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Saturday, December 22, 2007

SONETOS 097 E 098


Nosso encanto, traduzo poesia,
Jogando neste mar as belas flores.
Nos beijos que te dei, tanta alegria...
Misturas nossas almas, meus amores...

No batom que me marcas, fantasia,
Vagamos, sem temer sequer as dores...
Teus cabelos, a lua reluzia,
A vida nos confunde, bons autores...

Espelhas teu reflexo com o meu,
As nossas flores, leva a correnteza,
Meu brilho nos teus olhos se perdeu...

Loucura derramaste em cada canto,
Nos versos que reluzes, tal beleza,
Eu vivo a me render a teu encanto...

X


Sentindo em teu perfume o meu desejo
De ter e ser o sonho mais gostoso
Roubando desta luz cada lampejo,
Fazendo o nosso mundo tão charmoso...

Vivendo a fantasia em cada beijo,
Tornando nossa vida eterno gozo.
Olhando nos teus olhos sempre vejo
O mundo que pretendo; fabuloso...

Teu corpo contra o meu; a noite inteira
Delícias e carinhos neste enlace
Tomados por paixão tão verdadeira.

Tuas costas desnudas... Sensual
Tango nos aproxima. Não disfarce
Esta alegria intensa... Amor fatal...

X

As cores verdadeiras já traduzem
Diversas sensações que nos afloram.
Origem, com certeza destas luzes
Que em sempre transitam, não demoram.

Num prismático sonho me conduzes
Aos arco-íris fantásticos que moram
Nos sonhos de quem leva suas cruzes
Sabendo que mil flores as adornam

Guardando seus perfumes no bornal,
Mostrando uma esperança, em esmeraldas,
Tu tens uma alegria que desfraldas

E trama noite e dia, em bom astral,
Com risos delicados e gentis,
Um mundo mais brilhante, enfim, feliz...

X

Nas cartas que mandaste, a sensação
Reviva das tristezas que passei.
Qual faca penetrando o coração
As lutas dolorosas que travei,

No cheiro putrefato do porão
Por vezes, tantas vezes me esmerei
Tentando transformar a dura lei
Que leva a quem se entrega à solidão.

Nas cartas que mandaste; uma esperança
Um sonho tão bonito de viver.
Nascendo nesta merda, uma criança

Que breve nos fará recrudescer
A luta contra o mal que já se avança
Tentando uma alegria subverter.

X

Nas canções mais bonitas que fizeste
Com notas tão suaves, encantadas,
Curando quem vivera em plena peste,
Trazendo a boa sorte em mil lufadas.

Jamais que a dor retorne e assim me infeste
Depois de dolorosas madrugadas.
A vida não permite um novo teste
Nem quero minhas noites lacrimadas.

Canções tão delicadas, me entregavas
Salvando quem vivera mãos tão frias,
Tirando de meus olhos, suas travas.

Pantanosas manhãs? Jamais, querida.
Corriges meus defeitos, avarias,
Amiga refizeste a minha vida!

X

As horas se passando tão nefastas
Distantes de quem amo, dor profana.
Cortando minhas costas, quais vergastas,
A morte, sem segredos, não me engana.

Pousando sobre mim, nuvens de insetos,
Provindo dos cadáveres; minha alma,
Devoram em repastos velhos fetos
De uma esperança frágil. Nada acalma.

Sentidos tetanizam quem maltrata,
Em trismos dolorosos, sem ter pena.
Pavor já me invadindo, já desata
Sangria violenta que se acena.

A solidão vagueia, e me desgasto,
Sabendo que serei, o seu repasto...

X

Quem nega a claridade de luares,
Deixando as garras sempre demarcadas
E traz nas frias mãos, duras pancadas,
Fornalha onde incendeia tristes pares.

Veneno em sobremesa nos jantares
O vento da tristeza em mil lufadas,
Escorpiões caminham almofadas
Sorrisos de ironia ao beijares.

Lençóis abandonados sobre a cama,
Vagas emoções, loucos delírios.
Sobrando simplesmente meus martírios,

E a voz que solitária te reclama.
Mas deixo a vida agora, morte chama,
Já pode encomendar cravos e lírios...

X


Não mais trarei meus olhos embotados
Apenas em espinhos, sem perfumes,
Os dias de alegria são passados
Em negra solidão, perdendo os lumes.

Tortura de quem chama e não mais quer,
Insensatez completa, maquiagem.
Embora em teu fascínio de mulher
Promessas se transformam em bobagem.

Secando a minha fonte, nada resta
Senão esta vontade de morrer.
Assim, mal terminando o que foi festa,
Não tenho mais caminho a percorrer...

Somente um verso triste que me embala,
Com olhos embotados, perco a fala...

X


Sem nada que restasse logo após
A tempestade negra da paixão,
Um vôo da esperança, uma ilusão
Transforma-se querida, em meu algoz.

Calando totalmente minha voz
Emudecendo um velho coração
Que, embalde se levou em sedução
Na
busca de outro mundo. Mas, feroz

A solidão batendo em minha porta
Fornalha em que me queimo noite e dia.
A vida se mostrando cega e torta,

Distante da emoção, sem alegria.
Apenas um carinho que me aporta
Da amiga verdadeira que me guia...

X


Só quero esta delícia de querer-te
Poder ter teu carinho e te abraçar;
Meus braços em teus braços, envolver-te
E sempre que puder, poder te amar...

Me nina se quiseres, meu amor,
Menina, se quiseres, sou feliz.
Eu quero esta beleza, mansa flor,
Fazendo-me, do amor, um aprendiz...

