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Sunday, August 27, 2006

Nas catedrais dos sonhos, bate o sino

Nas catedrais dos sonhos, bate o sino,
Convocando fiéis para velório,
De quem tempos vividos, foi notório,
Agora já descansa, vai menino...

Teimavas, rebelado contra todos,
Vivendo seus enganos, com coragem;
Lá fora, a brisa sopra doce aragem,
Comemorando, livre; teus engodos...

Quem sonhava liberto, libertou...
Não queria, talvez, tal liberdade;
Mas sonhou com total honestidade,
Até que com leveza, já voou...

Meus olhos não choraram nem marejo,
Esse tempo, aliado da saudade;
Trará enfim, p’ra mim, veracidade,
Saber que conseguiste teu desejo...

Profanando cenários mais sagrados,
Sem confetes, nos flertes sem razão;
Por quantas vezes, disse sim seu não;
Receba em paz, teus olhos tão cansados...

No que fui, sou teu rio, quero mar;
Em todo meu martírio, foste guerra.
Nos meus vales, fugindo dessa serra;
Quem me dera poder só t’alcançar!

Deveria ter asas, passarinho,
Quem sabe assim teus anjos buscaria,
Em tuas mendicâncias pelo dia,
A noite poderia ser teu ninho...

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