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Friday, December 21, 2007

SONETOS 040

Por isso, sem segredos, companheiro;
Devemos caminhar, cabeça erguida.
Se somos mais sinceros, verdadeiros,
Mais fáceis nossos passos pela vida.

Amigo não se esconda, seja franco.
O medo tantas vezes atrapalha.
O sangramento intenso sempre estanco,
No corte tão profundo da navalha.

Eu sinto que a verdade sempre vence
As tramas inventadas, as tocaias.
A vida, simplesmente, te pertence,
Depende de teus mares, tuas praias...

Assim, nunca se esqueça: liberdade
É feita na semente da verdade!

XXX

Te quero, minha amada, a cada dia,
Na forma mais suave e desejosa.
Nos versos que fazemos, poesia,
Em meu jardim, inteira, rubra rosa.

Te quero na solar, bela alvorada,
Desnuda do meu lado, nossa cama.
Vivendo deste amor, minha adorada
No fogo que nos queima, branda chama.

Que sempre se apimenta, no teu mel,
Que sempre se adoçando na garapa.
Me leva, sem juízo, para o céu,
Aos poucos, penetrando a dura capa.

Expondo, coração como se quer,
Nesta beleza enfim, minha mulher!

XXX

O AMOR

Amor, um sentimento insuperável,
Nos traz toda a alegria com tristeza.
É forte, gigantesco; mas instável,
Refletindo em nossa alma dor, beleza...

A força de um amor, locomotriz,
Nos traz uma certeza de encontrar
No céu desta esperança; tal matiz,
Que faz quem tanto sonha delirar...

Amor inconseqüente, sem juízo,
Acima da maldade e da bondade.
Inferno que nos leva ao paraíso,
Amar é sempre ter a mocidade.

Amor é soberano e sem igual,
Acima, sempre está, do bem, do mal..

XXX

Um piolho vagueia sem ter pressa,
Na cabeça, coçando sem parar...
Passeio de piolho coça à beça.
Não consigo parar de me coçar!

Ó bichinho danado sai depressa...
Não quero e nem pretendo te aguentar!
Parece que prazer te dá, or’essa!
O quê que irei fazer pra me livrar?

De noite, então, martírio fica feio...
A caspa, companheira xexelenta,
Com ele faz dueto e eu no meio...

Já passei, na cabeça, até pimenta,
Não adianta, logo que bobeio,
Recomeça a coçar, a piolhenta!

XXX

De tuas mãos divinas, tal carinho,
Que sinto, calmamente, me enlevar;
Arando o coração, preparam ninho,
Onde esperança, intensa, vai morar.

Eu quero cada fruto, cada flor,
Produto do cultivo, plantação.
Recebo em tuas mãos, o pleno amor,
Que faz no bem querer, adubação.

Decerto nas delícias do pomar,
As frutas delicadas, nossos filhos.
É vida que, insistindo, faz brotar,
Nossos caminhos, unos, nossos trilhos.

E já peço, em mãos postas, numa prece,
Essa beleza do amor que amadurece...

Xxx

Nem mesmo uma vontade de ficar

Apenas a distância tão sofrida
De quem quis aprender demais amar,
E foi-se numa estrada, vã, perdida...

Mas sinto que talvez, uma esperança,
Aporte nesta porta sem bater.
No vento que me trouxe, na lembrança,
O gosto e bom perfume do prazer...

Amada, por favor, te espero aqui.
Imerso na terrível solidão.
Esqueça se, meu rumo; já perdi,
Encontro em teu caminho, a salvação.

E peço, meu amor, esta alegria,
E traga, pros meus braços, novo dia!

Xxx

São tantas odaliscas e pierrôs
No baile da ilusão, que já passou...
Por certo, nas janelas e vitrôs
Um quadro na parede, o que sobrou...

Na doce fantasia do passado,
Confetes, serpentinas, marcha-rancho.
O quadro se mostrando esfumaçado,
As letras, misturadas, qual garrancho.