Eu quero o vento doce do cerrado
Trazendo uma esperança pro meu canto.
Quem dera se por ti eu fosse amado,
Quem dera inebriado em teu encanto,

Meus versos não seriam mais tristonhos,
Meus sonhos, sem temor, bem mais risonhos!

X

Boca macia, meiga e desejável.
Fazendo mil viagens sobre mim.
Num gesto carinhoso, inexplicável
Mordendo levemente, bem assim.

Amor a se tornar tão inflamável
Numa explosão divina traz enfim
A solução da vida, antes ruim,
Agora mais gostosa e adorável.

Aumentam meus desejos e vontades
De todo o tempo estar junto contigo.
Refletes todo o sonho que persigo

Tramando com amor saciedades,
Passando a conquistar felicidades
Protegendo-me, enfim do desabrigo...

X

Trazendo em ofertório um sentimento
Tranqüilo de quem sabe ser feliz,
Ajudas, companheira, num momento
A quem tanto lutou e tanto quis.

Palavras se perderam neste vento,
Mudando da esperança o seu matiz.
Mas logo em teu carinho, doce ungüento
Fechando uma ferida, em cicatriz.

Teu colo que é por certo, meu asilo,
Já traz toda a certeza de abrigar
A quem a sorte negra, num cochilo

Teimou em tantas vezes magoar.
Regaço carinhoso onde me asilo,
Fazendo a tempestade serenar...

X

Mistérios que tu guardas escondidos,
Debaixo destas saias, tanto encanto.
O vento que balança os teus vestidos
Levanta meus desejos, entretanto.

Sacio estas vontades, me agiganto,
Meus dedos te tocando, decididos,
Retiro de teu corpo todo o manto,
Meus lábios te percorrem, decididos...

Te sinto então feliz e saciada,
Matamos nossa fome num segundo,
Tua beleza mágica orvalhada,

No doce que produz, eu já me inundo,
Os gozos que se fazem,sensuais,
Deixando esta vontade, querer mais...

X


Tua dedicação, qual enfermeira
Que cuida com enlevo e tanto amor,
Trazendo no sorriso sedutor,
A mágica sensível, feiticeira;

Amiga, poder ser a vida inteira
Assim, tão dedicada e com fervor,
Ajuda a quem precisa, cura a dor,
E mostra uma alegria derradeira.

A quem já sofreu tanto desamor
Mostrando em alegria, esta bandeira
Que é plena de carinho, encanto, ardor.

A mão tão delicada e costumeira
Fazendo-se mais forte e com penhor,
O brilho da amizade verdadeira...

X


As bocas que não beijo, eu beijarei.
Promessas aquecidas pelo vinho...
Não quero nem permito triste lei,
Amar jamais será viver sozinho...

Amarras esquecidas, te encontrei,
No peito de quem ama, já me aninho.
Não minto nem omito o que não sei,
Canto qual solitário passarinho.

O tempo que perdi, jamais retorna.
O vinho que bebi, o copo entorna.
As bocas que beijei podres delícias,

Nas noites encontrei tuas carícias.
Não me negaste nada, mas se cala,
A boca que hoje beijo, nada fala...

X

As águias dos amores desfalecem,
Nas asas das falenas delicadas.
Os olhos dos meus sonhos já padecem
De amaurose cruel. As tolas fadas

Esquecidas num canto nada tecem,
Persistindo desejam ser amadas,
Mas as noites vazias escurecem
Não lhes restam sequer as madrugadas...

Nostalgias e cantos . Quem em dera!
A verdade entorpece quem amou.
Este inverno impedindo a primavera,

Mansa aurora essa vida me negou.
No meu peito mordisca dura fera
Apenas amizade o que restou...

X

A solidão terrível, muito amarga
Qual fora um oceano tão sombrio.
Pesando em nosso peito, dura carga
Tomando um coração em vento frio,
Apenas na amizade já se alarga
Caminho que julgávamos vazio...

Procura-se um amigo com lanterna
Na noite escura e negra da amargura.
A mão que nos envolve, mansa e terna,
Transborda em tais carinhos, com ternura.
Quem sabe sendo assim, a vida eterna
Não seja uma utopia e sim a cura.

Um ramo de oliveira, a pomba traz,
Numa esperança clara, toda a paz...

X

Bendigo este prazer que não negaste,
Em trâmites deveras formidáveis.
Na noite que profanas ,tal engaste
Mostrado em teus carinhos, mais amáveis.
Meu coração, querida, mal locaste,
Vieste com teus atos intratáveis.

Depois o tempo passa e tudo esgarça
Arrebentando a corda do querer.
Não falo deste caso como farsa,
Apenas vou querer sobreviver.
A sorte se perdeu por ser escassa,
Sobrando assim, quem sabe, meu prazer.

Mas guardo, mesmo amargo e bem antigo,
O gosto do teu beijo, que bendigo!

X

Os olhos ariscos
Arranhando o céu,
Fugindo dos riscos
Lambuzo de mel

Os doces petiscos,
Distante e cruel,
Quebrando meus discos.
Rasgando este véu.

Sozinho não canto,
Nem sou mais ninguém,
Perdendo esse encanto,

Vivendo sem bem,
Secando o meu pranto,
Amiga já vem...

X


Acendo um cigarro,
Sozinho no quarto,
A vida faz sarro,
De amor ando farto,

Eu ligo meu carro,
De noite, e já parto,
Na lama, no barro,
A sorte, eu descarto.

Porém resta o brilho
De ser teu amigo,
Num velho estribilho

Um sonho prossigo,
Seguindo o teu trilho,
Encontro um abrigo...

X


No mato me criei, sou como um bicho,
Escondo meu olhar, olho pra baixo,
Pescando lambari neste riacho,
A perna se cobriu de carrapicho.

