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Friday, December 21, 2007

SONETOS 024

Meu peito dolorido já te alcança
Na dor que me destrói, demais intensa.
Sabendo que esse amor é minha dança
Saudade traduzida como imensa.

Criança procurando um acalanto,
Num canto mais sereno, quero encanto.
Amor que me prometes, tanto, tanto;
Investido do amor, cessando o pranto.

Me espanto de saber quanto te quero,
Te quero e já percebo quanto é bom
Viver com teu amor que enfim venero,
Amar intensamente, santo dom...

Eu quero teu amor enternecido,
Eterno em tanto amor, bom, dolorido...

X


Depois de tantas noites; fatigado,
Buscando nas estrelas fantasia,
O sonho que tentara bem mirrado,
Quase sem sentir uma alegria.

Ao ver que tudo sempre fora vão,
Ao ver os olhos mortos de quem quis.
A vida me prepara uma emoção,
Prossigo em meu destino, ser feliz.

Nos gestos mais sutis, minha esperança,
Não teme mais a morte nem a dor.
Fazendo com a glória uma aliança,
Um brilho no meu peito sofredor.

E quero essa alegria derramando,
Por sobre toda a terra, esparramando...

X

Teu perfume invadindo cada canto
Da casa onde morávamos, querida.
Trazendo uma lembrança desse encanto
Que achara, tristemente, já perdida...

Teu perfume de rosas e jasmim,
Deixado neste quarto, em nossa cama;
Como se transformasse num jardim
Que toda noite sempre vem e chama.

Aromas dos amores que deixaste,
Amores que jamais eu esqueci.
Tais aromas em tudo o que tocaste,
E sei que para sempre estão aqui...

Amada, teus perfumes, na verdade;
Demonstram nosso amor: eternidade!

X

Amor que me feriu solenemente
Trazendo nos seus olhos minha luz
Vivendo o sentimento totalmente,
A mansa palidez já me produz...

Querendo teu amor como se fosse
O cais que desejava meu saveiro.
Amor que tanto amaro quanto doce,
É força que me toma por inteiro.

Vencido pelas lanças deste amor,
Não posso mais negar tudo o que sinto.
Entrego-me, corpo e alma ao vencedor,
Salvando um coração que achara extinto.

Sem medo de viver tudo o que quis,
Sem medo de te amar e ser feliz!

X

Amor quando se chega, que alvoroço!
A vida se transforma totalmente
Quem tinha uma mortalha, de repente
Renova se tornando sempre um moço.

Esperança ressurge lá do poço
Onde já se escondia em nossa mente
E nos faz reviver tão plenamente
Que de tudo que fomos, nem esboço...

Amor quando tardio, nos confunde
E transporta o que somos e nos funde
Com o que pensamos, mocidade.

Agora, em desafio, no final
Da vida, nos mostrando que afinal
Ainda somos gente, de verdade!

X

Primavera trazendo nossas flores,
As flores divinais da primavera,
Que trazem, nos perfumes, os amores,
Amores que sonhei, sempre, na espera...

Findando o duro inverno, te adivinho;
Nas mansas corredeiras deste rio...
Descendo o coração, devagarinho,
Enchendo de ternura, mata o frio...

Nas graças maviosas deste amor,
Amor que, com certeza, vale a pena;
Renasce em primavera, toda a flor
Pintando em aquarela, bela cena...

Das noites tão vazias, mais geladas,
Renascem as manhãs, as alvoradas...

X


Orvalho que bebi nesta manhã,
Roubado desta relva tão macia...
Forjado em teu desejo, nosso afã,
Tragando meu prazer, minha sangria...

Nos cálices noturnos, me inebrio,
No vinho tinto, mato minha sede.
Penetro tantas locas, aqueço o frio,
Mergulho de cabeça em tua rede...

Aos poucos despetalo e te desperto,
Desnudo mansamente, cada toque.
Deitando em teu deserto, estou tão perto
Amor te quero inteira, sem estoque...

