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Friday, December 21, 2007

SONETOS 007

Muito Obrigado Querida

Não quero nem silêncio nem torpor
Nem tampouco a cruel indiferença,
Vivendo tantos anos sem amor
Perdendo nesta vida toda a crença.

Há muito procurando pela rosa
Que quase não percebe um beija flor,
Quem vive nesta vida tão vaidosa,
Se perde muitas vezes, trama a dor...

Não deixe minha amiga que a tristeza
Invada teu cantar suave e brando,
A vida que é por si, maior nobreza,
Em todos os caminhos perfumando...

Amiga; te bendigo e te agradeço,
Teu canto é muito mais do que mereço!

Eu Amei...

Amando sem saber desta loucura
Que encerra tanto pranto de per si,
Não canso de viver nesta procura
Amores que por certo já perdi...

Assim como encontrei o meu caminho
Em meio a tantas flores sem perfume.
Vivendo quase sempre tão sozinho,
Sentindo a solidão, intenso ardume...

Cardumes de esperanças me povoam
A cada novo dia que refaço,
Os olhos desbotados sobrevoam
Amores escondidos no regaço.

Amei tão simplesmente sem cobranças
Que o céu vai se inundando de esperanças!

Amo O Amor

Amando tanto a terra como o mar
O céu, tantas estrelas, o velho sol,
Amando quem quiser enfim amar,
Fazendo deste amor o seu farol...

A noite embevecida deu a lua
Aos braços de quem sempre quis amor.
Entregue nos seus raios toda nua
Flutua nos meus olhos, seu fulgor...

Amo os rios, cascatas e montanhas,
As horas que passamos a sonhar,
Amores suas fontes são tamanhas,
Vivendo em farto sonho desse amar.

Eu amo cada canto em poesia
Amando
meu amor por noite e dia...

Beijos de Amor

Os beijos que trocamos, sem sentirmos
O doce que traziam, tanto encanto...
Será que é bem possível dividirmos
O fogo que emanamos, forte e tanto...

No jogo destes beijos juvenis,
O peito se renova e quer sonhar...
Afetos sempre mansos, tão gentis,
Permitem novamente tanto amar...

Descubro num instante que te adoro,
Embora não precisas deste amor.
No canto que te faço, revigoro,
O tempo em que já fui tão sonhador...

Teu beijo no meu beijo simplesmente,
Um toque que me invade, n’alma e mente...

As Mãos de Minha Amada


As mãos tão delicadas, de pelúcia,
Carícias que prometem, de delícias...
As mãos que me acarinham com argúcia
Meus olhos reagindo com malícia...

Sevícias deste amor sem amarguras,
Agruras e ternuras superpostas,
Escorrem mansamente tais branduras
Descendo levemente nuca e costas...

Expostas às totais felicidades,
Nas mãos que te percorrem, fantasias;
Aos poucos construindo claridades,
Em meio a tempestades de alegrias...

Eu quero tua mão tão delicada,
Escreve meu futuro, assim, amada...

Não deixe que se estrague o que sinto por ti,
Amor de tal certeza, espero, um dia, ter.
Decerto tanta coisa eu, nesse mundo, vi,
Agora só te peço, eu quero te esquecer...

Cada vez que respiro, estás neste meu ar;
Cada vez que sonho, encontro teu desejo...
Cada vez que penso, as ondas deste mar,
A boca que se mostra, aguarda o teu beijar...

Eu penso noite e dia em tudo que vivemos,
O mote que me move, as horas que passamos...
O canto que me inunda, o tanto que sofremos.
Em tudo que pretendo, o muito que sonhamos...

Não vejo mais a vida, em outros sentimentos.
De tanto que te adoro, amor solto nos ventos...

Ainda Te Amo

Quem dormira num sonho mavioso
Acordando em quimera desditosa
Esquece que vivera em fino gozo,
E dorme se espinhando em mansa rosa...

Amada nosso amor somente meu
Depois de tanto tempo descoberto
Aos poucos sem sentido, enfim morreu,
Distante de teus olhos mas tão perto...