Não posso te dizer que amor é lixo,
Nem mesmo bananeira que deu cacho,
De amor, falando sério, eu não me empacho
Nem quero discutir qualquer capricho.

Apenas vou vazar na braquiária,
Deixar de ter segredos, ser mais ágil.
Quem pensa que mulher é um ser frágil,

Não sabe desta vida quase nada.
Quem acha que já viu alguma otária
Sua alma com certeza anda penada...

X


Seu moço vou falar desta barganha
Que um dia resolvi fazer contigo.
Amor quando demais, um cabra assanha
Não vê depois da curva, esse perigo

A moça que pensei estava ganha,
Pra ti já quer voltar, e eu não consigo
Conter uma sangria assim tamanha,
Embora bem no fundo, eu não mais ligo.

A mula que levaste é de primeira,
Em troca da mulher tão melindrosa.
Eu falo que esta mula é bem cheirosa,

E se mostra fiel e companheira.
Devolvo essa mulher, mas quero a mula,
Mais mansa, carinhosa, ela me adula...

X


Meu sonho vai vestido em linho branco
Atravessando as noites nada alcança.
Apenas um sorriso de criança
Restando do que fora um moço franco.

No dia que percebo e que alavanco
O que sobrou de tudo, uma esperança,
O medo de viver já não me cansa,
E perto de teus olhos, eu me estanco.

Avanço, vou incólume, o caminho,
Embora em passos trôpegos, persisto.
Quem sabe inda serei por ti benquisto

Quem sabe beijarás a minha boca.
Meu sonho vai teimoso em branco linho,
Mesmo que esta esperança seja pouca...

X


Bem sei do sofrimento que te toma,
Amiga sempre é bom ter um alguém
Que junto com a gente sempre soma
E ajuda a superar quando a dor vem.
Às vezes nos achamos em redoma,
Sozinhos neste mundo sem ninguém...

Mas a presença forte da amizade
Nos traz uma esperança mais feliz.
Permite que se veja a claridade,
E o mundo que sonhamos, que se quis.
Não sofras estarei em realidade
Contigo
pra sanar a cicatriz

Da dor que te devora sem dar tréguas,
Mesmo que esteja agora a tantas léguas...

X

Roubando desta lua cor de prata
Os brilhos em mil raios luminosos,
Depois de certos dias dolorosos,
A sorte novamente me arrebata.

Apenas neste amor, sorvendo a nata,
Esqueço de teus lábios venenosos.
Percebo em trocadilhos mais jocosos,
Que quem eu desejei agora, mata.

Jogada nos currais, em lama e barro,
Passeia o seu sorriso mais bizarro,
Vestida da mortalha em que se fez,

Luxúrias e vergonhas, desprezada,
A forma desdenhosa e profanada
Mostrando a podridão em suja tez.

X

Em noites provocantes, vaporosas,
Na pele nívea forma delicada.
Olores penetrantes, flóreas rosas,
Moldando uma beleza imaginada.

As mãos que se procuram, mais fogosas,
Encontram fonte rara disfarçada
Debaixo dos espinhos nas formosas
Flores, já despidas e sem nada.

Pairando pelo quarto, bruxuleia
A luz que em transparências traz o dom
De dar um sedutor tom sobre tom

Na perla que se mostra e que incendeia
Aberta a camisola, sem receios,
Explodem pequeninos, duros seios...

X

A moça que vivia amargurada
Olhando da janela de seu quarto,
Não via que esta noite enluarada
Trazia um principesco nu e farto.

O pobre descansando na calçada,
Refletia na poça o seu retrato,
A moça sonhadora, enamorada,
Guardava para si o seu recato.

Porém, não vendo o príncipe pensava
Que amor que um dia teve não voltava.
Vendo na poça d’água reles trapo

Gritou e se assustou com o que viu.
E fechando a janela despediu,
Xingando aquele horrendo e pobre sapo.

X

Quem dera se bebendo do veneno
Que a própria cascavel inda produz
Morresse da picada, em ódio pleno,
Serpente que rasteja e que conduz

Por sobre a terra fria, a jararaca
Lambendo cada rastro, traz no bote,
O cheiro mais impuro da cloaca
Enchendo a paciência, quebra o pote.

Mas sangue desta cobra em alergia,
Causando-me terrível urticária,
Um dia, se mostrando com magia,
Já teve sedução, bem temporária.

Agora balanço o seu chocalho,
Não resiste sequer aos dentes d’alho...

X

Desnudo tua pele com meu beijo,
Bebendo teu suor num mar de amor.
A cada vez que lembro te desejo
Saudades do teu toque sedutor...

Olhando para a praia sempre vejo
Teu corpo tão sublime e tentador,
Teus olhos me queimando num lampejo
O gosto da paixão, revelador...

Afago tuas costas, desço as mãos..
E sinto o arrepio percorrendo
Procuro te encontrar descubro os vãos

E bebo no teu beijo esta doçura...
A lua com seus braços envolvendo;
Na sensação divina... da ternura...

X


As minhas asas pedem novo vôo
Depois de tanto tempo em desamparo
Não
posso te dizer se não perdôo
Nem mesmo se restou amor tão caro

O resto dos escombros denuncia
A morte feita em vida não protege
Nas horas que vivia apodrecia
No fundo não passava dum herege...

Talvez a podridão seja desculpa
De quem, em vida, nunca teve alento.
O medo de sonhar foi minha culpa

Vagando em cada esgoto, assim divago,
De tudo que vivi, só sofrimento.
A morte então seria o meu afago...

X

Cismando sem juízo, velhas sendas,
Estradas que passei em outras eras,
Permitem que iludido, creio, acendas,
De novo num fulgor, as primaveras.

