro.

Não luto sem temer a valentia
Que trazes escondida no bornal
Aurora que não seja boreal
Esconde a mansidão do novo dia.

Voltando deste espaço que não tive
Respeito essas mortalhas que fizeste
O vento me levando a sudoeste
Em versos que não fiz ainda vive.

Na glória de lutar tudo consiste
O medo, a valentia e a coragem
O tempo não permite a nova aragem
Eu não posso ficar deveras triste

Nas luzes que prometem alvorada
Espero pela curva que não veio
A mão vai passeando no teu seio
Depois de toda noite resta nada.

Agora que disperso meus sentidos
E sinto desta noite seu bafejo
De tudo nesta vida o que desejo
Resume meus amores nos olvidos.

Mas não te permito este descaso
Nem vejo teu amor por solução
Se queres é melhor dizer-me não
Do que me condenar ao triste ocaso.

Versejo sem ter medo de teu canto
Pois sei que no final esquecerás
De tudo que puder serei teu ás
E sempre servirei ao teu encanto.

Destarte de desejo todo dia
Um gozo que jamais receberás
Agora se não temes temerás
O medo de portar a fantasia

Desculpe se te trago minhas dores,
São formas de mostrar que tanto quero
Na soma do que temos desespero
Do que resta se formam os amores.

Vencido por procelas e tempestas
Me resta meu delírio e fantasia
Não deixe de tentar raiar o dia
Depois de tanto gozo e tanta festa...

Por certo não te esqueço nem desejo
És feita do meu sal e do meu sangue
Amor quando se exprime morre exangue
Depois desta delícia que é teu beijo.

Mas amo e com certeza não dispenso
O gosto de teu mel em minha boca
A lua que te trouxe morre louca
Em motes que traduzem o que penso.

Vencido sem ter forças nem coragem
Prometo pelo menos muita luta
A noite que te trouxe já te enluta
Apenas mal começa essa viagem.

Adeus não mais permite quem te clama
Certezas que encontrei em teu suspiro
Amor quanto mais queixo mais transpiro
E deixa que eu não arda nesta chama

Assim se te mordi e não gostaste
Veremos qual o fim deste poema
No fundo não viver virou o lema
E tudo que me trazes não ganhaste.

Vencido pela ausência deste amor
Espero que não digas que me queres
O mundo que me fere teus halteres
Serão os vasos negros do pavor!
Publicado em: 26/11/2006 21:08:18
Última alteração:31/10/2008 01:41:39



Quem sabe esta amizade me diria
Das horas que decerto não sabiam
Olhares de quem ama e não confia,
Distâncias gigantescas já traziam,
Na pérfida ilusão que parecia
Que nunca, novamente raiariam,
Mas nasce em luz mais branda um novo dia,
Esperança que se mostra benfazeja
A quem perfeito encanto assim deseja.

Meu sonho de amizade é feito em glória,
Sem medos que nos possam maltratar,
Mudando num momento nossa história,
Alçando a liberdade de um luar.
Quem dera se eu pudesse ter vanglória
De toda esta alegria desfraldar.
Assim, talvez não venha a dor profana,
Que mata e muitas vezes desengana.

Nos passos de meu sonho, minha amiga,
O laço mais estreito que nos une.
Que a sorte benfazeja nos bendiga,
Senão a morte vem e cedo pune
Aquele em quem a paz já não se abriga,
Embora tantas vezes creia imune
Aberto o peito, a vida não se cansa
De ter numa amizade esta esperança.

Receba, cada verso que eu te faço
Com coração aberto, pois garanto
Que sempre que eu puder estreito o laço
E seco toda a dor, enxugo o pranto,
Pois pode enfim contar com o meu braço,
E em toda a mansidão de cada canto
Sem medo do que venha acontecer,
Trazendo em segurança o alvorecer.

Amiga, não se esqueça um só momento
De todo amor que uniu nossos caminhos,
Buscando uma alegria, vou sedento,
Bebendo da amizade doces vinhos,
Poeira no meu peito toma assento,
Ternura emoldurando nossos ninhos,
Valores que amizade nunca nega,
Em mares tão fantásticos, navega...
Publicado em: 20/10/2007 16:23:23
Última alteração:26/10/2008 19:36:33




Uma amizade mostra no respeito
A quem tão fielmente, a gente estima,
Não trai o sentimento em nosso peito,
E pela lealdade já se prima,
Quem tem uma amizade, satisfeito
Encontra noutro ser o mesmo clima.
Não deixe que se escape num momento,
Beleza sem igual em manso vento.

Às vezes debruçamos os olhares
Em outra cercania menos nobre
Fazemos de outras plagas os altares
Aonde estupidez, decerto cobre;
Errôneos os destinos, e ao vagares
Por ermos sem sentidos, a alma pobre
Não deixa que tu vejas num realce
A dura solidão em outra face.

Permita que eu prossiga esta jornada
Numa procura insana pela luz,
Na maga sensação já demonstrada
No encanto que se mostra e reproduz
O rosto de quem ama e não quer nada,
Dourada sensação que à paz conduz.
Fazendo de meu verso um instrumento
Que possa te tocar o pensamento.

Seguindo passo a passo os rastros vejo
Depois da treva imensa, a claridade;
Nos braços mais benditos eu prevejo,
Bonança no lugar da tempestade.
Um mundo mais feliz; assim almejo
Refeito no perdão e na amizade.
Foi isso que ensinou o Pai Eterno,
Com todo amor sincero, manso e terno...
Publicado em: 21/10/2007 21:29:25
Última alteração:26/10/2008 19:34:15


Tocado pelo medo quase insano
De quem há muito tempo se perdeu,
A vida nos causando corte e dano,
Em pranto tão cruel se converteu.
Porém o braço firme e soberano
De quem em amizade se moveu,
Mostrando toda a força num momento,
Acalma a feroz fúria e cessa o vento...
Publicado em: 27/10/2007 15:38:59
Última alteração:24/10/2008 14:50:03


Quem teve uma esperança em mocidade,
E aos poucos cada sonho destruído
Vagando pelos astros, na verdade,
Encontra-se deveras, mais perdido,
Percebe no calor de uma amizade,
O gosto de viver já renascido.
Amiga meu futuro em tuas mãos,
Dois corações uníssonos, irmãos...
Publicado em: 31/10/2007 20:57:41
Última alteração:24/10/2008 14:49:20


O coração gentil já se arremessa,
Tramando uma amizade em branca espuma,
Caminhos tão terríveis; atravessa,
Clareia o céu e espanta toda a bruma.
Meu verso assim procura e se confessa
Mostrando uma alegria em força suma.
Dourando com estrelas tais estradas,
Palavras benfazejas dedicadas...
Publicado em: 01/11/2007 22:06:43
Última alteração:24/10/2008 14:49:05


Nossa amizade, eu trago do passado
E nela o coração encontra a lenha
Que acende o meu futuro demarcado
Nos sonhos mais possíveis. Sabe a senha
Protege contra o mar desventurado
Na força da amizade sempre venha
O sonho que percebo se mostrasse
Em toda plenitude, sem disfarce...
Publicado em: 09/11/2007 18:30:05
Última alteração:24/10/2008 15:02:52



Caminho por estrada soberana
Que leva num momento ao belo fado,
Nem mesmo uma tristeza desengana
Quem tem seu passo firme e demarcado
E sabe do poder que já se emana
De quem caminha sempre lado a lado.
De uma amizade, eu sei o seu valor,
Ajuda-nos vencer tristeza e dor...
Publicado em: 10/11/2007 08:50:35
Última alteração:24/10/2008 15:03:58


O sol que em madrugada se escondia
Ressurge, da esperança um mensageiro,
Trazendo para todos; novo dia,
Um remédio, decerto alvissareiro,
Assim como a amizade em alegria
É feita num calor mais verdadeiro,
Os dias que meus olhos já buscavam,
Amizade solar proporcionavam..
Publicado em: 10/11/2007 11:12:02
Última alteração:24/10/2008 15:04:15



Nas horas mais difíceis, pois extremas
Externas teus carinho sem fastio.
Palavras que se mostram mais supremas
Permitem que não haja este vazio
De toda uma alegria, vera gema,
Enaltecendo um sonho outrora frio.
Agora nos estios da amizade
Encontro o meu caminho em liberdade...
Publicado em: 14/11/2007 19:26:17
Última alteração:26/10/2008 19:26:20



Nas vezes em que a seca em rebeldia
Teimava em nos queimar num fogo brando,
Teus olhos ao verterem poesia
Aos poucos iam sempre me acalmando.
A chuva da bonança então caia
E o dia com mais ia passando.
No quanto minha amiga tu fizeste
A vida se mostrava em paz, celeste...
Publicado em: 16/11/2007 13:37:59
Última alteração:24/10/2008 15:13:47



Depois das dores tantas do passado,
Vazio que em meu peito se entornava,
Encontro este caminho iluminado
Livrando o coração da dura trava,
Alçando um paraíso imaginado,
Minha esperança em glória transformava
Mostrando este valor e qualidade
Encontrados somente na amizade...
Publicado em: 23/11/2007 13:52:31
Última alteração:24/10/2008 15:16:10


Bebendo a tempestade em ventania
Não temo mais a corja que me infesta,
Matando em crueldade, vai esguia
Tomando do meu sangue o que me resta.
Na boca da canalha leda e fria,
A morte pouco a pouco faz a festa.
Arranco os olhos podres. Liberdade,
Alçada pelo dom duma amizade...
Publicado em: 27/11/2007 17:15:06
Última alteração:24/10/2008 15:17:34


Uma amizade plena
De amor e de carinho
Vislumbra certamente
Florada em nosso ninho

Vencendo assim a dor
Que é sempre renitente
Fazendo nosso canto
Tornar-se mais contente

Jardim bem cultivado
Por mãos de jardineiro
Arar diuturnamente
Em sonho alvissareiro

Colher, depois, a flor
Mais bela e perfumada,
Seguir em passo firme
A mesma amada estrada

Fazendo-nos mais fortes
A cada novo dia,
Cantando o nosso sonho
De amar em poesia...
Publicado em: 08/04/2008 16:06:51
Última alteração:21/10/2008 18:13:08


Mesmo que a tristeza venha
Disfarçada num sorriso,
Amizade é santa senha
De entrada pro paraíso...

Não se deixe transportar
Pelas lágrimas da vida.
Em ti mesma vais achar
Toda esperança perdida.

Se te falo com ternura,
Ouça aqui, te quero bem,
Mesmo na noite escura
Toda claridade vem.

Amanhã traz novo sol,
Na manhã de novo amor.
Esperança girassol,
Vai girando a bela flor.

No teu peito, um helianto
Que não cansa de girar
Meu amor, maior encanto
Só se encontra quando amar...
Publicado em: 19/04/2008 17:34:51
Última alteração:21/10/2008 13:12:53



Amigo: como é bom falar seu nome!
Por ruas e vielas caminhamos
Nas curvas perigosas encontramos
Tocaias. Tanta dor que nos consome!

Cotidianas lutas nos alcançam
E trazem as difíceis decisões,
Nos abrem e nos fecham mil portões
Ao mesmo tempo cessam e nos lançam.

Por vezes a maldita tempestade
Nos deixa sem ter rumo nesta estrada.
Sentados neste canto da calçada
Queremos conhecer felicidade

Mesmo que disfarçada em outra face,
Mesmo que escondida noutro canto.
Nos rendemos ao brilho e seu encanto,
Esperamos por manso desenlace.

Nas horas mais doridas desta vida,
Quando esta solidão nos fere inteiros,
Os olhos procurando os verdadeiros
Rumos de nossa estrada dividida,

Quando o distante sol nos nega o brilho,
Quando a manhã em nuvens tudo apaga,
Quando a vida tristonha não afaga,
Nos achamos perdidos, sem ter trilho;

Se fomos torturados cruelmente
Se temos nossos olhos arrancados
Todos os nossos gritos des’perados
Um eco nos responde, de repente.

E nos traz novamente uma esperança,
A vida não parece mais pesada.
O pranto que negava a madrugada,
Esvai-se mal percebe esta aliança!

Minha alma em duplicata siamesa,
Agüentando o vigor desta procela,
Num sentimento nobre se revela
O máximo que pode essa grandeza!

Em tudo que passamos, unidade;
Nas horas mais difíceis, solidário.
Quem tem amigo nunca é solitário
Maior que amor, na vida, uma amizade!
Publicado em: 24/04/2008 16:57:00



Em toda essa amizade que me dás
Em todos os momentos companheira
É tudo o que sonhei.
Em vão eu procurava pela paz,
Passando sem saber a vida inteira;
Agora te encontrei...

Amiga como é bom saber de ti,
Avanço sem sentir, meus pensamentos,
Enfrento o duro mar.
Tantas vezes, sozinho, me perdi,
Levado pela força desses ventos.
Agora, descansar...

Em tantas decepções, a vida marca,
A lua que me trouxe, me matou.
Deixando a cicatriz.
Mas já posso contar com nova barca,
Embora tanto sonho naufragado
Eu sei que sou feliz.

Em toda negra noite, a claridade,
Em todo dura sina, um novo lume,
Não sei mais solidão.
Sangrando o meu amor, plena saudade,
Restando em minha mão, doce perfume.
Da amiga, o coração!
Publicado em: 19/09/2008 06:38:56
Última alteração:03/10/2008 13:05:59



Impele brutalmente para a morte
A mão que nos maltrata e se permite
Ferir quem na verdade só pretende
Alçar uma esperança tão longínqua.
Relíquia de outros tempos já passados
Em asas mais libertas e felizes.
Açudes de alegria em que sabia
O quanto é necessário estar em paz.
Assim, amiga ao ter tua presença
Convenço-me, decerto eu tenho sorte.
Ao segurar a mão que me destrata
Me impele num momento ao paraíso...
Publicado em: 26/09/2008 16:59:31
Última alteração:02/10/2008 14:43:39



Tocado pelo medo quase insano
De quem há muito tempo se perdeu,
A vida nos causando corte e dano,
Em pranto tão cruel se converteu.
Porém o braço firme e soberano
De quem em amizade se moveu,
Mostrando toda a força num momento,
Acalma a feroz fúria e cessa o vento...
Publicado em: 06/01/2009 12:09:49
Última alteração:06/03/2009 12:29:22



Caminhamos pela vida,
Lado a lado na alegria
De te ter tão bem querida,
Amizade em sintonia,
Vou vivendo na verdade,
Na certeza da amizade...

Minha amiga, companheira,
Como é bom poder saber,
Que durante a vida inteira,
Esperava por você
Você trouxe a claridade,
No carinho da amizade...

O meu canto já se espalha,
Como o perfume da flor,
Toda a dor ele atrapalha,
Pois é cheinho de amor,
Nesse canto a santidade,
No valor de uma amizade...
Publicado em: 06/01/2009 20:46:18
Última alteração:06/03/2009 12:07:46



Bebendo a tempestade em ventania
Não temo mais a corja que me infesta,
Matando em crueldade, vai esguia
Tomando do meu sangue o que me resta.
Na boca da canalha leda e fria,
A morte pouco a pouco faz a festa.
Arranco os olhos podres. Liberdade,
Alçada pelo dom duma amizade...
Publicado em: 23/01/2009 15:05:03
Última alteração:06/03/2009 07:05:22



Depois das dores tantas do passado,
Vazio que em meu peito se entornava,
Encontro este caminho iluminado
Livrando o coração da dura trava,
Alçando um paraíso imaginado,
Minha esperança em glória transformava
Mostrando este valor e qualidade
Encontrados somente na amizade...
Publicado em: 20/02/2009 06:44:12
Última alteração:06/03/2009 02:00:26



A vida em sortilégios faz as tramas
Nas quais nos envolvemos, passos trôpegos
Depois em duras sendas, fortes chamas
Precisamos manter os nossos fôlegos
Que a luta nunca pára e não se alcança
Vitórias sem batalhas e aliança.

Por isso é que contando com teu braço,
Amigo me preparo para a guerra.
Toda estratégia quando eu mesmo traço
Teu nome e teu apoio nela encerra.
Valor que reconheço na amizade,
Traz força nos percalços, é verdade...
Publicado em: 29/05/2007 21:58:16



Quando vim de minha terra
Do sertão lá da Gerais,
Coração descendo serra
Procurando pela paz,
A verdade que se encerra
Neste encanto satisfaz,
Avistando um doce abrigo,
Encontrei-te grande amigo.

Ao te ver reconheci
Que contigo eu poderia
Ao buscar o que perdi,
Reviver farta alegria.
Toda a luz que encontro em ti
Nos meus olhos refletia.
Meu amigo, eu te agradeço,
Tu és mais do que mereço.

Tanta vez a falsidade
Maltratara o coração,
De quem busca a liberdade
Encontrando sempre o não,
Ao valor de uma amizade,
Já tem consideração.
E por isso não dispenso,
Este teu carinho imenso.
Publicado em: 08/10/2007 19:29:55


Eu guardo nossa amizade
Com a chave dessa vida,
Quando vem felicidade,
Com amigo, repartida.
Na tristeza e na saudade,
Tanta dor é dividida.

O meu canto companheira,
Nestas loas que te faço,
Acompanha a vida inteira
Superando um embaraço.
Amizade verdadeira,
Pode crer, divino laço...

Das tempestades terríveis,
A bonança sempre vem.
Dos sonhos mais impossíveis,
Restará um grande bem.
Todas as dores vencíveis
Meu amor, se amigo, tem...
Publicado em: 13/10/2007 16:24:40


Ô TREM DOIDO SÔ
Uma mulher estava esperando o trem na estação ferroviária de ESPERA FELIZ MG, quando sentiu uma vontade de ir urgentemente ao banheiro. Foi.
Quando voltou, o trem já tinha partido. Ela começou a chorar. Nesse momento, chegou um mineiro, compadeceu-se dela e perguntou:
- Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano?
- É que eu fui fazer xixi e o trem partiu...
- Uai, dona! Mas será que a sinhora já num nasceu com esse trem partido, não?!?
Publicado em: 19/09/2008 16:31:59
Última alteração:02/10/2008 21:07:41




Seu moço, aqui é minha terra, meu torrão natal, meu e dos meus pais, dos meus irmãos e dos meus avós.

Aqui estão enterrados todos aqueles que amei, em cada palmo desse chão, está a história desse que vos fala.

Filho de Dona Zica e de Seu Lula, gente simples, trabalhadores, que a terra engoliu de velhice, velhice de sertanejo que começa depois dos trinta.

As rugas precoces e profundas me lembram a terra seca, profunda nas grotas e nas curvas do rio seco. O suor molha mais os sulcos que a chuva, coisa difícil por aqui.
Chuva que, quando vem, transforma a vida, vida boa, vida próspera nas colheitas de mandioca, feijão, milho; no leite gorduroso das cabras e da vaquinha, companheira fiel no arado e no alimento.

Mas, a cacimba da alma, tantas vezes aguada pela dor da morte, carpida e tristonha, das perdas da vida e das vidas, tem a água salobra, que prende na garganta, não desce, empanturra.

Meus irmãos, dos quinze que Deus deu, a seca, a fome, a desidratação e a surucucu levaram oito. Sete restaram, todos fortes e valentes, todos foram embora, menos eu.
Fiquei aqui, essa é minha terra seu doutor. Meu umbigo está grudado nesse chão.
O riacho, quando vivo, é tão bonito, mas, na seca, com seu leito cheio de areia e de pedra, leva as mães, como levava a minha, com a lata na cabeça, em busca da água barrenta no açude seco.

Nessa terra, moço rico tem água, fazendeiro rico tem gado, e tem os caboclos e jagunços.
Meu pai, pobre e lutador, morreu sem bala, sem tiro, sem morte matada, a não ser dos calangos e dos bichos da seca.

Gambás e cobras ajudavam a matar a fome, mitigada pela palma, disputada com o gado.
Somente o carcará, bicho danado, tinha pasto nas carnes dos bichos mortos pela queimada e pela seca.

Vaqueiro, sou vaqueiro com meu gibão e cravinote, pronto para a batalha, correndo entre os espinheiros dessa caatinga seca e sedenta.
Minha mãe, me recordo sempre, dizia, entre as orações de graças e de pedidos de perdão, pelo pecado cruel de existir, que onde o umbigo está, a vida continua, a distância traz a falta de paradeiro.

A pedra que não cria limo, é pedra rolando, inconstante e que, quem muito muda não cria limo.
Meu limo está entranhado nessa vaquinha, nesse arado, nesse chão.
Não vou embora não seu moço, fico aqui até o derradeiro dia.

Minha esperança é tão verde quanto meu sonho, quanto os olhos da amada, os olhos da terra que tento cultivar.

No cultivo da espera por outro tempo, um dia...
Os moços prometeram, vi na televisão, mas é tanta promessa que não tenho mais pressa, nem esperança.

Vou vivendo, às avessas, sem amanhã, na espreita do calango, na ponta da espingarda, com o rosto, a cada dia, formando as serras e os vales.
Vou ficando, quem sabe um dia, essa terra, minha terra, seja mais mansa e mais amiga.

Minha mãe e meu pai, meus irmãos, trago comigo, pesando o coração, deixando meu andar de banda, por estas bandas onde vivo, aonde vou também, um dia, me juntar com meu umbigo e alimentar esse chão.
Faminto de todo meu povo, matando a fome do sertão.

Meu sangue, regando a terra, para que, quem sabe, um dia, os homens desse país, pensem um pouco na gente.
Nós somos brasileiros, esse é o nosso país, mais que brasileiros, nordestinos, essa é nossa sina e mais que nordestinos sertanejos.

Aqui, nessa caatinga; aqui, nesse sertão, é nosso primeiro e derradeiro solo, o solo sem consolo, o solo sem apoio, no aboio do meu gado, da minha vaquinha Estrela, do meu boi Fubá, da estrela solar que esturrica, que seca e mata.

A terra, meu único bem, bem amado bem te vi, no mandacaru que, a cada florada, traz a esperança do milho, do feijão e da mandioca.
Por isso, seu doutor, não vou embora, nunca na minha vida.

Não deixo o meu Ceará, é aqui a seara onde será, meu sertão, a terra prometida, minha lida e minha sina, minha raiz.
Publicado em: 10/12/2006 07:53:09
Última alteração:10/12/2006 11:02:06


Um amigo verdadeiro
Se faz sempre companheiro
E não teme mais distância,
No coração já se abriga
E fazendo dele estância
Permitindo que prossiga

Esperança de viver
E de ter total prazer
Na alegria de quem sabe
Que amizade não tem preço,
Não é bem que um dia acabe
Apoiando no tropeço.

O valor de uma amizade
Quando é feita na verdade,
Ninguém pode medir,
É por isso minha amada,
Que nada pode impedir
Nossa firme caminhada...


¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬

Amigo pressupõe um companheiro
Nas horas mais distintas, boas, más.
Na entrega necessária, por inteiro,
A certeza absoluta de ter paz.
Por isso é que eu admiro-te querido,
Contigo cada passo garantido.

Momentos tão marcantes que passamos
Nas oportunidades mais diversas.
As árvores estendem galhos, ramos
Partes unidas, mesmo que dispersas.
Assim uma amizade se faz forte,
Na força da união, que é nosso norte!
Publicado em: 30/05/2007 19:12:35
Última alteração:30/10/2008 16:23:38



Amigo não se esqueça
Que a vida sempre passa,
Depois de certo tempo,
Não resta nem fumaça

Eu quero te dizer
De tudo o que vivi,
Em volta desta mesa,
Carinho eu reparti

Porém tanta saudade
Não vale quase nada,
Não tenho mais certezas
Nem a mulher amada.

Meu passo vai cansado,
Cabelo embranqueceu,
O rosto em tanta ruga,
Apenas restou eu

E a dura solidão
Cassando a liberdade,
Por isso é que eu bem sei
O valor da amizade...
Publicado em: 07/07/2007 17:31:02
Última alteração:30/10/2008 15:14:32



Tomado por suave pensamento,
andando em noite calma e mais tranquila,
a sorte se mostrando mais airosa,
uma alegria imensa, amor destila.

E sabe distinguir sina e quebranto
alvissareiro dia prometido
nos olhos de quem sei ser minha amiga,
meu mundo mais feliz, bem recebido

promessas de esperanças e de glória,
aonde poder ter a liberdade
do sonho em que percebo uma palavra
que mostre tal valor, o da amizade...
Publicado em: 21/09/2007 20:01:20
Última alteração:30/10/2008 13:38:20




Amigos, jóias raras que carrego
No peito tão sofrido em desamores,
As horas mais difíceis, nos horrores
Da saudade que tento mas não nego,
Começa mal terminam meus amores,
Espinhos que destroem tantas flores,
Nos mares desses sonhos que navego...

Prezadas amizades são tão raras,
Meu peito não as cansa de esperar,
E quando tem a sorte de encontrar
São verdadeiras fontes onde caras
Águas mansas ajudam a passar
Enfrentando essas pontes sem mostrar
As dores mais difíceis e amaras;

Amigo não exige que agradeças
O fato de ajudares seu amigo,
Vivendo todo tempo igual perigo,
Contigo permitindo que tu cresças
São gêmeos que vieram d’outro umbigo,
Coração bate junto, outras cabeças...

Amigo solidário mesmo em dor,
Respeita sempre a tua liberdade.
Amor que não permite falsidade,
Pois sabendo que espinho vale a flor,
Ajuda a conhecer felicidade,
Liberta, fraternal quer igualdade
E sabe conviver em paz, amor...
Publicado em: 04/10/2007 20:35:29


Por mais que a noite trague a tempestade
Uma amizade mostra que a bonança
Além de nos trazer tranqüilidade
É sonho que se quer e que se alcança
Mudando a direção de cada vento,
Servindo como fora um bom ungüento.

Publicado em: 23/04/2008 18:20:58
Última alteração:21/10/2008 13:24:01



O mundo que, distante se perdia,
Cegando o meu olhar, trazendo o breu,
Ausente de ilusão, já não sabia
Aonde meu caminho se perdeu.
Porém ao te rever eu percebia
Carinhos que encontrei no braço teu.
Agora ao perceber a claridade,
Concebo o novo mundo em amizade...
Publicado em: 22/09/2008 13:14:11
Última alteração:02/10/2008 19:37:1


Querida, eu nunca minto
Sequer um sentimento.
Nas telas em que pinto
Amor é meu pincel,
As cores, sofrimento.
Minha esperança; o céu...

Escrevo em tais matizes
Meus sentimentos breves
Por certo são felizes
Os dias que sonhei.
Quem dera fossem leves,
As cores que pintei...

Uma esperança sobra
De todo o sentimento.
Da dor já se recobra
Quem sonha claridade.
Matando o sofrimento,
A flor duma amizade...
Publicado em: 25/09/2008 11:52:23
Última alteração:02/10/2008 14:30:15



Cáspite!
Puta que o pariu
A gente foi vendido
O preço anunciado
No jornal
Do fim do mundo.

Venham logo
Liquidação
Setenta por cento
De desconto.
Carnes frescas
Outras nem tanto,
Algumas com excesso
De agrotóxicos
Mas com descontos
Inigualáveis
No shopping center
Dos puteiros
Da esquina.

Dos gozos alugados
A centavos de real
O manto da SANTA
Vendido aos fiéis
Alugando consciências
Em romarias infernais.

Muletas de cera
Olhares algozes
Dos abutres
Cobrando aluguel
Do corpo de Cristo.

A cruz foi bem pouca
Espinhos não doem
Judas se espalhando
Cobrando mais caro
Que o original,
Mesmo nas liquidações...

Curativos lenitivos
Sempre vivos os pastores
Sabem da barriga das ovelhas...
Sal e sol, sono e sanha,
Sendas abertas
Lanhas, feridas
Aluguel das bengalas
Para as almas.

Dai de graça o
Que de graça recebeis.

QUERO O MEU DÍZIMO DE VOLTA
DIZIMARAM A CRUZ,
NÃO SOBROU NEM GRAVETO.

Amigo, não se esqueça
Do peso desta cruz...
É leve e a dor é breve
Se comparando com
O peso da mão
Dos que te açoitaram
Disfarçados em pastores
Matando as ovelhas
Sacrificando os cordeiros
E fazendo em ladainha
A vendeta em líquida ação.


O poder do perdão
O poder do amor
E o ABSOLUTO PODER DA AMIZADE
Ficaram para trás,
Atrás dos altares
E debaixo das batinas.
VINDE A NÓS AS CRIANCINHAS...
( mas não era pra traçar os pobrezinhos não...)
Publicado em: 02/10/2008 11:32:31
Última alteração:02/10/2008 13:39:15



Muitas vezes me pego em ato falho
Falando para ti os meus segredos.
Nem por isso, amigo eu me embaralho
Uma amizade cala nossos medos;
Trazendo para a gente a confiança
Que logo se traduz nesta aliança.

Amigo de verdade é mesmo assim,
Um companheiro imenso, um camarada.
Já sabe quase tudo, enfim, de mim
Não preciso esconder, decerto, nada.
Pois conhece aliados e adversários.
Amigos são tal qual confessionários...
Publicado em: 28/11/2008 12:07:27
Última alteração:06/03/2009 16:30:42


Um coração que morre, estranho e frio,
Sozinho, sem ninguém, desfigurado,
Deixando tão somente este vazio,
Num canto mais cruel, desesperado.
Matando em duro inverno, um forte estio,
Vivendo do que fora no passado,
Não deixa mais sobrar sequer lembrança,
Morrendo em nascedouro da esperança.

Embora o coração seja a morada
Das doces sensações mais valorosas,
A vida que em promessa foi dourada,
Salvando os seus espinhos, mata as rosas.
Não deixa na verdade sobrar nada,
Senão as sombras frias, belicosas.
Assim vai descartando a eternidade,
Cegando a luz em plena claridade.

Um dia que em promessas, luminoso,
Da sorte de viver vai se apartando,
Um mundo mais sublime e glorioso,
Os medos e as tristezas vão cortando,
Um céu que se mostrara mais formoso,
Aos poucos sem ninguém vai se nublando
E um canto de um amor desesperado
Retumba como um eco do passado...

A vida se perdendo num momento,
Distantes dos olhares que desejam
Que mude num repente, o duro vento,
E as sortes redentoras já porejam,
Singrando com volúpia o pensamento,
Amores do passado inda trovejam.
As horas aos amores consagradas,
Perdidas, noutros dias, maltratadas...

Porém numa amizade irão voltando
As pombas que se foram noutros dias.
E aos poucos meus desejos retornando,
Mudando num momento a ventania,
Amiga, com teus braços, demonstrando
Que ainda é bem possível a alegria.
Meus olhos nos teus olhos refletidos,
E os dias mais felizes, percebidos...
Publicado em: 04/12/2008 14:19:30
Última alteração:06/03/2009 16:04:55




Te oferto mão amiga,
no canto que te faço.
Também te dou carinho,
esquento o teu ninho,
te amparo no meu braço.
Nem sentirás saudade
da tua vida antiga.
Na força da amizade
sempre terás guarida.



A tua mão ajuda
A gente a caminhar
Aquece o dia a dia,
Por certo faz sonhar.

Eu sei o quanto eu quero
Pra sempre ser amigo
Desta mulher divina
Com quem quero e prossigo.

A porta escancarada
De uma esperança boa
Vagando pelo espaço
Minha alma vai e voa

Direto pros teus braços
Amiga e companheira,
Pois tenho esta certeza
Leal e verdadeira

De ter em teu afago
Carinho de verdade,
Eu sinto em teu abraço
O valor de uma amizade...

HLUNA
Marcos Loures
Publicado em: 07/07/2007 23:03:50
Última alteração:05/11/2008 20:12:02


Um sentimento nobre e mais profundo
Nos une nesta luta por um mundo
Melhor e bem mais justo para todos...

O homem que se mostra como um lobo,
Passando pela vida como impobro,
Jogando os outros homens para os lodos,

Não olha para os lados e nem sente
Que aquele esfomeado é também gente,
Precisa de um apoio e de carinho.

Não sabe que prá gente ser feliz
Tem que fazer bem mais do que se diz
No mundo não se pode andar sozinho...

Alívio para a dor de quem sofreu,
Que o mundo não é meu tampouco teu,
É preciso ter solidariedade...

Amar bem mais que amar, amar demais,
Não ser além, no mar, que simples cais,
Onde aporta o navio da amizade...
Publicado em: 11/09/2008 23:12:55
Última alteração:17/10/2008 14:58:57



Tantos amores tive no caminho
Tão longo da existência acidentada.
Em profusão de flor, em tanto espinho,
Nem sempre uma emoção recompensada.
No vasto roseiral de amores tantos
Sorrisos se misturam com os prantos.

De todos os quereres só lembranças
Restaram no meu peito sonhador.
Dezenas de mistérios e alianças
Naufragam em meu destino: desamor.
Porém mais resistente claridade
Eu encontrei somente na amizade...
Publicado em: 08/06/2007 13:18:14
Última alteração:30/10/2008 15:17:25




Do quem dera que não fosse
Do quem fosse, mas quem dera
O meu canto é agridoce
Maltratando a primavera.

Neste fosso em que mergulho
Nos teus braços, minha amiga,
Coração faz seu barulho
Mas procura quem abriga.

O meu canto é de amargura,
Mas envolto em esperança
Na amizade encontro cura,
Com certeza e segurança.

Eu sou quase um prisioneiro
Que buscando a salvação,
Faz seu verso derradeiro,
Feito em pó, em ilusão.

Mas não deixo de saber
Da amizade benfazeja
Que envolvida em tal poder
Boa sorte assim me deseja.
Publicado em: 06/10/2007 21:00:02



Eu guardo nossa amizade
Com a chave dessa vida,
Quando vem felicidade,
Com amigo, repartida.
Na tristeza e na saudade,
Tanta dor é dividida.

O meu canto companheira,
Nestas loas que te faço,
Acompanha a vida inteira
Superando um embaraço.
Amizade verdadeira,
Pode crer, divino laço...

Das tempestades terríveis,
A bonança sempre vem.
Dos sonhos mais impossíveis,
Restará um grande bem.
Todas as dores vencíveis
Meu amor, se amigo, tem...
Publicado em: 08/02/2007 15:54:26



Caminhamos pela vida,
Lado a lado na alegria
De te ter tão bem querida,
Amizade em sintonia,
Vou vivendo na verdade,
Na certeza da amizade...

Minha amiga, companheira,
Como é bom poder saber,
Que durante a vida inteira,
Esperava por você
Você trouxe a claridade,
No carinho da amizade...

O meu canto já se espalha,
Como o perfume da flor,
Toda a dor ele atrapalha,
Pois é cheinho de amor,
Nesse canto a santidade,
No valor de uma amizade...




A sina se cumprindo mais formosa
Empresta ao doce canto; bela ajuda.
Perfume que se emana de uma rosa
A trilha malfadada sempre muda.
Que a festa se proclame generosa
Distante desta gente tão miúda.
Amiga, a boa sorte nos permita
Manhã mais delicada e mais bonita.

Caminhos de coral, conchas do mar,
Na areia que reflete a liberdade.
É bom viver a glória de encontrar
Nos rumos belicosos, a amizade.
Reflexo numa areia do luar,
No coração norteia a claridade...
Valor de uma amizade, insofismável.
Tornando a amarga vida palatável.
Publicado em: 26/05/2007 10:49:42
Última alteração:30/10/2008 15:19:40

O trabalho enobrece o homem...
Menino criado na roça desde cedo aprende a lidar com a enxada e a foice.
Não fora diferente com Inaldo, rei nos seus oito anos.
Aos quatro, o pai já o levava para ajudar a debulhar o milho e a colocar as sementes nas covas feitas com o enxadão.
Terra pouca, terra dura e ruim, dinheiro para adubo não havia, mas tinha que ser assim.
Deus provém quem trabalha e a lida era sagrada.
Quando chovia no tempo certo, que maravilha! Dava até para sobrar dinheiro para comprar umas bugigangas para a mulher e para os filhos.
Coisa boba, mas Zezito não esquecia da prole não.
Prole grande, comum naquelas bandas. Sete filhos, entre meninos e meninas.
O mais velho tinha treze anos, parrudo e trabalhador, Deus é bom...
As meninas eram muito bonitas, os olhos verdes delas realçavam os cabelos loiros, espiga, como a do milho.
A mina jorrava água boa, suculenta.
Pelo menos isso não faltava, ao contrário do sertão de Jequitinhonha, onde o pai de Zezito nascera, lá em Pedra Azul.
Pedra Azul, nome bonito pra terra seca, para a feiúra do gado e a magreza do povo.
Mas ali em Espera Feliz era diferente.
O que queimava era o frio, frio do Caparaó, perto do pico da Bandeira.
Doutor pediatra tinha dois; dos bons: O doutor Aníba e a doutora Tânia, se os meninos precisassem sabia que podia contar com a boa vontade deles.
Agora , uma coisa ele não havia se acostumado ainda: Por que esses doutores insistiam tanto em que ele deveria comprar um filtro? A água de mina é pura, e não tem doença não doutor...
De uns tempos para cá, Inaldo estava começando a estudar.
Isso deixava ele meio cabreiro, estudo para quê?
Coisa de rico essas modernices, menino tem é que trabalhar, não entendia porque a assistente social tinha chamado a atenção dele. Se menino não trabalhar, vira vagabundo e depois que virar cadê a assistente social?
Assim aprendera com o pai e assim ia ser com seus filhos...
Tinha um tal de PETI, a moça falou nisso, mas ele não queria o dinheiro não, queria era dar rumo na vida dos meninos...
A enxada ensina mais que qualquer caneta, moça.
Enxada faz o homem ficar forte e ter dignidade.
Estudo não, isso não dá futuro não.
E nem uns tapas podia dar nos meninos mais não, tinha um tal de conselho tutelar que, se soubesse disso, até pra cadeia era capaz de mandar.
Essas novidades eram difíceis para serem compreendidas por Zezito.
Igual a esse negócio de ter filho em Hospital, coisa mais estúpida. Filho forte nasce é em casa, e com umbigo curado pela avó de preferência com teia de aranha. Isso seca a ferida bem melhor do que os remédios que os doutores passam.
Quando a moça que trabalha na saúde, a Fatinha, filha da dona Cremilda, veio com essa história de preventivo, a casa quase caiu!
O tal de Doutor Paulo não vai ver as partes da mulher não. Só por cima do meu cadáver.
Vê se pode! A mulher ficar nuinha perto do homem, e com as pernas abertas!
Mas, esse ano, ia ter que trabalhar a meia na colheita de café, não ia ter jeito não.
O problema era os meninos na escola, isso ia atrapalhar muito.
A mulher tava com um problema de fígado, segundo o Doutor Ben-Hur, coisa chata que tinha até que operar.
Trabalhar sozinho, não tinha mais idade, beirando os quarenta anos, a coluna doía e o doutor Marcos não dava jeito. Mandava fazer repouso.
Engraçado, como fazer repouso? Esses homens não têm a menor idéia do que é a vida na roça.
Caboclo nasce trabalhando e morre trabalhando.
A colheita do milho e do feijão, tinha sido bem menor do que nos outros anos. Não dera nem para cobrir as despesas com a comida.
Ainda bem que tinha aquele empréstimo do governo, o tal do Pronaf, mas isso não ia bastar.
Precisava trabalhar no café.
O caminhão de bóia fria passava lá pelas seis e meia, e o frio era de rachar, ia pegar uma carona até a propriedade do Seu Jorge Grillo, homem bom e honesto, filho do seu Nenzinho...
Ia trabalhar à meia, ainda bem que o seu Jorge teve a bondade da dar aquela colheita à meia.
Senão o negócio ia ficar feio, feio de cara...
Partindo pra lá, teve que deixar os filhos irem para a escola, a mulher ficou em casa, esperando uns exames de sangue para marcar a cirurgia.
Jararaca. Jararaca atrás de jararaca. A roça é difícil e complicada.
Uma picada da danada e tudo acabado...
Colheita complicada, sem dinheiro.
Pois bem, não deu outra.
A picada foi dolorida e o tornozelo começou a inchar depressa.
Correu para o Hospital, soro antibotrópico, repouso e pé para cima.
A úlcera no tornozelo ficou grande, infeccionou.
Jararaca disgramada.
Que o desculpasse a assistente social, podia chamar até o juiz e o promotor.
Os meninos no caminhão de bóia fria.
Trabalho a dia, adiando a escola, adiando o futuro...
Zezito curando a perna, a duras penas.
Perna inchada e minando água, toda rachada.
O sol frio do Caparaó observando tudo...
Inaldo, mais um dia, outro dia. Inaldo e seus irmãos...
Vida de pobre é difícil, mas os meninos estão na labuta.
O pai, orgulhoso, espera a perna ficar boa e que a tal assistente social nunca mais apareça na sua frente...
Publicado em: 29/07/2006 22:33:01
Última alteração:26/10/2008 22:29:55



Olhar misterioso
Caça feita fera
Meticulosamente
Prepara o bote
Silenciosamente
A mente remete
Rebote.
Açoite
Acoite
À noite
Os gatos são pardos...
Publicado em: 17/06/2008 20:06:26
Última alteração:20/10/2008 01:15:07


Teu olhar de segredo doce mel,
Aproximou-se de mim nesse fascínio,
Senti o desejo de um beijo revelado em mim..

Sentindo o teu olhar qual doce mel
Que mostra tal doçura que me encanta.
Levando o meu desejo para o céu
Forrando de alegria, a vida; tanta...

Viajo ao infinito, em teu corcel,
Neste galope lindo não se espanta.
Descendo uma cascata, denso véu,
Que em fascinante lua voa e canta.

Teu brilho é tão mais forte quanto o sol,
Num beijo assim suave se revela
A força deste olhar, lume e farol...

Não tema deste amor nenhum segredo,
Que o tempo mostrará como é singela
A música do amor. Não tenhas medo....

Gabimetalinkin

Marcos Loures

Publicado em: 29/03/2007 20:31:43
Última alteração:06/11/2008 10:23:01


O teu olhar luzindo no infinito
Farol que em noite escura já me guia.
Perfaz em liberdade cada rito,
Mostrando a sedução feita alegria.
Olhar que iluminando um mar aflito
Apascentando traz a calmaria.
Nos rastros deste olhar encontro a paz,
Felicidade e amor, olhar me traz...
Publicado em: 27/10/2007 21:34:33
Última alteração:24/10/2008 14:49:33




O teu perfume o zéfiro me traz
Pressinto uma alegria me inundando
Igual àquela tarde ao parque quando
Estávamos gulosos por demais

Queríamos além e muito mais
O fogo da vontade devorando,
No gozo da alegria decorando
Um céu azulejado em plena paz.

Que bom provar o gosto bom da rosa
Quanta loucura a tarde primorosa
Até agora sinto o seu perfume.

Entornas no jardim, amor incrível
Matando o frio espinho do ciúme
Mulher que se fez rosa, inesquecível...

GONÇALVES REIS
Marcos Loures
Publicado em: 27/07/2007 16:49:37
Última alteração:05/11/2008 18:00:23



Almíscar: meus desejos, teu perfume;
Penetrando as narinas, me conquista.
E não há, na verdade, quem resista,
Nem quero e nem concebo mais queixume...
A vida sem teus olhos, não tem lume,
Meu caminho se perde. Não desista:
Grito contido, perco-te de vista.
Mas teu olor suave, qual costume,

Denuncia teus passos, minha amada...
Não perderei jamais a tua estrada,
Nem quero mais sentir outro desejo.
O de somente amar quem tanto quis
Pois saiba, com certeza, eu sou feliz;
Teu perfume causando, nesse ensejo,
A doçura suave de teu beijo,
Presença do Senhor, glorificada...
Publicado em: 11/12/2006 04:59:16
Última alteração:30/10/2008 18:37:23



Eu roubei o teu perfume,
Escondi no meu jardim.
Meu amor prá que ciúme,
Vem correndo para mim...
Publicado em: 13/04/2007 22:00:28
Última alteração:28/10/2008 01:01:51



Resta um pouco de perfume
Nas minhas mãos tão cansadas,
Essa mulher, meu queixume,
Tantas noites, recordadas...
Para que tanto ciúmes?
Se tuas mãos, adoradas....

Quero o gosto desta boca
Nesta boca, me entregar,
Minha amada, como é louca
Vontade de te beijar....

Beijo quente me aquecendo,
Cada toque me enlouquece.
Tanto amor vou recebendo,
Coração não me obedece.
Tão depressa vai batendo,
Pouco a pouco, desfalece...

Quero o gosto de Maria,
O sabor deste carinho.
Aumentando todo dia
Meu amor é como o vinho...

O rosto desta menina
Tem o rubor da romã,
Sua beleza fascina,
Ilumina esta manhã.

Eu plante uma roseira,
Bonita, no meu jardim.
Só pra ter, a vida inteira,
Teu perfume dentro em mim....
Publicado em: 10/02/2007 00:10:19
Última alteração:30/10/2008 16:40:59

Nas curvas da minha vida;
Muitas vezes, capotei.
Minha sina é despedida,
Sofrendo por quem amei.

Tanto quero esse querer
Quanto espero pela lua
De tantas, tenho você,
A minha alma é toda sua...
Publicado em: 07/08/2007 18:31:38
Última alteração:30/10/2008 15:10:36


O TEU SORRISO

No teu riso
Encontro o rumo
Que pensara
Estar perdido
Ter, havido,
Não ter sido
Não saber
Estar contido.
Verso solto
Cabelos, vento
Sem as selas
Nem arreios.
No teu riso,
Encontro o sumo
Maravilhas de um pomar
Pelo mar
Tantas estrelas
Caracóis
E conchas
Que guardam
Mil mares.

Foste flores
Mas se fores
E levar
O teu sorriso

Nada resta
O nada sou.
Sou somente
O que passou...
Publicado em: 16/08/2007 10:47:34
Última alteração:30/10/2008 15:55:39


Não quero mais sentir no amor a culpa
Nem quero prepara qualquer desculpa
Apenas ser feliz e nada mais.
Eu tenho em meu olhar o teu sorriso,
Que mais que simplesmente um manso cais
É tudo, na verdade, o que eu preciso!
Publicado em: 18/02/2008 21:55:54
Última alteração:22/10/2008 17:24:51




O sol
Que trazes no sorriso
Permite o amanhecer
Das esperanças...

Publicado em: 22/08/2008 08:32:56
Última alteração:17/10/2008 17:05:41




O tiziu é passarinho
Que parece um acrobata,
Mas adora fazer ninho
Num cantinho lá da mata...
Publicado em: 19/12/2009 20:01:00
Última alteração:16/03/2010 08:46:13



Teu olhar sempre me encanta
Ao te ver meu coração canta
O mais sincero e carinhoso verso
Perfume de flor no meu universo

Teu sorriso sempre me prende
Teu carinho sempre me surpreende
E este teu sorriso que me traz felicidade
Alegre o meu riso nesta gélida cidade

Tuas palavras que faz meu dia mais feliz
Te encontrar todo o dia eu quis
E a tua voz que tanto fico a sonhar
É canto nas noites a me acalentar

E os teus beijos que me fazem te encontrar
Nos meus sonhos sei que contigo vou estar
E nos teus abraços quando a realidade nos acordar
Nos teus beijos que estive tanto a procurar


Vasculho pelos cantos da cidade
Teu rosto juvenil, felicidade.
Mal sabes quanto tempo te procuro
Por entre estas estrelas e luares,
Quem teve o meu passado, triste e duro,
Já sabe valorar tantos amares.

Palavras que me dizes, acalento
Trazido para mim na voz do vento,
Tornando o dia a dia mais feliz,
Um brilho que me aquece em noite fria.
No verso mais sincero, amor me diz:
Terás enfim, na vida, uma alegria!

Giana Guterres
Marcos Loures

Publicado em: 29/05/2007 13:23:40
Última alteração:05/11/2008 21:50:30



O TEU OLHAR

Fitando o teu olhar,
Se bem que abaixas logo;
Reparo uma alma presa,
Presa de antigas caças...
Presa das mentiras tantas
Medo de arriar as calças,
Velhas lendas, castas falsas
E pudores deslavados
Entre pernas depiladas.
Publicado em: 16/08/2007 08:20:20
Última alteração:30/10/2008 15:55:58



Teu olhar, tanta ternura,
Traduziu felicidade
A minha alma te procura,
Deste brilho, uma saudade.
Pelas ruas, nas calçadas
Pelas noites, madrugadas...

Publicado em: 15/05/2008 18:12:27
Última alteração:21/10/2008 18:31:39




Viemos neste dia
Dizer do nosso amor
Que sempre está presente,
E tem o seu valor
Da forma que se sente,
Um ser tão tentador,
Amiga com certeza
Nas horas mais incertas,
Toda delicadeza
Trazendo estas ofertas
De uma amizade plena,
Carinhos que não cessam.
Amor tomando a cena,
Decerto solidário
Por isso é que festejo
O teu aniversário...
Publicado em: 29/09/2007 15:49:07
Última alteração:27/10/2008 19:30:21



Relembro quando nós comemorávamos
O teu aniversário, te encontrando,
Além do que queríamos, sonhávamos
Com raios de teus olhos nos tocando,
Os sonhos mais felizes nós achávamos
Naquela que em carinho ia guiando
Os passos de nós outros por estradas,
Decerto mais sublimes; encantadas.
Publicado em: 17/10/2007 21:17:42
Última alteração:27/10/2008 19:44:42



Neste dia, minha amiga
Coração bate depressa
Na alegria já se abriga
Mais feliz ele confessa
Da emoção que enfim se abriga
Nesta festa que começa
De um amor mais solidário
Neste teu aniversário!
Publicado em: 03/11/2007 20:31:51
Última alteração:26/10/2008 21:37:07


Não posso me esquecer querida amiga
Do teu aniversário, pois bem sei
De toda esta amizade que nos une,
Caminho que em belezas encontrei.
Estradas tão diversas nós passamos
Depois de tanto tempo eis-me aqui,
E juntos nós iremos neste dia
Fazer uma alvorada mais feliz.
Publicado em: 13/11/2007 18:06:21
Última alteração:26/10/2008 21:34:21


O teu beijo é puro mel,
Deixa eu ser a tua abelha,
Num tremendo fogaréu
Nosso amor vira centelha.
Publicado em: 19/12/2009 20:09:47
Última alteração:16/03/2010 08:45:53



O teu beijo é vitamina
Que alimenta o coração,
Teu amor tanto fascina
Perco logo a direção...
Publicado em: 17/01/2010 13:51:29
Última alteração:14/03/2010 20:17:18



O teu beijo me alimenta
Teu carinho me sacia,
A paixão se é violenta
Apascenta todo dia...
Publicado em: 02/03/2008 20:19:12
Última alteração:22/10/2008 14:02:00



O teu beijo me aquecendo
Não existe mais inverno,
Tantos mundos percorrendo
Que este beijo seja eterno!
Publicado em: 19/12/2009 19:46:06
Última alteração:16/03/2010 09:55:18



O teu beijo me inebria,
Tem o gosto do prazer.
Te beijando todo dia
Mais eu quero, pode crer...

Publicado em: 04/03/2008 22:14:17
Última alteração:22/10/2008 15:08:14


No cálice dos corpos
Delícias entre brindes
Viagens entre luzes
Prazer entre lençóis
Adentro entre as coxas
Delírios sem pudores
Entranhas decifradas
No mar- nossos amores.
Publicado em: 15/04/2008 22:59:29
Última alteração:21/10/2008 18:24:48




O teu cheiro chega manso
Vem domando o coração,
No meu peito, este remanso
Se tornando um furacão.
Publicado em: 03/03/2008 21:10:37
Última alteração:22/10/2008 14:15:05



Procure o teu tesouro de maior valor, a jóia rara do seu coração!Dedica-lhe atenção com toda afeição. Se nuvens em lugar de sol sombrearem o coração,busque proteção e encontraras o amor aquecendo a alma


SHIRLEY NAZARETH


Amor de turbulências
Por vezes nos transforma
E quando toma a forma
De várias inclemências
Causando as penitências
Rompendo qualquer norma,
Uma alma se deforma
Em meio às virulências.
Mas quando feito em paz
Carinho e em atenção
Mudando a direção
De tudo que se faz,
Transborda em tanto brilho
Não vê mais empecilho...
Publicado em: 07/07/2010 06:39:27



O teu mel já me vicia
Disso sabes muito bem,
Nosso amor em alegria
Tanto amor ele contém...
Publicado em: 03/03/2008 22:01:21
Última alteração:22/10/2008 14:19:24



O teu mel adoça a boca
Deste pobre sonhador,
A paixão é coisa louca
Quero morre, mas de amor,
Se a saudade fosse pouca
Não fazia sofredor
Minha Voz ficando rouca
De gritar; faça o favor
Não vamos dormir de touca
É preciso muito amor,
Senão beijo a tua boca,
O meu peito sente dor...
Publicado em: 15/01/2010 16:58:05
Última alteração:14/03/2010 20:59:52



Quem dera rouxinol,
Porém a cotovia
Clamando o sol
Do novo dia
Espanta um louco
Amante.
Teu nome
Instante
Soa
Retarde o amanhecer!
Estenda a tua mão
Não deixe vir aurora.
Quem canta
Enfim, agora?
Publicado em: 25/03/2008 22:00:07
Última alteração:21/10/2008 22:06:31

O amor é como pipoca,
ou como passoca de vaca;
amor de mulher é cabaça
de cachaça rala e fraca.
Fui acreditar em ti,
Meu amor, minha pequena,
Vi depois que me perdi,
O teu amor me envenena...

Se não gosta meu amor,
Por que foi fazer assim,
Sei que sou um pecador,
Mas tenha mais dó de mim...

Teu amor, tanta mentira,
Que não posso desculpar,
Diz que era couro, era embira,
Mal dá pra se sustentar...

Mesmo assim te quero bem,
Não que eu queira duvidar,
Mas logo que a noite vem,
Como é bom te namorar...

Tu é muito mentirosa,
Mas não quero andar sozinho,
Toda rosa mais cheirosa,
Fica cheinha de espinho...

A primeira trova é da região de Patos de Minas, Minas Gerais.

Publicado em: 10/03/2007 17:09:32
Última alteração:30/10/2008 16:49:20



O TEU AMOR...

Olhando para o sol,
Preciso do calor.
Sou qual um girassol
Buscando o teu amor...

E quero em cada beijo
Dos raios que me dás,
Matar o meu desejo
De tanto amor em paz...

Estrela matutina
Que brilha tão intensa.
Nos olhos descortina
A vida em recompensa.

Eu quero em cada beijo
Dos raios que me dás
Viver pleno desejo
De tanto amor me traz.

Raiando mansamente,
Me beije devagar.
Te quero tão contente
Não deixo de te amar.

Eu quero o teu desejo
Nos raios que me dás.
É tanto amor que vejo,
É tanta luz que traz...

Meus raios nos teus raios
Em raios mais potentes.
Provoca, amor, desmaios,
Nascentes e poentes....

Eu quero em teu desejo
Desejos que me traz,
Os beijos que te beijo,
Enfim, amor em paz!
Publicado em: 16/05/2007 21:17:40




Não quero teu sorriso feito escarro
Nem mesmo tua boca mais profana,
Apenas mergulhar no antigo barro
Bebendo desta fonte soberana
Aonde amor não seja tão bizarro
Vencendo o coração que desengana
Amortalhado sonho de vingança
Matando em nascedouro uma esperança...
Publicado em: 10/11/2007 13:22:23
Última alteração:24/10/2008 15:04:25


Teus olhos carniceiros, meus algozes,
Ferindo a cada riso, apodrecendo
As esperanças tolas que já tive.
Persigo tão somente o que perdi
Nos ermos desta vida sem valia.
O medo de sonhar tanto machuca
E a faca que utilizas num olhar
Penetra lancinante e dilacera.
Não sabes quão profunda a liberdade
Inerente que carrego aqui comigo.
Não quero o teu carinho, que se dane
A fera que mordendo devagar
Numa sangria estúpida pretende
Levar os meus escombros qual troféu.
Publicado em: 28/11/2007 08:42:14
Última alteração:24/10/2008 15:17:45




Sabores vários
Agridoce...
Do bardo o brado
Distante
Encontrando eco
Nos olhos do aprendiz...
Quem dera maestria!
Mas olho o meu reflexo
E vejo o vazio.
Corcel indomável
Arável solo.
Consolo?
Publicado em: 15/06/2008 19:50:47
Última alteração:20/10/2008 21:49:33


Tal desgraça não se evita,
até parece uma lenda:
meu amor faz tanta fita
e compra fita na venda.
Meu amor pensa que engana
Quando finge que me quer,
Espanador quando espana
Tira o pó quando quiser...

Eu nasci faz muito tempo
De barriga feminina,
Eu não sou seu passatempo,
Passa fora, essa menina...

Mas a bem de uma verdade
Não precisa tanto pejo,
Com toda a sinceridade,
Como é gostoso o seu beijo...

Beija flor já tá cansado
De viver sem ter carinho
Antes mal acompanhado,
Que viver sempre sozinho.

Vou fingindo que não sei,
Ela finge que já sabe,
Valete não quer ser rei,
Vai ser bom antes que acabe.

É melhor moça bonita,
Inda mais quando se arruma,
Mesmo que fazendo fita,
Do que ter mulher nenhuma

A primeira trova é da região de Patos de Minas,
Minas Gerais

Publicado em: 10/03/2007 17:34:18
Última alteração:30/10/2008 16:49:13




“Toda vez que penso em ti,
Lá vem a dor de barriga.
Um danado piriri,
O resto? Bem. É lombriga.”

Minha querida adorada
Nosso amor acaba mal,
Eu não vou te dizer nada
Deixo contigo o final.

Vai dizer pra todo mundo
Que sou feio e fedorento,
Não trabalho, um vagabundo
Que nem mesmo eu já me agüento.

Que meu hálito é fedido,
Tem frieira no meu pé,
O meu ronco é bem comprido,
Que o pior é o chulé

Minha calça tá rasgada,
Meu sapato já furou,
Na cama não sou de nada,
Nem sabe como agüentou.

Causei desgosto profundo,
Minha mãe é jararaca,
Que só dou cheque sem fundo,
O meu corpo fede inhaca.

Não se esqueça de dizer
Que não tenho mais um jeito,
Que o teu maior prazer
Nunca foi bem satisfeito.

Fale tudo o que quiser,
Eu não ligo meu amor,
Você foi minha mulher
Me aqueceu o teu calor.

Eu bem que isso é despeito
De quem foi e quer voltar,
Venha cá tá no direito,
Pois aqui é teu lugar!

Marcos Valério de Carvalho Loures
Marcos Loures

Publicado em: 24/03/2007 20:37:17
Última alteração:06/11/2008 10:20:29


Não sei de teus amores nem os quero
Espero que desculpes tal frieza
Mas nada de viver dessa incerteza
Que trama sem sentidos. Desespero.
Mas busco meu futuro n’outra praia
As ondas que prometes, as tsunamis,
Por mais que tanto amor assim tu brames
Teus olhos me pedindo já que eu saia.

Não sou de rebelar-me, sou da paz.
Portanto não se esqueça de sair
Mas não repares antes de sumir
As lagrimas que choro. Sou capaz
De mergulhar no mundo sem teu braço
Mas deixe, eu vou seguir o meu destino.
Das dores que me deste,eu mesmo traço
O rumo que recebo, cristalino.
No fundo te perder é tudo que imagino,
As gotas tão miúdas qual sereno.
Traduzem os teus gozos, de veneno...
Publicado em: 14/12/2006 18:25:41
Última alteração:30/10/2008 18:35:13


O TEU AMOR

Não faça chantagens
Moleca vadia
Que a noite se esfria
E perco as viagens.
Bobagem qualquer
Saber e ter fé
Depois se perder.

Trilhar teus caminhos
Beber dos teus vinhos
Vinícola exclusiva.
Rapéis nesta cama,
Trepando e descendo
Amor percorrendo
Montanhas e vales.
Bailes e festas,
Frestas e gomas.

Ramas, alamedas
Mas finges e cedas
Sedas depois
Sendas tu fechas
E flashes apenas
Restando na aurora.
Publicado em: 06/10/2007 11:09:37
Última alteração:30/10/2008 11:45:37



Nos cigarros que eu fumei
Nosso amor foi a fumaça,
Nos caminhos procurei,
Pela rua, beco e praça,
Os carinhos espalhei
Teu amor foi a cachaça
Que decerto me inebria,
Vou bebê-lo noite e dia!
Publicado em: 04/11/2007 23:07:22
Última alteração:24/10/2008 15:00:55



Não quero teu sorriso em podridão
Nem mesmo pernoitar entre teus braços.
Rompantes tão imundos da paixão
Já não me servirão nem como laços.
O canto em que se mostra a tentação
Distante de meus olhos rasga os traços
E o encanto que tivestes de tão frágil
Morrendo em solidão, triste naufrágio...
Publicado em: 19/11/2007 22:49:13
Última alteração:24/10/2008 15:14:42


Espelhando no olhar o sentimento
Que move minha vida, em verso e sonho.
Querendo o teu amor, todo momento,
O paraíso em vida, eu te proponho.
Que os sinos, campanários, rebimbando
Tragam-nos alegrias sempre em bando.

Ressoam as palavras que disseste
No mel de cada olhar em brilho puro.
Do verde uma esperança que reveste
O bálsamo dos olhos que procuro
Reflexo da emoção que nos tomando
Os temores e as dores, aplacando...
Publicado em: 22/12/2007 07:08:52
Última alteração:22/10/2008 21:04:08



Que te vale fingir que não me adoras,
Se teu olhar me diz ser importante
Esse amor que sentia, amor vibrante
Que, em mesma taça, uniu por longas horas,

Do nosso afeto, o vinho transbordante?
Que te vale ocultar que ainda choras
Nossa separação e que me imploras
O amor que eu já te dei em outro instante?

Se em mim morreu tão belo sentimento,
Foi porque não soubeste preserva-lo.
Se deste amor, agora ainda falo,

Embora cause em mim o sofrimento,
Também eu te confesso ser verdade
Que dele nem restou uma saudade!


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 17/04/2008 15:16:51
Última alteração:21/10/2008 18:28:18

Belo sol transpassando essa janela
Trazendo, nos seus raios, meu encanto,
Os olhos que se foram, desencanto,
Deixaram esta dor que se revela
Em cada canto tímido que faço
E sempre que, sem alma, me esfumaço.

Cansaço de viver sem ter teu porto
Exposto a tantas dores e mazelas
As luas se apagaram, as estrelas
Testemunhando um sonho semi morto.

Das neves que me encharcas peço rosas
Embora sem certeza, sempre peço.
No pântano insalubre que tropeço
Encontro as estrelas maviosas...

Amor que me negaste, vivo engano,
No pântano em minha alma refugia,
E, claro, se alimenta em fantasia
À noite em fogo fátuo vai, metano...
Publicado em: 02/05/2008 20:59:35
Última alteração:21/10/2008 14:31:23




Te procuro em minha cama,
Não encontro mais ninguém
Coração cedo reclama,
Mas somente o frio vem.

Se eu pudesse, amor te juro
Te traria aqui comigo,
Toda noite, em céu escuro,
Condenado ao desabrigo.

Mas ainda tenho fé
De poder ter teu amor,
Já cuidei do meu chulé
Não tem mais nenhum fedor...

Publicado em: 14/05/2008 19:35:32
Última alteração:21/10/2008 14:41:56




Distante da Estrela do Sul,
Cruzeiros te levando ao vento norte
Mais frágil pra quem sonha Minuano
A brisa da Gerais
Serve de consolo...
Publicado em: 17/06/2008 20:18:27
Última alteração:20/10/2008 01:15:16


Eu sinto todo afã deste desejo
Em cada nova tarde em que me vejo
Deitado nos teus braços, minha amada.

Eu quero me deitar nestes teus seios,
Deixando para lá os meus receios,
Seguindo teu carinho, tua estrada.

Eu quero pressentir toda emoção
Que trama nosso amor, meu coração
E faz com que mergulhe neste mar

Neste oceano lindo do querer,
Que sempre me dará tanto prazer
Nas horas mais bonitas, te encontrar.

Eu sinto todo arfar deste teu peito,
Amando vou vivendo satisfeito,
Correndo para os braços da mulher

Que mais que minha amada e companheira
Aos poucos se entregou a vida inteira
E sei que mais que tudo, inda me quer.
Publicado em: 24/02/2007 14:52:26
Última alteração:30/10/2008 16:35:19




Por mais que o coração siga nevando,
O quanto desejei e não chegava
Aquela que se fora miserando
Amor que tantas vezes me negava.
O tempo sem dar tréguas foi passando
Minha alma desta moça; segue escrava.
A dor que me consome traz o frio,
E o coração em pedra vai vazio...
Publicado em: 24/11/2007 22:27:50
Última alteração:24/10/2008 15:17:31


Teu nome em minha agenda
Riscado, sem remédio.
Amor virando lenda,
Morrendo assim, de tédio.

