Search This Blog

Friday, December 21, 2007

SONETOS 029

Florindo no teu corpo tal desejo
Que flamba meu amor em força e luz.
Errantes, os meus lábios, tanto beijo,
Em meio a tantos rumos me conduz.

Sem travas eu liberto as fantasias
E caço em alvas asas liberdade.
Velando pelas velhas noites frias
Alvejo em teu sonhar, serenidade...

Espaços antes turvos, cristalinos.
Teu corpo nos meus braços vai envolto.
Permite tais loucuras, desatinos,
O grito do prazer quase que solto.

Estrelas e desejos procurando
Nos cios, luas sóis se fecundando...

X

Eu quero em teu amor, qual doce brinco,
O gosto carinhoso de teu toque.
Amor por quem lutei com tanto afinco,
Perdendo todo o rumo neste enfoque.

Não deixe esmaecer o sentimento,
Por mais voraz, intenso, não sossega.
O fogo que nos queima, mesmo lento,
Incêndio em minha alma, nunca nega.

Eu quero seu perfume e seu matiz,
Eu quero desse amor sua um só concerto.
Nos versos que te canto, ser feliz,
Saber que quem desejo, está por perto.

Não quero a desventura de saber,
Que em meio a tanto amor, vou me perder!

X

Meu alento de vida, meu futuro...
Tua voz que me acalma cristaliza.
Amor que me inoculas, belo e puro;
Bate, tortura, sangra, vem e alisa...

Um amor delicado e tão brutal
Serpente que acarinha e dá seu bote.
Na cama uma criança sensual
Iluminando tudo, um holofote...

Vibrando nossos fluxos e cenários.
Rodando nas cabeças inebria.
Somos os mesmos rios, estuários.
A noite que queremos; tão vadia.

Se somos sanguinários nos sugamos,
Ao mesmo tempo, loucos, nos amamos...

X

Somos êxtase, simples vãos orgasmos,
Sem medo dos sentidos mais libertos.
Se temos nossos tantos bons espasmos,
Todos os vagos rumos mais incertos...

Nego a filosofia e sinto teus desejos
Em torno dos teus olhos contorções.
Amores se irradiam nos lampejos
Em todas as vazias ilusões.

Poesias sem nexo, simples sexo,
Que nosso mundo rola pelas camas,
Forjando esse desprezo mais complexo
Que nunca sabe quanto queimam chamas.

Os olhos devorando meus sentidos
Decoram nossas camas, seus vestidos...

X

A vida batendo no meu peito
Não economizando sentimento
Fazendo que me encontre insatisfeito
Abrindo novamente, solto ao vento.

Na fantasia sempre tão romântica
Meus versos são serenas tempestades.
Vontade de te amar tão grande, atlântica;
É quase que suprir necessidades...

Abrindo-se também a flor dos sonhos,
Na lua que não sei se mais terei.
Os campos que passara, se risonhos,
Em plena alegoria que criei.

Não temo a triste folha que descoro,
Eu sei que, na verdade amor... Te adoro!

X

Feriste um coração sem perceber.
São várias cicatrizes que deixaste.
Reclamas inocência, quero crer,
E tentas me falar sobre desgaste.

Eu sei que tanto tempo assim maltrata
Eu sei que a própria vida, amor consome.
Mas deixa uma saudade que arrebata,
Depois de certo tempo, tudo some...

Não deixe que isto ocorra, minha amada;
Te quero bem além do simples beijo.
Seguirmos assim juntos, mesma estrada,
Vivendo e desfrutando um só desejo...

A luz no fim do túnel nos acena;
Amor, a nossa luta vale a pena!

X

Dizem que esta distância matará
Amor que sei imenso, inesquecível...
Ao fim o nosso tempo chegará
Amor igual ao nosso, assim, incrível.

Todos os pensamentos são pra ti.
Cruzando tantos mares sem naufrágio.
Pois saiba meu amor que estou aqui,
Amor que é sempre forte e nunca frágil...

Estás dentro de mim, mesmo distante,
É tudo o que sonhei a vida inteira.
Por certo em tua luz tão deslumbrante
Encontro esta emoção mais verdadeira...

Não tema nem distância nem saudade,
Te juro meu amor é de verdade!

X

Me curvo assim defront'ao sentimento
Que invade minha vida e não me cansa.
Amor passou a ser o movimento
Mais alto que meu sonho sempre alcança.

Teus belos seios, deusa que me encanta,
Teus belos olhos, dona dos meus dias.
Tanta certeza sempre me agiganta
E faz das minhas noites, alegrias...