Me lembro deste beijo que te dei,
A colombina linda que se foi.
Na bela alegoria, já fui rei,
Nas ruas da emoção, bumba meu boi...

Agora nada encontro. Não faz mal,
Contigo, vivo eterno carnaval!

Xxx

Não preciso dizer quanto eu desejo
As mãos que me acarinham, mansamente.
Vivendo teu amor, te peço um beijo
Que venha e me transtorne, totalmente...

Eu quero que tu sintas meu carinho,
Descendo por teu corpo sedutor.
Vivendo esta alegria, de mansinho,
Chegando à plenitude em nosso amor...

Meu coração reclama tua ausência,
Esqueço minha dor, meu sofrimento,
Estando junto a ti, na convivência
Divina que nos traz amor, alento...

Amor, não necessito nem dizer,
Meu coração não cansa de querer!

Xxx

Amor assim demais, inesgotável,
Sentido tanta dor de amar assim.
Amar-te muito além do suportável
Numa loucura intensa sem ter fim...

Amor que não carece explicação,
Rasgando todo o peito, bela adaga.
Explode um transtornado coração,
Minha alma sem ter medo, amor afaga.

Amar até que a dor venha, bem forte,
Sem tréguas, sem juízo, te querer.
Além da fantasia, além da morte,
Quem ama assim, demais, não vai morrer.

Se um dia, tu te fores, meu abrigo,
Minha alma, com certeza, irá contigo!

XXX

Amiga, não desista desta luta.
Pois saibas, ela sempre vale a pena;
Não deixe se vencer por força bruta
Não guarde, na lembrança, triste cena...

Eu sei que valerá toda a batalha,
Pelo futuro em paz que já sonhaste.
O corte tão profundo da navalha,
Por mais que cicatrize, traz desgaste.

Mas sinta que este vento nunca pára,
A força com que vem nunca termina.
O vento da esperança te antepara
A força de vontade é tua mina.

Querida, estou contigo, vais vencer.
Ninguém, no mundo, irá, mais, te deter!

XXX

A flor que desejo,
Distante de mim.
No sonho que vejo,
Eu te canto assim:

Nas horas mais difíceis, sofrimento,
A rosa, em seu perfume, me inebria.
Na sensação gostosa deste vento
Toda emoção, serena, e tão macia.

Do sonho de poder, a flor tocar,
Em todas suas pétalas, carinho...
Jardim dos sentimentos, cultivar,
Certeza de não ser, jamais, sozinho.

A flor que me encantou, está distante.
Só sinto seu aroma e nada mais.
Quem dera se esta rosa deslumbrante
Ouvisse o meu cantar de amor e paz...

Espero te encontrar. Ah! Quem me dera!
Seria renascer a primavera!

XXX

Eu quero, no teu toque sensual,
O gosto delicado deste mel.
Estar deliciado, sol e sal,
E pontilhar de estrelas, nosso céu...

Eu quero te sorver gota por gota
Numa loucura bela e quase mansa.
Sentir a solidão, distante, rota.
Amor, tanto prazer, a vida alcança!

Eu quero teu perfume, minha rosa,
Esplendorosa flor do meu jardim.
Sabendo quanto, amor, é vaidosa,
Eu quero teu aroma, todo, em mim...

E quero que tu saibas; doce amante,
A fome de te ter, a cada instante...

XXX

Vivendo por um sonho, meu amor.
Nesta busca incessante, tanto alento.
Não tenho outra esperança nem temor,
Que a perda deste sonho, solto ao vento...

Eu quero teu carinho, tanto, tanto...
Eu quero a poesia de teus lábios.
Procuro a cada dia, o teu encanto.
Cadê a direção, sem astrolábios?

Apenas sei que quero teu carinho.
Apenas sei que vivo esta esperança
De ser teu companheiro, mesmo ninho.
De podermos dançar a mesma dança...