Repito que te quero
Mas não me escutas mais,
Depois se desespero,
Atracarei qual cais?

A cegueira que chega,
Não deixa mais te ver,
A vida sendo cega
Me nega tal prazer

De ser teu companheiro,
Amante amigo, amado,
Busquei o tempo inteiro
Estar sempre ao teu lado.

Mas não me deste amor,
Mataste em botão, flor...






O tempo que se foi; não recupero,
Apenas rememoro... Às vezes, quase...
Mas sinto que talvez nem mesmo espero
Que a vida se refaça noutra fase...

Outono que, no amor, quis primavera
Inverno em coração, fazendo estrago.
Não sou o queria nem quem dera
Apenas me perdi no teu afago...

Mas eis que surge a sombra do passado,
Envolta num abraço e num sorriso.
De novo vou brincar no mesmo prado?
Não... Isso com certeza; é impreciso.

Porém ao te rever meu velho amigo,
As pazes eu já fiz. E foi comigo!

DIASBETTI
Marcos Loures

Publicado em: 14/03/2007 22:14:51
Última alteração:16/10/2008 01:56:47



Na boca que se entorta
Em forma de anzol
Maria faz a torta
Estende sempre o sol
E bebe em girassol
A noite que foi morta.
Batendo em minha porta
A moura que inda torta
Passeia em meu quintal.
Publicado em: 01/03/2008 19:44:45
Última alteração:22/10/2008 17:06:05



Mas não fui nem sou e vou.
Mascaro
Masco
O tempo que resta.
Publicado em: 16/01/2010 09:38:31
Última alteração:14/03/2010 21:27:16



Ser conciso
Ser preciso
Necessito.
Quem tem tempo?
Nem mesmo o tempo...
Contra o tempo
A sinopse
Sem autópsia
Antes que a morte surja
E exija seus direitos.
Publicado em: 16/01/2010 10:38:42
Última alteração:14/03/2010 21:08:09




O TEMPO NUNCA PÁRA
AMPARA QUEM PROCURA
DA AURORA A LUZ TÃO CLARA
QUE ACLARA-SE EM TERNURA...
Publicado em: 16/08/2008 21:21:47
Última alteração:19/10/2008 20:18:1


A quitanda.
Muito sol
e a quitandeira à sombra
da mulemba.

- Laranja, minha senhora,
laranjinha boa!

A luz brinca na cidade
o seu quente jogo
de claros e escuros
e a vida brinca
em corações aflitos
o jogo da cabra-cega.

Agostinho Neto


O tempo passa e não percebo a pressa,
Menino que brincava no quintal,
A vida vai correndo mais depressa,
Saudade vai quarada no varal...

Os jogos infantis, a moça boa
Que sempre desejei ser minha tia.
A chuva vai caindo, uma garoa,
A vida se escorrendo na bacia...

Os corações aflitos não percebem
Que o tempo tem seu tempo de durar.
Os olhos das lembranças me recebem,
Com risos de meninos no pomar.

A fruta mais gostosa, a do vizinho,
Agora, tanto medo, estou sozinho...
Publicado em: 21/02/2007 11:41:11
Última alteração:16/10/2008 06:14:33


O Tempo - Marcos Coutinho Loures

O tempo foi dividido
Em dias, meses e anos
E até chego a acreditar,
No mais cruel dos enganos,
Que é o tempo que vai passando...
Mas, para a minha desgraça,
Eu vejo que, em vez do tempo,
É mesmo, a gente que passa...
Publicado em: 14/08/2006 19:24:03
Última alteração:31/10/2008 01:51:24




O amor que canto em versos, sem descanso,
Moldura em que minha alma se encontrou,
Vestido de esperança sempre avanço,
Buscando aonde estrela mergulhou
O coração feliz, batendo manso,
Já sabe o que procuro, aonde vou,
E segue este cometa enamorado,
Seguindo o que me resta, do teu lado..



O TEMPO DE SONHAR

O tempo de sonhar se mostra logo
A quem se fez em glória e riso farto.
O quanto em desafio perco o jogo
Dos olhos de quem amo não me aparto

Felicidade, enfim já não descarto
E peço a Deus em prece mansa, em rogo
O tempo de sonhar se mostra logo
A quem se fez em glória e riso farto.

Nos ermos de meus dias eu me afogo
E sempre que sofrer, do amor eu parto
Jogado à própria sorte, entregue ao fogo.
Porém se em teu carinho amor reparto
O tempo de sonhar se mostra logo.
Publicado em: 10/01/2008 18:35:49
Última alteração:22/10/2008 19:55:01



(ay, ay, ay)adiós que se va segundo
(ay, ay, ay)en un buque navegando,
(ay, ay, ay)las niñas que lo querían
(ay, ay, ay)casi se han muerto llorando.

Violeta Parra


O tempo foi passando sem perdão,
As lágrimas secando pouco a pouco,
Quem teve nesta vida esta emoção
Sozinho, vai rendido, morre louco.
Amar demais é ver-se em tentação
Melhor seria ser feliz, tampouco...

Agora que a saudade bate ponto,
A mocidade morre tão distante.
O peito transtornado sem desconto
Vacila e quase escapa, velho amante.
Navega titubeia, segue tonto.
O mundo que já foi mais deslumbrante...

Os olhos embaçados na neblina
Do inverno que ao chegar, tudo domina...
Publicado em: 18/04/2007 10:06:37
Última alteração:15/10/2008 17:18:25


O Tempo Não Pára


Vejo a vida se escoando entre meus dedos; meus medos e sentidos.
Se de nada duvido, anseio. Percorro os temores do passado nas angústias do futuro, angu de caroço, ossos e ócio expostos.
Na poeira dessa estrada que traz o nada, leva o perdão e carrega o segredo da vida, percebo o sebo do lamento. Meu tormento atormenta a menta aumenta o sentir medo o sentimento, meu momento em vão.
Na raiva, à deriva, derivada das promessas negadas, negras as nuvens, o convés e a conversa entre amigos. Os perigos dessa curva e a turva água do rio.
Curió cantando solto, muito tempo não ouço, seu moço. Cadê?
No meio deste sertão, incerto segue o coração.
Coragem, moço coragem
É preciso na viagem
Que não me traz solução.
Tragando todo o sertão
Nos olhos dessa saudade
Brilhando pela cidade,
Trazendo essa ansiedade.
Mas nada mais teria, nem queria nem poderia. Urgia mesmo a mudança de rumo. A criança toma prumo e vira essa curva.
Transfere toda culpa, escapa e de volta revolta e atrapalha a arapuca da sorte. Minha morte não necessita de luz nem lua, de rua ou de obus.
De busca e de persistência, existência sem nexo...
Nas palavras que procuro
Escrevendo pelo muro
Que limita minha vida
Vou tragando essa perdida
Ilusão de te encontrar,
Nas ondas desse teu mar
Sem esperanças, lutar.
Nessa inconstante mutante tempestade, na claridade de um não sei por que, sentindo que morrer, é o melhor caminho. Sozinho, vou passarinho, passaredos e segredos, meus medos e complexos.
No teu sexo meu mergulho, meu orgulho e meus incêndios.
Meus compêndios de anatomia, na orgia desta melodia que procede
De quem nunca cede nem concede, falta me convencer a receber teu não.
Tua gula e tua bula, me engula e me exponha.
Ponha tua boca amada
Na minha tão transtornada
Procurando pela tua,
Ilumina-me, ó lua
Me faça feliz, ao menos
Me dando dos teus venenos
Canto meus amores plenos...
Plenos de meus sentidos, sentindo o final de tudo, inundado e invadido pelo canto mais bonito que pudesse escutar.
O meu amor pulando o muro, absurdo e surdo, nem ouve o não, segreda felicidade e tempera ansiedade na tapera onde se escondeu...
Publicado em: 07/12/2006 21:34:32
Última alteração:28/10/2008 06:13:03


O Tempero do Amor
Eu só quero seu tempero,
Misturado na panela.
Meu amor é verdadeiro,
Tanto amor tenho por ela...

Tem a delícia do sal,
No tempero do churrasco.
Bolinho de bacalhau,
Por essa moça eu me lasco...

O sabor de cheiro verde,
Temperando essa morena;
Depois deitado na rede,
Da saudade tenho pena...

Um maço de cebolinha
Temperou o nosso amor,
Depois ela vem, s’aninha,
Esquentando meu calor...

Da salsinha que tempera,
Dá sabor para a comida;
Coração batendo fera,
Temperando nossa vida...

Alho com beijo na boca,
Não combinam na verdade,
Amor al dente, faz louca,
Aquela tranqüilidade...

A cebola no meu bife,
Dá um gosto especial,
Não me chame de patife,
Esqueça esse carnaval...

Noz moscada é o seguinte,
A comida fica boa,
Tem mulher pra mais de vinte,
Tem menina e tem coroa...

Pimenta deixa arretada,
Qualquer comida baiana,
Meu amor, de madrugada,
É gostoso, se sacana...

Erva doce dá tempero,
Na broa fica um encanto.
Amorzim, me dá um chêro,
Senão vai rolar meu pranto...

Mostarda na minha pizza,
Naquela de quatro queijos.
Meu amor vê se m’atiça
Na delícia dos teus beijos...

Catchup tem seu gosto,
Por demais adocicado;
Me deixa beijar teu rosto,
Deixando, fico empolgado...

Um limão cai bem no peixe,
Dá um sabor delicado;
Meu amor nunca me deixe,
O resto deixa de lado...

Se quiser, coentro, te trago;
Ajuda no temperar,
Quero a paz desse teu lago,
Aprender, nele, nadar...

Pimenta do reino traz,
Sabor a mais no salame;
Meu amor vou ser capaz,.
De tudo desde que m’ame...

Se tempero enfim, faltou,
Perdão te peço, querida.
Tanto amor que temperou,
Temperando minha vida...

Publicado em: 30/08/2006 20:53:15
Última alteração:30/10/2008 11:04:56



O Sonho e a Liberdade
Não se pode rejeitar a tristeza, assim como não se pode rejeitar a sombra. A grande beleza de uma paisagem vem do contraste entre a luz e a sombra.
(Autor desconhecido)


O que embeleza a noite é a luz de cada dia
O bom de uma alegria é não sentir-se triste
O que valoriza o ser: saber que o nada existe.
Na luz de cada estrela amor em fantasia.

Vitória sem derrota o gozo sem a dor
O pranto sem o riso o fim sem esperança
A morte sem a vida o velho sem criança
O manto sem nudez o mundo sem amor.

A paz sem ter a guerra o todo sem vazio
O mar sem continente a cura sem doente
O homem sem mulher, perdão sem a serpente
O ramo sem a flor, deserto sem o rio

O canto sem silêncio a lua sem o sol
Côncavo sem convexo. Pois nada valeria
Sem termos o contrário, o belo não teria
Sequer um só caminho, e sem esse farol

Que clareia essa noite escura em tempestade
A vida perderia o gozo e a fantasia
Que traçam o meu verso e toda a poesia
E fazem com que o sonho alcance a liberdade!
Publicado em: 26/11/2006 10:43:06


o sujeito se é bacana
todo mundo cumprimenta
se a mulher é mais sacana
senta manso se é de menta...
Publicado em: 17/01/2010 11:09:38
Última alteração:14/03/2010 20:29:32



Que os dias sempre sejam diferentes,
Mas tenha uma certeza desde agora
Que embora sejam tristes ou contentes
A nuvem que chegou vai logo embora.
Embora tantas vezes mais descrentes
Não há felicidade que demora
Também nem dor que viva eternamente
O sol está chegando novamente...
Publicado em: 10/11/2007 09:09:39
Última alteração:24/10/2008 15:04:0





Santo Sudário

Seria a mortalha de Jesus Cristo a peça de linho, de 1,10 m por 4,35m, que se encontra guardada numa capela da Catedral de Turim? Os sudaristas afirmam que sim, e os céticos garantem que não, duas correntes, antagônicas, cujos argumentos se baseiam em razões exaustivas e convincentes. Essa relíquia, conhecida pelos nomes de Síndone, Sabana, Mandylion, Santo Sudário ou simplesmente Sudário, foi fotografada pela primeira vez em 1898, por Secondo Pia, que obteve, como imagem, o negativo, em frente e verso, do corpo de um homem morto, inteiramente nu, com barba e cabelos longos, lembrando o Cristo crucificado.

O Sudário teria sido levado no Século I para Edessa, na Turquia, onde recebeu o nome de Mandylion, e lá permaneceu até 944, quando os bizantinos o transportaram para Constantinopla. A peça desapareceu de Constantinopla em 1204, levada para a Europa talvez pelos Templários, e ressurgiu na França, nas mãos do cruzado Geoffroy de Charny, que em 1356 o fez guardar na Igreja de Lirey. Em 1453 Margarita de Charny doou-o a Ana de Lusignano, esposa de Ludovico de Savóia, que o manteve guardado na Igreja de Chambéry. Em 1694 o Sudário foi levado definitivamente para Turim, onde se encontra guardado na Capela do Arquiteto Guarino Guarini, anexa à catedral de Turim. Em 1983 a Casa de Savóia doou o Santo Sudário ao Vaticano, que, não obstante, manteve-o em Turim.

Os céticos acreditam que a peça não passa de uma falsificação do Século XIV. Em 1988 fragmentos do Sudário foram submetidos ao teste do carbono 14, por três universidades, a saber, Oxford, na Inglaterra, Arizona, nos Estados Unidos, e Zurich, na Suíça, que indicaram tratar-se de objeto com origem entre os anos de 1260 e 1390. Walter McCrone, um dos mais famosos microscopistas do mundo, afirmou não haver encontrado nenhum vestígio de sangue no Sudário, além do fato de que não há nele nenhuma indicação de aloé e mirra, que teriam untado o corpo de Cristo, segundo o Evangelho de São João.

Por seu turno, os sudaristas, também conhecidos como redentoristas, procuram desqualificar esses testes, alegando que os mesmos se basearam em amostras contaminadas, porque deterioradas pela presença de carbono e fumo, decorrente de um incêndio sofrido pelo Sudário em 1532. Os químicos americanos Alan Adler e John Heller encontraram hemoglobina nos fragmentos do Sudário e contestam a afirmação de McCrone de que a imagem corresponde a uma tinta formada por pigmentos ocre e vermelho, tratando-se, pelo contrário, do escurecimento das fibras do tecido por causa da hidratação da celulose. A mancha corresponde, assim, a sangue coagulado sobre a pele de um homem ferido, que não seria possível obter por meios artificiais. Pólens de flores que crescem na região do Mar Morto na época da Páscoa foram encontrados no Sudário, que, adicionalmente, contém resíduos de pólen da França e da Turquia.

Muitos se dedicam profissionalmente aos estudos sobre o Sudário, sendo conhecidos como sindonologistas, cada um com sua especialização, que pode ser em anatomia, química, biologia, fotografia, computação gráfica ou palinologia. Há cerca de 400 grupos de sindonologistas, um dos quais, o STURP (Shroud of Turin Research Project - Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim), formado por 40 cientistas, emitiu em 1983 um relatório contendo o resultado de 100 mil horas de estudo, com a afirmação de que suas pesquisas não atestam "nenhum indício de que a relíquia seja falsa".

O Papa João Paulo II visitou o Sudário em Turim em 1988 e, contornando a controvérsia com grande habilidade, declarou, na ocasião, que “a Igreja confia aos cientistas a tarefa de investigar e responder adequadamente às questões relacionadas com o manto que, segundo a tradição, cobriu o corpo do Redentor, quando foi descido da cruz. O homem refletido no Sudário é a imagem do sofrimento humano, que nos convida à reflexão sobre o mistério da dor e de suas causas. Para os que crêem, o Santo Sudário é o espelho do Evangelho.”


Remo Mannarino
http://ohomemhorizontal.blogspot.com

Publicado em: 20/03/2007 21:42:14
Última alteração:23/10/2008 11:28:4


O SEGREDO DA LONGEVIDADE

Resolveram, naquela pequena cidade do interior, dar um prêmio ao cidadão mais idoso e a população se reuniu, em volta de um palco, montado na praça principal, numa manhã de domingo.

O animador, ao explicar o concurso, começou a chamar os concorrentes e o primeiro a se apresentar foi entrevistado:

- Qual o segredo de sua longevidade?

- Eu sempre vivi aqui na roça, durmo cedo, trabalho muito só tive uma mulher na vida e não bebo e nem fumo!

- E quantos anos o senhor tem?

- Tenho 92 anos, muito bem feitos.

- quando o segundo finalista se apresentou, teve que responder às mesmas perguntas:

- Eu vivo tanto também por que não bebo, nunca fumei, durmo cedo, só tive uma mulher e nunca parei de trabalhar.

- E quantos anos o senhor tem?

- Fiz 98 anos na semana passada!

Depois de ser muito aplaudido, apareceu o terceiro concorrente, meio cego, com uma bengalinha na mão, pele enrugada e meio surdo.

- E o Senhor? Sabe porque está vivendo tanto?

- Sei lá! Respondeu o homem, meus motivos são bem diferentes dos outros, porque nunca deixei de beber minha pinguinha, fumo de tudo, até maconha, tive mais de 20 mulheres e nunca trabalhei.

Diante desse depoimento, todos fizeram um OHHH de espanto, até que o animador perguntou:

- E com quantos anos o senhor está hoje?

- Não sei direito, mas acho que fiz 45 anos...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 07/04/2008 09:30:13


Não tenho mais o medo
Que tinha em mocidade
Saber do amor, segredo
Em toda claridade..

Eu levo o meu poema
Que, solto não domino.
Amar é mero tema
No qual eu meu fascino...

E faço esses meus versos
Em nome deste acaso
Que cruza os universos
E morre num ocaso.

Amor que sei de fato
Ser fátuo e tão cruel
Em mim mesmo retrato
Meu canto, sonho e céu...
Publicado em: 27/01/2007 00:04:33
Última alteração:30/10/2008 18:29:48


Esta batalha, não nego,
Já ganhei mesmo, de fato!
Mulher feia não carrego,
Nem levo frete barato.

Companheiro eu já te digo,
Pare de ser mentiroso,
Sendo assim eu não prossigo,
Tu és muito vaidoso.

Só porque já deu carona
Pra mulher pra mais de vinte
Tinha até a bonitona,
Da Gisele, a tár de Binte.

Outro dia mal se espera
Ao comer um sanduíche
Eu te vi com Dona Vera
A gostosona da Fixe.

Mas eu nem dei muito assunto
E nem prestei atenção,
Logo depois te vi junto;
Perto da Ana Riquimão!

Me contaram, não garanto
Que você traz tanta paz,
Qualquer dia não espanto,
Te ver com Joana Pais.

Se perguntam se é promessa
Você diz: Meu amigão ,
A resposta não se apressa,
É o tamaim do caminhão!

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 23/03/2007 23:15:56

Não me deixas sentir sequer o medo...
Não tenho tempestades, nem as temo...
Amar parece ser o teu segredo.
Nos mares que navego, és o meu remo...
Por vezes, se freqüento meu degredo,
A morte tão silente nunca eufemo,
Aguardo minha dores, simples, ledo...
A teu lado sequer, nunca me tremo...

Perfume e singeleza, tens da rosa,
Caminhas flutuando pelo céu...
Amada, teu caminho descortina,
Nas mãos desta mulher voluptuosa,
Delícias e luxúrias, carrossel...
A noite dos prazeres desatina
E tanto que buscamos sob o véu
Da lua que, faminta, é tão dengosa...
Publicado em: 10/12/2006 20:57:26
Última alteração:31/10/2008 01:37:56


O sem-vergonha acaba dono da terra.
86

Mote

O sem-vergonha acaba dono da terra.

O honesto somente sonha,
E quase sempre se ferra,
Pois mesmo o sem-vergonha,
Que acaba dono da terra.

Marcos Coutinho Loures.


A verdade se confessa,
Eu sei disso companheiro,
Mas da terra que interessa
Eu já sou dela, o posseiro...
Publicado em: 20/11/2008 14:41:04
Última alteração:06/03/2009 18:42:11


O ser humano cumpre o triste karma:

O ser humano cumpre o triste karma:
Do apogeu do universo volta ao nada,
Faz da voracidade a pior arma
Deixando a terra inteira esfacelada.

No rastro demarcado pela incúria,
Não deixa sobrar pedra sobre pedra,
A mão destruidora em plena fúria
Nem mesmo em frente à fome, ela se medra.

Ao ver na seca eterna esta ruína,
O passageiro acaba com a nave,
Fera tão cruel não se domina,
A liberdade morre em tal entrave.

Nos corpos espalhados pelas ruas
As faces da miséria, agora nuas.


88


As faces da miséria, agora nuas,
Expressam toda a dor da humanidade.
Matando simplesmente, continuas,
Negando a quem vier; a claridade.

A terra escalpelada, sem as matas,
Os rios vão secando, assoreados.
Heróis e semi-deuses, frias latas,
Os dias com certeza, destroçados.

Quem teve em suas mãos tanta riqueza,
Não sabe construir, tudo destrói,
O templo feito em bela natureza,
O rato incoerente sempre rói.

Pois quem faz do poder seu grande amigo
Condena-se ao mais negro desabrigo.


89


Condena-se ao mais negro desabrigo,
Aquele que corrói seu próprio lar.
O homem que se faz do homem inimigo
Vê toda esta estrutura desabar.

Na frágil criatura sem defesas,
Encontra sua vítima fatal,
Expondo as carnes frescas sobre a mesa,
Enchendo de ilusões o seu bornal

Eu vejo retratada a dura cena,
Da caça que se torna caçador,
O nada traz nas mãos e sem ter pena,
Espalha o seu olhar destruidor.

Encontrando em nós mesmos, rastro e trilha
Dos cães que nos atacam em matilha.


90


Dos cães que nos atacam em matilha
As presas vão expostas, ironia.
Destroços da ilusão, frágil novilha
Morrendo pouco a pouco de agonia.

O ser humano após a derrocada,
Procurando pelo Éden, nada vê.
Esperança qual tola, destroçada
Nem mesmo no futuro ainda crê

Atravessando o eterno e vil deserto,
A flacidez de uma alma, não resiste.
Do nada que se fez; no campo aberto,
Felicidade vira um simples chiste.

Nas mãos deste farsante querubim,
A seca toma conta do jardim.


91



A seca toma conta do jardim
Nas rosas de Hiroshima, num Iraque,
Eu vejo que chegando ao triste fim,
Os reis eram falsários, só de araque.

No baque que se estronda ilimitado,
O medo dos pequenos traz o alarde,
Nas trevas que tomaram nosso Fado,
Venceu a súcia amarga e mais covarde.

Nas mãos, o maquinário que desanda
E forja mil exércitos inglórios.
Nas marchas marciais da antiga banda,
Os fúnebres acordes nos velórios.

Nos negros horizontes sobre o cerro,
Os sonhos se perdendo em frio aterro.


92


Os sonhos se perdendo em frio aterro,
Os corpos insepultos não reclamam,
Nos olhos dos insanos, aço e ferro,
Farrapos pelos guetos esparramam.

A morte sendo a última quimera,
Telúrico imbecil morreu há tempos.
Jamais encontrará na primavera
A força pra vencer os contratempos.

No esgoto que se aflora nas calçadas,
Abutres devorando a vil carniça
Das lâminas que foram esperadas,
Carnívoros, os olhos da cobiça.

Da amarga podridão, sutil parceira,
Perfume nauseabundo que se cheira.


93

Perfume nauseabundo que se cheira
Das chaminés, dos rios poluídos,
O canto de uma indústria carpideira
Ferindo assim já todos os sentidos.

Das urzes que se espalham no caminho,
Ericas, mil abrolhos, joio e lama,
Perambulando em vão, sigo sozinho,
Apenas o vazio inda me chama.

Proliferando a dor, invés de risos,
As úlceras e chagas; funda escara,
Os passos sem destinos, imprecisos,
A luz já se tornou espessa e rara.

Da civilização, calada a voz,
Depois da humanidade, nada após.


94


Depois da humanidade, nada após,
Somente a mesma ermida do passado.
O vento que de calmo fez-se atroz
Incendiando o mundo congelado.

Um lerdo moribundo inda caminha
Passeia pelo esgoto a céu aberto.
Apenas o vazio ali se alinha,
O rumo que buscara é mais incerto.

A natureza-mãe tão maltratada,
Matando quem a fere impunemente
Embora tantas vezes enlutada,
Percebe o caminhar do penitente.

A mão que acarinhara não descansa,
Cerzindo; a cada dia, uma vingança.



95


Cerzindo; a cada dia, uma vingança,
Teares da natura dão as dicas,
No corte tão sutil de uma esperança
Brotando nos jardins, trevas e ericas.

Dos ricos palacetes o cenário
Expondo as mais terríveis injustiças,
No canto solitário de um canário,
Os últimos trinados das cobiças.

Na pele que se esgarça em agonia,
As pústulas explodem, tomam tudo.
A sorte eternamente vã e fria
O peito que sonhara segue mudo.

O vago que se espalha em nossa história
Promete noite longa e merencória.


96


Promete noite longa e merencória
O tempo da colheita em mau cultivo,
A cada novo sonho de vitória
Sorrisos de um insano ser altivo.

Ouvindo o canto triste do urutau,
Em meio às cinzas torpes que esfumaçam
Cenário tão dantesco e até normal,
Enquanto estes cortejos ali passam,

Ainda posso crer em algo novo,
Que venha desfazer a profecia.
Surgindo pelas mãos simples do povo
A luz que nos trará bendito dia.

Do canto que se escuta aqui ou lá,
Quem sabe uma esperança brotará?



97

Quem sabe uma esperança brotará
Nos olhos da criança ou do faminto.
Estrela de ilusão rebrilhará
Neste cenário tolo que hoje eu pinto.

Tão frágil quanto a vida, sinto a brisa,
Macia que nos toca mansamente.
Ao mesmo tempo acalma enquanto avisa
Que o dia nascerá tranquilamente,

Depende tão somente destes sinos,
Que possam acordar a fera insana,
Ao ver a placidez destes meninos,
Talvez possa luzir bem mais humana,

Renasça um sentimento soberano,
Do nada em que se molda o desengano.



98

Do nada em que se molda o desengano
Os potes da esperança estão vazios.
O vento que viera mais temprano
Em plena iniqüidade, nega estios.

Carpetes de cadáveres já podres
Enquanto os poderosos se embebedam
Do sangue que acumulam nos seus odres
E todas as verdades emparedam.

Riscando do planeta, lentamente,
Qualquer forma de vida; seguem rindo.
Sarcástico sorriso de um demente
Que assim, prossegue impune, destruindo.

Estraçalhando enfim, a redenção,
As águias espalhando a negação.

99

As águias espalhando a negação
Vem do hemisfério Norte a voz insana,
No bico da canalha, exploração,
Ao mesmo tempo inflama enquanto engana.

Quem pensa ser de Deus a santa espada
Em nome da justiça em larga escala,
Matando com sua alma já lavada
Humanidade inteira assim empala.

Da covardia faz seu heroísmo,
Na burra idolatria, estupidez,
O velho que sorri com tal cinismo
Semeia entre os boçais, insensatez

Olhar que ao destruir já nos quer bem,
Uma expressão vazia, agora tem.


100


Uma expressão vazia, agora tem
A palavra de um santo de pau oco,
Mudança desta história nas mãos tem,
Salvando a terra inteira do sufoco.

Porém águia soberba não percebe
O quanto é necessário um novo rumo,
Da fruta ensangüentada que recebe
Não deixa sobrar nada, seca o sumo.

O povo redentor da humanidade,
Roubando dela mesma, uma esperança,
Aos poucos, em total insanidade,
A morte como lema, vai e lança.

Matando cruelmente pede bis,
Lanhando em cada irmão, a cicatriz.


101

Lanhando em cada irmão, a cicatriz
Exposta num sorriso de sarcasmo,
Negando a sorte, víbora aprendiz
No genocídio expressa o seu orgasmo.

Olhares idiotas, reis supremos,
Enfileirando os pobres infelizes,
Mal disfarçados, velhos, podres demos,
Enegrecendo o céu, plúmbeos matizes.

No inverno que virá, depois de tudo,
A fome se espalhando sobre nós,
Paciente terminal, eu não me iludo,
Aos cuidados do verme mais atroz.

Fazendo da injustiça um ritual,
Numa expressão indigna e tão boçal.


102


Numa expressão indigna e tão boçal
Após a negra noite anunciada,
O verso recomeça sempre igual,
Trazendo para a vida uma emboscada.

Na busca pelo dia que não veio,
Estrelas derramando suas luzes,
No pão embolorado, vil centeio,
Apenas os resíduos feitos cruzes.

Nas mãos que outrora tinham os tacapes
Agora em explosões venais, atômicas,
Sem ter sequer caminho ou mesmo escapes
A podridão se mostra em ledas vômicas.

Hemoptise de uma alma aos borbotões,
As esperanças morrem nos porões.


103



As esperanças morrem nos porões
Dos navios negreiros atuais,
Os corpos, aos milhares, aos milhões
Reféns dos carniceiros infernais.

Ao ter deste cadáver, podridão,
A decomposição aguarda a fera,
No rito da esperança amargo e vão,
A morte da possível primavera.

Alimárias eternas, esfaimadas,
Caminham pela terra sem destino,
Nas plantações inúteis, derrocadas,
Aos poucos fantasias; extermino.

Nos olhos que os vazios reafirmam
Os vermes mais temíveis se auto-afirmam.


104


Os vermes mais temíveis se auto-afirmam
E fazendo dos mansos seus reféns,
A dura profecia; já confirmam
Riscando cruelmente os ledos bens.

Ao opacificar a luz divina,
A lua se perdendo, sem sentido.
O vento que nos toca e nos domina,
Jamais pelos vorazes é ouvido.

Cardumes de tenazes gafanhotos,
Devoram toda a nossa plantação,
Os dentes afiados dos escrotos
Trazendo tão somente a negação.

Secando toda a fonte da verdade,
O que dizer da tal felicidade?


105


O que dizer da tal felicidade,
Se eternas tempestades formidáveis,
Invadem todo o céu da humanidade,
Trazendo sentimentos descartáveis.

Navalha que penetra em nosso cerne,
Arranca o que nos resta, coração.
Presume que esta fera não hiberne
Secando qualquer forma de verão.

Agricultor que tem boa semente,
Em solos infecundos, não progride,
Aguado pelos olhos de um demente,
Que à pobre natureza sempre agride

Numa semeadura da utopia,
A mão volta, decerto, assim vazia.


106


A mão volta, decerto, assim vazia.
Depois desta colheita quase inútil,
Numa alma sem aprumo em que cerzia
Um vago céu insano e mesmo fútil.

Participes do estúpido jogral,
Herdeiros das comarcas dos horrores,
Sorrisos de ironia de um boçal
Escondem derradeiros refletores.

Vencidos pela farsa desumana,
Guerreiros em cruzadas pós modernas,
A boca sensual, venal sacana,
Arranca da esperança, as suas pernas.

Tomados pelos gozos idiotas,
Guardamos ignomínias em compotas.


107

Guardamos ignomínias em compotas
Em meio à procissão de amargos círios,
As esperanças restam mais remotas,
Substituídas pelos vãos martírios

A porta que se fecha e não mais se abra
Não deixa que alegria entre na casa.
A boca que gargalha, assim, macabra,
Espalha nos caminhos lava e brasa.

Os olhos indigentes de um pedinte,
Jogado pelas ruas, vil mendigo.
Para os burgueses soam como acinte,
A fome que se estampa é um perigo.

De assassinos impávidos, qual fera,
Estraçalhamos nossa primavera.

108


Estraçalhamos nossa primavera
Ao vermos nestes vermes paletós,
De quem a solução tanto se espera
Vem a resposta crua e mais atroz.

As rapineiras aves do Congresso
Fazendo da fortuna uma partilha,
Sorriso desta hipócrita, confesso,
Não passa na verdade de armadilha.

Talvez nas mãos de um novo redentor,
Que venha transformar toda heresia,
Num outro amanhecer encantador,
Proteja o renascer de um belo dia.

Surgindo das entranhas dos vis lodos,
Mostrando o quanto amor é bem de todos.


109



Mostrando o quanto amor é bem de todos
Meninos vão cantando livremente,
Não sabem dos adultos, seus engodos,
E pensam noutro mundo que os contente.

Depois de certo tempo, fera ou caça,
A vida preparando um carniceiro,
Descortinando a nuvem de fumaça
Morticínio se torna corriqueiro.

O tempo que assim mostra a cada liça,
As diferenças tolas, e abismais,
O pobre já servindo de carniça
Aos ricos, vagabundos e boçais.

Cortando os velhos sonhos, frágeis nós,
Deixando como herança o nada após.



110


Deixando como herança o nada após
Espúrios imbecis fazem a festa,
Calando da verdade a dura voz,
Depois da tempestade, nada resta.

Mas vejo no horizonte alguma chance
De um novo alvorecer em raro brilho.
Se o canto já trouxer maior alcance
Amor pode ser mais que um estribilho.

Assim, dos olhos meigos de um infante,
Uma abolicionista fantasia
Que crie na magia de um instante
O bem que nos aqueça em noite fria.

Um sonho feito em luz, descortinável,
Nas mãos de um ser diverso e mais amável.


111

Nas mãos de um ser diverso e mais amável
Deixando para trás suas amarras,
No beijo carinhoso, um riso afável,
Calando da pantera frias garras.

Quem sabe poderemos vislumbrar
A outrora mansidão que se perdeu.
Tocado pelos raios do luar,
Ouvindo o que dizia o Rei hebreu.

Da hedônica luxúria nem sinais,
O riso se faz franco, esperançoso,
Estrelas são guardadas nos bornais,
Semeiam fartos brilhos, raro gozo.

Palavra que apascenta e mostra o dia,
Um raro amanhecer, cedo anuncia.


112


Um raro amanhecer, cedo anuncia
Os olhos de quem sabe ser feliz,
Trazendo em suas mãos a fantasia,
Moldura a sua vida em bom verniz.

Estende o seu amor ao infinito
E sabe consagrar santa emoção,
Do riso que se mostra mais bonito,
Prepara a farta e doce inundação.

Aduba em alegrias seu canteiro
Colhendo depois disso, flores raras,
Sabendo ser possível, jardineiro
Matar em nascedouro urzes amaras.

Porém a vida segue mais mortiça
Nas mãos de quem domina a vã cobiça.


113


Nas mãos de quem domina a vã cobiça,
Decerto mil espinhos entranhados,
Jardim de uma esperança já não viça
Apenas os abrolhos são gerados.

Fartura tão somente das daninhas
Ervas que se fazem mais presentes.
Voando para longe as andorinhas,
Levando para outrem boas sementes.

Negando um cais, explode o ancoradouro
O barco se perdendo num naufrágio,
Inverno se tornando duradouro,
Deixando o sol tão tímido e mais frágil.

Ao nublar o horizonte, cega a serra,
Escárnio se espalhando sobre a Terra.


114


Escárnio se espalhando sobre a Terra
Proliferando mágoa, insanidades,
O ciclo de esperança já se encerra,
Não deixa mais restar nem amizades.

A vida parecendo um duro fardo,
Pesando em nossas costas, nos lanhando.
Na estrada tão somente brota o cardo,
O dia pouco a pouco, se nublando.

Distantes, os temíveis urubus,
Aguardam pelos restos em carniças,
Vestindo paletós não andam nus,
Olhares expressando vis cobiças.

Ao longe, em tal cenário eu posso ver
Escórias nos Congressos, no poder.


115



Escórias nos Congressos, no poder
Vorazes caricatos da esperança,
Nos jogos desta turba eu posso ver,
Da corja quando em bando, uma aliança.

A temperança fica para trás
Propagam turvas águas, mais salobras,
Nem mesmo algum banquete satisfaz,
Desejam devorar até as sobras.

Quem sabe do plantio, o quanto é duro,
Ao ver tais rapineiros, perde o rumo.
Abortam, sem remorsos, o futuro.
Negando ao passarinho, asa e aprumo.

Crocitam enquanto geram, podres gralhas,
A cada amanhecer, novos canalhas.


116


A cada amanhecer, novos canalhas
Em novos redentores disfarçados,
Escondem sob as roupas as navalhas,
Hipocrisia reina em seus prelados.

A pobre multidão segue faminta,
Atrás de uma promessa em romaria,
No sangue que se mostra em pouca tinta,
Os sanguessugas fazem uma orgia.

Vendido como santo milagreiro,
O Pai que foi deveras maltratado,
De novo a cada dia, num puteiro,
O cadáver em dor, crucificado,

Por sermos coniventes, somos vis,
Verdugos de nós mesmos, imbecis.


117



Verdugos de nós mesmos, imbecis,
Quem cala muitas vezes não diz nada,
Assim o sangue escorre em chafariz,
Os pombos vão fugindo em revoada.

A paz que procurávamos, fenece,
Na dura solidão vejo o cordeiro,
Pedidos idiotas; ouve em prece,
Falando de poder e de dinheiro.

Enquanto a romaria não se estanca,
O velho em misérias já se empapa,
Montando a pobre santa, qual potranca,
Riquezas subtraídas; nada escapa.

Nós somos, ao negarmos a mamata,
Parceiros desta estúpida cantata.



118


Parceiros desta estúpida cantata
Que risca os negros céus deste universo,
Fazendo do sermão pura bravata,
Sentido da amizade vai disperso.

Nas águas deste rio caudaloso,
Milhões de seres vagam, sem destino.
Profeta apocalíptico viscoso,
Cobrando pelo amor, ágio divino.

Da graça recebida, faz fortuna,
E forma legiões em servidão.
Não tendo mais quem cale e sequer puna
Viceja a canalhice, em plantação.

E a pobre multidão que espera o mel,
Bebendo tão somente deste fel.



119



Bebendo tão somente deste fel
Meu verso é pessimista, disso eu sei,
Enquanto nos cobrir escuro véu
E a cretinice for do amor a lei

Eu sempre irei berrando sem descanso,
Ovelha desviada e com orgulho.
Não posso me calar nem ficar manso,
Repasto que se faz em pedregulho.

Não vejo mais o brilho que esperava
Durante a minha infância e juventude.
Forjaram da palavra, dura lava
Que mata impunemente e seca o açude.

Ceifeiro tão velhaco rouba o perfume
Do quanto se plantou, velho costume.


120



Do quanto se plantou, velho costume
Há tempos esquecido por pastores,
Que sabem desfrutar de cada lume,
Fazendo-se de todos, redentores.

Mentiras espalhadas pelo chão,
Aguando a mais cruel e vil semente,
Exalam desde sempre a podridão,
Rastejam com pudores de serpente.

Vendilhões do templo, contumazes,
Não deixam sobrar nada da verdade,
Palavras viperinas e tenazes
Escondem a divina claridade

Condena o bom cordeiro, esconde a graça,
A sórdida presença desta raça.


121



A sórdida presença desta raça
Devora as ilusões dos pobrezinhos,
A sorte de viver já se esfumaça
Deixando tão vazios os seus ninhos.

Aqui eu reconheço os meus pecados,
Burguês que entre burgueses se criou.
Meus pés que agora estão já bem cansados,
Tampouco uma esperança partilhou.

Omisso, tantas vezes nada falo,
Olhando pra mim mesmo, isto me basta,
Percorro minha senda e sigo o embalo,
Criando enquanto mudo; nova casta

Quebrando do arvoredo, flores, ramos,
Qual ave de rapina; destroçamos.


122


Qual ave de rapina; destroçamos
Os sonhos das crianças inocentes,
Enquanto algum futuro devoramos,
Mostramos os sorrisos entre-dentes.

Carcaças espalhadas pela casa,
Jogadas nas sarjetas da esperança.
O fogo nos consome em lenta brasa
E a chama morre aos poucos, sem fiança.

Enquanto a vida mostra em descaminhos
Os rumos preferidos pelas gralhas,
Deixamos os infantes sós nos ninhos
Expostos ao vigor destas navalhas.

Liberta, sem algemas ou amarras.
A fera irá moldando novas garras


123


A fera irá moldando novas garras
Afiam cada dente em nossos ossos,
Nos olhos do futuro fazem farras,
Não deixam mais sobrar sequer destroços.

Noctâmbula, voraz, se refestela
Nas carnes mais macias das crianças,
A cada nova orgia em esparrela,
Recebem dos ingênuos as fianças.

Estrume que se mostra em profusão,
Proliferando a cada anoitecer,
Negando a mais sublime redenção,
Deixando a carne assim, apodrecer.

Cortando uma esperança em finos gomos,
Farrapos indigentes do que somos.



124


Farrapos indigentes do que somos
Espalham-se nos bares e nas ruas,
Refletem na verdade o que nós fomos
As faces que se mostram, seguem nuas.

A carapaça quebra-se de fato
Deixando-se antever o que virá.
Nos lagos ao olharmos tal retrato,
Sabemos necessário desde já

Uma mudança audaz e radical,
Que possa permitir a plena paz
Do quanto nós herdamos vendaval,
Assim será meu canto mais capaz.

Felicidade, mesmo em utopia,
Um sonho que se faz a cada dia.


125



Um sonho que se faz a cada dia
Renova o coração de um homem velho.
Tocado pelo sonho, em fantasia,
A vida nos trará santo conselho.

Marcando em alegria a nova aurora
Que um dia possa ser de todo mundo.
O fogo da esperança revigora
E toma toda a Terra em um segundo.

Quem sabe, assim, podemos perceber
O quanto a vida é bela e necessária.
Podendo desfrutar deste prazer
A noite não será mais temerária.

Que a luz da claridade enfim soçobre
Fatídica mortalha que nos cobre.


126

Fatídica mortalha que nos cobre
Impede que uma luz se descortine.
Do todo não percebo que inda sobre
Um sonho benfazejo que alucine.

Resoluções; aguardo no meu canto
E delas penso crer numa saída
Que possa sonegar o desencanto,
Trazendo um novo rumo à nossa vida.

Porém ao ver que nada, sempre vem,
Eu risco uma esperança dos meus dias.
O medo que se estende mata o bem,
Trazendo ao fim das tardes, agonias.

A tempestade vindo aos borbotões,
Estende a fome em vastas plantações.

127


Estende a fome em vastas plantações
Negando a sobrevida a quem precisa.
Fechando da esperança, os seus portões,
E quando dá seu bote não avisa.

No beijo viperino da traíra,
Inoculas venenos, ser infame,
O pé que num instante distraíra,
Tropeça e encontra as farpas deste arame.

Arranca os olhos puros da ilusão,
Infiltras sobre nós tuas ventosas,
De insanos preconizas procissão
Espinhos descartando as belas rosas.

Enquanto o teu castelo vai surgindo,
Farrapos pelas ruas vão pedindo.


128


Farrapos pelas ruas vão pedindo
Fazendo dos escombros os seus lares,
Pastores que no púlpito mentindo
Espalham tais mentiras aos milhares.

Na exploração indigna do trabalho,
A mão deste carrasco não perdoa,
Jogando pra debaixo do assoalho
O que restou de pau desta canoa.

Políticos, pastores, frias feras,
Ladrões das esperanças, seres vis.
Ao tornar quase impossíveis primaveras
Destroem com esgares mais sutis.

Milagres já permitem que arremeta,
Os podres serviçais, velha sarjeta,

129


Os podres serviçais, velha sarjeta,
Os jogos do demônio não se esgotam,
As lavas invadindo cada greta,
As cores da esperança se desbotam.

Mergulhos em temíveis abissais,
Resquícios de virtude vão sumindo,
Em meio a tais profanos vendavais,
O chão desesperante vai se abrindo.

Fazendo os seus licores das sangrias,
Da pele que se esvai, surgem escamas,
Esdrúxulo diabo em agonias
Prepara dia-a-dia nossas camas.

Nos rastros deste ser insuportável,
Esgoto que se mostra interminável.


130



Esgoto que se mostra interminável
Recende à tão terrível fedentina,
O lobo tantas vezes é afável,
Devora depois disso a luz divina.

Vomitando impropérios e mentiras,
Vendendo este cadáver numa cruz,
Recortam o seu corpo em finas tiras
Expondo em cada esquina o Bom Jesus.

Farsantes com voz mansa e tão macia,
Sugando o que puderem pela frente
Do sangue derramado, a mesma orgia,
Tornando cada ovelha um indigente.

Daqui, estupefato, inda contemplo
Eternos vendilhões do mesmo templo.


131


Eternos vendilhões do mesmo templo
Traindo o Pai amado e tão querido,
Do amor e do perdão maior exemplo,
Agora segue em vão, prostituído.

São tantas as Igrejas que traficam
As chagas deste pobre carpinteiro,
Da venda de esperanças edificam
Impérios saturnais em cada outeiro.

Moribundos famintos seguem loucos,
Os ritos enigmáticos, profanos.
Em gritos de histeria, quase roucos,
Abarcam tais poderes sobre-humanos

Na estúpida procura pela cura,
A trama prometendo em amargura.


132



A trama prometendo em amargura
Anúncios em revistas e tevês,
Vendendo especialistas em tortura
Sem bases, sem verdades, sem porquês

Um padre com sorrisos emblemáticos
Satânico promete o que não sabe,
Pastores com seus ritos enigmáticos
Permite que se salve antes que acabe

Compare qual a farsa que é melhor,
Aquela que deveras te cai bem.
O templo que é mais belo, o que é maior,
Frutificando a fé, dinheiro vem.

Enquanto ao lavrador basta e se aceita,
Apenas incertezas por colheita.


133

Apenas incertezas por colheita
Assim o jardineiro passa a vida.
Pensando no futuro mal se deita
Na prece que se pede, recebida.

Enquanto em romarias, eu garanto,
Produtos da miséria recolhidos,
Vivendo da pobreza e do seu pranto,
Dinheiros dos devotos recebidos.

Assim caminha a pobre humanidade,
Espertos e canalhas pela fresta
Roubando o que vier de claridade,
Promovem bestial e insana festa

E o povo, eterna ovelha penitente
Varrendo toda a Terra qual demente.


134


Varrendo toda a Terra qual demente
A multidão não vê a clara luz,
Do Pai que veio a nós exposto em gente
E ensina que o amor basta e conduz.

Na mística mudança deste rumo,
Poderes bem mais podres ressurgiram
Não me calo, conformo ou me acostumo
Ao ver há quanto tempo nos mentiram.

Criando um deus voraz e tenebroso,
Deixando para trás o sacrifício,
Do vingativo ser tão belicoso
Fizeram sua glória e seu ofício.

Já basta! Reconheço como altares
As matas e as florestas, rios, mares.


135


As matas e as florestas, rios, mares
Extensa e tão divina catedral,
As frutas invadindo os meus pomares,
A sorte repartida por igual.

As mãos que pacificam; olhos mansos,
Palavra de carinho e de conforto.
Assim eu já vislumbro os Teus remansos
E encontro em Teu amor, um claro porto.

A Cesar o que é de Cesar, Tu dizias,
Porém unida ao César de plantão,
Igreja se embrenhando em tais orgias,
Recria a cada dia um vendilhão.

Da chama da esperança se desfez,
Cobrindo toda a Terra em aridez.


136


Cobrindo toda a Terra em aridez.
O vento da esperança segue morto,
De toda uma alegria que se fez,
Não resta mais sequer algum aborto.

Os dias vão seguindo sem notícias,
Aonde se escondeu felicidade?
A morte se fez logo nas primícias
Negando ao ser humano a liberdade.

Nem mesmo o sonho vão inda disfarça
O tempo vai ingrato e determina,
Que a vida a cada dia assim se esgarça
Secando da ilusão a fonte e a mina.

Qual lua que transmuda em várias fases,
Vagando por desertos sem oásis.


137


Vagando por desertos sem oásis.
Um velho beduíno perde o rumo,
O solo vai abrindo e já sem bases
Não tem mais esperanças como prumo.

A morte se aproxima e sem miragem
Que possa dar alento, assim se esvai,
Ao terminar inútil e má viagem
A máscara da vida cedo cai.

Num último suspiro preconiza
Um mundo onde pudesse ser feliz,
O vento das mudanças logo avisa,
Terás em outro mundo o que bem quis.

Descobre no final, a liberdade,
Galgando a mais sublime realidade.



138


Galgando a mais sublime realidade
Meu barco vai singrando ao infinito,
Falena a quem encanta a claridade
Fazendo da esperança um sonho, um rito.

Escuto o burburinho do riacho
Descendo sobre as pedras e cascalhos,
Seguindo da ilusão a fonte e o facho,
Deixando para trás meus atos falhos.

Saveiro que procura pelo cais,
Fugindo do naufrágio inevitável,
Em luzes formidáveis, magistrais
Permite um novo dia mais amável.

As dores que vivi, agora cobram,
Nas ledas emoções, tanto soçobram.

139



Nas ledas emoções, tanto soçobram
As vagas ilusões; morrem na praia,
De todos os carinhos poucos sobram
E o sol de uma esperança já desmaia.

Sobrando no horizonte a nuvem negra,
O tempo vai passando sem descanso,
Quem dera se alegria fosse regra
O dia voltaria e bem mais manso.

Na tela que se pinta em tal cenário,
As cores vão perdendo seus matizes,
Metamorfoseado, o sonho é vário
Deixando em todos nós, as cicatrizes.

Ao ver esta epidêmica cobiça
A lua se escondendo, tão mortiça.


140


A lua se escondendo, tão mortiça
Detrás desta montanha feita em fel,
A voz que agora eu trago mais submissa
Expressa a negritude deste céu.

Aos poucos me tomando a caquexia
Macerando os meus sonhos, os destroça
Deixando como herança a noite fria,
Nem mesmo uma ilusão ainda roça.

Palhoças e palhaços revividos,
Maracutaias; vejo nos plenários
Os dias vão secando distraídos,
E tornam-se vorazes temerários,

Distante do que vejo hoje na Terra,
Olhar esperançoso; cego, cerra.

141

Olhar esperançoso; cego, cerra
E pensa no que foi e não voltou,
Por mais que vã tristeza já descerra
O tempo da colheita enfim chegou.

Dos joios espalhados nos trigais,
Adubos não se mostram seletivos,
Preparam os ditames infernais
Olhares se mostrando mais altivos.

Na insânia que domina e me enlanguesce
O tempo se mostrando inda nublado,
Hedônica emoção que em luzes cresce,
Esconde os maremotos do passado,

Porém não é possível mais viver,
Ao gozo simplesmente do prazer.


142


Ao gozo simplesmente do prazer
Minha alma se perdendo deste foco,
Quem pensa num sublime alvorecer
Precisa ter mais forte este reboco.

Por vezes tal mentira satisfaz,
Mas vejo teus reflexos enganosos,
Negando a calmaria, a santa paz,
Explode na verdade em falsos gozos.

Qual fora uma cortina de fumaça,
Que impede que se veja o claro dia,
O tempo inconseqüente trama a traça,
Devora o sentimento em fantasia,

Das mãos desprotegidas, torpes falhas,
Estrumes estampados nas batalhas.



143




Estrumes estampados nas batalhas
Jamais adubariam esperança,
Não passam de imbecis e vagas tralhas,
Com eles farta espera nunca avança.

Formando ao fim do dia tais jograis,
Soçobram nas primeiras ventanias,
Naufragam aos mais fracos temporais,
Pois falsas suas bases de alegrias.

Não deixam que se mostre a liberdade,
Mosaicos inebriam e torturam,
Ao ver assim distante a claridade,
Sentidos meus olhares já procuram.

Enganoso tormento em pilotis
Cordeiros sob os lobos, velhos vis.


144




Cordeiros sob os lobos, velhos vis
Preparam emboscadas toda noite.
O quanto se imagina ser feliz,
É quanto lanha as costas tal açoite.

No sexo que se compra em cada esquina,
Nos jogos de poder e sedução,
Amor mal percebendo se extermina
Só deixa no lugar, a negação.

Em meio a cocaínas, álcool, risos,
Estranhas gargalhadas da ironia,
Palhaços pelas ruas com seus guizos
Encontram farta venda da alegria.

Do laço que depressa já desata,
A mão que nos carinha, cedo mata.


145

A mão que nos carinha, cedo mata
E faz do nosso corpo seu altar,
Pisoteando ateia fogo à mata
Esconde nas neblinas o luar.

Jocosa procissão de meretrizes
Seguidas pelos donos do poder,
Na cama verdadeiras más atrizes
Na jogatina eterna do prazer.

Permitem que se compre à vista, à prazo,
Fazendo uma total liquidação
Depois, negócio feito, vem descaso
O resto não merece nem tostão.

Refletem este imenso e negro véu,
Nas nuvens escondendo o claro céu.


146



Nas nuvens escondendo o claro céu.
A chuva que virá será de lama,
Uma alma se perdendo segue ao léu,
E mata em vento frio qualquer chama.

Encapuzados sonhos mal disfarçam
O quanto se faz luz ou pesadelo.
Os dias penitentes já se esgarçam,
Rompendo qualquer fio do novelo.

Carpindo sobre os restos da esperança
Os vermes que perfazem tal banquete,
Na lágrima rolada, a morte avança
Fazendo do viver simples joguete

Sabendo quanto inútil tal perfume,
Frutificando a esmo, cevo estrume.


147



Frutificando a esmo, cevo estrume
E colho tão somente a podridão
Além do velho sonho de costume,
Não vejo restar nada na amplidão.

Caminha a humanidade inebriada
Servindo de repasto para as gralhas,
A cada novo passo, a derrocada
Demonstra quão inúteis tais batalhas.

Negando qualquer voz que assim discorde,
Expressa a verdadeira garatuja
Destoa da esperança em cada acorde
Uma alma sem porvir, imunda e suja;

Matando o que o Bom Pai já deu de graça,
De toda a criação, a mais vil traça.


148


De toda a criação, a mais vil traça
Talvez seja em verdade bem mais útil,
Destino que em vazio já se traça
Mostrando a raça humana, sempre fútil.

Partícipes orgásticos, satânicos,
Do fausto fazem glória e qualidade.
Os pés acorrentados criam pânicos
E fogem à mais crua realidade.

Na regra universal da mais valia,
O quanto que nós temos; o que somos,
Poder gerando assim falsa alegria,
Macabros carnavais destes reis Momos,

Entregues aos espúrios, ledos amos,
Os sonhos e esperanças nós podamos.


149



Os sonhos e esperanças nós podamos
Negamos à semente a brotação.
Sem nexo e sem destino já vagamos
Chegando finalmente ao mesmo não.

Quem sabe no final do insano ciclo,
Talvez haja um resquício de esperança;
Aos poucos, fatalmente eu me reciclo
E tento em nova aurora, a nova dança.

Cansado da volúpia destas feras,
Meu corpo lacerado se acostuma,
Ouvindo bem distantes primaveras,
A dor, aos poucos foge, enfim se esfuma.

Sabendo deste abutre e suas garras,
Rompendo, finalmente tais amarras.



150


Rompendo, finalmente tais amarras
Eu pressuponho um canto mais gentil,
Que espalhe sobre a Terra em mil fanfarras
O amor que há tantos anos se previu.

Num gesto humanitário que se espalhe
E crie uma esperança universal.
Livrando todo barco de um encalhe,
Mostrando a paz possível, magistral.

Os fardos bem pesados do passado
Atados sobre nós, dura galé,
Ainda que no mesmo e triste Fado,
Permite um auto feito em plena fé.

Maculam a pureza destes pomos,
Escombros do que outrora, ainda fomos.


151


Escombros do que outrora, ainda fomos
Persistem como enormes pesadelos,
Guardados na lembrança, velhos tomos,
Difícil, na verdade não mais vê-los

Porém ao criar asas, eu percebo
Que resta ainda um brilho de esperança
No vento que mais calmo ora recebo
Futuro benfazejo já me alcança

Quem sabe poderei cantar contente,
Aguando com sorrisos meu jardim,
E o mundo transformado de repente
Mudando cada espinho dentro em mim.

Pressinto o alvorecer de um belo dia,
Nas mãos imaculadas da poesia.


152



Nas mãos imaculadas da poesia
Eu sinto a mansidão que procurara,
O pensamento à sorte já se alia,
Mostrando em meu destino, glória rara.

Esboços dos meus sonhos recriando
Atravessando as noites invernais,
O mundo mais tranqüilo; vou moldando
Fazendo da alegria porto e cais.

Navego em oceanos mais tranqüilos
E sinto a maresia me tocando,
Nos sonhos em bonança encontro asilos
E a vida em calmaria vai passando.

Cuidados muitas vezes se redobram,
Nas ledas emoções, tanto soçobram.


153


Nas ledas emoções, tanto soçobram
Os barcos que não têm ancoradouros.
Os sonhos em palavras se desdobram
E mostram mais distantes os tesouros.

A noite que se fez tempestuosa,
Por vezes não permite o alvorecer,
Enquanto a vida segue caprichosa,
Matando qualquer forma de prazer

Eu tento recobrar os meus caminhos,
E vejo a sorte ingrata abandonar
Negando a liberdade aos passarinhos,
Cegando a força plena do luar.

Assim, quem se entregou aos furacões,
Encontra; nas manhãs, negros senões.


154

Encontra; nas manhãs, negros senões
Quem teve insensatez como desdita.
Não tendo no horizonte mais verões
Não pode descobrir ouro em pepita.

Da luz diamantina e gloriosa,
Não sabe discernir sequer o brilho,
A luz tão merencória e caprichosa
Prefere percorrer um novo trilho.

Assim neste negrume interminável,
Eu sigo meu caminho passo a passo,
Olhando para o véu indecifrável
Eu perco lentamente o meu espaço

Num dia prometido, outrora lindo,
A vida qual fantoche, se esvaindo.


155



A vida qual fantoche, se esvaindo
Não deixa sobre o solo nem sinais,
A lua com certeza não mais vindo,
Esquece os raios claros, sensuais

Temível criatura nos domina,
A farpa que se entranha em nossa pele,
Estrela que se perde e se alucina,
A sorte de um desejo já repele.

O riso fora farto, agora frágil;
O paraíso está sempre distante,
Não quero mais pagar qualquer pedágio
Apenas um prazer calmo e constante,

Porém somente encontro a vã sarjeta,
Marcando em crua incúria, uma tarjeta.
Publicado em: 05/02/2008 17:33:40
Última alteração:22/10/2008 17:50:38


O relógio não conta nas horas felizes. Vyâsa


“O relógio não conta horas felizes!”
Nem deixa que lembremos da saudade
Que em momentos sublimes não invade
E nem deixam expostas cicatrizes...

Horas felizes, poucas, mas marcantes.
Cadáveres guardados não as deixam
E fazem com que todos que se queixam
Não se lembrem das horas delirantes.

Vivemos e passamos, segue a vida.
Não posso reclamar de ter perdido,
Muito pior seria não ter tido
O gosto do prazer. Volta sem ida...

Vencidos os momentos da quimera
A sorte me revela meu destino
Tudo o que fora um sonho cristalino
Adormece no colo da pantera

E deixa um sentimento mais mordaz
Do gosto da derrota em minha boca.
A minha juventude fera louca
Esquece que também existe paz...

A tal felicidade é companheira
Que, percorrendo certo trecho, volta
E deixa quem não sabe na revolta
Que marca e que maltrata a vida inteira!

Porém meu querido camarada,
A vida me ensinou uma lição:
Que semeando amor no coração
Tua vida será sempre encantada.

Não culpes teu passado pelas dores,
Elas sempre brotaram do prazer.
Neste jogo: ganhar, gozar, perder,
Guarde todo o perfume destas flores!
Publicado em: 24/11/2006 15:16:52
Última alteração:27/10/2008 21:23:15



O REMÉDIO
Um senhor, já chegando à casa dos 80, procura o médico porque, apesar de ter um grande desejo sexual, a idade não permite mais que ele tenha uma relação normal com a esposa.

O médico o examina, vê suas condições cárdio-vasculares e acaba receitando aquele famoso comprimidinho azul, esclarecendo que, por ser muito forte, não pode ser tomado indiscriminadamente.

E, a pedido o paciente, o doutor arranja uma amostra grátis que o senhor toma imediatamente antes de se dirigir para casa.

Chegando ao lar, esperava ele encontrar a esposa para conversarem a respeito do assunto, mas ela havia saído sem dizer o destino.

Já em ponto de bala, aquele senhor resolve ligar para o médico pedindo orientação e ouve do doutor o seguinte:

- como o efeito não é permanente, será que você não pode se virar com a empregada?
- eu não tenho doutor,

- você não tem uma vizinha dessas de fechar o comercio?

- tenho, mas só tem um problema...

- qual?

- se ela quisesse, não precisava ter procurado o senhor muito menos tomar o remedinho...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 08/04/2008 10:10:55



O Retorno

Pegaste minha mão
E fomos pelas ruas
Estávamos cada vez
Mais distantes do rumo
E cada vez mais estranhos.
O vento me trazia
Notícias doutras terras
Onde nunca podermos
Chegar.
Apenas em sonho...
E cada vez mais pertos
Do fim da estrada,
Sentido oposto ao que tramamos.
O vento nos levava
E nada disso me incomodava.
A não ser a força do vento
Contra o rosto,
Cada vez maior.
Senti que, por vezes,
Abaixavas e me olhavas
Como quem não acreditava
Embora continuasse a caminhada.
Depois de vários e vários dias,
Comecei a sentir que o vento,
Agora bem mais forte,
Desenlaçava nossas mãos
E, teimosa, tu tentavas segurar.
E eu me ria, como se aquilo
Fosse engraçado.
Engraçado, os nossos cabelos
Embranquecidos
Mas o meu coração, ainda moleque,
Cismava em tentar enfrentar o vento.
Pouco tempo depois,
Ao te ver caída,
Tentei te levantar
Mas o vento não deixou...
Me levou para um rumo mais diverso
Ainda.
O vento, em furacão, a partir daí
Se tornou absolutamente sem controle.

O que aconteceu não sei,
Só sei que, o tufão me trouxe,
De novo ao rumo que previra,
E o teu sorriso
Demonstrava a tua felicidade
Pelo retorno, mesmo que envelhecido,
Estropiado, sangrado, marcado,
Deste velho menino,
Para os teus braços.
Publicado em: 10/12/2006 13:41:28
Última alteração:31/10/2008 01:38:26

Outro dia, ao ler um comentário feito em uma escrivaninha perdida no tempo e abandonada eu me assustei com o que li.
Entre outras manifestações desmedidas, o comentarista reclamava sobre a quantidade de textos e poemas feitos por algum aprendiz de escritor que falava muito em amor e em amizade.
Isso me fez lembrar uma lenda amazônica.

Um pobre riacho ou igarapé se preferirem ao ver o tamanho do Rio Amazonas resolveu fazer uma reclamação explícita a Tupã.

Com a falta de argumentos cabíveis reclamou da quantidade de água que viu pela frente.
Claro que as águas do rio não são totalmente límpidas, nem a do pobre riacho que, aos poucos foi secando, secando, até se transformar em uma pequena poça de água...
Publicado em: 24/05/2007 15:00:38
Última alteração:27/10/2008 19:20:01


Dessa Janela Sozinha
Olhar A Cidade Me Acalma
Estrela Vulgar A Vagar
Rio E Também Posso Chorar.

Jards Macalé



O Rio aqui de cima neste hotel
Milhões de focos soltos como estrelas
Multicores caídas lá do céu,
Parecem pisca-piscas, lumes, velas...

Estrelas vão desnudas num bordel,
Na Lapa, tantos gringos para vê-las
No bolso do marujo mel e fel,
Em sangue canivete a convertê-las

Ouvindo o burburinho das buzinas
Revejo boa parte do que fui.
No caos e desencontros das esquinas

A calma me tomando, solto o sonho.
O Rio que deixei já não me influi
Mas mesmo assim, saudoso... Olhar risonho...
Publicado em: 01/04/2007 22:28:46
Última alteração:15/10/2008 18:36:03


O rio em corredeiras // Curvas da vida

Procura imenso mar // segue seu caminho

se entrega totalmente // em pura liberdade

na beleza da foz // principio da essência.

Marcos Loures // Mara Pupin

Publicado em: 26/03/2007 15:58:02
Última alteração:28/10/2008 05:47:07


O rio em corredeiras // Curvas da vida // Oscilam

Procura imenso mar // segue seu caminho // no vai e vem de mansinho

se entrega totalmente // em pura liberdade // no frescor da mocidade

na beleza da foz // principio da essência.// amor e paciência...

Marcos Loures // Mara Pupin // MariSaes

Publicado em: 26/03/2007 16:29:32
Última alteração:28/10/2008 05:47:23





Este mente, aquele mente
outro mente... tudo igual.
O sítio da minha embala
aonde fica afinal?

A terra que é nossa cheira
e pelo cheiro se sente.
A minha boca não fala
a língua da minha gente.

ALEXANDRE DÁSKALOS POETA ANGOLANO


O rosto do poder se mostra estúpido
E bebe cada gota da esperança.
No olhar de um povo simples, sempre cúpido,
A fome se promete a cada dança.

Abutres não disfarçam sua fome,
Rasgando a carne frágil do campônio,
Aos poucos devorada, se consome
Entregue ao paraíso de um demônio.

