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Friday, December 21, 2007

SONETOS 011


Num sonho me encontrara apaixonado
No susto que tomei ao ver meu nome
Escrito na parede ali grifado,
De certa forma tudo se consome.

E nada mais falava, só te ouvia,
Estampado no meu peito este retrato,
Tal qual fosse te olhar mas nada via,
Alucinado sonho, vero fato...

Chamavas por meu nome, te indaguei
E vi que então fugir era impossível.
Aos poucos no delírio me entreguei
Vivendo a sensação tão mais incrível

De amar em tempestade, calmamente,
Meu nome no teu nome, de repente...

X

Subindo sem destino, cavalo, homem...
Pisando tantas folhas já caídas,
Subindo eternamente aos poucos somem
Nas marcas que deixaram nas subidas...

As rédeas ordenando que não parem,
O rio se desenha qual serpente.
Na marcha sem galopes que disparem
As marcas desenhadas totalmente

Esporas desta vida, são malditas
Estórias esquecidas... O que pretende
Por sobre tantos passos dessas ditas
E cada vez distante sempre ascende.

O que se quer tão alto, assim, depois?
Cavalo e homem, pobres destes dois...

X


Rodando na ciranda sem parar
Espaços delicados para a dança
Que roda faz bem tempo, quer rodar,
A fantasia preme e já te alcança.

Na dança tão robusta desta festa
Que sempre se imagina fantasia,
Abrindo na ciranda nova fresta
Deixando a madrugada pede dia.

Eu quero esta criança que não pára,
Não deixa de rodar nesta ciranda
A vida tão robusta me antepara
E sempre recomeça a mesma banda.

Que pede sem descanso e quer mais ar,
Bem antes disso tudo começar...

X

Sonhar nunca é demais, esteja certa,
Arder nesta ilusão que tanto queima
Pecado sem ter culpa, noite incerta,
Mistura deliciosa, santa teima...

Temer, tão simplesmente conter siso,
Que impede que possamos encontrar
A chave que nos leva ao paraíso,
Na nossa própria entrega está perdão.

É como desfrutar da nossa casa
Neste momento livre, nessa entrega,
Que nos aquece tanto, louca brasa,
Amor que tanto salva não se nega.

Amor que sempre foi a solução,
Nas asas traz calor e proteção...

X

Amor que nos transforma em poesia
De
mútua esperança minha e tua.
Nas danças misturamos noite e dia,
A vida que dançamos continua.

Da minha que te entrego, meu jardim.
Da tua que recebo, borboleta
Que pousa devagar e vem pra mim,
Enquanto te perfumo, tão dileta...

A minha rima encontro em tua rima
Arrimos de nós mesmos, impossível,
Amor que já se inunda e sempre prima
Por abraçar travesso, o sonho incrível.

Amor que farta em ti derrama em mim,
Inverso e escondido, ri no fim...

X

Não conheço calores mais que frios,
Amores e destino tão cruel,
Fazendo desses sonhos tão vadios,
As águas que refletem nosso céu...

As ruas que atravesso, não protegem,
Marquises que se perdem, papelão,
As dores que encontrei por certo regem
As loucas tempestades, coração...

Mas alamedas tramam no perfume,
As altas nuvens negam solidão,
Felicidade é bom que se acostume
Sabendo que terá muita paixão...

Amor deliciado trama a dança
Nas ruas e nas sendas da esperança...

X

Esperanças sussurro no teu peito
Tentando te tocar no coração.
Achando que talvez traga um efeito
Que faça ser menor a confusão...

Sussurro em teus ouvidos, bem baixinho,
A voz enrouquecida, isso te ouriça,
Percebes como fere o teu espinho,
Passível, lerdo, restas temes liça...

E nada em ti descubro tudo inútil,
E nada mais escuta nada fala,
Parece que te escorre medo fútil
Esqueces e de repente, já se cala...

Que temes quando toco o coração?
Fazer de tanta luta maldição?

X

Eu quero te alcançar minha querida,
Mas tenho que soltar-me enfim de mim
Largar essa corrente, em despedida,
Matar esse fantasma, até no fim.

O medo que me embala, destruir,
Despir-me disso tudo. Das pesadas
Cascas que sempre estavam a fluir
Nos meus caminhos todos, já largadas.

Trocar essas correntes pelas asas
Que deixem a coragem renascer,
Ousar nos céus, voando sobre casas
Nesse impreciso pulo, reviver...

Eu quero ter o vôo em esplendor
Voando
pros teus braços, meu amor!

X

A lua que eu beijava na calada
Dos sonhos estrelados que tivera,
Ao vê-la toda nua des’perada,
No raio solitário, quem me dera...

Ardendo toda fria, trovoei
Os preconceitos tolos. Encantado,
Em comoção total me apaixonei,
Apesar de eu estar tão afastado...

Aconteceu amá-la louca lua
Sonhava despencada nos meus braços
Nesta beleza clara, bela, nua,
Te tomaria, lua, nos abraços

Em plenilúnio, nova ou na minguante,
Me entregaria a ti, no mesmo instante!

X

Tu já sabes querida, do que gosto,
Do calor dos abraços, deste amor,
Tudo assim... Desse vento no meu rosto,
De poder me encontrar no teu calor.

Em todas as surpresas geniosas
Que teimam sempre teimam, sem descanso,
Da beleza da rosa dentre rosas,
No buquê que deveras me esperanço.

