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Friday, December 21, 2007

SONETOS 016


Amor que tão distante não percebo
Qual fora tenebrante solidão.
Dos ventos que, sozinho, inda recebo,
Não vejo nem sequer uma emoção...

Amor que não me sai do pensamento,
Embora se transborde em amargura.
Vagando minha noite em sofrimento,
Eu sinto, nesta aurora, uma ternura..

Quem sabe meu amor, ao se levar
Por ondas inclementes, venha à praia.
A lua refletida neste mar,
Abraça tantas ondas e desmaia.

Talvez quando retorne traga a luz,
Qual lua que no mar se reproduz...

X

Passado esse momento, a boca espreita
O beijo que promete, mas não vem...
A carne tão sedenta, insatisfeita,
Procura a companhia d’outro alguém.

Que sei me negará tal primavera
Nas seivas prometias meu deleite...
Depois de tanto tempo nesta espera
Duvido que teu corpo inda me aceite.

Mas tento, sem nenhuma garantia,
E peço teu carinho; estou tão só.
Te sinto revoltosa em rebeldia,
Em vão; te peço então que tenhas dó.

De quem tanto partiu quanto voltou,
E saibas, quanto tempo, sempre amou...

X


A nossa tarde juntos, nossa vida...
Outonos que sabemos já se vão...
Amor quando em promessa, despedida,
Compartilhamos mesma solidão.

Amor que nos uniu, sem desespero;
Na tarde que despenca em rapidez.
Eu sinto esse agridoce do tempero
Tal fosse nosso amor que assim se fez.

Amor vitorioso, mais sagrado,
Vencendo tantos medos, preconceitos.
Agora que vivemos lado a lado,
Em plena lucidez, tão satisfeitos.

Sabemos construir felicidade
Nas asas deste amor em liberdade...

X


Quero a tenacidade deste amor
Que teima quase sempre em te querer.
Vivendo sem saber do teu sabor
Bastando simplesmente o te saber.

Eu quero esta esperança sem ter fim
De ter dentro dos olhos teu sorriso
Que é muito do que tenho sendo assim
Amor que mesmo longe é paraíso.

Eu quero o gosto doce dessa língua
E sorver cada gota dp teu mel.
Amor que não pretendo ter à míngua
Nas asas deste canto vou ao céu...

Amada, como é bom querer-te bem.
Em ti eu sei prazer de amar alguém...

X


Tanto quero querer, quero tanto,
Quanto tanto te quero meu bem.
No querer que te quero sem pranto
Vou viver de querer-me, ninguém...

Amor, quero. Mas quero quem queira
Amor meu. Sem amor, eu sou nada.
Neste nada que sou, vou sem beira.
Sem ter sol, sem manhã tão sonhada.

Mas te espero acordar ao meu lado.
E viver o que fomos, amor.
O meu canto, te espera acordado,
Eu espero te dar meu calor...

Mas te vejo distante do sonho
Deita aqui... Venha cá... Te proponho...

X

À noite, caminhando tão segura,
Passando pelas ruas sem temor.
Embora carregando a desventura
De tanto tempo em busca de um amor.

Que jamais retornara; triste bem,
Que se fora nas ondas deste mar.
À noite no silêncio do ninguém,
Em meio à tantas pedras, divagar...

Procura por notícias; mas, nenhuma.
Nem mesmo novas más, só um vazio.
As pedras já conhece, de uma a uma.
De tanto perguntou para este rio;

Que sabe desemboca em pleno mar...
Rio entretanto leva, sem buscar...

X


Eu quero tanto amor de ti Maria,
Que nada mais seria tão urgente.
Amor que tanto amou não amaria
Se fosse minha amante, de repente...

Nem que surgisse olhar de piedade
Nos olhos que procuram teu encanto
Nem mesmo assim em toda claridade
A vida me traria um novo canto.

Entretanto Maria não me quer...
As horas se passando, traiçoeiras.
Traduzesm tantas vezes a mulher
Que guarda suas mágoas costumeiras...

Prostrado no teu colo quero os seios,
Que restam tão somente em meus anseios...

X


Alguém gritando ao longe, grito forte,
Envolto nas penumbras, tanto frio.
Se meu olhar seguisse esse teu norte,
O mundo não seria tão vazio...

Escuto cada vez mais forte o grito
Da voz que pouco a pouco reconheço.
Se meu amor não fosse tão maldito,
Talvez a salvação tivesse apreço...