Na mão já não carregam mais chicotes
Disfarçam-se em amigos, protetores,
Na fome tal matilha de coiotes
Espalham a miséria sem pudores.

Depois já reunidos no Congresso,
Brindando, tão amigos, - sangue-expresso...
Publicado em: 09/12/2007 17:36:31
Última alteração:10/10/2008 14:05:57



O gosto da poesia
Tem sabor dessa saudade
Que me invade todo dia
Que todo dia me invade.
Faz a vida ter valia,
Traz a luz e claridade
Vestindo de fantasia
Vai por toda essa cidade...
Publicado em: 17/07/2007 06:32:36
Última alteração:30/10/2008 15:11:38


O SACROSSANTO DIREITO DE AMAR EM PAZ
Jogado contra a parede
Na rede de intrigas
Trigais são destruídos
E apenas sobram
Os corvos. Nada mais...

Quando não cabem dois,
Pra que insistir?
Cotoveladas e pescoções
Não se justificam.
E não purificam
Esticam conversa
A gente tropeça
E a peça se prega
Amarga e sem nexo.

O direito de amar
O direito de desamar
Deságua no mar
Imenso da fantasia.
Acida e adoça.
Amansa e enfurece.

Num beco sem saída,
Ávida palavra
Se torna um punhal.
Menos mal que o vento as leva.

Amor quando se entrega
Farturas prometidas.
Ou safra destruída.
Problema de quem ceva.

Nas glebas da emoção
Sou somente um grileiro
Sem rumo ou paradeiro
Não quero picadeiro.
Palhaços têm de sobra.

Quero o direito de existir.
Respeito as diferenças
Odeio desavenças,
Mas não ficarei calado.

Minha alma libertária
De socialista nato,
Só comer seu prato
E nada mais me importa.

Que se dane quem não gosta,
Aposto que também
Tem gente que mal suporta
As verdades absolutas.
São burras e emburrecem.

Eu quero a liberdade
De poder escrever em paz.
Nada além disso.
Se há viço ou se é mortiço,
Perdoe se eu ouriço
Disparo os meus acúleos.
Publicado em: 20/08/2008 15:34:47
Última alteração:19/10/2008 20:20:34

O REFLEXO DO CAPETA


Essa que conto agora também se passou em Espera Feliz, mas sob um novo panorama e com personagens que me são bem caros.
Minha cunhada, Maria como boa evangélica que é, costuma andar com sua Bíblia a tiracolo, e isso lhe é por vezes, de extrema utilidade, como veremos a seguir.
Morávamos eu e minha esposa, Rita, num sobrado, na subida do Hospital, que para variar, como em quase todas as pequenas cidades fica situado estrategicamente, em cima de um morro.
Isso se dá pelo fato de que, nas enchentes, o Hospital deve como ultimo recurso, estar ao longe dos alagamentos que porventura ocorrerem.
No andar de baixo, moravam minha sogra, meu sogro, meu cunhado, Gilberto e minha sobrinha, Lady.
De repente, começa uma gritaria lá em cima, Gilberto ao descer, deixara a porta entreaberta e a porta do Guarda Roupas idem, e como em Espera Feliz as rajadas de vento são freqüentes, uma dessas rajadas fez com que a porta do armário se abrisse e Gilberto ao retornar ao quarto deparou com o brilho da lua refletindo no espelho entreaberto, assustando-se.
Maria, Bíblia em riste sobe rapidamente para o quarto e começa a exorcizar o dito cujo; amarrando e atando com as cordas firmes da fé o “inimigo”...
Não sei por que cargas d’água alguém, se não me engano meu sogro, resolveu subir ao ver tal gritaria e “amarramentos e t’esconjuros sendo proferidos em tal profusão”.
Ao perceber o que tinha acontecido, fechou, calmamente a porta do armário e depois a do quarto, liberando o mesmo para quem quisesse entrar.
Gilberto, meio que assustado, mas sem poder voltar atrás, sob pena de ser taxado de medroso, de súbito, se ergue e demonstrando “valentia” começa a proferir que “não estava com medo não, que tinha, junto com a sua irmã, Maria “vencido o Inimigo”!”.
Mal podendo imaginar que, a imagem “demoníaca” que vira era a sua própria, refletida no espelho clareado pela luz da lua...
Publicado em: 28/11/2007 19:08:12
Última alteração:29/10/2008 18:08:25




O quasar que pulsava no meu peito
Deixado nos escombros do que fui.
Sacio cada gozo do meu jeito
A roupa da esperança sempre pui

Vertiginoso salto sobre o nada,
Alcanço este vazio qual funâmbulo
Noctâmbulo vadio se equilibra,
Num passo feito insônico e sonâmbulo.

A morte nunca tarda e já calibra
O bote necessário e até bem vindo.
Vitupérios esqueço, elevo a fronte,

Percebo o monstro cego se emergindo
Na lua que escurece este horizonte.
Amiga, eu me despeço por aqui,
A dor e o sofrimento? Eu esqueci...
Publicado em: 29/11/2007 17:54:55
Última alteração:10/10/2008 15:45:59


O QUE ACONTECE COM QUEM CHUPA MUITO.

Marcos Dimitri nos seus três anos de idade adquiriu o péssimo hábito de ficar chupando o dedo da mão.

De nada valeram as tentativas de fazer com que ele abandonasse a mania até o dia em que a mãe, já desanimando, teve a brilhante idéia de amedrontá-lo com uma fantasiosa história.

-Meu filho, se você continuar a chupar o dedo, vai acabar enchendo a barriga de ar, enchendo tanto que ela vai crescer crescer até estourar.

Aquela notícia assustou o garoto a ponto de, a partir daquele instante, deixar de lado a mania, para a alegria de Dona Ritinha.

Tão alegre ela ficou que, para premiar o filho resolveu levá-lo ao mercadinho da cidade a fim de comprar balas para ele.

Em lá chegando, os dois avistaram uma comadre que também fazia compras. A amiga conversava com várias pessoas sobre a gravidez, que já estava adiantada e a barriga enorme à mostra testemunhava o fato.

Dona Ritinha e Marcos Dimitri se aproximavam da grávida e, após os cumprimentos iniciais, passaram a fazer parte da conversa, que estava bem animada.

De repente, Dimitrinho resolveu entrar na conversa e falou pra mulher:

-MOÇA, A SENHORA DEVE TER CHUPADO UM DEDÃO BEM GRANDE NÉ?

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 16/10/2007 18:10:40
Última alteração:29/10/2008 18:00:53

Passarinho que me trouxe
Já não pode mais voar...
Seu amor que era tão doce,
Danou-se! Quer amargar...
Publicado em: 11/11/2006 10:05:12
Última alteração:30/10/2008 10:47:17




Um Instituto de pesquisa quis saber o que os homens faziam depois de fazerem sexo e o resultado foi espantoso:
20 por cento viravam para o lado direito da cama
20 por cento viravam para o lado esquerdo.
Os restantes sessenta por cento se vestem e vão dormir em casa com as suas mulheres...


Marcos Coutinho Loures -
Publicado em: 20/04/2007 17:53:01
Última alteração:29/10/2008 18:11:02


Ventos do que fomos
Penúrias entre sombras
Escombros e resíduos
Apátrida esperança.
A lua avermelhada
Trazendo nos seus dentes
Guerrilhas e trincheiras,
Águias e condores.
Cavalos entre pampas
Campos e vales
Montanhas e chalés
Chaves esquecidas
Campesino coração...
Publicado em: 15/03/2008 16:26:06
Última alteração:22/10/2008 14:35:45


O Que Queres de Mim?

Partiu-se em mil pedaços o espelho de cristal do nosso amor...

E pensar que tudo poderia ter sido diferente, se não fosse tua maneira descuidada de lidar com minha carências, se tivesse sabido respeitar meus sentimentos, ficando junto a mim nos momentos mais difíceis e cruciais de nossas vidas...

Cansei de passar noites e mais noites sozinho, conversando comigo mesmo, sem coragem de te expor os meus problemas, pois eu sabia de tuas discordâncias, antes mesmo de me ouvir...

Foram tantos os dias e noites de solidão, que aprendi a viver sem a tua companhia; e, ao te ver aqui, a meu lado, descubro que, por te conhecer como conheço agora, todos os meus sonhos irão se perder, na noite sem estrelas do nosso amor.

Algo de muito estranho se passou entre nós.

Tu mudaste tanto, tanto, que não consigo mais te encontrar; porém, pela maneira que me olhas, pareces querer que eu te implore o amor que, há muito tempo, me foi negado!

Mas, como te pedir aquilo que não tens, se estando junto a mim, eu me sinto sozinho e abandonado, pois é assim que me fazes sentir...

És uma figura estranha em minha vida e chego a pensar que não foi por ti que derramei tantas lágrimas, nas noites longas do pesadelo que se abateu sobre os nossos dias.

Não aceito que me culpes, se tudo se perdeu, ao se partir o espelho de cristal do nosso amor...

Tu quiseste assim e, agora, nem mesmo sei o que fazes aqui, ao, meu lado.

Se até meus sonhos se desfizeram ao contato de tuas mãos, eu te pergunto, então:

-Que queres? Que queres tu de mim?...
Publicado em: 09/12/2006 10:28:51
Última alteração:24/10/2008 13:53:23

MARCOS COUTINHO LOURES


O que resta
O que resta
A fresta aberta
A festa
Afeição
Aflição
O jeito é seguir...
A boca
O beco
A beca
O tango
O tanto
O tento
Atento
E tento
Seguir cada passo
Cadê espaço?
Apenas passo....

Publicado em: 01/08/2008 14:00:25
Última alteração:19/10/2008 22:09:07




Fato é que nada somos,
Senão o que plantamos
Cevamos e colhemos
Remédios? Quem há de...
No fim
Afins
E confins
Ditames
Estames
E somas.
Sementes e mitos.
Ressaltos e quedas.
Lentes e óculos.
Ósculos da manhã
Na boca da noite...

Publicado em: 31/07/2008 19:21:14
Última alteração:19/10/2008 22:07:16



O QUANTO EU TE AMO.. /

Hoje não tenho palavras..
Dizer o que sinto...
Hoje não consigo...
Forte demais o que sinto...
Ansiosa, nervosa...
Lágrimas furiosas...
Pois hoje não consigo
Dizer...
O quanto te amo..........


Quem dera se eu pudesse te dizer
Nos versos que te faço, o quanto eu quero
Viver cada momento de prazer,
Ao lado deste amor que tanto espero,
Os frutos que plantei irei colher,
No amor que sei, querida, tão sincero.
As lágrimas que enxugo no teu rosto,
Sinais deste querer demais, exposto...


MARTA TEIXEIRA
MVML
Publicado em: 25/10/2007 14:20:14
Última alteração:03/11/2008 19:35:18



O poeta é mentiroso
Mente, mente sem parar
Neste céu tão nebuloso
Procurando por luar...
Publicado em: 13/08/2008 18:58:41
Última alteração:19/10/2008 20:01:39


O porco viu o toucinho,
Se riu daquela barriga,
Coruja deixou seu ninho,
E com espelho quis briga...
Publicado em: 13/10/2006 15:57:07
Última alteração:30/10/2008 10:36:30



"Recordar é viver.. "

Chegaram-me notícias fresquinhas de uma pequena cidade de Portugal, Barra da Vila Alta, com um caso inaudito, mas de reflexões necessárias.

Na pequena aldeia lusitana, havia um motelzinho pequeno e afastado do centro da cidade, como todo motel deve ser; bastante discreto para que os moradores da pequena cidade e de seus arredores pudessem “divertir-se” sem maiores complicações e com o sigilo que as travessuras merecem, ainda mais num local tão conservador quanto o Trás os montes portugueses; já que com os tempos modernos, os atos detrás dos montes ou dos matos estavam se tornando muito perigosos ou mesmo arriscados.

Pois bem, num desses atos condenáveis de oposição ao prefeito, Luiz Silva, um de seus principais adversários, o vereador Ontário Netos, acusado de ter sua campanha política associada ao crime organizado e ao tráfico de drogas, num ato de total irresponsabilidade e vingança absurda, ofereceu ao dono do Motel Paraíso, os serviços de um cidadão, Francis Ildo, conhecido como bravateiro e fofoqueiro pelos seus vizinhos, na aldeota de Piau, distante do TRÁS OS MONTES.

Assim que começou a trabalhar no Motel, Ildinho começou, a mando do seu patrão, Ontário, a anotar todas as placas de quem entrava no recinto e a que horas foi e, se possível, com quem.

O secretário Municipal de Finanças, Antoniel Palhoça, homem pobro, de caráter extremamente íntegro, homem admirado por todos, muito bem casado, pai de um par de filhos muito queridos por todos, havia sido incluído por parceiros de bandidagem de José dos Anjos, traficante barra pesada, que estava associado, segundo dizem a Ontário, numas denúncias sem comprovação de corrupção.

Na Câmara dos Vereadores municipal, aberto um processo de investigação sobre o caso, Ontário, ao ser acusado por um bedel local, de que haveria provas contra si, num ato tresloucado, resolveu agir.

Num belo dia, Ildo, sem nenhuma comprovação, disse que havia encontrado o Secretário das Finanças, ele mesmo, Antoniel Palhoça, entrando com um carro dentro do motel e, para espanto de todos inclusive do Secretário, dirigindo o próprio carro.

Isso era de se espantar, pois, o dito secretário não sabia dirigir, mas isso são detalhes...

A placa do automóvel, ao ser averiguada pelos investigadores, causou uma imensa surpresa.

A que Ildo tinha anotado não pertencia ao Secretário e sim, pasmem à digníssima mãe do vereador...

O problema é que a História tomou outros rumos, o Secretário se demitiu, com o intuito de salvaguardar a honra pessoal, Ontário ficou meio sem rumo, mas continua vociferando asneiras a três por quatro.

Ildo virou herói municipal e Joaquim Manuel, amante da mãe do vereador, tira melecas do nariz....
Publicado em: 13/02/2007 21:18:45



O pouco que te vejo, é o que me ajuda a viver.
91

Mote

O pouco que te vejo, é o que me ajuda a viver.

És a dona do meu desejo,
És todo o meu bem querer,
E o pouquinho que te vejo,
É o que me ajuda a viver...

Marcos Coutinho Loures.

A certeza deste amor,
Dominando tudo em mim,
O perfume desta flor,
Embeleza o meu jardim...
Publicado em: 20/11/2008 14:57:54
Última alteração:06/03/2009 18:42:11



O povo cá da cidade Fais de nós o que bem qué
O povo cá da cidade
Fais de nós o que bem qué
Um cabôco cum sodade
Do colo de uma muié
Sofre tanto de verdade
Mas num perde sua fé.
Vai buscano a craridade
Seja lá o que Deus quisé.

Vô abrino aqui meu peito,
Vô rasgano o coração.
A sôdade num tem jeito,
Eu percuro a solução
Novo amô é meu dereito
Mais num quero isso mais não.

O luá trais na varanda
O seu brio prateado,
A sôdade assim desanda
Vai pesano aqui do lado.
Coração anda de banda
Cada dia mais pesado.
Se o amô fais a demanda
Resta o peito amargurado...
Publicado em: 16/07/2008 13:44:54
Última alteração:07/10/2008 12:39:58


O POVO DO MEU BRASIL
O POVO DO MEU BRASIL

O brasileiro tem, dentro de si,
Um luso, um negro e um índio guarani
O luso deu-lhe a fibra, audaz e arrojadiça
E a fidalguia própria desta raça
O bugre, a natureza apática, a preguiça
O amor à pesca e a inclinação à caça.
No excesso de carinhos e de zelo,
Do africano ele herdou o coração,
E herdou também, às vezes, no cabelo
Aquela permanente ondulação.


Em harmonia vivem sempre os três
Enquanto o negro dança, o índio batalha,
E como cada qual tem sua vez,
O português intrépido trabalha.

Mas ai! Porém, se no esplendor da graça,
Quebrando as ancas num lascivo jogo,
Uma mulata passa, o negro dança
O bugre, de imediato pega fogo,
E, bem depressa, o português avança...


ADAPTAÇÃO DE MARCOS COUTINHO LOURES, do poema POVO DO MEU BRASIL
Publicado em: 22/11/2009 09:08:59
Última alteração:16/03/2010 20:28:41


Francisco Caçapa era uma das figuras mais conhecidas de Muriaé. Tido como extremamente culto, seus conhecimentos não ultrapassavam as sinopses, as manchetes de jornal, as orelhas dos livros e os comentários sobre esses.

A partir de tal conhecimento, intervinha em todos os assuntos que, porventura, alguém colocava em debate.

Como todo bom farsante, freqüentava com assiduidade ímpar, os botecos da cidade.
Casara com Leonor, dona de rara beleza, quando essa estava aflorando os seus quinze anos, menina pobre, ludibriada pela boa conversa do falsário.

Com o tempo, e a continuidade dos estudos, começara a perceber que entrara realmente em uma canoa mais do que furada, arrombada.

Terminando a faculdade de História, começara a lecionar nos colégios da cidade, inclusive no Estadual, onde conseguira, via concurso público, um cargo efetivo.
Paralelamente a isso, Francisco, percebendo que a esposa era auto suficiente economicamente, deu maior vazão à sua vocação natural.

“Intelectual que se preza, vive para aprofundar seus conhecimentos, e o trabalho formal é incompatível com essa árdua missão de penetrar nos mistérios da humanidade”; dizia, citando um pobre coitado que escolhera para fonte de suas máximas.
Além de tudo, Francisco era um admirador dos generais que governavam esse país, citando como exemplo de dignidade uma meia dúzia de pessoas ligadas ao poder.

Arenista de primeira hora, nacionalista como poucos, achava realmente que o país estava num momento mágico. Odiava, portanto qualquer coisa que cheirasse a esquerda, xingando a quem não gostava de ofensas como “comunista de meada”, “subversivo”, essas coisas...

Uma de suas principais vítimas era Eduardo, professor de Geografia, colega de Leonor.
Rapaz franzino, oriundo do “morro da rádio”, bairro proletário de Muriaé, estudara com muitas dificuldades, formando-se em Itaperuna, cidade próxima.

Francisco, como todo bom vagabundo falaz, resolveu se candidatar à vereança local.
Filiado à Arena 1, contava a eleição como certa, acreditando na “amizade” de seus pares e na admiração dos mais humildes.
Em primeiro lugar, os que ele achava que eram seus iguais, simplesmente se divertiam às suas custas, observando o pensamento obtuso e inconseqüente.

Os mais simples odiavam a conduta pernóstica e o narcisismo.

A fama de vagabundo suplantara, há muito a de “intelectual”.

Nessa mesma eleição, Eduardo, movido pelo sentimento de mudança e pelo sonho libertário da juventude, resolveu se filiar ao MDB e se candidatar também.
Leonor, já há um tempo, mantinha encontros escondidos com Edu. Sendo que tinham uma casa em Itaperuna, especialmente montada para esses encontros.

O divórcio ainda não havia e a situação de uma mulher “separada” perante a hipócrita sociedade tradicionalista de Muriaé impedia-na de agir com mais firmeza.

A situação dela, perante a candidatura do marido e do amante, ficara um tanto quanto difícil.

No dia da eleição, uma surpresa.

Nenhum dos dois se elegeu, mas, para surpresa de Francisco, a seção eleitoral onde ele e sua esposa votaram só contabilizou um voto para ele.

Pediu recontagem e bradou aos quatro cantos que a eleição fora fraudada.
Nada adiantou o voto solitário não encontrou par na recontagem.
Ameaçou, bradou, xingou indo quase às vias de fato com Leonor.
Mas, conformou-se.
A partir daquele dia, encerrou sua carreira política.
Leonor, cada vez mais abertamente, começou a freqüentar Itaperuna todas as semanas.
Francisco começou a perceber o preço que cobra um Mecenas.
Publicado em: 06/04/2007 16:42:03
Última alteração:29/10/2008 17:42:41


O PRIMEIRO AMOR
Cavalos pelas ruas
Charretes e arvoredos.
Alvoroço nas calçadas
Novela na tevê
O quanto que se teve
O nada que se vê
Na curva do caminho.

Cinema ao fim da tarde
O vento, a tempestade
Barquinhos de papel.
Olhar saudoso que arde
O tempo nunca volta,
A vida em suas voltas
Prepara o descaminho.

Assim, Mariazinha
Que um dia já foi minha
Agora anda sozinha
Brincando com estrelas...
Publicado em: 01/03/2008 19:42:12
Última alteração:22/10/2008 17:05:51



Vales e cavalos,
Nasci em meio aos vales,
Meus pés transitando
Frios e espinheiros...
Milharal, boneca
Brinquedos e moleque.
Carro de boi, aboiando
Arando, trazendo vida.
Vida e sol, solar e sonata.
Serenata...
Sereno de madrugada,
Manhã nublada
Seguindo a cartilha
Felicidade...
Parceiro dos sonhos
Menino cheira liberdade.
Gravetos e lenha
Fogão e comida. Café, leite e broa...
O que era doce
Foi pro chão,
Pote rachado,
Vida também...
Veludos e cetins eram ilusões
Contadas pelos mais velhos.
Mil e uma noites, mas pra quê?
Sonhar acordado de acordo com o coração.
Cordas e acordes; violão!
Primeiro amor, amor amaro amora, amargo...
No trago o primeiro gole, a gola e a gala.
Danças e remansos riachos....
Achas e rechaços, cachaças e cachaços...
Dia de festa: leitão berrando, faca entrando,
Pururuca!
Nunca mais...
Publicado em: 14/05/2007 16:07:18
Última alteração:30/10/2008 15:24:08




Mal o sol já desponta
Eu saio pelos campos,
Minha alma está em festa,
O coração cantando
Que importa ser menina
Se toda a graça está
Em me sujar de tinta?

Correndo na manhã
Bebendo cada raio
Do sol que se anuncia
Num horizonte claro,
Desta aquarela faço,
Pintando traço a traço
O sonho da menina...

Nas cores deslumbrantes
Matizes não repetem.
O corte cicatriza
Ferida já se esquece...
O primeiro batom,
O beijo imaginário,
Vermelho carmesim...

Os olhos deste amor
Que não chegou ainda
No céu fazendo espelho
Refletem medo e mar,
Vontades tão azuis,
Sangue, olhos e sonhos...

HLuna
Marcos Loures

Publicado em: 20/03/2007 18:04:06
Última alteração:06/11/2008 10:36:35


O PODER DE UMA AMIZADE
A verdadeira amizade
Não permite a traição
Muitas vezes pede o não
E por vezes, dá saudade.
Amizade não permite
Que amada pessoa grite
Nem se irrite com mentiras
Tantas flechas quando atiras
Matas assim sem saber
O que melhor posso ter
Por ti querida, sem medos.
A vida nos pede segredos
Que não confesso a ninguém
Nem por isso a noite vem
Se amizade é ponto forte,
Resistindo até à morte
É sorte rara na terra,
Mas quando amizade se erra
Desmorona e fere tanto,
Pior do que desencanto
É ataque sem defesa
Pois feito em fatal surpresa
A traição de um amigo
Que viveu sempre consigo
Teste fatal pro perdão
Difícil navegação
No barco do coração
É a pior tempestade
Que pode nos atingir,
Tocaia de uma amizade
Impossível de fugir!
Publicado em: 17/04/2008 18:36:36
Última alteração:21/10/2008 18:29:27



o poder de uma amizade
Fazendo da amizade um estandarte
Bandeira dos meus sonhos e desejos.
Recebo os ares puros benfazejos
Trazendo em armistício, tanta paz.
Vorazes tempestades que enfrentara
Agora tão somente brisa mansa.
Remansos vão secando cachoeiras,
Os gládios bem distantes, esquecidos...
Publicado em: 05/09/2008 17:03:56
Última alteração:17/10/2008 14:32:07


o poder de uma amizade
A vida não permita mais disfarce
A quem não sabe amar nem ser feliz,
A fortaleza deve sustentar-se,
Numa amizade encontro o que eu mais quis.
Porém ao permitir que a corda esgarce,
Decerto uma emoção vai por um triz
E aquela sensação de uma vitória
Em discrepância muda toda a sua História...
Publicado em: 17/09/2008 19:07:43
Última alteração:17/10/2008 13:56:04


O PODER DE UMA AMIZADE
Eu queria minha amiga
Te dizer com alegria
Quanta gente já se abriga
No teu braço que em magia
Acalanta com carinho,
Não nos deixa mais sozinho...
Publicado em: 24/09/2008 18:09:43
Última alteração:02/10/2008 14:05:46



O PODER DE UMA AMIZADE
Meu verso se encantando com teu gesto
De desejoso alento que me traz,
Depois de tanta dor que já passei,
Sonhando com a paz e com ternura,
Vivendo neste mundo sem saber
Todo o prazer que traz uma amizade...

O que seria, enfim, uma amizade?
Um simples desejar sem ter um gesto?
Envolto em sofrimentos quis saber
Resposta alguma o vento nunca traz
Apenas me beijava com ternura
Com pena do que tive e já passei...

Bem sei que pelo tanto que passei
Eu sou merecedor de uma amizade.
Decerto que encontrei tanta ternura
Às vezes um carinho em simples gesto
Que a companheira amada sempre traz
Porém, das minhas dores, sem saber...

Eu sei que há um algo a mais neste saber;
É muito além de tudo o que passei,
É força bem maior que a vida traz
No sentido real de uma amizade.
E se demonstra assim em cada gesto;
Nos cobrando, porém com u'a ternura.

Na verdade, corrige com ternura.
De todos os segredos já saber
De cada pensamento e cada gesto;
De todos os caminhos que passei
Talvez isso conceba uma amizade
A mão que nos castiga a que nos traz...

Porém nos dá firmeza quando traz
Afeto no carinho e na ternura;
Decerto pode ser uma amizade
Que nos demonstre todo este saber
Prevê futuro pelo que passei,
É sempre mais honesta em cada gesto...

Gesto em sinceridade sempre traz!
Passei pelos teus atos de ternura...
Saber enfim, o que é uma amizade!
Publicado em: 26/09/2008 12:08:32


O PODER DE UMA AMIZADE
Passarinho, com certeza,
Sabendo da correnteza,
Para evitar a tristeza,
Protege-se com carinho.
Instinto da natureza,
Sabe bem sua defesa
Construindo com pureza
Delicadeza do ninho...

Sabendo que a vida arranha,
Sabendo da dor tamanha,
Quem nem sempre a gente ganha.
Tanta dor que se receia...
Na inteligência tacanha,
Com sagacidade e manha
Mesmo a simples aranha,
Sua sanha. Faz a teia.

Evitando o sofrimento
Proteção contra tormento,
Ajuda nos dando alento,
Protege da falsidade...
No ninho do pensamento
Na teia do sentimento,
Na defesa contra o vento,
O poder de uma amizade!
Publicado em: 02/10/2008 10:46:39
Última alteração:02/10/2008 13:39:40



O PODER DE UMA AMIZADE


A tua mão ajuda
A gente a caminhar
Aquece o dia a dia,
Por certo faz sonhar.

Eu sei o quanto eu quero
Pra sempre ser amigo
Desta mulher divina
Com quem quero e prossigo.

A porta escancarada
De uma esperança boa
Vagando pelo espaço
Minha alma vai e voa
Publicado em: 08/01/2009 05:55:16
Última alteração:06/03/2009 12:02:11


A vida outrora triste
Agora se alegrou,
Trazendo o que eu bem quis
Carinho, o que restou.

Vivendo esta alegria
Que invade o coração,
Cantando sem descanso
Jamais escuto um não.

Amor já se cobria
Do véu em claridade
Contigo eu sempre alcanço
O poder da amizade...
Publicado em: 08/01/2009 17:05:53
Última alteração:06/03/2009 11:44:25



meu mar sem remédio
vagando em silêncio
se fez tempestade
na tarde sem fim
porém na amizade
de um gesto sincero
o mar bebe a foz
e metamorfoseia-se
num plácido lago...
Publicado em: 09/01/2009 14:20:05
Última alteração:06/03/2009 07:32:30



O mundo tantas vezes nos mostrando
Caminhos mais diversos. Alma escrava
Aos poucos em outra alma libertando
O sonho ao qual decerto já aspirava
Aquele caminheiro que sabia
Que apenas amizade poderia
Trazer com tal pujança a claridade
De um dia em maviosa liberdade.
Publicado em: 16/01/2009 16:52:25
Última alteração:06/03/2009 07:20:04




Quem tantas vezes foi tiranizado
Nas vergastadas loucas de um amor.
Vivendo quase sempre torturado,
Sangrando em fantasia, sonhador.
Depois de muito tempo maltratado
Percebe um vento manso e salvador.
Trazendo uma esperança; eu posso ver,
O vento da amizade e seu poder...

Zé do Jegue
Publicado em: 23/02/2009 20:02:15
Última alteração:06/03/2009 01:53:35


Minha vida sertaneja,
Meu mundo na capital,
Bem antes que alguém me veja,
Desejo o bem, nunca mal...

Quero o bem de quem me quer
E também de quem me odeia,
Levo a vida que puder
Debaixo da lua cheia.

Aprendi que todo amor
Também tem que ter perdão,
Isso tudo tem valor
Quando vem do coração.

Não deixei de ser amigo
De quem por lá eu deixei,
Tua amizade persigo,
Todo amor é minha lei.

Quero o gesto do carinho
Que somente amigo tem,
Não posso ficar sozinho,
Eu me espelho noutro alguém.

Quero a vida bem sortida
Com amor, com amizade,
Ela assim é divertida,
Nos protege da maldade.

Meu amigo, minha amiga,
Meu querido, minha amada,
Coisa boa que é da antiga,
As cadeiras na calçada.

Amar não tem paradeiro,
Não tem coisa mais querida
O amor mais verdadeiro,
É amar sem ter medida!
Publicado em: 24/03/2007 19:04:02



Adorei a reprimenda,
É coisa que vem no ato.
Bom para que alguém aprenda
A não vir com desacato

Obrigado meu amigo
Te agradeço companheiro,
Também vou nessa contigo,
Camarada verdadeiro.

Uma amizade sincera
Que se faz no dia a dia,
Sobre todo o mal impera
Transbordando em alegria.

Nessa vida benfazeja,
Estarei ao lado teu.
Na sorte que se preveja
Todo azar já se perdeu.

Podendo contar assim,
Com a força da vontade
Refletindo tudo em fim,
No poder dessa amizade...


Vitório Sezabar

Marcos Loures
Publicado em: 08/05/2007 18:57:22
Última alteração:06/11/2008 07:48:07



O PODER DESTA AMIZADE

Felicidade é acordar todo dia
na maior das alegrias,
e te sentir ao meu lado,
sussurrando bem baixinho
ao meu ouvido, carinhos,
que jamais eu hei sonhado.
Felicidade eu te digo
meu amado, meu amigo:
foi, pra mim, ter-te encontrado.

Felicidade existe
Em cada verso eu
Amiga sou feliz,
Somente ao lado teu.

A vida outrora triste
Agora se alegrou,
Trazendo o que eu bem quis
Carinho, o que restou.

Vivendo esta alegria
Que invade o coração,
Cantando sem descanso
Jamais escuto um não.

Amor já se cobria
Do véu em claridade
Contigo eu sempre alcanço
O poder da amizade...

HLUNA
Marcos Loures
Publicado em: 07/07/2007 13:47:35




“A calma de um tranqüilo lago azul, perdido entre as montanhas”...

Era assim a minha vida, antes de te conhecer!

Bem de mansinho, o perfume da tua presença foi me envolvendo, fazendo-me escravo de um só desejo: o desejo de te amar...

A magia de tua sedução passou a dirigir meus pensamentos e, em minhas fantasias, reencontrei o ritmo da vida, em cada canção de amor!

Teu corpo esguio, misteriosamente envolvido em nuvens de sonho, bailava nas paredes frias do quarto, despertando pensamentos febris, inspirados nos mais íntimos momentos de prazer, de entrega total!

Como DEUSA e RAINHA de meus desejos, a tua voz, suave como a brisa, conduzia – me aos jardins dos deslumbramentos, onde eu poderia sentir o teu perfume, em cada flor que abria ao toque mágico de tuas mãos...

Sobre o tapete formado pela relva macia de minhas ilusões, trocávamos sonhos de amor, tendo como testemunha, a luz do luar, invadindo a janela do nosso apartamento.

Foi assim que descobri a paz, a verdadeira paz, nascida das ondas turbulentas de um mar bravio e, não, das águas tranqüilas de um lago azul, perdido entre as montanhas...

Ondas que brotam da força do amor e que habita as profundezas abissais e desconhecidas de nosso mundo interior...

Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 08/02/2007 20:16:21


o poder do amor
Seu moço mi dê licença
Deu falá ansim procê.
Nóis avéve nas duença,
Nóis num prendeu a lê...
Nóis é tudo anarfabeto,
E nóis num qué sê esperto...

Eu sei vancê é dotô,
Hôme di sabedoria,
Nóis é tudo lavradô,
Nóis ganha tudo prú dia,
Mais nóis num sêmo ladrão,
Nóis tem munta inducação!

Vancê é hôme letrado,
Sabe falá dos ingreis,
Nóis é uns bicho acoitado,
Mai que már que a gente feiz?
Nóis tudo véve nos mato,
Na bêrada dos regato...

Nóis perciza se entendê,
Nóis é tudo brazilêro,
A gente perciza vivê
Im riba desse polêro,
Mai seu dotô arrespeito,
Nóis tem os mermo derêito...

O sinhô é um dotô,
Das hingiena bem sei,
Mai pru quê que ocê pensô
Qui pudia sê um rei?
Vancê num tem humirdade,
Pérciza tranquilidade,

Cada veiz que ocê parece
Vem falá que é um dotô,
Né disso que nóis carece,
Nóis perciza é de valô,
Os sertanejo trabáia
Carregano uma cangáia...

Os hôme da capitá,
De Sum Paulo, num percebe
Qui nóis mórre de trabaiá.
O dinhero qui nóis recebe
É que é bem poquim seu moço,
Dá mar e mar prus almoço.

Nóis num sêmo vagabundo,
Nóis sêmo é pobre dotô,
Nóis véve no memo mundo,
Nóis tudo é trabaiadô,
Vassuncê é que num sabe
Quantas dô num hôme cabe...

Vancê num teve seus fio,
Cumeno os resto dus boi,
Vancê num véve no estio,
Num sabe memo onde foi
Qui nasceu nosso Sinhô?
No mei dos trabaiadô!

Vancê num tem os dereito
Da inguinorança insurtá,
Se vancê qué sê eleito,
É mió ir istudá
Um pôco deste sertão,
Prá incontrá solução...


Vancê véve avoano,
Mai num pára prá zoiá,
As coisa tá miorano,
Mai vancê qué piorá.
Nóis tudo têmo esperança.
Num vem matá a criança...

Nóis pudia inté lhi ouvi,
Mais perciza de inducação,
Di cachorro prá lati,
Avéve cheio o sertão,
Tem um cabra na Bahia,
Qui inté onti inda latia...

Um coroné marvadeza,
Ixproradô da mizéra,
Um moço da realeza,
Latia pió que fera,
Apregunto pru dotô,
Pronde esse cabra vazô?

Nóis num perciza chibata,
Nóis num qué mais sê robádo
Dessa gente que martrata,
O pobre já tá cansado,
Nóis qué é sujeto amigo,
Prá num corrê mais perigo...

Do sangue da gente pobre,
Munta gente empaturrô,
Robáva até memo uns cobre
Munta gente inté matô,
Mais as coisa tá mudano,
Já cansamo desse engano...

Os coroné que restaro,
Tão do lado do dotô,
Nóis num é mais tão otáro,
Nosso pobrim acordô,
Nóis qué tê liberdade,
Percizamo dignidade.

Nóis sabêmo que vancê,
Amigo dos coroné,
Num consegue convencê
Nóis sabemo o que nóis qué,
É um Brazi mais cristão,
Onde nóis tudo é ermão!

Os nosso fio merece
Um Brazi munto mió,
Tanta dô que nos padece,
Vancê nunca têve dó...
Só fala das capitá,
Vancê qué nus enganá!

Me faláro qui o dotô
Gosta di riligião,
Parece num iscutô,
A voiz do seu coração.
Jesus Cristo nasceu pobre,
I foi vendido pruns cobre.

Cunhicia o traidô,
Mesmo ansim vancê num sabe
Qui Jesus o perduô,
Essas coisa é qui num cabe
Na cabeça de vancês,
Dispois do qui Juda feiz...

É qui o pobre seu dotô,
Num véve di falsidade,
Sabe munto dá valô
A verdadera amizade.
O erro é que é odiado,
E o amigo, perdoado...

Mai num vô falá mais não,
Nem ovi vancê num qué,
Mai vem cá pru meu sertão,
Vai miorá sua fé,
Isquece essa gente má,
Isquece dus coroné,
Vancê vai se adimirá
De vê cumo miorô,
Eu sei, vancê é dotô,
Mais perciza de lição,
Vem abri seu coração,
Sabê da gente mais pobre,
Qui véve de valentia,
O quanto qui uns poco cobre
Dá prá cumê pur uns dia...

Quando Jesus, no deserto,
Veno seu povo faminto,
Pegô uns pão i uns pêxe,
Póde crê qui eu num minto,
E falô pru povo dêxe
Qui nóis num vai mais morrê
Dispois di tudo vancê,
Num intendeu o recado,
Desse povo disgraçado,
Si juntô aos coroné,
Dexâno esse povo a pé,
Inda vem falá di fé?

O qui vancê num divia
É a pobreza insurtá
Nossa dô que se alivia,
Com vancê vai piorá,
As coisa das nossa terra,
As coisa desse Brazi,
As montanha e as serra,
Beleza que nunca vi,
Tanta amô mais verdadero,
Vendê prus cabra estrangero?
Vancê diz que vende não,
Mais qué vendê avião!
Dispois cumo acreditá
No qui vancê fô falá!
Se o prefêto da cidade
Quisé vendê otromóve,
Cum toda a tranquiladade,
Num vai sobrá um imóve...

Seu dotô, já vô imbora,
Tô cansado de falá,
Vê se prus cabra de fora
Finge sabê iscutá,
Vem cá pra minha tapera,
Passá uns dia de fome,
Vai vê qui a vida dum home,
É di trabáio i di fé,
O só isturricadô
Rezamo prá São José,
Nosso trabáio e valô,
Num depende mais da chuva,
Nem di seca ou di istiage
Memo que venha sauva,
Os coroné, pilantrage,
Nóis num morre mais de fome.
Arrespeite entonce o home
Qui nus deu essa vantage,
É um pobre nordestino,
E num é um dotô não,
Passô fome, foi minino,
Aprendeu iducação.
Ouça as palavra dotô,
Vai fazê um bem danado,
Aprenda a dá mais valô
Presse povo istrupiado,
Quem sabe vancê intenda,
Qui prá sê um bom cristão,
Nóis num percisa contenda,
Abasta tê coração!
Publicado em: 09/09/2008 12:27:31



Erguendo os olhos sempre para frente,
Podemos vislumbrar um bom futuro,
Depois de tanto tempo andar descrente
Consigo imaginar além do muro.
O chão que se prepara pra semente
Mesmo que seja inóspito e tão duro
Quando adubado traz frutos melhores
Já florescendo amor em belas flores.
Publicado em: 24/11/2007 21:45:58
Última alteração:24/10/2008 15:17:27



O poder do Criador
Se demonstra pela ação
Muito além de um julgador
É pra nós a redenção...


Publicado em: 05/01/2009 17:44:06
Última alteração:06/03/2009 12:32:40


A vida outrora triste
Agora se alegrou,
Trazendo o que eu bem quis
Carinho, o que restou.

Vivendo esta alegria
Que invade o coração,
Cantando sem descanso
Jamais escuto um não.

Amor já se cobria
Do véu em claridade
Contigo eu sempre alcanço
O poder da amizade...
Publicado em: 10/01/2008 20:37:21
Última alteração:22/10/2008 19:42:37



A tua mão ajuda
A gente a caminhar
Aquece o dia a dia,
Por certo faz sonhar.

Eu sei o quanto eu quero
Pra sempre ser amigo
Desta mulher divina
Com quem quero e prossigo.

A porta escancarada
De uma esperança boa
Vagando pelo espaço
Minha alma vai e voa

Direto pros teus braços
Amiga e companheira,
Pois tenho esta certeza
Leal e verdadeira

De ter em teu afago
Carinho de verdade,
Eu sinto em teu abraço
O valor de uma amizade...
Publicado em: 02/02/2008 15:38:46
Última alteração:22/10/2008 16:47:28



E, sem colher, da vida, os bens supremos
E sem provar do vinho da amizade,
Esmagamos os sonhos que tivemos,
No alvorecer de nossa mocidade...

Que mostra minha amiga quantos cardos
Espinhos e torturas, duras cruzes,
Carrego em minha vida tantos fardos,
Caminhos tão difíceis, várias urzes...
Mas sinto que talvez uma esperança
Aponte nesta curva mais fechada,
Deixando vir à tona uma lembrança
De todas essas horas vãs, passadas...

Porém, nesta existência singular,
Pelos caminhos vou, plantando flores,
No incansável mister de versejar...
E posso ver nos versos, que são tantos,
Ir diluindo os muitos desencantos
De vidas que só provam dissabores...

Marcos Coutinho Loures e Marcos Loures
Publicado em: 26/03/2008 15:42:13
Última alteração:21/10/2008 22:09:27



Isso é verdade amigo quem diria
Estava já assim desiludido
Pois enxergava só hipocrisia
Falei assim: "O mundo está perdido!"

Um anjo apareceu-me de repente
Abrindo-me os olhos, disse assim:
A tua estrada não chegou ao fim
Virá um bom amigo. Siga em frente!

Amigo, como é bom dizer teu nome,
Seguindo pela vida, sem percalço,
O coração liberto vai descalço

Estrada tão comprida, ao longe, some,
Aboios e cantigas, rios, foz.
Uníssonas vontades, mesma voz...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 08/10/2007 17:51:56
Última alteração:04/11/2008 11:26:29

Sou mineiro das montanhas
Das terras das alterosas
Encontrei as minhas sanhas
Entre espinhos, belas rosas,
Nas manhãs dores tamanhas
Embora em tardes formosas
Esperanças em barganhas,
Amizades caprichosas,

Cantador que sabe ao certo
Caminhar em passo lento
Desaguando num deserto,
Professando um sofrimento,
Coração se achando aberto
Ilumina num momento.
Meu viver já foi desperto
Pela paz perfeito ungüento

Que se mostra na verdade
Poeira tomando assento,
Envolvido em liberdade
Sem ter medo e sem lamento
No poder de uma amizade,
Viva em nosso sentimento
Encontrei felicidade,
Esqueci todo o tormento.

Quando o tempo é calmaria,
Quando a noite é mais criança
Vou vivendo uma alegria
Que se mostra em cada andança
Viva a nossa fantasia
De ser eterna criança
Que no peito já trazia
Amizade em esperança...
Publicado em: 08/09/2007 18:27:45
Última alteração:30/10/2008 14:36:24

Achei-me numa selva, sem saída
Em noite tão escura, solidão.
Apenas a tristeza merencória;
Vazio o peito, chora coração!

Até que ao perceber no fim do túnel
A luz que irradiavas, companheira.
Do medo que entranhara em minha mente
A força de teu braço, lisonjeira,

Dizia do poder que sempre temos,
Numa amizade imensa e soberana.
Da selva que vivera; uma planície
Ressurge na manhã calma e temprana...

Publicado em: 22/09/2007 09:22:38
Última alteração:30/10/2008 13:38:29


Acolhendo-me, calas o meu pranto,
No canto que entoaste, de repente
A gente se sentindo mais feliz
Prediz uma alegria imorredoura
Ancoras tuas mãos sobre o meu peito,
De um jeito que jamais esquecerei,
Na lei que nos transporta em calmaria,
O dia prenuncia-se sereno,
E pleno deste amor em amizade,
Invade-me brandura inesquecível.
Possível ter a paz que eu procurava
Na leva feita em ceva e claridade,
Mostrando tal poder de uma amizade...
Publicado em: 18/09/2007 17:52:28
Última alteração:30/10/2008 14:35:07



Amigo nunca julga nem condena,
Apenas nos apóia e nos guia,
Acena com carinho e nos consola,
Transforma toda a dor em alegria.

E traz o lenitivo que buscamos
Nas horas mais difíceis desta vida.
Ajuda a caminhar no labirinto
E se possível mostra uma saída.

Todo o poder que sei de uma amizade
Permite que sejamos mais felizes,
Curando esta ferida dentro da alma,
Sanando e não deixando cicatrizes...
Publicado em: 29/09/2007 14:46:09
Última alteração:30/10/2008 13:43:26


Amigo, meu canto, que canto pra ti
É tanto sincero que posso dizer
Procuro esse encanto que encontrei aqui
Amigo, eu espero, que possa saber,
A vida traz sorte, depois se gargalha
Na ponta da morte, fio de navalha.

Saudade machuca depois cicatriza
Primeiro maltrata depois, curativa,
Assim foi comigo, com meu grande amor.
Escute-me amigo, te peço o favor
Encontrei a mata de extremo prazer
Depois, quase nada, me pus a sofrer.

A moça que fora, rainha primeira,
Depois foi embora, nunca mais voltou
Pensei, companheiro, ser muito feliz,
Penei tempo inteiro, não tive o que quis.
Saudades de agora, meu tempo passou.
Por isso te digo, tu és bom amigo,
Nas noites de frio, me deste um abrigo.
Quando mais preciso, contarei contigo!
Publicado em: 11/10/2007 21:51:14
Última alteração:30/10/2008 11:42:52



A vida que em momentos já desanda,
Trazendo uma tristeza feita em lava.
Alvoroçando estrada outrora branda,
Deixando no caminho amarga trava,
Formando desventura tão nefanda,
Que mais profundamente me cortava,
Os golpes mais cruéis já recebidos
Turvando em treva imensa os meus sentidos.

A marca da tristeza afigurada
Mostrando tão somente a desventura
Restando em nossa vida quase nada,
A noite ressurgida em treva, escura,
A sorte em outros tempos bem fadada,
Agora vai mudando de figura
E traz desesperança como marca,
Naufraga em solidão a minha barca

Os sonhos que tivera, espedaçados,
O mundo se pintando em fingimento,
Os dias vão passando, transtornados,
Sobrando tão somente um vão tormento,
A seca dissemina sobre os prados,
Da esperança sequer um bom momento,
As águas já secando em plena fonte
As nuvens mais sombrias no horizonte...

A morte já mandando o seu recado,
Encontra a cada curva, outro perigo,
A dor vai ecoando em alto brado,
Um passo para frente e não consigo,
Atado aos elos duros do passado.
Quem sabe em ilusão ressurja um dia
Nos brilhos da alvorada: fantasia?

Mas sinto vir o vento da amizade,
Em mansa sensação de calmaria,
Trazendo para a treva, claridade,
Raiando em emoção santa alegria,
Quem sabe ser possível liberdade,
Além do que pensara, até sabia,
Refazendo o meu canto, em novo verso,
Alçando em pensamento outro universo...
Publicado em: 20/10/2007 16:07:12



Minha alma tantas vezes é tomada
Por sentimento imenso que assenhora
De todo o meu caminho, minha estrada,
Deixando bem distante e já sem hora
A lua que traria iluminada
O rumo, maltratando esta senhora
Que traz a claridade para a terra,
E a paz insofismável que ela encerra.

Quem traz a dor cruel de uma saudade,
Distante de quem ama, sofre tanto,
Buscando achar talvez a liberdade,
Encontra este grilhão em cada canto.
A noite mostra em nebulosidade
Escuridão e treva como manto.
Fazendo de meu canto uma arma nobre,
Procuro retirar o que recobre

Meus olhos desta noite opalescente,
Certezas de um momento em limpidez,
Vencendo a tempestade, na corrente,
De toda uma esperança que se fez,
Trazendo com certeza mais contente,
Um sonho em que mergulho cada vez
Que a vida me propondo um novo obstáculo,
Encontro na amizade o meu tentáculo

Com força sem igual, para lutar,
Contra estas intempéries, solidão,
Alando meus caminhos ao luar,
Voando na perfeita sensação
De ter tanta alegria a desfrutar
Quem sabe nisto eu veja a solução
Marcando cada passo com firmeza,
Nadando contra a dura correnteza.

Assim, um homem livre se permite
Seguir sem ter temores sua andança.
Lutando pelo bem em que acredite,
Usando do poder de uma esperança,
Não crê mais em fronteiras nem limite,
Pois sabe conhecer a liberdade
Ungida no poder desta amizade...
Publicado em: 20/10/2007 21:50:39

Quem sabe do poder de uma amizade,
Não teme mais as pedras do caminho,
Percebe conhecer a liberdade,
E bebe da esperança o doce vinho.
Não teme nem sequer a tempestade,
Não anda numa estrada, mais, sozinho.
Amigo é companheiro que se almeja,
Certeza de uma vida benfazeja...
Publicado em: 24/10/2007 21:13:00
Última alteração:26/10/2008 19:28:47



Amigo há quanto tempo, do teu lado,
Caminho por um mundo mais contente.
O verso que te faço, celebrado
Em um momento claro, alegremente.
Permite vislumbrar desde o passado,
Futuro que se mostre claramente,
Já tendo na amizade o bem que ordene,
Transforma uma esperança em bem perene..
Publicado em: 25/10/2007 20:10:49
Última alteração:24/10/2008 14:50:43



Às vezes, tantos erros cometendo,
Meu passo se mostrando em sonho breve,
Caminhos desditosos percorrendo
Buscando um sonho calmo, alegre e leve,
Poder de uma amizade percebendo
Um dia mais feliz, onde se atreve
A sorte que procuro, em harmonia,
E um mundo mais contente, já se cria...
Publicado em: 26/10/2007 18:41:43
Última alteração:24/10/2008 14:51:02


Os dias vão passando em tristes horas,
Deixando a minha vida angustiada,
Palavras muitas vezes tentadoras,
Sem ter uma emoção não valem nada.
Tristezas, no meu peito, moradoras,
Invadem o meu quarto pela escada.
Somente uma amizade poderá
Trazer algum alívio para cá.
Publicado em: 27/10/2007 15:20:06
Última alteração:26/10/2008 19:27:39


Amiga, nossa vida sem disfarce
Permite que se mostre mais contente,
É necessário sempre assinalar-se
Amor que nos transforma de repente,
Não deixe este carinho mais calar-se,
Estrela que ilumina toda gente,
Mostrando qual o rumo da vitória,
Trazendo para nós sorriso e glória...
Publicado em: 05/11/2007 21:48:27
Última alteração:24/10/2008 15:02:10



Poder que na amizade se afigura,
Trazer a paz outrora abandonada,
Vibrando com carinho e com ternura
Permite nesta vida uma guinada,
A dor que tantas vezes nos tortura
Nos braços da amizade, apaziguada.
Percebo quanto é bom poder te ter,
Sentindo tua força e teu poder...
Publicado em: 10/11/2007 08:10:01
Última alteração:24/10/2008 15:03:43



Na força tão sublime da amizade
Abrindo sem temores, o meu peito
Percebo minha amiga tal bondade
Que é feita em lealdade e no respeito.
Quem dera se pudesse humanidade
Pensar na liberdade nesse jeito,
Sabendo que o amor e que o perdão
Decerto, para todos, solução!
Publicado em: 11/11/2007 21:08:53
Última alteração:26/10/2008 19:27:10




A vida que prepara uma defesa
A quem em ledos sonhos suspirava,
Permite que se empenhe em outra empresa.
E mesmo que o passando inda cortava
Aquele que pensara na surpresa
Benigna deste mundo que sonhava,
Ao ter uma amizade mais sincera,
Saberá apascentar a dura fera...
Publicado em: 16/11/2007 09:41:10
Última alteração:24/10/2008 15:13:43

Amiga, nos meus versos discorrendo
Sobre o poder real desta amizade
Que é como um sol divino e bom ardendo,
Alçando com certeza a claridade
Que aos poucos vem chegando e nos tomando,
Permite conhecer felicidade.
Uma amizade imensa, estrela guia
Trazendo para nós, farta alegria...
Publicado em: 12/11/2007 21:54:38
Última alteração:26/10/2008 19:26:59

Em sentimentos nobres e inocentes
Amigos procurando pela sorte,
Vivendo entre feras, duras gentes,
Não temem, pois unidos, nem a morte.
Os passos bem mais firmes e prementes
Mudando num momento rumo e norte.
Poder que uma amizade sempre emana,
Na vida feita em força soberana...
Publicado em: 20/11/2007 06:20:15
Última alteração:24/10/2008 15:14:54


Quem tantas vezes foi tiranizado
Nas vergastadas loucas de um amor.
Vivendo quase sempre torturado,
Sangrando em fantasia, sonhador.
Depois de muito tempo maltratado
Percebe um vento manso e salvador.
Trazendo uma esperança; eu posso ver,
O vento da amizade e seu poder...
Publicado em: 23/11/2007 10:14:48
Última alteração:24/10/2008 15:16:06

A paz que procurava encontro nos teus braços.
Amiga, um coração que é sempre tão inquieto
Permite que se faça em firmes, belos laços,
O canto em alegria, o sonho predileto,
Mudando a minha vida em novos, finos traços,
A cada passo dado o caminho correto.
Na voz que se agiganta o bem desta amizade
Trazendo para nós real felicidade!
Publicado em: 30/11/2007 17:41:58
Última alteração:24/10/2008 15:19:09



Obrigado meu amigo
Te agradeço companheiro,
Também vou nessa contigo,
Camarada verdadeiro.

Uma amizade sincera
Que se faz no dia a dia,
Sobre todo o mal impera
Transbordando em alegria.

Nessa vida benfazeja,
Estarei ao lado teu.
Na sorte que se preveja
Todo azar já se perdeu.

Podendo contar assim,
Com a força da vontade
Refletindo tudo em fim,
No poder dessa amizade...
Publicado em: 05/12/2007 18:32:23
Última alteração:24/10/2008 15:19:23




meu mar sem remédio
vagando em silêncio
se fez tempestade
na tarde sem fim
porém na amizade
de um gesto sincero
o mar bebe a foz
e metamorfoseia-se
num plácido lago...
Publicado em: 08/12/2007 16:29:25
Última alteração:24/10/2008 15:19:37




O mundo tantas vezes nos mostrando
Caminhos mais diversos. Alma escrava
Aos poucos em outra alma libertando
O sonho ao qual decerto já aspirava
Aquele caminheiro que sabia
Que apenas amizade poderia
Trazer com tal pujança a claridade
De um dia em maviosa liberdade.
Publicado em: 12/12/2007 21:30:19
Última alteração:23/10/2008 07:50:28

Exemplo mais perfeito de que amor
Precisa na verdade do perdão,
Um novo mundo veio nos propor,
Aonde já reinasse o coração.
Assassinado e morto sem pudor,
Deixou pra quem ouvisse esta lição
De que é possível ter felicidade,
Vivendo em sua glória, uma amizade.
Publicado em: 03/01/2008 18:36:25
Última alteração:22/10/2008 19:31:04



Por mais que tantas vezes já se queira
Apagar da amizade a forte chama,
Palavra quando dita; verdadeira,
Não deixa enveredar em outra trama.
Quem faz desta amizade uma bandeira
Amor em plenitude sempre clama.
Pois nela é que se encontra o bom caminho,
Do sonho que não sonho mais sozinho...
Publicado em: 11/02/2009 08:48:18
Última alteração:06/03/2009 06:49:10




Uma amizade feita num momento
Em que a vida se mostra em desengano,
Acalma com seus braços, meu tormento,
Aquece o coração e muda o plano,
Mostrando ser possível sentimento,
Supremo sobre todos soberano,
Com a pureza imensa, um diamante,
Do amor feito sublime e mais constante.

Um passo quando firme e se bem dado,
Permite vislumbrar amor divino,
Não deixa o coração jamais irado,
Promete um novo tempo cristalino,
Matando uma tristeza do passado,
Tornando o peito amargo qual menino,
Chamados da alegria, enfim responde,
Exposto ao vento leve, não se esconde.

Aquele cujos passos, vão guiados
Pela amizade imensa que se sente,
Tem olhos nos espaços assentados,
E toda a glória o faz ser mais contente,
Seus dias com certeza são honrados,
E a voz do coração tão envolvente.
Não sabe de outro dia mais horrendo,
As flamas da alegria, recebendo...

Porém aqueles pobres que inda estavam
Deitados sob a treva em pensamento,
Durante tanto tempo inda lutavam,
Cansados desta dor feita em tormento.
Tristezas sem igual os maltratavam,
E o mundo consumido em fogo lento.
Caminhos para a dor e os desenganos,
Restando sofrimentos desumanos.

A sorte que me foi já concedida,
Mostrando em mansidão um belo aceno,
Mudando de repente a minha vida,
Moldando meu futuro mais ameno.
Numa amizade plena e recebida,
Antídoto real para o veneno
Da negra solidão que assim não cabe,
No peito de quem tanto amor já sabe...
Publicado em: 18/10/2007 21:47:02
Última alteração:30/10/2008 11:42:12




Já tão longe agora estou
E faz tempo que não escrevo
Meus amigos tão distantes
Uma explicação eu devo
Pois recordos os instantes
Do que era, e hoje sou...

Vou fazendo em cada canto
Amizades mais sinceras
Com pessoas que eu admiro,
Renovando primaveras
Mas depois de longo giro
Retornando pro meu canto...

Pro aconhcego do meu ninho
Revivendo a nostalgia
Que me invade desde agora
Na saudade fugidia
Que a abraço nessa hora
E destilo um verso em vinho...

Meus versos vão mais distantes
Procurando o braço amigo
Que se foi pra nunca mais.
Vou vivendo em desabrigo
Na esperança de outro cais
Em luas mais deslumbrantes.

O poder de uma amizade,
Isso jamais negarei
Permitindo a caminhada,
No caminho que busquei
Recebendo na alvorada
Sol em toda claridade.

Mas ouvindo tua voz,
Companheiro, a vida ri,
Felicidade renasce,
Relembrando o que eu vivi,
Retirando o seu disfarce
Não parece mais atroz...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 01/10/2007 10:01:18
Última alteração:04/11/2008 12:59:13

Minha amiga, não te nego
O meu colo e meu abrigo,
Todo amor que assim carrego,
Tendo o peito tão amigo

Mostrará que a cada dia
Esta amizade mais forte,
Nos trará tanta alegria,
E será, decerto, o norte

Por onde caminharemos
Sem temores ou receios
Qualquer dor enfrentaremos,
Destemidos, sem anseios.

A cabeça vai erguida
Coração se desfraldando,
Todo o bem de nossa vida,
Nas estradas espalhando,

Roseiral de uma alegria
Vencerá tal tempestade,
Aliados, na magia
No poder desta amizade.





A sua inimizade vã não temo,
Jamais permitirei que ela destrua
Uma esperança feita em claridade
Que dentro de minha alma continua.

Pois sei do bem imenso que a amizade
De quem a gente pode confiar
Permite superarmos as discórdias
Trazendo uma alegria que sem par

Invade nosso peito e nos transporta
Além do que pensávamos poder.
A porta que se abriu já não se fecha
E ajuda-nos decerto ao mel vencer...
Publicado em: 27/05/2008 13:49:36
Última alteração:21/10/2008 15:20:37



Em meio ao abandono, na natura,
A aranha tece a teia que protege,
A natureza sábia assim a rege
Num ato de defesa e de ternura.

Aranha, sem saber bem o porquê,
Defende-se das tramas da batalha
Nas tramas que constrói em cordoalha,
Não sabe mas destino se antevê.

Assim como essa aranha, um passarinho,
Demonstrando também sua defesa
Num ato de beleza e de pureza.
Constrói, para os filhotes, o seu ninho...

Ao ver o homem quase abandonado,
Exposto à dor temível da quimera.
Que nasce da paixão e degenera
E traz, sem perceber, um triste fado,

Exposto à valentia e sofrimento
Exposto a tais espinhos, pela vida,
Da solidão, saudade, tão doída...
O Nosso Pai criou um sentimento

Que mata a solidão e a saudade,
Supera o desengano da paixão.
Protege nosso frágil coração:
A força alentadora da amizade!
Publicado em: 16/09/2008 14:38:46
Última alteração:17/10/2008 13:49:33


Coração alheio
Incógnita.
Não sei do que não tenho
Não creio no que sei
Apenas velejando
No amor, eu naufraguei.

Costuro liberdades
Invento cercanias.
Deveras não queria
Saber de fantasias.

Mas tenho, na amizade
O dom de ser feliz,
Calcado na certeza
De um céu bem menos gris...
Publicado em: 22/09/2008 18:35:49
Última alteração:02/10/2008 19:29:57



Recebo da amizade o doce vento,
Palavra benfazeja que me acalma,
Distante das tristezas, pensamento
Voando vai liberto, perfuma alma,
Apascentando enfim, meu sofrimento,
Trazendo para a vida toda a calma.
Amiga, como é bom saber de ti,
A paz que há tanto tempo, eu já perdi.

Meus passos; ilumina em farta luz,
Uma amizade é feita em bem supremo,
Caminho benfazejo, ela conduz,
Deixando para trás o medo extremo
Farturas em belezas reproduz
Deixando mais liberto o meu caminho,
Moldando em esperanças, nosso ninho.

Uma amizade em paz, é nossa meta,
Tramando um dia belo, raro e lindo,
Quem dera se eu pudesse ser poeta,
E aos poucos tuas sendas, descobrindo,
Sabendo da alegria em luz discreta,
A porta da esperança vai se abrindo,
Amiga, nos teus braços ancoraram,
Os sentimentos nobres que afloraram.

Depois de tantas dores no passado,
O canto em amizade me dizia,
Do vento que tocara, alvoroçado,
Mostrando quanta glória sempre havia
Naquela que em momento assim azado,
Refaz em minha vida, uma alegria,
Ao florescer carinho em toda a parte,
Provoca na tristeza tal desgaste

Que nada impedirá, querida amiga,
O sol que irá brilhar em novo dia,
Meu sonho no teu canto já se abriga,
E nele se completa em harmonia,
Permite que esta vida assim prossiga,
Raiando uma esperança em poesia.
Vibrando toda sorte de saber
Desta amizade linda de viver...

Do canto da amizade, desejoso,
Percebo a vida sempre iluminada,
Depois de caminhar tão receoso,
Encontro uma esperança demarcada
No sonho que me fez mais orgulhoso
De ter sempre ao meu lado em minha estrada,
A força que me toma e assim me abriga,
Nos braços de quem amo, minha amiga.

Amor jamais será mercadoria,
A vida se demonstra ao mesmo instante
Em que raia a esperança em novo dia,
Tornando a nossa vida flamejante,
Mostrando a quem deseja uma alegria,
O brilho de um perfeito diamante,
Uma amizade em vento benfazejo
Coroa em mansidão cada desejo...

Estrela disfarçada que se esconde,
Tomando imenso céu, resplandecendo,
Ao canto da alegria já responde
Ecoa em nosso peito, assim tecendo
Procura perceber quando e aonde
Já posso, minha amiga, estar prevendo
O sonho de um planeta bem cuidado,
Nas asas da amizade, demarcado...

Uma amizade intensa sobre a terra
Talvez sem injustiças, levaria
A paz que em esperanças já descerra
Formando um novo mundo em outro dia
De um sonho que, divino, a dor desterra,
Perdão que nosso Cristo já dizia,
Mostrado no Evangelho, de repente,
Faria humanidade mais contente.

Os passos necessários foram dados,
Em dias mais brilhantes, radiosos,
Pudessem para sempre aventurados.
Os homens tão terríveis, belicosos,
Àqueles que já foram condenados,
Em termos tão injustos e enganosos,
Apenas são lembrados por momentos,
Depois retornam loucos, os tormentos...



A vida que em momentos já desanda,
Trazendo uma tristeza feita em lava.
Alvoroçando estrada outrora branda,
Deixando no caminho amarga trava,
Formando desventura tão nefanda,
Que mais profundamente me cortava,
Os golpes mais cruéis já recebidos
Turvando em treva imensa os meus sentidos.

A marca da tristeza afigurada
Mostrando tão somente a desventura
Restando em nossa vida quase nada,
A noite ressurgida em treva, escura,
A sorte em outros tempos bem fadada,
Agora vai mudando de figura
E traz desesperança como marca,
Naufraga em solidão a minha barca

Os sonhos que tivera, espedaçados,
O mundo se pintando em fingimento,
Os dias vão passando, transtornados,
Sobrando tão somente um vão tormento,
A seca dissemina sobre os prados,
Da esperança sequer um bom momento,
As águas já secando em plena fonte
As nuvens mais sombrias no horizonte...

A morte já mandando o seu recado,
Encontra a cada curva, outro perigo,
A dor vai ecoando em alto brado,
Um passo para frente e não consigo,
Atado aos elos duros do passado.
Quem sabe em ilusão ressurja um dia
Nos brilhos da alvorada: fantasia?