Dizer que não te adoro, é vã mentira
Porquanto esses meus versos não se calam.
A noite que em meus braços outra atira
Nos braços e na boca nada falam...

Parti, já fui embora, revivi...
Devolve o coração, deixei aí...

Minha Amada

Vivendo em tal renúncia, de partida,
Em busca de quem fora minha amada.
Vencida pelas dores vãs da vida,
Ao fim desta jornada, quase nada....

Mas voltas mal começa o meu outono,
Retiras minhas âncoras do mar.
Percebo que esse tempo de abandono,
Aos poucos, se cansando, vai parar...

Amada quem me dera se pudesse
Nas ondas do oceano, meu saveiro,
Tramando nosso caso numa prece,
Poder ser mais ditoso marinheiro...

Vagando por espaços, amplidão,
Guiar esse teu barco-coração...

Amor e Esperança


Perdoe se inda sonho assim contigo,
Não devo, isso bem sei, não é direito...
O tempo que se perde e que persigo
Vivendo a transtornar meu velho peito...

O céu em níveas nuvens, sem mormaço,
Promete tal calor que não suporto...
Esqueço de viver um manso abraço
Atraco meus navios noutro porto...

Talvez ressurja calma uma alvorada
Não creio, mas pretendo ser feliz...
Depois de tanta luta, sem ter nada,
A nuvem vai mudando o seu matiz...

Das chuvas que virão, em tempestade,
Quem sabe irá nascer felicidade?

O Amor Em Festa

Trouxeste
um forte sol à minha vida,
Guardada neste cofre em cadeados...
Reparo que depois de corroída
A vida se transborda nos pecados.

Suaves e macios, tramam luas...
Permitem que este sol se torne manso.
Envolto em fantasias continua
Brilhando neste lago, em meu remanso...

Se sol me trouxe lua, o que fazer?
Os lumes se encontrando em nosso ninho
Transformam as angústias no prazer,
Tornando no plural, quem foi sozinho...

Tomando tuas mãos, vamos ao dia!
Que a noite que virá, tanta alegria!

Procuro meu amor...

Procuro meu amor pelas estrelas
Nos campos e nos bosques mais floridos...
Nas flores e cascatas, nas mais belas,
Nos sonhos que percebo, divididos...

Procuro entre as calçadas, tantas ruas...
Nas matas e montanhas, no infinito...
Nas pedras mais distantes, duras, nuas,
Soltando sem ter eco, um forte grito...

Procuro minha amada pelas trilhas
Diversas maravilhas, mas não vejo...
As pernas amarradas, armadilhas,
No rastro deste céu, seu azulejo...

Depois desta procura tão antiga...
Encontro minha amada em minha amiga...

Em Busca Do Teu Amor

Buscando pela lua espero o teu carinho...
Vagando pelo céu, aguardo o meu repouso
Nos braços de quem amo, um manso e doce ninho
Onde eu encontrarei o meu campo de pouso...

Seguindo a minha rota embora indefinida
Não passo um só minuto estradas bem cuidadas
As pedras, minha cruz, carrego em plena vida,
Nas forças do destino as dores encontradas...

Estou já tão cansado, a noite se aproxima...
Espero te encontrar nas curvas, nas paragens...
Cantando essa ilusão em tosca e triste rima
Minha alma aventureira inteira-se em viagens...

Eu quero tanto amar, embora não mereça...
Eu temo que sozinha, a minha alma envelheça.

Estou Feliz!

Estou feliz, não nego e nem mereço...
Sorrio calmamente, rio e mar...
Amar, armando o sonho onde tropeço
Nas nuvens que choveram sem parar...

Também deste mormaço que trazia
O dia se iludia e nada vinha...
Fuligem na minha alma se escondia,
Farta dessa vida tão sozinha.

Certezas dos amores ledos erros,
Enganos e verdades confundidos...
Montanhas de desgostos, meus aterros,
Versifico meus medos escondidos...