A voz que tanto grita, alucinada,
Por um momento chego a confundir...
E foste, meu amor, na madrugada,
Deixando quase nada a repartir...

Agora reconheço essa aflição.
Eco de sua voz, meu coração...

X


Meu olhar ansioso te esperando
Não voltas do que foste nem vieste.
O tempo de viver já vai passando
O vento que trouxeste não reveste.

Desisto desta busca sem sentido,
Sentindo que este frio não se esgota.
Amor quando em amor mal resolvido
Das dores ultrapassa sua cota.

Mas venho com meus olhos mendicantes,
Buscando o que não sei nem mais queria.
Quem teve tantos dias delirantes,
Só lembra dos momentos de alegria...

Mas sei que não desejo nada enfim,
Apenas teu fantasma vivo, em mim..

X

Amor que mais desejo; intensamente.
Da forma mais perene e transbordante.
Eu quero o teu amor, de corpo e mente,
E ser, além da vida, teu amante...

Eu quero ter teu cheiro que me entranha
E ter o gosto teu sempre na boca.
Viver de tal amor que me acompanha
Vicia minha vida, e me treslouca.

Eu amo teu amor em meu amor,
Pois eles se completam e se fundem,
De tanto entreguei ao teu dispor,
As nossa almas tontas, se confundem..

Eu amo teu amor sem ter medida,
Não sei mais qual é tua ou minha, a vida...

X


Minha dor transporta pelo vento,
Contamina também quem sempre amei.
As coisas mais medonhas que sonhei,
Ao vento se transportam, sofrimento.


Na música que cantas, me acalento,
E mostra o que sempre desejei.
Amor que em minha vida, foi a lei
Agora se dispersa, num tormento.


Lírios roxos decoram a minha alma.
E nada do que tive já me acalma,
A não ser o sorriso do meu bem,


Que a noite carregou p’rá nunca mais,
Não posso sossegar amor, jamais,
Espero pela morte, e ela não vem...

X


Teus olhos mais formosos, de alegria,
Inundam os meus olhos sonhadores.
Se valem de perfumes, roubam flores
E marcam minha vida em poesia

Olhos
que trazendo sempre o dia
Avalizam os sonhos, meus, amores;
Recebo satisfeito tais pendores
E marcho rumo à glória em fantasia...

Amores quais olhares sempre vejo
Nos mares entranhados de desejo
Espero a mansidão, ternura plena.

E sempre que te vejo e não me vês
Escuso, por ser bela, uma altivez,
Pois sei que valerá, decerto, a pena!

X

Amigo, nos meus cantos que fizera,
No peito sem saber por onde estavas.
A vida se encontrando em primavera,
Embora; tão silente, me deixavas.

Não vejo mais sequer um só disfarce
Que possa utilizar, pois vou vencido.
É duro ter que dar minha outra face
Aos cortes tantas vezes desferidos.

Ferido por quem mais, um dia, amara.
Sangrantes esperanças consumidas.
Amar pode ser perla muito rara,
Porém uma amizade vale vidas...

Desculpe se te faço essa canção,
As notas nascem fundo: coração!

X

Se nada mais serei senão meus versos
Que tentam ser felizes por si próprios
Vivendo em liberdade, em universos,
Que mesmo a quem faz serão impróprios

Não posso mais ter vida independente,
Me escravizaram; sou, deles, cativo.
Quem dera se pudesse vir urgente
A voz que me fizesse mais ativo.

Desejo estar liberto, não consigo,
Ecoam muito mais do que meu ser.
Vivendo a liberdade que persigo,
Morrendo eles irão sobreviver.

Quem sabe, se talvez um belo dia,
Consiga estar liberto da poesia...

X

Da beleza suave da manhã
Na tarde que aproxima, meu crepúsculo.
A vida se demonstra nesse afã
Destrói lentamente cada músculo.


Meus pés estão cansados da viagem
Tão longa pela tarde que se vai.
Não tenho mais desculpas nem coragem.
O tempo, tolamente, já me trai.


Quem dera, no deserto dos meus sonhos,
Renascesse ao final, meu horizonte.
Meus dias se fariam mais risonhos,
Talvez usufruísse desta fonte.


Um vento que se quer um furacão
Na tarde tenta inflar meu coração.


Que morto não conhece mais o mar.
Embora essa saudade de te amar...

X

Fadas e gnomos, frágeis criaturas
Siderais te acompanham, nem percebes...
As delicadas bênçãos e ternuras
Estão a cada passo que concebes...