Mas sinto vir o vento da amizade,
Em mansa sensação de calmaria,
Trazendo para a treva, claridade,
Raiando em emoção santa alegria,
Quem sabe ser possível liberdade,
Além do que pensara, até sabia,
Refazendo o meu canto, em novo verso,
Alçando em pensamento outro universo...

Quem sabe esta amizade me diria
Das horas que decerto não sabiam
Olhares de quem ama e não confia,
Distâncias gigantescas já traziam,
Na pérfida ilusão que parecia
Que nunca, novamente raiariam,
Mas nasce em luz mais branda um novo dia,
Esperança que se mostra benfazeja
A quem perfeito encanto assim deseja.

Meu sonho de amizade é feito em glória,
Sem medos que nos possam maltratar,
Mudando num momento nossa história,
Alçando a liberdade de um luar.
Quem dera se eu pudesse ter vanglória
De toda esta alegria desfraldar.
Assim, talvez não venha a dor profana,
Que mata e muitas vezes desengana.

Nos passos de meu sonho, minha amiga,
O laço mais estreito que nos une.
Que a sorte benfazeja nos bendiga,
Senão a morte vem e cedo pune
Aquele em quem a paz já não se abriga,
Embora tantas vezes creia imune
Aberto o peito, a vida não se cansa
De ter numa amizade esta esperança.

Receba, cada verso que eu te faço
Com coração aberto, pois garanto
Que sempre que eu puder estreito o laço
E seco toda a dor, enxugo o pranto,
Pois pode enfim contar com o meu braço,
E em toda a mansidão de cada canto
Sem medo do que venha acontecer,
Trazendo em segurança o alvorecer.

Amiga, não se esqueça um só momento
De todo amor que uniu nossos caminhos,
Buscando uma alegria, vou sedento,
Bebendo da amizade doces vinhos,
Poeira no meu peito toma assento,
Ternura emoldurando nossos ninhos,
Valores que amizade nunca nega,
Em mares tão fantásticos, navega...



O brilho de teus olhos vai aceso,
Tocando a noite imensa, maviosa,
A vida tantas vezes, fardo e peso,
Impede uma alvorada mais formosa,
O sentimento aflige e torna teso
Aquele que sonhara jardim, rosa.
Porém nossa amizade, neste instante,
Rebrilha como um raro diamante.

Permite a boa sorte que virá,
Depois da tempestade, esta bonança
O sol que eu imagino nascerá,
Forrado pelos ventos da esperança,
Nesta alegria imensa que sei cá,
A vida mesmo dura, sempre avança
E mostra num sorriso mais feliz,
Que um dia nascerá tal qual eu quis.

A lua se mostrando em várias fases
Um dia voltará a ser inteira,
Quem tem numa amizade firmes bases
Já sabe desta glória verdadeira
Dos sonhos de alegria que me trazes,
Tomando uma alegria por bandeira.
Assim, amiga a noite não mais neva,
Tampouco em negritude, se faz treva.

Solidão se mostrando mais distante,
Acode-nos o canto tão bendito
Moldando um novo sonho deslumbrante,
Ganhando sem limites, o infinito,
Soltando em pleno espaço, num instante
Alçando o paraíso em belo rito.
Amiga não se esqueça de que a vida
Deve ser sempre amada e tão querida.

Aos olhos de quem ama, um brilho intenso
A cada novo dia, ressurgindo,
O medo de perder, tornando tenso
O canto que se fez em dia lindo,
Porém se na amizade eu sempre penso,
O vento em calmaria já vem vindo
Batendo na janela enfim me traz,
A perfeição dileta, plena paz...

Meus braços com os teus se entrelaçavam,
E os passos benfazejos se faziam,
Os sonhos mais divinos se aclamavam,
E os dias, claridades acolhiam,
Os cantos de amizade que exaltavam
Os rumos bem mais firmes que traziam
Os ventos traduzindo calmaria,
Tramavam esperanças de alegria.

Por vezes titubeio, mas tu vens,
E apóias cada passo que eu for dar,
Por mais que o céu se turve em negras nuvens,
Tu trazes emoção no teu olhar,
E assim ao demonstrar sagrados bens,
Tesouros da amizade a nos mostrar
Que o tempo: ser feliz se faz agora,
E a lua emocionada, o céu decora.

De tantos sofrimentos que tivemos,
Sabemos escolher o bem maior.
Amigos pela vida nós perdemos,
Não posso te dizer qual o melhor,
O barco não caminha sem os remos,
Tampouco existe um canto a se compor
Sem ter nos traços firmes de quem sabe
O quanto desta glória inda nos cabe.

Amiga, não me esqueço de dizer
Do quanto sou a ti agradecido,
Eu sei o quanto é bom disso saber,
Pois dá pra nossa vida, algum sentido,
Estrelas quando passas; recolher,
Jamais deixar que caia em frio olvido
Esta emoção sincera que hoje sinto,
No vinho da amizade, eu já me tinto.

E bebo cada gole, extasiado,
Feliz por te saber, querida amiga,
Depois que achei perdidos rumo e fado,
Agora ser feliz, talvez consiga,
Matando esta tristeza do passado,
Permite que meu passo, enfim prossiga,
Alvorecendo um mundo em liberdade,
Às custas deste amor feito amizade...

A vida me trazendo em providência
O braço que denota segurança,
Mostrando pra quem sofre tal clemência
Uma alegria imensa em confiança,
Embora tantas vezes a prudência
Impede que outro sonho trague a lança
Cruel da solidão que sem cuidado,
Permite que a tristeza surja ao lado

Sabendo da alegria de poder
Dizer que tenho, em ti a grande amiga.
Emoldurando o céu neste prazer
Felicidade imensa já se abriga
Nos braços de quem sonho poder ter,
Na claridade intensa que prossiga
Sendo o farol da vida a me guiar,
Nesta amizade, um mar a navegar.

Não temo as tempestades, pois eu tenho
O braço de quem quero junto a mim,
De um mundo dolorido de onde venho,
Já vejo florescer no meu jardim,
Mostrando em plenitude o teu empenho,
Amor que em amizade eu sei sem fim,
Nos passos bem mais firmes, alegria,
Luzindo no meu céu, estrela guia...

Façanhas deste canto em que desejo
O mundo em mais completa sintonia.
Um canto mais suave eu já prevejo
Pra quem só espalhou tanta harmonia.
Receba cada verso como um beijo,
Certeza de calor em noite fria,
Amiga, tantas vezes percebi
O quão existe belo dentro em ti.

Vencendo as tempestades e quimeras,
Ganhando com valor, tranqüilidade,
Recendes a milhões de primaveras,
Teu canto se espalhando em liberdade,
As horas solitárias foram feras,
Agora reconheço que a amizade
Mantendo o coração feliz e vivo,
É mais do que somente um lenitivo...


Meus olhos num instante percorriam
Os campos onde amor se esmorecia.
Em outros sentimentos já se viam,
O brilho redentor de um novo dia,
Sabendo das estrelas que luziam,
Eu resolvi cantar santa alegria
Que faz de uma amizade, puro encanto,
Motivo bem mais forte para o canto.

Nas vozes mais alegres, coração,
A melodia faz-se delicada,
Quem sabe da amizade sem senão,
Percebe a vida enfim, iluminada,
No braço de uma amiga a redenção,
Mostrando no final a bela estrada
Aonde vagaremos passo a passo,
Sem medo da discórdia ou do cansaço.

Falando deste bem inesgotável,
Que é fonte mais segura de alegria,
Formada em água pura e mais potável,
Fomento em segurança que me guia
A cada novo dia demonstrável,
Trazendo a fortaleza que eu queria.
Somando nossas forças, ninguém vence
E da felicidade nos convence.

Sentindo esta fragrância pelos ares,
Perfume de um jardim repleto em flor,
Alçando mais liberto por lugares
Distintos onde eu possa recompor
Meus dias que já foram mais vulgares
Agora na amizade a se propor,
Percebo que terei completamente,
Comigo cada passo, mais contente.

Alvíssaras, encontro em ti, amiga,
Tu és a sorte feita lisonjeira,
Permita que pra sempre assim prossiga,
Numa amizade imensa, esta bandeira,
Nem mesmo a morte quebra a forte viga
De uma amizade eterna e verdadeira.
Sabendo que tu vens sempre comigo,
Eu sou, com muito orgulho: teu amigo!


Sentimento que toca toda gente
Tornando a vida bem mais gloriosa,
Sem jogos, por si própria faz contente
Quem tantas vezes soube desairosa
A sorte mais cruel e penitente,
Encontra na amizade mais piedosa
Certeza de um momento deslumbrante,
Que deixa a nossa vida ir adiante

Vencendo as intempéries do caminho,
As pedras, os espinhos, urzes tantas,
Quem segue pela vida e vai sozinho,
Não sabe destas mãos sublimes, santas
Que aquecem com certezas e carinho
Cobrindo em duro frio, quentes mantas,
Agasalhando a quem se quer tão bem,
Em noite solitária, amiga vem.

Somando nossas forças combatemos
Os males que se mostram renitentes,
Unindo nossos braços, mesmos remos,
Atravessamos mares permanentes,
Sabendo do poder que agora temos,
Seguimos pela vida mais contentes.
Na força tão sagrada da amizade,
Lavrada com total fidelidade.

Amigos reconhecem que jamais
Nós devemos trair a confiança
O barco desta forma, perde o cais,
Quebrando o laço feito em aliança.
Quem age desta forma é incapaz
De ter uma amizade em que se alcança
A total plenitude desejada,
Trazendo uma alma suja e desbotada.

Por isso é necessário te dizer
Do quanto sou feliz por ter em ti,
Além de uma certeza de prazer,
Carinho que tão logo eu conheci,
Querida amiga, pude me render
Saber que encontrei decerto aqui,
Toda a pureza imensa em que prediz,
Um dia alvissareiro e mais feliz...

Distante dos meus olhos, altos muros
Por sobre este concreto edificados,
Meus dias se passando tão escuros,
Na dor da solidão, já vão marcados,
Os solos da esperança são bem duros,
Não servem para ser mais semeados,
Não posso recolher as belas flores,
Deixando para trás sonhos, pendores.

Vivendo em desenganos, vou partido,
Somente uma alegria poderá
Voltar a novamente dar sentido
A vida que decerto perco já,
Meu canto vai seguindo desvalido,
Não sei se novamente brilhará
A estrela de meus sonhos, fantasia,
Ninguém, somente a dor hoje me guia...

Sentindo o frio imenso desta noite,
Percebo que não tenho outra saída,
Saudade me invadindo em seu açoite
Cortando as minhas carnes, despedida.
Quem sabe uma emoção inda me acoite
E mostre que esta paz não vai perdida,
Assim eu poderei cantar mais leve
E o mundo sorrirá, quem sabe, em breve.

Muitas vezes, calado eu não sabia
De um novo amanhecer em claridade,
Forrando o duro chão com poesia,
Mostrando ser possível liberdade,
Fartando meu caminho em alegria,
Fomentos que conheço na amizade,
Sentimento profundo e redentor,
Estrada para a paz e o puro amor.

Assim, querida amiga eu agradeço,
Tua palavra amada e benfazeja,
Amparo para a queda, e pro tropeço,
A mão que me sustenta e que me beija,
Além do que bem sei, sequer mereço,
Permite que outra senda inda preveja
Depois da tempestade, esta bonança
Já faz brotar em mim, toda esperança...



O vento da amizade, eu sei, é forte
E deixa que se sinta, assim, prevendo
Um novo amanhecer em novo norte
E toda uma emoção já vai contendo,
Mudando num momento a nossa sorte,
Distante de um caminho outrora horrendo
Em meio à solidão, dor mais extrema
Transforma em poesia um duro lema.

Sentindo a doce brisa prometida,
Em santa calmaria, uma amizade,
Não dando ao sofrimento uma guarida,
Permite que se tenha claridade,
Estrada solitária é tão comprida,
Caminho solidário é liberdade.
As forças que somadas, abrem frestas,
Permitem no final; sinceras festas.

Meu verso enaltecendo o ser amigo,
Fomenta uma emoção que não tem fim.
Na proteção divina, este perigo
Afasta e vai distante já de mim,
Um homem que procura por abrigo,
Encontra na amizade o bom jardim,
Canteiro de esperanças bem plantado,
Caminho com destreza iluminado...

Sinto o teu apoio a cada passo,
Não temo mais as curvas desta estrada,
Andança prometida agora eu faço,
Com força sem temer mais quase nada,
A voz soltando livre pelo espaço,
A noite a me levar, vai estrelada,
Numa amizade vejo a luz da lua,
E o passo rumo ao norte continua.

Estrelas esparramas, minha amiga,
Os rastros que tu deixas pelas ruas,
Permitem que nas trevas eu consiga,
Saber onde em verdade continuas,
Teu colo, uma ternura que me abriga,
Demonstra aonde em sonhos continuas
Brilhando em cada passo, bendizendo
Caminho onde persisto percorrendo...


Minha alma tantas vezes é tomada
Por sentimento imenso que assenhora
De todo o meu caminho, minha estrada,
Deixando bem distante e já sem hora
A lua que traria iluminada
O rumo, maltratando esta senhora
Que traz a claridade para a terra,
E a paz insofismável que ela encerra.

Quem traz a dor cruel de uma saudade,
Distante de quem ama, sofre tanto,
Buscando achar talvez a liberdade,
Encontra este grilhão em cada canto.
A noite mostra em nebulosidade
Escuridão e treva como manto.
Fazendo de meu canto uma arma nobre,
Procuro retirar o que recobre

Meus olhos desta noite opalescente,
Certezas de um momento em limpidez,
Vencendo a tempestade, na corrente,
De toda uma esperança que se fez,
Trazendo com certeza mais contente,
Um sonho em que mergulho cada vez
Que a vida me propondo um novo obstáculo,
Encontro na amizade o meu tentáculo

Com força sem igual, para lutar,
Contra estas intempéries, solidão,
Alando meus caminhos ao luar,
Voando na perfeita sensação
De ter tanta alegria a desfrutar
Quem sabe nisto eu veja a solução
Marcando cada passo com firmeza,
Nadando contra a dura correnteza.

Assim, um homem livre se permite
Seguir sem ter temores sua andança.
Lutando pelo bem em que acredite,
Usando do poder de uma esperança,
Não crê mais em fronteiras nem limite,
Pois sabe conhecer a liberdade
Ungida no poder desta amizade...


Falando em amizade chego a Ti
Senhor dos meus caminhos, Deus amado.
Com alegria enorme eu percebi
Que estavas, companheiro do meu lado,
Na luz de uma esperança, eu vim aqui,
Dizer do sentimento mais sagrado
Deixado pelo Pai pra quem quisesse,
Um ato de real, divina prece...

Exemplo mais perfeito de que amor
Precisa na verdade do perdão,
Um novo mundo veio nos propor,
Aonde já reinasse o coração.
Assassinado e morto sem pudor,
Deixou pra quem ouvisse esta lição
De que é possível ter felicidade,
Vivendo em sua glória, uma amizade.

Os séculos passaram, pouca gente
Teve este percepção assim exata,
Matando seu irmão tão cruelmente,
E destruindo em fogo, toda a mata,
Do Deus que se fez homem/penitente,
Lembrança que restou já não retrata
Sentido que Ele deu à liberdade,
A verdadeira solidariedade.

Porém se um dia, Amigo, eles notarem
O quanto nos amaste em Tua vinda,
Quem sabe de injustiças logo parem,
E a vida possa ser sagrada ainda,
Sentido mais perfeito vislumbrarem
Humanidade possa ser tão linda
A ponto da tristeza debandar
E a vida finalmente rebrilhar.

Desculpe companheiro se inda insisto,
Falando deste peso feito cruz,
Eu na verdade tento, e assim resisto,
Mostrando este caminho pleno em luz,
Dizendo deste irmão, querido Cristo,
Aquele que chamaram de Jesus,
Marcado pelas chagas da vingança,
Trazendo para todos, esperança!


No coração amigo, uma bondade
Sincera que me deixa satisfeito,
Quem dera fosse assim humanidade,
O mundo poderia ter um jeito.
Trazendo para todos; liberdade,
Tocando bem mais fundo o nosso peito,
Mostrando ser possível a alegria,
Raiando em claridade, um belo dia.

Tu tens este poder, querida amiga,
A luz de uma esperança brilha em ti,
Permite que, mais firme já prossiga
Caminho libertário aonde eu vi
A fortaleza imensa feita em viga,
Portando um sonho nobre. Percebi
Que nada se realiza nesta vida,
Se a força de lutar está perdida.

Nos laços da amizade, a consciência
De que tudo talvez seja possível,
É necessária toda a paciência,
O resultado eu sei, será incrível.
Perdão a quem nos fere e na clemência
Certeza de vivermos noutro nível
Amor em perfeição, tão desejado,
Um mundo bem distinto do passado.

Vencer as intempéries do caminho,
As pedras, sem sentido, vão rolar,
Deixando a flor vencer amargo espinho,
A vida em alegrias, perfumar,
Em cada coração, perfeito ninho,
Amor em plenitude a se encontrar
Nos rumos bem serenos da amizade,
Poder conceber solidariedade.

Amigos, para sempre, nós seremos,
Ninguém nem nada pode mais fazer
Com que percamos norte, nossos remos
Serão a garantia do querer
Futuro em que por fim, nós poderemos
Gritar ao mundo todo que o poder
Que emana de um amor assim perfeito,
Trazendo a liberdade como pleito.


Uma amizade é mais que um sentimento,
É um pacto que fazemos pela vida.
Por mais que seja duro este lamento,
E a sorte se demonstre distraída,
O sonho se renova no momento
Cevado pela força concebida
Nesta união perfeita em dois seres,
Dividem irmamente os seus quereres.

Amiga nunca vai em solidão,
Tampouco se adianta numa andança
Ao lado na perfeita proteção,
Aonde o braço firme sempre alcança
Conhece o bom sentido do perdão,
Espelha em seu amigo uma esperança.
Uma amizade feita em pulso forte,
Aponta com firmeza para o norte.

Por vezes, encontramos os problemas
Comuns do dia a dia, mas sabendo
Vencer com tanto apoio estes dilemas,
Palavras benfazejas recebendo,
Mostrando em nosso peito tais emblemas,
O mundo em segurança percorrendo,
Podemos já falar de uma amizade
Cuja base se faz sinceridade.

Nos dias em que a vida nos maltrata
Ao termos a certeza benfazeja
De quem em nó mais firme o futuro ata,
Podemos alcançar o que deseja
O coração sincero, e assim resgata
O sonho bem mais puro em que se almeja
Felicidade plena e tão sincera,
Trazendo eternidade em primavera.

Não deixe que isto morra, pois assim
Tu morrerás também a cada dia,
As flores que nasceram no jardim
Merecem bom cultivo em alegria.
Louvando esta esperança dentro em mim,
Encontro finalmente o que eu queria.
Uma amizade firme e verdadeira,
Permite que se encontre o que mais queira.


Trazendo uma esperança a toda gente
Que sabe quanto a glória se faz plena,
Numa amizade imensa se pressente
A vida mais sensata, enfim, serena.
Deixando o coração bater contente,
Pintando em azulejo a rara cena
Aonde possa crer que tenho enfim,
Uma flor que enobrece o meu jardim.

Os dias que se passam, solidão,
Parecem que nos matam devagar,
Às vezes nos perdemos sem perdão,
E o tempo vive sempre a maltratar,
Deixando bem aberto o coração
Um novo amanhecer vai despertar
E o canto em liberdade, passarinho,
Virá enaltecer o nosso ninho.

O passo quando dado com firmeza
Garante que esta senda já pareça
Envolta nas delícias da beleza,
Deixando com que o trigo sempre cresça
E o joio nunca invada a nossa mesa.
Que a glória de viver, nunca se esqueça
Invada a tua vida, em claridade,
Nas mãos de que deseja esta amizade.

Temores? Bem distantes, os mantenha,
Pois quem encontra o par faz caminho
Sabendo desde sempre qual a senha
Para adentrar mais firme cada ninho,
E assim, a tempestade não se empenha
Tendo como adversário o bom carinho.
Louvando quem decerto, nos adora,
Deixamos que a tristeza vá embora.

Assim, amiga minha, eu acredito
Que um dia nós possamos conhecer,
Um sol mais radiante e mais bonito
Surgindo a cada novo amanhecer,
Meu canto se espalhando no infinito
Ecoa no teu peito, e posso crer
Que enfim, humanidade inda consiga
A fonte onde esperança, ali se abriga...


Uma amizade mostra no respeito
A quem tão fielmente, a gente estima,
Não trai o sentimento em nosso peito,
E pela lealdade já se prima,
Quem tem uma amizade, satisfeito
Encontra noutro ser o mesmo clima.
Não deixe que se escape num momento,
Beleza sem igual em manso vento.

Às vezes debruçamos os olhares
Em outra cercania menos nobre
Fazemos de outras plagas os altares
Aonde estupidez, decerto cobre;
Errôneos os destinos, e ao vagares
Por ermos sem sentidos, a alma pobre
Não deixa que tu vejas num realce
A dura solidão em outra face.

Permita que eu prossiga esta jornada
Numa procura insana pela luz,
Na maga sensação já demonstrada
No encanto que se mostra e reproduz
O rosto de quem ama e não quer nada,
Dourada sensação que à paz conduz.
Fazendo de meu verso um instrumento
Que possa te tocar o pensamento.

Seguindo passo a passo os rastros vejo
Depois da treva imensa, a claridade;
Nos braços mais benditos eu prevejo,
Bonança no lugar da tempestade.
Um mundo mais feliz; assim almejo
Refeito no perdão e na amizade.
Foi isso que ensinou o Pai Eterno,
Com todo amor sincero, manso e terno...


Andando passo a passo, juntamente
Com quem em amizade deu sentido
À vida que já fora descontente.
Quem teve seu destino destruído
Futuro alvissareiro, assim, pressente,
Deixando a solidão no triste olvido,
Agora com mais força na peleja.
Um dia bem suave, enfim, almeja.

Viver: aprendizado que se faz
A cada novo tombo, ensinamento.
O vento da esperança, agora traz
A plenitude feita em sentimento.
Mostrando ser possível e bem capaz
De ter uma alegria no momento
Em que percebe em toda intensidade
Poder que se constrói numa amizade.

Recebo no meu peito, a mansa aragem,
Depois de uma tormenta inconcebível,
Não é, percebo então simples miragem,
Tampouco um sonho quase que impossível,
Seguindo em calmaria, esta viagem,
Pressinto ser feliz, enfim, plausível.
E em cada nova rama este arvoredo
Aumenta o seu poder, mata o degredo.

Navego pelos mares da esperança,
Distante da provável, má, procela,
O cais bem mais seguro, olhar alcança,
Beleza sem igual já se revela,
Ao renovar contigo, uma aliança,
Meu sonho nos teus, lúcido, se atrela.
Certeza que se encontra na irmandade,
Demonstra ser possível liberdade.

Quem teve a solidão por companheira,
Garanto, disto nunca vai saudoso,
Amiga que é leal e verdadeira,
Permite amanhecer maravilhoso,
Fazendo da alegria, corriqueira,
Concebe o seu futuro fabuloso.
No encanto da amizade que me guia,
Meu dia vai passando em harmonia...



Deixando uma tristeza bem distante,
Fazendo dos meus sonhos, esperanças.
Vivendo em teu carinho, ao mesmo instante
Que um verso mais liberto aos céus, tu lanças,
Olhando o brilho raro e deslumbrante,
Voltamos novamente a ser crianças.
Meu peito de alegria comemora
A fonte que se entorna e mostra agora

A limpidez sincera deste amor,
Que nada pede e paz nos oferece,
Mostrando a maravilha do pendor,
Trazendo para a vida, como em prece,
O braço que se mostra redentor,
E um dia em perfeição, assim se tece.
Palavra de consolo e tão serena,
Na força da amizade já se acena.

Depois de atravessar duro deserto,
A lua soberana em várias fases,
O coração se mostra mais aberto,
Encontra no caminho um santo oásis,
O passo que em outra hora fora incerto,
Afirma-se, sublime; noutras bases.
E assim, na caminhada não se cansa,
Percebe bem mais próxima, esperança...

Eu agradeço a ti, querida amiga,
Por dares mais sentido à minha vida.
Nesta amizade eu sei da firme viga
Em toda plenitude concebida,
Ao permitir que andança em paz prossiga
Demonstra neste túnel, a saída.
A par do que possamos conhecer,
Eu venho agora aqui te agradecer.

Vencer tantas tristezas que encontrei,
Alçando bem mais forte um canto breve,
Mudando o meu destino, a sacra lei
Deixa minha carga bem mais leve,
Contigo; toda dor eu vencerei,
E um passo mais audaz, assim se atreve,
Atado nos seus laços, amizade,
Conhecerei em paz, felicidade...


Sabendo desta luz em sedução
Meu peito no oceano em paz se lava,
Sabendo com certeza da razão
à qual há tanto tempo procurava
E tendo assim por ti, admiração,
A cada verso feito imaginava
Um dia em que pudesse perceber
Beleza que encontrei no alvorecer.

Sangrara tantas vezes nos espinhos,
As pedras me impediam de tentar
Chegar; em calmaria, aos doces ninhos
Onde pudesse, ao menos, desfrutar
Delícias que se encontram – raros vinhos-
Na adega generosa, em que o amar
Não seja tão somente uma palavra
E sim, uma esperança em bela lavra.

Mergulho em tua luz e assim prossigo,
Tramando um novo tempo em que eu já possa
Dizer que finalmente, encontro abrigo.
A amizade sincera sempre endossa
Mostrando na pureza deste trigo
Sem joios onde a vida sendo nossa
Permita que pressinta eternidade,
Na eterna sensação de mocidade.

Meu sonho eu realizo quando vejo
Teus braços junto aos meus na caminhada,
Se um tempo mais feliz, agora almejo,
Sem curvas nem espinhos, bela estrada,
É por que neste encanto benfazejo
A vida deu em paz esta guinada
Deixando a solidão bem mais distante,
Seguindo com firmeza sempre avante.

Se tantas vezes falo da promessa
Que é feita num momento mais feliz,
Passo deve ser dado. Se a alma engessa
Mudando este cenário, pobre atriz,
Felicidade plena já tem pressa
E mostra o que este sonho enfim me diz
Trazendo em forte brilho a solução,
Que é feita da amizade e do perdão!



Meu barco em liberdade navegando,
Mostrando esta alegria benfazeja,
Nos sonhos em que embrenho me entregando,
Certeza deste mundo em que se almeja
Erguendo o meu olhar e me mostrando,
A vida em que decerto já festeja
Aquele que concebe todo encanto,
Fazendo da amizade um belo manto.

Amigos, na verdade eu sou feliz,
Embora, no passado, tanta dor.
Sabendo que hoje tenho o que mais quis,
Eu agradeço sempre este pendor,
Eterna sensação: ser aprendiz,
Buscando em cada colo, o bom calor,
Erguendo um brinde à sorte de saber
E tantos companheiros conhecer.

Amigo deve ser sempre guardado
No coração humano. É jóia rara,
A cada novo passo que for dado
Certeza de quem sempre nos ampara,
É flor que perfumando um belo prado,
Eternamente viva, flor tão cara.
Cuidando com carinho do jardim,
Eu cevo uma esperança dentro em mim.

De um dia a terra inteira perceber
O quanto é necessária tal grandeza,
Mostrando quão divino este prazer
De ter alguém sentado à nossa mesa,
Saboreando a vida. Conceder
O braço mais ameno, porém forte
Cicatrizando em paz, profundo corte.

Se tantas vezes erro, isto eu confesso,
Permita-me o Senhor pedir perdão,
Refazendo o caminho, eu sempre peço
Que encontre com firmeza a solução.
Levanto-me depois deste tropeço
Alçando o meu olhar para a amplidão
Percebo quanto eu sou tão pequenino,
Sozinho, sem ninguém, eu me alucino

Mas tendo com quem possa dividir
As dúvidas e as dores que encontrar,
E sem pudores possa então pedir,
Torna-se mais fácil o caminhar,
Minhas angústias; venho dirimir
Ao lado de quem tenha o mesmo olhar,
Na mansidão sublime já se abriga
Palavra que se mostra sempre amiga.

Amigos; encontrei em toda parte,
Tesouros escondidos, diamantes,
Manter uma amizade é quase uma arte
Precisa de cuidados mais constantes,
O bem mais precioso se reparte,
Mas pode se trincar se por instantes
Descuidarmos da ceva e do cultivo,
Amigo é na verdade ser ativo.

Meus versos encerrando nesta oitava
Permitem finalmente que eu reflita
Nas coisas que Jesus tanto falava,
Palavra muito simples, mas bonita,
Abençoando a vida sempre dava
A direção perfeita, e sei bendita,
O sentimento mor, eis a verdade,
Num amor que evolui para amizade!
Publicado em: 25/09/2008 08:25:08
Última alteração:02/10/2008 14:20:49




Amigo e camarada
Andando nesta estrada
Raiando uma alvorada
Em sol que sei intenso,
Percebo quanto é bom,
Andarmos mesmo tom,
Dos pássaros o som
No qual eu me convenço

Que a sorte não se engana.
Horóscopo e cigana
Verdade que se ufana
No dia que chegou.
Teu braço, belo apoio,
Descendo pelo arroio
Calando um triste aboio
Um dia em paz raiou.

Percalços no caminho,
Em pedras, urze, espinho
Andar devagarinho
Traz a superação.
Vencendo a tempestade
A força da amizade
Permeia em claridade
A dura escuridão...
Publicado em: 28/09/2008 21:22:17
Última alteração:02/10/2008 14:47:09

Quem sabe quanto o mundo, em si, é fero
Prossegue dia a dia assustadiço.
A paz tão necessária e um amor vero
É tudo o que pretendo e que cobiço.
Sangrando, a solidão em dura trama
Maltrata quem não tem ninguém, não ama...

Mas saiba, companheiro a plena glória
Se encontra não na seta e nem na lança.
Na verdade, o sentido da vitória
Apenas na amizade é que se alcança;
É nele que se encontra o verdadeiro
Sentido desta vida, companheiro...
Publicado em: 29/09/2008 20:16:42
Última alteração:02/10/2008 14:49:1


Numa estrada isolada
Por uma dor banhada
Minha sorte exilada
Rasteja pelo chão
A sombra dolorida
Entristecendo a vida,
Aguarda a despedida
Do que fora paixão.

Porém em voz macia,
Trazendo uma alegria
Renova a cada dia
Em luz e claridade,
Trazendo como glória
Com sabor de vitória
Mudando a minha história
A força da amizade

Que ao permitir encanto
Recobre com seu manto
Secando todo o pranto
Que inda resiste em mim.
Contigo irei adiante
Pureza de diamante
No poder que agigante
Distante do meu fim
Publicado em: 20/11/2008 15:06:20
Última alteração:06/03/2009 17:07:03



O traço mais marcante da amizade
É ser perene e firme como a rocha,
Na flor que matinal, já desabrocha
Perfeita sensação de liberdade,
Amigos tão leais, belo desejo,
Trazendo a boa sorte que prevejo,
Distante dos fantasmas, dos perigos...
Publicado em: 28/11/2008 08:13:33
Última alteração:06/03/2009 16:31:45


Quem tantas vezes dores contornou
Fazendo da amizade o seu timão,
Um mundo deslumbrante vislumbrou,
Mais nobre e mais serena sensação
Que a vida, em esperanças nos tomou,
Recende a paz perfeita em união.
Aquece o coração outrora frio,
Vencendo toda a dor, em desafio...
Publicado em: 04/01/2009 21:45:44
Última alteração:06/03/2009 12:37:21




Nas várias sensações, ourives raro
Partilhas que se fazem sem discórdias.
Acordos não permitem mais disfarces
Uma amizade é sempre feita em glória
E sem vanglória segue seu destino,
Ao irmanar dois seres tão distintos.
Na força deste sentimento lindo,
Eu vejo ser possível liberdade!
Publicado em: 04/12/2008 11:52:49
Última alteração:06/03/2009 16:04:15



Em sendas pelas dores povoadas,
Tristezas entre mágoas dividiam
As noites e também as madrugadas
Daqueles que entre lágrimas se viam,
As alegrias mortas, sepultadas,
Apenas do vazio se serviam.
Porém ao vento forte da amizade
Um dia amanheceu felicidade...
Publicado em: 11/02/2009 14:49:19
Última alteração:06/03/2009 06:48:17


Os dias sem te ter vão penitentes,
As horas já não passam; tristes, duras,
Teus braços como raios envolventes
Garantem caminhadas mais seguras,
Teus olhos que me guiam, reluzentes,
Banhando cada passo com ternuras.

Buscando tão somente tais ternuras
Depois de noites tristes, penitentes
Encontro meus caminhos reluzentes
Amaciando estradas frias, duras
As mãos se tornam fortes e seguras
Trazendo estes carinhos envolventes.

Palavras que me dizes, envolventes
Tão plenas de carícias e ternuras
Mostrando soluções bem mais seguras
Redimem almas, velhas penitentes
Embora tantas vezes sejam duras
Permitem alvoradas reluzentes.

Estrelas que me entornas, reluzentes
Quais traços de amizades envolventes
Nas tramas bem mais firmes e mais duras
Tocadas pelos raios de ternuras
Protegem os que foram penitentes,
Passadas com certeza bem seguras.

Amiga com teus braços me seguras
Futuro mostra rotas reluzentes.
As pernas maltratadas penitentes
Atada nos grilhões mais envolventes
Depois de perceber tantas ternuras
Libertam-se das trevas, cruéis, duras.

As marcas mais profundas, sempre duras,
Guiadas por passadas mais seguras
Permitem vislumbrar raras ternuras,
Sentindo os claros brilhos reluzentes
Que chegam com seus raios envolventes,
Trazendo uma alegria aos penitentes.

Outrora penitentes noites duras,
Nos braços envolventes vão seguras
Nos trilhos reluzentes das ternuras...





1

Os dias sem te ter vão penitentes,
As horas já não passam; tristes, duras,
Teus braços como raios envolventes
Garantem caminhadas mais seguras,

Teus olhos que me guiam, reluzentes,
Banhando cada passo com ternuras.
Distante de teus passos são descrentes
Os dias se inundando em amarguras

Carícias se derramam como lavas,
Minha alma ganha espaço e vai sem travas
Ao ter o teu sorriso junto a mim.

Contigo, minha amiga, vou sem medo,
Decifro das tristezas o segredo
Marchando em altivez até o fim.

2

Marchando em altivez até o fim
Da longa e dura estrada desta vida,
Percebo que encontrei no meu jardim
A flor mais desejada e mais querida.

Quem tem uma esperança segue assim,
Pois vê, no labirinto uma saída
Já tendo a solução, concebo enfim
A paz feita amizade repartida.

Meus olhos no infinito de teus olhos
Encontram seus espelhos, brilho farto.
Abrindo das janelas os ferrolhos

Abrolhos vou matando em meu caminho,
Decerto com firmeza agora eu parto,
Sabendo que não vou jamais sozinho.

3


Sabendo que não vou jamais sozinho,
Penetro pelas sendas mais ferozes,
A cada novo passo, de mansinho
Escuto da esperança belas vozes.

Os dias vão passando e com carinho
Os pensamentos seguem mais velozes,
Bebendo da alegria o raro vinho,
Deixando para trás manhãs atrozes.

No sol em raro brilho, a bela aurora
No orvalho matinal diamantino,
A Terra em amizade se decora

E mostra ser possível ser feliz,
Depois de tanto tempo em desatino
Serenidade chega e traz seu bis.


4


Serenidade chega e traz seu bis,
Moldando cada passo desta estrada,
O riso permanece e faz feliz
Quem tantas vezes teve quase nada.

Não deixa nem sequer tal cicatriz
Na carne pelas dores maltratada,
De todos os meus erros que já fiz
Redenção na amizade demonstrada.

Permito-me um caminho mais suave
E sinto a brisa mansa da manhã,
Não tendo solidão que agora trave

Seguindo com firmeza a bela senda
Percebo na amizade o doce afã
No brilho do amanhã que se desvenda.

5

No brilho do amanhã que se desvenda
Certeza de outro dia em harmonia.
O sol tecendo em raios bela renda
Tomando o céu inteiro em fantasia.

Que a mão de uma esperança já se estenda
E toque o coração com alegria,
Tristeza transformada em simples lenda
Negada com vigor pela magia

Que chega da amizade em plena glória,
Forrando os meus caminhos com mil flores,
Deixando a solidão tão merencória

Sem rumo, em desatino, sem saída.
Contigo caminhando aonde fores
Encontro a solução pra minha vida.

6

Encontro a solução pra minha vida
Nos braços de uma amiga sem igual.
Por vezes minha estrela distraída
Vagando sem destino pelo astral

Não vendo mais um rumo, sem saída
Naufrágio em mar profundo, dor fatal,
Quem teve uma esperança assim perdida
Numa amizade vê-se triunfal.

E sabe cultivar, decerto, a flor
Brotada nos jardins de uma esperança,
E o sonho que deseja, agora alcança.

Nesta expressão maior do pleno amor
Meus passos se confundem com os teus
Deixando para trás um triste adeus...


7


Deixando para trás um triste adeus
Eu vou seguindo em busca da alegria
Que encontro em profusão nos olhos teus,
Mostrando o tanto quanto eu bem queria

Na claridade intensa, mato os breus
E sinto ser possível esta harmonia
Mudando estes destinos teus e meus
Trazendo em claridade um novo dia.

Palavra que traduz felicidade,
Um sentimento nobre em luz intensa
Na solidariedade a recompensa

Ao traduzir assim uma amizade
Permito-me dizer que sou capaz
De ter um sonho calmo, manso, em paz...

8

De ter um sonho calmo, manso em paz
Eu sinto-me capaz desde que vi
O lume que esperança sempre traz
Tocado pelo brilho que há em ti.

Carinho que decerto satisfaz,
Encontro com certeza bem aqui,
Vencendo a tempestade mais voraz
Nos braços da amizade, enfim venci.

Agora nada temo minha amiga,
Contendo o teu sorriso dentro em mim,
Lutando sem temores chego ao fim.

E tendo esta alegria que me abriga
Eu venço os temporais e vendavais,
Meu rio desemboca no teu cais...

9


Meu rio desemboca no teu cais
Depois das cachoeiras no caminho,
Eu quero e com certeza tenho mais
Sabendo que não vou seguir sozinho.

Estrelas que me trazes, com as quais
Decoro minha senda, em teu carinho
A solidão se foi para jamais,
E nos teus braços mansos eu me aninho.

Amiga, como é bom dizer teu nome,
A dor aos poucos morre, agora some,
E sinto que se aflora num sorriso

O sol de uma alegria transparente,
Tocando todo o mundo de repente,
Forrando minha estrada em paraíso...

10


Forrando minha estrada em paraíso
Florescem multicores esperanças.
Nos passos da amizade eu me matizo
E solto meus temores nestas danças

A vida não precisa mais de aviso
Portando nos olhares alianças,
Nos lábios mais sinceros os sorrisos,
Pureza que se encontra nas crianças.


Quem tem uma alma pura em transparência
Consegue perdoar e ter clemência
E encontra no perdão felicidade.

Assim ao se livrar do fardo triste
Concebe amor intenso que resiste
Nos seios divinais de uma amizade.

11


Nos seios divinais de uma amizade
Um brilho redentor já vem surgindo,
Ao perceber decerto a claridade
O mundo se tornando bem mais lindo.

Alçando num momento a liberdade,
Meus passos, os teus passos, vou seguindo
Até que chegue enfim, felicidade,
A chama mais gentil irei sentindo.

Um canto que se mostre solidário
A todos os que sonham com a paz,
Além de benfazejo é necessário

E muda o meu destino num momento,
Sabendo que este encanto satisfaz
O coração aberto vai ao vento...

12


O coração aberto vai ao vento
E enfrenta as tempestades mais cruéis,
Tocando pela força em sentimento
Não sinto mais amargos, tristes féis.

Alçando em liberdade o pensamento
Montado nos milhares de corcéis
Tomando todo espaço num momento
Encontro uma alegria em fartos méis

Nos braços benfeitores de uma amiga
Certeza de um futuro sem tristeza.
Não tendo em meu caminho mais intriga,

O riso corre solto no meu peito.
E sinto ser possível tal beleza
Deixando o meu viver mais satisfeito.


13

Deixando o meu viver mais satisfeito
O gozo da amizade mais fecunda,
Sabendo ser feliz ser um direito
A força da alegria que me inunda

Invade num segundo, toma o peito
Matando a solidão, cruel, imunda,
Nos olhos da esperança adentro o leito
Deixando uma tristeza moribunda.

Mudando minha sorte totalmente,
O riso vem surgindo novamente
Às custas da amizade mais perfeita.

E mostra uma alegria sem igual
Da vida, o mais sublime capital
Tornando a fantasia assim, refeita.

14

Tornando a fantasia assim refeita,
A força da amizade que me guia
Deixando uma tristeza só de espreita
Moldando a vida em glória e fantasia.

Na lua prateada que se deita
Por sobre um mar de rara calmaria
Presença divinal bela e perfeita
Trazendo em maravilha um novo dia.

Porém se não te tenho aqui comigo,
O mundo se transforma e não consigo
Conter os meus olhares renitentes.

Eu quero sempre estar contigo, amiga,
Pois és de minha vida, a forte viga
Os dias sem te ter vão penitentes...


CONJUGANDO A SEXTINA E A COROA DE SONETOS
Publicado em: 08/01/2009 18:04:27
Última alteração:06/03/2009 11:44:18


Um gaitêro apaxonado
Pru móde virá simente
Cumo o rio na nascente,
Cum o gimido chorado
Vai viveno das parmada
Qui a vida dá sem tê pena,
Atrais da muié amada,
A mão da sorte que acena,
Mostra a cangáia da vida
Que tômbem adivertida,
Traiz a pranta da sôdade
Da missão a sê cumprida,
Aboiando a mocidade,
Já bem distante perdida,
Mais sabêno da amizade
Pulo Deus bem escurpida.

Sô cantadô di viola,
Dançano o cateretê
Coração puis na sacola,
Prá móde nóis aprendê
As lição qui a vida traiz,
Da vida vivida im paiz
Que de há munto satisfaiz
O caboclo que consiga,
Tê na vida, a boa amiga,
Cumpanhêra de jornada,
Qui junto co a passarada
Faiz o dia sê bendito.
Nas grilage da esperança,
Nas artura lá do cé,
É percizo tanta fé,
I tombêm uma aliança
Feita em mucha concordânça
Móde a vida resorvê.
Ansim andano cocê
É qui pude apercebê
Tanta aligria na vida..
Publicado em: 05/01/2009 17:15:55



Amiga não se esqueça
Da luz que prometeste
Vivendo a cada dia,
Sem nada que conteste

Entrego o coração
E nisto vou feliz,
Querer-te sempre foi
O que demais eu quis.

Mas saiba que o caminho
Por vezes é marcado
Por cardos que são árduos
Espinho a cada lado

Da senda do destino
Que segue sem fronteiras,
Amiga em cada gesto,
Ternuras verdadeiras.

Na paz de um novo dia,
Cessando a tempestade,
Eu creio que encontrei
Poder de uma amizade...
Publicado em: 07/07/2007 18:13:41
Última alteração:30/10/2008 15:15:29



A sua inimizade vã não temo,
Jamais permitirei que ela destrua
Uma esperança feita em claridade
Que dentro de minha alma continua.

Pois sei do bem imenso que a amizade
De quem a gente pode confiar
Permite superarmos as discórdias
Trazendo uma alegria que sem par

Invade nosso peito e nos transporta
Além do que pensávamos poder.
A porta que se abriu já não se fecha
E ajuda-nos decerto ao mel vencer...
Publicado em: 07/01/2009 10:56:36
Última alteração:06/03/2009 12:04:58



Agora já ao meio do caminho
Não adianta olhar assim pra trás
E nem ficar relendo os anais
A vida em hora é negra, outra arminho...

Não adianta cogiar jamais
Se te feriu agora algum espinho
Relembre o momento de carinho
Não diga mais a frase Nunca mais!...

E saiba que amizade benfazeja
É quase panacéia na verdade,
Além do bem imenso se deseja

A vida com total felicidade,
Pois erga o teu olhar, amigo e veja
Raiar o céu em plena claridade...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 06/09/2007 21:27:33
Última alteração:04/11/2008 20:30:31



Quem trata um cidadão qual fosse um gado,
Não tem e nem merece mais respeito,
Ao ver o seu irmão sendo humilhado,

Ninguém pode ficar tão satisfeito,
Um homem se quiser ser respeitado
Não deve ultrapassar qualquer direito.

Quem ama louva a paz odeia a guerra,
Nas injustiças todas não se cala,
Uma amizade intensa sempre encerra

Além de uma verdade que se fala,
Amor por todo ser que habita a terra
E sabe preservar em toda escala...

Vivendo com prazer por ser amigo,
Ao ver um sofredor logo consola,
Palavras, simples atos são de abrigo

Não mede o ser humano pela gola
Quem for assim, eu peço: vem comigo,
Quem sabe uma amizade faça escola?

Publicado em: 13/03/2007 21:04:17
Última alteração:30/10/2008 16:48:36



Amiga, quem me dera, de repente,
Pudesse já calar esta agonia
Que toma o coração, magoa a gente,
Impede ser feliz, rouba do dia
A claridade imensa e não consente
A vida na perfeita sintonia.
Mas tendo tão sublime, esta amizade,
Eu posso imaginar felicidade..
Publicado em: 06/04/2008 21:18:48
Última alteração:21/10/2008 19:56:35



Amigos na glória
Na doce vitória,
Mas se merencória
A lua que traz,
Amigo decerto
Aguando um deserto
Coração aberto,
Mostrando-se em paz.

Em convulsas plagas
As mãos quando afagas
Decerto que tragas
Total alegria
Falando a verdade
O bem da amizade
Traz a claridade
Que a gente queria.

Mas quando a tristeza
Matando a beleza
Invade a defesa
Do meu coração.
Trazendo em partilha
Refaz minha trilha
A sorte andarilha
Encontra esta mão

Que logo me apóia
Amigo, uma jóia
No mar uma bóia
Que impede o naufrágio.
Amizade é festa
É tudo o que resta
À vida se empresta
Embora tão frágil...
Publicado em: 06/01/2009 16:14:04
Última alteração:06/03/2009 12:14:12


Por mais que tantas vezes já se queira
Apagar da amizade a forte chama,
Palavra quando dita; verdadeira,
Não deixa enveredar em outra trama.
Quem faz desta amizade uma bandeira
Amor em plenitude sempre clama.
Pois nela é que se encontra o bom caminho,
Do sonho que não sonho mais sozinho...
Publicado em: 28/11/2007 11:54:41
Última alteração:24/10/2008 15:17:49


Nossa amizade é feita
Em flores e carinho.
Seguindo o mesmo passo
Não vou andar sozinho.

Meu verso se embalando
No canto mais preciso,
Da moça tão bonita
Do mais belo sorriso

Se faz uma esperança
De um canto alvissareiro,
Um novo mundo vem
Leal e verdadeiro.

As flores que plantamos
Estão neste jardim
Florando todo dia
Amor dentro de mim.

Não canso de pedir
Em verso, em oração,
Que Deus sempre ilumine
Teu belo coração...
Publicado em: 08/04/2008 15:10:12
Última alteração:21/10/2008 18:12:38



Do velho fraque que usara
Nas antigas caminhadas
Buscando por mim mesmo,
Apenas as carcomidas mangas
Devoradas pelas traças
Das desilusões
Sobraram mais ou menos intactas.
Puído, o tecido não resistiu
E foi sendo, aos poucos destruído.
A cada negativa
Uma parte do fraque
Outrora elegante e sofisticado
Era transformado num fino pó.
Interessante perceber
Que as mangas, somente elas
Conseguiram sobreviver
À fúria da vida.
A lapela então fora totalmente
Destroçada nos primeiros desamores
Que colecionei.
Assim, pouco a pouco tudo se acabou.
Apenas as mangas onde as minhas mãos
Expostas ao vento, sem luvas e sem proteção
Ou anseios se entregavam ao aperto de outra mão
Escaparam...
Publicado em: 09/12/2007 15:48:34


Um sentimento nobre e mais profundo

Nos une nesta luta por um mundo

Melhor e bem mais justo para todos...



O homem que se mostra como um lobo,

Passando pela vida como impobro,

Jogando os outros homens para os lodos,



Não olha para os lados e nem sente

Que aquele esfomeado é também gente,

Precisa de um apoio e de carinho.



Não sabe que prá gente ser feliz

Tem que fazer bem mais do que se diz

No mundo não se pode andar sozinho...



Alívio para a dor de quem sofreu,

Que o mundo não é meu tampouco teu,

É preciso ter solidariedade...



Amar bem mais que amar, amar demais,

Não ser além, no mar, que simples cais,

Onde aporta o navio da amizade...
Publicado em: 20/04/2008 21:55:50
Última alteração:21/10/2008 13:15:30

Passo a passo,
Meu passado
Sina e fado
Aço e sina
Corte são
Cortesão
Assassina
A moça e o passo.
Pásso preto
Açum preto
Cego canta
A mão espanta
E ouve a promessa...
A mão se esquece
E recomeça
O velho passo...

“Maria foi passear
O passeio de Maria
Ainda faz mamãe chorar”

Saudade da casa velha
Do mel da abelha,
De toda a telha
Que fez goteira.
A porteira
O gado.
O fado
Levou....

Restou meu peito.
Vadio e pesado
Carrega todo o passado
E nem abre a porteira...
Publicado em: 18/11/2006 23:15:17
Última alteração:30/10/2008 18:59:58

Eu entrei nesta ciranda
É gostoso cirandar,
Vendo a lua na varanda
Quero os raios do luar.
O pião entrou na roda,
Não se cansa de rodar,
Eu usei verso da moda
Pra móde te namorar..
Publicado em: 01/09/2008 21:44:31
Última alteração:08/09/2008 05:00:56



A porca de tão pesada
Já não anda, meu senhor
A vida desconsolada,
Nada serve sem amor.
Não se esqueça, minha amada,
Meu coração sofredor...
Quero o pó dessa estrada
Alimenta o sonhador
Na noite, na madrugada
E por onde quer que eu for...
Publicado em: 03/12/2006 20:07:32
Última alteração:30/10/2008 19:10:02


Vindo das terras sofridas
Do sertão ao deus dará,
As pernas já tão cansadas,
Deste futuro esperar.
O padre diz numa prece
Que Deus vai nos ajudar,
Será que o povo merece?

Eu já cansei de esperar.
As promessas sei de cor,
Nada ajuda não senhor,
Sertanejo passa sede,
Tanta fome e nada vem,
A vida inteira esperando,
No final o que é que tem?

Nós queria, companheiro,
Um pouquinho de alegria,
Prá salvar o mundo inteiro,
Precisa ter coração.
Já cansados deste assunto,
Tanta fome no sertão,
Parece que a solução
É promessa na eleição.

Cristo nasceu no sertão,
Num deserto de dar dó,
Sozinho na estrebaria,
Com certeza nasceu só.
Da riqueza que gerou
Sem saber, morto na cruz,
Sangue de que trabalhou
Em nome de ti, Jesus,
Muita gente enfim roubou
O povo trabalhador.

Uma palavra somente,
Bastava ser ensinada,
Fazia esse povo contente
Mudava o rumo da estrada.
Juntando fraternidade,
Irmandade e liberdade,
Também solidariedade,
Que formam uma amizade.

Feita de amor e paixão
De toda essa compaixão,
Que é pro povo a solução,
E que traz uma esperança
De viver felicidade.
Essa palavra: o perdão!
Publicado em: 14/04/2007 15:54:50


Estamos neste mundo de passagem,
A vida é bem maior que se imagina.
O mundo que tu queres ,tua sina
Não passa do começo da viagem.

Os erros cometidos nesta vida,
Muito mais nos ensinam que o prazer.
Não tenha tanto medo de viver,
Pois jamais haverá a despedida...

São fases onde estamos aprendendo,
Eterno crescimento, a cada dia.
A dor nos traz imensa fantasia
A vida se refaz, sempre morrendo...

Não chore minha morte; é necessária!
É por ela, afinal que estou aqui.
Dentre todos os momentos que vivi,
A dor não pode ser totalitária.

Meus átomos estão neste universo
Há milhões e bilhões, há tantos anos.
Reunidos me deram desenganos
Que são toda a matéria do meu verso.

Depois que eu prosseguir para outro plano,
Com certeza estarão aqui na terra
Esta verdade é dura mas se encerra
Em si e não admite mais engano.

Portanto eternidade sim existe,
Deste corpo em diversas formações.
Porém a nossa vida, os corações,
Durante pouco tempo, aqui, resiste!

Não guarde de ninguém sequer rancor,
Também está decerto evoluindo,
Da noite lindo dia vai saindo
E tudo se resume em nosso amor.

Não deixe que a saudade te maltrate
Pois ela se representa um fino gozo
Que sempre te dará maravilhoso
Sentido ao que viveu. Assim, destarte

Perceba que jamais será negado
O gosto do prazer que já tiveste.
O manto da saudade te reveste
Do gozo que será rememorado.

Perdoe quem te fere, pois talvez
As flores se perderam no caminho,
E resta tão somente um vil espinho
No alforje que carrega em sua vez.

E ame profundamente, em tudo Deus
Está presente. Nunca se aborreça
Antes de saber, sempre reconheça
Que os erros poderiam ser os seus.

Amigo, se viveres com fervor
Sem temer nem o vento ou tempestade,
Sabendo: nesta vida a qualidade
Maior que a própria eternidade: amor!
Publicado em: 12/05/2007 21:20:17




Amigo, os desencontros desta vida
Nos trazem tanta dor, disso eu bem sei.
Na morte, que julgamos a saída,
Também, eu muitas vezes já pensei.
Porém um sentimento bem mais forte,
Transforma, de repente, o nosso norte.

Andando do teu lado, par em par,
Eu sempre procurei ser teu amigo.
Tu podes com meu braço, enfim, contar,
Em toda a caminhada estou contigo.
Mas, não perca de vista a claridade
Que emana, com certeza, da amizade...
Publicado em: 03/06/2007 22:02:28
Última alteração:29/10/2008 17:17:12

Falar dessa amizade tão intensa
Que tanto me dedicas, companheira,
É ter na vida a plena recompensa
Da sensação tão nobre e verdadeira.
Por isso te agradeço minha amiga,
A mão que me acarinha e que me abriga...

Às vezes nossa vida desfaz planos
E dá-nos a tristeza como paga.
Depois de tantos duros desenganos,
A dor da solidão vem, nos afaga.
Na negritude imensa, a claridade
Se mostra no poder de uma amizade.
Publicado em: 11/06/2007 22:00:30
Última alteração:29/10/2008 17:17:46



Quando falo amor, querida,
Perceba que em toda a vida,
Antes que a morte decida,
Falo neste amor mais puro
Que beija cada esperança
Que refaz cada aliança
No seu jeito de criança
Clareando todo escuro.

Amor que não tem medida,
Não aceita despedida
Nem a dor mais comovida
Deste simples, triste adeus.
Eu te falo com franqueza
Amor que pede grandeza
Sabe que tem a certeza
De chegar próximo a Deus.

Não um Deus tão egoísta
Longe do que a gente avista
Que some sem deixar pista
E se mostra vingador.
Falo do Deus em que creio,
Ao qual não tenho receio,
No seu caminho, seu veio,
Semeou somente amor.

Falo de um amor fraterno
Que por isso, sempre terno,
Há de ser amor eterno,
Trazendo toda a verdade,
Um amor que nunca nega,
Na pureza que carrega,
Cuja luz nunca nos cega,
Amor que traz amizade!
Publicado em: 29/08/2007 11:49:02
Última alteração:29/10/2008 15:35:06

Molhado inda da tempesta
Dos terríveis furacões
Juntando o pouco que resta
Destas velhas emoções

Caminhando em vagas sendas,
Por distantes alamedas,
A tristeza em suas vendas
Minha amiga, tu segredas

As saídas que eu procuro,
Nesta dura madrugada
O meu tempo queda escuro,
Na verdade sobra nada,

Tão somente uma esperança
Saneando a tempestade
Quando o coração alcança
Plenitude da amizade...
Publicado em: 01/10/2007 15:06:39
Última alteração:29/10/2008 15:10:18





Amiga, quando estávamos sozinhos,
Distantes dos amores, das tristezas,
O mundo se enfeitava com belezas
Diversas que alimentam nossos ninhos
Das flores mais tranqüilas da existência,
Que turvam-se, depois da adolescência.

Porém, na primavera, tempestades,
Hormônios traduzidos em paixões.
Da calmaria surgem furacões,
Misturam-se diversas qualidades
De sentimentos loucos e fraternos.
As vidas transformando-se em infernos.

Depois de tantas lutas e ciúmes,
Caminhos diferentes, novas trilhas,
Em meio a confusões e maravilhas,
Os sonhos se perdendo dos perfumes...
Os casamentos, filhos, os divórcios.
Empresas procurando novos sócios....

Após, maturidade se aproxima,
Os ventos que se tornam brisas mansas,
As noites de loucura, calmas danças,
Paixão se transmudando em doce estima.
Ao ver-te minha amiga verdadeira,
Penso na derradeira companheira!
Publicado em: 03/10/2007 19:16:02
Última alteração:29/10/2008 15:08:46



Quintana já dizia
Do amor imortal
Feito em amizade.
Amor que nunca trai
Amor que não se esvai
Nos tombos e nas quedas.
Amor que em tantas pedras
Fortifica-se.
Aumenta
Revigora
E não duvida.
Nem cobra
Nem pica.
Antídotos? Conhece
Reconhece as pegadas
E voa em liberdade...
Publicado em: 04/10/2007 16:55:56
Última alteração:29/10/2008 15:08:59



Nesta cadeira vazia
Deixada numa sacada,
Lua alcança esta varanda
Em seus braços, madrugada.
Vago em busca do meu sonho
Que enfadonho me deixou.
O quanto canto proponho
Ponho o barco, naufragou.
No poder de uma amizade
Companheira de folia,
Vento faz a ventania
Tempestade não me alcança.
Tranço os pés pela calçada
Alço mares mais distantes.
Tantos dias que se foram,
Constantes lavras perdidas.
Mas as mãos em que se abriga
Amizade verdadeira
São promessas derradeiras
De ternura mais antiga.
Trago comigo esta figa,
Apalpo esperanças tontas.
Pois sei que ao final das contas
Minha dívida eu paguei.
A vida já nos ensina
E cobra caro afinal,
Que a amizade que ilumina
Água em promessa, o quintal.
Publicado em: 06/10/2007 15:36:40
Última alteração:29/10/2008 14:44:17




Saber do diamante da amizade
Que sempre nos trará tanta riqueza.
Disso nunca se esquive.
Saber dessa importância para a vida
Trazendo a garantia dum apoio.
Nela se sobrevive.

Saber dessa importância da amizade
Que sempre nos ajuda a caminhar.
Uma força inerente.
Saber do diamante desta vida
Riqueza que garante sem cobranças.
Nos salva, de repente...

Numa alma triste sofrida
Depois de tanto penar,
Depois que se viu perdida,
Depois de tanto lutar.
Contra tanta tempestade
Contra a força da paixão
Já perdendo a liberdade
Já matando uma ilusão.
Procurando a claridade
No meio da escuridão.
Tudo o que resta, amizade;
Fortaleza – coração!
Publicado em: 10/10/2007 19:35:14
Última alteração:29/10/2008 14:45:42



Ouvir o teu lamento, cara amiga,
Que é feito em desencanto, descontente.
Permita que eu te fale, que eu te diga
De tudo que bem sei, já se pressente.
Ternura que se foi, há tempo, antiga,
Resiste no teu peito, impertinente.
Matando esta lembrança do passado;
Passo importante saiba que foi dado...

Perceba que o perfume não mudou,
As rosas rebrotaram, esperanças...
Apenas um espinho que sobrou
Deixado nos armários das lembranças.
A roupa envelhecida embolorou
Não merece de ti tantas fianças.
Refaça tua vida dos escombros,
Eu te ofereço sempre amigos ombros...
Publicado em: 16/10/2007 15:16:09
Última alteração:29/10/2008 15:15:00



Do canto da amizade, desejoso,
Percebo a vida sempre iluminada,
Depois de caminhar tão receoso,
Encontro uma esperança demarcada
No sonho que me fez mais orgulhoso
De ter sempre ao meu lado em minha estrada,
A força que me toma e assim me abriga,
Nos braços de quem amo, minha amiga.

Amor jamais será mercadoria,
A vida se demonstra ao mesmo instante
Em que raia a esperança em novo dia,
Tornando a nossa vida flamejante,
Mostrando a quem deseja uma alegria,
O brilho de um perfeito diamante,
Uma amizade em vento benfazejo
Coroa em mansidão cada desejo...

Estrela disfarçada que se esconde,
Tomando imenso céu, resplandecendo,
Ao canto da alegria já responde
Ecoa em nosso peito, assim tecendo
Procura perceber quando e aonde
Já posso, minha amiga, estar prevendo
O sonho de um planeta bem cuidado,
Nas asas da amizade, demarcado...

Uma amizade intensa sobre a terra
Talvez sem injustiças, levaria
A paz que em esperanças já descerra
Formando um novo mundo em outro dia
De um sonho que, divino, a dor desterra,
Perdão que nosso Cristo já dizia,
Mostrado no Evangelho, de repente,
Faria humanidade mais contente.

Os passos necessários foram dados,
Em dias mais brilhantes, radiosos,
Pudessem para sempre aventurados.
Os homens tão terríveis, belicosos,
Àqueles que já foram condenados,
Em termos tão injustos e enganosos,
Apenas são lembrados por momentos,
Depois retornam loucos, os tormentos...
Publicado em: 20/10/2007 15:32:35





Nas várias sensações, ourives raro
Partilhas que se fazem sem discórdias.
Acordos não permitem mais disfarces
Uma amizade é sempre feita em glória
E sem vanglória segue seu destino,
Ao irmanar dois seres tão distintos.
Na força deste sentimento lindo,
Eu vejo ser possível liberdade!
Publicado em: 13/11/2007 14:50:21
Última alteração:29/10/2008 15:07:40



O mundo sem amigos faz sentido?
Pois saiba que a amizade nos ajuda
A perceber um sonho mais bonito
Na curva dos caminhos que encontrarmos
Permita que esta luz sempre te guie
Mudando a tua sorte, com certeza.
O leme da amizade, mais constante,
Ajuda a enfrentar a correnteza...
Publicado em: 17/11/2007 13:23:25
Última alteração:29/10/2008 12:36:43



O quanto desta vida aos poucos vai passando
Deixando em verso livre o quanto se pensava
De termos alegria, e o tempo miserando
Enquanto transcorria, ao nada se entregava.
Minha alma transparente a todos se mostrando
Amor que eu perseguia, há muito me enganava.
Não sei o que seria, amiga, na verdade
Se eu não tivesse em ti, o poder da amizade...
Publicado em: 03/12/2007 21:12:42
Última alteração:29/10/2008 12:39:01



O parto
Renegado
A partida
em falso
cadafalso.
Cardápios
Rodopios
Correntes
E mordidas....
Somos isso
Sumiços
Em nós mesmos.
Ermos
Termos
Ou não termos...
Valeria a pena?
Publicado em: 03/08/2008 21:03:24
Última alteração:19/10/2008 22:13:08


O pastor leva sem asco
O mais humilde carneiro
Jogando ele do penhasco,
O que quer? Só seu dinheiro...
Publicado em: 03/03/2008 19:54:20
Última alteração:22/10/2008 14:09:05


A dor brota do amor, desce a corrente
Do rio que se entrega à luz nascente
E traz misericórdia ao coração
Que ao sol resplandecendo iluminado,
Poreja na sanguínea sensação
De ter vivido em volta do passado.

A sorte deste amor, quando se acena
No lume da esperança, uma falena,
Alvoroçando em si, uma alvorada,
Que quer e assim deseja muito mais,
Em fonte tão sublime e delicada,
Com toda a transparência dos cristais..
Publicado em: 03/09/2007 21:32:32
Última alteração:29/10/2008 15:33:57




A dor brota do amor, desce a corrente
Do rio que se entrega à luz nascente
E traz misericórdia ao coração
Que ao sol resplandecendo iluminado,
Poreja na sanguínea sensação
De ter vivido em volta do passado.