Eu sinto teu perfume, minha amada,
Eu sinto teu carinho, tão sublime.
Depois de tanto tempo sem ter nada.
Amar passou a ser tudo que estime...

Eu quero teu azul neste meu céu,
À noite descobrir todo teu véu...

X

Minha tristeza, diga à minha amada,
O quanto que preciso do querer
Que sem o qual a vida é quase nada
Em tanta insensatez, querer morrer...

Mas traga o seu olhar para os meus beijos
Sem nada mais pedir senão sonhar
Sem nada mais sentir que esses desejos
De ter deitada aqui, quem sabe amar...

Eu vejo essa ilusão cortando espaços...
Ressuscitando amor que já perdera.
Traçando novos cantos, velhos traços,
Na bela arquitetura de nova era.

Todos os nossos erros foram meus,
Eu quero o teu amor, sem mais adeus...

X

Eu gosto quando falas deste amor
Que sinto não virá no trem das sete.
Ficando na estação do Redentor
Que se ata, se desata e não remete...

Amiga seu amor não terminou,
Nem termina se nunca teve fim.
Talvez possa até ser não começou,
Seu rio não deságua mais em mim.

Mas quero teu carinho bem cuidado,
Com gosto generoso de paixão;
Delícia de saber deste pecado,
Pacato; vou levando essa emoção.

Mas quero teu sonhar, sou teu amigo,
Em mansa tempestade, o teu abrigo...

X

Não fique amargurada assim ó lua!
Pois saiba que por certo és mais feliz,
Que toda essa tristeza continua
Porquanto o coração: um aprendiz...

Depois de certo tempo tu verás
Que a sorte benfazeja não te deixa;
A dor que imaginavas ser capaz
Não faz justiça assim, a tanta queixa.

Nos versos que te trago amada amiga,
O canto desta lua amargurada
Trazendo uma saudade tão antiga,
Do tempo da viola enluarada...

Agora a serenata já calada,
A lua se sentindo abandonada...

X

As mãos que te carinham, mais ariscas.
Desenham no teu corpo tatuagens
Esboçam as milhares de vantagens
Que incendeiam teu corpo nas faíscas

Que soltas quando estamos lado a lado...
Te quero minha amada, não discuto.
A voz, quando sozinho, sempre escuto
E tudo se transcorre, amaciado.

E pulsas como pulsa um coração
Cansado mas envolto na paixão
Que corta, que me morde e me abençoa.

Pensamento treslouca-se e te busca.
As mãos que me carinham são mais bruscas
E embora sem ter asas, alma voa...

X

As águas dos riachos e dos rios
Os olhos desta deusa apaixonada,
O mundo traz a velha madrugada
Com marcas e latejo destes frios


Nos olhos, pobre deusa, mais sombrios
O medo demonstrando o quase nada
Que trouxe no final uma erma estrada
Formada pelas dores, desafios...


As águas escorrendo nas cascatas
Invadem as florestas, densas matas
A dor qual triste sina vira a tônica


Da vida desta deusa em sofrimento.
As lágrimas descendo, num tormento
Inundam a planície amazônica!

X


A noite sempre trouxe uma verdade
Em meio a multidões tão delirantes.
Nas danças, nos salões mais deslumbrantes,
O sonho transformado em realidade!


A lua simboliza liberdade,
Explode em tantos brilhos radiantes
Nos faz sentirmos deuses por instantes.
Transporta do infinito a claridade!

Pois quando estou amando é como a lua
Minha alma dançarina já flutua
Nos salões e nos bailes dos meus sonhos...


Meus olhos são dois lumes, são faróis,
No peito a violência de mil sóis.
Meus dias vão passando mais risonhos!

X

Se queres me fazer na vida um bem
Não quero essa riqueza que é ingrata
Nem quero um grande amor que isso maltrata
E muito menos quero ser de alguém


Não quero fazer sombra em mais ninguém
Não quero a violência da cascata
E nem vencer com glória uma regata.
Tudo isso certo dia vai e vem


Depois de tanta espera pela vida
Sem ter a solução que mais queria
A coisa que pretendo, a mais querida.


Ao fim de tudo trama e sempre alcança.
Se queres me trazer toda alegria
Dê-me ao fim disto tudo uma esperança!

X

Tais favores que sempre prometeste
Em poucas maravilhas transformados.
Dos tempos que a saudade não reveste
Meus sonhos sempre foram descartados.