Nuvens, borrões celestes, nas alturas,
Observando teus passos nessas sebes,
Lacrimejam-se plenas, ficam puras,
Trazendo as doces águas que recebes...


Sedenta de carinhos, livre lebre,
Saltando por meus sonhos, nas campanhas,
Ardendo teu amor em louca febre,


Os olhos que te querem, pirilampos...
Nas altas cordilheiras, nas montanhas,
Procuro teu amor por belos campos...

X

No tempo que começa em nossa vida
De luz e de alegrias, meu amor.
Que seja um novo ponto de partida
A tudo o que queremos com vigor.

Que tenhamos em paz nossa família,
Num dia a dia pleno de esperança.
A luz que em nossos olhos sempre brilha,
Mantenha bem mais forte essa aliança.

Iremos, com carinho, aos novos dias.
Levando nosso amor como um farol,
Permita Deus que nossas fantasias
Floresçam na manhã, na luz do sol.

Ver a felicidade; sou capaz,
Nos olhos de quem amo. Amor em paz!

X

Quero amor de cadeiras nas calçadas
Sentado nestes bancos do jardim
Andando pelas ruas de mãos dadas
Relembro o que melhor existe em mim.

Eu quero ir no cinema de noitinha
E te roubar um beijo, meu amor...
A rua que sonhei que fosse minha,
Pedrinhas de brilhante: um esplendor!

Que pena que esse bosque já morreu
Deixado numa curva do caminho.
De tudo só restou apenas eu,
Guardado no meu canto, passarinho.

Ao rever velhos retratos do passado,
Que bom que inda te tenho do meu lado...

X


Ao estender meu peito sobre o teu
Na madrugada fria, quase morta,
Senti que meu destino se perdeu
No colo que onde meu sonho, manso, aporta.

E decididamente fui feliz.
Embora melancólico meu mundo,
Pois com certeza, és tudo o que já quis
Com teu olhar tão calmo e tão profundo.

Tens a doçura calma de que sabe
Que apesar deste sonho tão imenso
De ser livre; que quase não me cabe,
Do modo de viver que é mais intenso.

Depois de tanto vôo e tanto pouso,
No teu colo é que encontro meu repouso...

X

Febre da juventude sempre dura
Por mais que nos pareça temerário
Esquecemos de tudo no estuário
Que nos leva e que impede toda cura.


Se temos no caminho, noite escura,
No fundo nosso medo é sempre hilário
Sem sofre por amor será otário
Ao mesmo tempo sonha com ternura

Corcel impaciente não percebe
Que somente quem dá amor recebe
E morre na esperança mais sofrida.


De ter o que pensara ser direito,
Amor quando se encontra, satisfeito
É balsamo que vale toda a vida!

X


Ao me veres chorando assim querida,
São enchentes que na alma me transbordam.
De tanto amor que eu tive em minha vida,
Às vezes são saudades que me abordam...

Carrego um oceano sem tamanho
De dores e tristezas, cicatrizes...
Por vezes, das lembranças tanto apanho
Que esqueço como nós somos felizes...

Mas saiba que contigo eu aprendi
Que a vida vale a pena ser vivida
De todo que há de bom que está aqui,
Com certeza a lição foi aprendida.

Então vamos, saltar por sobre o muro
Da dor, e seguir; livres ao futuro!

X


Não temo mais invernos nem geadas
Apego meu calor, nossa fornalha,
Depois de tantas lida, tão cansadas
As pernas se descansam da batalha.

A vida que me trouxe tanta neve
Agora se promete fruto e flor
Minha alma com tua alma fica leve
Nas asas do divino e claro amor.

Eu quero me encostar nestes teus braços
Deitar minha cabeça de mansinho,
Dormir aconchegado em teus abraços,
Fazer destes seus seios, o meu ninho.

Amor eu te proponho esse verão
Que nunca tenha inverno ou solidão.

X


Eu só quero poder gritar teu nome
Pelas ruas, nas praças , no jardim...
Que a força deste amor tudo me tome
Aos poucos me enlouqueço... Sou assim.

Assim como essa fome não sacio
De ser eternamente todo teu.
Viver sem perceber se é quente ou frio,
Se tem a claridade ou pleno breu.

Viver desesperado de alegria
Rasgando o coração, voando tanto.
De ser feliz demais a cada dia,
Usar a fantasia como um manto.

Saltar por sobre as ondas deste mar
Singrando teus espaços, QUERO AMAR!

