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Monday, June 27, 2011

INFÂNCIA

Não quero acreditar
Nem tampouco o poderia.
Refém dos dias nublados e sem sentido
Passeio nos quintais da infância há tanto desperdiçada
E jogada nalgum canto, nos porões empoeirados.
Há tanto penhorei a vida e não vim buscá-la. Tampouco acreditasse.
A vida não se deu, e o tempo se esgotara,
Atento aos desvios comuns do caminho
Atalhei, retalhei e me expus.
Quasimodo sonhando com o amor...
Risível e estranho, jamais plausível.
O cancro efervescente que mantenho vivo
E guardado, bem guardado, no mesmo porão,
Não deixaria sobrevir sequer uma esperança.
O cravo, a rosa, o medo, o verso e a mesma prosa sem sentido,
O desvalido e esquálido enquanto quisera fúlgido.
E aos poucos metastaticamente a vida traz o fim,
Mas ainda me resta o porão.

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