Tampando cegos olhos, outras vendas,
Impedem-me de ver rotas severas.
Abrindo bem profundas, grandes fendas,
Expondo de tocaia, garras, feras...

Olhando para o longe, enfim divago,
E penso que inda tenho algum afago.
Depois, desiludido, volto a mim

E risco mais um nome desta agenda
Porém, qual imbecil, retorno enfim,
E volto a percorrer a mesma senda...

X

Não posso cercear uma emoção
Tampouco desprezar um sentimento.
Meu sonho que se foi, num brusco vento,
Deixando aqui sozinho, o coração.

Às vezes esquecendo o pensamento,
Mergulho num resquício de ilusão.
Ouvindo novamente o mesmo não,
Percebo que não resta um só momento.

Palavras bem mais rudes que disseste
Talvez fossem mentiras, ou defesas.
Não cabe mais um sonho que reveste

Meus olhos em teares, fossas, mesas.
Porém quando insensato não depuro,
De teu amor, insano, eu mesmo juro...

X

Brincando com destino, num desdém,
Sozinho não vacilo um só segundo.
Bem sei que na verdade sem ninguém,
Meu peito se tornou um mar sem fundo.

Distante da esperança, vou aquém
Daquilo em que não sonho nem me inundo,
Quem dera se pudesse ter o mundo,
Mas sei que depois disso, nada vem.

Porém no decorrer de tantas horas,
Debruço o coração nestas ameias.
Sem nada o que sonhar como incendeias

Um semimorto velho em que te ancoras.
Às vezes me pergunto, isso é demais,
Se são somente sonhos ou reais?

X

Andara certo tempo, qual perdida,
Sem rumo, sem caminhos, sem seu norte.
Irmã dos sofrimentos, sem a sorte
De quem já procurou amor na vida.

Nas brumas de seus olhos, despedida,
Destino mais cruel, profundo corte.
Espera calmamente pela morte,
Uma alma já cansada, sem saída...

Porém um olho mágico se vê
Por trás da porta sempre mal fechada,
Permite-se, com isso, que se crê

No renascer da vida, iluminada,
E surpreendentemente uma emoção
Revela-se nos olhos da paixão...

X


Quem sabe pela dor, por certo, eleita,
A vida não prossegue em claridade.
Inspiração terrível, mas perfeita
Mostrando a face negra da verdade.

No leito; transtornada, ela se deita,
E mostra as garras frias da saudade.
Na pele em cada ruga, vai desfeita
A sorte que julgara imensidade...

Não vendo mais caminhos neste mundo,
Mergulha num segundo em mar profundo;
Ali percebe um riso mais jocoso.

Quem fora primavera já se vai,
Em cada nervo o rosto se contrai,
E paradoxalmente, vem o gozo...

X

As lágrimas refletem, cristalinas,
As dores que transitam pelo peito...
Tristezas, tantas vezes, descortinas;
Como é que posso estar mais satisfeito,

Se nas mágoas te perdes, alucinas...
Não esqueçamos nunca do direito
À tal felicidade. Nas esquinas,
Nas curvas do caminho, dá-se um jeito.

Mas não se perca amiga, a vida segue...
Os dias modificam com a brisa.
Não temas a dor, não mais a negue.

A morte não se apressa nem avisa.
A sorte é fugidia, então a pegue;
D’amores e saudades, se precisa...

X

As horas que se passam não se calam,
Espreitam tempestades, má resposta,
As mãos tão delicadas não embalam
Cortando minha carne talho e posta.

Os olhos que me miram sempre escalam
Mostrando na verdade, quem não gosta,
Verdade nos teus lábios vai exposta
No pobre que estes hálitos exalam.

Jogaste fora a sorte num momento,
O barco naufragaste, sem valia,
Da chama que acendeste, nada ardia,

Procuro te entender, mas não consigo,
Tomando em minha face o duro vento,
Distante de teus olhos, eu prossigo...

X

Trago impressa, em minha alma, a tatuagem
Formada por amores impossíveis...
As tintas são por vezes invisíveis
Mas trazem os sinais da tua imagem.

Vivemos um amor de mansa aragem,
Em tempos que passamos mais incríveis.
Porém em nossas cruzes indizíveis,
As dores nunca foram qual miragem

A cicatriz que trago não se acanha.
A mão tão delicada já me arranha
O medo me transtorna totalmente.

Não deixo de sentir, por ti, desejo;
Embora em teu carinho, sem ter pejo,
As garras me feriram plenamente.

X


Após um dia tenso de trabalho,
Cansado das diversas confusões,
Mostrando o coração quase em retalho,
Envolto em tantos erros e senões.

Na boca que ofereces, eu me espalho.
Sentindo o teu calor, as emoções
Que no princípio, errático, embaralho,
Num misto de diversas sensações...

Cansaço com desejo se misturam,
Em teus carinhos mato minhas iras.
Os corpos se tocando, se costuram

Forram-se nos calores de mil piras.
Depois do árduo trabalho, penitência,
Eu deixo-me entregar sem resistência...

X

Meu cavalo vai solto com o vento
Ultrapassando vales e montanhas,
Na liberdade plena, o pensamento
Vencendo nos caminhos, artimanhas.

Tu sabes quanto em mim, saudade arranhas,
E toca sem segredo, os sentimentos.
Os dias se arrastando morrem lentos,
Atrás de cada passo, tuas sanhas.

Deslizo pelos ares, meu corcel,
Em nuvens negras, tristes, desenganos,
Qual fossem os rebanhos lá do céu,

Invento mil desculpas, traço planos,
Amor fazendo o peito de quartel
Mitigando estes males desumanos...

X

Navego neste mar, tranqüilidade;
As âncoras jogadas nos teus braços.
Depois de imaginar já ser bem tarde
Estreito fortemente nossos laços.