Embora ser feliz não seja um ópio,
Felicidade: amor; mesmo que próprio...

Amor, Simplesmente Amor

Não sei se te pertenço ou se és de alguém
Que nada mais te traz, senão a dor...
Vivendo sem saber amor que tem
Em vão vais procurando o velho amor...

Não julgue meu amor como ousadia,
Amo-te e isso não vale para a sorte.
Não peço teu amor, não poderia...
Só quero que tu saibas que isto é forte.

Amor que mata a sede, sem ter água,
Amor que mata a fome, sem o pão,
Não causa nem tristezas, nem quer mágoa,
Mas, livre, alimentando o coração...

Amor que não percebes como é belo,
Embora não me peças, sempre velo...

Nossas Cartas de Amor


Nas cartas que mandaste há tanto tempo...
Lembranças esquecidas sem encanto.
Da vida, acumulando contratempo,
Levando uma mortalha em desencanto...

Não quero teu perdão, isso dispenso...
Jogadas sobra a chama da lareira,
Nas cartas que se foram já não penso,
Queimada, num segundo, a vida inteira...

Cartas deste amor que proibia
O sonho de viver outros planetas...
A mão que me continha em agonia,
Expressa nessas cartas, nas canetas...

Amada que se foi levou a vida,
Restando só as cinzas, despedida...

Tarde Para Amar?

Cheguei, em tua vida, muito tarde...
Eu sei que não querias esperar
O fogo que é tão calmo mas, manso, arde...
Querias noutras chamas se queimar...

Entendo que não soube ser teu sonho,
As asas que carrego já te assustam,
O mundo que te trago, mais bisonho,
São forças que contigo não se ajustam...

Agora, que proponho outra saída,
Respondes que cheguei no entardecer.
Amada se te dei a minha vida,
Responde como posso então viver?

Destino me deixou meio de lado,
Me diga o que fazer? ‘Stou atrasado...

Minha Mulher Ideal

Tens tudo o que desejo na mulher,
A doce solidão que acaricia,
O medo de viver amor qualquer
Que seja simplesmente fantasia...

A graça displicente de quem sabe
Da beleza sutil que me conquista,
Vaidade de saber que amor não cabe
Se nada mais restar que esteja à vista...

Sorriso de menina que não morre
Nos sonhos de eternal felicidade...
Na dor que se aproxima me socorre
Embora sempre goste da saudade...

Tu tens a maravilha do cristal
Tinindo no meu peito em festival...

Quero Teu Amor

Não tiveste piedade nem amor...
Mas peço que não vás, demores mais...
O tempo em que vivemos sem ter paz,
Demora na saudade e desamor...

Se houvesse tua mão, decerto amiga,
Não mais precisaria ser assim...
Tateio simplesmente, a noite abriga,
O resto do que fomos, nada enfim...

Talvez eu não consiga ter teus seios
Macios e colados junto aos lábios...
Percebo que navegas sem receios,
Refém desses desejos loucos, sábios...

Mas quero teu amor, e não me iludo,
Nas pétalas que trazes, quase tudo...

Eu Te Amei

Murmuro pelas noites o teu nome,
Em busca do que foi felicidade.
A noite que te trouxe também some...
Aguarda sem sentidos, u’a saudade...

Meus versos não se calam nem pretendo,
Viver do que sonhei e que perdi.
Aos poucos, sem saber irei morrendo,
Amores que estiveram bem aqui...

Perfumes de minha alma tão cativa
São rastros que não posso mais deixar...
A mando da saudade sempre viva
A vida vai custando a se passar...

Murmuro pelas noites que te amei,
Depois de todo sonho que penei...

Te Quero

Desfilas tão suave, quase nua,
No quarto em que vencemos nossos medos...
A noite em maravilha continua,
Buscamos sem temor, nossos enredos...

Que tramam novos dias no futuro,
De sonhos e promessas mais bonitas
Viemos deste mar profundo, escuro,
Em busca destas luas tão benditas...

