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Friday, September 1, 2006

Sou cornudo mas sou feliz...

Quero a vida bem de manso,
Nunca quero me estressar.
Na cadeira de balanço,
Vivo de papo pro ar .
Quando chove mato a sede,
Deitado na minha rede...

Pingo d’água na goteira,
Não deixou meu bem dormir,
De segunda a sexta feira,
Meu amor, estou aqui.
No sábado e no domingo,
Desse amor quero respingo.

Coisa chata é trabalhar ,
Já dizia meu avô;
Andando de lá pra cá,
Faço o que meu vô falou;
Trabalho cansa demais,
No trabalho perco a paz...

Aprendi somente rima,
Eu nem sei tocar viola.
Minha vida vale a prima,
Mesmo fugido da escola,
Aprendi fazer meu verso,
Olhando para o universo...

Já viu que coisa bonita,
É a flor na primavera.
Bela moça, laço, fita,
Fosse minha, quem me dera...
Mas quê que eu posso fazer?
Só tenho amor pra viver...

Chove chuva pequenina,
Vem molhar o meu chapéu,
A chuva trouxe a menina,
O castigo vem do céu...
Gostei tanto dessa moça,
De chorar, fiz uma poça...

A porta do tempo bate,
Vento batendo na porta.
Amor azul e escarlate,
Teu amor é que me importa...
Arco íris cobre tudo,
Sem teu amor, fico mudo...

Mas não posso ter segredo,
Nem posso falar a verdade.
Tal amor foi meu enredo,
Resultou felicidade.
Quero saber de teu beijo,
Onde está nosso desejo?

Eleição tem nesse ano,
Eu já tenho candidato.
Na terra do desengano,
Eu não vou pagar o pato.
Você governa meu peito,
O seu amor tá eleito...

Vinha na curva do rio,
Quando na margem avistei,
Chamei para o desafio,
Na sua terra fui rei.
A vida andando tão boa,
Nos braços dessa coroa...

Na montanha dos prazeres,
Meu amor encontro fé,
Na placa tem os dizeres,
Minha casa é de sapé.
Tem a moeda dois lados,
Nossos casos separados...

Vim de tarde sem magia,
Procurei por Madalena,
Encontrei só a Maria,
Sem amores, sem ter pena...
Veneno de jararaca,
Se for ela, a vida empaca...

Fui levar o meu amor,
No cinema, prá ver fita.
Nem bem ela lá chegou,
Quis tomar uma birita.
Moça pinguça de fato,
O filme acabou no mato...

Depois dessa choradeira,
De neném no meu ouvido.
Acabou-se a brincadeira,
A vida perdeu sentido,
Todo dia bem cedinho,
Me levanto sem carinho...

A coisa tá diferente,
Já não tenho mais sossego,
Todo dia no batente,
Tenho que estar lá n’emprego...
Patrão é coisa do demo,
Levando o barco com remo...

Cineminha sem vergonha,
Acabou com minha paz.
‘Tô parecendo um pamonha,
Ninguém me conhece mais...
De tarde já ‘tô cansado,
Levando vida de gado...

A cachaça é que tem sido,
Minha leal companheira.
Só ela me dá ouvido,
O resto todo é besteira.
Bebo sim, e bebo tudo,
Nada falo, fico mudo...

A danada da mulher,
Fica em casa o dia todo.
Faz tudo o que bem quer,
Não anda, criando lodo...
Me restou só essa pinga,
Mas um dia, a gente vinga...

Me mandaram um recado,
Pro trabalho seu doutor.
Tinha um cabra bem safado,
Debaixo do cobertor.
Agora virei chifrudo.
É bom que acabo com tudo...

Tão os dois aqui do lado,
Veja que coisa bonita.
Ela nua ele pelado,
Olha a cara da maldita.
Eu é que fiquei feliz,
Tome essa meretriz...

Seu delegado desculpe,
Não quero mais complicar.
Por favor não mais me culpe,
Nunca mais vou trabalhar...
Eu já pedi demissão,
Libertei meu coração!

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