Eu sei quanto é preciso a liberdade
Mas nada me detém, nos teus abraços
Encontro no prazer diversidade
E assim já vão mais firmes os meus passos.

Num frágil sentimento que tomara
A vida de quem soube ser amara
A sorte destrutiva que maltrata.

Querida, eu te dedico este soneto,
Trazendo uma esperança, eu te prometo
Meu verso em transparência mais exata

X

Rondando toda noite, em sedução
Qual
fora uma falena em forte lume,
Persigo tua pele, o teu perfume,
Em versos verdadeiros, emoção.

Fazendo desbravar cada rincão
Do peito em se sonha e se presume,
A sorte de viver em ti resume
Vibrando bem mais forte esta paixão.

Erguendo este troféu, amor intenso,
Escolho cada verso pra dizer
Do quanto borbulhando, vai meu ser

Nos olhos de quem amo, e sempre penso.
Sabendo que encontrei felicidade,
Navego neste mar, tranqüilidade...

X

Contigo eu consegui tudo o que quis
Um velho caminheiro, outrora triste,
O amor; agora sinto que persiste
Mudando um velho céu, novo matiz.

Quem sempre se julgara por um triz
Percebe que esperança inda resiste
No amor que eu encontrei e sei que existe
Em cada novo dia, peço bis.

Vestindo meu sorriso nos meus lábios,
Os sentimentos magos, doces, sábios,
Fagulham e latejam, coração.

Qual fora uma verdade que ocultasse
A vida não permite mais disfarce
Rondando toda noite, em sedução...

X

Eu peço, nunca mais de mim apartas
O sonho mavioso em que vieste.
A sorte que em teus braços me reveste
Promete noites plenas, mesas fartas.

As dores tão terríveis que descartas
Na sorte delicada em que se veste
O mundo em alegria em que se ateste
Previsto há tanto tempo em outras cartas.

Marcando cada passo do caminho
Com flores, guloseimas e delícias.
Agora que não sigo mais sozinho,

Percebo que consigo ser feliz,
Decifro em tuas mãos tantas carícias
Contigo eu consegui tudo o que quis...

X

Daquela a quem amor eu ofereço

Não quero nada mais do que seu beijo,

Envolto totalmente no desejo

Meu coração, feliz, eu obedeço.

Assim em cada novo dia eu teço

Mil versos com carinho e com traquejo.

Quem fora tão sozinho sente pejo

E a triste solidão, enfim, esqueço.

Não posso me calar, por isso eu grito

Soltando minha voz, estava escrito

Nos búzios, nas estrelas e nas cartas

Que um dia poderia te encontrar,

Agora que eu te tenho, tanto amar,

Eu peço, nunca mais de mim apartas...

X


Trazendo para a vida, mil pendores
Vieste mansamente, amada minha.
Tocando minha pele já se aninha
E mostra em mil sorrisos, os amores.

Jardim que se floriu em belas flores,
Parceira dos meus dias, avezinha
Que voa pros meus braços, bem mansinha;
Contigo irei pra sempre aonde fores.

Versos e palavras não traduzem
O quanto; nesse amor, já reproduzem
As alegrias todas que mereço.

Não sai do pensamento um só instante
Olhar angelical e deslumbrante
Daquela a quem amor eu ofereço...

X

Somente teu amor me satisfaz
Por isso é que não quero te perder,
Razão que eu encontrei para viver,
Certeza de passar a vida em paz.

Um vento mais suave a noite traz
Em flores meu jardim a se verter.
E passo, num instante a perceber
Que posso ser feliz, que sou capaz.

Tu mostras teus sorrisos redentores,
Tu falas, irradias, e me encantas.
As dores, solidão; por certo espantas

E fazes de meu dia, um raro sol,
Brilhando intensamente este arrebol
Trazendo para a vida, mil pendores...

X

Mostrando um cais seguro onde aportar
Depois de navegar sem segurança.
Agora quando encontro uma esperança
Estendo minhas mãos para o luar

E venho, mansamente dedicar
Um sonho mais gentil que já me alcança
Promessa de ser livre, em aliança
Com
quem eu escolhi para adorar.

Castigos? Não mais temo, sem pecados,
Recebo de teus olhos os recados
E vejo: poderei seguir em paz.

Quem fora tão somente um sonho triste
Ao ver uma alegria não desiste,
Somente teu amor me satisfaz!

X


Amor vai dominando esta emoção
Que aflora no meu peito e não tem hora,
Quem sabe ser feliz por certo adora
E vive plenamente uma paixão.

Batendo em descompasso o coração,
Que sabe quando a vida assim decora,
Quem vive mais sozinho, sempre implora
A mão de uma doçura em tentação.

Querendo receber o teu carinho,
Mergulho nos teus olhos, sinto o gozo,
Num beijo delicado e mais fogoso,

Acerto assim de vez, o meu caminho.
Menina; conseguiste me salvar
Mostrando um cais seguro onde aportar...

X

Renovei, minha amada, esta certeza
De ser feliz um dia, estar contigo.
Depois de tanto tempo em que persigo,
Percebo que me farto nesta mesa.

Sentindo em teu carinho tal leveza
Acreditar, por vezes, não consigo.
O rastro que deixei, amargo, antigo,
Levou minha esperança em correnteza.

Mas sinto que raiou um novo tempo
Em dias mais felizes e risonhos,
Permito-me voar em belos sonhos,

Afasto do caminho, o contratempo,
E sigo tendo em ti, a redenção,
Amor vai dominando esta emoção...