Agora que te tenho aqui comigo,
Te peço, nunca mais deixe este porto...
A vida que vivemos, sem perigo,
Salvando quem se achava semi morto...

Amada, desfilando essa nudez,
Desnuda meu amor, por sua vez...

Ah! Eu Te amo...

Esqueci de dizer que inda te quero...
Palavras foram tolas, mas constantes.
Por vezes quando vejo, desespero
Mas nada que não disse por instantes.

Esqueço de falar do que passamos,
Embora não apague mais a chama...
De tudo que bem certo, nós amamos,
Eu sinto que em verdade, amor me chama...

E chama para vermos esta aurora
Que vem depois da noite de prazer
Vivida com amor que não tem hora
Que luta em desespero p´ra nascer.

Esqueço de falar de nosso amor,
Talvez seja por vício ou por temor...

Medo de Amar

Quem dera se pudesse te entregar
As horas mais bonitas dessa vida,
Roubando as estrelas e o luar
Buscando a juventude já perdida...

Quem dera se quisesses meus poemas
Em volta desta lâmpada saudade...
Amores e delícias os meus lemas,
Tramando tantos sonhos de verdade...

Não vejo mais promessas no que falas
São farsas essas falsas esperanças.
Amando sem pensar sequer nas malas
Que fazes nesses sonhos onde alcanças

Caminhos mais distantes deste amor.
Fugazes nos aromas de uma flor...

Amor e Beija Flor

A mando deste sonho, um beija flor,
Achando que podia ser feliz.
Depois de tanto tempo quis a flor,
A flor que na verdade, sempre quis.

Porém tal flor com medo deste sonho,
Deitada sob os ventos da saudade,
Ao ver que o beija flor era tristonho,
Deixou de desejar felicidade...

Não sabe que no fundo tantas vezes
Amor vem sob as formas mais estranhas...
Passaram-se talvez uns poucos meses,
O beija flor fugiu para as montanhas...

Mal sabe que no fundo uma tristeza
A todo grande amor, traz a beleza...

Desamparo

Não falo com tristeza do destino
Que trouxe teu encanto junto a mim.
Procuro desde os tempos de menino
O brilho dessa boca carmesim...

Por vezes minha mão já bem cansada
Dos versos mais inúteis que componho.
Não servem como alerta à minha amada,
Perdida em todo encanto deste sonho...

Mas falo com clareza e com vontade
De tanto que sofri não quero mais...
Amando só recebo essa saudade
Que dói e não perdoa, sem ter paz...

Não fomos nem sequer o que pensara
Amor que sempre fere e desampara..

Noite Escura...

Tristeza deste mar, sombria tarde...
Nos ventos e tempestas, solidão...
A vida sem sentido, que me invade
Invoca e dilacera o coração...

Amor que no poente desta vida,
Chegou tão sorrateiro, mas partiu.
A noite se mostrando decidida
Sem lua nem estrelas mal surgiu...

As águas turbulentas da saudade
Em tantos vendavais arrastam tudo.
Quem fora sonhador, felicidade
Distante deste mar, já não me iludo...

Eu quis amar outrora, mas partiste...
A noite tão escura e eu tão triste..
.

Lágrimas d'Outrora

As lágrimas d’outrora são tenazes
E forram todo o peito que te adora.
As dores que me invadem são vorazes
Saudade deste amor, já me devora.

Quem dera nos meus mares tão distantes
Nas praias nas areias, nos desertos...
Amores que se foram inconstantes
Agora no final, morrem despertos...

Mistérios desta vida que me ilude,
Amar nas brisas mansas, roseirais.
Amei bem mais talvez do que não pude
Ao fim de tantas luta, nunca mais...

Quem dera se me desse teu afago,
Teria a mansidão plena de um lago...

Minha Desdita


Impassível, sorrio da desdita,
Que nunca imaginaste o quanto sinto...
A noite de promessas tão bendita
Esvai-se na desgraça em que me tinto...