Amor que de tão pleno deixa cheio
Um coração deveras maltratado
Em tudo o que pensei e no que leio
Teu nome vai escrito e demonstrado.

De tudo que sonhei e traduziste
Com versos mais bonitos e felizes
Matando o que restara sempre triste
Dourando o lindo céu com mil matizes.

Eu quero o teu amor, morrendo o pranto,
Em busca deste sonho, me agiganto...

X

Não posso me esquecer quanto te amei,
Nas noites solitárias te procuro.
Será que nesse tempo em que busquei
Eu consegui deixar meu mar escuro?

Eu sinto que esse vento me trará
O gosto da esperança maltratada;
Quem sabe novamente brilhará
A lua que ficara abandonada...

Nos sonhos que esconderam minhas dores,
Vencendo tão cruel caricatura
Da sobra que ficou desses amores
Tornando toda noite mais escura.

Eu sei que tu também estás sozinha,
Quem sabe tua noite seja minha?

X

Não quero o nosso amor assim exposto
Qual fosse uma manchete de jornal.
Não deixe que se estampe em nosso rosto
A marca, a cicatriz, nada afinal.

Eu amo-te profunda, intensamente,
Bastando teu amor pra ser feliz.
Meu mundo tu dominas totalmente,
É tudo o que sonhei e que mais quis.

De amor vivo repleto e nunca nego
Tu és tão importante para mim,
Decerto tanto amor; assim carrego,
A vida que queria, encontro enfim...

Saiba que estou, por ti, apaixonado...
Vivamos nosso amor, tão bem cuidado...

X

Triste flor do querer que não brotou
Deixando um simples rastro no jardim.
De tanto quem a quis e cultivou
Um grão de fino amor nasceu em mim.

Num parto dolorido e sem remédio.
Gritando por teu nome, vejo a lua.
Sangrando meu amor, destino: tédio.
Somente tua sombra, manhã nua.

Eu quero beber, gota a gota, tudo...
Qualquer coisa a mais, sempre e tanto.
Não venha me dizer que já me iludo,
Eu sinto que meu erro é teu encanto.

Mas venha que esta noite não é nada,
Depois deste teu sol, a madrugada...

X

Nessa imortalidade, nosso amor,
Se rende a teimosia, tantos medos.
Vivendo da maneira que se for,
Sabendo da distância e dos segredos.

O fio que nos une é tão flexível
Embora tantas vezes posto à prova.
Amor que se parece perecível
A cada novo tempo se comprova.

Rondando pelas trevas, nem se afeta;
Cabendo em meus problemas, soluções;
A vida se provoca e se completa,
Unindo tão diversos corações...

Depois de termos rotos os temores,
Imortalizaremos os amores...

X

ÚLTIMA ESPERANÇA

Quem neste triste mundo se perdeu
Nunca teve os caprichos bons da sorte,
A paz nunca chegou. Viveu sem norte,
O sonho que foi claro escureceu.


Quem sempre desfrutou do negro breu,
Sabe a profundidade e dor do corte.
Em plena vida aguarda a fera morte.
Esquece de viver, assim como eu.


Sou trama que não teve mais emenda,
Um velho beduíno sem a tenda.
Sou noite solitária e dolorida...


Amor é com certeza o santo cais.
Depois um outro porto, nunca mais.
A última esperança em minha vida!

X


Alegro-me em te ver amiga, andei perdido,
Na procura da estrela, esqueci que sou humano.
O céu está distante, aqui é outro plano.
Acho até que tive sorte, eu podia ter caído.


Mergulhado no abismo após ter derretido
O sonho de voar. Cometo tanto engano
Porque sou sonhador. Depois disso me ufano.
Fechando os olhos, vou. Perco todo o sentido!



Amiga, teu amigo aguarda um triste fado,
Depois da dura queda, o sonho sepultado.
Mas, teimoso, não paro, aguardo outra viagem.


Que vou fazer da vida, espero uma resposta.
De milagre em milagre, um dia viro posta.
Querida, milagrosa, amiga, uma visagem...

X

Por mais que tanto falem que este amor
É simples fantasia e nada traz
Eu quero que escutes, por favor,
Uma alegria enorme sou capaz.

E quero assim dançar a noite inteira
Sem medo de saber que sou feliz.
Trazendo no meu sonho a companheira
Que mais que imaginaste, sempre quis...

Desperta no meu peito um sentimento
De tal voracidade, incontrolável.
Não pense que isso é só um forte vento
Amor assim supera imaginável...