Pois tudo que mais quero e me proponho,
Podermos desfrutar do mesmo sonho!

XXX

Amiga, me perdoe se eu te adoro.
Bem mais do que devia te querer.
Distante dos teus olhos, eu imploro
Que Deus nos ilumine, bem querer...

Eu sinto como fosse traição,
Amor que tanto sinto, mas eu nego.
Conheço, tão de perto o coração,
Por isso mesmo, amiga, fico cego.

Não posso desejar-te, mas que faço?
Se tenho nos teus braços, meu amparo.
Às vezes, solitário, mal disfarço.
Não quero destruir amor tão raro.

Por isso, me perdoe minha amiga,
Minha alma na tua alma já se abriga!

XXX

Amor eterno; toma-me em teus braços;
E faça o que quiser, sou teu cativo.
Não deixe um coração triste em pedaços
Que
sonha em ser feliz, por isso vivo...

Eu quero tua força e teu destino.
Eu quero a sutileza que prometes.
Vivendo neste amor, não me domino,
Em desespero puro, me remetes...

Mas sugo deste amor o doce sumo;
A garapa, melado, mel, abelha...
Se tanto te devoro, me consumo,
No incêndio deste amor, é a centelha...

Entrego a ti, meu sonho, corpo e alma
Regresso a tua cama e já me acalma...

XXX

Tenho tantos irmãos que a vida trouxe,
Espalhados no mundo, e sou feliz.
Às vezes muito mais do que se fosse
Da mesma geração. É por que quis.

Lutadores iguais no mesmo sonho,
Esperanças conjuntas de justiça.
Queremos um futuro mais risonho,
Companheiros unidos, mesma liça.

Meu irmão como é bom poder saber
Que nada nos afasta, nada, nada...
A cada novo dia, conceber,
O rumo tão igual, a mesma estrada.

Como agradeço à vida a boa sorte,
Amizade, irmandade, laço forte!

XXX

Te via nos pomares, laranjais,
Na morta casa viva nas lembranças;
O tempo que se foi não volta mais
Perdido no baú das esperanças...

Me recordo dos dias, das auroras;
Levando nos bornais peixes e rio.
A vida se renova sem demoras
Do que passou senão um leve fio

Que dói e que me corta, qual cerol.
E via em tuas pernas meu desejo
Aberto e se expandindo à luz do sol.
É só fechar os olhos que te vejo.

E vejo minha ausência de prazer
Quem dera se pudesse te prender...

XXX

Amada, não preciso te falar
Das ondas tão distantes, do oceano.
Nem dos raios mais belos do luar.
Não preciso falar do abandono

Nem tampouco, querida, do carinho...
Nem do medo de ser um ser tristonho.
Nem da noite que se abate sobre o ninho
Coberto por um céu negro, medonho...

Não preciso te falar deste prazer
Que sempre me trouxeste, sem cobrança;
Nem de todas as alegrias; vou dizer.
Pois entre nós, querida, mais que aliança.

Tudo que nós queremos, tanto amar,
Traduz-se simplesmente num olhar!

XXX

Não deixe tanta vida para trás
Com medo de que o dia nunca chegue.
Quem sabe faz agora ou nunca mais,
Não deixe que esta vida já te negue.

Tens força na absoluta rebeldia,
A vida não permite timidez.
Tudo o que quiseres, eis o dia,
Agora é nossa chance e nossa vez.

As pedras do caminho, não te impeçam
De ter a liberdade de sonhar.
E creia, tuas pernas não tropeçam,
As asas te permitem revoar.

Amiga, saiba que estarei contigo,
Nas várias curvas, sem temer perigo..

XXX

Procuro o paraíso neste céu
Vasculho cada estrela, nada vejo.
Montado neste sonho, qual corcel
Espero pela cor do teu desejo...

