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Friday, September 1, 2006

Lavo os olhos na saudade

Lavo os olhos na saudade,
Meu caminho segue o mar
No mote que eu encontrar,
Minha sorte de verdade
É saber da claridade,
É não poder mais ver morte,
Nem cruzar o pólo norte,
Nem sanar essa ferida,
Nem cuidar da despedida.
Nem reclamar dessa sorte...

Minha lida foi marcada,
Pela curva desse vento,
Meu maior, grande provento;
É não saber mais de nada,
Não ser boi nem ser manada,
Nem usar cabeça baixa,
Tanto amor, a gente acha,
Na serra dessa esperança,
Que maltrata essa criança
Cuja morte não se encaixa...

Quero sentir teu perfume,
Acalentar o teu pranto,
Esconder-te em meu recanto,
Não quero mais teu queixume
Não cabe mais teu ciúme...
Quero te dar, namorada,
A minha mão cansada,
Para poder descansar,
A vida inteira, te amar,
Sem ter mais medo de nada...

E quando, enfim, a saudade,
Bater forte sem descanso,
Pensa então nesse remanso;
No lago azul, claridade,
Que te amei, com tal verdade,
Que nunca, alguém amaria,
Te desejei todo dia,
A cada instante sem medo.
De Deus já sei o segredo,
Tanto bem que te queria...

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