X

Se eu te peço tanto amor
Tanto amor eu posso dar
Nos caminhos onde for
Te darei sempre o luar


Que carrego no meu peito
Sobre as nuvens que choveram
Nosso amor tem o direito
De tantas dores sofreram.

Quero teu beijo molhado
Nos meus lábios ressequidos
Nosso amor que foi formado
Por tantos dias doridos.


Encontrou agora o rumo,
Nos teus passos o meu prumo...

X


Eu pus meu amor num barco
De papel que se levou
Na corredeira fez arco
Pouco depois naufragou...

Não me esqueço quanto dói
A saudade, minha amada.
Outro barco se constrói
Depois vem outra enxurrada...

Eu só peço a Deus do céu
Que não deixe mais sofrer
Tanto barco de papel
Tanto amor que vai morrer.

Naufragando o coração;
Qual será a solução?

X

Coloquei minha saudade
Num balão e já soltei.
Agora com liberdade,
Sem amarras, eu voei.

Nos céus voando liberto
Encontrei o meu caminho,
Incrível! Estava perto,
Nas asas do passarinho.

Que me levou para a casa
Me deu comida e abrigo,
Acendeu lareira e brasa,
E falou tanto comigo.

Aprendi: não há perigo
Se você tem um amigo!

X

Meu amor que talvez nunca voltasse
Se não fosse o amor assim atento
Vivendo tanta vida sem disfarce
Amor nunca me sai do pensamento.

Quero viver amor sem medo e tédio
Na eternidade simples do segundo.
Amor que tanto amor é livre assédio,
Invade conturbando esse meu mundo

Feito de sombras mortas e tão quietas.
Mas, amor, com as garras afiadas,
Traz as revoluções, as mais completas,
E rompe essas barreiras mal armadas

Deixadas pelas dores da incerteza,
E leva o coração na correnteza...

X


Vento e solidão
Batendo na porta
Meu amor acorda
Te peço perdão.

Senão, porta aberta,
Vento faz a festa
Amor tampa a fresta
Esteja sempre alerta.

Sinto o gosto triste
Do vento que bate
Amor não maltrate
É tudo o que existe.

Mate a solidão.
Abra o coração!

X


Eu quero o amor tranqüilo da manhã,
Com o gosto mais doce que puder.
Na sensação mais pura e sempre vã
Dos olhos de menina da mulher.

Desta mulher amada e tão serena
Deitada no meu colo, olhar distante...
Na boca tão sedenta e sempre amena
Que mostra meu caminho mais constante.

Eu quero amor molenga e dorminhoco
Que mantenha uma chama sempre acesa,
Que venha sutilmente, pouco a pouco,
Mal percebi, descansa em minha mesa

O gosto desta fruta tão madura
Nos lábios lambuzados de ternura..

X


De tanto amor que tenho e que carrego
Pesando devagar nas minhas costas.
Como é possível crer no que já nego
Amor que tanto quero quanto gostas.

Vencendo minhas dores e quimeras
Fazendo dos meus versos minha luz.
Tramando a poesia em primaveras
Da
mesma forma mansa que seduz.

Eu quero teu carinho em meu carinho.
Despido de segundas intenções.
Sabendo que de noite vou sozinho
Procuro tanto amor, as ilusões...

Meu tempo de te amar não se demora.
Quem ama sabe e nunca vai embora...

X


Te quero plenamente nos meus versos
Que embalde tantas vezes te remeto.
Os sonhos que tivemos,tão diversos,
Por vezes tantos erros que cometo.

Andando pelos vastos pantanais
Charnecas e desertos sei de cor.
O canto que nos une sempre traz
As flores que fenecem por rancor.

Nas nossas juventudes esquecidas
Nas curvas e nas raias deste rio...
Amor que salvará as nossas vidas,
Da morte sem saudade, do vazio...

Amor que não permite tantas dores
Se forem nossas luzes, morrem flores...

X


Somando meu amor com esperança
Encontro em teu amor o resultado
Dançando sem saber a mesma dança
A vida que procuro é ao teu lado...

Mas quando a noite fria se voltar
E a bruta solidão quiser me ver,
Proclamo essa vontade de te amar
Como a vontade plena de viver.

Não sei se vencerei meus tantos medos
Nem sei se isto dará a plena paz.
Os olhos que choraram sem segredos
No fundo desta noite a morte traz.

Mas quero teu carinho mansamente
Enquanto a vida for pura semente...