Nos mares e na lua, não está,
Nos campos e montanhas, mas cadê?
Nos raios deste sol que brilhará,
Numa simples choupana de sapê;

No rio que escorrega para o mar,
Em todas cachoeiras e cascatas.
Em todo esse deserto, onde achar?
Nem mesmo nessas brenhas, nessas matas.

Depois de procurar, sem achar nada,
Descubro em tua boca, minha amada!

XXX

Minha cara, desejo amizade,
Nada além que este canto de paz.
Tantas vezes, pedi claridade,
Mas saudade demais, só me traz.

O teu rosto brilhando em meu peito,
Me alucina, sem pena de mim.
Eu bem sei que te amar sem direito
Me trará tanta dor, isso sim.

Se te nego, que faço comigo?
Se te trago, não posso dormir.
Eu só devo ficar teu amigo,
Sem te ter não terei mais porvir.

Minha cara, te quero. Amizade?
Devo ou não omitir a verdade?

XXX

Minha amiga te falo a verdade,
Nestes versos que tento fazer.
Todo amor necessita saudade,
Não precisa, por isso, sofrer...

Se tu temes a noite sozinha,
Nada além poderás exigir.
Quando a vida, depressa caminha,
Bem mais forte virá te exigir.

Não se esqueça de ter esperança,
Nada além do que podes conter.
Toda ação que tu fazes se lança
No futuro; virá te trazer.

Quem se perde no meio da estrada
No final, sobrará quase nada...

XXX

Se te tenho, deitada, lasciva,
Nesta cama que sei, de repente.
A lembrança que trago, tão viva,
Me arrastando, qual fosse corrente.

Nos teus lábios o gosto tão doce,
Da garapa, do mel, do prazer.
Tanto amor o teu bem já me trouxe,
Nos teus braços, viver e morrer...

Flamejante desejo do gozo,
Espalhando teu mel sobre mim.
Bem querer, que me tens, generoso,
Transbordando em amor, quero sim...

Nos teus seios, um toque divino,
Deste sonho real, cristalino...

XXX

Se perdoas meus erros, querida,
Tantos erros que tenho, bem sei.
Uma amiga; encontrei nessa vida,
Tanto tempo, por isso, busquei.

Um amigo perdoa outro amigo,
Na verdade, ninguém é perfeito.
Caminhando mais fácil comigo,
Cada qual com seu único jeito.

Minha voz agradece o perdão,
E te traz o meu canto feliz.
Amizade no meu coração
Alegria que tanto se quis.

Esperança virando verdade,
No carinho de nossa amizade!

XXX

Neste canto sereno, querida,
Minha glória é te ter junto a mim.
Nessa história seguindo, na vida,
Tenho o brilho de ser teu, enfim...

Se trouxemos as dores antigas,
Disfarçamos tão bem, meu amor.
Te preparo, nas novas cantigas,
Novo tempo sem mal, sem rancor.

Meu carinho por ti, gigantesco,
Meu amor não termina, jamais.
Pesadelo, terrível, dantesco,
Te perder, não terei, nunca mais...

Venha agora, comigo, sem medo;
Ser feliz, é o nosso segredo...

XXX

Meu tormento, meu bem, sempre dói,
Se tu vens; porém nem quer me ver.
O meu medo, por certo, destrói,
Se te perco, que posso dizer?

Viverei sem poder ter o sonho,
Que, segredo, perdi, com teu bem.
O que foi, num momento, risonho,
Hoje sofro; viver, sem ninguém...

Resto o gosto terrível comigo,
Deste fel que verteu dentro em mim.
Eu te empresto, meu bem, o perigo
Que me morde, ferino sem fim...

Sei que sou esse resto, ferido
Sem teu corpo, desejo perdido...

Soneto sem a letra A

XXX

Eu não vou te deixar no caminho,
Sem estrelas, sem sol, e sem lua.
Se não posso conter-te em meu ninho,
Nossa vida, porém, continua.

