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Friday, December 21, 2007

SONETOS 046

Talvez sonhasse amor, com teu carinho,
Nos raios desta lua desejada,
Quem sabe poderia vir sozinho
O vento que trazia uma alvorada...

E eu olhava-te bela e tentadora,
Andando pelas ruas da ilusão,
Imagem mais feliz e redentora
Trazendo para mim uma emoção

Que nunca nem jamais eu conhecera
Do amor assim insano e transparente.
Por mais felizes sonhos que vivera
Jamais tivera um outro tão fremente.

Como um bando de sombras e falenas
No sonho que quisera, fim das penas...

X

Na antiga desventura em que vivia
As lágrimas constantes me afetavam.
A vida proibia a fantasia
Nem mesmo as poesias me alegravam.

Andava sem destino por aí,
Catando uma emoção sem encontrar.
Por tantas vezes, louco, me perdi,
Uivando nestas noites de luar...

Tantos esparsos sonhos me diziam
Que ser feliz jamais podia ser.
Meus olhos sem ter rumo se perdiam,
Vontade desgraçada de morrer.

Mas vejo que me salvo deste tédio,
Nos olhos tão castanhos, meu remédio...

X

Achar na treva a luz que necessito,
Achar em teu carinho a salvação,
Vivendo em cada sonho o mesmo rito
De ter nessa promessa, a solução...

Eu vivo transbordando de alegria
Sabendo que encontrei uma saída.
Não deixo mais que a noite tão vazia
Invada nossa cama assim, querida...

Vim de longe, dos ermos do passado,
Tateando, bar em bar, me embriagando,
Teus olhos me deixaram fascinado
Aos poucos me salvei em ti, amando...

Quando pude tocar-te, finalmente,
A luz cegou as trevas totalmente...

X

Como a floresta densa, impenetrável,
Meu coração vivera tanto tempo.
Temendo o sofrimento interminável
Do amor, este difícil contratempo...

Assim também seguia em sofrimento
Pela
saudade fria do vazio.
Não conheci sequer nenhum momento
Da bela primavera ou dum estio...

Hoje entre os ramos mansos desta flor
Conheço a primavera, sei do orvalho,
Vivendo plenamente o nosso amor,
Na solidez hercúlea do carvalho.

Tingindo esta floresta de outras cores
Aprendo a conhecer frutos e flores...

X

Tu ouvirás o canto da esperança
Batendo em tua porta, meu amor.
Por certo já não tens mais a lembrança
Dos dias tão silentes, sem temor.

Escute minha voz solta no vento.
Espere que te toque, desejoso.
Findando desta vida, o sofrimento,
Amor que reconheço poderoso...

Eu quero te tocar, suavemente
Despir-te destes medos que carregas.
Fazer amor passou a ser urgente,
Bem sei que esta verdade nunca negas.

Tu ouvirás meu canto, em teu quarto,
Até dormirmos nus, amor tão farto...

X

Toda essa ansiedade tem motivos,
Eu quero te encontrar aqui, em breve.
Falando dos meus sonhos emotivos,
Tornando nosso mundo bem mais leve.

Eu quero que me acolhas nos teus braços
Depois me faça amor, durma comigo.
Eu quero que estreitamos nossos laços,
Vivermos cada dia em nosso abrigo.

Tu és de uma bondade rara e pura,
Eu te busquei, decerto, toda a vida...
Encheste meu deserto de ternura,
Por isso é que te chamo amor, querida...

Entre as estrelas soltas na tiara
Celeste, com certeza és a mais rara...

X

Rever este caminho que fizemos
Em busca deste espaço que sonhamos.
O medo de viver, nós já perdemos,
Agora somos mais do que pensamos.

Estrada pavorosa da tristeza,
Bem sei que tão difícil,tão escura.
Deslinda nesta lua uma beleza,
Premente de calor e de ternura.

Não temo mais a dor, sou infinito
Neste amor que não me cobra.
Teus olhos, toda noite, vou e fito,
Minha alma de prazeres se desdobra...

Palpita um coração tão desejoso
Que sabe, deste amor, ser orgulhoso...

X

Eu quero mergulhar nos teus desejos,
Não permitir sequer que tu me negues.
Desejo decifrar milhões de beijos,
Na boca que te peço que navegues...

Eu quero desnudar minha esperança
E ver a cicatriz que amor te deu.
Desejo te querer numa lembrança
Do mundo que sei meu e será teu...