A sorte deste amor, quando se acena
No lume da esperança, uma falena,
Alvoroçando em si, uma alvorada,
Que quer e assim deseja muito mais,
Em fonte tão sublime e delicada,
Com toda a transparência dos cristais
Publicado em: 07/01/2009 13:29:08
Última alteração:06/03/2009 12:03:49



Queria tecer a coragem
De contar a todo mundo,
De todo o meu amor.
Cantar aos quatro ventos,
Que és minha inspiração.
Falar dos nossos sonhos,
De nossos secretos desejos.
Abrir a porta da verdade.
Contar que nosso amor
Foi semeado ao vento
E repousou-se,
em rosa vermelha pluriaberta.
Que a natureza é nosso recanto,
Que no nosso amor...
não nos falta desejo.
E nossa maior vontade
è essa loucura saudável;
amar, amar, amar.

Um rio que das terras lusitanas
Há tempos mergulhou em pleno mar,
As águas deste rio, soberanas,
Depois de um oceano atravessar,

Chegaram nesta costa brasileira,
Subiram cordilheiras, nas Gerais,
Na terra mais bonita e altaneira,
Partiu-se em magistrais mananciais...

As águas deste rio divididas
Unidas num destino mavioso,
Depois de tantas matas percorridas,
O Fado tão sutil e caprichoso,

Reúne o que o Oceano dividiu
No amor mais fabuloso que alguém viu...

Aracelly Loures
Marcos Loures

Publicado em: 01/03/2007 13:06:47

O Ombro Amigo

Amigo, persigo o tempo
Nem sempre consigo
O tempo perdido
Jamais se retorna.
Entorna a saudade
De tudo que tive
Da terra onde estive
Saudade que vive
No peito que chora.
A dor se decora
Das cores do nada
As dores sem nada
A cada momento
Tormento e termômetro
Da falta de amor.

Amores que sabes
Não cabem na vida
Que tanto curtida
Não sabe amar
Nem pode esperar
O tempo que passa
Esvai em fumaça
E traça um destino
Em meu desatino
Diz tino e não tato
O fato é que quero
Há tanto que espero
E nada de amor.
Somente o não
Sementes no chão
Morrendo em grão,
Aborto de sonho
Ao qual me propus
Meu barco, onde pus
Um cais abortado.

Bem sei que essas queixas
Por faltar madeixas
Não deixas florir.
Em braços mais fortes
Amigo, essas sortes
Não vão resistir.

Agradeço,querido
Se trazes sentido
E rumo a meu rumo
Que sem seu aprumo
Desaba em tristeza
E sempre me assombro
Poder de teu ombro
Sem nada querer
Ajuda a vencer
As curvas da vida
Nas turvas ribeiras
Que formam esteiras
Onde costumo deitar.
Amigo, agora
A vida lá fora
A dor evapora
Agora é nossa hora
De novo sair.
Publicado em: 08/12/2006 16:14:41

O PADRE E A OBESIDADE

Já dissemos aqui que um jovem Padre, de nome Fabio de Melo, surgiu no meio religioso trazendo sempre uma palavra de alívio ao coração sofredor e de orientação, para quem busca reencontrar os caminhos da verdade.

Ao lado de palavras de sabedoria, traz ele um senso de humor invulgar, como acontecia com aquele legítimo representante de Minas, o Padre Léo, do SCJ.

Numa de suas mais recentes apresentações, uma ouvinte preocupada com uns quilinhos a mais adquiridos durante a vida, perguntou a ele se a oração era um bom meio pra se conseguir emagrecer.

A pergunta pareceu-me sem sentido, pois como se sabe, os chamados ministérios de cura e de libertação, não só de setores da Igreja Católica como também de várias denominações religiosas, andam prometendo milagres a granel, chegando a ressuscitar pessoas, pelo poder da prece.

Ora, se a oração cura, ressuscita e eleva as pessoas, nada mais justo do que esperar que ela possa emagrecer também, pois a gordura é o mal que mais angustia as mulheres e mais mata os homens, pelos efeitos colaterais.

Diante da pergunta, como bom mineiro, nascido em Formiga, Padre Fabio respondeu:

-É claro minha filha. A oração, em forma de novena consegue emagrecer as pessoas de forma visível e insofismável.

E concluiu:

-Mas não se esqueça de, ao rezar, fazê-lo correndo em volta de um campo de futebol até completar toda a novena...

Padre mineiro é fogo...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 15/10/2007 21:50:38


O ORGULHO DO PAPAI
Papo de amigos
Quatro amigos encontraram-se em uma festa, após 30 anos sem
se verem...
Alguns drinks aqui, bate papo de lá e de cá e um deles resolve ir ao
banheiro. Os que ficaram resolveram falar sobre os filhos. O primeiro
falou:
- Meu filho é meu orgulho. Ele começou a trabalhar como office-boy
em uma empresa, estudou, se formou em administração de empresas,
foi promovido a gerente da empresa e hoje ele é o presidente. Ele
ficou tão rico, tão rico, que no aniversário de um amig?o dele, ele
deu um carro de presente.
O outro disse:
Nossa que beleza! Mas o meu filho também é um grande orgulho para mim.
Ele começou trabalhando como entregador de passagens. Estudou e formou-se piloto. Foi trabalhar em uma grande empresa aérea.
Resolveu entrar de sociedade na empresa e hoje ele é o dono. Ele ficou tão rico, que no aniversário de um grande amigo dele, ele deu um avião de presente.
O terceiro falou:
- Nossa, parabéns!! Mas o meu filho também ficou muito rico.
Ele estudou e formou-se em engenharia. Abriu uma construtora e deu tão certo que ele ficou "milionário". Ele também deu um super presente para um
amigo que fez aniversário. Ele deu um apartamento para ele.
O amigo que havia ido até o banheiro chegou e perguntou:
- Qual é o assunto ?
- Estamos falando do grande orgulho que temos de nossos filhos.
E o seu? O que ele faz?
- Meu filho não é propriamente um grande orgulho... Ele é vagabundo,
anda com tudo quanto e viado, trabalha como michê, mas devo admitir que é um grande sortudo e muito esperto. Sabe, ele fez aniversário outro dia e ganhou das bichas que ele anda comendo 1 apartamento, 1 avião e 1 carro!
Publicado em: 14/09/2008 20:56:20
Última alteração:17/10/2008 13:47:01



A exclusão permitida pelo Pai
É inerente no próprio ser humano
Que em seu constante vem e vai
Só vivem a desonrar o Soberano

O Pai, aos filhos deu a liberdade
De escolha enquanto aqui viver
Mas, os filhos em pura insanidade
Não sabem e não querem escolher

O bem que agrade o coração
Do Pai, que os contempla com amor
Aguardando deles sábia decisão

Quando decidem com sabedoria
O Pai então se enche de emoção
E enche os filhos de indizível alegria.

NATHANPOETA

Não sei como entender por que o Pai
Permite a alguns filhos a exclusão
Desvendar este segredo me atrai,
Pois me fecha portas da religião.

JR PALÁCIO

O Pai amando a todos por igual,
Jamais diferencia qualquer filho,
E dando a todo mundo o mesmo brilho,
Fazendo da alegria, um ritual,

Porém o homem se mostra tão banal
E cria a cada passo um empecilho,
Fechando uma porteira nega o trilho,
Matando por prazer; isso é normal?

Eu creio neste Pai Maravilhoso,
Que toca com carinho a humanidade,
O ser humano tosco e caprichoso

Denegrindo a palavra proferida
Seria muito bom ter a humildade
De saber que nada sabe sobre a vida...
Marcos Loures
Publicado em: 16/12/2009 12:59:48
Última alteração:16/03/2010 12:17:10



O Peso do Passado
Passo a passo,
Meu passado
Sina e fado
Aço e sina
Corte são
Cortesão
Assassina
A moça e o passo.
Pásso preto
Açum preto
Cego canta
A mão espanta
E ouve a promessa...
A mão se esquece
E recomeça
O velho passo...

“Maria foi passear
O passeio de Maria
Ainda faz mamãe chorar”

Saudade da casa velha
Do mel da abelha,
De toda a telha
Que fez goteira.
A porteira
O gado.
O fado
Levou....

Restou meu peito.
Vadio e pesado
Carrega todo o passado
E nem abre a porteira...
Publicado em: 18/11/2006 23:15:17
Última alteração:30/10/2008 18:59:58




Para curar, num instante,
Seu ajudante que é fraco;
Dê-lhe um bom fortificante:
Pinga, mulher e tabaco.

Um patrão que é desse jeito
Todo mundo vai querer,
Não somente dá direito
Como manda ter prazer.

O problema que imagino,
É que pro pobre operário
Por causa do desatino,
Não vai sobrar nem salário.

A cachaça e o batente
Não combinam não senhor,
Logo cedo fica “quente”
Isso tudo é um terror.

Mulher: desgraça dum home,
Nunca vai dar certo não,
A carne jamais se come,
Aonde nóis ganha o pão.

O tabaco é investimento
Com promessa sem igual,
Pois todo o seu rendimento,
Vai pra conta do Hospital.

Pensando assim, meu irmão,
Isso é coisa de beócio
Eu te quero meu patrão,
Mas jamais serei seu sócio.

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 04/08/2007 07:17:39
Última alteração:29/10/2008 18:10:48

Ó PÁTRIA AMADA IDOLATRADA
Ó PÁTRIA AMADA IDOLATRADA



A s gralhas já procuram por comparsas

Buscando os acordos pré- eleições

É forte este Brasil, mas já se esgarça

Em meio a roubalheiras e transações jrpalácio



Nos olhos dos políticos as farsas
Derramam falsa lágrima. Ferrões
Invés de mãos espalham as desgraças
Da pátria, são covardes vendilhões... zé do jegue

Porém a culpa é nossa. Esteja certo,
Se o bolso do pilantra não deserto
Num retrato ampliado, vejo a face zé do jegue



Quem sabe uma alquimia uma catarse...

De resto, resta o resto que nos resta:

Miséria! Pro político é festa... jrpalácio


Publicado em: 22/09/2008 13:24:27
Última alteração:02/10/2008 19:36:48

O peixe na verdade quis voar
Ao ver um passarinho ali por perto,
Desejos de poder asas criar,
Voando pelo céu imenso, aberto,
Propôs ao passarinho então trocar
O certo e conhecido pelo incerto.
O resto desta história nem te digo,
Deixei os dois bobões já de castigo...
Publicado em: 10/11/2007 12:02:03
Última alteração:29/10/2008 12:35:26


O perdão é o perfume que fica nos pés de quem pisa a flor.
102

Mote

O perdão é o perfume que fica nos pés de quem pisa a flor.

Perdão é o sublime amor,
Que o Cristo nos ensinou,
Ele é o perfume da flor,
Nos pés de quem a pisou...

Marcos Coutinho Loures


Perdoar quem nos ofende
Traz beleza pra minha alma,
Rara luz, assim se acende,
E esta chama nos acalma..
Publicado em: 20/11/2008 17:23:55
Última alteração:06/03/2009 17:06:13


Pedir perdão é transferir o peso da culpa.
Não perdoar é carregar o peso do outro
E perdoar?
Perdoar tem o poder de anular qualquer carga, qualquer peso.
Faz a nossa alma levitar...

Publicado em: 22/03/2007 20:12:50
Última alteração:28/10/2008 11:50:49


O PERFUME DA ALMA
Marcos Coutinho Loures

Uma das lembranças que tenho de meu pai é do apego que ele tinha pelas flores. Os espaços mais nobres do imenso quintal de nossa casa eram ocupados pelas mais diferentes espécies de roas, dálias, lírios, zínias, palmas, copos-de-leite, margaridas e outras, compondo um imenso jardim.

Todos os sábados, pela manhã, lá estava em nossa casa o sacristão da Igreja Matriz, recolhendo braçadas de flores para enfeitar o Altar do Senhor.

Naquele sábado em que meu pai desceu ao túmulo, o longo dia foi uma interminável sucessão de lamentos, até que a noite chuvosa se abateu sobre nossa dor e nosso cansaço...

Inúmeros parentes, vindos de muito longe, buscavam melhor acomodação, espalhados pelos quartos, salas e corredores de nossa casa.

Já era madrugada quando uma das minhas irmãs se levantou, queixando-se de forte dor de cabeça, provocada pelo perfume dos lírios que atravessava as venezianas e invadia o ambiente.

Uma a uma, as pessoas foram acordando e pudemos sentir, em plenitude, aquele perfume e, para aumentar a ventilação interna, apesar da chuva, abrimos as janelas. Tal fato mereceu de minha mãe, um comentário:

-“Que bom! Assim, quando amanhecer, poderemos levar muitas flores para ele!”

Assim, com as janelas entreabertas e suportando os respingos da chuva intermitente, voltamos a dormir.

Mal a claridade de um novo dia ia surgindo, minha mãe já estava na cozinha, preparando o café e, ao se lembrar do ocorrido pela madrugada, ela abriu a porta do quintal e foi procurar os lírios que deveriam estar enfeitando os canteiros.

Instantes depois, ela voltou e pediu que fôssemos também procurar as flores no quintal, ainda molhado pela chuva da madrugada.

Qual não foi nossa surpresa quando, ao vasculhar cada canto do imenso quintal, não encontramos uma flor sequer! Todas, absolutamente todas, haviam sido colhidas pelo fiel sacristão, no dia anterior...

Sem dúvida, para se despedir, meu pai havia deixado entre nós, o suave perfume de sua boníssima alma...
Publicado em: 30/10/2008 09:15:13
Última alteração:02/11/2008 20:23:58


O perfume desta flor
Que já diz que bem me quer
Na roseira um beija-flor
Nos meus braços, a mulher...
Publicado em: 02/03/2008 10:08:11
Última alteração:22/10/2008 13:46:06



O PERFUME DO AMOR
A moça num flagrante
Fragrâncias espalhara
A cara da megera
A fera da patroa
Na boa a primavera
Espera um novo sol
Que faça do arrebol
Felicidade plena.
A boca toma a cena
Nudez entre lençóis
Que faço, então de nós?
Abrindo a sua blusa
A gente ainda abusa
Perna em perna confusa
Fusão de sentimentos.
Enfurecida festa
Que atesta quanto é bom,
Dançar no mesmo tom,
No dom que assim se empresta
Sem medo ou fingimentos
Momentos mais gostosos
Nos jogos que fogosos
Garantem nossos gozos
Perfumes deste amor...
Publicado em: 30/07/2008 12:54:42
Última alteração:19/10/2008 21:55:40




Se estivesse mais perto,
ouviria algumas palavras, decerto...
Aquelas que há muito tempo espero,
Para a minha felicidade,
Amar...amar de verdade.

Sons delicados de violinos
Que espalha ternura no ar
Misturam-se ao suave perfume
Que coloquei só pra te esperar.

Mas olho pela janela...
Só o vento a me tocar,
sua presença tão bela...
Não vejo mais chegar.

Hoje, a ausência é um mal necessário,
Serei algum dia tua salvação?
Pois de mansinho...
Teu nome faz brilhar meu coração.

Agora preparei para ti..
o melhor dos meus abraços...
Mas sequer ouço os teus passos.


Meu peito por ti brada e reclama...
Pois sinto que se apaga essa chama.
Queria nossos sonhos realizar,
pois estou pronta para te amar.


Na noite que caminho mansamente
Te espero com certeza, novamente
Sentindo o teu perfume dentro em mim...

O verso vai calado e tão distante
Mas saiba que te quero sem rompante
Com tua uma certeza sem ter fim...

Minha alma te procura e sempre chama
Acende com calor fogueira e chama
E sempre te reclama, tanto e tanto...

Meu peito te pedindo sem demora,
Minha alma enamorada sempre implora
E quer ouvir bem perto o nosso canto.

O som de tua voz chega com vento
Não larga meus ouvidos um momento,
Assim como esperança não me deixa...

Entendo estas palavras que tu cantas,
As horas se passando já são tantas,
Desculpe mas entendo tua queixa...

Mas saibas que caminho sem ter medo,
Não quero mais da dor nem arremedo,
Apenas nestes versos te dizer

Que sonho um belo dia, novo encanto
Que traga nova luz sem sequer pranto,
Num canto mais divino de prazer...

Aracelly Loures
Marcos Loures
Publicado em: 25/02/2007 19:17:14
Última alteração:06/11/2008 12:03:29

O NOSSO CASO DE AMOR
Estrelas no infinito
denunciam
o nosso Amor ...
(ivi)

Estrelas
Belas
Velas
Revelam
Dos céus
Infinito amor.
Ardor
Calor
Rubor...
Compor.
Numa composição
Impar
Amar prenuncia uma estrela
Que nos guia
Mundo afora
Desde agora,
Por isso
Não demora.
Que é hora
De ser feliz...
Constelar
Conquistar
Compartilhar
Ilhas
E céus
Mares
E véus
Nuvens
Nua, vens...
Publicado em: 15/01/2010 14:49:28
Última alteração:14/03/2010 21:00:24


Saudades, quantas saudades,
Dos teus olhos tão azuis
Brilhando mais que esse sol,
Me entorpecendo de luz.

Olhos tão belos querida,
Iluminando o caminho,
Os faróis trazendo o dia
Para todo o breu marinho.

Olhos tão cheios de vida
No brilho que relampeia
Brilhavam mais nesta noite
Que os raios da lua cheia.

Por que te foste de mim?
Eu não consigo encontrar
Razão para te perder.
Eu fiquei sem enxergar.

Mas sinto que o novo dia
Outra aurora me trará
E de novo, em alegria,
Minha vida brilhará.

Sinto teu cheiro no vento
Na promessa que ele traz
De tanta vida inundar
De amor, de luz e paz.

Espero teus olhos belos,
Azuis da cor deste mar.
Onde possa novamente
Em teus olhos mergulhar

E saber que sou feliz,
E saber que estás aqui.
Que, depois de tanto tempo,
Tanto amor tenho por ti.

Vem sem medo da saudade
Vem sem medo, sem dor,
Reviver a claridade
Desse nosso grande amor!
Publicado em: 21/01/2007 19:03:22
Última alteração:30/10/2008 07:56:30

Te avisto, lá, ao longe cavalgando
o teu corcel alado, qual miragem.
Eu sei estou somente divagando,
jamais tu me verás - pura bobagem.

É sonho que alimento, é fantasia,
castelo que eu ergui em fina areia.
Te quero, te desejo, que ironia...
tu nem consegues ver a lua cheia.

Amor, abre teus olhos, vai desperta,
Aproveitando a chance desta oferta.
Não canso de buscar a bela lua

Em meio a tanta luz, estrelas claras,
Silhuetas fantásticas e raras,
Mais forte que elas tantas, brilha a tua.

HLuna
Marcos Loures
Publicado em: 05/05/2007 21:36:55
Última alteração:06/11/2008 08:07:51


Das sombras que viemos; sujos, rotos,
Passando pelas ruas, lixos, trastes.
Meninas que se entregam aos garotos,
As carteiras, as bolsas que roubastes,
Os desejos traquinas e marotos,
Misturam-se com crack e com esgotos.

Deitamos nosso amor nos meio-fios,
Lambendo nossas pernas, chuva fina.
Os corpos se entregando, tão vadios,
Nas fomes que se matam, se alucina.
Os cães e os ratos bebem nosso gozo,
O dia passa assim, maravilhoso...
Publicado em: 28/05/2007 21:34:20
Última alteração:29/10/2008 17:16:03


Lembro das noites em que nos aventurávamos
dentro de um automóvel...
Lá tu fazias juras de amor...
Tocavas-me profunda e apaixonadamente...
O espaço era pequeno para tantas mãos,
tanto desejo,
tanta troca de caricias...
Fizestes-me ir ao paraíso!
Mostrastes-me que o amor pode ser vivido em todo
seu explendor em qualquer espaço físico...
Que não existem limites...
Que havendo paixão certamente será intenso...
Lá me fizestes mulher!
Conheci através de ti o caminho do sexo,
dos orgasmos,
da troca de prazer...
E eu delirava profundamente...
Noites que jamais poderão ser esquecidas.


Noites adolescentes num drive-in,
Os filmes que passaram? Nunca vi.
Desejos explodindo até o fim
Num paraíso insano me perdi.
Tocando tuas pernas, os teus seios,
Nos lábios percorrendo devaneios....

As nossas descobertas sem limites
De sexo, de prazer e de ternura.
Os sonhos rabiscados nos grafites
Estrelas salpicadas. Noite pura...
Nós éramos querida, assim tão jovens.
Amores encharcando os automóveis...

ELIANA DUARTE
Marcos Loures
Publicado em: 29/05/2007 13:33:24



Cinderelas
Velas
Cruas
Belas ruas
Ladrilhadas
Por cristais
E diamantes.
Amor puro
Que a adolescência
Cultivou
E a verdade matou.

Um Romeu banguela
Bate na porta
Da Julieta esquálida
E anorética.
Depois vão à festa
E nada de sapatinho,
Nem sapos nem cristais.
Apenas a virulência
Dos lábios e das mãos
Que depois de satisfeitas
Dizem somente não.

Quase que dormi com a abóbora,
Temporais e temporadas
Depois.
Eis que a encontro
Carruagem?
Fazendo ponto,
À espera do príncipe
Que já vem, que já vem, que já vem...
Publicado em: 06/10/2007 14:13:09
Última alteração:29/10/2008 15:08:31


Amor; tenha a certeza, não se mede
Tampouco o grande amor é imutável
No quanto deste amor já se concede
Recebes em carinho demonstrável,
Porém ao sentimento nada impede
Que seja ao mesmo tempo duro e afável.
Mas saiba que eu te quero mesmo assim,
No lusco fusco, estás dentro de mim.
Publicado em: 12/12/2007 21:50:43
Última alteração:23/10/2008 07:51:04


“Se esta rua fosse minha”
Diamantes aos seus pés
Meu desejo já se alinha
Nos seus olhos, de viés
Nas estrelas que continha
Liberdade sem galés
Toda noite quando vinha
Delicados cafunés
Em você, meu sonho aninha
Nosso amor é nota dez...
Publicado em: 17/01/2010 12:44:50
Última alteração:14/03/2010 20:23:12




Versifico com cuidado
Não pretendo magoar
Aquela que foi passado,
Nunca mais irá voltar
Não procuro por saudade,
Nem cheguei a perguntar.
Vago ruas na cidade
Esperanças de voltar.
Teus braços são meus descansos
Nas estradas que passei.
Os olhos são os remansos
Onde enfim descansei.
Quem quisera ser saudade
Dos meus braços sairá,
A canção da liberdade,
Todo pranto cantará.
Minha senda é sempre leve,
Meu caminho pesa cruzes.
Meu amor passou tão breve;
Nos espinhos e nas urzes.
Quem não quer ser mais sereno
Trovejando vai passar
Amor que não tem veneno
Serenatas ao luar.
Minha luta é sem destino,
Os meus olhos negam sol.
O amor desse menino,
Ilumina qual farol,
Todo tempo que não tenho,
Nada fiz que não valia.
Quando em tristezas me lenho,
A noite não traz o dia.
Toda minha fantasia,
Se perdendo num abismo.
Quem souber da poesia
Esquece do fanatismo.
Quadro que pinto não nego,
Tenho as tintas que encontrei.
Toda dor que não carrego,
Nas espadas dessa lei.
Vi meus barcos naufragando,
Vi meu tempo sem remédio.
Meu amor já foi mudando,
A vida não quer mais tédio.
Toda trama me envolvendo,
Nunca pude revelar,
Minha dor pede remendo
Nas espreitas do luar.
Vacinei a tempestade,
Encampei a solidão
Esqueci felicidade
Fechei porteira e portão.
Menina não tenho prenda,
Não me prende teu amor.
Vestido de chita e renda
Nos cabelos, uma flor.
Na mão a rosa vermelha,
Certezas no coração.
A vida pede centelha,
Não terá mais solução.
O meu verso de repente,
Volta e meia não tem fim.
Todo amor que se sente,
Emana dentro de mim.
Quero o tempo sem certeza
Sem ontem nem amanhã
Tudo que tiver na mesa
Procurei com muito afã
A geléia e sobremesa
Vieram lá do quintal.
Só restou esta certeza,
Minha vida no varal,
Quarando qual fosse sina,
Que não deixa seu recado.
A mão que cedo assassina
Não permite um belo fado.
Recado que não foi dado
Às expensas da paixão.
Quando foi, foi malcriado
Esperando teu perdão.
Navego por sete mares,
Oceanos sem penedos.
Minhas noites sem luares,
Meus pesadelos, segredos.
Na rosa que tu me deste,
Espinhos fincaram fundo.
Amor que tens não empreste
Meu coração viramundo
Sabe das horas sem rumo
Quem não sabe não deseja
Amor que não mede prumo
Nunca nega nem me beija.
Sempre vaga estrela morta,
Sempre rouba no final
Minha vida morre torta,
De tristezas, festival.
O canto do passarinho,
Na gaiola não se ouviu.
Buscando seu velho ninho,
Muitas saudades pariu.
Minha mão não tem as linhas
Nem da sorte nem da morte,
Migrando qual avezinhas
Procurando pelo norte.
Somos versos reversos,
Inversos e inversões
Não quero mais universos
Nem quero rebeliões
Quero o canto mais sensato
Da vida que não me leva.
O meu medo é do regato,
Alma triste já neva.
Sofreguidão traz demência
Não pode servir de alento.
É tudo coincidência
A mão da sorte no vento.
Um remendo sem sentido,
Um vaso que não se quebra
Um amor mal resolvido
Nunca nas danças requebra
Me empurrando do penhasco
Amor que não deve nada
Se no final me sobra asco
Amor de carta marcada.
Revezando meu barraco,
Sai Joana entra Maria
Na vida sei que sou fraco
Vivo errando pontaria
Meu descanso é trabalhando
No suor já fiz a cama.
Muito tempo procurando,
Esqueci como se chama.
O monte que não divide
A terra que não concebe
O medo que nunca tive
O resto não se recebe.
O dedo que não aponta,
A faca que nunca corta
Estrela que não tem ponta
Minha esperança é morta,
Vizinho não sei o nome
Mortalha que não me cabe.
Se vou comendo sem fome
Meu mundo que não se acabe
Se viver virou meu mote,
Se não posso mais cantar
Enchi de fel esse pote,
Encharquei água do mar
Fiz desejo minha luta
A força que nunca tive.
A mão se anuncia bruta
O pranto que não contive.
O resto levo na vida
Na vida que não me resta
Liberdade sei perdida,
Observando pela fresta.
Vivendo sem ter juízo,
Não tenho medo ou saída
Vou morrer no paraíso
Preparando a despedida
Não quero choro nem vela
Nem discursos de mentira
A fita que tenho amarela
Não restou sequer a tira.
No velório que se preza
Defunto que não se enfaixa
Não quero nem mesmo reza
Derrame muita cachaça.
Quero dança e rapapé
Quero riso da viúva
Depois de ter rastapé
Que me caia muita chuva.
Mordida de jararaca
E de formiga saúva.
A sobra deixo de inhaca.
Pra sogra mostro essa luva.
O parto que nunca parte
Pois o resto fica aqui.
Molambo por toda parte
Dessa terra onde nasci.
Um gosto de rapadura
Um cheiro de café fresco
A noite que seja escura
Já pintei o meu afresco.
“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a medicina”
Minha casa foi tapera
Minha morte, minha sina.
Defunto não fala nada
Minha voz já não tem força
Vai chegando a madrugada,
Por mais que torça e retorça,
No final quase não sobra.
Vencida minha batalha,
Vestido couro de cobra,
Na ponta dessa navalha.
Eta corpo mais pesado,
Como pesa esse presunto.
Que pena não ser alado,
O danado do defunto...
Publicado em: 02/10/2007 15:29:13
Última alteração:29/10/2008 15:10:01


Eu sou a rosa formosa,
e me entrego por inteira
aos teus braços, orgulhosa,
de pra ti ser a primeira.

Sei, na vida aventureira,
tu buscavas uma rosa.
Eu sou a rosa formosa,
e me entrego por inteira.

Sou mulher bem corajosa,
valente, altiva, guerreira,
mas me escolheste, "dengosa",
para ser tua parceira.
Eu sou a rosa formosa.
Eu pressinto nosso amor
Que me traz a juventude
Encantado, bela flor
Que perfuma nosso amor
Sem saber o que é temor
Sem temer uma atitude
Deixando pleno de amor,
Trazendo-me a juventude...

Eu te quero minha rosa,
Quero ser teu colibri.
Eu te vejo tão formosa.
Na beleza desta rosa
Minha alma tão orgulhosa
Tanto amor que nunca vi
Eu te quero minha rosa
Eu serei teu colibri.

Quero o gosto do teu beijo
No delicado perfume
Tu és tudo o que desejo
Na delícia deste beijo.
Meu amor sempre te vejo
Não tenho mais um queixume
Quero o gosto do teu beijo
Teu delicado perfume...

H Luna
Marcos Loures
Publicado em: 13/02/2007 05:57:34




Menosprezar os restos que hoje sou.
Aprofundar teus olhos no cadáver
Que segue em putrefata solução.
Dissecando os meus restos, não percebes
Entre os escombros inda respirando
Os entulhos de uma alma persistente.
Emanando as essências nauseabundas
Heranças de um amor apodrecido
Entre os sonhos perdidos já faz tempo...
Publicado em: 24/11/2007 08:22:10
Última alteração:29/10/2008 12:37:50



Pressinta; caminhante, o quanto dói
A cruz abandonada numa estrada
Ao léu sem ser cuidada, assim jogada

O tempo, na distância, só corrói...
Não quero um abandono em nossas vidas
Tampouco a morte em vida que é cruel,

Recebo de teus lábios tanto mel
Que temo que se perca em amargura;
Por isso não paremos de querer

Usufruir de todo esse prazer
Nascido em nosso sonho, com ternura...

Publicado em: 08/03/2007 12:17:23


Com afeto, sem frescuras,
bem de leve, mansamente,
nosso amor foi crescendo...
cada dia pouco a pouco.
Às vezes louco,
outras vezes bem sereno.
Bem de leve - sorrateiro,
se meteu sob os lençóis.
Ganhou espaço e abraços,
se fez morada entre nós.

Que posso dizer dessa enchente
Que veio gota a gota
Pegando todo mundo de surpresa?
Obviamente coração
Andava assoreado,
Os resíduos das paixões antigas
Foram se acumulando,
Quando fui ver:
AMOR, de novo, tomando conta
Das margens
Das ribanceiras
Das corredeiras
E a enchente se deu...
Agora, moça, explica-me como faço
Se não sei nadar...

HLUNA
Marcos Loures
Publicado em: 02/06/2007 11:18:37

O NOSSO AMOR...


Nosso amor de mansinho foi chegando
Aos poucos, envolvendo e nos tomando,
Como quem não quer nada, amor matreiro...

Amor que nunca cobra e nem precisa,
Amor que é puro lema e por divisa
Se faz amor completo e verdadeiro.

Tu és o sol tão pleno e queimas lento,
Neste mormaço bom do sentimento
Bronzeia simplesmente sem sentir.

Amada estou aqui nunca mais saio,
Na mansidão da praia onde me espraio
Tu és como um cometa a prosseguir,

Por mais esteja longe e tão distante
Dás a sensação tão radiante
De estar sempre presente em cada verso.

Eu sinto o teu perfume aqui comigo,
Constância em fantasia, vira abrigo,
Guardamos dentro em nós todo o universo!
Publicado em: 18/08/2007 12:01:27
Última alteração:29/10/2008 17:20:59

Nesta doce explosão de amor intenso
aguardas já desnuda em minha cama,
percebo tal vontade que domina
e logo, extasiante assim me chama

ao jogo dos desejos e prazeres,
gostoso de ganhar e se perder.
Volúpia enlanguescente em noite intensa,
alçando um infinito eu posso ver.

Teu corpo, maravilha em que decifro
sinais que levarão cada vez mais
a toda esta delícia que irradias,
fazendo do prazer o nosso cais.
Publicado em: 21/09/2007 18:50:20
Última alteração:29/10/2008 15:12:49

O amor trazendo em rara fortaleza
A vida num momento transformada,
Não deixa que se fale de tristeza,
Mudando o meu destino em nova estrada,
Seguindo toda a força, correnteza,
A sorte ressurgida e renovada,
Deixando esta amargura para trás,
O mel de uma alegria já me traz...

Publicado em: 26/10/2007 19:49:31
Última alteração:29/10/2008 14:29:50


Se eu bebo a solidão que me deixaste
Como último quinhão de nosso amor,
Refaço meus caminhos e não vejo
Sequer o que deixei esparso ao vento.
Espessas as fumaças que enegrecem
Os céus de quem amou e já morreu.
Mas tendo nestas brumas um disfarce
A face embolorada da esperança
Se rasga e já apodrece em cada esquina.
Não temo nem o tempo nem o termo
Apenas nada tenho e sigo a ermo...
Publicado em: 13/11/2007 21:55:46
Última alteração:29/10/2008 12:36:03



Soprara em meus ouvidos:
Vespas vespertinas!
Somente depois que te conheci,
Namorei, noivei e casei
É que consegui entender a frase...
O pior é que o mel nunca veio...
Publicado em: 09/12/2007 16:29:15
Última alteração:29/10/2008 12:39:05



Sou caipira...
Nascí numa casa de barro...
Nunca tive um carro...
Mai eu sou feliz!
O que é que vale mai?
Mostrar o que se fai,
Memo que, cumo animar..
Ou sentir a grande paiz...
Da arma, onde jais...
O que naõ se acha,
Nos jornar...
Nem nesses livro...
Nem nos risos dos artista teatrar...
Não condene o que num conheci...
Num sabi...
Num vê!
Apena sou gente...
Apena,
Vivu contenti...
Eu sou jererê!
Num queira acordá...
Minha arma a sonhá!

Meu coração caipira
Na casa de sapê
O meu cinto é de embira
Mal aprendi a lê
Daqui ninguém me tira
Eu vivo prá você...

Vem cá moça faceira
Vem me fazer carinho
Cantando a noite inteira
Garrado no meu pinho,
Minha alma seresteira
Só canta, passarinho.

Na noite que te vejo
Na lua mais bonita
Eu sinto o seu desejo
A vida segue aflita
Te peço mais um beijo,
Se num der? Que desdita!

Pesquei no Jererê
Siri patola até,
Eu vim aqui te vê
Vem sê minha muié
Prá móde vê vancê
Andei deiz légua a pé...

ANE MARIE
Marcos Loures
Publicado em: 25/02/2007 11:46:17
Última alteração:06/11/2008 12:03:0



O NOSSO AMOR, MENINA /

Eu quero o teu colo,
Amada menina
Me nina depressa,
Se a noite termina
Sem ter teu carinho
Esgotando a mina
Deixado sozinho,
Vivendo sem paz

Dou-te meu colo moço querido
Olhando você sonhar
Ninando-o com cuidado
Contornar seus traços, até acordar.

Sou um passarinho
Que quer tão suave
Um beijo gostoso
Da moça bonita,
Do corpo cheiroso
Que a noite se agita
Em mar mavioso.

Ah moço se você soubesse
Como queria esse beijo bom
Um beijo encantado e suave
E te lambuzar de batom

Na moça serena
Da boca macia,
Da pele morena,
Que tanto vicia,
Amor que se acena,
Tanto que eu queria.

Vem no meu colo, te faço sonhar.
E nos seus lábios bem de levinho
Docemente, sem te acordar.
Deixa o gosto da minha boca ficar

Um beijo somente
Um colo, um regaço,
Depois do cansaço,
Me traz lenitivo,
Seguindo teu passo,
Carinhos revivo,
Trazendo em teu traço
Amor sempre vivo...

Beijo, colo, tudo ofereço.
Nesse teu merecido descanso
Só uma coisa gostaria
E pediria se pudesse
Que eu seja o teu sonho
E com um beijo te acordasse

MARTHA CARBONIERI
MVML
Publicado em: 14/09/2007 23:06:33
Última alteração:04/11/2008 17:34:36


Minha menina morena
Que saudade de você!
Quando o coração acena
Te procuro, mas cadê?

Passarinho então me disse
Que quando morena veio
Trazendo tanta meiguice
Sem maldade e sem receio

Meu coração disparado
Batendo tão apressado
Neste forte batucar,
Me deixando apaixonado
Todo, todo arrepiado,
Vontade de namorar...

Morena que eu amo tanto
No seu canto meu encanto
No seu riso minha paz.
Vou vivendo satisfeito
Morena dentro do peito
Tanto amor serei capaz?

Quero morrer no teu colo,
No teu cabelo me embolo
E mergulho sem querer.
Deitadinho nesse solo,
Juntinho contigo rolo,
Numa explosão de prazer!





Violão de um seresteiro
Esperando da janela
Seu amor, seu companheiro
Que em canções já se revela.

Bailo em sonhos, contradanças,
Do passado, sou refém,
Que dizer das esperanças
Se no fim, sobrou ninguém?

Risos fartos, loucas festas,
Um mineiro coração
Doce encanto de serestas
Hoje amarga solidão.

Resta apenas a saudade
Que maltrata, mas amansa,
Recende à felicidade;
Mas com gosto de vingança...

Publicado em: 04/05/2009 11:42:34
Última alteração:17/03/2010 20:00:01



Distante destes passos, já não posso
Vislumbrar neste mundo grande encanto.
Prazeres mais sublimes como o nosso
Se fazem cada dia, tanto, tanto.
Assim, no canto livre me remoço
E trago minha vida sem espanto.
Mais fortes, com certezas, nossos laços;
Liberdade; seguimos os seus passos.
Publicado em: 07/12/2007 07:03:35
Última alteração:27/10/2008 17:35:53



Amor tão delicado em pura essência
Com doce sensação, em manso afã
Se encontra qualquer força em resistência
A faz mais frágil, tola, até malsã
Amar não é cumprir u'a penitência
É se entregar à força de um titã.
Embrenho com delícias tal floresta
Na lúdica emoção que assim se empresa.
Publicado em: 07/12/2007 18:55:45
Última alteração:27/10/2008 17:39:39


Véus, veludos pudores e bacantes...
Nesta purificante conjunção,
Nos seios e delírios dos amantes,
Tempestuosamente, uma monção..
Os fulcros destas festas delirantes
Se embasam num delito da paixão.
Nas luzes, os partícipes farsantes,
Escondendo qualquer uma emoção...

As volúpias carnais loucas brindando,
Nas formas mais banais deste rodízio.
Os sonhos mais febris se revelando.
Desejos procurando,sem demora
Vivendo este prazer que me devora
As bocas vão sorvendo cada gota,
A roupa que vestia pousa rota.
Numa oração feroz a Dionísio...
Publicado em: 29/12/2007 11:28:30
Última alteração:22/10/2008 21:21:57



Traçando nosso amor em epopéias
Nascidas das tristezas, dos escombros,
As almas cristalinas, as idéias,
Levar todo o universo sobre os ombros
Atlântico desejo, ser feliz.
Titânica vontade, eu sempre quis.
Publicado em: 03/01/2008 14:09:38
Última alteração:22/10/2008 19:53:09


A festa feita em gozo
Em noite sem igual
Lambendo a tua boca
Começa o festival
Carinhos e desejos
Arromba esta porteira
Vontades são erguidas
Nos mastros e bandeiras
Se fazem sem engano
Um panamericano.

Tem que soltar a vara
Se bem quiser saltar,
Mas é preciso sempre
Bem firme segurar.
Depois façamos festa
Pulando na piscina
Que tudo que não presta
Amor já determina,
Revezamento feito
Em quase zil mil metros,
Saltando satisfeito
No solo ou no cavalo
Bebendo no gargalo
O tempo assim não passa
Passeio pela praça
Não cai nossa peteca
Vem cá minha moleca
Que a noite é tão sapeca
E a gente nunca peca.
Teu corpo é minha Meca,
Se molha depois seca
É fogo na boneca
Em pleno milharal...
Publicado em: 05/01/2008 19:22:24
Última alteração:22/10/2008 19:35:20


Do amor que, sem medida, não se cansa,
Refeito nas partilhas, na magia
Dos beijos que trocamos, mesma dança
Na busca sem dar tréguas, alegria.
Servidos em banquetes, espetáculos,
Amores já previstos por oráculos...
Publicado em: 09/01/2008 16:46:16
Última alteração:22/10/2008 19:55:14



Tanto bem que agora eu quero
Com vontade se derrama,
Neste sonho eu me tempero,
Acendendo a nossa chama...




Por que feres tanto, se me dizes
Que me queres também? Se é por prazer,
Posso afirmar-te que não sei viver
Tendo em meu peito tantas cicatrizes.

O amor que se alimenta só em crises
Traz, em seu bojo, a idéia de perder.
Mas se queres assim, eu passo a crer
Que temes nosso amor criar raízes.

O que existe afinal? O que mais queres,
Se tuas mãos eu beijo, suplicante
Como jamais eu fiz, co’outras mulheres

E vendo meu amor tão desprezado,
Descubro que não foi ele bastante,
E ao te perder, me sinto um fracassado!

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 17/04/2008 19:02:16
Última alteração:21/10/2008 18:29:53



Licores
Que me ofereces
Ébrios noite afora
Vida afora
Carrossel...
Gira mundo
Vago o mundo
Vagabundo coração
Nasce amor
Morre perdão....
Publicado em: 21/08/2008 15:10:13
Última alteração:19/10/2008 20:31:35


Nosso amor, sentimento mais feliz
Que nos transforma sempre e sem demora.
Uma alma sem amor, decerto chora
E procura noutra alma seu matiz.

Amor, por tantas vezes solitário,
Esperando poder compartilhar
A beleza inerente ao próprio amar.
Sem temer parecer mais temerário.

Amor, que ao produzir felicidade,
Reparte toda a sorte deste mundo.
Das águas deste amor, eu já me inundo,
Feliz em me afogar; cumplicidade!
Publicado em: 15/09/2008 21:40:41
Última alteração:17/10/2008 13:45:45



No mundo tudo muda de repente,
As horas se passando na mudança
Os tempos que se foram, na lembrança;
Morreram cada vez bem mais urgente.

Recebo as novidades-velharias
Como quem jamais guarda o paladar.
O vento que passou mudou lugar
Os dias não se lembram d’outros dias.

Quem foste, com certeza, não mais és,
Pois que somos mutantes de nós mesmo
Lugares conhecidos vão à esmo.
Pergunto: onde firmamos nossos pés?

Porém os sentimentos pouco mudam.
Amor que se procura quer amor.
Na cura destroçando a velha dor,
Que mesmo depois disso, tanto abundam.

Mudanças que fazemos neste mundo,
Não sabem destruir essas quimeras
Que desde as mais antigas, priscas eras,
Derrubam as mudanças, num segundo!
Publicado em: 16/09/2008 22:21:32
Última alteração:17/10/2008 13:51:01



Esse grito preso na garganta
Oculta o luto
No qual já me perdi..
Disfarço meu cansaço.
Aço exposto
No gosto
Mais amargo,
Águo, deságuo
E nada sei...

Correndo no meu peito
Ostracismos...
Sismos e cismas.
Somas. Corpos
E divisão.

Traço tais atalhos
Cortes,
Falhas
Óleos
E sacristia...

Hóstias e bênçãos...
Altares e vertigens...

Ao fim de tudo.
Resta o luto
Impoluto
E necessário...

Mas tenho uma esperança
Meio eunuca,
Meio adunca.
Caduca...

Aonde estará a gaveta
Onde se escondeu o nosso amor?
Publicado em: 25/09/2008 19:53:40
Última alteração:02/10/2008 14:35:44


Gota dágua,
Barco e cais,
Exangue esperança
Procura mais
E nada vem,
O nada tem
Somente o bem
Da festa acabada.
Do riso em ironia
Da palavra adocicada
Na boca que cuspia.
Vasos partidos,
Partícipes da mesma orgia,
Sim e não,
Talvez cria...
Límpido cristal
Crisântemos e cravos,
A rosa na mão
Os olhos no horizonte
A bala perdida
Encontrando a saída...
Publicado em: 30/09/2008 17:11:48
Última alteração:02/10/2008 14:53:26



Amor que me transtornando
Não me deixa prosseguir,
Venho aqui me despedir,
É melhor seguindo andando.

Toda a minha desventura
Na aventura que tentei
Tanta dor eu encontrei
Vivendo sem ter ventura.

Amor fez estripulia
Com quem menos merecia.
Matou minha fantasia
Acabou com a alegria.

E assim, por toda a vida
Que penei, eu quero paz
Por isso essa despedida.
Graças a Deus! Nunca mais
Publicado em: 03/11/2008 19:24:56
Última alteração:06/11/2008 12:11:39



Amor tão delicado em pura essência
Com doce sensação, em manso afã
Se encontra qualquer força em resistência
A faz mais frágil, tola, até malsã
Amar não é cumprir u'a penitência
É se entregar à força de um titã.
Embrenho com delícias tal floresta
Na lúdica emoção que assim se empresa.
Publicado em: 27/11/2008 16:06:18
Última alteração:06/03/2009 16:33:11

Nas cores deste amor, dourada e prata
Sentindo teu calor que me arremata
Esqueço toda a dor que já passei.

Numa altivez repleta de esperança
Amor quando é demais, jamais se cansa
É como fosse; em vida, a nossa lei...

Não quero mais as dores que sentira
No canto tão feroz, tanta mentira,
O gosto da saudade lembra fel.

Das cruzes que carrego nesta vida,
A solidão já morre adormecida,
Qual fera que se entoca; vil, cruel...

Amputo simplesmente suas garras,
Rompendo totalmente essas amarras
Que tanto me fizeram ser escravo.

Agora nos teus olhos já me entrego,
E tenho todo o bem que enfim carrego
Nas águas deste amor, eu já me lavo...
Publicado em: 10/12/2008 16:46:30
Última alteração:06/03/2009 15:40:06


O sol quando encoberto , no mormaço,
Lembra-me nosso amor quase falido.
Ao tempo vai, aos poucos, corroído
Em uma oxidação veloz qual aço.

As nuvens no romance já são tantas
Que , embora, sempre vente não sustenta.
A noite se promete vil tormenta
Nas trevas tão ferozes que te espantas.

Amor que necessita de cuidado
Em queda se transforma em solidão,
Esmaga nossa sorte pelo chão
E tem o seu futuro destroçado.

Mormaço, sem cuidado, também queima
Sem brilho, ou alegria nem ventura.
Na chama sem prazer que nos tortura
Amor se sobrevive só de teima.

Lutemos pelo brilho do luar,
Que a tarde já se passa, sem encanto.
Talvez um novo dia, traga o canto
Que possa, nosso amor, revigorar!
Publicado em: 11/12/2008 13:26:12
Última alteração:06/03/2009 15:37:59




O sempre se aborta
No broto que morre,
No amor que não veio
Embora viesse.
Na prece negada,
No canto calado
No vaso quebrado
No nada que resta.
Na fresta fechada,
Na boca calada,
No riso contido,
No frio, o vazio.
Precipício
Principio
No pio do ópio
No ópio do povo,
No novo perdido.
Amor que julgara
Morreu nesta inércia,
A pérola rara,
Não passou de areia
Que a ostra matou...
Publicado em: 30/09/2007 20:18:56
Última alteração:29/10/2008 15:10:27




Na ponta do cravinote,
Nas abas do meu chapéu,
Nos dentes deste serrote,
Na beiradinha do céu
Minha vida é meu mote,
Não posso zombar da sorte,
Se estou vivo é que sou forte,
Experimentei seu corte
Arrebento pedra e pote,
Não há conta que se anote,
Nem destino que me note,
Nem cavalo que se esgote,
Não vou fugir neste trote,
A cobra já me deu bote,
Mergulhei no teu decote,
Se naveguei peço bote,
Me enterrar pede culote,
Agarrei no seu cangote,
Da vida nunca se embote,
Na caça virei coiote,
Sou um príncipe consorte,
De tristeza vendi lote,
Não há coisa que me dote
Nem amor que me conforte,
Nem certeza que comporte,
Praticando tanto esporte,
Não sei lidar com bedel,
Nem vasculhando o farnel,
Nem rasgando esse papel,
Nem se for Papai Noel,
Nada mais triste ser réu,
A dor que mata, cruel,
Menina me dê anel,
Vou andar assim ao léu,
Vou fazer o meu cordel,
Caldo de cana e pastel,
Da noiva roubei o véu,
A levei até bordel,
Pensava que era Bornéu,
Mergulhei que nem ilhéu,
Amargando vida e fel,
Fui parar lá no Borel...
Menina namoradeira,
Se bobear dá bandeira,
Vai deitar na minha esteira,
Não vai ficar de bobeira,
Quem da minha rosa cheira,
Vem correndo, de primeira,
Não pode pensar besteira,
Fica sem eira nem beira,
Vai virar xepa de feira,
Nem me vem bancar a freira,
Pode vir, moça faceira,
Vou bancar a faxineira,
Eu vou te lavar inteira,
Pensa que sou lavadeira,
Arrombei tanta porteira,
E deitei na cumeeira,
Eu bati na caneleira,
Já te fiz chá e chaleira,
Eu te dei chá de cadeira,
Em plena segunda feira,
Amor batendo pedreira,
Não deixa na geladeira,
Penetrar, fazer carreira,
Vou trepar na trepadeira,
Nem adianta a romeira,
Minha mulher verdadeira,
Vem dançar o Zé pereira,
Se pingar vira goteira,
Pode vir qualquer maneira,
Vamos dançar esse xote,
Nosso amor é fogaréu...
Publicado em: 01/10/2007 13:21:50



Tomando em alegria os pensamentos
Promessas de prazer, intenso gozo,
Vivendo em nosso amor belos momentos
Percebo um sol divino e mavioso,
Tocando bem mais forte os sentimentos,
Concebo um sonho bom e fabuloso,
O nosso amor é feito em alegria,
Trazendo em raro sol, um belo dia...
Publicado em: 09/11/2007 19:39:17
Última alteração:29/10/2008 14:49:20



Bom sentir o teu calor...
Encostada ao teu peito...
Em breve largo a manta...
O meu sorriso mais feliz...
Mais aberto....
O resto....
Vem, vem comigo...

Meus dias por teus raios são guiados,
Além do que decerto já pensavam
Todos os que sofridos, deportados,
Jamais felicidade imaginavam.
Sorrisos mais felizes, encontrados,
Contigo meus caminhos se mostravam
Serenos, sem espinhos, mais abertos,
Deixando para trás, duros desertos...

MARTA TEIXEIRA
MVML
Publicado em: 17/10/2007 21:36:18
Última alteração:03/11/2008 20:49:28



Ancoro no teu colo, o meu desejo
E sinto o borbulhar do amor imenso,
Decifro teus enigmas com meu beijo,
Depois em teu prazer me recompenso.
O paraíso em vida, amor prevejo,
E toda a noite em ti, amada eu penso.
Amor igual ao nosso, eu não duvido,
Foi feito, meu amor, pra ser vivido...
----------------------------------------------------




O sonho que sonhaste também sonho
E nele vou inteiro sem defesas,
Se eu ponho os meus barcos, correnteza
Carregam os sentimentos para ti.
O sol que nos moldura eternamente
Permite que se cante mais contente
Embora tantas vezes na neblina
Disfarce fortes raios que contém.




O NOSSO AMOR - sextina

Por mais que te pareçam enfadonhas
As horas que vivemos demonstraram
O vago que não vale quase nada
Dos risos esquecidos nas varandas
Entregues ao vazio dos teus olhos
Esparramando em vão, claras estrelas.

Forrando nosso chão, vagas estrelas
Montando estas imagens enfadonhas
Roubando cada lume, bebem olhos
E tantas vezes cruas demonstraram
As luas derramadas nas varandas
Trazendo refletido o mesmo nada.

Às vezes quero crer – não sobrou nada
Nem mesmo algum resquício das estrelas
Deitando seus fantasmas nas varandas.
As noites seguem frágeis, enfadonhas
E os versos que te faço demonstraram
Apenas o reflexo destes olhos.

Entregue à submissão, procuro os olhos
E encontro novamente o mesmo nada
Que os dias que vivemos demonstraram.
Apagam-se em meus sonhos tais estrelas
Tornando os meus cantares enfadonhos
Aguando as samambaias nas varandas.

As redes esquecidas nas varandas
Ausentes e distantes dos meus olhos
Repetem as histórias enfadonhas
De quem só teve outrora sempre o nada
E caça em noite escura, outras estrelas
Silêncios e vazios demonstraram...

Se os versos que aqui escrevo demonstraram
O quanto foram vãs nossas varandas
Sem luas, claridades ou estrelas
As lágrimas banhando tristes olhos
Resumem toda a vida neste nada
De noites repetidas, enfadonhas.

As horas enfadonhas demonstraram
O tanto quanto em nada estas varandas
Refletem os teus olhos sem estrelas...
Publicado em: 17/01/2008 13:59:19
Última alteração:22/10/2008 19:41:38





Amor que em amizade sustentava
Felicidade plena bendizia,
Uma esperança a mais sempre abrigava,
Trazendo claridade para o dia,
Meu mundo no teu colo se abrigava,
Formando uma ilusão em poesia,
Distante destas dores do passado,
Moldava um bom futuro do teu lado.

Nas tramas, nossa cama, feita em céu,
Rolando a noite inteira em mil delícias,
Sorvendo cada gota do teu mel,
Tocando em tua pele, com malícias,
Rompendo a madrugada, rasgo o véu,
Desnudo-te e me entregas mais carícias,
Amor sem preconceitos perde o nexo,
Em Eros espelhado, louco sexo.

Tua nudez desfilas pela casa,
Recebo o forte brilho que transbordas,
Tomado pelo fogo desta brasa,
Desejos mais audazes já me acordas,
Vontades e quereres, tudo abrasa,
Voracidade imensa, assim recordas,
E volto à juventude num segundo,
De teu prazer intenso enfim me inundo.

Reféns desta loucura, minha amada,
Bebendo do teu corpo cada gozo,
A noite se entregando à madrugada
Fazendo o nosso amor bem mais gostoso,
Eu quero mergulhar de alma lavada,
Tocando cada ponto, bem fogoso.
As chamas que se emanam de nós dois,
Fagulhas neste incêndio do depois.

Acolho o teu carinho em meu desejo,
Teus rastros pelo quarto, amor, persigo,
Querendo desfrutar de cada beijo,
Eterno companheiro, amante amigo,
A transparência exposta sempre vejo,
Servindo, com certeza de um abrigo,
Amor que não repete, sem marasmos,
Num turbilhão insano, mil orgasmos...
Publicado em: 18/10/2007 22:39:41



Todo cigarro que fumo,
Toda vez que me perfumo;
Eu penso logo em você.
Nosso amor quer todo o sumo
Por isso não me acostumo
Pergunto logo: cadê?

Te desejo todo o dia
Nesta imensa fantasia
Que te canto sem parar...
Tua boca carmesim
Todo amor que tem pra mim,
No teu raio de luar...

Nosso amor assim gostoso
Tanta promessa de gozo,
Tanta festa e tanta dança.
Vivo querendo te ter
Nosso amor para viver
Toda noite e nunca cansa...

Tem sereia nesta praia,
Bem antes que a noite caia,
Neste sol vou me banhar.
Prá depois deitar na areia
Nos braços da lua cheia,
Nosso amor comemorar!
Publicado em: 11/02/2007 17:25:47



Meu corpo no teu corpo, paz e guerra,
De todo este desejo necessário,
Prazer que na volúpia já se encerra,
Divindade mostrada no contrário,
Entrando em cada vale, monte e serra,
Orgasmos e delícias, prazer vário.
Felatio, cunilíngua, sodomia,
A gente se entregando à louca orgia...
Publicado em: 27/10/2007 12:49:50
Última alteração:29/10/2008 15:08:09

O Nosso Amor

Carinho matinal
Tão doce quanto mel.

Tua boca estendida
No beijo prometido...

O canto da alvorada
Coberto de esperanças
Nossas mãos tateiam
Os caminhos de seda
Tanta suavidade
Maciez...
Amor, amor enreda,
Canto do amanhecer...

Novo canto, nosso sol,
No jardim, as rosas,
Paisagem desperta
Surge, ressuscitada.
Café posto na mesa,
Meus medos esquecidos
Meus olhos já raiando.
De tanto que cansados
Somos tanto, quase nada.
Apenas o que sonhamos.
E a brisa nunca pára
E o tempo nunca pára

A manhã se prepara
Para esse novo dia.
Quem sabe nosso.
Nosso novo dia
Em plena fantasia
Vivendo uma alegria
Quem sabe...
Nova melodia...
Publicado em: 03/01/2007 15:32:40
Última alteração:30/10/2008 08:07:10


Em convulsos desejos, fantasias,
Num ato de loucura; delirante.
O fogo nos tomando em ardentias
No gozo sem limites, triunfante.
Indômita vontade de te ter
Na fúria fabulosa do querer.

Chegando, sem controles ao extremo,
Descrevo no teu corpo, este infinito
Do amor que nos tomou, forte e supremo.
Tornando nosso dia, enfim, bendito,
Na dança de dois corpos, sensual;
É tudo o que mais quero, um ideal..





O sapo na lagoa, apaixonado
Coaxa o tempo inteiro e não se cansa,
Girinos aprendendo o coaxado
Na sapa tão distante uma esperança
De um dia o casalzinho enamorado
Fazer no brejo frio uma festança
Debaixo de uma lua prateada
A lagoa ficou mais encantada...
Publicado em: 06/11/2007 15:33:08
Última alteração:29/10/2008 14:32:03


Amo essa menina que sonha à janela/
da casinha tão singela, beira rio./
As águas vão bordando em torno dela/
e o vento vai cantando em assovio./

Amo-a porque jogou nas águas, delicada,/
uma folha de jasmim à minha procura;/
e lá foi ela á correnteza carregada/
atravessando os vãos da noite escura.

E quantas noites foi passando, errante,/
até chegar naquele azul lago espelhado;/
soubesse ela que abordara meu batel...

Amo essa menina que escreveu, distante,/
com a agulha que bordava um nome amado/
nessa folha: esse nome era o meu!


- Chaplin

O nome que bordaste com estrelas
Dizendo deste tanto que ora anseias
Do sangue que percorre tuas veias
Roubaste rubros tons em que revelas

Matizes dos desejos; aquarelas
Que outrora imaginara tão alheias
E agora com rubor tu incendeias
Cosendo maravilhas. É bom vê-las.

As esperanças servem como agulhas,
E deste encanto sei que tu te orgulhas,
Pois nele, a redenção de quem sofrera.

Descreves, ao cerzires tais belezas,
Que quando derrotada; as fortalezas
Criaste ao seduzires mansa fera...

Publicado em: 27/02/2009 15:27:14
Última alteração:06/03/2009 01:42:01



No final de cada verso
A vontade é de rimar
Com delírio o nosso amar
E gerar novo universo,
Onde outrora fui diverso
Do que tento ao caminhar,
Hoje aos raios do luar,
Tanta luz também disperso,
Vago solto em cada trilha
E decerto o sonho brilha
E produz a iridescente
Maravilha de ser teu
Que meu canto concebeu
Neste amor já se apresente.
Publicado em: 23/07/2010 12:31:25



A noite por demais erma e silente
E grande é o vazio pelo peito
O coração lutando com a mente
Nenhum nem outro faz o seu efeito...

A lágrima salgada escorre quente
O espírito procura um proveito
Para aplacar a dor e ir em frente...
Quando a tristeza abate não tem jeito...

E traz junto consigo esta lembrança
de uma mulher divina que partiu.
O vento da saudade é tão sutil,

Mas mesmo assim o frio que me alcança,
Já me faz recordar de nosso amor,
Que é fonte inesquecível de calor...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 17/08/2007 17:22:05
Última alteração:05/11/2008 15:42:54


Saudades de nós dois,
Do amor que se dispôs
Do tempo sem depois
Na doce adolescência
Amor na juventude
Em toda plenitude
No sonho em que amiúde
Eu tive a fluorescência

De um sol na madrugada,
Da boca que beijada
Trazia uma aguardada
Manhã em claridade.
Afagos e carinhos,
Decerto em tais caminhos
Sem medo dos espinhos
Amamos de verdade.

Agora em meu outono,
Um rei perdendo o trono,
Nas dores do abandono
Eu vejo o teu retrato
Que moldado em beleza,
Louvando com grandeza
Trazendo esta certeza:
Já fui feliz de fato!




Estrelas e cometas que se buscam
Clareiam noite inteira, belos astros.
Deixando no caminho um brilho raro,
Formando em fantasia claros rastros.

Assim também Amor já se inebria
E trama uma alegria a cada passo,
Pegadas de emoção em flóreo sonho;
Adentrado o infinito, rasga o espaço;

Depois de se perder e se encontrar,
Amor que vai vencido é vencedor
Num frêmito avançando nos enlaça
E mostra-se sublime. Deus... amor...


Anjo soberano
Estrela que me guia
A vida já se entorna
Em sonho, em poesia,
Fagulhas, relampejos,
Açoites e prazeres,
Recebo tantos beijos
E vivo os teus quereres.
Mulher maravilhosa
Um anjo delicado,
Querendo a tua rosa,
Aceito o nosso fado.
Sem farsas ou delongas,
Apenas por viver
Nas pernas, belas, longas,
Mergulho o bem querer.
Pecados e juízos,
Farturas eu procuro,
Em lábios mais precisos,
Clareia o mundo escuro.
E marca em minha boca,
Delícia em tatuagem
Da noite muito louca
Do bem desta viagem
Que faço sem descanso,
Que quero ilimitada
Enquanto em fogo avanço,
Te quero, apaixonada...






Fartos seios,
doces lábios
sábias mãos,
teus recantos.
Alentos tantos,
tentos tramas,
trago afagos
magos sonhos.
Sou teu, repito
olhar reflito
nos olhos teus.
Espelhos meus
alquímica aliança.
Fonte de mel
cura e precipício.
Vício e absinto
sinto o teu hálito.
Beijo tua boca
a ronda se faz
audaz e precisa
princípio e começo,
alvoroçando o caminho.
Cabelos soltos,
dentes à mostra,
pernas abertas
entranhas expostas.
Gostas e esgotas
gotas e cotas,
amarras,
garras,
amarrotas.
Somos iguais
iguarias, farturas,
banquetes profanos.
Bacantes, vorazes.
Na soma que torna
de dois somente um.



O meu pobre passarinho,
Bateu asas e voou
A gaiola foi seu ninho,
Para o ninho ele voltou...
Publicado em: 13/10/2006 15:15:23
Última alteração:30/10/2008 10:37:55





Meu primeiro amor, longe de ti, sei
Das quimeras vorazes da saudade,
Viver sem ter amor, viver sem lei,
Não conhecer nem sombra do que há de
Melhor de nossa vida; triste rei,
Num reinado onde vive sem alarde,
Sem ter paz nem dilúvios nem ter sonho,
É viver e morrer tédio medonho...

Amor, na tempestade, calmaria...
Ilumina com trevas nossa vida,
Eclipse total cega em pleno dia,
Achando que se sabe, mas perdida...
Julgando ser mais plena; mas vazia.
Amor, suor, batalha; dor bandida;
Que acalenta, conforta, me ameniza.
Meu amor vendaval que julgo brisa...

Te busquei sem saber onde encontrar,
Provoquei minhas ânsias na procura.
Fui ao sol, tentativa de luar,
Traz toda claridade, noite escura...
Quero, em pleno deserto, navegar...
Amor és a doença e também cura!
Nada mais que completo, fracionado,
Esperança traduz: desesperado...
Publicado em: 21/12/2006 21:06:50
Última alteração:30/10/2008 08:44:04


Lerererô
Olarará
Olariri
Araraô
É isso aí nação azul e branca!
Bate tambor
Chora viola
Carnaval é isso aí
Vamos que já tá na hora
Nossa escola triunfando
Num cenário multicor
Aquarela vai pintando
Com delírios, com fervor.
Aquele que se fez azul e branco
Andando de tamanco no reinado
Dos sonhos encantados, relembrou
O samba que entre nós já se espalhou.
Os repiques e pandeiros
Atabaques, tamborins
Nosso samba verdadeiro
Faz vibrar o povo assim
Da Guiné e lá do Egito
Ouço o grito do faquir
No faqueiro se dourando
O tesouro que perdi.
Venha logo minha gente
Que hoje é dia de folia
Meu amor a madrugada
Anuncia um novo dia.

Neste samba larará
O meu povo lororo
Vai cantando este louvor
Que ninguém pode calar...
Publicado em: 26/08/2008 21:18:09
Última alteração:17/10/2008 17:12:36


O meu sonho vai caber
Nestes teus braços morenos,
Tanto amor, nosso prazer,
Dias mansos e serenos.

Teu olhar sendo o meu guia
Que me leva ao infinito,
O meu canto de alegria
Faz do amor o nosso rito.

Que me leva pelo céu,
Vagando estrelas, eterno,
Primavera em meu dossel,
Distante do duro inverno

Trovador apaixonado
Não se esquece de quem ama,
Vivendo, amor, ao teu lado,
O meu peito ardendo em chama.