Depois adormecer, no nosso quarto,
Tão cansado, esgotado, louco e farto...

X

Amiga, se permita a fantasia,
Pois ela quase sempre nos ajuda.
A dor em sua enorme tirania
Fazendo nossa vida mais miúda,


Não pode com a força da alegria.
Às vezes é melhor que nos iluda,
Viver a plenitude por um dia,
Do que não ter mais nada, enfim, que acuda.

Amiga ser feliz é só momento,
O tempo, qualquer tempo, sempre passa.
Amor é tão divino sentimento,


Porém por tantas vezes se esfumaça.
Mas sinta-se feliz, mate o tormento,
E dance todo amor em plena praça!

X

Meu amor traz completa sensação
De universos vagando sem sentido.
Perdendo-se renasce na amplidão,
Inteiro é que se encontra dividido...

Imerso nos teu mares, convulsão,
No meios das estrelas vai perdido
Amor que não dispara coração,
É luz e treva, segue sem ter sido...

(Nas horas mais tristes
Amor que não sei
No mundo encontrei
Saudades e risos,
Tormentas e praias,
Verdades e saias,
Nos céus, paraísos...)

Meu amor traz cantigas infantis,
Cantinflas, Mazaropi, cines boates.
Todos sonhos medonhos, pueris.

(É canto que encanta
Trazendo esperança
Olhar de criança
Verdades e lendas,
Heróis e fantasmas
Suspiros e asmas.
Desertos e tendas..)

Esse amor minha seiva, rum e mel,
Serenatas, manhãs, ruas, mascates...
Nas ilhas dos seus sonhos, sou ilhéu...

X

Um silêncio profundo me atordoa,
Não deixa mais pensar com tal clareza,
Minha alma, sem sentido, sequer voa.
Envolta em tal silêncio, em tal beleza...

Sobre este pano d’ébano pintado,
Milhares de cristais vão superpostos.
O sonho num cavalo vem montado,
Voando sobre os mares; ares postos...

Deitada em minha cama, adormecida;
Reflexos destas luzes sobre o rosto.
Eu vejo minha vida decidida,
No brilho que te cobre o seio exposto...

Amada, em tal pintura feita em sonho,
Percebo o meu futuro mais risonho...

X

Nascendo nos seus braços vou sem fim,
Em vaga tempestade que me esconda.
Navego em pensamento, sempre assim,
Morrendo em sua praia, pedindo onda.

Temo a fugacidade de um momento,
Vivendo em seu desejo, por inteiro.
Ao mesmo tempo quero o sentimento
Aprisionando; amor tão verdadeiro...

Mulher que sempre foi demais tão mansa e crua,
Ao mesmo tempo pinta e me descora.
Vagando pelas ruas, alma nua,
A boca que me beija me devora...

Nas fases deste amor, tão fera e calma,
A lua lhe entranhando lhe traz a alma...

X

Almíscar de tua alma inebriante,
Nas lentas sensações desse carinho.
Divago por caminho extasiante,
Emergindo do sonho, mar e vinho...

No ancoradouro quero meu saveiro,
No cais destes teus braços tão macios...
Esteio do meu barco. Derradeiro...
Desejo de fugir dos ventos frios...

Eu te amo tanto, tanto quanto posso.
Talvez mais que a mim mesmo, não duvido.
Quando estou contigo, me remoço,
Esqueço tanto porto já perdido...

Impregnado de pura juventude,
Amor que se renova em atitude...

X

DELÍCIA DE VIVER

Agora vou de lágrimas isento,
Passando minha vida em tal prazer;
Vivendo com ternura um sentimento,
Delícias e vontade de viver...

Amores quando soltos bebem vento
E dormem tão tranqüilos e serenos,
Deitado no teu colo, o pensamento;
Encontra tantos sonhos, mais amenos...

Em versos e desejos mais completos,
Querendo a recompensa predileta
Cobiço estes delírios mais diletos,
Aos poucos vou cumprindo a minha meta...

Vivendo, nesta vida o que se quis,
Sabendo, finalmente, ser feliz!