Não quero neste amor monotonia
Assim distantes, mesma sintonia...

X

Nossas noites suaves, tão silentes,
Em cortejos de amor, se transcorrendo.
Os braços carinhosos, envolventes.
Aos poucos alegrias renascendo.

Roçando teus sentidos nos meus lábios,
Rasgando o coração apaixonado.
Sedentos os sentidos correm sábios,
O tempo de sofrer, abandonado.

Na alma da mulher que tenho aqui,
Minha alma se perdeu e se encontrou.
De tudo que passamos me perdi,
De todos os meus sonhos, o que sou.

Eu quero mergulhar na fantasia,
Que traz essa beleza, a poesia...

X

Te peço meu amor, um simples beijo
Embora tantas vezes repeti;
O beijo que te peço sempre vejo
Se escoa noutros cantos. O perdi.

Um beijo desse amor que não virá
Pois sei que se resume em amizade;
Jamais a nossa estrela brilhará,
Morreu por não ter força e claridade.

Mas quero que tu saibas quanto gosto
De ter o teu carinho mesmo assim.
Teu coração por outro traz desgosto
Não teve nem espaço para mim...

Mas mesmo assim estou agradecido,
Fico feliz por ter-te conhecido...

X

O nosso amor, segredo que guardamos
Num cofre, em sete chaves, bem trancado.
Sabemos simplesmente, nos amamos,
O resto, tolamente, passa ao lado.

Os teus carinhos sempre são os meus,
Teus olhos companheiros de jornada.
Não temo nem sequer um novo adeus,
A vida que levamos, nossa estrada...

Ouvindo assim chamar pelo meu nome,
Teus versos são meus versos e meu canto.
Amor quando demais sempre consome
Só quero deste amor o riso, encanto...

Amada a cada dia sou mais teu,
Meu mundo no teu mundo se perdeu...

X

Sonhei que me esperavas, meu amor.
Correndo, procurei, mas não vi nada...
Sobrando desse sonho só a dor
O que farei sem ti, ó minha amada?

Eu quero o teu perfume e teu perdão,
Eu quero o teu carinho e teu desejo.
Eu quero o teu amor, minha emoção,
Eu quero em toda noite, o nosso beijo...

A lua quando vê minha tristeza,
Me abraça com seus raios tão brilhosos.
Eu quero desse amor ter a certeza,
De dias que virão mais calorosos...

Amada, por favor, venha comigo,
Espero, nos teus braços, meu abrigo...

X

Desponta a estrela d’alva, tu te vais,
A noite se perdendo, não te tenho...
Bem sei que tudo; sempre fui capaz,
Mas tenho que voltar para onde venho...

Tu és meu esplendor, minha esperança,
Tu és a fantasia que sonhei...
Mas sei que quando o dia já te alcança
À solidão que tinha, retornei...

Amada toda a noite és minha glória,
Amada o nosso dia é de saudade.
Noturna a nossa vida, nossa história,
O sol vem nos matando, em claridade...

Brilhando em raios frios, o luar,
Aquece um belo sonho, faz amar...

X

Ah! Nos teus lábios quentes, tanto amor...
Amor que procurei a vida inteira.
Sabendo que busquei a vida inteira
Em todos os caminhos, tanto amor...

Quero meu descanso nos teus braços
Deitando em nossa cama, meu prazer.
De tudo que queria, meu prazer;
Encontro aqui deitado, nos teus braços...

Eu quero tanto amor, e meu prazer,
Na busca a vida inteira, por teus braços...
O meu prazer deitado nos teus braços,
Eu quero tanto amor a vida inteira.

Ah! Nos teus lábios quentes, meu prazer,
Eu quero o meu descanso em tanto amor.

X

Passando minha vida como errante
Buscando em noite escura, a clara lua...
Querendo tanto amor, forte e constante,
No sonho que em teus braços, continua....

Vieste com teu canto de sereia,
Nos caracóis, nas praias, tantas ondas.
Deitado sob a luz da lua cheia,
Mil luas desfilando assim, redondas...

Eu quero em teu fervor, o meu prazer,
Eu quero essa fervura, ebulição.
Na ronda que de noite irei fazer
Em busca de te dar toda emoção.

Abaixe a luz da lua, só um pouco,
Amor assim demais, prazer tão louco...

X

Quero saber mistérios da paixão
Que tanto me domina e não me cansa.
Tramando em minha vida seus perfumes;
Fugindo, de repente, qual criança...