Marco os dias em que estou
Distante de quem desejo
O meu amor me chamou,
Felicidade eu prevejo!
Publicado em: 02/10/2008 17:38:18


O mineiro não se engana
Nem tampouco compra bonde,
Se a paixão é soberana
Noutra vida fui visconde...
Publicado em: 19/12/2009 19:57:03
Última alteração:16/03/2010 09:54:55


A curva fechada
Os portos abertos
E o tempo não pára,
Amparas e aparas
Os cortes são tantos
E os becos sem fim...
Brasilidade se espalha
E o mundo se mostra
Tupiniquim...
Bom ou ruim?
Pelo menos engraçado...

Publicado em: 16/01/2010 11:06:29
Última alteração:14/03/2010 21:07:37



o meu peito se transborda
da alegria de te ter
a paixão quando se acorda
traz calor e faz sofrer...
Publicado em: 02/03/2008 18:19:20
Última alteração:22/10/2008 13:58:56



O meu canto emocionado
Ao te ver rara beleza
Eu prossigo extasiado
Seguindo esta correnteza...
Publicado em: 01/03/2008 22:26:11
Última alteração:22/10/2008 13:37:20



Muitas vezes, sozinho, eu me apavoro,
Ao ver que as ilusões de minha vida,
Como plantas num vaso, ressequida,
Morreram devagar! Então eu choro...

Nem mesmo ao sofrimento dou guarida
Neste meu verso autêntico que adoro,
Pois se este pranto é meu, eu já deploro,
Que vejam minha dor deconcebida...

A vida assim, eu vejo que se arrasta,
Numa tristeza muda e permanente,
E ao consolar-me, um pensamento basta:

O de saber que a dor que a gente sente,
Que nos maltrata e os sonhos nos devasta,
Existe em todo o ser, ocultamente...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 04/08/2007 08:46:40
Última alteração:29/10/2008 17:19:56


O meu coração agreste
Não se cansa de buscar,
Este amor que não me deste,
Escondido no luar...
Publicado em: 27/08/2008 20:55:14
Última alteração:19/10/2008 20:35:36


O meu coração delira
Com as nossas fantasias
Se minha alma já suspira
Vivendo tais alegrias

Os meus sonhos mais ardentes
Esquecendo todo engano
Nos nossos jogos mais quentes
Amor que se mostra insano...

Todas as noites felinas,
Noites de tanto sonhar,
Minhas mãos peregrinas
Quero teu corpo buscar...

Meus dedos em descaminho,
No caminho se perder.
No teu seio fazem ninho,
Caçando tanto prazer...

E depois destes momentos,
Onde encontro nossos cios;
No soprar doce dos ventos,
Superando desafios...

Te quero, nunca neguei.
Eu sonho com teu amor.
Nos teus braços me entreguei,
Eu estou ao teu dispor!
Publicado em: 15/01/2007 21:45:39
Última alteração:30/10/2008 08:40:14



O meu corpo te procura,
Fonte imensa de prazer,
No carinho e na ternura,
Tanto fogo a se verter...
Publicado em: 03/03/2008 23:09:59
Última alteração:22/10/2008 14:25:54


Eu te revejo em todos os momentos,
Quando em tristeza o coração oprime
E se a saudade ocupa os pensamentos,
Tua presenças as dores me redime.

Lembro de teu jeito lindo de falar,
Sempre enfeitado pelo teu sorriso;
E fico aqui sozinho a recordar,
Instantes que vivi, no Paraíso.

De tal alminha pura e tão sincera,
Tirei lições de vida e eternidade
E assim pude encontrar felicidade!

E em meu sonho de amor – esta quimera,
Vi que ao lado de alguém que sempre quis,
O meu destino é mesmo ser feliz...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 17/04/2008 13:33:42
Última alteração:21/10/2008 18:26:19


O meu pai foi solidão
Minha mãe, a tempestade
Embotado de paixão
Como ver a claridade?
Publicado em: 03/03/2008 20:04:48
Última alteração:22/10/2008 14:09:43



Caminhos

Nas verdejantes mata do amor
Fica a escondida o carinho dado,
Desperta a alma como no desabrochar de uma flor
Encanta ao coração e forma o apaixonado.

À deriva conclui o destino,
Nas mãos a coerente adaga
Que ao caminho acompanha com destreza
Um doce amor em realeza.

O profano dito fostes reduzido
um intuito do poeta conduzido
No mar de linhas... Fica o destino reluzido


Beics


O meu barco à deriva em mar profundo,
Quem dera o timoneiro coração
Soubesse decifrar em um segundo
As tantas variáveis do timão.

Enquanto nos sentidos me aprofundo,
Não posso conceber a direção,
Velhusco desejar de um vagabundo,
Ao léu se faz insano e sem perdão,

Versar sobre os segredos de um amor,
Querências muito além do que consigo,
E o sonho tanta vez enganador

Reluz na falsidade de um cristal
Que trago como fosse um bom abrigo;
Porém trama o naufrágio desta nau.
Publicado em: 01/05/2009 17:15:40
Última alteração:17/03/2010 20:44:10



O meu beijo vasculhando
Tua pele tão cheirosa,
Nossa noite vai passando
Desta forma tão gostosa...
Publicado em: 04/03/2008 22:28:07
Última alteração:22/10/2008 15:13:05


O sol desta manhã
Imenso sol de amor
Trazendo neste caso tanto afã
Vivendo o paraíso sem temor...

Te sinto em cada toque
Vencendo tanto medo
De amor demais da lua que se enfoque
E desça sem temer qualquer segredo.

Nas tênues esperanças
As asas da falena.
Sabendo que no fim das nossas danças
A noite que virá bem mais amena...

Frescor deste jardim
De flores maviosas
Trazendo o teu perfume para mim,
Roubando tal beleza destas rosas.

Eu quero teu desejo
Envolto em meu prazer.
Poder te dar, sereno, um doce beijo
E mergulhar nos braços do querer...
Publicado em: 23/01/2007 22:07:52
Última alteração:30/10/2008 07:56:11




Vencendo tantas estrelas
Tremores e sensações
Do vazio que, inerente,
Leva o sonho para o mar.
Meu mar de tantas tristezas...

Nas minhas recordações
Montado sobre esperança...

Nas escarpas e falésias
Nas estrelas que não voltam.
As asas estão quebradas
E nada mais representam
Com o peso do passado
Que carrego, vida inteira...
Sou tão somente essa sombra
Do que pensei ser feliz.
Misturado na penumbra
Fundindo-me com esta sombra
A luz escapa, aos poucos.
Revejo teu rosto, amada.
Pelas frestas da janela.

A neve cobre meus olhos,
A lua não mais viria?
A morte inda é promessa
Mas, aos poucos, arrebenta!

Na paz que jamais recebo
Eu percebo a solidão.
Mas os meus cantos são tristes
Existes em total não.

A vida adormecerá
Até que nada mais trague
A não ser o gosto amargo
Deste cansaço sem fim

Da noite que sempre vem
Do medo que sempre traz
Da ternura abandonada
Da seca no meu jardim.

E dos dias mais tristonhos
Vivendo plena saudade.
Esquecendo que esta noite
Talvez tecendo outra lua
Traga-me o meu canto em paz...
Publicado em: 03/01/2007 15:47:16
Última alteração:30/10/2008 08:05:59



Canta, canta meu amor.
Canta que não trazes dor
Canta o canto que se ouvia
Canto o canto que sobrou
Canta a tua melodia
Que te encanta e me encantou.

Canta sem saber direito
Se cantar tanto alivia
Canta canto satisfeito
Que já te satisfazia
Se não canto tanto espanto
Tanto quanto te queria
No cantar que quero tanto
E no entanto não fazia...

Canta, canta sem razão
Se emoção já te encantou
Se não trazes ilusão
Teu cantar já me arrastou
Já me enleva o coração
Explodindo de emoção.
Neste barco que me leva
Lava a minha alma
Publicado em: 11/08/2007 13:53:23
Última alteração:05/11/2008 16:21:13


Meus erros cometidos nesta vida
A cada novo dia em nova lida
Acumulados trazem o castigo

Amor que eu pretendia tão ardente
Aos poucos amornando, de repente
Ao ver-me tão sozinho, já nem ligo...

São tantos os meus ledos desenganos
Esqueço desses velhos, pobres planos
Jogados na gaveta do passado.

Porém quando te vejo, és tão menina,
A vida que morria se alucina
E traz um novo canto extasiado.

Quem sabe inda terei alguma chance
Quem sabe começar novo romance
Que traga-me de novo a mocidade?

Aguardo esta promessa de emoção,
Que traga para mim a redenção,
E mate de uma vez, essa saudade...
Publicado em: 25/02/2007 18:05:39
Última alteração:30/10/2008 06:47:49


O MEU AMOR POR VOCÊ, QUERIDA -



Vem, meu amor...
Vamos descansar nos sonhos..
Flutuar na brisa...
Só parar no outro lado do horizonte...
Sentir o corpo leve...
Poderoso...
Pelo amor que dele escorre...
Na verdade dos olhares........................

Flutuo em cada verso
Que fazes para mim.
Vagando no universo
Num canto que é sem fim
Outrora tão disperso
Agora segue assim,

Em asas, mais liberto
Sem medo, asas abertas,
Estando sempre perto
Mesmo em horas desertas,

Seguindo cada passo
Em flóreas caminhadas,
Teu corpo eu já devasso
Nas noites bem amadas...

MARTA TEIXEIRA
Marcos Loures
Publicado em: 23/07/2007 18:00:08
Última alteração:05/11/2008 18:26:45



Muitas vezes, sozinho, eu me apavoro,
Ao ver que as ilusões de minha vida,
Como planta num vaso, ressequida,
Morreram devagar! Então eu choro...

Nem mesmo ao sofrimento dou guarida
Neste meu verso autêntico que adoro,
Pois se este pranto é meu, eu já deploro,
Que vejam minha dor desconcebida...

A vida assim, eu vejo que se arrasta,
Numa tristeza muda e permanente,
E ao consolar-me, um pensamento basta:

O de saber que a dor que a gente sente,
Que nos maltrata e em sonhos nos devasta,
Existe em todo o ser, ocultamente...

Se toda essa tristeza é inerente,
Eu sinto que jamais verei a cura.
Porém como te amar é tão urgente,
Meu coração, sem medo, te procura.

Assim, talvez, quem saiba, minha amada,
A dor que me devora peça paz.
Então, ao manso vento, a caminhada,
Não trará tais tristezas, nunca mais.

Eu sinto que é possível ser feliz,
Ao lado de quem sonho, todo dia.
Na vida, nosso céu, belo matiz,
Transmuda na tranqüila sintonia

Que une, nossos diversos corações,
No uníssono bater das emoções.

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 06/02/2007 18:54:13
Última alteração:30/10/2008 07:36:35





No céu azul de nosso amor, querido,
Gravei teu nome, em cores matizadas;
E agradeci a Deus, ter esquecido,
De um outro amor, as horas mal passadas...

Depois de haver-me tanto consumido,
Sinto o frescor de novas alvoradas
No coração que, há muito, tem sofrido
Na solidão das frias madrugadas!

Um novo amor é chama delirante
Que ao coração nos trouxe as ilusões
De um passado febril e já distante...

E sob a argêntea luz e no calor
Do céu azul de minhas emoções,
Vi renascer a vida, em teu amor...

Renascem nos teus braços, esperanças
De ter felicidade em minha vida.
Sepultam a saudade e as lembranças.
Dor bate em retirada. De saída...

As noites que prometem novas danças
A música em minha alma, tão querida.
Depois de longos passos, mil andanças;
Encontro uma alegria, já perdida...

E vejo no meu céu a lua nova
Promessa de plantio e de colheita.
Meu coração agora se renova

Vivendo um belo ciclo de calor,
A tempestade enfim está desfeita
Já grana no meu peito um novo amor...

Maria Feijó
Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 14/04/2007 21:31:32
Última alteração:06/11/2008 09:32:27



Se quando, melindrosa se contava
O dia não percebe um bravo rumo...
Nos pátios que essas dores melindrava
As janelas abertas soltam fumo...
Velada nossa voz já não falava.
O manto que me cobre não tem prumo.
A noite que esfriava não passava
Verdades são falácias, não assumo...

Beijavas tantas bocas por ciúme,
Meus versos me iludindo são bordados
Nas camas divididas sem perfume.
Vivendo tão somente do azedume
Que trama nossos sonhos separados.
Nos olhos da pantera meus enfados...
Amar quem não me quis virou costume.
Os versos que tentei morrem calados...
Publicado em: 14/12/2006 15:28:50
Última alteração:30/10/2008 09:11:59


Diamantes nos meus versos
Trafegando os universos
Os teus olhos de princesa.
Vou matando uma saudade
Construir felicidade
É uma arte com certeza...

O meu tempo já passou
O meu dia terminou
E quase que fiquei só.
Mas para a minha alegria
Mal terminava o dia,
Renasci do próprio pó;

Ao te ver tão displicente
Meu amor de tão carente,
Adivinhou a paixão...
Hoje estou feliz contigo,
No teu colo, meu abrigo,
Meu sangue em teu coração...

Nunca mais, Deus me permita
Reclamar duma desdita
Nem da sorte malfazeja.
Minha boca em tua boca,
Nesta alegria tão louca,
Meu amor já te deseja...
Publicado em: 11/02/2007 14:41:54
Última alteração:30/10/2008 07:31:25


O MEU AMOR


Vou falar do nosso amor
Que seduz e me alucina,
Me trazendo este torpor
Que, tomando, me domina,
Nossa noite em tentação,
É feita de sedução.

Minhas mãos vão mapeando
O seu corpo desnudado,
Pouco a pouco vão chegando
Ao caminho procurado,
E tocando devagar,
Os olhos a revirar.

Minha boca, nossas chamas,
Na fogueira nossas brasas,
Desfrutamos destas tramas
Como fossem nossas casas,
Nos teus seios, tua pele,
Tudo em ti, amor, compele.

As roupas no chão caídas,
Testemunhas deste amor,
Estrelas vão distraídas,
Nosso céu a recompor
A lua em tua nudez...
Cheia e plena já se fez...

Eu quero o gesto insensato
Eu quero toda a loucura,
Beber na fonte o regato,
Tanto amor, sede e ternura.
Te deixando arrepiada,
Depois de tudo, deitada...

Olhando a esmo sem nexo,
Sorrindo sem ter porque,
No côncavo e no convexo
Essa soma do prazer.
Amada; a noite convida,
A perder rumo e saída...
Publicado em: 22/08/2007 14:03:59
Última alteração:29/10/2008 15:35:59



Nessa curva da saudade,
Encontrei meu bem querer,
Procurei felicidade
A razão para eu viver.
Mas, me deixaste sozinho,
Coração tão miudinho...

Foste buscar n’outros braços,
Aquilo que eu quis te dar,
Meus olhos ficando baços,
Silêncio no meu cantar.
Me negaste teu anel,
Por que foste tão cruel?

Quis te dar minha amizade,
Nem isso quiseste ter,
Para falar a verdade,
Eu preferia morrer,
A viver sem teu carinho,
Meu coração pobrezinho...

A vida segue doendo,
Eu, na vida vou tão só,
Na vida, sigo morrendo,
E ninguém, de mim, tem dó.
Quero somente te ver,
Não consigo te esquecer...

Marcada por essa sina,
Minha vida não tem graça.
Sem saber, és assassina,
Culpada pela desgraça,
Que se abate sobre mim,
Não sabes que és tão ruim...

Meu amor, por caridade,
Não me deixe morrer não,
Me mande essa novidade,
Ajude meu coração.
Fale que gosta de mim,
Não me deixe, triste assim...
Publicado em: 01/01/2008 20:10:33
Última alteração:22/10/2008 19:24:39


Eu plantei o meu destino
Neste pé de malmequer
Mas o mundo em desatino
Disse que ela não me quer.
Se me quer fico contente
Se não quer, que farei eu?
Meu amor se foi descrente
Mas antes ele do que eu.

Quero o toque deste rio
Molhando a sola dos pés,
Meu amor em desafio
Vou tirando de viés
Meu amor é flor de lis
Que nasceu no coração
Se me quer, fico feliz,
Se não quer? Sem solução...

Vivo em busca da saudade
Da saudade de você
Meu amor, sinceridade,
Não consigo te esquecer!
Se te trouxe esse luar
Não me digas que estou só,
Vontade de namorar
Na saudade deu um nó!
Publicado em: 14/02/2007 06:33:48
Última alteração:30/10/2008 06:45:22




Este vento que soprava
Em direção ao meu sonho,
Tantas vezes me mostrava
Um futuro mais risonho,

Meu amor veio depressa,
E tocou meu coração,
Não quis saber de conversa
Espalhou em sedução

As vontades mais ousadas,
Os carinhos mais gostosos,
Depois desta madrugada
Muitos beijos carinhosos,

Minha amada num sorriso,
Na alegria de um momento,
Me levou ao paraíso,
Inundou meu sentimento...

Pois agora, eu vou contente
Pela estrada do prazer,
No teu corpo belo e quente,
Aprendi o que é viver!
Publicado em: 02/10/2007 20:12:14
Última alteração:29/10/2008 15:09:52


Taquicárdico e louco coração
Nos passos do desejo vai, levado
Pelos raios mais fortes da emoção,
Recebe a ventania em calmo prado,
Fazendo sem saber, revolução,
Completamente insano, assim tomado,
Provoca hemorragia, inundação,
Fagulhas incendeiam cada dia,
Tornado em sentimento, fantasia...



Pudesse reverter
O mundo que sonhara
Em pura fantasia
Aonde o sonho ampara
E gera uma esperança
De um dia feito em paz,
Trazendo para nós
O canto mais audaz
Perfeita serenata
Do coração em festa
Abrindo a nossa porta
Entrando pela fresta
O vento benfazejo
Imensidão e gozo,
Numa alvorada plena
De amor, maravilhoso.




Ar, quero o ar
Do arpejo
Do airoso sonho.
Do ardente gozo
Da arcana festa
Da ardósia,
Da harmonia.

Sou parte
Inerente
Do quanto
Que senti
Em brisa e em fartura
Da cura prometida
Nas asas da alegria
No frio desta noite,
Do canto das gaivotas
Das portas esquecidas
Sereias e sonatas.

Arrasto estas correntes
Dos dentes já perdidos
Contentes e cordatas
Regatas, madrigais.
A paz sendo bendita
Escrita nos teus olhos,
Abrolhos semeados
Morreram depois disto.

Existo
Insisto
Persisto
E sobreviverei.
Verei o fim da festa
Nem que seja pela fresta
Aberta atrás da porta...





Olhando por teus olhos
O mundo que eu sonhara
As cores vêm em molhos
Mostrando como é rara
Uma cara ventura
De ser feliz um dia
Clareia a noite escura
Encharca em poesia...

Tateio na penumbra
Deslumbro um belo seio
Anseio se vislumbra
E não me faz meneio
Meu verso mais useiro
Nos usos que me dás
Confuso marinheiro
Esquece-se do cais.

Mas caço em teu olhar
Os olhos que são meus.
Não posso imaginar
O teu olhar, adeus.
Então pego esta barca
Que invento no meu verso,
Se todo amor abarca
Nos cabe um universo!
Publicado em: 26/01/2007 19:24:55
Última alteração:30/10/2008 07:55:07



Engraçada a minha sina
De morrer de tanto amor,
Toda paixão me domina
E também me traz horror.

Uma cigana falou
Que de amor eu morreria,
Por isso esse sonhador,
Foge do amor todo dia.

Toda vez que ela me quer,
Eu finjo: não é comigo,
Eu adoro uma mulher
Mas não vou correr perigo.

Quando eu quero essa menina,
Meu coração se arrepia,
Mas me lembro desta sina
De tardinha já se esfria.

Vou sofrendo o tempo inteiro,
Eu querendo e ocê também,
E de janeiro a janeiro
Vou ficando sem ninguém.

A cigana disgramada
Desgraçou o meu viver,
Tendo a mulher amada,
Sozinho vivo a sofrer!

O marido dela é bravo,
Mas, eu sei que ela me quer,
A sepultura eu não cavo,
É melhor eu dar no pé.
Publicado em: 23/08/2007 21:14:06
Última alteração:29/10/2008 17:21:06


Você diz que sabe muito,
borboleta sabe mais:
anda de perna pra cima,
coisa que você não faz.
Meu amor já não me engana
Mas gosta de se gabar,
Assobia e chupa cana,
Ela quer é se mostrar...

Filha de caboclo rico
Que não tinha nem morada,
Me fala como me explico
Se, em casa não tem mais nada.

Seu irmão, cabra valente,
Matou cinco, quatro ou três.
Pois com ele, minha gente
Mosquito nunca tem vez.

Muherzinha mentirosa
Igual a essa não vi,
Espinho cheirando a rosa,
Neste aroma me perdi.

Agora eu levo essa vida,
Da maneira que Deus quer,
Mas na cama... Esta fingida...
Que lasquera de mulher!

Observação: a primeira trova é de domínio público, da região de Ouro Fino, Minas Gerais...

Publicado em: 16/03/2007 06:34:53
Última alteração:30/10/2008 06:47:27


O MEU AMOR...

Tantas vezes procurando
Meu olhar dentro de ti
Pouco a pouco fui me achando
Percebi, estava ali.

Desregrado coração
Vai batendo em retirada
Teu amor, nossa emoção
No final não restou nada.

Passarinho bateu asas
Foi-se embora do sertão,
Tantas chamas, tantas brasas
Explodiu meu coração.

Vales, montes e cidades,
Vasculhei em fantasia
Procurei felicidades
Encontrei aleivosia.

O meu verso trovejando,
Com certeza vai chover
Meu destino é ir buscando
Meu amor em teu prazer.

“Vou-me embora prenda minha,
Nunca mais irei voltar,
A minha alma vai sozinha,
Meu amor ficou por lá...
Publicado em: 03/01/2008 15:56:03
Última alteração:22/10/2008 19:31:31



A brisa no luar, tão mansamente
Trazendo do teu nome, seus encantos...
Cismando te procuro pelas pedras
E busco nosso amor, todos os cantos...

Não sei se poderei ser mais feliz
Tampouco se trarás felicidade.
Mas ouço sempre o vento a me dizer
Que nos teus braços vem felicidade...

Na doce brisa sigo os passos seus
Encontro um calmo lago e seus espelhos.
Meus lábios no desejo de tocar
Teus lábios tão carnudos e vermelhos...

Na noite que for nossa, sem segredos,
Sem medos e sem nexo, somente...
Sorvendo cada gota que me dá
Amor que nesse amor vira semente.

Entranha cada vez bem mais profundo
E veste teu prazer nos meus anseios.
Apalpo teu vestido e já deliro
Na turgidez divina dos teus seios...

As pernas se entrelaçam num balé
E roçam desejosas, arrepiam...
Nos loucos devaneios vamos fundo,
As coxas se interagem e se fiam...

Invado teus recantos e defesas
Nas locas umidades, maciez...
Eu quero teu amor e teu delírio,
Da forma mais divina que se fez.

E sinto que esta noite não se acaba
Prossegue na manhã mais deslumbrante
Vivendo neste moto mais perpétuo
Sou teu eternamente, neste instante...
Publicado em: 21/01/2007 20:29:35
Última alteração:30/10/2008 07:56:21



Engraçado, a cada aniversário que fazes
Eu me sinto presenteado.

Comemoro não somente o dia em que nasceste
Mas, principalmente, o FATO de existires.

Existem algumas datas que devem ser
Guardadas no calendário como especiais.

Mas o dia do teu nascimento é, para mim,
Uma data especial na própria História da Humanidade!

Muito obrigado pelo TEU ANIVERSÁRIO.

Parabéns a ti mas, muito mais a mim mesmo
Que tenho o privilégio de ter te conhecido
E, mais que isso, ter-te como amiga.

Interessante que, ao contrário do que costuma acontecer,
Tu é que dás o presente, não só em teu aniversário, mas
Em todas os dias do ano.

E um presente impagável e inesquecível:

A tua presença

Publicado em: 27/11/2007 11:12:23
Última alteração:26/10/2008 20:57:06


Gosto doce da maçã
Na boca de quem amei,
Trazendo meu amanhã
Dos tempos que já passei.
Vem morena me dizer,
Conhecer a mansidão
Nos teus braços vou morrer
Maltratando o coração...

Coração não se maltrata
Dessa maneira que fazes
Maltratando, aos poucos mata
Tanta saudade que trazes
Preciso saber teu nome
E também o gosto teu
Tanta dor que me consome
Depois que outro amor morreu.

A noite que se passou
Graças a Deus não volta
Todo o mal que afetou
Não deixou senão revolta,
Mas agora vejo a luz,
Clareando a noite escura.
Só amor, amor produz,
Novo amor, desamor cura...
Publicado em: 09/12/2006 08:33:17
Última alteração:30/10/2008 09:15:31



O MENTIROSO
Causos da minha terra



Marcos,quanto tempo!!! Olha tenho um caso da minha terra, Muriaé, que é verdade verdadeira, como se diz aqui.
Um senhor estava na beira do asfalto pedindo carona e então para um carro e lhe dá a carona. O motorista começa a puxar assunto:
-Então, osenhor mora por aqui?
-Moro sim senhô, respondeu o homeme.
_Então o senhor deve saber me informar se o pessoal daqui caça muito animal silvestre, paca, capivara...
-Ô se não. O que mais caça por aqui é esses animar. Aqui nóis come esses bichos até no café da manhã. Nossa geladeira fica lotada de carne.Contou o senhor.
-Pois bem, então!Falou o motorista, deve ter também uns bons cães de caça.
-Ô se num temo. Temo cada um grandão que faz até medo.
Chegando no distrito, ponto final do senhor o motorista disse:
-O senhor sabe com quem tá falando?
-Não, respondeu o senhor.
-Sou fiscal do Ibama e estou procundo caçadores por essas bandas. Não me leve a mal, não, mas terei que levá-lo para a delegacia.
-E o senhor sabe com quem está falando?, pergunta o senhor.
-Não, respondeu o motorista.
-O senhor tá falando o maior mentirosos dessas bandas. Pode perguntar pro Pedro Eurides.



GABRIELA MARQUITO
Publicado em: 12/06/2010 05:37:36




O meu afrodisíaco perfeito...
Deitada se esmiúça em desafio.
É fera que amedronta, em pleno cio,
Proclama-se senhora do meu leito.
Sem hora chega, vê-se no direito
De vasculhar meu mundo fio a fio.
É vela que devora o meu pavio,
É rasto que me leva e rasga o peito!

Na lúbrica ternura, tantas unhas...
As garras incrustadas entram fundo.
Amor que tanto quis, sem testemunhas;
Nos jogos sedutores, entrelaces...
Nas ânsias me devoras, perco o mundo,
Nos nossos loucos gozos, tantas faces...
Publicado em: 14/01/2007 08:20:47
Última alteração:16/10/2008 14:45:06



Quê que faço desse amor
Que maltrata sem querer.
No meu peito sofredor
Tristeza fez seu viver.

Moça que me deu guarida
Tanto tempo não me quer.
Vou vivendo a minha vida
Só por ti, minha mulher...

No teu vestido rendado
Vontade de cirandar.
Vou vivendo apaixonado
Sem saber como parar.

Vou girando sem destino,
Te buscando, te buscando.
O sol tá batendo a pino
Coração vai galopando...

No galope da saudade
Eu perdi o meu caminho,
Peço amor por caridade,
Já não quero ir mais sozinho...

No canto do sabiá
No piar da juriti
Tanto amor, quero encontrar
Quando vejo, estás aqui.

Da minha terra mineira
Vou cantando o meu querer.
Minha morena faceira,
O meu amor é você!
Publicado em: 15/02/2007 14:58:15
Última alteração:30/10/2008 07:10:53



Vou tirar o teu retrato,
na beira do poço fundo;
estando com ele na mão,
estou com a jóia do mundo.
Minha amada é tão bonita
Como a flor lá do cerrado,
Me diga por que me evita
Se eu estou apaixonado?

Teu perfume inebriante
Dessa flor que é mais cheirosa
Nosso amor levo adiante,
Espinhos tem toda rosa...

Moreninha minha amada,
Eu te falo pode crer,
Minha vida não é nada
Não posso ficar sem você.

Minha casa é de taboca
A cobertura é de sapê,
Meu coração já pipoca
Somente quando te vê...

Eu plantei o meu roçado
Com tanto amor e carinho,
Quero ser seu namorado,
Já não quero ir mais sozinho...

Moça bonita teu cheiro
Perfumado como o quê,
Meu amor é verdadeiro,
O nome dele é Você!

Obs. A primeira trova é da região Nordeste de Minas Gerais

Publicado em: 13/03/2007 16:42:33
Última alteração:30/10/2008 06:11:29


O meu amor não se cansa
De chamar quem não me quer
Teimosia de criança
Não alcança esta mulher...
Publicado em: 20/08/2008 19:14:00
Última alteração:19/10/2008 20:20:51



Nesse raio de sol peguei carona
Buscando a bela estrela sedutora.
Nessa lua vermelha de meus sonhos,
Criei o meu rosal maravilhoso.
No gozo da alegria sem limites.
Nas plumas da esperança mil centelhas.
No brilho caloroso de teus braços,
Meu gozo em festa plena, raro lume.
Sertanejo verão de brilho farto.
Eu quero esse querer sempre comigo.
E o dia nascerá em novo sol...


¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬

Vem comigo meu amor
Amor que tenho comigo,
Aqui tu terás meu calor,
Aqui tu terás teu abrigo...

Nas pegadas do passado
Encontrei os passos teus,
Coração descompassado
Não quer saber mais de adeus.

De todas minhas memórias
Que a vida sempre deixou,
Só no amor eu vejo glórias
Minha vida consertou...

Eu vivia tão sozinho
Nunca vi felicidade,
Mas amor vem de mansinho
Me trazendo a claridade...

Quero o canto mais risonho,
É tudo o que sempre quis,
Tanto amor a ti proponho,
Venha me fazer feliz!
Publicado em: 18/02/2007 15:18:53
Última alteração:30/10/2008 06:48:39



O melhor está aqui guardado para você
103

Mote

O melhor está aqui guardado para você

Uma carona arranjei
E me fizeste um agrado,
Se foi bom o que te dei,
O melhor ficou guardado...

Marcos Coutinho Loures

Dos presentes que recebo,
O que traz felicidade
É o carinho que concebo,
Deste amor que ora me invade...
Publicado em: 20/11/2008 17:26:58
Última alteração:06/03/2009 17:06:09


O mar, em seu bramir clama teu nome,
Te querer tanto assim, como posso,
se em mim não há esse amor todo;
mesmo que minhalma se esvair em fogo
possa, serão faúlhas desse amor que é nosso.

Desses olhos verdes, com certeza
não encontrarei no mundo tal beleza;
como irei tocando minha lira
sem que arpejos da tualma eu fira?

Mais do que treme o coração, delira
ao te tocar vivo e ardente
e fica atravessado qual punhal,

pungido; mas a paixão maior não se sente;
nem o sangue borbulhante, quente,
nem a dor que dizem ser fatal!

Golberi Chaplin

O mar, em seu bramir clama teu nome,
Sereia que deveras foi tão minha,
E a solidão que agora já se aninha
Aos poucos, dolorida, me consome.

A lua sob as nuvens quando some
Deixando a claridade em que continha
Minha alma sonhadora; desalinha
A estrada sem ninguém que ainda dome

Este corcel insano em desvario,
Deixando tão somente escuro e frio;
Uma esperança foge, tão fugaz.

Quem dera se eu tivesse nestes céus
O brilho de mil sóis em fogaréus
Vulcânica expressão de amor e paz...
Publicado em: 18/01/2009 20:02:54
Última alteração:06/03/2009 07:19:11



Por que zombas amiga dos amores?
São frágeis, são loucuras tentadoras...
Nos guizos dos palhaços, seus atores,
Alegrias febris, mas redentoras...
Desprezas as mortalhas, santas dores.
Macabros sentimentos... Amadoras
Noites, nas gargalhadas dos horrores,
Vestidas de luares, sonhadoras...

Não zombes deste amor, é crueldade!
Por certo não concebes melodias.
Detrás deste descaso, uma verdade
Calada no teu peito, uma saudade
Daqueles maviosos, belos dias...
O medo te conteve dando-te asco...
As noites que se passam, tão vazias,
Esperam perfumar um lindo frasco!
Publicado em: 12/12/2006 07:06:53
Última alteração:30/10/2008 09:13:01


A minha alma embuçada nas torturas.
Um sino repicando esta saudade...
O gosto tão amargo, desventuras.
Nas neves que me deste, frialdade.
Num tempo que vivemos, as ternuras,
Chuvosas cordilheiras, tempestade...
Amores necessitam de branduras
Decerto não conheces liberdade...

Destino desaprendo tais estradas...
As noites esquecidas, vãs, nubladas.
O vento, calmaria, desconhece...
Meu canto transtornado vira prece...
O medo de te amar já me enlouquece
Não durmo mais tranqüilas madrugadas...
O resto do que fui já não existe...
O mundo que me deste, morre triste...
Publicado em: 10/12/2006 18:30:41
Última alteração:30/10/2008 09:14:01




Medo, arremedo de sorte
Segredo da vida
Protege da morte.
Aporte de sonhos,
Amor sem temor...
Mas, se o medo
Decide esta história
A glória, vitória
Esvai merencória.
Deixando a memória
Do que quase veio.
Amar sem receio,
Entrega total,
Amor doce enleio
Não é casual...
Publicado em: 15/05/2008 21:40:20
Última alteração:21/10/2008 12:46:52



Não tenho medo de amar,
Tão somente de perder
A razão do meu luar,
Escondido, sem prazer...

Publicado em: 29/08/2008 15:31:48
Última alteração:17/10/2008 14:27:46



Na estrada desconhecida,
O que mais vale é o respeito!
Vá devagar, na descida,
O caos não tem parapeito.

É por isso, companheiro
Que esta paixão que domina,
Bem maior que o mundo inteiro
Pela mulher, minha sina
Já me deixou bem cabreiro,
De tanto que me alucina.

Eu te conto neste instante
Como é gostoso viver,
Esse amor que é deslumbrante
Tomou conta do meu ser,
Mas quem é que me garante,
Que ele vai sobreviver?

Por toda essa minha vida,
Encontrei desilusão,
Encontrei sorte perdida,
Eu só tive decepção,
A sorte desconhecida,
Machucou meu coração.

Ela é tudo o que eu queria
O que sonhara, eu bem sei,
Vivendo essa fantasia,
Eu me sinto qual um rei,
Meu medo é que certo dia,
Quando for tarde, acordei!

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures

Publicado em: 31/08/2007 15:34:34
Última alteração:29/10/2008 15:34:17


Que culpa poderias ter, ó flor?
Se sempre me inebrio com teus versos.
Procuro todo o mel e bom do amor,
Mergulhos que traçamos mais diversos.
Que o canto que me embala, sedutor
Jamais tenha seus sons assim dispersos.
És pura sedução, minha querida
O bálsamo que cura uma ferida.

Se sou por vezes, louco e tão guloso,
A culpa é deste pobre coração.
Prefere se entregar ao doce gozo
A ter que chafurdar na solidão.
O rumo que se faz maravilhoso,
Encontra nos teus braços, direção.
Por mais que seja assim, alucinante,
Querida, já dispenso o adoçante...






O LUAR POR TESTEMUNHA...
Quando me lembro de você
Eu te amo demais
Já não tenho mais paz
O que faço de mim?
Secou meu jardim
A pombinha se foi
E deixou o meu ninho
Vazio, vazio...

Eu vou beber até cair
Se você não voltar
O que vai ser de mim?

Tenho o luar como testemunha
O sol foi embora
E deixou a saudade
Demais...

Mais e mais
Mas
Cais
Paz
Trás
Traz
Ás...

No baralho da vida
Você era a dama de copas.
Cozinhava tão bem
Fazia na sala
No quarto ou banheiro
No travesseiro
O perfume do nosso amor...
Que dor que dor que dor...

Publicado em: 15/08/2008 14:16:55
Última alteração:19/10/2008 20:13:33



Mote - "Pernilongo e mulher, comigo é só no tapa"

Tomo sopa com colher:
Tiro, da cana, a garapa!
Mas pernilongo e mulher,
Meu amigo é só no tapa!

Desculpe meu companheiro
Acredite quem quiser,
Vou contar pro mundo inteiro:
Tu apanhas da mulher!

Marcos Coutinho Loures

Marcos Loures
Publicado em: 18/02/2007 09:39:10
Última alteração:06/11/2008 12:07:39


O MAIS IMPORTANTE É O AMOR
Seu moço, por caridade
Escuta esse povo sofrido
Que vive nas tempestade,
Trabaia quar desgraçado
Pelos mata e nas cidade.
Esse povim sem parage,
Vivendo sem amparage
Dos home de capitár.
Eles chinga nóis de tudo
Quanto ruim há no mundo.
Chama nois de vagabundo
Que nois semo anarfabeto
Que nois semo cachacero,
Que num pode dá denhero,
Pra móde sobreviver,
Essa raça de safado
Desses pobre desgraçado
Que róba mais que ladrão.
Eles conta a mentirada
Pois num cunhece uma inxada
Nem sabe o valô da gente,
Pru mais que o mundo comente.
Nóis num passa de pilantra
Nossos fío, qui nem pranta
Num percisa de comida.
Essa gente é convencida
E não cunhece nois não
Não sabe o valô da vida
Sufrida nesse sertão.
Nem anda nesses comboio
Quar boi em canga marcado
Que anda dependurado
Nesses trem cá da cidade.
Nos otromóve eles passa,
Nem percebe os coletivo
Cheios desse bicho vivo
Que eles cunhece pur massa;
Trabaindo todo dia
Pra pudê dá mordomia
Presses homê, prus dotô
Nóis semo quem aproduz
A cumida que eles come
Apois veja, a própra luz
Que alumia bem os home
Se num fosse os disgraçado
Se num fosse o seu trabáio
Já tava tudo apagado,
Queria ver nos atáio
Dessa vida, vivo táio,
O rumo que eles tomava,
Quem sabe se eles paráva
Nus beco onde a gente véve
Onde não há quem se atreve
A chamar de residença
Chei de criança e doença,
Pra podê tê consciença
Da vida que leva a gente
Dexava nois té contente
Preles pudê aprender
Que num basta sabê lê
Pra se dizê sabedor
Que é percizo munto amô
E bem sei, que só merece
Amor, quem se conhece
Que num sabe conhecê
Aquele que nunca viu.
Portanto, moço seria
De munta serventia
O sinhô pode passá
Pobreza só pur um dia
Pra mode valorizá
O trabái de nossa gente
Quem sabe, ansim seu dotô
Havéra de valorá
Esse povo brasilero
Ia aprender mais, garanto
Que nos livro lá da escola
Nóis só presta em feverero
Ou se for craque de bola
Aí vanceis acha bão
Inté pága pra nus vê.
Nossas fía mais bunita
Tumbém serve pra vancê
Nas buate mais perdida
Mais se incontra pra valê
Com home de capitar
Pra servi de companhia,
Mas mar amanhece o dia
Tudo vorta como era antes
Dispois vem esse disprante
De chamá di inguinorante
O povo mais umiádo
Nois tudo semo safado
Na vóis desses doutô
Se esquece que nois é home
Nem percebe se nois come
Se nossos fío tem fome
Isso nem lembra o sinhô
Na hora dos seus projeto
Nois semo tudo uns inseto
Sirvimo pra atrapaiá
Sirvimo pra trabaiá
Pra alimentá os dotô!
Intonces já me vô indo
Pros sertão to retornando
Pras favela vô saino
Meu tempo ta se acabano
Vo vortá pro meu roçado
Ou então pro meu serviço
Passa dia mês e ano
O carro num anda, enguiço,
Já faiz tempo tá parado.
Mais ficaria contente
Se oceis perduasse a gente
Num custa perdão pedido
Perdoa por ter nascido
Um fío meu lá em casa
Que, pros óio dos doutô
Foi feito por descuidado
Nasceu fruto do pecado
Da inguinorança da gente
Mais me dexô bem contente
Esse meu menino amado
Que é fruto de munto amô.
Que nois pobre, tombém ama
Embora oceis me parece,
Num cridita nisso não
Nóis tudo fais nossa prece
Nóis tombém somo cristão.
Fíos do mesmo Sinhô
Que morreu, naquela Cruz
Que foi feito cum amô
E era pobrinho, Jesus.
Então pense por favô
Nu munto que se ensinô
O Pai de todos os home
Dos que come e que tem fome
De todos sem distinção
Que nois tudo nessa vida
Por mais que seja doída
Por mais que seja distinta
Diferente em sina e tinta,
NOIS SEMO TODOS IRMÃO!
Publicado em: 02/10/2008 06:56:09
Última alteração:02/10/2008 13:43:39


O mar chora porque não banha Minas Gerais.
Trova 169

Mote

O mar chora porque não banha Minas Gerais.

Vem lá do fundo do mar
Das regiões abissais,
O pranto, por não banhar,
As nossas Minas Gerais.

MCL


Tantos os mares mineiros
Marejando em olhos tristes
Dos meus sonhos derradeiros
O melhor: saber que existes...
Publicado em: 17/12/2008 15:58:42
Última alteração:06/03/2009 14:04:05


O mar em raras ondas
O mar em raras ondas
Adentra a fina areia
A fúria que incendeia
As horas em que rondas
As tardes, os momentos
As glórias e os caminhos
E neles seus espinhos
Diversos e sedentos,
Riscando deste mapa
O quanto ainda trago
Do amor em raro afago
Enquanto a luz me encapa
E bebo o privilégio
Da paz sem sortilégio.
Publicado em: 06/06/2010 19:45:52


O lacre
Partido
Mil acres
Deixados
Para trás.
Atrás do trio
Vencido coração
Couraça impede o frio?
No amor? Garanto o não.
Publicado em: 15/04/2009 15:50:21
Última alteração:17/03/2010 20:48:43


Um caboclo, depois de viajar o dia inteiro,chegou à fazenda de um amigo, conhecido pecuarista da região e, como o sol já estava se pondo, pediu hospedagem e foi muito bem recebido.

Acontece que o viajante estava morrendo de fome mas,como na roça a comida é servida mais cedo, o amigo só lhe ofereceu um cafezinho regado a um “dedo de prosa”.

Falaram sobre tudo, até mesmo sobre as delícias da mesa e nada de o fogão fazer fumaça.

Lá pelas 9 horas da noite, o fazendeiro não conseguia esconder o sono e, diplomaticamente, comenta:

-Como já é bem tarde, mandei arrumar o quarto e coloquei uma bacia para você lavar os pés. Você não lava os pés antes de dormir?

-Claro! Mas estou com um pouco de medo....

-Medo? Mas medo de que?

-Será que não faz mal a gente lavar os pés com estômago cheio?

Só aí o fazendeiro se mancou e mandou servir um baita lanche para o amigo visitante...

Essa quem me contou foi Juliana, responsável pelo jornal onde escrevo...

Marcos Coutinho Loures

Publicado em: 06/04/2007 15:11:17
Última alteração:29/10/2008 17:42:37

O LAMBARI E O LAMPIÃO

Em todas as cidades, há pescadores que ficaram famosos, quer pelo número de peixes pescados, quer pelo tipo de isca que costumam usar.

Aqui entre nós, quem não se lembra do Claudino, figura notável, fundador da CASA LAMBARI e que conhecia tudo de pesca.

Foi ele também um grande taxidermista, tendo aprendido a arte de empalhar animais com os melhores profissionais da época e, sobre isto, quem fala muito bem é o nosso amigo Sávio.

Um dia, estava nosso amigo Claudino, pacientemente tecendo uma rede quando um freguês entrou na loja e puxou conversa:

- Ontem, resolvi dar uma pescada e peguei um lambari de TRÊS QUILOS!

Claudino olhou por cima dos óculos e, fingindo interesse, comentou:

-Bão, este lambari, já vi, é muito bão!

- Aposto que você nunca viu um tão grande. Completou o homem.

Com seu jeito calmo, o Claudino falou:

- Com certeza. Mas, em compensação, ontem eu fisguei um lampião aceso, no fundo do rio!

O freguês ficou indignado e falou:

- Onde já se viu fisgar um trem desses, sô!

Claudino sorriu e arrematou a conversa:

- Tá bom! Você diminui o seu lambari que eu apago o meu lampião...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 20/10/2007 21:37:07
Última alteração:29/10/2008 18:37:18



O GRILO FALANTE
Aquele rapaz, pertencente a rica família, cismou que um “grilo falante” o estava perseguindo. Um grilo falante inoportuno, pois aparecia todas as noites e, durante o sono, perguntava-lhe.,

- já fez xixi? Não? Então faça

Mediante aquela ordem, o jovem urinava na cama e, depois de alguns meses, já estava dormindo com fraldas geriátricas, para tristeza de todos.

Resolveram, então, levá-lo a um médico psicanalista famoso que, tendo notado tratar-se de um caso simples, explicou:

- Eduque seu cérebro! Toda noite, antes de dormir, diga consigo mesmo:

“Assim que a voz aparecer, perguntando-me se você fez xixi, eu responderei: - Fiz sim!

E pronto! O problema estará resolvido.

Dito e feito, naquele mesmo dia, ao ir para a cama ,m o jovem repetia:

- quando aquela voz aparecer me perguntando se fiz xixi, eu responderei : Fiz sim!

E repetindo aquela frase ele adormeceu.

Alta madrugada, o grilo falante deu o ar de sua graça e perguntou ao rapaz que dormia:

- Você fez xixi?

Como havia treinado ele respondeu em sonho:

Fiz sim.

Aí aconteceu o imprevisto! O Grilo falante continuou a perguntar:

- e cocô. Já fez?

Na manhã seguinte, o moço apareceu todo borrado...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 08/04/2008 09:45:15
Última alteração:21/10/2008 18:11:55



O haicai muito bacana
E difícil pra danar,
Mas a trova mais sacana
Dá vontade de beijar...
Publicado em: 16/01/2010 13:44:37
Última alteração:14/03/2010 20:49:14


O hoje é o amanhã, que tanto me preocupava.
163

O hoje é o amanhã, que tanto me preocupava.

Preocupar-se? Coisa vã.
Meu velho assim me ensinava,
Pois o hoje é aquele amanhã,
Que tanto me preocupava.

MCL

Cada dia que se passa
Eu percebo; meu amigo,
Preocupação se esfumaça,
Não é tão grande o perigo...
Publicado em: 23/11/2008 20:25:07
Última alteração:06/03/2009 16:49:24


O HOMEM DE BRASÍLIA

Havia um prefeito na zona da mata mineira, lá pelos idos dos anos 70 de características inusitadas.
Político à antiga, tinha entre suas características mais comuns, certa ingenuidade e uma absoluta matreirice associadas com uma singular singeleza.
Contam que, no auge do Opala, como um dos carros mais bonitos e de maior status nesse país, principalmente no Diplomata, símbolo de ostentação nos meios quase rurais desse país, nosso herói comprou um desses carros.
Era o orgulho do Prefeito, todo azul, com listras brancas laterais, era lindo de se ver.
Por dentro, colocara um ar condicionado, que o fazia mais e mais se sobressair sobre as dezenas de fuscas, Variants, Dkws e Corcéis que circulavam pelas ruas esburacadas ou sem calçamento do lugarejo.
Nosso prefeito a quem vou chamar de Francisco, tinha um amor muito grande pelo automóvel, quase tanto quanto pelas “meninas” da Clarice, velha cafetina de histórias generosas e muitas vezes cômicas.
Dona de vasto repertório de intrigas e confissões, sua agenda era quase que tão temida quanto à de uma coleguinha sua famosa, lá de Brasília.
Falando em Brasília, voltemos ao fato antes que os devaneios me façam perder o fio do novelo, ou da novela...
Um dia, Francisco foi chamado para uma reunião com o Governador de Minas, Francelino Pereira, se não me engano.
Esse fato deixou nosso amigo em polvorosa. Um Governador de Estado convocá-lo para uma reunião! Era um fato de maior importância, talvez o de maior relevância naquele recém nato município.
Se arrumou, mandou comprar um Terno na Ducal, loja famosa do Rio de Janeiro, se aprontou todo, mandou a patroa comprar um vidro de Vitess, se perfumou todo, recendendo ao perfume até os cabelos.
Muito bem vestido para os padrões da municipalidade, pegou o seu Opala e mandou o motorista da ambulância, velho correligionário que, na ausência de um motorista oficial da prefeitura, se colocou à disposição de Francisco para levá-lo à Belo Horizonte.
Viagem longa, cansativa, mais de 400 quilômetros, muitos deles em estrada de terra.
“Vou pedir ao Francelino para asfaltar essas estradas” pensava nosso amigo, já se sentindo dono de uma amizade mais estreita com o Governador Mineiro.
O correligionário da Arena não ia lhe negar o pedido.
Mas, voltando ao caso, eis que chegam a Belo Horizonte, cidade grande que assustava o simplório político.
No Palácio da Alvorada, ao dar entrada, teve que deixar seus documentos, o que irritou-o sobremaneira. Mas, cada roca com seu fuso, cada povo com seu uso, pensou e obedeceu mesmo a contragosto.
Ao se sentar, defronte a uma moça bonita que o pediu para esperar um pouco, começou a sentir que sua presença era aguardada, mas não tão ansiosamente como pensara de início.
Depois de quase duas horas esperando, vê chegar um homem, todo engravatado, com uma aparência muito elegante e ares de superioridade.
Esse novo personagem, ao entrar, cumprimenta informalmente a secretária, como se já a conhecesse há tempos.
Nisso, percebe quando a mesma, pelo telefone conversa com o Governador:
-Sr. Governador, o homem de Brasília chegou.
Ah, isso fora demais. Ao que, prontamente, sem titubear, Francisco se ergue revoltado e desfere essa:
- Se ele veio de Brasília, fala pro Francelino que o Francisco que veio de Opala está aqui, num vou deixar que um camarada, só por que veio com um carrinho desses possa achar que é melhor que eu. EU VIM DE OPALA MOÇA!
Publicado em: 13/08/2006 19:39:19
Última alteração:26/10/2008 22:32:53


O Homem e a Natureza

Acho muito estranho quando alguém cita a natureza e diz que Deus fez tudo: as plantas, as flores, os animais, a água e tudo o mais PARA O HOMEM.

Deve ser interessante para Deus ouvir isso de uma de suas criações.

A natureza inteira feita PARA O HOMEM, como se fossemos algo além da natureza...

A natureza foi feita para conviver COM o homem e não PARA o homem...

Essa noção errônea de propriedade e de destino, tem nos trazido quase todos os acidentes naturais a que somos submetidos.

Inclusive a morte, em fome, do próprio homem.

Quando o homem perceber que ELE FAZ PARTE DO CONJUNTO DA OBRA e que, da mesma forma que esta obra é anterior à sua criação , sobreviverá a ele, e existe independentemente dele; talvez o homem seja mais feliz.

Quando ele quer se tornar o artista principal desta obra, passa a tentar, perigosamente, se equivaler a Deus.

E destrói as matas

as águas

os animais

a própria terra

e, por fim,

o próprio homem...
Publicado em: 01/12/2006 21:54:23
Última alteração:27/10/2008 21:23:44



O homem pescado pelo rio
Conhece os segredos da terra, do fogo e do ar.
Transforma o anzol em interrogação.
Sabe mais que ensinar a pescar...

Isnard Campos.

O Rio em que o homem pesca, mais que os segredos da terra, do fogo e do ar, conhece o peixe e o pescador!
Porque conhece também as respostas de todas as interrogações, caminha tranqüilo por que sabe para onde vai. Esse rio, também um dia, passou em minha vida e é bom saber que ele é meu amigo

Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 17/04/2007 19:44:20
Última alteração:06/11/2008 08:51:26





"Estou aqui me divertindo com esse O Homem Horizontal, que você provavelmente não conhece. O romance, recém-lançado pela editora Publit, que publica livros sob demanda, é a história de Hebdomadário de Oliveira, um homem só e desnecessário.

\"O homem desnecessário chama-se, por exemplo, Hebdomadário de Oliveira, que é esse o meu nome, exatamente esse. Sou, nesse particular, um homem comprovadamente só, por absoluta falta de outro Hebdomadário. Trago a certidão de nascimento sempre comigo, para aquelas pessoas que não acreditam que alguém possa ser, dos Oliveiras, o Hebdomadário.\"

E é nesse estilo extravagante e hilário que se desenrolam as muitas peripécias do protagonista só e desnecessário. Por vezes, rocambolescas demais, mas em certas ocasiões o enredo se rende ao estilo -- o humor erudito, poderia-se dizer.

\"-- Frank?
-- O quê?
-- Os espelhos e a cópula são abomináveis porque multiplicam o número de homens, você não acha isso, acha?
Até para citar Borges a gente precisa ter cuidado. Eu, amante profissional, falando mal da cópula, e desse modo escarrando no leito generoso que me dá amor e me alimenta a vinho de seleção e caviar. Mas o autor citado é o Borges, pô, e Borges devia pairar acima dessas susceptibilidades. Mas não paira, não paira, não paira, não.\"

Para quem gosta de descobrir novos autores, um prato cheio."
Compilado por Ítalo Joseé Mannarino
Publicado em: 07/06/2007 14:05:06
Última alteração:26/10/2008 22:44:02



O Jagunço e o Coronel
Nas artimanha da vida
Espreitando pelas greta
Incontrei a dispidida
Nas ponta da baioneta,
Moço falo que me mata,
Num tenho medo da sina,
Vô carreando nas mata,
A mão se mostra assassina,
Sô fío de gente pobre,
Orguioso sei que sô,
Num tenhu prú via um cobre,
Mas eu sô trabaiadô,
Nas terra do Coroné,
Sua fía é cumo frô,
Mas a danada me qué,
O coroné qué dotô.
Eu mar sei lê i contá,
Eu intendo é dessa lida,
Das mudança do luá,
Das istrada mais comprida...
U coroné me falô
De manera deslambida,
Qui num bastava os amô,
Prá fía dele arribá
Tinha qui sê professô...

Seu coroné eu li digo,
Aprenda cum sertanejo,
Vai guardá essa cuntigo,
Si num basta esse desejo,
Se pra vancê é pirigo,
Na moça num dô um bejo,
Cum penuginha de amô,
Num vô fazê sofredô,
Um coração tão bunito,
Mais digo i li arripito,
Uma coisa procê vê,
Há muntos anos atráis,
Vancê deve di sabê,
Qui nas históra da bibra,
Nosso Sinhô, dus escriba,
I sacerdote de riba,
Perferiu num iscoiê,
Us hôme que ele quiria,
Era uns cabra de valô.
Prá li fazê compania
Perferiu us pescadô.
Esses home era de luta,
Tinha até a prostituta,
Só num tinha era dotô...
Apois bem dispois de morto,
Quem foi li dá o conforto,
Num foi ninhum professô,
A moça que era batuta,
Na verdade ela era puta,
Mais tinha munto valô...

Acho que vancê num leu,
E se leu já esqueceu,
Ou piór, num intendeu...


Só prá cumpretá recado,
Dispois veio um sordado,
Prá ajudá nosso Sinhô,
Aprecurei um dotô,
Só achei evangelista,
É munto poco na lista,
Mais vancê num sabe disso,
Num sei pruquê fazê comiço,
E querer achá sumiço,
Num me dexé eu casá,
Num percisa preocupá,
Aqui vancê tem um homi,
A fia num passa fome,
Inté posso li ajudá!
Presta atenção nas históra,
Si vancê num tem memorá,
A gente ajuda a lembrá....
Publicado em: 20/10/2006 22:50:11
Última alteração:30/10/2008 19:29:06


As flores que plantei no meu jardim.
Jasmins e rosas, flores olorosas;
Mostrando tanto amor que tenho em mim
Enfim brotaram todas.

São flores do desejo de te ter,
Viver o nosso amor em cada olor,
Mostrando tanto amor que trago em mim.
Por ti brotaram todas...

São mansas, delicadas, perfumosas...
Nas rosas, os espinhos, retirei.
Mostrando quanto amor tenho por ti.
Assim brotaram rosas...

Vermelhas, amarelas, brancas, pétalas...
Trazendo delicados ornamentos.
Mostrando quanto amor é bom assim,
Perfume de jasmim...

Crisântemos, gerânios, lírios, palmas...
Nas dálias a beleza que me encanta.
Margaridas, tulipas e petúnias...
É belo meu jardim...

Quem dera um colibri pudesse ser,
Quem sabe poderia te encantar?
Abelha em cada flor, roubando o mel.
E te roubar p’ra mim...

Quem dera nestes versos minha amada
Das flores que me inspiram, a mais bela.
Tornando os lírios roxos, mais alegres...
Certeza de te amar.
Certeza de te ter
Certeza de encontrar
O meu maior prazer.
E ser feliz, enfim...





Padre Nonato estava fazendo sua pregação numa praça lotada de uma cidadezinha do interior. Ao longe, “um ônibus do tipo ‘jardineira”, preparava-se para deixara o ponto, carregado de passageiros.
Pregando à multidão, Padre Marcelo cantava:
-Ave, A-ve A-ve Maria...

De repente, ao notar que o ônibus havia perdido o freio e descia a rua ,a toda velocidade, em direção á multidão, o Padre parou de cantar e começou a gritar a plenos pulmões:
-OLHA A JARDINEIRA!!!!

Imediatamente, a multidão desandou a cantar:
“Ô jardineira, por que estas tão triste?
O que foi que aconteceu...”
Infelizmente, naquele dia, todos tiveram que chorar a morte de muitas camélias, atropeladas pela jardineira, carregada de passageiros...

Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 20/04/2007 21:16:08
Última alteração:29/10/2008 18:37:29


Amor que sinto e não disfarço nunca
Nem mesmo quando estou sozinho, em dor.
Vivendo sempre te buscando, nua,
Sabendo que serei bom lavrador

Que cuida sempre do jardim florido,
Que nunca temerá qualquer quimera
Pois sabe que encontrou a bela flor
Que trouxe esse vigor de primavera...

Qual fora simplesmente um jardineiro
Que sempre paciente te cultiva.
Eu quero em teu carinho, tanto amor,
Manter uma esperança sempre viva...

Folhas secas do outono sobre o chão,
São as lembranças tristes do passado.
Agora que te encontro minha rosa,
Toda essa dor esqueço apaixonado...

Eu quero o teu sorriso delicado,
Eu quero o paraíso no jardim
Vivendo todo amor que sempre soube,
Guardado, cultivado dentro em mim...
Publicado em: 10/02/2007 11:03:39
Última alteração:30/10/2008 07:31:59


Aqui, nesse fim de mundo
Contam histórias estranhas
Contam casos de defunto
Perdidos nas montanhas
Coisa que assustam o homem
Histórias de lobisomem.

Contam contos da saudade
De um tempo que não vivi,
Juram que é bem mais verdade
Que todas as que eu já vi...
Falam das moças perdidas,
De tristezas, d'amor, vidas...

Falam de tanta esperança
De esperar por mais alguém,
Que só vive na lembrança,
De quem tanto quis seu bem,
Esquecidos pelo tempo,
Nomes perdidos no vento...

Contam do amor de Maria
Que morreu no meio do mar,
Saudades de quem queria,
Com Maria se casar...
Mas o canto da sereia,
O levou, longe da areia...

Contam desse desespero,
Já nem dá mais pra escutar,
Virou do mar, o tempero
Tanto foi o seu chorar,
Choro tão desesperado
Que tornou o mar salgado...

Por isso, pelo seu pranto,
Pelo seu choro sofrido,
Começando, por encanto,
Por causa do amor perdido,
Tanta, tanta salgaria,
São lágrimas de Maria...

A Pobre moça, assombrada,
Vagueou pelas estradas
Sem rumo, amor, sem mais nada
Perambula as madrugadas,
A procura de vingança,
Só lhe resta esta esperança...

Por isso tudo se sabe,
Antes que o dia comece,
Uma luz azul não cabe,
De tão bela fosse prece,
Quem vê dessa luz padece,
Vai perdido, se enloquece...
Publicado em: 11/02/2007 19:42:10
Última alteração:30/10/2008 18:29:43



O GALO SABE QUANDO O PINTO PIA
O galo sabe quando o pinto pia

O pinto pia quando o galo canta

Mulher; não guardo almoço para janta,

Vê se não sai da minha sintonia. Josérobertopalácio



Por mais que seja chata a melodia,

Qualquer prazer decerto sempre encanta,

Vestindo do passado a rota manta,

Mulher quando gostosa tem magia, marcosloures



Porém quando perturba fica um saco,

Vontade de ficar e de ir embora,

Quem sabe faz gostoso e faz agora marcosloures



Vê se para o fuzuê e vem logo,

Me aquece nesta cama com teu fogo,

Mas de leve senão o veio fica um caco. Josérobertopalácio
Publicado em: 06/12/2009 09:51:47
Última alteração:16/03/2010 18:08:26


O futuro de um homem depende do seu presente.
135


O futuro de um homem depende do seu presente.


As coisas que me consomem,
Vou pondo, logo, de lado.
Pois o futuro de um homem,
Depende do seu passado.

Marcos Coutinho Loures

Vou passando a minha vida,
Na procura de quem quero,
Minha sorte vai perdida,
Sem futuro, desespero...
Publicado em: 21/11/2008 12:28:11
Última alteração:06/03/2009 17:01:30



O gosto da maçã // Sabor de você

O cheiro do pecado // Em desejos sentidos

amor irradiando// paixão que devora

vivo paraíso.// êxtase de prazer

Marcos Loures // Mara Pupin

Publicado em: 26/03/2007 09:56:33
Última alteração:28/10/2008 05:46:25


O gosto da maçã // Sabor de você// Sabores de Eva

O cheiro do pecado // Em desejos sentidos//Concretizados

amor irradiando// paixão que devora// sem demora

vivo paraíso.// êxtase de prazer// sem parras

Marcos Loures // Mara Pupin// Lucibei

Publicado em: 26/03/2007 10:44:37
Última alteração:28/10/2008 05:46:32



O gosto da poesia
Tem sabor dessa saudade
Que me invade todo dia
Que todo dia me invade.
Não me deixa um só momento
Nem um momento me deixa,
E não adianta queixa,
Invade meu sentimento...
Faz, na vida, uma sangria.
Mata a luz e claridade
Aborta minha alegria
Me expondo, nu, na cidade...
Publicado em: 03/12/2006 20:36:00
Última alteração:30/10/2008 10:19:33


Mil vezes te chamei na madrugada
Invadida por muitos pesadelos...
Beijava tuas mãos, os teus cabelos
E, mesmo assim, não dizias nada!

Indiferente a todos os apelos,
Em silêncio partias, na alvorada;
E tu que foste assim tão desejada,
Meus sonhos destruídos pôde vê-los!

Se minhas ilusões alçaram vôo
De um velho coração sentimental,
Não te condeno e nem te amaldiçôo!

E sou feliz assim, pois, na verdade,
Dos meus sonhos de amor, resta afinal,
O teu perfume, em forma de saudade...

Amor, quando partiste tu levaste
O bem maior que um dia pude ter.
Bem sei que tenho culpa do desgaste
Que veio, pouco a pouco, carcomer

O mundo que sonhei e que sonhaste,
Matando, sem sentir, nosso viver.
Agora o quê que faço sem esta haste;
Se, estúpido, eu perdi teu bem querer.

Saudade me tomando. O que farei?
A tua voz ecoa em meus ouvidos,
Eu sinto que jamais te esquecerei...

Morrendo lentamente... Na verdade,
Meus dias vão passando tão sofridos,
Só resta o amargo gosto da saudade...

Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures

Publicado em: 26/03/2007 22:03:47
Última alteração:06/11/2008 10:25:06



cheiro de café
gosto da broa
quentinha...
menina põe a mesa
que a saudade chegou!
Publicado em: 08/12/2007 16:41:49
Última alteração:27/10/2008 18:05:38


O GOSTO DA SAUDADE
Descortinando toda angústia fera,
O gosto da saudade, amargo vinho,
Deixado, abandonado não impera.
Meu canto que era, outrora, desalinho,
Se esgueira da tocaia da pantera.
Trazendo a mansidão d’um passarinho...
Não posso conceber a crueldade,
A vida se refez nesta verdade!

Meus olhos que viviam tão tristonhos,
São provas de que existem esperanças.
No mundo que te trago, puros sonhos,
Persiste essa alegria das crianças.
Os vales que caminho são risonhos,
Refletem tantos cantos, tantas danças.
A casa dos meus sonhos traz o mar.
O verbo que conjugo: pleno amar!

Meus dias vão passando sem tormentos,
A noite que já fora tão escura
Explode de alegria e sentimentos,
Aprendo a cada dia, que a ternura
Destrói, tão mansamente, os sofrimentos...
As dores que vivi tiveram cura,
A vida se renasce em mil momentos...
Estrela que ilumina tristes breus?
Nos braços tão amados de MEU DEUS!
Publicado em: 24/04/2008 18:26:46
Última alteração:21/10/2008 13:27:34




Minha gente nada falo

Sobre o que pensa a saudade

Sobre esse tempo mais triste

De vagar pela cidade

Procurando descrever

O que nada mais diria

Se conseguirei viver

Longe dessa fantasia

Que me traz até você

Dona dessa poesia.