X

Irmã da solidão, a tal saudade,
Deixando o pensamento mais disperso.
Prodígio dos amores sem verdade,
Tramando toda a dor em triste verso.

Amiga, de tais forças és refém,
Mas conte com meu braço companheiro.
Bem sabes que na vida, sem ninguém,
O dia se parece derradeiro...

Mas vamos destruir essa irmandade
Que faz do nosso peito, amargo ninho,
Matando a solidão e a saudade,
Por certo terás paz em teu caminho.

E conte com apoio e com meu braço.
Trazemos irmandade, em forte laço!

X

EU TE AMO QUERIDA

Meu coração se fia na promessa
De ter amanhecer com mais leveza,
Amor nunca me espera, já tem pressa;
Encontra nos teus braços, a beleza...

A sorte que encontrei no meu destino,
Vivendo toda a vida sem disfarce;
Amor me transformando num menino,
Dos velhos sentimentos, já renasce...

Amor; venha correndo; vem me acuda,
Não deixa esta tristeza ressurgir.
Preciso de carinhos, tua ajuda,
Deitado no teu colo; vou sorrir...

Deixa eu beijar t’a boca, minha amada,
A vida sem amor, é quase nada...

X

TE DESEJO MINHA AMADA

Se tanto que te quis não mais quisesse
Os ermos que passei são meu destino.
Nas mãos que te pretendem teimam preces
Contrárias aos desejos que te ensino...

Em cima das montanhas, nossos olhos,
Vasculham cada rama desta mata,
Perdidos meus delírios nos abrolhos,
Recebo esfumaçar desta cascata...

A vida não tramou outra esperança
Sequer me deixou gosto de saudade.
Te quero e te desejo tanta dança
Amor que sempre tive, de verdade.

Não minto se te quero minha amada,
Desejo-te na cama, esparramada...

X

No nosso leito cheio de ternura,
Momentos divinais são costumeiros.
Amada em teus carinhos u’a ventura.
Tornando meus caminhos verdadeiros.

Sentindo teu perfume delicado,
Desejo em tua boca e tua pele...
Vivendo assim querida, apaixonado,
Estar perto de ti, vida compele...

Eu quero teu amor por toda a vida,
Em todos os momentos da existência.
Na nossa cama, a dor tão esquecida,
Transbordam o desejo, a paciência...

Sabendo que esse amor é nosso guia,
A vida se transcorre em alegria...

X

Não deixe que alegria vire pranto
Nem mesmo que a tristeza nos invada.
Concebo nosso amor em cada canto,
Em cada poesia apaixonada...

De repente te vejo tão distante
Dos olhos que incendeiam em amor.
Não deixe que esta vida, num rompante,
Acabe por motivo qual que for.

Não quero ser um barco sem ter leme,
Nem quero ser caminho sem ter fim.
Por mais que calma a noite, amor já teme
A solidão das noites, tão ruim...

Peço-te que esse amor nunca se esfume,
Desculpe, por favor, o meu ciúme...

X

Nos teus olhos crepúsculos afloram,
Preparam bela noite de luar.
Cores avermelhadas te decoram,
Das dores que vieram, tanto amar...

Belezas incontáveis ‘stão contidas,
Nos olhos que iluminam, toda a terra.
Por vezes nossa vida prometida,
Procura outro caminho e, quase que erra.

Mas sempre, no final de cada dia,
Encontra em nosso ninho, seu recanto.
O tempo de viver a poesia,
É o mesmo em que derramas teu encanto...

Amada, nosso amor é pra valer,
Renasce em cada novo entardecer...

X

A rosa sonhadora, tão bonita,
Perfuma esse jardim, tão delicada.
A rosa assim querida, pois bendita,
Já sabe que está sendo muito amada...

A rosa que se entrega, mansamente,
Depois de tanto tempo de botão
Aberta a luz da vida, totalmente.
Percebe o louco vento da paixão...