Quero um sonho espelhando alegria,
Se puderes, amor, te agradeço.
Minha vida em total fantasia,
É somente o que peço e mereço.

Mas se queres seguir tua estrada
Noutros braços, amor, vá em paz.
Reconheço meus erros, amada,
Não irei te seguir, tanto faz...

Abandono meu bem, eu supero,
Te garanto que, a mim mesmo, eu quero!

XXX

Se aborreço-te tanto, querida,
Com palavras e gestos, perdão.
Muitas vezes tentei, nessa vida,
Agir livre, buscar solução.

Mas me engano sem ter, na verdade,
A vontade de ser mais cruel.
Meu amor, por favor, caridade,
Eu te quero, és meu sétimo céu!

Tua boca tão bela e sedosa,
Teus carinhos, vontade e prazer.
Teu perfume dengoso de rosa,
Alegria me traz, de viver.

Não te esqueço em nenhum vão momento,
Aborreço? Palavras ao vento...

XXX

Quando o sol mergulhando nas águas,
Refletindo seus raios dourados;
Meu amor se esquecendo das mágoas
Talvez venha mudar os meus Fados.

Esperança dançando comigo,
De viver o meu sonho de paz.
No teu colo procuro um abrigo,
Novo amor eu terei? Sou capaz.

Neste toque sutil, meu carinho,
Meu destino; te entrego, meu bem.
Quero um ninho, sou tal passarinho,
Desejando viver com alguém.

Este sol, companheiro dileto,
Vem trazer meu amor, meu afeto...

XXX

Quanto tempo; fiquei na esperança,
De encontrar um sorriso, um abrigo.
A minha alma, teimosa não cansa,
Eu não temo mais dor nem castigo.

Sou um pobre mineiro sozinho,
Sem destino, sem rumo, sem nada...
Esperando alguém no caminho,
Vou perdendo o sentido da estrada.

Quero a voz tão suave do vento,
Que de longe, chegou, devagar.
Divagando no meu pensamento,
A vontade que tenho é de amar.

Neste canto feliz que te faço,
Novo amor ocupando um espaço...

XXX

Tantas vezes andei tão sozinho,
Sem ninguém que me desse querer.
Nas estradas somente esse espinho
Que penetra bem fundo a doer.

Cicatrizes; carrego em minha alma
Dos amores que vão e que vêm...
Nem o vento da noite me acalma,
Já cansei de viver sem ninguém.

Recebendo o sorriso da sorte;
Encontrei uma nova esperança
Com certeza, fiquei bem mais forte,
Coração; sem juízo, já dança...

Minha flor renovou primavera,
Neste peito infeliz. Quem me dera!

XXX

Eu quero esse mergulho no teu mar,
Nas delicadas ondas que decoram
Trazendo essa vontade de encontrar
Nas ânsias que me marcam e devoram.

Eu quero esse teu brilho mais errante,
Constantes os desejos mais audazes.
Fazendo nosso amor mais delirante,
Sabendo a que limite são capazes

Nossos momentos livres e sedentos.
Nossas vontades tantas e possíveis.
Não vejo em nossa vida sofrimentos,
Vivemos os momentos mais incríveis...

Eu quero tantas horas radiantes,
Bebendo o nosso vinho, o dos amantes...

XXX

Não quero mais quimera que me queime
Nem quero mais saudade que me alcance
Por mais que tanta vida sempre teime,
Sem ter amor, decerto, sem romance...

Amor é quase sempre tão temido,
E faz da solidão, um prato amargo.
Amor quando do amor vai esquecido.
Decerto o seu destino some ao largo.

Eu vi nestes teus olhos, a saudade
Dos tempo em que fomos mais felizes.
A vida se desfez da claridade,
Deixando na minha alma cicatrizes.

Eu quero o teu carinho, minha amada.
Sem teu amor, a vida? É quase nada...