Ceifado, um coração jamais traz lavra,
Esconde meu segredo num disfarce.
Iludo essa saudade mas, palavra,
Sozinho, me deparo face a face...

Espelho de minha alma, refletindo,
O canto que calei amargurado,
Se encaro minha dor, assim sorrindo,
Saudade traz o riso machucado.

Carrego tantas marcas, cicatrizes,
Em busca d’outros tempos, mais felizes...

Saudade, minha companheira



Tremula essa saudade no meu peito
Em versos que dedico a quem foge.
Vergastas que me cortam, contrafeito...
Pesadas as defesas e esse alforje...

No mar tão espumoso da saudade,
Bravios vagalhões, praias desertas.
Perdido nesta louca tempestade
As mãos trazendo chagas, inda abertas...

Olhares de penúria que provoco,
Não valem nem sequer uma desdita.
Os deuses que tão frágil, sempre invoco,
Bem sabem desta vida, sempre aflita...

Saudade que carrego a vida inteira,
Desfraldo no meu peito, esta bandeira...

Meu Querido Amor

Imagino alvorada mais serena
Invadindo toda a noite vaporosa.
Depois de tanta dor bem mais amena,
Nas hastes pontiagudas desta rosa...

Nos tímidos louvores da manhã,
Os raios penetrantes deste sol.
A vida se transforma neste afã,
Querer me transportar ao teu farol...

Os olhos, diamantes mais precisos,
Estrelas radiantes de tão belas...
As tramas delicadas dos sorrisos,
Que em sonhos, madrigais lindos, revelas...

Eu quero teu perfume minha amada,
Nascendo nos meus braços, alvorada!

Confesso que Te Amo

Vaporosa, suave e delicada
A rosa que se esconde deste canto.
Sabendo que deveras tanto amada,
Não gosta ou não percebe seu encanto...

Quimeras que carrego são profanas,
O tempo se passando sem aromas,
As dores que te trago, não me enganas,
Talvez por outros males já me tomas...

Não sou sequer um mar em desencanto,
Procelas que já tive não são nada...
Desfio pouco a pouco cada manto,
Na brusca solidão de minha amada...

Agora que esta noite já começa,
Amor tão decidido se confessa...

Amada, Eu Te Amo!


Eu suspendo a minha alma rumo ao céu
Em busca deste mágico clamor
Que cobre a solidão, esconde o véu
Renasce nas estrelas deste amor...

Raiado como a dor que não virá
Unido nas esperas da saudade
Amor que não terei talvez por lá
Sabendo professar felicidade...

Depois de tantas brumas nesta vida...
Depois de tanto sonho mal sonhado.
Acordo em tuas mãos minha querida
Vejo nosso destino, lado a lado...

Amada te endeusando nada tramo,
Senão essa certeza: sim, eu te amo!

Morrer de Amor

Feliz por ter estrelas no meu peito,
As cordas açoitadas pelo vento.
Espero que te encontre, é meu direito,
Ao menos que só seja num momento...

Assombros desta vida sem destino,
Embora tantos sonhos mais dispersos,
Eu quero um novo tempo cristalino,
Por isso te dedico tantos versos...

Enredos deste canto em que mergulho,
Nas horas mais sutis, nada mais tenho...
Escuto tão somente esse marulho,
Nos mares dos amores que me embrenho...

Não posso mais tentar sobreviver,
Nas ondas deste mar, irei morrer!

Sonho de Amor

Enquanto me trouxeres esperança
Prossigo com meus versos mais singelos.
Meu peito inda guardando uma criança
Espelha tantos sonhos, os mais belos...

Das conchas que brincava em nossa praia,
Embora não soubesses quem eu era,
Saudade deste tempo nunca traia
Pois fomos dois amantes em outra era...

Te encontro sorrateira e calmamente,
Depois de tantos anos de procura...
Outono na minha alma não desmente
O sonho que vivi, tanta ternura...

Entendo se não queres meu amor...
Mas lembres, noutras vidas, onde for...