X

Tentando me olvidar de uma saudade
Que foi durante tempos companheira,
Às vezes eu julgava derradeira
Porém em outros dias, na verdade

Eu tinha esta certeza que me invade
De ter uma esperança de quem queira
Compartilhar da glória verdadeira
De ter amor perfeito. Mas quem há de?

Um dia, caminhando em passos mansos,
Descendo este riacho tão profundo,
Eu mergulhei insano, num segundo,

Na busca por divinos, bons remansos.
Aí ao encontrar tua beleza
Renovei, minha amada, esta certeza...

X

Talvez não conhecesse desatino
Quem vive na procura de um amor,
Um sonho por demais encantador
Guardado desde os tempos de menino.

Um canto mais feliz onde alucino
Mostrando este caminho tentador.
Da sorte que me fez adorador
Um pássaro cantando um doce trino.

Vencendo meus temores de ser só,
Andando pelas sendas mais formosas,
Ouvindo bem distante um curió

Sonhando com o canto em liberdade,
Espalho nos teus passos, tantas rosas,
Tentando me olvidar de uma saudade...

X

A vida sem valia, sem prazer
Distante de quem quero para mim,
O mundo se perdendo sem ter fim,
Somente minha dor a florescer.

Cansado de lutar, sem perceber
A solução de tudo, sigo assim,
Sem cores e perfumes meu jardim,
Não tenho mais as ganas de saber

Aonde se escondeu estrela rara
Que trouxe para a vida, um claro brilho.
Estrelas reluzindo, uma tiara,

Os passos vãos, perdidos, sem destino,
Quem dera não tivesse este empecilho
Talvez não conhecesse desatino...

X


Meu verso em transparência mais exata
Mostrando o quanto quero te encontrar.
Procuro por pegadas ao luar
Adentro noutras sendas; densa mata.

A solidão que tanto me maltrata
Percebe que perdido, a te buscar,
Talvez eu não consiga mais lutar
E vem bem mais voraz, e desacata.

Não sei por que tu foste noutro rumo,
Nem sei mais se consigo prosseguir.
O frio desta noite a me ferir,

Invade e me transtorna, sem aprumo
Não tenho mais vontade de viver,
A vida sem valia, sem prazer...

X


Nos versos que compus para você,
Talvez eu disse mais do que queria,
Chegando novamente em outro dia,
Vivendo sem motivos, nem por que.

Remeto em cada frase uma alegria
Distante do que vejo e que se crê.
No corpo em que carinho sempre
As
bocas decorando geografia.

Minha palavra tenta ser mais pura,
Porém tanto desejo me tortura,
Na pele vou buscando uma morada.

Cansado de querer e não ter nada,
A mão nas suas costas vai pousada
Numa aquarela um quadro, uma moldura...

X

Te acompanho; querida, pelas ruas,
Em todos os caminhos onde fores,
As minhas fantasias são as tuas
Meu céu sem teu amor, perdendo cores...

Nas brumas e nos mares, continuas
Em mágoas que passei por desamores,
Nos sonhos que sonhei; deusa, flutuas.
Teus olhos irradiam esplendores.

As noites se sucedem... Melodia
Envolvente, não deixe-me perder...
No brilho em que o cristal puro irradia,

Encontro o teu olhar, meu doce abrigo.
Envolto pelos braços do querer,
A vida inteira, amor, irei contigo...

X

Caminhos que senti profusamente
Em várias cercanias que eu trilhava.
Vestido deste sol tão inclemente
Por certo em cada passo mais suava
A mão já tão cansada quão tremente
Carinho em outra mão bem sei, buscava.

Tropeça, cai, machuca, mas se ri
E mostra em gargalhadas ser matreira
Depois que novo rumo, assim, perdi
A mão que desejei tão companheira
Encontro, finalmente por aqui
Depois de vasculhar a terra inteira;

Nas ânsias por amor bem mais sincero
Encontro em ti, querida, o que mais quero...

X

Meu amor impreciso qual cometa
Remete na centelha de teus passos
A vida que se fez mais incompleta;
Ocupa sem querer os teus espaços.

Repete cada luta que repleta
A boca esfomeada tantos maços
Fumados. Emoção analfabeta
Não sabe nem percebe os mansos braços

Que envolvem calmamente meu pescoço;
Alegria fugaz voando breve
Restando uma incerteza em alvoroço

Escrita
nestas páginas vazias.
Mas eu te peço, amor que assim me leve
De volta às velhas luzes, fantasias...

X

Buscando-te em palavras, versos, sonhos,
Em símbolos distintos de esperança.
Vibrando nossos mundos tão risonhos
Na graça que demonstras, cada dança.

Em calmos mares gritas tempestades,
Enquanto meu caminho é manso e claro.
Escravo dos meus medos e vontades
Amor sem ter limites te declaro.

Mas ris desta proposta que te faço,
Omites as palavras que te digo.
Tomaste meu destino, rumo, espaço.
Abrigas nos sorrisos, tal perigo

Da solidão imensa que virá
Neste olhar tão distante em que nada há...

X


Bastardas sensações de medos crus,
Ensimesmando sempre a mesma história
Voando sobre nós os urubus
Querendo o que sobrar da merencória

Fornalha em que vivemos quase nus,
Sem rumo e sem troféus sem ter vitória
Na mão do vencedor qualquer obus,
No corpo derrubado, riso e glória.

Eu bebo do teu sangue e te escarrando
Demonstro quanto amei cada mentira.
Depois de ter fugido não sei quando

A vida em precipício já se atira.
Sei lá se estou querendo ou vou te amando,
A mando do que fomos; nada gira...

X

Meu louco amor descansa nos meus braços,
Qual redentora glória em meu outono.
Encontro meu caminho em teus espaços,
Deixando mais distante um torpe sono.