Jardim em que nasceu, rosa tão bela,
Depois de tantas noites sem perfume;
No aroma desta rosa, que amarela
Se avermelha na dor deste ciúme...

Mal sabe que o rosal todo flutua,
Ao ver sua beleza, mansa e nua!

X

Procuro, nestes astros, a grandeza;
Que sei encontro em ti, minha querida.
Em toda essa sagrada natureza,
Não vejo tanta luz, em minha vida...

Temendo pela minha desventura,
Por vezes me maltrato sem saber.
Deitando meu amor com tal brandura,
Certezas infinitas de prazer.

A tarde não confirma esse receio,
Que a noite prometera em triste sonho.
Amor que em minha vida é sempre esteio
Permite a realidade que proponho.

Viver é sempre estar em movimento,
Por certo, sem amor, puro tormento...

X

Sob um céu de beleza inesgotável,
Silenciosamente caminhava
Amor de formosura incomparável.
O meu olhar distante, se encantava...

Sentia minhas pernas flutuando
Ao ver esta mulher inesquecível.
Tu ias pouco a pouco dominando,
Dando-me uma alegria quase incrível...

Amor que sempre fora uma utopia,
Aos poucos tinha forma e tinha nome.
Meu peito se tomando em fantasia,
O fogo da paixão já me consome.

O sonho me acompanha aonde eu for.
Ainda estás aqui, meu grande amor.

X

Por essa solidão que não consinto
Lavrada em duro amor sem ter descanso.
Não posso mais beber sequer absinto
Senão a madrugada nunca avanço.

Dos olhos tentadores me recordo,
Da boca tão suave que atentara
Deitado do teu lado vou a bordo
Da vida que, sem paz, me premiara.

Nas ilusões trazidas, vivos sonhos;
Nas mãos macias, colo transparente,
Sorrisos tantas vezes tão medonhos,
Tramando uma incerteza, estou carente....

Amiga dos teus olhos sinto o lume
Que invade minha vida em bom perfume...

X



Nos jardins desta vida, tantas flores,
Os retratos divinos da esperança,
Perfumam meu ar com seus olores,
Por onde meu olhar, feliz, alcança...

Quem viveu sua vida sem perfumes,
Ao sentir tal jardim encontra a paz;
Distante das dores e queixumes,
Descobre que no amor é mais capaz...

Felicidade está muito mais perto;
Os seus olhos procuram claridade;
Não tem deserto, disto esteja certo,
Eu te amo, meu bem; é de verdade...

Trazendo as esperanças no caminho,
Nem percebo, nas flores, um espinho...

X

A minha alma onde está? Pergunto ao vento...
Que teima em me ocultar qualquer resposta.
Na força inigualável, pensamento,
Encontra seus resquícios, morta, exposta...

Minha alma se deixara transbordar
Nos mares dos amores, se perdendo...
As ondas e procelas deste mar,
Aos poucos, meu amor, também morrendo.

Surge no firmamento, raio ardente,
Que treme em singular, rara beleza.
Mudando meu caminho totalmente,
Gravando em fino bronze essa certeza.

Amor que na minha alma se perdeu,
Da própria cinza, em brasa , renasceu!

X

Com rosto imerso em lágrimas de amor;
Rechaçando qualquer toque do carinho.
Vivendo sem ter ganas, sonho ou cor.
Rasgado pelo toque deste espinho.

Remontam tantas asas do passado,
Onde restara cego, em vil tormento;
O peito vai vazio e tão calado,
Queimando meu amor em fogo lento.

Ralando o coração nesta saudade,
Estrias dentro da alma pululando.
Buscando me escapar da realidade,
Depois de tanto tempo, assim, sangrando.

Eu vejo o teu olhar, meu caro amigo,
Sentindo em tua força o meu abrigo..

X

Ânsias temíveis, lúbricos desejos.
Belas imagens, límbicas lembranças.
Saudade de viver nossos os doces beijos,
Guardados para sempre, em confiança.

Não vejo mais recreio sem te ter,
Não tenho mais anseio pelas chamas.
Embora meu receio, possa ver,
Deitando nos teus seios, loucas tramas...