Desejo te conter sem mais delongas
E ver-te renascer nos braços meus...
As tardes sem te ter correm tão longas;
Não quero minha amada, o triste adeus...

Desejo desejar-te desejosa,
Depois despetalar-te, minha rosa...

X

O canto que te faço, minha amada,
Traz versos tão sinceros e felizes.
Tu tens este poder de uma alvorada
Solar intensidade, mil matizes.

Permita que teu nome não proclame
Apenas sei, tu sabes que te canto,
Por mais que na verdade tanto eu te ame,
Não posso me esquecer de cada encanto.

Teus versos me tocaram com carinho,
São feitos com amor e com verdade.
É bom saber que nunca mais sozinho,
E digo adeus à infelicidade.

Teu nome tu bem sabes, meu amor,
No brilho que me dás, tanto esplendor!

X

Tantas almas colhidas pela dor,
Plantadas nos canteiros da ilusão.
Sei que amor pode ser bom lavrador
Ou secar-se sem ter uma emoção.

Almas errantes perdem o seu rumo,
Entornam tantas lágrimas, sem fim...
Doridas, as saudades perdem prumo,
E trazem tantas mágoas, são assim...

Porém, quando encontrei amor na vida
A sorte benfazeja me beijou.
Por isso te agradeço assim querida,
És mais do que metade do que sou.

E peço, nunca deixes de me amar,
Por isso nunca esqueço de te arar...

X

Neste eterno ansiar pela presença
Daquela que se foi pra nunca mais;
A dor vem castigando e dá a sentença
E me diz: Ser feliz? Nunca, jamais!

Transtorna-me o viver me maltratando,
A existência parece sem sentido.
O tempo tão comprido, se arrastando,
Encontro-me sozinho, estou perdido!

Porém quando te sinto, minha amiga,
Acalma-se a tristeza, a dor se abranda.
Uma emoção serena em ti se abriga,
A vida se transforma calma e branda.

Minha alma canta suspirando leve,
Me dando forças, nem a dor se atreve!

X

Meu amor tem tal beleza
Que se encontra nesta flor
Trazendo tanta pureza
Na natureza do amor.

Que se perfuma no sonho
De viver manso carinho;
Nosso amor que te proponho
Não reconhece um espinho

E vive completamente
Sem temer a solidão
Felicidade é urgente,
Vivo pleno de emoção

Tanto amor tenho por ti,
Minha rosa; eu colibri...

X

Tenho medo da noite embora não discuta,
Meu verso mais sensato implora teu perdão.
Às vezes envolvido, imerso na disputa
Que traz essa vontade imensa de emoção.

Sou frágil mas não deixo isso transparecer
Andando na minha alma os temores antigos,
Da timidez cruel que faz sobreviver.
Os beijos que não tive e nem sequer perigos.

Amei mais do que pude, isto sim é verdade.
Levo comigo o gosto amargo deste vinho
Que encerra em acidez o sabor da saudade;
E vou fugindo. Espero um cais tão mais sozinho...

Não quero que me entenda, estendo-te meus braços
Tentando me prender na força dos teus laços...

X

Entregue a sensação de ser amado
Amando tantas vezes sem descanso.
Meu verso se por certo está cansado
Por outras as alturas eu alcanço...

A sorte tão diversa, passos lassos
Pesando sobre as costas de quem segue
Sentindo tal calor nos teus abraços
Depois de tantas quedas se prossegue.

Se o canto que te canto soa fútil,
Amiga, não se esqueça que num dia,
Amor que te pareça mais inútil
Apóia quando em queda, escadaria...

Deitada no meu colo vê se acalma
O furor desmedido de tua alma...

X

Quando a tormenta invade nossa vida
E tudo se parece mais distante.
A noite se aproxima em despedida
E
temo que me trague dor constante...

O vinho da amizade enfim ressurge
Num brinde em que encontramos coração.
Talvez a solução num átimo, urge
E seja tão somente ter perdão.

Mas verdadeiramente és meu amigo,
Eu sei que em ti eu posso confiar.
Quem erra necessita ter castigo
Porém não é preciso magoar.

Em toda a tempestade uma esperança
Somente esta amizade traz bonança...

X

As tuas mãos guardando este segredo
De tempos mais antigos, dolorosos...
Teus olhos refletindo todo o medo
Dos dias mais difíceis, temerosos.

Percorro as alamedas do teu todo,
Fazendo em cada ponto um porto meu.
Não quero mais que a vida traga engodo,
Meu barco no teu cais já se perdeu.