XXX

Banhado no desejo de te ter
Dormindo no aconchego dos teus braços
Molhando minha vida em teu prazer
Recebo teus afagos, velhos laços...

E sinto que esta noite será nossa
Em tantas fantasias que pretendo
Gosto que tua boca já me adoça
Em festas e folias convertendo.

Eu quero te saber bem mais tranqüila
Nas vezes e nas tramas bem urdidas
Amor que tanto amor já se destila
Vivendo em pleno gozo nossas vidas...

Suando, nossos corpos se procuram
Em meio a tantos sonhos se torturam...

XXX

Neste beijo gostoso, querida,
Nós selamos amor, bom viver.
Depois duma esperança perdida,
Minha vida, já vai renascer.

No carinho do beijo, molhado,
Lambuzado, com gosto de mel.
Meu destino ficou bem marcado,
Sob a luz cristalina do céu.

As carícias também foram tantas,
Que não pude esquecer, meu amor.
Na ternura abundante me encantas
Esperança de amor salvador.

Neste beijo, carinho divino,
Novamente, virei um menino...

XXX

Teu corpo, tentação que me domina,
Nas curvas, nos quadris, tanto desejo.
A boca sensual me descortina
A louca sensação de mais um beijo.

Tua nudez na cama que sonhei,
É com toda certeza, uma obra prima.
Em toda a minha vida, não achei,
Um verso tão bonito, sequer rima.

Eu quero te sentir, junto comigo,
Eu quero te querer, a vida inteira.
Sabendo que terei no teu abrigo
A tentação mais forte e verdadeira.

Não posso resistir; a solução
Mergulhar de corpo, alma em tentação...

XXX

Pelas ondas do amor, simples toque
Tantas lutas em prol do prazer.
Minha amiga, amizade que entoque
Muitas vezes nos faz padecer.

Quero o gosto macio da boca
Mas só queres abraço, afinal.
Minha voz, de gritar, fica rouca,
O meu sonho, por ti, sensual.

Queres só um carinho de amigo,
Mas que faço, se te quero bem.
Tantas vezes amar traz consigo,
A vontade de estar com alguém.

É tão duro te ouvir, por favor,
Não me fales do teu novo amor!

XXX

Tua doce presença querida,
Me transforma num ser mais feliz;
Modifica meu rumo na vida,
Traz meu céu com mais lindo matiz.

Se tu queres o gosto da sorte,
Te ofereço meu braço gentil.
Nunca temas nem sina nem norte,
Nossa vida se torna febril.

Cada vez que te quero comigo,
Outra vez esperando voltar.
Não mais sei de verdade ou castigo,
Eu só canto meu canto de amar.

Primavera florida divina
Na beleza da deusa menina...

XXX

Quantas vezes tu perdes, querida,
O melhor desta festa, viver.
Nas pequenas delícias da vida
Esqueceste do grande prazer.

Sempre trazem de volta a esperança
As notícias que amor vem e traz.
Mas se queres o melhor da dança,
Procurar nesse amor tanta paz.

Se esse canto que vem é de guerra,
Minha amada não vale sonhar;
A tristeza em batalha se encerra,
É preciso aprender como amar.

Eu te quero feliz, companheira,
Paz no amor, seja tua bandeira!

XXX

Não tema tais transtornos, tantos, trágicos.
São temas que traduzem tristes tramas.
Por mais que te entristeçam, tornam mágicos,
Os dias, harmonias, se bem amas.

Servindo se, bem vindo, quem te serve.
Sorvendo sentimentos, sem sofrer.
Se fores buscar flores, nessa neve,
Em troca, tanto espinho, podes ter...

Amigo, seu castigo passará,
Mas tente se entreter sem ter tristeza,
O tempo, em seus tentáculos dirá
Que morre tempestade em correnteza.

E flui, depois de tanto navegar,
Pras ondas tão serenas, manso mar...

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