Eu quero a solução da plena sorte,
Sem ter tristes, aspérrimos espinhos.
Depois de ter levado tanto corte,
Aguardo de teu colo, tantos ninhos...

Não quero minhas lutas tão inglórias,
Amor que pede amor, nossas memórias...

X

Eu peço a luz do dia que te roube
E leve para mim, amor imenso.
De tudo que na vida não me coube
Vital felicidade, sempre penso.

Ao ver tua beleza, assim, infinda;
O sol em desvario quis levar.
Em raios na manhã o sol deslinda
A forma de poder se enamorar.

Não deixe que este deus, de mim te leve;
Não deixe que estas luzes te seduzam.
Amor por ser sincero nunca é breve,
Que os nossos sonhos sempre nos conduzam.

Minha amada, agasalha-me em teu seio;
Impeça que se viva em tal receio...

X

Amada, nas divinas brasas, fogo,
Ardendo no desejo que reveste
Amor que sempre trama novo jogo,
Com vigor, esperança assim, celeste.

Numa ânsia de outra vida, misteriosa,
A nossa alma aspirando novo espaço;
Beleza sem igual; densa e formosa,
Por mais que seja incerto nosso passo.

Foste feita de brilho em tal beleza
Em forma de carinho tão ardente,
Estrela que transmite tal clareza,
Amar-te com certeza é tão urgente...

Pantera, teu amor é sem igual,
Reflete nosso bem, esquece o mal...

X

Semeando meus sonhos, vou andando.
Em busca da seara mais risonha,
Riquezas sob os pés sinto brotando
Ao mesmo tempo em que minha alma sonha...

Amor indecifrável que dedico,
A quem sempre fora meu alento.
Amor que pouco a pouco me faz rico,
Sabendo como é belo um sentimento...

Eu vejo nossos olhos nesta estrela,
Eu vejo nossos passos neste céu.
Eu vejo meu futuro em mão mais bela,
Eu vejo nosso amor, nosso dossel...

E canto sem parar o nosso amor,
Que trazes no teu peito; salvador!

X

Quem traz um sonho sempre inacessível,
Não cansa de cantar esse mistério.
Um sentimento nobre e mais possível,
Aos poucos se tornando tão mais sério.

Seria essa amizade a salvação?
Seria essa certeza nosso porto?
Deito no travesseiro uma emoção,
E sinto que, deveras, andei morto...

Crescendo o que se fora brincadeira,
Vivendo o que pensei mas não ampara.
Correndo sem sentidos, verdadeira,
O coração sem rumo se dispara...

Mas sei que não concebes tal verdade,
Firmando puros laços de amizade!

X

Ouvindo seu rugir por essas praias,
Num canto que me embala e me remoça.
O vento, sem querer, levanta as saias
Mostrando as belas pernas desta moça...

Trazendo tal beleza sensual,
Deixando um coração demais atento.
Nas ondas que se quebram, festival,
Deitando meus olhares, peço vento...

Nas formas que desejo, tateando,
Encontro teu olhar, amada minha.
As praias; tão formosa, decorando.
Das ondas e dos mares se avizinha.

E pintas com magia toda areia.
Em tudo já me encanta uma sereia...

X

Quando mal me sustinha e me inclinava
Tombando minhas pernas sobre o solo.
Minha alma dolorida; não pensava
Sequer poder achar teu manso colo.

Na beira deste abismo, sem saída,
Me enroscando nas cordas mais fatais,
Não via mais sentido em minha vida,
Entregue a tais quimeras mais venais...

Nos rumos deste caos, seguia imerso,
Sem ver sequer a luz no fim da estrada.
Meu sonho em triste amor ia disperso;
Depois de tanto tempo, quase nada...

Surgindo no final, voz verdadeira,
Salvando-me da dor, u’a companheira...

X

Alegria nascendo aos borbotões,
Formando com o sol, a claridade.
Espalha pelas ruas emoções,
Trazendo um novo canto de verdade....