Quero esperança do beijo

Nesse afã dessa saudade

Transgredir todo desejo

Vagando pela cidade

Que poderia buscar

Nesse seu corpo meu par

Na vida dessa viola

Nessa dor que desconsola

Que me faz tão sofredor

Eu busco pela alegria

Nunca rimar mais com dor


Quieto sobre a nostalgia

Que amassa a massa da dor

Cavalgando em serventia

Nos sertões do meu amor

Nas costas do meu cavalo

Batendo no sangrador

Curando todos agravos

Nos cravos cortes que calo

Nas asas do voador.


Meu sangue bate feroz

Tenta vida e tanta paz

De nada mais ser capaz

Senão ouvir minha voz

A voz do peito sangrado

Desse amor desesperado

Que nunca mais esqueci

Desse canto mais calado

Que trago hoje para ti

Pela fresta da janela

Aberto o peito, por ela,

No medo do cantador.


Sabes de tanta magia

Tantas quantas que podia

A majestade do dia

Trazer nessa poesia

Que acalma e não mais machuca

Que trava e nunca complica

Colocando na cumbuca

Com suas luvas de pelica.

Necessito teu perdão

Abrindo meu coração

Tendo medo desse amor.


Quero o céu, tua boca.

Quero estrelas nesse céu

Quero te fazer mais louca

Descobrindo no teu véu

O final de tanta luta

Sem uso da força bruta

Numa opção mais divina

Ser a lua cristalina

Que salta e mais me ilumina

Nesse céu abrasador.


Quero a esperança de óculos

Quero o desejo dos loucos

Quero não ter mais as máculas

Nem os teus segredos poucos

Quero o gosto mais vadio

O cheiro desse teu cio

No vazio peito agreste

Quero esse amor inconteste

Que me incitas, pois parece,

Que nosso mundo padece

Desse sonho encantador.


Quero ser o teu menino

Ser teu louco desatino

O mais triste e o mais feliz

Quero te ter meretriz

E sendo essa minha atriz

Me atirar ir sem destino

Caçando ao léu sem espanto

O manto alvo, belo branco,

O canto do teu desejo

Nesse mais agudo beijo

Nessa angústia desse amor.


Quero ter-te tão sincera

Do dom dessa vida, austera.

Numa proposta sem nexo

De percorrer nosso sexo

Com a fúria de animal

Com ânsias de ser voraz

Capaz, traduzir na paz,

O que da terra é o sal.

O mais de tudo, o eterno

Vestido com o mesmo terno

Que na noite primitiva

No meio desses convida

Pois que seja mais ativa

O que sempre fora vida

Da doce vida o condor.



Das trufas mais ansiadas,

As delicias saciadas

Com esse ar de protetor

Com o andar navegador

Com as sendas mais floridas

De todas as que, das vidas,

Foram todas subvertidas

Em nome das mais sagradas

Das plagas mais ansiadas

Das noites iluminadas

Das doces noites de amor.



Quero tua vida minha

Quero ter tão pobrezinha

A luz de teus olhos tontos

Quero ganhar esses pontos

Mesmo não ser vencedor

Quero ter o teu amor

Puro e pra sempre sincero

Não quero ser vencedor,

Ser simplesmente vencido

Quero em ti, o que mais quero,

É poder estar perdido

Ao ouvir o seu pedido

Nem Sempre compreendido

Desse amor sem ser vencido

Sem ter nenhum vencedor

A não ser o nosso amor


Amor de tantas saudades

De tantas felicidades

E de luzes envolvidas

Pelas nossas próprias vidas

Sempre achadas, e cumpridas,

Sangue e suor, divididas,

Entre o antes e o depois

Antes de voar nos sonhos

No rocio dessas lágrimas

Que sempre compartilhadas

São as nossas mãos. Algemas

Da vida, das mesmas gemas,

De todos os nossos temas

Os mais felizes comuns

Onde fomos nós e uns

Nesse caminho tão uno

O mesmo gosto do sumo

Da mesma doce maçã.

Num único hoje, manhã

Comum da febre terçã

E que nunca se adivinha

A não ser o que mais vinha

Do gosto do nosso amor!
Publicado em: 14/02/2007 13:27:42
Última alteração:30/10/2008 06:45:34



Minha alma na tua alma enveredada
Passando por tais pontes perigosas
Que valorizam sempre mais as rosas
Por terem sua senda perfumada.

Pretendo te fazer o que sonharas
Nos tempos doloridos da saudade
Amor que se traduz felicidade
Libertando os corcéis dos tristes haras.

Não posso me caber se não te sei
Nem sinto teu suspiro junto ao meu.
Minha alma de tua alma se perdeu.
O rumo que esquecemos, tua lei.

Passando por distantes arvoredos,
Nas alamedas sinto uma esperança;
O gosto de teu beijo já me alcança
E mata, sem saberes, os meus medos...
Publicado em: 06/12/2006 22:24:16
Última alteração:30/10/2008 09:43:38



O FUTEBOL E O SEXO
No que o sexo e o Futebol se parecem?
No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio mas também caem para um lado ou para outro e às vezes há um deslocamento. Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura.
No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece uma cotovelada no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão. Aí um vai para o chuveiro mais cedo.
Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio e que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo.
Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre camiseta e camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, também não distingue, ela tanto pode vestir um craque como um medíocre.
No sexo, como no futebol, você amacia no peito, bota no chão, cadencia, e tem que ter uma explicação pronta na saída para caso de não dar certo.
No futebol, como no sexo, tem gente que se benze antes de entrar e sempre sai ofegante.
No sexo, como no futebol, tem o feijão com arroz mas também tem o requintado, a firula e o lance de efeito. E, claro, o lençol.
E tanto no sexo quanto no futebol o som que mais se ouve e aquele "uuuhh"!!.
No fim, sexo e futebol só são diferentes, mesmo, em duas coisas. No futebol, não pode usar as mãos, e o sexo, graças a Deus, não é organizado pela CBF.
Publicado em: 19/09/2008 17:55:51
Última alteração:02/10/2008 21:06:44



Desculpe meu companheiro
Acredite quem quiser,
Vou contar pro mundo inteiro:
Tu apanhas da mulher!
Publicado em: 13/08/2007 19:38:54
Última alteração:27/10/2008 21:28:56



O FOGO DA PAIXÃO... /

Em ti,
Em mim,
Em nós,
Após,
A vida,
Uniu-se...
E alma -
Na calma -
Da chama,
Na cama,
Em lava
E espuma
Derrete-se...

Em fogo
Gostoso
Um gozo
No jogo
Denota
Festança
Remota
Esperança
Que trago
No peito,
Afago,
Com jeito
Carinho
Teu ninho...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 05/09/2007 19:35:33
Última alteração:05/11/2008 11:49:35



O encanto do nosso amor

O teu canto me encantando
Faz meu canto ter encanto
E te canto, assim meu canto.
Nosso canto, vou cantando.

Esperando novo tempo
Que não traga sofrimento
Assim a todo momento,
Sem esperar contratempo.

Amor que sempre revela
Esse amor que a gente tem.
Sem teu amor, sou ninguém,
Sou um quadro sem a tela
Vazio, e nada me encanta
Por isso, quando canta,
Todos os males espanta!!
Publicado em: 03/12/2006 10:52:37
Última alteração:30/10/2008 19:27:36



Em Miraí, nos idos de minha juventude, conheci uma criança bem ativa, um dos 10 filhos de "seu Juventino", o maior benzedor da região.

Berne, carrapato, piolho, olho-gordo, frieira, feitiço e maldições, não tinham vez, com ele! Vinha gente até do Rio de Janeiro para receber suas bênçãos!

Nas voltas que o mundo dá, fui morar na Tijuca, ali mesmo na Cidade Maravilhosa e, com isso, perdemos o contato com os personagens desta história, por longos anos!

Quis o destino que, um dia, um amigo, atribulado por problemas de ordem espiritual, nos convidasse para acompanhá-lo, numa visita a um "terreiro", na Baixada Fluminense. ....

Depois de passarmos por vielas, claras e escuras, chegamos a uma cabana, com um terreiro cheio de pessoas, cada uma delas, com uma vela acesa, na mao.

Ao nos aproximarmos, senti que aquele "pai-de-santo" não era figura estranha e ele, ao ver-me, pareceu reconhecer-me também!

Não havia erro! Comandando a cerimônia, lá estava ele, o filho do Juventino, já crescido mas igualzinho o pai!

Finda a sessão, ele se aproximou de mim, abraçou-me com entusiasmo, saudando o conterrâneo, enquanto eu podia ler, num cartaz, pendurado na parede do casebre:

ATENÇÃO MADAME!
Não descbedeça as orde dos cialmente se for o sprito mamadô! ele mandar!"
Realmente, há pessoas que sabem levar a vida... Além do trabalho, a diversão! E que diversão!


Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 04/03/2007 15:07:08
Última alteração:30/10/2008 06:12:42



O ESPÍRITO MAMADOR


Uma das características mais notáveis das chamadas “mutações genéticas” é que elas podem ser transmitidas de pai para filho, isto é, hereditariamente.
Só para exemplificar, há muitos anos, na Bahia, nasceu um pé de laranja especial, com saborosos frutos meio ácidos, poucas sementes boa consistência e grande volume. Como não havia similar conhecido, soube-se que aquele pé de laranja era uma mutação genética e a nova espécie passou a ser conhecida como “laranja - bahia”.
Daquele único pé, através de semente ou de enxertia, nasceram todos os outros, espalhados pelo mundo todo.
Pela brutalidade invulgar dos crimes cometidos por Suzane Richthofen, surgiu a hipótese de que ela venha a ser um novo tipo de ser humano, produzido por mutação genética, capaz de transmitir a seus descendentes – se os tiver -, as mesmas características de insensibilidade, que herdou.
Assim sendo, estamos torcendo para que a moça seja libertada, que se case e tenha uma filha a fim de que possa ela provar do mesmo remédio amargo que ofereceu a seus próprios pais...

Não temos mais é paciência de ouvir inúmeras versões para o ocorrido, dentre as quais, a menina teria sob a influência de um espírito atrasado, o “espírito Negrão” que teria orientado Suzane, na prática do crime.
Tal fato nos faz recordar que, certa época, em determinado “terreiro” costumava baixar no “cavalo” pai-de-santo,m quando apareciam muitas moças bonitas, um espírito oportunista bem safado, o famoso ESPÍRITO MAMADOR...
Durma-se com um barulho desses!

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 29/11/2007 09:53:13
Última alteração:29/10/2008 18:08:17



O DOUTOR CANGACEIRO
O DOUTOR CANGACEIRO
Muito engraçada a foto do Dr Geraldo Alckmin com o chapéu de boiadeiro, caiu-lhe muito bem, ficaria melhor se fosse dona Lu e seus 400 vestidos, mas como se suspeita que a ex-primeira dama tem alergia a couro cru, isso não foi possível
Obviamente o Dr comeu peixe frito, querer que ele comesse buchada de bode já seria demais, o estômago muito fino não se acostumaria com essa "iguaria". Imagino um colunista social a la Amaury Jr, noticiando o fato.
- Indescritível a elegância do nosso amado ex-governador e virtual presidente da república ao utilizar uma peça da indumentária popular, o chapéu de boiadeiro que, para quem não sabe, é o herói do povo nordestino. Valente e ignaro, mas como todo o nosso povo, bastante exótico e até, porque não dizer, bucólico.
A cada dia, nosso elegantésimo Doutor, excepcional anestesista e maravilhoso e digno defensor da cultura oriental, haja visto o investimento feito por ele e seu brilhante rebento, Thomas, na evolução da medicina alternativa no país, digna das melhores do mundo.
Por que não dizer da chiquérrima senhora Dona Lu Alckmin, dona de um dos mais belos e variados guarda roupas desse país, mulher de beleza e elegância naturais só comparáveis, e com visível vantagem à dona Rosane Collor, de doces saudades.
Ao ver o Governador fantasiado de boiadeiro me lembro do boiadeiro fantasiado de presidente, coisa HORRÍVEL, QUE MAU GOSTO, esse tal de LULA, argh... que apelido, meu Deus, utilizando-se de terno e gravata, que figura mais horrorosa; ainda mais quando acompanhado de sua mulher, a Marisa Gata Borralheira, que mulher mal vestida; duvido que tenha conta na Daslu, deve comprar suas roupas nas Casas Pernambucanas...
Querido Alckmin, o bom gosto e a elegância estarão de volta a Brasília, graças a esse belo casal.
E espero que vocês refaçam aquela reforma de pobre que os dois peões fizeram no Palácio.
Em nome da finesse e da classe, assim eu peço todo dia a São Expedito, que com a ajuda de Jairzinho de Oxóssi e seus búzios de ouro 21, isso vai acabar ano que vem.
BUCHADA DE BODE COM SARAPATEL É MAIS DIGERÍVEL...
posted by MARCOS LOURES at Segunda-feira, Abril 24, 2006
Publicado em: 15/10/2006 11:06:26
Última alteração:26/10/2008 22:42:46



O ELIXIR DA VIDA
Sonho morreu com o elixir da vida

Não vingou a pedra filosofal

A luta na alquimia deu em nada

O chumbo não deu ouro, foi o mal. josérobertopalácio



O chumbo se trocado, é ritual.

No Morro quando desce pra avenida,

Usar deste cadinho é tão banal,

Se eu tinha uma esperança; está perdida. marcosloures



E quase que eu trupico e me machuco,

Depois vens me dizer que estou maluco

Tentando adivinhar teu pensamento. marcosloures



Eu penso em prolongar a vida, amigo

E o elixir da vida eu não consigo,

Achei que tu tivesses tal unguento. josérobertopalácio

Publicado em: 17/02/2009 20:43:31
Última alteração:06/03/2009 06:23:05


O DIA EM QUE A GALINHA CRIOU DENTES...
Sabe-se que, apesar de muito criticado por sua maneira simples de se trajar e pelos hábitos nada sofisticados de vida, o homem do campo sempre despertou um certo respeito, entre as pessoas da cidade grande.

Uns elogiam sua sabedoria e outros falam de sua inteligência, apesar de não terem muitas oportunidades para demonstrar essas qualidades.

Pois um desses caboclos, certa vez foi levado ao Rio de Janeiro, onde se encantou com quase tudo, especialmente com a natureza exuberante.

Antes de retornar ao campo, quiseram os amigos levá-lo a um restaurante, a fim de testar a sagacidade do sertanejo.

Entraram todos no estabelecimento e, de acordo com o ritual, pediram a refeição. O anfitrião esclareceu que iria fazer o seguinte teste com nosso amigo:

- Escolhi este restaurante para fazer um teste com você: Vou pedir um frango e uma galinha para o almoço. Você vai ter que me dizer qual é a galinha e qual é o frango, sem que o dono do restaurante ou qualquer pessoa diga alguma coisa. Está certo?

-Mas isso é a coisa mais fácil que existe – disse o sertanejo.,

- E como você faz para estabelecer a diferença entre eles? Quis saber o outro.,

- É muito fácil. A gente sabe é pelos dentes.

Diante daquilo, todos riam da piada, mas o anfitrião questiona:

- Como, pelos dentes,m, se nem a galinha tem dentes?

- Uai, sô, mas eu tenho...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 07/04/2008 11:52:43
Última alteração:21/10/2008 19:59:41


A minha alma que era pura
Depois de tanto sonhar
Com brancura e com ternura
Resolveu me descarnar.
Se elevou achou, pro céu
Montadinha num corcel...

Pois bem, minha alma sem medo
Foi vencendo esta amplidão
Percebendo um tal segredo,
Que corrói um coração.
Vestida num alvo véu
Me inspirou este cordel...

Alma quase sem juízo
Sem temer qualquer pecado
Achando que o paraíso
Ficava ali do seu lado.
Mas o troço tava quente
A minha alma que se agüente...

Achando que era um arcanjo
Deu piscadela sem dó.
Ouvindo cavaco e banjo
Sentindo cheiro de pó,
A minha alma percebeu
Não era branco, era breu.

Sentindo esse desafio
De passear sempre a esmo,
Saltando por sobre o rio
Sentiu que não era o mesmo
Que imaginara, coitada
Dessa minha alma penada...

Eu fiquei aqui parado
Esperando ela voltar
Tava ficando cansado
Cansado de tanto esperar...
Ela percebeu, coitada
Alguma coisa anda errada...

Passeando pelo espaço
Tanto calor que sentia
Vestida deste cansaço
Nunca vinha noite fria
Apesar de ser inverno,
Descobriu: tava no inferno...

A minha alma se assustou
E voltou pra cá correndo
De cabeça mergulhou
Quase que acabou morrendo.
Agora tá bem quietinha
Sossegada, só na minha...
Publicado em: 23/01/2007 19:58:10
Última alteração:30/10/2008 16:59:00



O dia em que Nasceste, Amor.

No dia em que nasceste, tanta luz!
Os céus em claridade, extasiados,
Por fogos de artifício iluminados
Ao nascer desta estrela que reluz
Cobrindo toda terra de alegria,
Recobrindo o universo em fantasia.

Gerada pelos raios, pleno amor,
Num êxtase fantástico da paz.
De um útero materno em esplendor,
De tudo que um deus bom será capaz
De dar em gratidão à quem amara.
Entre todas as jóias, a mais cara.

E vieste deitar-se aqui do lado,
Maravilhando os sonhos mais sutis,
Trazendo para o peito apaixonado
As boas novas: ser, enfim, feliz.
A deusa enobrecendo meu viver
Refaz meu coração em seu prazer!
Publicado em: 06/12/2006 13:29:51
Última alteração:30/10/2008 09:59:43



Seu moço vou lhe contar
Um sonho muito esquisito
Que toda noite vem cá
Eu conto de novo e repito.
Com tanta gente bonita
Nesse mundo de Meu Deus
Eu não tô fazendo fita
Pergunte pros olhos meus,
Quase que assim me acabo
Passando por tanto frio
Já me dando calafrio
Eu sonhei com o diabo...

Pois bem quando vi o bicho
Conversando com o Senhor
O meu ouvido eu espicho
Pra escutar o falador
Que falava bem baixinho,
Em tom de lamentação
Diabo falando mansinho?
Esconjuro, meu irmão,
Coisa nova para mim,
Coisa de outro planeta
Diabo falando baixim?
Isso é coisa do capeta!

Eu vou tentar repetir
O que falou o danado,
Foi o que deu pr’ouvir
Desse demo desgraçado:

-Meu pai eu não guento mais,
Tenha piedade de mim,
Tudo que um sujeito faz
Nessa vida de ruim,
A culpa é desse que fala
Com a Vossa Senhoria,
A dor na minha alma cala,
Não ouço outra sinfonia.

Mulher chifrou o marido
Com vizinho ou com padeiro,
O dinheiro foi perdido,
Sumiram com paradeiro,
O sujeito deu um tiro
Por umas brigas de fato,
Outra mulher quer prefiro,
Ou a quebra do contrato,
Político fez ladroagem,
A vizinha quis te dar,
Filho fazendo bobagem
Outras ervas quis fumar
Sócio deu golpe na praça
Tacaram fogo no mato,
Sujeito tomou cachaça
E num quis pagar o pato,
Outro cabra tropeçou,
Na queda quebrou nariz,
Quem foi que ele culpou?
O capeta esse infeliz.

Já não agüento Senhor
Tudo de ruim que acontece
Todo traste pecador,
Rogando a ti numa prece
Diz que a culpa é toda minha,
Eu juro que não agüento
Mais ouvir a ladainha
Pouco a pouco me arrebento
Com a danada falação
Todo mundo se esquecendo
Que nós tudo é como irmão,
É melhor eu ir morrendo
Não agüento isso mais não
Pois pelo que estou sabendo
Cristo em crucificação
Sofreu uns dias de dor,
Agora eu, o capetão,
Por onde quer que eu for,
Vou carregando essa cruz
Que me pesa o tempo inteiro,
Só porque um anjo de luz
Teve inferno em paradeiro...

Já que a culpa é toda minha
Pra todos vou sugerir
Uma coisa muito certa,
E bem fácil de sentir.
Deixando a cadeia deserta
E prender só o culpado,
Que é o capeta desgraçado
Causador de todo o mal
Vai ser sensacional
Economiza dinheiro
E garante o capital.
Libertando o mundo inteiro
Deste sufoco infernal
Não ter mais prisioneiro
Vai ficar tudo legal.

Mas a culpa disso tudo,
É do Senhor, Grande Pai,
Mas eu bem sei que contudo,
Sua cabeça mudou
E ganhou um certo nexo,
Todo anjinho que criou
Depois de mim, não tem sexo.

A culpa foi da diaba
Da mulher que eu escolhi,
Toda noite me chifrava
Só depois eu percebi.

Nasceu chifre, nasceu rabo,
Fiquei vermelho, raivoso,
Virei o capeta, o diabo,
Esse bicho pavoroso,
Culpado de tudo de errado
Que na terra o homem faz,
Tem pena desse coitado,
Deixa esse diabo em paz!

Publicado em: 19/03/2007 15:02:45
Última alteração:30/10/2008 16:47:21



O DIA EM QUE SONHEI COM O CAPETA...
Seu moço vou lhe contar

Um sonho muito esquisito

Que toda noite vem cá

Eu conto de novo e repito.

Com tanta gente bonita

Nesse mundo de Meu Deus

Eu não tô fazendo fita

Pergunte pros olhos meus,

Quase que assim me acabo

Passando por tanto frio

Já me dando calafrio

Eu sonhei com o diabo...



Pois bem quando vi o bicho

Conversando com o Senhor

O meu ouvido eu espicho

Pra escutar o falador

Que falava bem baixinho,

Em tom de lamentação

Diabo falando mansinho?

Esconjuro, meu irmão,

Coisa nova para mim,

Coisa de outro planeta

Diabo falando baixim?

Isso é coisa do capeta!



Eu vou tentar repetir

O que falou o danado,

Foi o que deu pr’ouvir

Desse demo desgraçado:



-Meu pai eu não guento mais,

Tenha piedade de mim,

Tudo que um sujeito faz

Nessa vida de ruim,

A culpa é desse que fala

Com a Vossa Senhoria,

A dor na minha alma cala,

Não ouço outra sinfonia.



Mulher chifrou o marido

Com vizinho ou com padeiro,

O dinheiro foi perdido,

Sumiram com paradeiro,

O sujeito deu um tiro

Por umas brigas de fato,

Outra mulher quer prefiro,

Ou a quebra do contrato,

Político fez ladroagem,

A vizinha quis te dar,

Filho fazendo bobagem

Outras ervas quis fumar

Sócio deu golpe na praça

Tacaram fogo no mato,

Sujeito tomou cachaça

E num quis pagar o pato,

Outro cabra tropeçou,

Na queda quebrou nariz,

Quem foi que ele culpou?

O capeta esse infeliz.



Já não agüento Senhor

Tudo de ruim que acontece

Todo traste pecador,

Rogando a ti numa prece

Diz que a culpa é toda minha,

Eu juro que não agüento

Mais ouvir a ladainha

Pouco a pouco me arrebento

Com a danada falação

Todo mundo se esquecendo

Que nós tudo é como irmão,

É melhor eu ir morrendo

Não agüento isso mais não

Pois pelo que estou sabendo

Cristo em crucificação

Sofreu uns dias de dor,

Agora eu, o capetão,

Por onde quer que eu for,

Vou carregando essa cruz

Que me pesa o tempo inteiro,

Só porque um anjo de luz

Teve inferno em paradeiro...



Já que a culpa é toda minha

Pra todos vou sugerir

Uma coisa muito certa,

E bem fácil de sentir.

Deixando a cadeia deserta

E prender só o culpado,

Que é o capeta desgraçado

Causador de todo o mal

Vai ser sensacional

Economiza dinheiro

E garante o capital.

Libertando o mundo inteiro

Deste sufoco infernal

Não ter mais prisioneiro

Vai ficar tudo legal.



Mas a culpa disso tudo,

É do Senhor, Grande Pai,

Mas eu bem sei que contudo,

Sua cabeça mudou

E ganhou um certo nexo,

Todo anjinho que criou

Depois de mim, não tem sexo.



A culpa foi da diaba

Da mulher que eu escolhi,

Toda noite me chifrava

Só depois eu percebi.



Nasceu chifre, nasceu rabo,

Fiquei vermelho, raivoso,

Virei o capeta, o diabo,

Esse bicho pavoroso,

Culpado de tudo de errado

Que na terra o homem faz,

Tem pena desse coitado,

Deixa esse diabo em paz!
Publicado em: 30/10/2008 16:47:53
Última alteração:31/10/2008 01:37:13


A bandinha no coreto
Chama a gente para a dança
Meu amor eu te prometo
Um anel, uma aliança.
Não é vidro não senhora,
Nem é pouco o meu amor,
Toda rosa chora, chora
Pelo cravo, triste flor...

Publicado em: 01/09/2008 21:47:19
Última alteração:08/09/2008 05:00:50



O cravo foi bater na pobre rosa
Somente por ciúme da coitada
A rosa, todos sabem é formosa
Adora todo dia ser cheirada,
Coitada desta rosa toda prosa,
Tanto apanhou, ficou despetalada,
Do cravo se afastou, não anda junto
Restando para ele só defunto...
Publicado em: 10/11/2007 11:42:38
Última alteração:29/10/2008 12:35:30


O CRÍTICO

Rapaz, você se sente incomodado?
Não sabe nem se conhece o que diz.
Se manca, vê se não mete o nariz.
Dance, mas se mantenha no tablado. JRPALÁCIO

Eu faço cada verso de bom grado
E sei que sou apenas aprendiz,
Porém se isso te faz ser infeliz,
Desligue o rádio. Nunca é pecado ZÉ DO JEGUE

A gente liberar a nossa voz
Direito que pertence a todos nós
Segundo nossa lei que hoje vigora ZÉ DO JEGUE

Os versos seguem livres como o vento,
Refratários às críticas. Seu intento:
Jamais fazer distinção a alguém lá fora. JRPALÁCIO
Publicado em: 01/10/2008 13:16:45


O CU FEMININO

Amor o sabe - expondo aos deuses a epopéia
Singela de seu cu magnífico, um espelho
Límpido da beleza, que ali quer se ver
Pra crer. Cu feminino, que vence o viril
Serenamente - o de efebo e o infantil.
Ao cu feminino, supremo, culto e glória!

Paul Verlaine

Rosácea maravilha em orifício
Que se abre aos meus desejos e carinhos
Depois de certo tempo, um belo vício
Feito defloração nos mesmos ninhos.

Um belo cu se ganha e se conquista
E quando se arreganha, um rei supremo,
Que faz tão bem ao gozo quanto à vista
Ao vê-lo, eu sou sincero ainda tremo

E penso nas batalhas e rodeios
Nos não que temerosos tanto ouvi,
Não são oferecidos como os seios,
Na guerra que ganhei, também perdi

Na busca dos prazeres me alucino
Ao ver da fêmea o cu, não me domino...
Publicado em: 15/08/2007 13:26:21
Última alteração:14/10/2008 13:31:11

O DANADO DO AMOR...
Mas meu Deus o quê que eu faço
Estou numa encruzilhada
A morena é um pedaço
Imagina ela sem nada,
Deitadinha no regaço
Com a pele arrepiada,
Me deixando quase louco.
Ah! Meu Deus, mas que sufoco!

Imagino-me tirando
Tua roupa em tua cama
O teu corpo decorando
Acendendo em brasa a chama,
Eu aos poucos penetrando
Desvendando toda a trama,
Eu estou ficando louco,
Mas Deus meu, vale o sufoco!

Devagar, mas com receios,
Vou beijando o teu pescoço
Desço a mão pelos teus seios
Vai me dando um alvoroço
Procurando em outros veios
Teu caminho, que colosso.
Meu amor eu fico louco
Nosso amor, puro sufoco.

Vou descendo o umbiguinho
Percorrendo tantas trilhas,
Com meus dedos, de mansinho,
Encontrando as maravilhas,
Tou chegando nos teus ninhos
Já me encontro nos virilhas.
Isso me deixa tão louco,
Que delicia de sufoco...

Se porém numa hora agá
Sorrateiro, o namorado.
Vir cismando de chegar
Meu amor estou ferrado.
O negócio vai baixar
No final, sobra um capado.
Se for eu: já tem bem pouco
Xixi não faço sentado!
Publicado em: 05/04/2008 09:41:31
Última alteração:21/10/2008 17:01:09



O Desejo de um Beijo

Desejo de viver do desejado
Objeto do desejo que desejo,
Em versos que pretenso, te versejo
Eu vejo meu destino em ti traçado.

Se traço esses meus versos dos teus traços,
Por certo farei verso mais bonito.
Não creio no receio deste grito
Que solto, nos meus versos, nos espaços.

Embora temeroso que não gostes
Dos versos que desejo que tu leias.
São feitos desse amor que salta as veias.
E fazem meus desejos minhas hostes.

Se faço destes traços meu pedido,
Me perco no desejo de dizer
Em tudo nesse mundo posso crer
Sem medo de saber desiludido.

Se culpa já carrego, pois desejo,
Desculpas não consigo nem pretendo.
Nos versos que desejo ver-te lendo,
Desejo que me dês primeiro beijo!
Publicado em: 02/12/2006 13:00:11
Última alteração:30/10/2008 19:10:56


o desejo mais atroz
é querer quem não me quer,
para ouvir a sua voz
eu plantei um malmequer...
Publicado em: 17/01/2010 13:23:52
Última alteração:14/03/2010 20:21:54



O DESTINO DA SUCURI/

Mas se a "sucuri" não sobe,
Já não sente um frenesi,
Fique calmo, não se afobe:
- Viagra tá mesmo aí!

Na verdade meu amigo,
O buraco é mais embaixo
Tanto tanto que persigo
Sucuri eu já nem acho,.

A cobra virou minhoca
Já sumiu, que dura hipótese,
O que um dia foi chapoca
Agora precisa de prótese...

VITÓRIO SEZABAR
MVML
Publicado em: 15/09/2007 15:00:02
Última alteração:04/11/2008 16:56:24

O DESTINO DE UMA PULGA CURIOSA...

Atrapalhou a noitada,
Foi uma tremenda luta,
Com essa pulga assanhada
Perdida na sua...gruta!

A pulga eu te garanto, na verdade,
Fez tudo pra acabar com a festinha,
Depois que ela encontrou tanta umidade,
Morreu bem afogada, a coitadinha...

VITÓRIO SEZABAR
MARCOS LOURES
Publicado em: 24/11/2007 16:12:39
Última alteração:29/10/2008 12:37:53



O dia amanhecendo sempre escuro
O dia amanhecendo sempre escuro
No peito de quem nunca soube amar,
O chão nega o cultivo e segue duro,
Não posso neste solo cultivar.
O fruto da alegria está maduro,
É hora de colher e festejar.

No peito de quem ama, um sonhador,
O dia se promete libertário,
Um canto que anuncia o pleno amor,
Não deixa um coração mais solitário.
Vivendo esta esperança vou propor
Horizonte mais belo e solidário.


Bonança nos carinhos de outro alguém,
Depois da tempestade quero e vem.
Publicado em: 13/12/2008 21:47:06
Última alteração:06/03/2009 14:13:12



O DIA DE TEU ANIVERSÁRIO

Feliz por poder ter tua amizade
Eu digo ao mundo inteiro da alegria
Levando no meu canto a claridade
Imensa que se faz no dia a dia.
Zelando pelo sonho: liberdade!

Amiga no momento mais preciso,
Nascido deste amor que a ti carrego,
Intensa sensação feita em sorriso,
Vencendo toda a dor, jamais eu nego
Estrela que mostraste ser tão forte,
Raiando uma esperança que já vem
Sabendo da emoção que nos transporte
Aos braços da mulher que eu quero bem.
Risonha data mostra o calendário
Ímpar ao demonstrar a nossa sorte:
O dia em que fizeste aniversário.
Publicado em: 11/10/2007 20:28:27
Última alteração:26/10/2008 21:20:48



Me falaram como é bom,
O viver sem ter marasmo,
Mais gostoso que bombom,
Deve ser o tal de orgasmo...
Publicado em: 07/08/2008 18:08:21
Última alteração:19/10/2008 19:41:25



A noite apascentando meus olhares,
O cais se distancia da verdade...
Descubro liberdade nos palmares,
O rosto da tristeza na cidade...
Amores não me trazem novos ares,
No beijo que me rega, falsidade.
O mistério esbraveja nos meus mares,
No lago tão distante, da saudade...

A noite se transcorre tão silente,
Nos roncos e sibilos desses ventos...
O mundo, falseando a minha vida,
Que sempre considero mais perdida
Se encontro teus amores de repente.
O canto da saudade é envolvente,
Me alaga de tempestas, sofrimentos,
Prepara a minha doce despedida...
Publicado em: 10/12/2006 19:04:18
Última alteração:30/10/2008 09:13:54



O Cãozinho
Menina muito esperta, Ritinha tinha um defeito; a curiosidade em excesso cria situações inauditas.
Oracina, sua irmã adorava cães e gatos; e os tivera às dezenas; se não fosse João Polino, aquela casa em Santa Martha teria se transformado num verdadeiro asilo de cães abandonados.
Acontece que um deles, o Plutão, era o xodó de Oracina.
Muitas vezes brigara com seus irmãos por causa daquele cãozinho.
Realmente o bicho era bonito, todo negro e com uma pequena mancha branca próximo aos olhos, dando uma sensação de uma bela máscara de carnaval; Joãozinho, muito sacana tinha colocado o apelido de Máscara Branca no animalzinho, em homenagem à famosa marchinha de carnaval muito tocada na época.
Plutão resistira a todas as tentativas de expulsão que João Polino efetuara.
Vira-latas sim, mas com classe e beleza. Manso até onde podia chegar, Plutão era o companheiro mais constante de Oracina.
Quando saia quer fosse de noite ou de dia, Plutão a acompanhava, fiel e companheiro.
Ritinha, crescendo junto com o animal, pois eram praticamente da mesma idade, tivera por ele um afeto quase que fraternal.
Adorava brincar com o animalzinho o que, muitas vezes, causara ciúmes em dona Rita e mesmo em Oracina.
Numa tarde, lá pelos idos de 1979, deu-se uma enorme confusão na casa.
Corre-corre e latidos misturados com desespero. O pobre animal corria feito louco pela casa a fora, sem que ninguém entendesse por que.
Oracina, com medo de que seu bibelozinho estivesse doente e, pior, fosse necessário sacrificá-lo, entrou em pânico.
Nisso, com a cara mais lavada do mundo, Ritinha adentra a sala, esclarecedora:
-O que houve, pergunta Oracina à sua irmã caçula.
A resposta veio rápida e com toda a simplicidade que somente a infância traz.
-Sabe o que foi? Pergunta, já respondendo Ritinha.
Sabe a cachorrinha da vizinha, a Lulu?
-Sim, responde Oracina, assustada.
-Pois é, o Plutão machucou a patinha da frente.
-E daí?
-Daí a Lulu, ficou com peninha dele e deu uma carona, amarrada nele igual aquele recoque que puxou o carro do tio José outro dia. (reboque queria dizer a ingênua criança)
- Tá bom e o quê que você fez, pestinha?
Perguntou Oracina já irritada com a caçula.
-Daí eu fiz uma coisa errada, e é por isso que ele ficou com raiva de mim...
-Fala, peste, o que você fez?
-Ah, Cicina, eu cortei a cordinha...
Publicado em: 27/08/2006 21:54:04
Última alteração:26/10/2008 22:41:19



Ô CARA //

Ô cara, quem te compra não conhece!
Tu sempre aprontaste pela vida,
Tocando sempre o dedo na ferida...
O tempo te consome e tu não cresces.

Na escola nunca fostes bom aluno!
Querendo ser cantor tu desafinas,
Malandro te trajas qual gente fina.
Trabalho deixas pra segundo plano.

JRPALÁCIO

Verdade é que tu gostas de moleza,
Sentar no micro-pênis, uma idéia
Quem gosta de levar na correnteza

Sem ter qualquer momento duro e crítico,
Roubando quem aplaude da platéia
Nasceu pra ser ladrão ou ser político...

Publicado em: 21/09/2008 20:56:26



A moça que se entrega
Ao sonho interminável
Do carinho que não nega
Amor imaginável.
Recomeça a ser
O ser que sempre quis
Ser feliz
Beber o bis
Da boca prometida...
Num abandono
Se dar à lua
Nua...
Mergulhos em doce mar.
Na ilha que não vem,
No seio que amamenta,
No ronco do marido,
No filho que saiu,
Na lua que se entrega
O neto que chegou...
A vida que passou.
A moça continua.
Publicado em: 24/05/2007 21:18:03
Última alteração:29/10/2008 17:45:18



O casal de velhinhos
O casal de velhinhos


Aquele ‘filósofo popular’ costumava dizer o quanto a natureza era sábia! Segundo ele, ao chegar à velhice, o ser humano passa a enxergar menos para não ver as rugas do próprio rosto; a escutar mal para não ouvir o que os outros dizem dele, e assim por diante, em relação aos sentidos.

Tal fato fez-me recordar o acontecido num domingo, em que o casal de velhinhos foi assistir à missa, e enquanto o padre fazia sua pregação, a idosa senhora virou-se para o esposo e comentou baixinho, ao pé do ouvido:

- Tampa o nariz que acabei de soltar um ‘pum’ silencioso! E você sabe que quanto mais silencioso, mais fedorento ele é.

O marido parecia desconsertado, especialmente porque o padre parou a pregação e toda igreja parecia olhar em direção ao casal.

- O que é que eu faço agora? – Perguntou a mulher.

O esposo respirou fundo, aproximou-se do ouvido da mulher e disse:

- Agora, agora você não vai fazer nada! Mas quando chegar em casa, pelo amor de Deus, coloque bateria nova em seu aparelho auditivo...


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 25/11/2009 18:22:51
Última alteração:16/03/2010 20:43:54



O CAVALO VAI FUMAR

Aquele fazendeiro estava sempre provocando a inveja de seus vizinhos, porque tudo para ele tinha de ser o melhor! Era a melhor semente, o melhor reprodutor, o melhor gado leiteiro e assim por diante.

Um dia, ele avisou aos empregados que iria comprar um cavalo reprodutor, de conhecida e premiada raça, mandando construir um estábulo especial para abrigá-lo.

Quando o animal chegou foi aquela romaria em sua fazenda! Todos queriam ir lá, conhecer o animal que, em poucos dias ficou famoso.

O novo estábulo estava construído perto da porteira da entrada, para ter maior visibilidade, a uns dois quilômetros da Sede da mesma.

Estava o fazendeiro almoçando, quando alguém avistou, vindo de longe, montado num pangaré, um seu compadre que, há muito, ele não encontrava.

Com certeza, ele vinha visitar também o cavalo e, ao chegar à área reservada às visitas, perto da porta de entrada da casa-grande, o rico fazendeiro foi recebê-lo com um abraço e o visitante, depois de explicar que viera ver a nova aquisição do amigo, perguntou-lhe.

- Eu passei pelo novo estábulo e queria saber se o seu cavalo fuma.

- Fumar? É claro que não! Por que é que você pergunta isso?

Com toda a calma do mundo, ele respondeu:

- É que tava saindo uma fumaça de lá de dentro. Se ele não fuma, pode crer que estava pegando fogo na palha!...

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 07/04/2008 10:20:09
Última alteração:21/10/2008 19:58:53



Mote – “Quando paro no Posto, encho logo dois “tanques”.

O patrão sabe meu gosto
E não reclama dos “tranques”;
Mas, quando paro no posto,
Eu encho, logo, dois tanques...

Quando pára já se atrasa
Isso não tem solução,
A mulher, sozinha em casa,
Enche o tanque: Ricardão!

Marcos Coutinho Loures

Marcos Loures
Publicado em: 18/02/2007 09:48:08
Última alteração:06/11/2008 12:07:35


O cachorro segue a moto,
O cachorro segue a moto,
Vai latindo sem juízo,
Meu olhar em ti eu boto
E já vejo um Paraíso...
Publicado em: 13/08/2008 18:56:31
Última alteração:19/10/2008 19:59:24


O Caixeiro Viajante e a Onça
Naquele dia de dezembro, João Polino, maior expoente da JR distribuidoras de alimentos, sediada em Cachoeiro do Itapemirim, ia ter que viajar para São José da Pedra Menina, no município de Espera Feliz, nas Minas Gerais.
A estrada era de terra e, como não havia condução para lá, João teria que ir a cavalo.
Nada demais para o grande cavaleiro, acostumado com a montaria, desde menino. Rei dos rodeios que começavam a ser disputados naquela região.
Domador de cavalo bravo, João tinha, por costume, levar a sua garrucha pelas estradas pois, principalmente nas madrugadas era comum se deparar com matilhas de cães do mato, onças pintadas e outras feras que habitavam aquelas matas do Caparaó.
Durante o caminho, solitário e ansioso, João contava com as estrelas como guia e em noite de lua clara, a lua dava a claridade necessária para que a travessia fosse feita sem maiores problemas.
Em São José da Pedra Menina, João era muito conhecido, tendo pousada na hora que quisesse, mas a saudade de sua amada não permitia que o mesmo pernoitasse por lá, ainda mais que a carne é fraca e os olhos azuis conquistadores, não daria outra...
A sorte de João era que, além da garrucha, levava consigo um canivete, desses que os caboclos usam para cortar fumo e unha...
Naquele fatídico dia, a noite estava enluarada e João, para distrair, começou a imitar todos os passarinhos que conhecia. De canário a curió, passando pela graúna, João era um dos maiores imitadores de passarinho da região.
O canto do inhambu era extremamente familiar para João. Para João e para a pintada.
A pintada não, as pintadas...
Ao imitar o inhambu, João nem reparava que estava preparando a própria cova.
Pois bem, em meio ao canto, recebeu, surpreso uma resposta...
Atrás do inhambu, ia João, e o inhambu atrás de João. Inhambu não, onças e das grandes.
Ao avistar as pintadas e perceber que estava com a garrucha, ficou num mato sem cachorro.
Se desse um tiro, poderia matar uma onça, mas a outra teria tempo e disposição para engoli-lo, e vivo...
Parou, pensou e sem pestanejar agiu.
Mirou não na onça, mas no canivete.
Canivete à frente, a bala disparada, metade da bala em cada onça.
Uma correria de dar pena; os dois monstros miando e correndo, feridos de morte.
Acontece que, pensando que ninguém iria dar crédito a sua história, João não perdeu tempo: agarrou a onça pelo rabo, logo a maior delas.
A bichinha saiu correndo mas a pele, descolando-se toda, ficou nas mãos de João.
Ao chegar em Santa Martha, o maior sucesso.
Todas as moças querendo saber do ocorrido, todo mundo em polvorosa.
A história correu mundo, mas só não convenceu a José Reis que, homem sabido, tinha visto a mesma textura e os mesmos desenhos do “couro” de onça, numa confecção de tecidos que visitara em Vitória, no mês anterior...

“Em Homenagem a Chico Anísio”
Publicado em: 27/08/2006 18:26:56
Última alteração:26/10/2008 22:41:02



O CALOR DE UMA AMIZADE

Meu coração já navega
Muito além do que sonhamos
Esperança assim carrega
Doutros mundos que buscamos
Tendo amizade por cais
Procurando por sinais

Que me mostrem ser possível
A perfeita caminhada,
Coração vai impassível
E não teme quase nada,
Pois encontra a claridade
No calor de uma amizade
Publicado em: 03/11/2007 10:09:23
Última alteração:29/10/2008 14:31:17



Meu coração já navega
Muito além do que sonhamos
Esperança assim carrega
Doutros mundos que buscamos
Tendo amizade por cais
Procurando por sinais

Que me mostrem ser possível
A perfeita caminhada,
Coração vai impassível
E não teme quase nada,
Pois encontra a claridade
No calor de uma amizade
Publicado em: 28/11/2008 13:45:49
Última alteração:06/03/2009 16:29:59

172

Mote

O caminhão está cheio, mas o coração vazio...

De te perder, o receio
Faz-me sentir calafrio,
Se o caminhão anda cheio,
Coração está vazio.

MCL

Coração traz a saudade
De quem foi e não voltou,
Procurei felicidade,
Pois tristeza me lotou...
Publicado em: 17/12/2008 16:07:41
Última alteração:06/03/2009 14:04:38

161

O bom não é ser importante, o importante é ser bom.


Você quer ser importante,
E diz isto, alto e bom som,
Mas sou eu quem lhe garante,
Mais importante é ser bom.

MCL.

Importância nesta vida
Só se dá pra quem merece,
Numa estrada quando ungida,
A bondade expressa e tece...
Publicado em: 23/11/2008 19:38:50
Última alteração:06/03/2009 16:49:59


Procurando teu olhar
Nos olhos que não concebo
Onde posso te encontrar
Buscando não te percebo.
Nem nas estrelas que vejo
Nem na lua te antevejo.

Tenho os meus olhos cansados
De buscarem olhos teus,
Noites claras, calmos prados
Nuvens chumbo, negros breus.
Até no mar te procuro
No passado e no futuro.

Tanto tempo que te quero
Mas não sei mais onde estás.
Amor que tanto venero
Sem te ter cadê a paz?
Não vejo sequer pedaço
Vou perdendo p’ro cansaço.

Depois de muita insistência
Agora que me cansei,
Já quase sem paciência,
Depois de tudo, encontrei.
Do começo até o fim,
Escondida dentro em mim!
Publicado em: 12/05/2007 20:59:59



Meus olhos te percebem nesta estrada
Distante dos meus olhos caminheiros,
O brilho que me mostras, verdadeiro
Reflete nesta noite enluarada...

Durante tanto tempo em minha vida,
Busquei pelo brilhar dos olhos teus,
Embalde nos teus olhos quis ver Deus,
Em cada nova aurora amanhecida.

Vestido da ilusão que me tomara,
O tempo se passou e te perdi.
Dos olhos que mostravas me esqueci,
A jóia de viver tornou-se cara.

Depois de tanto tempo e sem costume,
Ao ver o brilho manso que trazia;
Reparo como é grande a fantasia,
Do brilho dos teus olhos, vaga lume...
Publicado em: 29/04/2008 12:03:39
Última alteração:21/10/2008 14:26:18


O brilho está
no teu lindo olhar
olhar de quem sabe
com maestria, versejar ...
Ivana

Brilho que rebrilha
Nos teus brilhos
Apenas um reflexo
E nada mais...
Publicado em: 05/03/2008 19:32:14
Última alteração:22/10/2008 15:20:53


Na claridade da aurora
O brilho dos olhos teus
No contraste com os breus
Tanta beleza nesta hora...

Amada, como fascinas,
Ao te ver tão de repente,
Amar é, decerto, urgente,
Nas auroras que iluminas...

Depois de tanto tormento,
Depois da vil solidão,
Abrindo meu coração,
A doçura de um momento.

Não quero mais que tu vás,
O que farei se tu fores?
Não quero mais os horrores.
Preciso viver em paz!

Depois de tanto sofrer,
Sem ter ninguém ao meu lado.
Um viver desesperado,
Esperando o sol nascer.

Quando te vi, na manhã,
Iluminando, serena,
A minha alma, tão pequena,
Passou a ter amanhã!

Toda alegria de agora,
Que alimenta a fantasia,
Surgiu, tão bela, em um dia
Em teus matizes, aurora...
Publicado em: 07/12/2008 19:54:02
Última alteração:06/03/2009 15:26:16

A lua se embriaga nos teus olhos
Divinos, são luzeiros mais perfeitos
Meus sonhos vão vagando insatisfeitos
Buscando em tua luz poder ficar.
Refletes na beleza em teu olhar
A vida que procuro há tanto tempo
Mal sabes como é duro percorrer
O mundo; só vivendo contratempo
E nada de teus raios receber...
Meus olhos, poças dágua lacrimejam
E sonham, só te querem e desejam
Mas cegos não conseguem distinguir
Quem é o sol a lua ou este olhar.
Por isso te procuro sem sucesso,
O mundo vai girando e não mereço
Ao menos poder ver e te sentir.
Olhando para mim a reluzir,
Na noite em que a lua já te alcança,
Quem sabe ao ver luar, uma esperança?
Publicado em: 05/04/2007 13:41:50
Última alteração:29/10/2008 17:42:13



Luar exuberante que entrou pela janela
Do meu quarto.
Tomando tudo, claridade e sonho.
Lua Plena de tantas fantasias...
Com um brilho maior que tantos sóis.
Há tempos que não via tal beleza,
Apenas vista nos olhos do meu amor.
Amor que o mar, triste mar, levou.
Luar de tal beleza e calor que, aos poucos,
Foi me fazendo sonhar de novo.
Interessante é que, mesmo com as mudanças
Das fases da lua,
Ela continua cheia,
Numa eterna gravidez de luz.
E eu, apaixonado e entregue.
Sou pego pelos raios e me convida a passear
Andando livre pelos céus,
Andando leve pelos espaços...
Cada vez mais leve e cada vez mais livre.
Até que um dia, uma noite, uma vida.
Estaremos eternamente atados.
Atos e pensamentos.
Quem sabe, neste dia,
No nascimento do que fosse essa criança.
A Terra Inteira
Explodirá em luz.
E dessa lua, desse nascimento,
Venha a mansa paz e ternura
Que o sol não conseguiu nos dar?
Publicado em: 02/01/2007 05:55:00
Última alteração:30/10/2008 08:40:35




O brilho do luar que já fulgia
Nas ondas deste mar demonstram Deus...
Na corte desses deuses resplendia
Nos sublimes altares fosse Zeus...

Delirando com néctar e ambrosia,
Os amores tivemos tão ateus...
Nos Olimpos nos Édens cercanias.
O brilho que roubaram, olhos teus...

Amada se não vejo teu sorriso,
De que me servirão meus pobres versos...
Não pude conhecer no paraíso,

Nas várias vastidões dos universos.
Nos campos e galáxias mais dispersos.
Não há nada no mundo mais preciso.

Que a beleza que emana em teu olhar.
Nem mesmo na grandeza deste mar,
Por isso não me canso de te amar!
Publicado em: 30/07/2007 07:57:40
Última alteração:14/10/2008 14:38:57



O Brilho dos Teus Olhos

Na claridade da aurora
O brilho dos olhos teus
No contraste com os breus
Tanta beleza nesta hora...

Amada, como fascinas,
Ao te ver tão de repente,
Amar é, decerto, urgente,
Nas auroras que iluminas...

Depois de tanto tormento,
Depois da vil solidão,
Abrindo meu coração,
A doçura de um momento.

Não quero mais que tu vás,
O que farei se tu fores?
Não quero mais os horrores.
Preciso viver em paz!

Depois de tanto sofrer,
Sem ter ninguém ao meu lado.
Um viver desesperado,
Esperando o sol nascer.

Quando te vi, na manhã,
Iluminando, serena,
A minha alma, tão pequena,
Passou a ter amanhã!

Toda alegria de agora,
Que alimenta a fantasia,
Surgiu, tão bela, em um dia
Em teus matizes, aurora...
Publicado em: 05/12/2006 22:12:29
Última alteração:30/10/2008 09:59:51



Meus olhos te percebem nesta estrada
Distante dos meus olhos caminheiros,
O brilho que me mostras, verdadeiro
Reflete nesta noite enluarada...

Durante tanto tempo em minha vida,
Busquei pelo brilhar dos olhos teus,
Embalde nos teus olhos quis ver Deus,
Em cada nova aurora amanhecida.

Vestido da ilusão que me tomara,
O tempo se passou e te perdi.
Dos olhos que mostravas me esqueci,
A jóia de viver tornou-se cara.

Depois de tanto tempo e sem costume,
Ao ver o brilho manso que trazia;
Reparo como é grande a fantasia,
Do brilho dos teus olhos, vaga lume...

Publicado em: 29/11/2006 20:58:21
Última alteração:30/10/2008 19:12:25



Eu não quero sentir mais solidão,
Cansado de bater na tua porta
Bem sei que raramente isso te importa
Mas, quem sabe, talvez hoje, isso não.

Não gosto de pensar que te perdi,
Decerto não seria muito bom,
Os ecos se repetindo perdem som
Talvez o bom da vida esteja aqui.

Lembrando do que fomos, dá tristeza
Saber que destruí nosso castelo.
Por isso tantas vezes me revelo
Na foto que deixaste sobre a mesa.

Passado nunca move nem moinho,
Se fomos o que somos tenho chance
E quero renovar nosso romance,
Por isso, não me deixe mais sozinho...

Vais ter uma surpresa, te garanto!
Não sou aquele mesmo que deixara
A jóia preciosa, cara e rara
Abandonada e só, em qualquer canto.

A gente tantas vezes se perdeu
Em coisas tão sutis. Por que sofrer
Se tudo que carrego no meu ser
No brilho dos teus olhos renasceu?

Publicado em: 04/09/2008 11:04:22
Última alteração:17/10/2008 14:30:13




A brisa já me avisa
Do visgo de teus olhos,
Morena sobre a mesa
A festa prometida
Tomando nossa vida
Decerto, de surpresa.
Sou presa de teus beijos
Desejos e vontades
Mensagens, chamamentos
Por todos os momentos
Vivendo os sentimentos
Sentindo o que é viver.
Agora não demore
Que a noite se decora
Dos brilhos de teus olhos...
Publicado em: 30/07/2008 20:23:49
Última alteração:19/10/2008 22:01:27



O caboclo que incorporo
É dos bão eu te garanto
Traz prazer em cada poro
Até defunta levanto...


Publicado em: 20/08/2008 19:44:35
Última alteração:19/10/2008 20:26:08



Quem mora na cidade não conhece
Este bichinho chato e tão gostoso,
No pé de tanta gente ele aparece
De um jeito diferente, pois, guloso
Comendo todo dia ele só cresce
E dando comichão maravilhoso
Na roça todo mundo sempre quer,
Muita grana, mulher; BICHO DE PÉ...
Publicado em: 16/11/2007 22:06:21
Última alteração:29/10/2008 12:36:39





O bom amigo sempre escuta a gente




Nas horas mais difíceis nos apóia,




Uma amizade intensa é como jóia




No amor bem lapidada e faz contente








Aquele que recebe e o que nos dá,




Na troca de emoções densa e profunda




Aos dois que se compartilham sempre inunda




E tal felicidade brilhará.








Amigo se cultiva a cada dia,




Porém é tão difícil se encontrar.




É raridade imensa a se buscar




Mas vale a pena e traz tanta alegria.








Porém se não achares tal pendor,




Não fiques desolado, meu amigo,




O maior deles sempre está contigo,




Guardado no teu peito, em pleno AMOR...
Publicado em: 26/11/2007 22:06:51
Última alteração:10/10/2008 16:22:09



O beijinho de um mineiro
Igual ferro de passar
Ligando em cima, ligeiro
Tudo começa esquentar!
Publicado em: 02/03/2008 10:55:09
Última alteração:22/10/2008 13:47:06


Moça bonita meu beijo
É feitinho pra você
Minha amada se te vejo,
Falta pouco enlouquecer.

Minha vida não seria
Quase nada se não fosse
Tanto amor tanta alegria,
Nesse beijinho mais doce...

Quero o beijo manso e forte
Meu amor, é o que preciso,
O seu beijo é passaporte
Pra entrada do paraíso
Publicado em: 30/08/2007 06:41:26
Última alteração:29/10/2008 15:34:36



O BEIJO PROMETIDO

Parando na tua paisagem
Observando essas curvas todas.
Descobri que nessas miragens
Carinhos vêm em ondas, rodas...

Nas minhas incertas andanças
O que me impede? Timidez.
Eu não sou muito das cheganças
Fico aguardando a minha vez
Tenho medo das esperanças...

Nas cordas do meu violão
Asas feitas por esses fios.
Nos compassos dessa emoção
O rastro que sigo é tão vazio
Termina nesse mi bordão.

Sou nada além do que já quis
Nas entranhas deste sertão
Marcando o tempo, cicatriz,
Nas espreitas deste meu chão,
Quem sabe serei mais feliz?

O gosto de tanta amargura
No jiló da minha existência
Fazendo meu verso, brandura,
Amor passou ser coincidência
De tanta mansidão e ternura...

Fazendo com que mais pareça
As aparências sempre mudam
A vida me pregando peça
Nas horas que mais ajudam
O meu coração mais tropeça...

Portanto assim quero teu beijo
Escondido detrás da lua.
Se nada mais tenho, meu versejo
Teimosamente continua,
Te peço o prometido beijo...
Publicado em: 02/01/2007 12:38:14
Última alteração:30/10/2008 08:08:37


O medo a acompanhava desde menina, medo cruel e tenaz, medo de tudo e de todos.

A voz não a largava nunca, voz intensa e repetitiva, uma voz que, desde seus tempos de adolescente nunca se calava.

A mãe já tinha levado-a a todas as benzedeiras, pais de santo, pastores, enfim a todos os que eram indicados pelos vizinhos e amigos.

Nada adiantava nada; o doutor tinha passado uns remédios, mas também sem efeito.

O efeito máximo que consguia com os medicamentos, era dormir, mas os sonhos repetiam todos os fantasmas do dia.

Nada mais podia fazer. O simples fato de andar já a estava deixando em pânico.

Um caso de possessão demoníaca, por certo, dizia a tia religiosa, o caso mais claro que tinha visto na vida.

As excomunhões se repetiram, a voz parara, mas, agora, não era somente uma, era uma legião de demônios que tomavam conta da pobre endemoniada.

A tia, vendo que as coisas estavam mudando, apavorada com a legião de demônios que, a partir daquele momento, tomaram conta da pobre sobrinha, resolveu consultar um conhecido, autoridade máxima em assuntos de possessão, respeitado até por outras designações religiosas.

A vinda dessa autoridade mexeu com todos na pequena cidade, a ponto de virem pessoas até das cidades vizinhas para presenciar o milagre do pastor.

Esse, ao perceber que o caso era muito complicado até para ele, principalmente pelo fato de que, a menina, ao falar grunhia e gemia incorporando outras vozes e idiomas diversos, incompreensíveis mesmo, além de resistir a qualquer intervenção dele. Então, diante da sensação de impotência, resolveu consultar outra autoridade no assunto.

Essa "autoridade" era um verdadeiro estelionatário, vivia da fama adquirida por “espetáculos” pré montados com "artistas” regiamente pagos para suportarem os tapas e tabefes soltos à revelia.

Vivia da fama adquirida por esses “milagres” e mantida pela divulgação bem feita, principalmente nas cidades menores.

O pastor, de boa fé, obviamente, contactou esse trambiqueiro que, a peso de ouro, se dispôs a ir para “curar” a pobre adolescente.

Ao vê-la, uma coisa o assustou, os trejeitos da menina eram os mesmos de Amélia, o amor de sua adolescência, e a sua primeira vítima.

Do amor impossível ao estupro e desse ao assassinato foi um pulo.

Amor frustrado, o corpo jogado no rio, encontrado poucos dias depois, ninguém suspeitou nem suspeitaria dele, menino tímido e quieto, incapaz de “fazer mal a uma mosca”.

Entretanto, o tempo passara e Melinha tinha sido esquecida e ocultada num canto qualquer de um passado longínquo.

Mas o andar manso da menina e, principalmente o nome dessa o fez ressuscitar essa lembrança;

Amélia esquecia de dizer seu nome, mas agora que tenho a imagem de tudo que aconteceu viva na memória, não posso mais ocultá-lo.

A pobre menina estava exausta, vítima tanto dos demônios quanto dos exorcistas.

Nenhuma lucidez restava mais naquela mente conturbada, doente, sem compreensão e ajuda a não ser o misto de agressões verbais e físicas.

Porém, os olhos parados e resignados, ao verem o milagreiro se transtornaram e um gemido formidável ecoou pelo vilarejo.

Com fúria, passou a xingar e ofender o exorcista, aos gritos de: Assassino! Assassino!!!

Este ficou assustado com tal manifestação associada com a lembrança do passado, recém acordada por uma associação estranha entre aquela Amelinha e a sua, o deixou em alerta.

O que queria dizer isso?

Quando a menina, não sei se por acaso ou se por uma força estranha, entre dentes disse-lhe “Amélia, Amélia”, esse se postou de joelhos e numa atitude surpreendente, beijou-lhe os pés e pediu perdão.

Todos ficaram assustados com a cena, o exorcista havia se rendido ao demônio?

Beijara-lhe os pés e pedia-lhe perdão, o que queria dizer isso tudo!?

Num átimo, para desespero de todos, a menina pulou sobre ele e agarrou-o pelo pescoço.

Não iria mais tirar suas mãos, até que, numa atitude insólita, sua mãe, a mesma mãe que amava-a tanto, pegando no machado que pendia na cozinha, desferiu golpes a esmo.

De imediato, os dois corpos quedaram-se sobre o chão ensangüentado

Juram que viram os dois abraçados, com as bocas, coincidentemente postadas uma na outra, num enigmático beijo.
Publicado em: 14/02/2007 21:47:36
Última alteração:30/10/2008 07:10:59



Velejo por teu corpo
Meu ponto de partida
Meu porto de chegada
O tempo que me resta
Razão de minha vida.
O vento que te trouxe
Tão doce solução
Emana em teu perfume
Perfeita conjunção
Do amor que sempre quis
Do quanto que desejo.
Um mar de amar imenso
Que em oceano fez-se
Tatua uma esperança
No peito de quem sonha.

Amor que não tem lástima
Amor que é sempre préstimo
Amor que tanto estimo
Em lépida aliança
Anátema tão mágico
Orgástico e sincrônico
Deixando quase afônico
Um coração tetânico
Em mágicas palavras
Em lavras mais fecundas
Em pélagos gigantes
Amores tão constantes
Constando da alegria.
Urgindo em minha vida
Ungindo meu futuro,
Arrebenta barreiras
Invade as cercanias
Não deixa sequer cercas,
Amor que não se cura,
Não mente nem tortura
Apenas se procura
Se torna mais potente
Amor que é grato, urgente
E faz frequentemente
Sorriso em minha face.
Amor que sem embace
Não tece desventura
Nem teme uma amargura,
Vivendo em sedução.
Sedento de vontades
Vislumbra a liberdade
E solta na amplidão
O riso necessário
O mote humanitário
Não tendo itinerário
Se encontra em vôo livre
Aberto em alto espaço,
Querida, dê-me o braço
E vamos que o amanhã
Virá sem ter tardança
E a gente não se cansa
Futuro sempre alcança
Quem sabe o bem do amar...






Amor que não tem lástima
Amor que é sempre préstimo
Amor que tanto estimo
Em lépida aliança
Anátema tão mágico
Orgástico e sincrônico
Deixando quase afônico
Um coração tetânico
Em mágicas palavras
Em lavras mais fecundas
Em pélagos gigantes
Amores tão constantes
Constando da alegria.
Urgindo em minha vida
Ungindo meu futuro,
Arrebenta barreiras
Invade as cercanias
Não deixa sequer cercas,
Amor que não se cura,
Não mente nem tortura
Apenas se procura
Se torna mais potente
Amor que é grato, urgente
E faz frequentemente
Sorriso em minha face.
Amor que sem embace
Não tece desventura
Nem teme uma amargura,
Vivendo em sedução.
Sedento de vontades
Vislumbra a liberdade
E solta na amplidão
O riso necessário
O mote humanitário
Não tendo itinerário
Se encontra em vôo livre
Aberto em alto espaço,
Querida, dê-me o braço
E vamos que o amanhã
Virá sem ter tardança
E a gente não se cansa
Futuro sempre alcança
Quem sabe o bem do amar...
Publicado em: 01/08/2008 20:48:31
Última alteração:19/10/2008 22:10:24


O BEM MAIOR DE UM HOMEM

Mote – Se ruga fosse sinal de velhice, meu saco era Matusalém...


Se ruga fosse sinal
De velhice, Ó Santo Meu!,
Este meu saco, afinal,
Estaria num museu...


Essa é uma grande verdade,
No museu, ele estaria,
Mas não há, na humanidade,
Nada com tanta valia...
(experimenta ter que andar segurando...)

MARCOS COUTINHO LOURES
MVML
Publicado em: 17/10/2007 23:03:10
Última alteração:29/10/2008 14:52:12



O besouro voa solto
No meu quarto, um barulhão
Coração fica revolto
Revoadas da paixão.
Publicado em: 17/06/2008 22:34:35
Última alteração:19/10/2008 21:03:52

SENHOR
Aqui estou a fim de convidar-Vos
para um banquete.
mais do que nunca, senti a necessidade
de Vossa presença, num momento de
angústia e perplexidade.

PERDOAI-ME SENHOR,
Pela fraqueza de minha alma e debilidade de minha fé que me levaram a duvidar de Vossa infinita misericórdia.

VEDE SENHOR
A mesa do banquete está vazia.
Não tive focas para depositar sobre ela uma sói iguaria, uma só flor silvestre que, ns suas cores, canta o Vosso Poder e a Vossa Majestade, no silêncio dos prados e das campinas.