X

Quem dera se meu sono fosse manso
Em volta da lareira, quento o frio.
O colo de quem amo, meu remanso,
Depois de tanto tempo por um fio...

As cordas do meu velho violão
Depois de tanto tempo sem tocar
Faltando tão somente o mi bordão
A noite me convida a procurar.

Os cantos esquecidos na gaveta
Nas salas deste velho coração
Que sabe muito bem e se completa
Nas noites e luares do sertão.

No colo desta serra e da morena
Que ao longe, tão distante inda me acena...

X

Não falo deste sono que não chega
Nem canto inutilmente estes meus versos.
Amor que tanto tive não se nega
Nem mesmo nos tormentos mais diversos.

Amor que sempre tramo e já me aflige
Não venço nem sequer serei vencido.
Os rumos desta vida quem dirige
Amor que se negara dividido.

Agora que pressinto tua ausência
Nas noites mais doridas, sem teus braços.
Aqui, deitando longe dos abraços,
Espero a tua lúcida anuência

Para deitar de novo meu cansaço,
Teu colo, meu caminho e meu regaço...

X


Se não fosse a vida esse disfarce
Que tento usar a cada novo dia.
Amor que se tocando face a face
Nem sempre sobrevive em alegria.

Eu quero teu amor, mesmo distante,
Embora; eu acredite, nunca queiras.
Por mais que se demonstre delirante
Precisas de outro bem em tuas beiras.

Sou frágil, sou nefasto, sou fantasma,
Que sonhas e não podes mais tocar.
Andando pelas ondas sou um plasma
Embora, como um plasma possa amar.

Desculpe se nunca fui o que sonhara
Apenas o que resta e nunca ampara...

X

Amor Distante

Certezas de que nada tanto fui
Embora abarrotado de esperanças.
Amor que sutilmente, vai e flui,
Descansa nas alturas onde alcanças.

Meus passos são retrógrados, insossos,
Recebes as lufadas do carinho.
Embora não mereça os alvoroços,
Decerto minha sina é ser sozinho...

Não deixo essas pegadas no deserto
Por certo nada sou do que sonhei.
Amor quando distante morre perto
Tão perto que jamais te esquecerei...

Amada me perdoe se não vivo
Se sou um simples sonho, então te privo...

X


Nas minas e nos mares que inventei
Nos passos mais cansados pela praia.
Do mundo onde jamais eu viverei
Um olhar se cansando quer que eu saia.

Não sei se sou restante ou sou um nada
Apenas não aposto mais meu sonho.
Nas horas em que quero minha amada
Distante deste mundo que proponho.

Alado qual corcel qual colibri
As asas arriadas pelo chão.
O mundo onde viera não mais vi,
Restou esse fantasma coração.

Que segue mendigando um só carinho
Em busca da certeza vai sozinho...

X

Não meço mais os medos nem os pés
Que meto pelas portas da saudade
Se vivo ou se virei só de viés
Depende desse sol, da claridade.

Não minto quando canto meu amor.
Mas sinto que perdi essa meada.
A cama tão sozinha a meu dispor
Demonstra que uma noite não é nada.

Apenas as histórias que contaram
De fadas, de princesas e castelos,
Terminam onde amores aportaram
Deixando em seu lugar os meus rastelos.

Que trazem toda dura realidade.
Fantasmas nunca dão felicidade...

X


Passando com meus passos tua porta
Aberta não permite minha entrada.
A noite se aproxima e cai tão morta
Depois da curva; sinto, não há nada...

Nem mesmo o gosto fero da pantera
Que em garras afiadas me sorrira.
De mim quase que nada já se espera,
Nem mesmo um fogo brando, quiçá pira...

Sou neve, não aqueço ou determino,
Sou frio, nunca fui e nem serei.
Do sonho que vivera esse menino
Morrendo na vontade que passei.

Meus olhos; adormeço, sem futuro.
Meu canto se esvaindo, quieto, escuro...

X

Amor que enaltecendo, sigo em frente,
Sem temer sequer dores nem espinhos.
Amar demais passou a ser urgente,
Vivendo em nosso amor, tantos carinhos...

Eu tenho esta certeza que não morre,
De ter uma verdade dentro em mim,
Nas horas mais doridas, me socorre.
Transcorre com beleza e tudo enfim...

Aos poucos entendendo mais a sorte
De ter por tal amor tanta esperança.
Que faz com distante queira a morte,
Que vive e sobrevive na lembrança.

Certeza de este amor que sempre estime,
Amor que me invadindo é tão sublime...

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