As mãos que fecundaram nosso chão
Depois desta carícia milagrosa,
Também acariciam coração,
Fazendo uma canção maravilhosa...

Amor que não me deixa mais distante,
É verso que me envolve totalmente;
Versejo meu poema mais vibrante
Na busca de te amar complemente.

Tu és o meu Princípio e meu caminho.
Contigo nunca mais irei sozinho...

X

Querida companheira, em teu abraço
Um misto de carinho e mansidão.
Certeza de descanso em forte laço,
Dois traços uniformes, coração...

Se sempre fui, da vida, peregrino,
Levado pelas ondas deste mar.
Amiga no teu canto me ilumino,
Destino vem trazendo um bom amar.

Diversos os segredos que te conto,
Sabendo que, de ti, terei carinho.
Apoio que por certo, vem de pronto,
E não me deixa ser, assim, sozinho...

Querida companheira, estou contigo;
Tu tens também em mim, um grande amigo!

X

Adentro as cerrações do meu destino,
Encontro teu carinho, minha amada.
O sonho mais divino e cristalino,
Conduz a nossa sina à mesma estrada...

Refaço minhas sendas nos teus braços,
Searas tão tranqüilas quero ter.
Somando nossos rumos, nossos passos,
Ajudam, com certeza, um bom viver.

Não sei sequer o nome dos meus Fados,
Mas sinto tua mão; és minha Fada.
Os pés que se cortaram, tantos cardos,
Encontram uma manhã iluminada.

Meus versos te dedico, todo dia,
Nas asas deste amor, minha alegria!

X

Levado pelos ventos da paixão,
Deixando esse deserto em que vivi,
Abrindo tão profundo, o coração,
A vida que sonhava é estar aqui.

Naufrágios deste amor em que mergulho
Transformam simples ondas em delírios.
Viver contigo, amada, é meu orgulho.
Termina em nosso amor, tantos martírios....

Encontro uma verdade em cada verso
Desejo de viver eternamente.
Rompendo sem temer, este universo,
Diverso do meu mundo tão descrente...

E quero teu amor bem junto a mim,
Amor, desde o princípio, um belo fim...

X

Quanta beleza encontro em minha amada,
Anseia por ventura um coração,
Que sabe que esta vida é quase nada
Se não houver as bênçãos da emoção...

Meus passos descortinam meu futuro;
Imerso em teus carinhos, sigo um sonho.
Cravejo em plena luz o mar escuro,
Afasto um pesadelo mais medonho...

Qual ave desvalida, pequenina,
Minha alma te procura sem cessar.
Amor que logo cedo me domina,
Vertendo-se em carinho, faz sonhar...

Eu quero nosso amor em pleno espaço,
Depois poder dormir no teu regaço...

X

O NOSSO IMENSO AMOR

Fecho os olhos... Sentindo essa presença
Suave e tão gostosa; teu perfume...
A vida se passara tão intensa,
Depois de tantas noites de queixume...

Eu sinto nos vestígios deste vento,
A mão sempre macia, nosso amor.
Não tiro teu olhar do pensamento,
Encontro o teu carinho salvador.

E nas combinações destas magias,
Misturas de desejos e de sonhos.
Poções enamoradas, alquimias,
Promessas de outros dias mais risonhos...

Das dores, dos combates, das tristezas,
Soergue nosso amor, tantas certezas!

X

Pairando sobre as noites, meus desejos;
Encontram na umidade dos teus lábios
Delícias de tão doces, mansos beijos;
Certeza dos carinhos bem mais sábios.

Encontro no teu corpo meu naufrágio,
Não quero mais voltar ao triste cais.
Penetro essas entranhas, vou bem ágil,
Eu quero aqui ficar, sair jamais!

Descubro em cada sanha o meu prazer;
Cabelo da morena que se assanha,
Vontade de, meu rumo em ti perder,
Passando cada vale, mar, montanha.

Eu amo a maciez de tua pele,
O conhecer segredos, me compele...

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