SABEI, SENHOR
Que sobre a mesa está o VAZIO de minha vida, tudo aquilo que me restou, depois de ter me afastado de Vós.

OUVI, SENHOR
O silêncio que está à minha volta: a Águia da Noite fincou as garras em meu coração e ele sangra em abundancia!

VINDE SENHOR
E livrai-me de minhas angústias, deixando sobre a mesa do banquete, o Pão de Vossa Misericórdia, a fim de que a minha alma volte a se inundar de amor.

SOMENTE VÓS, SENHOR.
Sois capaz de libertar-me das garras do erro e das sombras da morte!

Marcos Coutinho Loures

Publicado em: 04/04/2007 23:44:04
Última alteração:26/10/2008 23:25:21


Um sonho que se mostra anunciado
Na aurora deslumbrante que irradia
Um tempo mais sublime, sossegado
Deixando bem distante uma ousadia.
Permite que o amor imaginado
Ressurja em algo mais que fantasia.
Vivendo a plenitude de um momento,
A vida já nos traz contentamento.
Publicado em: 22/11/2007 15:22:06
Última alteração:29/10/2008 14:32:59

Não vejo nem escravos nem senhores
Amor sempre nos faz um vencedor.
Reparte com carinho belas flores,
Nos traz sempre um sorriso encantador
Manhã que já renasce em seus albores
Com toda a fantasia, em esplendor.
Que o amor nos seja sempre um bom abrigo,
Nas chuvas que enfrentamos, no perigo...
Publicado em: 07/12/2007 19:11:25
Última alteração:27/10/2008 17:39:46

O AMOR...
Se eu neto não soneto,
sonetos não farei
Se meto o meu bedelho
prometo ser mais breve
Se eu tento não remeto,
decerto nada sei
Sonetos é bicho velho
Espelhos que quebrei.
Embora boreal
Aurora não faz mal
Suprima qualquer rima
E vira carnaval.
Da cana que se encana
Do coma que comi
A boca mais sacana
Sacando agora em ti
De certo me abandona
A dona melancia
Rainha que se abona
Na bunda que mexia.

De todas essas rugas
As rusgas não merecem
Sequer tuas verrugas
Às fugas obedecem...

Quem dera se inda fosse,
Mas nada retornou
De noite em tanta tosse
Meu verso se gripou.

De toda essa abundância
Belezas em quadris
Inteligência alcança
A trança desta miss.

Teria o que não tenho
Mistérios desvendados.
Colhendo em siso o cenho
Os nadas são somados.

Mas deixa isso de lado
Que a gente não tem pressa,
O tempo anunciado
Não quer muita conversa.

Se o neto não soneta
Se a neta diz vem cá,
Quem dera ser poeta
Sabendo amor rimar.

Arrimo da esperança
Moleque vai descalço
A boca não descansa
No beijo que é tão falso

Se cada cadafalso
Falasse do meu terno
Se Strauss ainda valso
Como serei moderno?
Publicado em: 02/04/2008 17:06:07
Última alteração:21/10/2008 16:51:54



No cigarro quando fumo
Meus remendos se desfazem
E depois de tanto tempo
Os amores não refazem
A verdade que perdi.
E se, eu tanto te pedi,
Não vieste me despeço
E andando sempre a esmo
Tento ser ainda o mesmo
Mas nada mais prometo
A não ser o arremedo
Do que fui em tua vida.
Aceito despedida
Mas sem aviso prévio....
Publicado em: 19/05/2008 22:57:44
Última alteração:21/10/2008 15:08:02



O AMOR...
A fome
O medo
Degredos
Da esperança.
Abarco os pesadelos
Desemboco noutro cais.
E lambo as feridas
Velhas chagas
Apenas disfarçadas
Num sorriso.
Amar
Uma arma
A mais...
E nada que impeça
Os velhos vendavais.
Nem vendas
Nem tendas
Estendas teus braços
Aços, laços, passos
Traços de uma esperança
Agonizante.
Quem sabe salvem a pátria
Os átrios
Metafóricos...
Publicado em: 01/06/2008 19:27:39
Última alteração:20/10/2008 20:11:08



Conta gotas
Amor
Gotas
Conta gotas
Remedia?
Publicado em: 22/10/2008 17:20:38
Última alteração:02/11/2008 21:47:31



Amor, nosso canteiro
Aonde um verdadeiro
Sonhar mais altaneiro
Encontra floração.
Vibrando dentro em mim,
Amor que não tem fim,
Aguando o meu jardim,
Que é feito em coração.

Eu quero me embalar
Nos raios de um luar,
No amor em preamar,
Deitando nesta areia
Sentindo o calmo vento
Tocando o pensamento
Vivendo este momento
Em noite/lua cheia.

Sentindo o teu perfume,
Vagando lume a lume
Deixando que um queixume
Já morra, quase à míngua.
Beijando a tua boca,
Em noite sempre louca,
No amor que assim se enfoca
Roçando a tua língua.

Publicado em: 04/11/2008 18:09:37
Última alteração:06/11/2008 11:58:32


6 Mote

O amor nasce de um quase nada e morre de quase tudo.

Mas que coisa complicada
É o tal do amor, não me iludo.
Nasce de quase nada
E morre de quase tudo.

Marcos Coutinho Loures

Não suporto este caminho
Que tu mostras quando vens
Começa com meu benzinho
E termina “nos meus bens”...
Publicado em: 19/11/2008 13:28:31
Última alteração:06/03/2009 19:01:50


As armadilhas
À solta.
Os desejos
À flor da pele.
Atração
Traição.
Tração
Desenfreada.
Queda e barranco
Ou vôo...
Publicado em: 26/11/2008 11:42:10


O AMOR...
Ascos
Ermos
Irmos
Aonde?
Armas
Árias
Estros
Destros
Mestres
Âncoras...
Decoro-me
De estrelas
E morro sem o brilho
Que escorpiões diversos
Em camas povoadas
Por vários me dariam.
O amor
Armadilhas
Milhas
Humilhas
Trilhas
Ao léu.
Perdes o céu
E nem percebes..

Poder é dinheiro
Sexo é poder
Poder.
Poder.
Caetanamente
Podre...

Odre
Vinhos
E vinagres,
Milagres
Agrestes
Vestes
Rotas.
Bocas
Abertas
Esperando
O que não vem...

Quixotescamente
Teimo em poesia
Mas tudo o que eu queria
Morreu sem ter remédio.

As pérolas jogadas
Porcos...

Deus pitagórico
Numérico
Matriz.
Sim ou não
Sinal dos tempos.

Amor virtual,
Cenas entre colchas
Onânica miragem
Do que não tocarei.

Beco sem saída,
Saibros não impedem
Este atoleiro imenso.

Escrever?
Somente para ter
Libertos pesadelos.
Novelos destruídos
Alheio ao que não pude.

No esgoto, com certeza,
Jogado cada verso.

O arroto cultural
Emana gases pútridos
E o amor aonde fica?

Metrificado sonho
É mera estupidez
Sem ter a cupidez
A culpa é de quem fez.

E foda-se o pensar
O vento carrega em si,
O odor sulfúrico
Dos cérebros inválidos...
Publicado em: 27/11/2008 08:43:49
Última alteração:06/03/2009 16:34:59



O AMOR...
O AMOR...

Amor sempre incendeia e me domina,
E vigorosamente toma a casa.
Invade sem cautela a fonte, a mina,
E num segundo apenas, tudo abrasa.

Pois, vigorosamente toma a casa
E não deixa sequer um leve rastro,
Se, num segundo apenas, tudo abrasa,
Amor se transformando em fatal astro.

Ao não deixar sequer um leve rastro,
Qual fera que persegue sua caça
Amor se transformando em fatal astro
Prepara, mais sutil, dor e desgraça.

Qual fera que persegue sua caça,
Quem ama tantas vezes é cruel.
Prepara; mais sutil, dor e desgraça,
Nublando, assim depressa, um claro céu.

Quem ama; tantas vezes é cruel,
Trazendo a solidão para o meu peito,
Nublando, assim depressa, um claro céu,
Secando, da esperança, todo o leito.

Trazendo a solidão para o meu peito,
Depois de amar demais, um triste rio,
Secando da esperança todo o leito,
Deixando tão somente este vazio.

Depois de amar demais, um triste rio,
Formando em sua foz um oceano,
Deixando tão somente este vazio,
Matando em nascedouro cada plano.

Formando em sua foz um oceano,
Amor sempre incendeia e me domina,
Matando em nascedouro cada plano,
Invade sem cautela a fonte e a mina...
Publicado em: 20/03/2009 14:16:22
Última alteração:17/03/2010 20:58:26


Amor proclama a glória em que se faz
Tramando um novo dia mais feliz,
Aonde não carregue a cicatriz
Dourando minha vida, a imensa paz.
E quando amor assim nos satisfaz
Trazendo esta promessa que antes fiz
Mergulho sem temor, um aprendiz
Deixando o sofrimento para trás.
Escolto-me na força do desejo
E um novo tempo em luz ora prevejo
Escondo assim a dor bem tatuada
Numa alma que se deu sem ter resposta
E agora se mostrando enfim exposta,
Adentra com prazer a madrugada.
Publicado em: 09/02/2010 14:15:38
Última alteração:14/03/2010 13:50:13



O Anel de noivado

A divisão do trabalho caseiro, nas grandes famílias do interior, era motivo de tranqüilidade para a chefe da casa, a zelosa mãe de muitos filhos e filhas.

Até a filhinha mais nova, com sete aninhos de idade, tinha suas tarefas delineadas e, por mais incrível que possa parecer, a principal delas era a de, toda manhã, ir ao galinheiro, pegar os ovos e verificar se uma ou outra galinha ainda botar, naquele dia.

Para tal, a garotinha enfiava o dedinho mínimo na cloaca da galinha e, com aquele toque descobria se a mesma estava prestes a botar um ovo ou não.

Situação constrangedora para as galinhas que, ao receberem aqueles “carinhos” reagiam com muitos cacarejos de protesto.

Protesto maior quando, por qualquer motivo, Ritinha não podia fazer o serviço e em seu lugar aparecia Maria, dona dos seus vinte e poucos anos e com o dedo, proporcionalmente, maior. Além das unhas, é claro, todas muito bonitas e fortes, para sofrimento das pobres galinhas.

Um dia, o anel de noivado de Maria caiu no galinheiro e, sobre ele, voaram patos, galinhas e até o papagaio que andava solto no quintal.

Na tentativa de recuperar o anel, Maria prendeu todos no galinheiro e começou a verificar se o anel ia sair ou não, pela cloaca.

No meio daquele desespero, e bem na hora que ia ser examinado, o papagaio voou para o alto de telhado e decretou, com toda a força de seus pulmões:
-Comigo Não, violão! Se quiser verificar alguma coisa, só no Raio X!
Publicado em: 03/12/2006 13:07:57



Rezo pelo anjo que guarda
Meu menino que hoje sou,
A felicidade aguarda
O que amor tanto regou.
Venha ser minha parceira,
Na ciranda da alegria,
Amizade verdadeira,
Traz sorriso todo dia,
Para quem também nos queira
Publicado em: 01/09/2008 21:51:10
Última alteração:08/09/2008 05:00:45


O aparelho auditivo
O aparelho auditivo


O idoso e milionário senhor procurou o médico de ouvido para fazer a revisão no aparelho auditivo, e foi informado por uma novidade no setor: Técnicos japoneses haviam fabricado um aparelho muito mais potente e muito mais discreto que aquele que o paciente estava usando.

Visivelmente interessado na novidade, o senhor fez a troca de aparelhos e, sem avisar ninguém, chegou em casa com a novidade, só para experimentar.

Uma semana depois, retornou ele ao médico e comentou a novidade:

- Como foi a experiência? – perguntou o doutor?

- Muito melhor do que eu esperava, disse o paciente.

- Os parentes gostaram da novidade?

- Isto eu não sei. A bem da verdade, nem sei se eles notaram a diferença...

- E porque você diz que foi muito melhor do que esperava? Indagou o médico.

- É que passei a ouvir muito melhor e, só por este motivo, já mudei meu testamento três vezes nesta última semana.

MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 25/11/2009 18:20:23
Última alteração:16/03/2010 20:44:02



O AVESSO DO AVESSO
A pedra mole em água nada fura
Saudade de quem fica não perdura,
Depois da tempestade há tromba d`água
O mar, pois neste rio já deságua,

O galo canta cedo e não faz nada,
Durante a noite inteira e a madrugada
Perturba quem trabalha o dia inteiro,
Reinando soberano no poleiro,

Quem sabe vai embora e não alcança,
Espera se demais, deveras cansa
A boca desta noite é desdentada,
Depois do quase tudo resta o nada.

Assim vou terminando este soneto,
Feito com meu parceiro num dueto...

MENINO DO RIO E MARCOS LOURES
Publicado em: 15/12/2009 18:58:37
Última alteração:15/03/2010 13:49:43

Amor quando em delícias desfrutado
Já sabe como a gente assim se sente,
Vivendo a cada dia, enamorado,
Encontra uma alegria, de repente,
E faz deste sorriso, manso fado,
Deixando o coração bem mais contente.
Nos braços da esperança, amor se deita
E em toda esta emoção já se deleita.
Publicado em: 27/10/2007 15:45:30
Última alteração:29/10/2008 14:30:01


O AMOR...

Amor sempre incendeia e me domina,
E vigorosamente toma a casa.
Invade sem cautela a fonte, a mina,
E num segundo apenas, tudo abrasa.

Pois, vigorosamente toma a casa
E não deixa sequer um leve rastro,
Se, num segundo apenas, tudo abrasa,
Amor se transformando em fatal astro.

Ao não deixar sequer um leve rastro,
Qual fera que persegue sua caça
Amor se transformando em fatal astro
Prepara, mais sutil, dor e desgraça.

Qual fera que persegue sua caça,
Quem ama tantas vezes é cruel.
Prepara; mais sutil, dor e desgraça,
Nublando, assim depressa, um claro céu.

Quem ama; tantas vezes é cruel,
Trazendo a solidão para o meu peito,
Nublando, assim depressa, um claro céu,
Secando, da esperança, todo o leito.

Trazendo a solidão para o meu peito,
Depois de amar demais, um triste rio,
Secando da esperança todo o leito,
Deixando tão somente este vazio.

Depois de amar demais, um triste rio,
Formando em sua foz um oceano,
Deixando tão somente este vazio,
Matando em nascedouro cada plano.

Formando em sua foz um oceano,
Amor sempre incendeia e me domina,
Matando em nascedouro cada plano,
Invade sem cautela a fonte e a mina...


Pantum
Publicado em: 30/10/2007 22:33:27
Última alteração:29/10/2008 14:30:14


O AMOR...


Desperdiçando as flores
Matei a primavera
Quem dera se pudesse
Roubar as novas cores
Caleidoscópios e mosaicos,
Mas prosaicos são meus versos
E avessos os meus dias.
No verso da moeda a cara que eu queria
No reverso da moenda
Da garapa bebo esterco.
Mas amo
E tramo o quanto é necessário
O dia temerário
Que nunca mais virá.
Na boca da manhã
Nos lábios vaginais.
O cais virou bordel,
Abelha ganhou céu
Restou-me o seu ferrão...
Publicado em: 06/11/2007 20:36:46
Última alteração:29/10/2008 14:32:05



O AMOR...


Amor que em um momento se perdeu,
Deixando para trás toda alegria,
Vivendo na saudade, renasceu,
Em forma de tristeza e de agonia.
Estradas diferentes percorreu
Mas vive e se renova a cada dia.
Apenas na lembrança que ficou,
A planta que, podada, rebrotou.
Publicado em: 10/11/2007 07:43:15
Última alteração:29/10/2008 14:32:19


O amor é um sentimento que não tem definição.
Não podemos explicá-lo, nem com nossas palavras, nem com nossos pensamentos...

O amor é para ser sentido, com toda a intensidade, pois AMOR É VIDA.

Devemos AMAR os nossos IDEAIS, da mesma forma que podemos amar as pessoas, as plantas, os animais.


Aquele que ama seus IDEAIS, está bastante perto de conseguir a realização de seus sonhos mais belos e nobres...


Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 18/02/2007 09:01:03
Última alteração:27/10/2008 21:17:03

Aos poucos fui sentindo o teu perfume
E, cada vez que a noite se aproximava,
Mais forte e penetrante.
Na janela entreaberta, sentia que a
Vida poderia se esvair
Nesta mistura inebriante
De rosas, jasmins e damas da noite.

Interessante como a vida
Traz a cada dia um novo aroma.
Assim como o teu perfume
Mutável e inesquecível.

Hoje entendo que talvez não
Fosse o perfume que meu olfato
Distinguia naquelas noites quentes.

Era o perfume inerente,
Sem travas nem amarras.
O perfume que talvez nem fosse teu.
Um perfume intrínseco,
Que o amor traz,
E que muda, com o tempo.

Acredito que isso tivesse
Inerentemente atado à nossa história.
Inclusive por que o matiz das rosas
Passou do carmesim ao branco,
Numa metamorfose apaixonante
E inexplicável a olhos que não
Conheceram o amor...
Publicado em: 21/02/2007 15:48:34
Última alteração:30/10/2008 06:48:35



AMOR DE OURO
EMANADO , O AMOR , DEVERAS SENTIDO
TE ENVOLVA
E PRODUZA AS SENSAÇÕES ASPIRADAS,
TÃO QUERIDAS...
E CHAMA EM PROFUSÃO,
QUIÇÁ;
NA MAGIA DA ALQUIMIA,
FAÇA RESTAR O OURO
DO VERDADEIRO AMOR.
COMO UM FILHO!
E QUE JUNTOS , AO FINAL
DE JORNADA ,INCÓGNITA;
OXALÁ , TERMINEMOS
FELIZES E PACÍFICOS...
AMOR POR AMOR
SEJA O TEMA DESTE IDÍLIO!

Eu quero o teu amor sem ter cobranças
Restituindo tantas esperanças
Nas danças mais felizes, insensatas.

Eu quero em teu carinho, nada além
Da sensação divina deste bem
Que vale muito mais que ouros, que pratas...

Sabendo que amanhã, eternidade,
Te quero simplesmente , de verdade,
Da forma mais suave e, sei, tão pura

Do amor que pelo amor, amor se fez,
Não pede e nem reclama sua vez
Se inunda totalmente de ternura...

Amor que não termina, pois eterno,
Amor que não domina, pois é terno
E pleno de viver, toda a alegria.

Amor que nos conquista e não reclama,
Acende com carinho e já nos chama
Nesta chama divina: a poesia!

ANE MARIE
Marcos Loures
Publicado em: 25/02/2007 10:43:53
Última alteração:06/11/2008 12:03:32


O AMOR..
Em ti, Ó meu Senhor, me refugio!
Tu és o meu Senhor, único bem!
Aquele que escolher um outro Deus
Terá multiplicadas suas dores.
Não tomarei seus nomes em meus lábios
E nem me lembrarei ao sacrifício.
És a porção da herança, meu quinhão;
Tu és o sustentáculo, meu cálice.
Sortes que me caíram em lugares
Deliciosos, a formosa herança!
Bendigo esse Senhor que me aconselha.
Está sempre diante do meu ser,
É minha mão direita, não me abalo!
Meu coração alegra e a minha alma
Se regozija sempre, estou seguro.
Não deixarás minha alma ao relento,
Nem me permitirás a corrupção
Nem que teu Santo possa vê-la. Nunca!
A vereda da vida mostrarás!
Pois na tua presença, a plenitude
Da alegria, delícias são perpétuas!

Salmo 16 - em versos brancos
Publicado em: 26/10/2008 20:50:17
Última alteração:02/11/2008 20:34:56



O AMOR... /


Dois fox-paulistinhas sem-teto
Pela Paulista passeiam
Na fina garoa da tarde.

Amores vagabundos, periféricos,
Unindo os frios braços já se aquecem
Os carros buzinando são histéricos
Instintos comandantes se obedecem.
Distantes dos amores mais homéricos,
Mas ricos em desejos vão e tecem

Diamantina opereta feita em gozo,
Bebendo das sarjetas, aguardentes,
Emanam no querer fantasioso
As pedras das calçadas, quais dementes
As pedras de crack, mundo caprichoso
Cravando nos cadáveres seus dentes.

Vagando sem destino, tantas ruas,
Premeditam viagens, vão às luas...

KATLEEN LESSA
MARCOS LOURES
Publicado em: 24/11/2007 10:47:21
Última alteração:31/10/2008 12:12:56



Em sonho delirante e tão atroz.
Eu tenho-te querida; e de repente
Um zéfiro a rouba inclemente
Deixando uma saudade mui algoz...

Analisando o que houve entre nós
Foi tão ameno, doce, comovente
Estando longe assim , então, ausente
É como o se pondo logo após...

Assim é mesmo amor, frágil gigante
Que nasce de um pesar, viva alegria,
Que embora nos sufoque, seja leve.

Enlouquecendo a todos num instante
Delgado como a pluma que caía,
Poder que não resista a um vento breve.

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 21/08/2007 18:01:17
Última alteração:05/11/2008 14:53:15



Essa ferida exposta
Qual chaga em carne viva,
Trazendo uma esperança
De não mais ser cativa;

Eu quero o teu carinho
Em forma de desejo,
Chegar bem de mansinho
Te dando tanto beijo,

Fazendo desta vida
Uma alegria imensa,
Depois de tanta dor,
Já tenho a recompensa

Que sei que me fará
Do jeito que mais quis,
Cantando mais alegre,
E sendo tão feliz...





Tanta dor traz a saudade
Nos machuca de verdade
Acaba a felicidade
Se esse amor não volta mais.
Vai machucando meu peito
Me deixando insatisfeito
Vai se achando no direito
De acabar com minha paz.

Uma saudade matreira
É qual flecha assim certeira
Nos maltrata a vida inteira
Se não nos deixa jamais.
Mas amor é salvador
Trazendo de novo a flor
Impedindo que o temor
De novo seja demais...
Publicado em: 18/02/2007 15:18:29
Última alteração:30/10/2008 06:48:43




Se uma planta, colocada num vaso, ficar sem água, ela murcha e pode morrer.

Todos precisamos abrir nossos olhos para as pessoas que sofrem: devemos ser como aquela água que, no instante derradeiro, é capaz de fazer renascer aquela planta ressequida devolvendo-lhe a beleza e a vida!

Como é doloroso saber que, nestas horas, milhares de irmãos estão morrendo pela falta de uma ação inspirada nos ensinamentos daquele que morreu por todos nós...


Marcos Coutinho Loures



No vento suave
Polens disseminados...
Abelha ou colibri,
Pássaros ou ilusões.
Apenas o gosto do toque
Da semente.
Terra seca,
Sem chuvas. Difícil aragem.
Lavrador cansado de colheitas infrutíferas.
No quase deserto que se apresentava,
Por incrível que pareça
Ou por uma destas estranhas coincidências
Que a natureza apresenta,
Ou por uma mutação inesperada e benfazeja
Nasceste em amor intenso
E sobrevives, longeva.
E, na rara ceva,
Frutificas...
Publicado em: 02/06/2007 10:36:39
Última alteração:29/10/2008 17:16:45

O AMOR...

Perguntas
Palavras
Revoltas
E soltas
Versos diversos
Poemas
Problemas a mais.
Temas de paz
Lemas e tramas.
Almas que encetam
Viagens sem rumo.
Aprumo meu corpo,
Exposto a mentiras.
Em tiras cortado.
E nada mais sei
Do seio, do cio,
Calor, primavera.
Perguntas não faço
Pois temo as respostas.
As costas lanhadas,
Cortadas por garras
Agarras meus sonhos,
Capotemos depois.
Dois, dose dupla
Culpa e cópulas.

Nódoas e vícios.
Perguntas?
Não faço.
Apenas colho
A fruta exposta
Nos pomares do amor...
Publicado em: 04/10/2007 16:19:53
Última alteração:29/10/2008 15:08:54


O AMOR...

Deitando no teu colo com ternura,
Sentindo a luz chegar à minha vida,
O vento da esperança me murmura
Palavra tão macia e decidida.
Clarão que iluminando a noite escura,
Demonstra a sorte plena e mais querida
De quem tendo o seu mundo desbravado
Tem o canto ao amor já consagrado.
Publicado em: 18/10/2007 15:37:23
Última alteração:29/10/2008 14:52:04


O AMOR...
DO AMOR QUE EM CANTO LIVRE SE PREVIA,
JÁ TANTAS ALEGRIAS RECEBENDO,
MOLDANDO NO MEU SONHO A FANTASIA
DE UM DIA MAIS SUBLIME RENASCENDO.
DE TUDO O QUE O MEU SONHO CONSENTIA,
UMA EMOÇÃO PERFEITA PERCEBENDO
NOS OLHOS DE QUEM AMO, FESTA E GOZO,
NO AMOR FEITO EM PRAZER, MARAVILHOSO...
Publicado em: 26/10/2007 14:18:43
Última alteração:29/10/2008 14:29:17




Versos, sonhos promessas e desejos,
Vontades tresloucadas, gozo e festa.
Rolando entre os espaços nos lampejos
Beleza a todo astral, amor empresta.
E faz de nosso dia, raridade,
Repleto de ternura e claridade.
Publicado em: 09/01/2008 21:14:05
Última alteração:22/10/2008 19:43:47



Rasantes;
Emoções entre paredes
E sedes
Insaciáveis de nós dois...
Depois.
É como fosse
Ter nas mãos o mel e o doce
E foi-se...
Foice
Amor é assim
Adoça e corta,
Aborta e envenena.
Pari e cura.
É preciso jogo de cintura
Senão...
Danças,
E dança e recomeça a mesma história...
Amor é bumerangue
Sangue e riso,
Paraíso e inferno
Verão e inverno...
Mas como é gostoso o tal do amor...
Vício que leva ao precipício
E ao gozo eterno de uns poucos segundos...
Publicado em: 15/01/2010 12:46:02
Última alteração:14/03/2010 21:01:04



Das asas que bateram num dia sombrio
Estrelas e cristais em diversos matizes.

Caem, pouco a pouco, tomando tudo e todos.
Os olhos mornos e adormecidos reacendem
E aquecem a quem pode sentir o toque das asas.

Das asas que se desmanchando foram
Se tornando cada vez mais livres, o gosto doce
De doce de leite e de figo feito pelas mãos das
Mães mineiras.

Doce de paladar tão suave quanto intenso,
Com pedaços de cravo cravejando os lábios
E a língua dos que estavam com bocas e corações abertos.

Das asas as gotículas de cristal ao voarem explodiam
Em mil sons, formando um noturno invadindo as casas,
As ruas, as fazendas, as tocas e as ocas.

Aquecendo suavemente, a todos os que estavam ao desabrigo
E ao desafeto.

Das asas, as estrelas multicores e multiformes se espalharam
Por todos os lugares.

Tramando carinhos, sonhos, beijos e, principalmente a esperança.
Moleca e atrevida.
Doce e ácida.

Mas com a sabedoria das mães mineiras.
E a delícia do carinho de todas as mães,
Neste amor inevitável e próspero.
Da esperança infinita
Dos olhos do amor.
E com o calor do abrigo
Dos olhos da amada.
Publicado em: 02/01/2007 06:29:59
Última alteração:30/10/2008 08:10:48



Qual triste borboleta, vou a esmo,
Nas gotas deste orvalho, sem paragem...
Amor que nunca mais será o mesmo,
Descansa, doce bálsamo, viagem...
Nas promessas divinas, me quaresmo,
Não quero nem permito estar à margem.
Por vezes, tão calado, me ensimesmo
É medo de trocar, nova roupagem...

Crisálida que dorme não se esquece,
A dor deste fantasma me persegue.
Não basta a conversão sequer a prece.
A mansa borboleta nunca nega,
Por mais que tantos mares eu navegue,
Como é pesado o fardo que carrega...

Mas tenho que encarar essa mudança
As asas já começam a nascer,
Voar com este sonho de esperança,
No céu de meus tormentos, perceber,
Que amor é como um sonho, não descansa,
Nesta mudança intensa, reviver...
Publicado em: 09/02/2007 21:21:26
Última alteração:30/10/2008 07:32:07

Conheço desde menino
A dor que tanto me dói
E, que aos poucos, me corrói
E domina o meu destino.
Amor sempre me ordenou
Que eu tentasse ser feliz
Mas, vivendo por um triz,
Todo o meu rumo trocou.
Se nada mais me oferece
O destino traiçoeiro
Amor assim verdadeiro
Na vida não aparece.
Vivo sem tranqüilidade
Pedindo só teu amor,
Em troca recebo a dor
E a danada da saudade.
Vou levando, assim, a vida,
Sempre sofrendo no fim
Até que alguém se decida
E tenha pena de mim...
Publicado em: 24/10/2008 13:15:54
Última alteração:02/11/2008 20:32:53


Nada falei, na verdade,
Por não ser coisa noviça,
Casco de barco, cortiça,
Resistindo à tempestade,
No meio de qualquer liça,
Se não briga não enguiça,
Já me traz tranqüilidade...

Feito de muita coragem,
Fui criado, muita fé,
Com tabaco e com rapé,
Não falei tanta bobagem,
Nada quis ser nada até,
Metade que sei não é,
Na vida da pilantragem...

Da vergonha sou sedento,
Não tenho medo de gente,
Nada sei de mais urgente,
Que ir correndo contra o vento...
Por mais que não se tente,
Nada que no mundo invente,
Já me dá contentamento...

Sou filho da Jacutinga,
Sou irmão de Jezebeu,
Tudo desse mundo meu,
Que conhece e não respinga,
Quem pensa que não morreu,
Nas estradas se perdeu,
Se não souber vem e xinga...

Moço criado sem medo,
Aprendi a ler no marra,
Mulher é qual gambiarra,
Vive guardando segredo,
Fui vivendo tanta farra,
Da saia, agarrei a barra,
Aprendi a casar cedo...

Nas montanhas do sertão,
Nas águas deste riacho,
A vida se escorre abaixo,
Dilacera o coração,
Das bocas já fiz um cacho,
Misturadas neste tacho,
Sei fazer embromação...

Das Minas Gerais eu vim,
Não guardei melancolia,
De tudo que eu não sabia,
Quase tudo para mim,
Muita noite, muita orgia,
Nunca quis perder um dia,
Nas balas, sei do festim...

No reco reco da sorte,
Vestígios duma certeza,
Comida sem sobremesa,
Espantei até a morte.
Da vida quero a clareza,
Não quero saber tristeza,
Bebi meu sangue do corte...

Chamusquei tanta peleja,
Nas ordens que recebi,
Por isso é que estou aqui,
Finge que vem e deseja,
Tanto amor eu já senti,
Nos teus braços me esqueci,
Tua boca não me beija...

Agora que estou marcado,
A vida não tem valor,
Na ravina deste amor,
Amor de preço cobrado,
Mais de dor e de pavor,
De frio mais que calor
Não quero morrer cansado...

Tenho um certo desperdício,
Nas escarpas da montanha,
Cabelo que não assanha,
Me criei cheio de vício,
A costa toda se lanha,
Minha sorte não me arranha,
É final de precipício...

Na calagem dessa moça,
A verdade que conheço,
Não tenho mais endereço,
Tá quebrada a minha louça,
No fim da queda, tropeço,
Nessa vida sem começo,
De chorar já formo poça...

Nada de dizer bom dia,
Nada de dizer sermão,
Alivia o coração,
Nas selas da montaria,
Não quero mais teu perdão,
Da cabeça até meu chão,
Toda vida tem valia...

Mas moço tome cuidado,
Depois de tudo que disse,
É melhor que não me visse,
A minha sina, seu fado,
De pó que já te cobrisse,
Que bom se não me bulisse,
Mas a morte dá recado...

Por conta de três mil réis,
Que é tudo que sei dizer,
Nada mais posso saber,
A vida arranco dos pés,
Não preciso mais dizer,
Sei que você vai morrer,
Por conta de três mil réis...
Publicado em: 03/12/2008 15:04:20
Última alteração:06/03/2009 16:07:52



Amando quem não ama-me, mas ama
Amado por amada a quem amei.
Atento que jamais eu a terei
Na cama que reclama uma outra chama.

Rejeitas meus defeitos, isso sinto,
Consentes nos defeitos de quem amas.
As teias que faziam nossas tramas,
Não queimam pois é tal vulcão extinto...

Um dia se quiseres quem te queira
Talvez possa escutar meu coração.
Não posso mas irei pedir perdão,
Por nunca permitires uma beira.

Qual cego apaixonado vou amando
A mando de quem sabe que não és.
Trocando, e merecendo, mãos por pés,
Vou vendo que não segues meu comando.

Esperança faz trama assaz constante
E brinca como quem não me obedece
Na teia que esperança tanto tece,
Talvez, um dia, eu seja teu amante!
Publicado em: 07/12/2008 19:22:59
Última alteração:06/03/2009 15:26:29

Nos canto das ingrenage
Nas istrada da sodade
Incontrei meu bem querê,
A vida trais crueldade,
Apercuro pur vancê
Nos canto das ingrenage
Nas bêra dessas viage...

Moça bunita dá jeito,
Num dêxa os óio chorá
Amor prá sê mai perfeito,
Num pode os óio alagá,
Eu perdi minhas bagage,
Nos canto das ingrenage...

Incomendei um vistido,
Prá moça linda vestí,
O meus amô é sufrido,
Das dô qui tanto vivi,
Rebentô essas barrage,
Nos canto das ingrenage...

Tantas noite que chorei,
As mágua num derum paiz,
Eu jamais esquecerei
Tanta dô a vida traiz,
Parece que é pilantrage,
Nos canto das ingrenage...

Maria me deu um bêjo,
A sodade machucô,
Minha vida é só desejo
De vortá pru meus amô,
Mas já fiz tanta bobage,
Nos canto das ingrenage...


Num tenho medo de nada,
Nem de cabra valentão,
Minha viola é espada
Nas noite do meu sertão,
Num suporto fardunçage
Nos canto das ingrenage...

Meus óio já tá cansado,
Destas coisa que inventáro,
Eu sô cabra bem casado,
Mai gosto deste açucaro,
Vivê nessas vadiage,
Nos canto das ingrenage...

Nos canto das ingrenage
Eu termino a cantoria,
Já falei munta bobage,
Vô pegá na muntaria...
Eu termino essa viage
Nos canto das ingrenage...
Publicado em: 11/12/2008 10:44:35
Última alteração:06/03/2009 15:38:23



o amor traz
roma
e leva o aroma
de quem doma
este flagelo
congelo
o meu verso
e espero
pela chuva
marieta abrindo a greta
da janela
serenata foi pra ela
mas o banho foi pra mim...
Publicado em: 02/01/2009 14:34:35
Última alteração:06/03/2009 13:29:34



Amor gostoso se faz quietinho.
Mineiramente...
Que somente as paredes do quarto
Sejam nossas testemunhas
Bem que eu queria te fazer uma serenata.
Lua cheia...
Mas tenho medo de acordar
A vizinhança ,
A criança
A cobiça
E a inveja
Além do desejo
Do vizinho folgado
Da moça mal amada
Da comadre faladeira...
Deixa quieto
Bem quieto...
Abra o coração
E a janela...

O resto?
Deixa que a gente,
Na hora sabe o que fazer...
Publicado em: 05/01/2009 11:30:47
Última alteração:06/03/2009 12:35:11


Por que estás tão distante, Meu Senhor?
Nesse tempo d'angúsitas te escondes...
Os ímpios perseguindo o pobre, fúria!
Que sejam apanhados nas ciladas,
Que eles mesmos, cruéis, já maquinaram...
Bendizendo o avaro, nega o Pai;
Deus, eles não buscam por altivez...
Renegam existência do Meu Deus.
No caminho, atormentam toda vez.
Desprezam inimigos, seus juízos
Estão acima, os abalos não temem...
Imprecações povoam suas bocas,
Assim como os enganos e astúcias...
Malícias e maldades nessa língua.
Nas aldeias, tocaias já preparam,
Matando os inocentes e os mais pobres.
Armas estão ciladas, escondidas...
Prontas para roubar, qualquer um pobre...
Diz, em seu coração, que Deus não viu...

Levanta-te Senhor, erguei as mãos;
Não te esqueças jamais, desses humildes!
Tu viste esses tais ímpios, quebre braços!
O pobre se encomenda ao Meu Senhor,
És auxílio Senhor, dos órfãos todos..
És, pois, o Rei Eterno, em Tuas terras,
Perecerão gentios. Ó Meu Pai,
Ouviste então, desejos dos mansos,
Conforte os corações. Os Teus ouvidos
Abertos, sei, para eles estarão!
Faças cair justiça sobre os pobres,
Que os órfãos, reconheçam-na também,
E qu'homem não prossiga em violência...


BASEADO NO SALMO 10
Publicado em: 07/01/2009 12:13:25
Última alteração:06/03/2009 12:04:12


Amor é frágil
Na perenidade
E eterno
Num instante.
Toma tudo
Vaza logo
Deixa o rastro:
Vastidão...
Por ser finito
E não se conter
Não cabe em si
Nem seria bom
Se coubesse.
Vela e releva
Revelação.
Cartas na mesa
Jogo perdido
Sonho adiado...
O que sobra?
Sombra.
Publicado em: 23/01/2009 11:10:32
Última alteração:06/03/2009 07:04:18



O caso da Maria é que não casa,
Embora seja bela, uma boneca.
Aonde tem fumaça existe brasa,
A moça na verdade é bem sapeca,
Vem logo meu amor, senão atrasa,
E o fogo neste mato não sapeca.
Maria toda a noite é um perigo
Deitada nesta cama. Eu nem te digo!
Publicado em: 12/02/2009 15:05:18
Última alteração:06/03/2009 06:45:58



Quando vim das Gerais eu mal sabia
Do quanto o sabiá fazia falta
A lua da cidade é sempre fria
Amor enluarado sai da pauta
E deixa transtornada a fantasia,
De uma alma sertaneja pura, incauta.
Amor lá no sertão em lua e prata
Termina, todos sabem lá na mata...
Publicado em: 20/02/2009 06:06:26
Última alteração:06/03/2009 02:00:3


Amor multicor
Multiflor
Beija flor
Nos mistérios
Ecos busca.
Ritos vários
Estrelares
Lares arca
Faz das suas.

Abarco o cometa
Sem meta sem reta
Apenas poeta
Que teima em fugir.

Viver amor
Amar o amor
Reafirmação
Ação e principalmente
Contemplação.
Plácido ou lúdico
Sindico, cínico
Cético.
Poético.
Ético?
Nem sempre.
Cumpre seu papel...
Publicado em: 12/05/2009 19:10:28
Última alteração:17/03/2010 19:35:00


Quis amor
quis carinho...

Passarinho...
Publicado em: 16/01/2010 08:57:58
Última alteração:14/03/2010 21:02:3




E Cia

Vicia
Pólen
Cio
Põe
Repõe
Retrós
Aspecto
Ativa
Refém
Refaço
Repasso
Repasto
Poético
Pró ético
Pré etílico
Proletário
Etário
Rio
Crio
E volto ao mesmo ponto
G.
Publicado em: 22/01/2010 18:37:52
Última alteração:14/03/2010 18:27:0



Reacender
Ascender
Revelação
Revela a ação
Reação
E o amor
Éter
Embriaga
Eterniza...
Estereótipo?
Vale qualquer amor
Seja aonde
E como e por quem for.
Salva sem ressalvas
Alva manhã
E amanhãs
Refeito redescoberto
Recém descoberto
Coberto
Pra que encoberto?
Ame
E reame
E reclame
E refaça
Somente não desame
Nem desanime
Alma e amor
Realça
Alça infinitos
E trâmites legais à parte
Tramita universos
Imerso em versos
Em versões
Verões
Verás...
Vera
Era
Fera
Ferrenho amor.
Sideral
Traduz o ir-se
E transcende ao próprio ser.
Publicado em: 06/02/2010 13:55:47
Última alteração:14/03/2010 14:24:28

O AMOR, ESTE DESCONHECIDO
Os olhos derramando madrugadas
insones, delírios entremeados
por soluços, frases rasuradas;
quem dera até meus sonhos flagelados...

Será que mereci este degredo,
de cantar a solidão dia após dia,
de esconder da minha sombra um segredo,
não ouvir da tua voz a melodia ?!

Ninguém mais te merece como eu
e nem sabes, sequer, se eu existo;
eu te digo: quem te ama já nasceu
e pouco falta pra amar-te como Cristo!

Voltarei aos meus soluços; madrugadas
insones, mulheres mal beijadas!

GOLBERI CHAPLIN

O amor. Desconhecido sedutor;
Servil e encantador; já nos domina,
Das dores e prazeres; farta mina,
Espectro delirante, espinho em flor.

Dourando todo o Céu, belo sol-pôr
Transtorna o meu destino, muda a sina,
A boca insaciável da assassina
Amaldiçoando a vida num louvor.

Castelo sobre areia movediça,
Ao mesmo tempo embota, brota e viça.
Fagulha que incendeia e traz o gelo,

Mordaça que liberta e solta voz,
Carícia inebriante enquanto atroz,
Quem dera se eu pudesse conhecê-lo!
Publicado em: 20/12/2008 22:46:21
Última alteração:06/03/2009 13:49:23



A Fortuna invejosa desta sorte
Que se abate por sobre nossas vidas,
Profere em agonias desvalidas
E queda-se aliada à dura morte.

Em versos meus inflamo esse desejo
Que impeça tantas formas de desdém
Fortuna desejosa deste bem
Embalde nos tomando, num lampejo...

A pária solidão nos atocaia
Embaixo dessa cama onde deitamos
E sempre, com prazeres, nos amamos,
Tentando impedir que a lua saia...

Não temo esta Fortuna desdenhosa
Pois tenho teu amor sempre ao meu lado,
E contra tua força nem o Fado
Nem a Fortuna vencem, valorosa!
Publicado em: 15/09/2008 18:21:51
Última alteração:17/10/2008 13:33:36


Amor fluindo pelos dedos, sal...
Quero essa sombra, divinal, cometa...
Navegarei sem me cansar, o astral
Buscando conhecer novo planeta.
Publicado em: 24/09/2008 17:12:15
Última alteração:02/10/2008 14:00:36

Escreverei versos trágicos
Com a pena dos meus olhos estapafúrdios
E tolos.
Garantindo o medo de amanhã e as tristezas de hoje.
A vida em indolentes refletores somente enaltece
A treva que carrego como uma espécie de trava
Nos olhos cristãos inobservadores.
Tecendo a minha lágrima na dor eterna dos párias da imensitude da terra devastada
Gargalharei sobre os cadáveres insepultos da alegria insana e nauseabunda.
Minhas carcaças merecem respeito.
Ah se merecem...
Meus versos têm a sutileza de Júpiter despencando sobre uma formiga ou quem sabe
Sobre as sombras que varrem cada passo que dou.
Os sorrisos alinhavam
Em ironia a mortalha,
E me enluto, sem luta e sem mágoas
Nem mágicas e saídas.
Apenas me enluto.
Do fel de meus olhos
No céu que não tive
No seio escondido
E no sim sonegado.
Apenas triste.
Não mais que isso,
Nem tampouco aquém.
Somente triste.
Marionete de mim mesmo
Hermeticamente fechado como um ás de paus.
Somando os dissabores
Sabores reconheço
O terço que não rezo,
Um terço do que tenho
Jogado nos esgotos
E sarjetas de minha alma.
Triste.
Nada mais que triste.
Existe alguma saída que não seja o suicídio?
Talvez o braço da morena que não veio
E nem virá, tampouco verão.
Vertiginosamente eu mergulho
Dentro do vazio que criei
E nele sobrevivo,
Cativo desta insanidade inerente aos amantes em fortuitas alegrias.
Paradoxalmente estou feliz.
Feliz, mas não alegre,
Apenas triste.
Feliz por saber que depois de tudo virá o descanso,
Mesmo que nada mais do que o puro e simples descanso.
Não ouvindo mais nada
E não tendo nada além da sombra me rondando,
Ou nem ela.
Apenas o vago
O nada
O não.
Não.
Chão
Escuro
Raiz e semente.
Ressurgindo?
Sei que não
Vão
0
Redenção...
Publicado em: 25/09/2008 14:16:46
Última alteração:02/10/2008 14:34:08


Depois desta bonança a tempestade
Assim caminha toda humanidade
Começa no meu bem, vai "pros meus bens"

O gosto desta lua vira fel
Na boca de quem sonha em puro mel.
Da forma que eu te quero nunca vens...

Sorrias com carinho e com desejos
Só rias no final dos meus arquejos
Irados, incontidos, orgulhosos...

Meus versos que te davam tal prazer
Agora, no final, eu passo a crer,
Que não passaram nunca de jocosos.

Amada, como é bom poder te ver
Assim, esperneando, passo a crer
Que fui; em tua vida, mais além

Do que um simples sonhar mesmo histriônico
De tanto te cantar fiquei afônico,
Agora me permita se também

Eu penso num amor mais dedicado,
Cansado de somente ser cobrado
Por coisas que não fiz e sei, não devo.

Falar que te esqueci, isso é bobagem,
Muito bom ter te tido na viagem
E quero que tu voltes. Já me atrevo

A ver a paz reinando em nossa casa,
Pois nosso trem do amor nunca se atrasa
E vem com sutileza me dizer

Que aquela a quem desejo sempre e tanto
Um dia voltará para o meu canto,
Trazendo com encanto; o seu prazer...
Publicado em: 02/10/2008 08:55:32
Última alteração:02/10/2008 13:46:31



Fogão à lenha
Fumo e aço,
Filme e passado
Assado na cozinha
Tinha um cheiro
Beira de fogão...
Curva coração
Cura e me remete
Comete
Cometa
Que se perdeu...
Publicado em: 21/10/2008 18:39:14
Última alteração:02/11/2008 21:49:47



O amor

O vento é portador destes meus versos,
Traçados com carinho e com afeto
Cevando os teus gostos prediletos,
Qual bumerangue faz também caminho inverso. jrpalácio

Colhendo os sentimentos mais dispersos,
Eu tento ter o gozo predileto,
Porém a solidão trazendo o veto,
Mergulha em mares frios e perversos. marcosloures

Ambíguas emoções, amor e dor,
Senzalas que deixaste como herança,
Espinho que transpassa a bela flor. marcosloures

Afoga, na ilusão tamanha dor...
Ah, tempo em que o amor era pujança
Brotava, feito flor na primavera, o amor. jrpalácio
Publicado em: 23/10/2008 08:52:05



Fantasmas de amores...
Assombras meus sonhos.
Fantasmas de amores...
Nas noites me dramaste
Me fizeste me mataste
Me supriste e não me deste.
Fantasmas andam sem paragem...
Sem visagens, sem viagens.
Fantasmas são pajens
E pajés...
La luna que me deste
A pluma que não veio
A fome de legaste.
A festa que não tive
A fresta que fechaste.
As horas que negaste
As hastes que quebraste
Quero tua parte
Mas nada, partes...
Lã e tosquio.
Arrepio.
Frio.
Rio
Nos tais fantasmas me desfio!



O AMOR


Menino, quero a festa.
Sombrio, quero a morte
Garoto quero a pipa
Falante, papagaio.
Gestante, quero o verso.
Delírio, um universo.
Covarde, quero a lança
Intrépido quero o bote.
Destino, quero a sorte,
Poeta, me dês mote.
Confete, carnaval
Moreno, quero o sol,
Gelado quero a lua
Penado peço alma,
Postado um e-mail
Pacote quero fita.
Cinema quero filme
Restante quero o todo
Lodo quero o tombo
Arroubo quero a calma;
Arma quero a bala.
Bala quero o doce.
Doce quero a boca
Boca quero o beijo.
Beijo peço a língua
Língua quer tempero
Tempero diz pimenta
Pimenta e calor.
Calor me dá Maria.
Maria me dá filho
Filho quero cinco
Cinco quero os dedos,
Dedos teu anel
Anel diz casamento
Êpa! Tô fora....
Publicado em: 29/12/2007 10:07:34
Última alteração:22/10/2008 21:22:19


Não quero decifrar-te! Sei, apenas,
Que pareces, do amor, desiludida;
Nem consegues, nas coisas mais pequenas,
Sentir toda a beleza que há na vida!

O amor não se limita a horas amenas,
Se traz, no coração, nova ferida...
Não é jardim de lírios e açucenas,
Nem é suprema dor, desconcebida!

Nem sempre me tortura ou dá prazer,
Nem sempre uma alegria ou vã tristeza.
Amor quando me invade p’ra valer
Decerto irei seguir a correnteza...

Amor que suaviza e que me doma,
Na doação completa, dita a sorte,
Metade com metade que se soma
Ficando nessa soma bem mais forte.

Amor que sempre sonho e que procuro
Nas horas de amargura, lenitivo,
Doença e meu remédio onde me curo,
De amor eu me sustento e sempre vivo...

Ele é talvez, um novo e ardente amigo
Que ao te livrar da dor e do perigo,
Não permite que caias na sarjeta!

É destino e conquista e é sentimento,
Que, na forma de dor e sofrimento,
É a larva que se torna borboleta!


Marcos Coutinho Loures e Marcos Loures
Publicado em: 29/12/2007 13:32:19
Última alteração:22/10/2008 21:21:27




Menina vem comigo
Comigo vem e dança
Andanças que fizemos
Não tempos esperanças
Os olhos se perderam
Prenderam paraísos
Canalhas no Congresso
Vendendo a liberdade
Beldades desfilando
Nas capas das revistas
Terminam nos banheiros
Nas mãos adolescentes
Daqueles que já foram
Há tempos violentados.
Na ausência da esperança
Na falta de justiça
Nas balas dos canhões
Nas fraturas expostas
Das vigas sociais.
Sangrias e mortalhas
Navalhas nestas carnes
Tenras carnes das crianças
Expostas à voracidade dos abutres
Em paletós e taças de cristais.
A mão masturbatória dos meninos
Deitando sobre as coxas do Senado
Vinganças dos párias
Abandonados...
Publicado em: 30/12/2007 16:26:26
Última alteração:22/10/2008 21:30:51



Procuro a liberdade pelos ares
Nas asas das fantásticas libélulas.
Em cada criatura, em suas células,
Nas frutas que colhi nos meus pomares,

Nas árvores frondosas, nas cascatas;
Nos passos delicados da pantera,
Nos olhos do leão, de qualquer fera;
Em toda ventania, em densas matas.

Procuro a liberdade no meu canto,
Nos pássaros canoros e libertos.
Nos rumos das estrelas, tão incertos,
Na lua com seu belo e alvo manto...

Nas ruas e mansões, nas capitais;
Nas praças e coretos das cidades.
Na luz em forte brilho, claridades,
Nas ondas e profundas abissais..

Na força da natura e na beleza,
Nas altas cordilheiras e nos planos.
Em todos os lugares, desenganos.
E mesmo no universo uma incerteza.

Liberdade meu sonho mais feliz,
Onde estarão as asas que procuro?
A busquei no clarão, em pleno escuro,
Nas ásperas escarpas, céus anis.

Esta procura louca já me cansa
Em busca da ansiada liberdade.
Encontrando por vezes a saudade,
Meu olhar mais distante não alcança

O cimo das montanhas e os rios.
A luz de tantos sóis já me cegava.
O brilho da manhã não encontrava,
Amauróticos olhos perdem fios...

Depois, total cegueira em minha vida.
A perda da visão, minha prisão!
Pensara num momento, em solidão;
A luta que travei está perdida...

Porém quando julguei que estava só,
Um pássaro em gaiola, solitário.
Recebendo o carinho solidário,
Amor que não deseja e nem tem dó,

Amor que me acalenta e fortalece
Que traz essa certeza de vitória
Que me mostra o caminho para a glória
Que a cada novo dia me enriquece.

Amor que soluciona meus problemas
E não cobra e nem sabe me ofender.
Que não precisa d’ódio p’ra viver,
E que traz alegrias como lemas.

Amor que me sussurra e me perdoa,
Não guarda nem rancores nem vinganças,
É pleno em atitudes e esperanças,
E mesmo sem ter asas, livre voa...

Num segundo percebo essa verdade,
Cansado da procura e quase cego,
Descubro, em minha busca, o que carrego
Vivo em meu terno amor: a liberdade!





Amar com ousadia
Sem ter medo de nada,
Viver cada momento
Em total alegria

Vertendo esta nascente
Num mar de amor imenso,
Desejos que nos tomam,
Carinho exposto e denso.

Vencendo todo o medo
Procuro ser feliz,
Meu verso vai ganhando
Caminho que eu bem quis.

Servindo de consolo
A quem não soube amar,
Talvez uma esperança
Perceba que sonhar

Faz bem a quem deseja
Um mundo mais gostoso,
Clareia no horizonte
Um sol maravilhoso

Que é feito do calor
De quem conhece a vida,
No amor em plenitude
Encontro uma saída...
Publicado em: 02/02/2008 14:45:27
Última alteração:22/10/2008 16:47:53



Um rio que descendo em cachoeiras
Por vezes entoando um canto forte,
Percebe em sua foz a imensidão
E já se entrega, assim, à própria sorte.

Ao rolar entre os seixos, no seu leito,
Redemoinhos forma, perigosos.
Assim Amor também se fortalece,
Refém destes momentos fabulosos

Aonde amar se mostra a solução
Perfeita para os medos, para as dores.
Embocadura bela, ancoradouro
Sublime que encontramos nos amores...
Publicado em: 03/04/2008 13:35:29
Última alteração:21/10/2008 16:56:52



O AMOR
Laços
Aços
Baços
Prazos
Alço
Vôos
E quero
Requeiro
Teu corpo
Brejeiro
Cigana
Sorte
Ameno
Ou forte
Vento
Que nos toca.
Retoca
Uma esperança
E alenta
Aumenta
Lentes
Em contatos
Contratos
Entre
Extratos
Atos
Ritos
Matos
Prados
Decifrados...

Publicado em: 16/04/2008 19:48:16
Última alteração:21/10/2008 18:25:11



Porém o tal destino, traiçoeiro,
Derruba meus castelos, mata o mundo.
Amor que se mostrara verdadeiro,
As máscaras se quedam num segundo!

Rasgaste nossos sonhos, sequer traço,
As luas que te viram morrem pasmas,
Meu barco desgoverna, perde espaço;
Restam-me tão somente meus fantasmas...

Quem trouxe tanta luz, morre no breu,
Quem fora juventude traz a morte;
Quem fora claridade, escureceu.
Quem fora meu caminho, perco o norte...

Vestígios do que fui, velho retrato,
Jogado na parede, despencou...
Nas noites em que lembro, me debato,
Procuro, não encontro mais quem sou...

Desfaço-me nas dores da saudade,
O rumo que seguia perde prumo.
Ao peso tão cruel da mocidade
Desfeita, me esvaindo como o fumo...

Acordes dissonantes são meu mote,
A dor vem entranhada e traz receio
Meu barco naufragado, sem um bote,
Dos campos que sonhei, morre centeio.

A vida se transcorre, sem abrigo,
O medo de morrer já não assombra.
A tal felicidade, nem persigo,
Nas ruas onde passa, sequer sombra...

Qual noite que perdeu o firmamento,
Qual reino que jamais teve tesouro.
Qual sonho num presságio de tormento,
Destrói as esperanças, mau agouro...

Mendigo pelas ruas, noites frias,
Estrelas que me tragam esperanças.
As luas se gargalham, vãs, vadias,
Restando-me somente estas lembranças...

No cálice do vinho que não bebo,
Amarga solidão encontra cura.
Quem fora, em pensamento, tal qual Febo,
Deforma-se infeliz caricatura.
Publicado em: 24/04/2008 15:35:46



Meu cigarro aceso,
Preso a minha ânsia e vontade.
Nada de que me farpas me decide.
Dramas que invento soam mal.
Amalgamando meus ódios e remédios.
Sou tédio e te entedio.
Sou ébrio e te inebrio
Sou sombra e não sombreias...
Ombros e escombros meus destinos.
Destilas e decides meus desejos.
Anátema e teimosia
Âmbar e ambrosia.
Somos néctares e fanatismo.
Trismos e mordeduras.
No meu cigarro, asma e miasma.
Sou fátuo e não pactuo,
Mergulho no vazio que me deste.
Me remas e me desfazes.
Sou fases e frases, somos impares
Aos pares...
Faróis e opacidades.
Opalas e ônix.
Fênix
Ressurgirei a cada dia, a cada canto
A cada tempestade...
Publicado em: 29/04/2008 14:14:32
Última alteração:21/10/2008 14:26:50



Indomável corcel por onde andaste?
Nas estrelas, nos céus, em plena lua?
Espaços siderais te procurei...
Vagando por sidéria tempestade...
Envolto em impossíveis pensamentos,
Nas trevas, sendo luz e claridade?
Trilhando improváveis sofrimentos,
Mansamente, obedeço tua lei.
Nas minhas fantasias, bela e nua;
Provinda dos espaços que criaste.

Indomável corcel estou sozinho,
As fontes dos desejos se secaram?
Olhando para os astros não te vejo...
Decerto tantas vezes te escondeste
Por entre belas nuvens, disfarçado...
Amor tão delirante é inconteste
Percorre por milênios, disfarçado.
A vida sempre traz um novo teste,
Nas festas, nas orgias do desejo.
Quando destino e tempo se encontraram,
Um corcel indomável volta ao ninho...
Publicado em: 01/05/2008 13:58:49
Última alteração:21/10/2008 14:30:37



Amor que nos consola enquanto cura
E traz analgesia ao sofredor.
Um raro sentimento em que ternura
Invade com seu ar alentador.
Viemos do que fomos, na ventura
De termos finalmente o vero amor.
Sabendo deste bem que nos guiou
O sol de uma esperança já raiou.
Publicado em: 11/05/2008 19:11:57
Última alteração:21/10/2008 14:35:24



Amor, nosso canteiro
Aonde um verdadeiro
Sonhar mais altaneiro
Encontra floração.
Vibrando dentro em mim,
Amor que não tem fim,
Aguando o meu jardim,
Que é feito em coração.
Publicado em: 15/05/2008 12:25:45
Última alteração:21/10/2008 14:44:13

Algemas
Correntes
Dilemas
Solidão
Amores
Solução?
Desnudando
O corpo
E a alma,
Enquanto
Aprisiona...
As cordas...
Acordas?
Publicado em: 23/05/2008 10:38:08
Última alteração:21/10/2008 06:38:30



D’amor duro inimigo em triste jugo,
Desesperança trouxe o desalento.
Quimera que insensível me maltrata
Rondando cada sonho e o pensamento.

Um canto prometido e nunca dado,
Um beijo que escondia a traição
Velando sobre o amor se vangloria
Do quanto me entregou em decepção.

E o verdugo cruel se fez mais forte,
Marcando a ferro e fogo, cicatriz.
Mas nada disto importa, pois eu creio,
Que um dia enfim serei bem mais feliz.
Publicado em: 27/05/2008 13:03:34
Última alteração:21/10/2008 15:20:31



A luz
O obus
O obstáculo
A mácula
O frágil
Pensamento
Busca a solução
Estreita,
Longínqua,
Mas possível...
Apreços
A prazos
E apegos
Será?
Ser tão
Ser tudo
E nada ser.
A não ser
A porta aberta
Distante e frágil,
Mas real.
Publicado em: 31/05/2008 21:06:41
Última alteração:20/10/2008 20:10:35



Amor faz festa
Empresta
e gesta
se presta ou não
futuro dirá.
No ar
Vagando
O sonho
Componho
Vagas
Encaro o mar.
Publicado em: 30/07/2008 10:35:21
Última alteração:19/10/2008 21:49:26



Vencendo qualquer prova
Amor nos convenceu
Aprova nossa festa
Na qual obedeceu
Os ritos da vitória
Em pira sempre acesa
Depois, de sobremesa
A gente se fartando.
Em fantasia imensa
A nossa recompensa
Tesouro bem maior
Do que real medalha
Se faz em diamante
Na lua que constante
Ao argentar a noite
Transporta para a cama
Com precisão em toque
O gozo que se busca
Quem deseja saber
Amor que não ofusca
Nem mesmo se rebusca
Apenas faz viver...

Publicado em: 04/08/2008 19:46:59
Última alteração:19/10/2008 22:14:10



Coração moleque sonso
Exposto à ventania
Cria o fantasma
E depois é devorado.
Sonhar e ter nas mãos
A rosa dos ventos
Pensamentos
Ermos sentires
Mortos quereres
Halteres que pesam
Desprezam e conduzem
Ao nada.
Prosaico Amor,
Insosso e tantas vezes
Verdugo da esperança.
Não quero o seu retrato
Nem como no seu prato
Apenas estou farto,
Sem parto e sem parteira
Cigano sem paragem.
Atrela-se ao passado,
Placentário pesadelo.
Solitário e egoísta.
Não me perde de vista,
Avisos, avios, aviões.
Que me levem daqui.
Que me arranquem do peito
Cada lágrima, lástima ou segredo.
Degredo de mim mesmo
Distante de seus braços...
Publicado em: 14/08/2008 10:33:36
Última alteração:19/10/2008 20:08:28


Falar destas noites passadas,
em meio a tantas tempestades
sem futuro, sem esperanças...
Vivíamos o pesadelo
do não ter ou do que é pior,
perder-se o que tem...
Não tínhamos sequer expectativas de mudanças,
a noite parecia interminável
e arrogantemente interminável...
De repente, uma luz acende no final do túnel,
difícil e policrômica, mas uma luz.
No prisma passamos do breu noturno
para a claridade do dia, mesmo que,
como disse antes, difícil e rancorosa.
A menina dos olhos ou os olhos da menina,
brilham e pedem por um novo dia,
mais claro e mais iluminado.
Acontece que, a noite ameaça o retorno
e, pior, um retorno tempestuoso e nublado.
Os raios e relâmpagos anunciam a tempestade
que poderá vir,
para desespero da menina
com os dentes apodrecidos
e o sorriso esperançoso..
É meu dever,
creio que de todos os que podem evitar
que a nossa gente retorne
aos dias sombrios deste inverno longo e doloroso.
A menina dos olhos e os olhos da menina
agradecem o verde da esperança
e o canto de alegria que vem do sertão...

Publicado em: 09/09/2008 12:18:14
Última alteração:17/10/2008 14:33:56


Minha alma não sossega, aguarda um novo sonho.
Onde possa encontrar amor em profusão.
Minha alma sempre esquece: amor é perdição.
Mas um dia, quem sabe, o sol chegue, risonho...

Os segredos da vida escondem-se no mesmo
Instante que nasci, depois? É descobrir...
É vontade de ficar, mas tendo de partir,
Vivendo a cada dia, o tempo corre a esmo...

É brincar de esperança e saber que jamais
Terá u’a recompensa... e sofrer meio a toa,
E reclamar que a vida, ingrata, te magoa.
E de repente achar que já sofreu demais...

Eu bem sei deste jogo, amor vira pantera
E depois de um minuto a vida recomeça.
Mas eu também não tenho a sombra d’uma pressa,
Se morreu, já passou, a vida nunca espera...

Depois o botequim, a dança na boate,
Outra morena passa, o beijo não demora...
A vida não tem pressa, a noite não tem hora...
Morena caçadora, em um segundo abate.

A noite no motel, a taça de champanha,
Nessa cama redonda, a cabeça girando...
Aquela velha história, o tempo vai passando,
A dor parece um monte, o prazer é montanha!

Percebendo a jogada, a vida não tem freio.
Passa noite após noite o dia sempre vem.
Se hoje estou tão sozinho, amanhã? Sem ninguém.
Tudo bem. Nasci só. Que há um Deus, eu creio.

E que eu vou morrer. Certo, isso eu tenho certeza
Absoluta. Se dane! A cachaça me cura.
Eu não quero saber se é clara ou se é escura
Se é loura ou se é morena, o que importa? Beleza!

E um jeito sem vergonha, um beijo mais macio,
Um cheiro de pecado, o gosto do veneno.
Amor não tem tamanho, ou grande ou é pequeno,
O que importa em verdade, o resultado do cio...

Um dia inda me mudo, ou nunca mais, quem sabe...
Se mudar, cadê limo? Assim vivo melhor.
Danado colibri. A flor? Eu sei de cor.
Nesse mundo de Deus, toda saudade cabe...

Até que sou feliz, e gosto do verão.
O vento é generoso, as pernas da morena...
Também é perigoso, amor trocando pena...
Hoje, amanhã, depois...Lá vem outra paixão!

E tudo recomeça, a cachaça, o bar...
As pernas, a morena, o beijo, esse motel.
E tudo vai girando, enorme carrossel...
Minha alma não sossega e prá que sossegar?
Publicado em: 13/09/2008 20:22:43
Última alteração:17/10/2008 13:26:57


Amortalha
Amor mortalha amortiza
Amortece amor tece
E me esquece...
Publicado em: 14/09/2008 20:05:22
Última alteração:17/10/2008 13:30:2

26 comments:

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