Eu Espero ser Feliz

Desejo nesta espera ser feliz
Esparso meus delírios pelo vento...
De tudo que na vida sempre quis,
Eu guardo teu amor no pensamento...

Espero tanto bem, nosso futuro,
Em flóreas sendas tramo meu caminho,
Amor que sempre fora assim tão puro,
Não posso permitir ser mais sozinho...

São tantas ilusões aqui cravadas,
Esplendorosamente, meu tesouro...
As horas sempre vãs, desesperadas,
Aguardam outro tempo, pleno em ouro...

Amada me perdoe se não traço
As letras deste amor em pleno espaço..

A Luz desse Amor


Deitada no divã em sua alcova
Espera com frescor, alegremente.
A vida que na vida se renova
Revolta, transtornando tolamente...

Pertence aos teus encantos branca lua.
Divina em placidez angelical,
Espelha essa beleza quase nua
Caminha em minha cama, sensual...

Amada nos vergéis por onde passas,
Espalhas tantos brilhos delirantes,
Mal vejo os teus passos, pois disfarças,
Em meio a tantas sendas verdejantes...

Amada nas estradas e cascatas,
Despontam tuas luzes, serenatas...

Amores Ateus

Ao ver a minha amada adormecida,
Deitada sobre pétalas de flor,
Eu sonho uma ilusão tão esplendida
Formada nas gotículas do amor...

Beleza assim igual, jamais sonhara,
Talvez p’ra ser sincero se permite
Com alma em delirante jóia rara,
Em tudo me reporta a Afrodite...

Luar ao ver a deusa aveludada
Penetra na janela, sem escusa...
A boca que te queima, minha amada,
Abrindo esses botões da tua blusa,

Deixando os belos seios, ambos meus,
Propícios aos amores mais ateus...

Amor e Poesia

Amor quando não brinca se engaiola
E forja noites brancas sem desejos.
Amor em desamor amor esmola
E pede caridade em doces beijos.

Um roto vagabundo coração
Vagueia pelas ruínas da cidade
Em busca da verdade e solução,
Que encontra-se na tal felicidade...

Não canto meu amor deveras triste
Mas sinto essas promessas de virada,
De tanto que esse amor, amor insiste,
Amor talvez convença a minha amada...

Que nada sem amor traz poesia,
Amor em desamor, é noite fria...

Amor É Energia...


Amor que se transforma em energia
Vigor
e majestade, velho vinho...
Transborda na verdade e fantasia,
Premissas de não ser demais sozinho...

Amor sem convenções e sem bravatas,
Em flores e cenários mais diversos,
Recebe as tempestades, densas matas,
Renasce na cadência dos meus versos.

Veros verões vividos, vagas vozes
Vencendo essas vertentes vacilantes.
Nas ondas dos amores, tais algozes
Morrendo nas ternuras dos amantes...

Amor que tanto quero não se vá,
Onde estiver a vida estará lá...

Amar Sem Disfarces

Trôpego caminheiro disfarçando
Os passos que tropeça sem sentir.
Amor vivendo imerso, delirando,
Vivendo por extremos a cair...

Trafego meus desejos nesses passos
Embora quase sempre nada ganho.
Em múltiplas delícias e fracassos,
Amor por vezes cego, outras estranho...

Nas iras e nas liras dos poetas,
Amor sempre se encontra como o sol.
Amar é capotar em linhas retas,
Perder a luz, cegar o meu farol...

Amar é não saber usar disfarce
É dar e receber uma outra face...

Crítico

Eu vivo neste espaço mal servido
Entre as minhas pernas e meu sonho...
Demônios e fantasmas que duvido
Estejam nesse mundo que proponho.

Mas vestem solidão tal qual vestia
Aquela que não fora tão ingrata.
A noite transbordando em pleno dia
Invade e desanima quem maltrata.

Eu quero não poder ser mais assim,
Amante deste mundo tão raquítico
Vivendo sem saber sequer o fim,
De todos os meus mundos forte crítico.

Embaço essas respostas neste vento,
Levando mais embalde o sentimento...

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