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Monday, June 27, 2011

VAZIOS

Procuraria apenas o que possa traduzir
Ainda as marcas todas de um passado
Há tanto pelo esgoto derramado
E nada encontraria.
Mas procuro.
O sacrílego momento aonde o vento
Moldasse a farsa inteira e não convenha
Seguir o que pudesse sem a senha
Na sanha onde se ganha mesma face,
Ainda que deveras me embarace
Ou trace novo tempo, eis o fim.
O vértice no vórtice se perde
E o perigeu aponta o caos imenso,
E penso, repenso intenso e vasto céu,
Ausento-me deveras do que fora,
Buscando com prudência o que inda venha
E mostre a face escura da esperança desmedida e ébria.
Volto ao minha origem lusitana e tento Loures,
Volto à Calábria dos meus avós e tento Paola,
Porém o que encontro representa somente a semente
Abandonada em solo pedregoso, semidesértico.
Quisera qualquer tom que inda pudesse
Marcar além da farsa e da ironia,
Calando de vez esta agonia
Que presume novo pileque, nova ressaca e a mesma inconclusão.
As minhas incursões pelos sonhos sempre foram vãs.
Malsãs e mal resolvidas.
Ouço a mesma voz que há tanto traduzira o não sentir,
O não poder e o tentar resistir,
Ao fim de certo tempo o quanto ainda poderia
Trazer algum alento, ou mesmo uma frágil ilusão,
Ecoa na distante faceta que deixei nas bases esquecidas
Dos tantos que entre tantos redundaram em mim.
Vago e multiforme, louco ou incauto.
Queria adormecer e acordar noutro cenário,
Amielinizado e, prazerosamente imerso no vazio da própria existência...

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