Não quero descansar, atando os laços,
Unidos ao teu corpo, em abandono,
Meu pensamento voa nos teus passos,
Rainha juvenil em mago trono.

Invoco meus poemas, testemunhas,
Sem mais cantos perdidos, nem flagelo,
Arando nosso amor, vivo rastelo,

Separo ervas daninhas, rego a rosa,
As garras me tocando, tuas unhas,
Pantera em pleno ardor, silenciosa...

X


As musas sequiosas dos amores,
Procuram pelos faunos indecentes...
Nos lagos; desnudadas, belas flores,
As ninfas se entrelaçam bocas, dentes...

Penetram tantas línguas sem pudores,
Meus olhos delirantes pois descrentes,
Misturam alaridos, gozos, cores
Percebo meus desejos mais dementes...

Quem dera se eu pudesse, sagitário,
Em meio a tantas bocas, seios, sexos...
Feneço neste bosque lampadário,

Espreito tais bacantes, plena orgia...
No lago refletindo tais reflexos,
Especular imagem da alegria...

X

As minhas noites se passaram frias
Nas madrugadas: peito amargo e pranto.
As lágrimas escorrem, agonias...
Sem teu amor, morrendo em triste espanto.

Simples tristezas, álgicas orgias,
Distante vou ouvindo um belo canto
Em vozes mansas, cânticos, magias...
Refeito em esperança, novo encanto.

As mãos cansadas buscam por remédio;
Onde encontrar... Depressa; amor, eu chamo,
Será que a sorte mostra um doce assédio?

Será que, enfim, terei o meu descanso?
Quando ao te ver assim, amada exclamo
E enfim meu barco encontra um bom remanso...

X


As minhas mãos cansadas da batalha,
Meus pés cansados, olhos vãos, vazios...
Distância me cortando qual navalha,
Procuro me agarrar em finos fios.

Mas as mãos estão trêmulas. Falha
O coração, sentindo os arrepios
Do amor que semimorto já se espalha
No resto do que fui. Os dias frios...

As minhas mãos desejam um descanso,
Barqueiro procurando por remanso,
Olhares esperando uma alvorada

Que venha em novo amor, uma esperança,
No passo decidido, um gesto alcança
Uma alma feminina, apaixonada...

X

Nas tramas mais sutis de uma amizade
Enredo a poesia em simples versos,
Vagando sentimentos tão diversos,
Louvando sempre assim, felicidade.

Nos campos, nas favelas, na cidade,
Em todos os caminhos, universos,
Não posso mais querer sonhos dispersos,
Atando nosso canto em liberdade,

Prevejo um novo mundo solidário,
Distante de um passado solitário,
Cansado de pegar um touro à unha.

Eu creio nisto e trago a confiança
Bordando em meu caminha uma esperança
Eu trago meu olhar por testemunha,

X


Desfilo nos teus olhos, meu abrigo,
Pois sei que assim terei meu pensamento
Liberto, sem tortura ou sofrimento,
Andando mundo afora, irei contigo.

Um sonho deslumbrante que persigo
Fazendo deste mundo um monumento
A quem não mais prescinde de um momento
Contando com um colo sempre amigo...

Vestindo a fantasia da emoção,
Rasgando os velhos trapos dos enganos.
A vida nos trará em novos planos,

A pura sensação de liberdade,
Que encarna bem mais fundo o coração
Nas tramas mais sutis de uma amizade...

X

Mostrando que amizade é nosso trilho
Vencendo toda a dor, quimera e fado,
Não vejo mais sequer um empecilho
Que impeça nosso passo sempre dado

Com força onde me apego e maravilho,
Atrás de um dia claro, assim, dourado,
O mundo redobrando cada brilho,
Deixando para trás todo o passado.

Somamos nossas forças, vamos juntos,
Na clara sensação de amor sincero,
Amiga, nós sabemos tais assuntos

Aonde transformar o que mais quero,
Seguindo par a par, sempre contigo,
Desfilo nos teus olhos, meu abrigo...

X

Nos braços; eu te oferto mil amores
E todo o sentimento que quiser.
Nós somos dois amigos sonhadores,
Lutando contra tudo o que vier.

Eu ofereço a ti, querida, as flores
Que representam sempre uma mulher,
Nascendo no meu peito os redentores
Momentos mais profundos, sem quaisquer

Empecilhos que impeçam nosso rumo
Na busca pelo sonho, ser feliz,
Contigo, companheira, eu me aprumo

E faço desta vida o que bem quis.
A lua que nos cobre, traz o brilho,
Mostrando que amizade é nosso trilho...

X


Pra quem plantando colhe em rica lavra
Somente interessando um bom futuro,
Dedico para ti cada palavra
Das tantas que profiro, e te asseguro

Que sempre caminhei ao lado teu,
Vencendo as intempéries desta vida.
Meu rumo tantas vezes se perdeu,
Apenas em teus braços, a saída...

Versejo dedicando esta canção
Que fala tão somente ao sentimento,
Tocando levemente o coração,
Fazendo já calar o sofrimento.

Amiga, venha logo, sem temores,
Nos braços; eu te oferto mil amores...

X

A mão que tanto apóia, sempre acena
Trazendo uma esperança pra quem sofre.
Não quero minha amiga tua pena,
Apenas quero a chave deste cofre

Aonde encontrarei tua amizade,
Em meio a duras guerras e tristezas,
Portando nos teus olhos, qualidade
Que mostra para tantos, tais belezas...

Não quero mais falar de dor imensa
Que a vida num momento desfraldou,
O custo em que se cobra a recompensa,
Não vale todo o tempo que passou.

Mas sei que tenho em ti, clara palavra
Pra quem plantando colhe em rica lavra...