Da mesma forma vem e logo foge,
Carinha e me maltrata, não descansa.
Paixão que me tortura já me acalma.
Traduz-se, tanta vez, em esperança.

Na aurora deste sonho que carrego
No peito maltratado, sem tardança,
Trazendo, no calor, plena geada.
Promessa de festejo, nega a dança;

Paixão que me alucina uma aliança
Que impede e que me impele... Prende, avança..

X

Se eu pudesse, ao luar, cantar teu nome,
Te dando assim um doce, ardente beijo.
Sentindo a maciez que nos consome
Vibrando meu amor, nosso desejo...

Erguer os meus castelos mais festivos,
Dançando de alegria, me embriago.
Momentos de carinho, sempre vivos,
Em meio a tantas ondas, tanto afago.

Beber de tua boca a fantasia,
Sorver de teus desejos lindo sol.
Incendiando o mundo de alegria,
Buscando te encontrar, qual girassol...

Um helianto tonto de prazer,
Procura a claridade p’ra viver...

X

O QUE É O AMOR?

De onde nasce o amor? Não sei, te juro...
Amor nasce do encanto, da magia?
Muitas vezes nascendo em peito duro,
Aos poucos, bem devagar, me amacia...

Como chega o amor? Devagar, lento?
Na fúria das tormentas, alucina...
Amor vem ao sabor de cada vento?
Fragilidade imensa que domina...

Amor é sentimento doloroso
Que trama com prazer um belo duo.
Fazendo na tristeza, imenso gozo,
Pesando no meu peito, já flutuo...

Amor, pressentimento de esperança;
Atado aos nossos pés, levanta, dança...

X

Infinitivamente sensual
Doce como serpente que me traga.
Não pense que viver é tão banal
Senão a casa cai, e se estraga...

Quero o teu lado, cego e mais oculto,
Quero o teu gozo manso e tão voraz.
Eu não amei somente um doce fruto,
Muito mais que vencido sou capaz.

Se não soube te amar, que se dane.
Apenas não consinto que se iluda,
A cama que tramamos não reclame,
Que a roupa velozmente se desnuda...

E te quero explosiva e sem juízo,
Roubando em toda cena, o paraíso...

X

Deitado neste leito perfumado,
De rosas, alecrim; logo reclinas.
Me sinto em teu aroma, apaixonado,
Essências maviosas, tão divinas...

Soltando teus cabelos, bela crina;
Descubro na nudez, os teus mistérios...
A boca tão fremente; desatina;
Esquece de cumprir quaisquer critérios....

Eu pouso em tua boca um longo beijo,
Suspiros de ventura e de prazer.
Sonhando com teus lábios eu versejo
E tenho tanta coisa por dizer...

Falar de meu amor, tão deslumbrante,
Embarco neste sonho delirante!

X

Meu coração imerso em teu desejo
Se faz de nova luz e novo senso.
Nos restos do que fui tanto prevejo
Amor sem ter destino, vai imenso...

Não sinto mais vontade de saber
De que matéria amor tão louco tece.
Eu peço que tu venhas amor ter
Se quiser posso até rogar em prece.

Se nada restaria destas frases
Amor que incentivado cruza o céu.
Já veio me infiltrando pelas bases,
Depois de certo tempo, deixa ao léu.

Mas quero te sentir, taquicardia,
Amor que tanto prezo, me irradia...

X

Nestas águas tão claras que navego
Em busca da sereia que fugiu,
O rastro que encontrei escapuliu
Na luz que me deixou vazio e cego.


Amor que sei imenso e nunca nego,
Ao mesmo tempo santo se faz vil.
Meu mundo neste mar se dividiu
Em correntes marinhas que trafego.

Buscando minha amada, a tal sereia,
Qual náufrago termino em plena areia.
No sol que me castiga, a salvação!


Fortuna me negou o manso vento,
Voando, neste indócil pensamento,
Mergulho no oceano da paixão!

X

Amiga, quando vejo tua dor;
Que estampas, nem procuras esconder;
Procuro assim ficar ao teu dispor,
Tentando das tristezas, proteger.

Eu quis vencer o mal, mas fui vencido;
Eu quis te dar meu colo, nada feito.
Depois de tanto tempo percorrido
Eu sinto que não soube dar um jeito.

Mas tenha uma certeza, companheira,
Que tudo que estiver ao meu alcance;
Minha amizade sempre verdadeira
Não deixará que a dor em ti se avance;

Pois mesmo que pressintas triste sorte,
Elo de uma amizade é bem mais forte!

No comments:

Post a Comment