Arraso seus castelos sem querer,
Invado tuas praias sem aviso,
Preciso de teu mundo pra viver
Meus olhos nos teus olhos eu repriso.

Mas quando o mar molhar a fina areia,
De novo, teu castelo se incendeia...

X

Recordo ao meu amor como é tão breve
A tarde que teremos de prazer.
Permita que minha alma sempre enleve
Na leve sensação de te querer.

A paixão que chama não desiste,
Insiste em brincar de me envolver.
Não deixe que eu jamais volte a ser triste,
Aos poucos envolvendo todo o ser.

Respiro em tua boca, perco o ar,
Aqueço-me em teu corpo, vou sem frio.
És doce fantasia, és meu luar;
Renasce em teu desejo o meu estio.

Ando perdido em nosso sonho intenso,
No mar de tanto amor me recompenso...

X

Não faço mais o tempo que não tenho,
Apenas sou o verso distraído.
Ser o que sou merece o teu empenho?
Destas defesas nunca haver saído.

Mas caracol desnudo não te assusta
Apenas talvez nojo ou gargalhada.
Falar de penitência sei que custa
Até por que não sobra quase nada.

Inerte como o mar que não tem ondas,
Vazio como o copo meio cheio,
As formas não atléticas redondas
Demonstram a sensação de ser recheio.

Vadeio sem voar na lua plena
Este espelho trincado já me acena...

X

Nas névoas do desejo te encontrei
Em meio a nebulosas noites vagas.
Agora que em teu brilho iluminei
Os mares dos desejos, ondas, vagas...

Na vastidão dos céus, traço cometas
Buscando no teu corpo uma visagem:
Amor! Por mais loucuras que cometas
Jamais eu perderei a tua imagem.

Deitada em minha cama, ressonando,
Trazendo para a terra novos sóis,
Eu quero prosseguir somente amando
Vivendo nos castelos que constróis.

Meu mundo no teu mundo tem conserto,
Dos astros harmonias em concerto...

X

Dormindo como uma onda em calma praia
Te vejo suspirando, delicada...
Na areia deste sonho, o sol desmaia
Deitado em tua pele bronzeada...

Dormindo com pureza sensual,
Cansaços e delícias desfrutados;
A noite foi sem par, fenomenal,
Meus sonhos se tornaram tão dourados...

Ao ver-te molemente extasiada
Percebo como é bom poder te ter.
Sacias meus desejos, minha amada,
No livro que sabemos, juntos, ler...

Que bom que concebemos nosso caso,
É sol que brilha forte em meu ocaso!

X

Balbucio seu nome, estremecido.
Da vida que eu bebia em cada gota
Os tempos em que havia me esquecido
Andando com minha alma quase rota,

Não resta mais sequer algum vestígio.
Vieste e me salvaste da tormenta.
Pressinto que, em teu peito, algum prestígio
Já tenho. Amor no peito que se assenta

Trazendo uma esperança iluminada;
Permite que eu consiga vislumbrar
A vida como porta de chegada
Depois de tanto tempo a naufragar...

Trouxeste no teu braço salvador
Certezas de viver em pleno amor...

X

Na noite que dormias ao meu lado,
Estrelas decorando uma nudez,
Do sonho que tivera, enamorado,
Querer viver intenso, sem talvez...

Frescor do vento entrando em nosso quarto,
Janela escancarada da emoção;
Depois de tanto amor, deveras farto,
Uma vontade imensa de paixão.

Sob o clarão leitoso duma lua
Imensa, enlanguescente, delicada;
Olhando pr’a escultura bela e nua
A noite transcorria iluminada.

Sem ais meu coração se entrega inteiro,
Aos laços deste amor mais verdadeiro...

X

Quando uma solidão bateu na porta
Eu tentei me esconder mas era tarde.
A sensação constante, vida torta,
Doendo na minha alma me queima, arde...

Sabendo que talvez não tenha jeito
Estava acostumando ao quase nada.
Pensara que, por certo, sem direito
A vida se faria abandonada...

Porém depois de estar quase sem rumo,
A sensação da vida se refez.
Por mais difícil e amargo seja o sumo
Felicidade em ti tem sua vez.

Amar a ti, querida, siga a lei.
É a melhor saída, disso eu sei...

X

Rosa branca da paz no teu perfume
Encontro meu desejo de carinho.
Aos sítios de minha infância brilho e lume
As asas me levando, passarinho...