X

Tocando nossa vida em mansos passos
Eu conto com apoio que me trazes,
A vida se demonstra em várias fases,
Marcada por destinos e compassos;

Às vezes desfrutamos dos espaços
Formando com carinho novas frases,
Aonde uma amizade estende os braços
E forma pro futuro fortes bases.

Querendo ser feliz, eu não renego
Amiga que se mostra redentora,
E quando necessito eu me apego,

Pois sei que tu virás com força plena,
Querida, como é bom saber que agora,
A mão que tanto apóia, sempre acena...

X


Erguendo para sempre estas bandeiras
Que mostram o poder de uma amizade,
Quem sabe em mãos mais firmes e certeiras
O mundo se refaça em claridade.

Distante das promessas costumeiras
Sabemos desfrutar da liberdade,
Nas horas mais difíceis, derradeiras,
O que nos salva é ter a lealdade

Que sempre encontraremos numa amiga,
Por mais que erramos, somos perdoados,
Assuntos mais diversos, delicados,

Podemos já contar com quem se liga
À gente por estreitos, firmes laços,
Tocando nossa vida em mansos passos...

X

Sabendo que em teus braços, sorte abriga;
Pretendo caminhar sempre contigo,
Vislumbro uma alegria tão amiga
No rumo em que sem medo, vou, prossigo.

Ternura desejada e tão antiga
Protege contra o mal, cessa o perigo,
Da vida, uma amizade é como a viga
Na qual fica mais forte um bom abrigo.

Sabendo que por vezes, sofri tanto,
Tu trazes com certeza em teu encanto,
Palavras que consolam, verdadeiras.

Eu tenho, pois assim, todo momento
Um laço que se fez em sentimento,
Erguendo para sempre estas bandeiras...

X

Fazendo da amizade, rumo e norte;
Eu trago no meu peito um sonho claro
Legando cada dia, bem mais forte,
O canto em que me embalo e que declaro,

Cicatrizando assim, um duro corte,
Eu agradeço o braço, firme e caro,
De quem já se mostrou perfume raro,
Fazendo com que a dor, bem cedo aborte.

Valores que preservo: liberdade,
Carinho, puro amor, honestidade.
Eu sinto em teu olhar, querida amiga.

Por mais tão penosa seja estrada,
Não temo nesta vida, quase nada,
Sabendo que em teus braços, sorte abriga.

X

Entrego em tuas mãos, meu coração
Pois sei que tratarás com tal carinho
Que mesmo que aproxime um furacão,
Contigo, não serei jamais sozinho.

É certo que esta vida traz lição
Mostrando a direção deste caminho.
Abrindo da alegria, o seu portão,
Chegando, calmamente, de mansinho...

Na força tão sutil de uma amizade,
Eu sempre percebi, me fortaleço,
Por isso em cada verso eu te confesso

Que tenho, em minhas mãos, a liberdade
De ter uma esperança bem mais forte,
Fazendo da amizade, rumo e norte...

X

Amiga, irei contigo até o fim,
Assim como bem sei também irás.
Plantando calmamente este jardim,
No fundo uma alegria já me traz.

O mundo parecendo mais chinfrim
Distante de teus braços, corro atrás;
Abraços que me dás de um querubim,
Querida; certamente, tenho a paz.

Tu és a companheira predileta
De quem sabe que a vida tanto engana,
Minha alma na tua alma se completa

Pois mostras alegria soberana,
Não temo mais as dores, solidão,
Entrego em tuas mãos, meu coração...

X


Com quem o pensamento sempre alinho
Traz sempre uma certeza de esperança;
Cansado de lutar e estar sozinho,
Convido minha amiga para a dança

Tomemos, com certeza um doce vinho,
Brindemos, pois assim, uma aliança.
Quem vive neste mundo com carinho,
Futuro mais feliz, por certo alcança.

Assim, neste poder de uma amizade,
Fazemos nosso canto benfazejo,
A sorte que me trazes, eu desejo,

E peço a Deus que dê a claridade
Bastante pra seguires sempre assim,
Amiga, irei contigo até o fim...

X

Eu trago meu olhar por testemunha,
De dias mais felizes do teu lado.
Embora agora seja só passado,
Um novo verso em sonhos eu compunha.

Quem sabe reviver já testemunha
O tempo que se foi, desconsolado,
Meu barco para sempre naufragado
Num oceano em onda a vida punha.

Amiga, é bom poder chamar-te assim.
É quase que render uma homenagem
A quem acompanhou até o fim

Meus passos na procura por carinho.
Que bom poder contar nesta viagem
Com quem o pensamento sempre alinho...

X


E vamos de mãos dadas ao futuro
Que a curva da esperança preparou,
Se o tempo que vivemos, tão escuro,
Por certo depois disso, o céu brilhou...

O chão que percorremos, ledo e duro,
Mostrando uma tristeza que restou,
Amiga estando juntos, salto o muro,
E encontro o que amizade preparou.

A festa maviosa noutras sendas,
Com gozo e com total felicidade,
Fazendo das angústias meras lendas,

De um tempo que jamais retornará,
Contigo, amada amiga, brilhará
A força tão gentil de uma amizade...

X


Às vezes no caminho deparamos
Com pedras, com espinhos e problemas,
Vencer e convencer são nossos lemas,
Amiga, frutifique, estenda os ramos.

Depois das duras pedras, encontramos
A sorte se mostrando em diademas,
Eu peço com carinho que não temas
Os dias doloridos, pois sonhamos.

Perceba que o valor de uma amizade
É sempre força plena em nossa vida.
Não vejo, nem procuro outra saída.

Ali se encontra o brilho da verdade.
Receba meu afeto em cada verso,
Contigo o meu amor, jamais disperso...


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