Terrível dor profunda foi capaz
De destruir meus sonhos, esperanças.
Porém esta lembrança a rosa traz:
Folguedos e brinquedos de crianças.

“Eu era tão feliz e não sabia”,
A terra da poesia em mim morava,
Sonhando com amor em fantasia
Estrelas
, tantas noites, eu contava...

A rosa branca, rosa da amizade,
Ensina-me a viver em liberdade!

X

Tal qual um diamante, teu sorriso,
Nas pérolas, marfins, jóias tão raras,
Iluminando os dias... Sempre friso
Beleza que se encontra sem aparas.

Tal qual um diamante, teu olhar,
Força de sedução que me conquista,
Lembrando a cada instante: é bom amar,
Quem dera se eu pudesse ser artista?

(Cantar o meu amor que é tão bonito,
Pintar tua magia numa tela,
Esculpir num marmóreo monolito
Dedicar minhas obras só para ela...)

Quem dera ser poeta e versejar
Louvando teu sorriso e teu olhar!

X

Prossegues teu caminho sem temer
As horas mais difíceis que virão.
Envolta na alegria e no prazer
Mal lembra que me amou, pura ilusão...

Assombro meu passado com teus passos,
Um vagalhão de dores me persegue.
Os erros cometidos foram crassos,
Porém nada me impede que carregue

A doce sensação de ser feliz
Envolta neste manto tenebroso.
A sorte é uma terrível meretriz
Que muda com as vagas, dor e gozo.

Mas quero que tu saibas que te amei.
No fundo, eu jamais te esquecerei...

X

Uma ilusão terrível dominara
O tempo em que, distante, não te via.
Por vezes teu olhar eu encontrara
No sol que iluminava em claro dia.

Achei o teu perfume no jardim
Que tanto cultivei, bom jardineiro,
Porém era um aroma de jasmim
Emanado das flores do canteiro.

No sensual desejo dos corcéis
Eu via nosso amor se repetindo.
Doçura de teu beijo em tantos méis.
Pureza de tua alma refletindo

Nos lagos transparentes, águas claras,
Rubis e diamantes, pedras raras...

X

Esta aragem batendo no meu rosto
No soprar tão macio deste vento,
Deixando um sentimento mais exposto
Em detrimento deste sofrimento.

As rugas que surgiram em minha face
São marcas dos amores que perdi.
As cicatrizes vivas sem disfarce
Lanhadas, navalhadas que senti.

Esta brisa promete uma esperança
Que possa renovar-me a cada dia.
Um grito em liberdade já me alcança
E inunda de alegria a poesia...

Como é bela essa luz que me trouxeste,
É flor que brota em peito tão agreste...

X

Como é belo teu rosto minha amada,
Parece que esculpido em marmol raro.
Como um belo luar na madrugada
Trazendo a sensação, divino amparo.

Quando o mar busca a areia desta praia
Suas ondas marulham sinfonia
Na beleza solar quando desmaia
Nascendo a calma noite e morre o dia

Eu me lembro de ti, que é tão formosa,
No silêncio da noite ouvindo a voz
Envolta nos perfumes desta rosa
Eu me esqueço, sem medo, dor atroz.

Na grandeza de ser, por ti, amado,
A certeza de estar apaixonado!

X

No ofuscador semblante de quem amo,
O brilho faiscante deste olhar...
Bem sabes quanto dói quando te chamo
E nada de me ouvir e me falar...

Não sei se em pleno céu eu te perdi,
Nem sei em que planeta te escondestes.
Só sei que em meu amor, estás aqui
Guardada nestes olhos, nestas vestes...

Não temo tua ausência, pois virás.
A noite te trará morta de sono.
Enfim, depois de tudo, terei paz,
Cansado deste tempo de abandono.

Minha alma transbordando de alegria
Espera, ansiosamente, o belo dia...

X

No ofuscador semblante de quem amo,
O brilho faiscante deste olhar...
Bem sabes quanto dói quando te chamo
E nada de me ouvir e me falar...

Não sei se em pleno céu eu te perdi,
Nem sei em que planeta te escondestes.
Só sei que em meu amor, estás aqui
Guardada nestes olhos, nestas vestes...

Não temo tua ausência, pois virás.
A noite te trará morta de sono.
Enfim, depois de tudo, terei paz,
Cansado deste tempo de abandono.

Minha alma transbordando de alegria
Espera, ansiosamente, o belo dia...

X

Rasgando a capa triste da saudade
Encontro tuas mãos tão receptivas;
Neste tablado imenso da verdade
As noites que vivemos, sempre vivas...

Nas grandes cordoalhas da paixão
Enveredei meus versos mais felizes,
Um déspota divino, o coração,
Impede que a saudade dê reprises.

Nesta epopéia imensa que é a vida,
Capítulos e tomos se perderam.
Somente neste epílogo, querida,
Nosso amor; as quimeras, já venceram...

Nas fúlgidas manhãs, o deus solar,
Nos toma e me permite levitar...

X

Auroras que imagino, vagos lumes,
Na vagas que se quebram no meu mar
Trazendo no buquê tantos perfumes;
Das vagas ilusões me fiz amar.

No vinho com buquê encantador,
Inebriado sinto teu aroma,
O cheiro que perfaz este vapor
No mundo sem destino, já se soma.

Patéticos, meus versos te procuram,
Parece que nasceste deste sonho,
No rosto tão suave se emolduram
Formando teu semblante mais risonho.

Auroras que me trazem novo brilho
Indicam que o amor sempre é meu trilho...

X

Neste divã, qual diva, te enlanguesces,
A musa delicada, bela e nua,
Merece meus carinhos, minhas preces,
Em plena serenata louvo a lua.

Na nívea claridade tua sombra,
Levanta-se e se mostra calmamente,
Nem medo do passado mais te assombra,
Te vejo na cortina transparente.

E canto, em placidez, amor sincero,
No doce madrigal, um trovador.
Renasço neste canto onde venero
O deus que te criou, inspirador...

A diva dos meus sonhos me sorri,
E o homem mais feliz se encontra aqui!

X

Ao ler estes meus versos, meu amigo,
Perceba toda dor de uma paixão,
No campo deste amor, sou joio e trigo,
Sou mudo quanto entôo uma canção.

Um sentimento assim, ambivalente,
Permite tanto alívio e sofrimento,
Talvez se, enfim, chorasse de contente,
Soubesse como é bom beber o vento.

Andar em liberdade dolorida,
De amar e não poder ser o que quero.
No amargo deste mel de minha vida,
O sol com tempestade não venero.

Amigo, então, perceba a solidão
Tempero em minha vida... Solução?

X

Nas vastidão do amor perdi meu barco,
Acesa uma esperança que restara,
O mundo sem ter prumo, perde o arco
Sem forças de saber se a vida é cara.

Dois ramos engastados, os destinos
Que tanto nós negamos são os nós
Cerrados desde quando dois meninos
Sabiam deste amor que existe em nós.

Crescemos solidários em quietude
Após
tantas desfeitas refizemos
Amor que conheceu a juventude
Aos poucos, mansamente, nos perdemos.

Mas temos o calor de uma amizade
Que aos poucos nos redime e nos invade...

X

Dos colossais desejos que me guiam
Querendo me fartar de tanta luz,
Meus olhos sem juízo, sempre espiam,
A doce maravilha, cura e cruz.

Apalpo teus recantos escondidos,
Encontro nossa mina de loucuras.
Invado estes caminhos proibidos,
Em forma de desejo e de ternuras.

Qual fora um andarilho sem destino,
Embrenho, explorador, matas e grutas;
Mergulho nestas sendas, me alucino,
As mãos tão traiçoeiras quanto astutas...

Nas delicadas dobras passo a ver
As armadilhas belas do prazer...

X

Embora o medo trame gargalhadas,
Eu sinto que não posso mais deixar
As mãos tão delicadas, tão amadas
Daquela que me trouxe esse luar.

Se do infinito surge nova lua
No plenilúnio devo te seguir.
Abstração sideral formosa e nua
Deitada nesta cama a me cobrir.

Possuis encanto raro e desejado
Vejo colares, pérolas em ti.
Recendem a teu corpo tão amado,
Luares, tantas jóias, tenho aqui.

E sinto que meu mundo te pertence;
Sem lutas, teu amor, mais cedo, vence...

X

O coração de todo sonhador
Fica mais doce quando apaixonado,
Por isso necessito teu amor,
Não deixe que me sinta desprezado...

Tábuas de salvação, os teus desejos,
Senti-los é saber que inda estou vivo,
No céu do nosso amor, os azulejos
Refletem esperança onde revivo.

Para olhar e sentir cada momento
Amor me deu a força da visão,
Paisagens que refletem sentimento
Nas cores distorcidas da paixão...

Eu quero o coração largo e profundo
Que caiba meu amor, maior do mundo!

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