Em todas as roseiras do jardim,
O dia se passando sem demoras,
As flores tanto amarem, sem ter fim,
Mesmo com o passar de todas horas,

Eu quero com certeza todo amor
Que brota nos buquês, em simples flor.

X


Não tema esse ciúme em tal delírio
Não fiques chateada assim querida...
De tudo neste mundo, em tal martírio,
Maior brilho que temos, nossa vida!

Desejo teu desejo, companheira,
A tua companhia me faz falta.
Amar é ser feliz a vida inteira,
Dançamos em conjunto na ribalta.

Não penses que castigo o meu amor,
Não toco nos teus brios, quero os seios...
Vivendo nosso caso sem rancor,
Não tenha desse amor nenhum receio...

Eu quero tanto amor num manso dia,
Em nome dessa amada poesia!!!!!

X

Não falo desta caça assim amada,
Se sabes que me embaça a solidão
Depois de tanto tempo sem ter nada
Amor sempre decora o coração...

Ao tempo em que vivemos tão sozinhos,
Vivemos toda a dor sem ter presença...
Os pássaros cansados pedem ninhos,
A vida se prepara em recompensa...

Não tramo as artimanhas nem sou hábil,
As cores que preparo, mil matizes,
Quem guarda a solidão, sabe, contábil,
Nas nulidades, somos infelizes...

Não tema que a manhã seja mais triste,
Amor de tanto amor, no amor resiste...

X

Passeia essa beleza em tal frescor
Que mansas caminheiras nada falam.
Vivendas onde vive o meu amor
As ruas, alamedas, nos embalam...

Talvez neste desterro sem tristezas
Os mares que roncando tramam sons,
Em versos encantados, naturezas
Misturam com meus sonhos novos tons...

As nuvens estampadas neste céu,
De tanto que chovera não voltaram,
Amor que se precisa, no papel,
Nas bocas mais delícias encontraram...

Sem ti sentindo pejo me aborreço,
Sem teu amor, querida, me entristeço...

X

quero deitar em você, brincar contigo,
nesta gangorra louca que hoje sou,
saber que em nada mais corro perigo,
subir descer, brincar, voar, te estou...

saber te dar prazer tão mansamente
que nada represente nem temor.
Amar como um brinquedo diferente
Sem dores e tragédias, vivo amor...

Não deixe que esse amor seja rangente
Não cabem mais amarras, liberdade!
Amar é como agir, naturalmente,
Sabendo ser feliz, tranqüilidade...

Amor quando se emperra, deixa estar!
Há óleos neste mundo prá se usar!

X

Falar de amor liberto e sem correntes
Ao mesmo tempo atado nos teus braços,
São rios que misturam as torrentes
E dormem desfazendo velhos traços...

As tramas que concebo são as minhas
As minhas alegrias de viver
Viver como se fossem avezinhas
Avizinhas amor com tal sofrer...

Não faço destes versos os meus motes
Até por que não caço solidão.
Efeitos dos amores são rebotes,
Bobeia, infartando o coração...

Eu amo tanto amor que a vida tem,
Te quero bem aqui, morena, vem...

X


Vieste no meu mundo devagar,
Mineiramente sabes do que digo.
Vontade de mineiro ver o mar,
Saber que tanto amar trama perigo.

Recebes o carinho do mineiro
Que vive neste mundo por viver,
Amando por amar o tempo inteiro,
De amor em pleno amor, sobreviver...

Amor que transbordando trama paz
Entrou pelo planalto sem montanha
Agora que chegou lá por de trás
O danado do amor de novo assanha...

Do vento que brotava no cerrado,
Do verso que nascia, apaixonado...

X


Deixaste meu amor em total crise
Que mesmo que existisse novo sonho
Amor quando escondido na marquise
Em terremotos morre mais medonho...

Vencendo a tentação das outras saias,
Que saem de repente no verão,
Calor que me sufoca novas praias,
Depois de tanto tempo de emoção...

Recebo teu carinho, como o vento,
Que amaina meu calor em meu sossego,
As pernas não me deixam pensamento,
Não temas não terei nenhum apego...

Meu canto te procura, mas não caça,
Viver na noite escura, uma cachaça...

X


Eu quero tuas gotas meu amor,
Em tantas maravilhas que me dás.
Vivendo esparramando teu calor,
Em ondas e delícias tanta paz...

Provando cada parte do manjar
No beijo tão ardente e mais sedento.
Te aperto contra mim, bem devagar
Me encosto no teu corpo, inteiro, lento...

Disposto a te fazer bem mais feliz,
Nos elos de nós dois tão transtornado,
Carinhos e desejos como eu quis.
O mundo vai girando, vai girando...

Sem pressa nossas horas vão passando,
E em plena fantasia, nos amando...

X

Em teu retrato vejo essa tua alma
Nos oráculos gregos, minha amada,
Na casa d’Eros lendo em tua palma
Em meu amor serás banhada...

A tua aura lerei sem saber sina,
Dessa não quero ter nenhum sabor...
Só quero te ter, toda, na menina,
Sedenta onde encontrei total calor...

Te farei poesias do instantâneo
A sorte te trarei em cada verso,
Das orlas desse mar mediterrâneo
No carinho e no sonho mais diverso...

Dispondo do prazer com vivo ardor,
Nas tramas de Cupido, todo amor!

X


Eu quero todo o mel em nossa cama,
Em doces ambrosias meu desejo,
Flambando teus licores, minha chama,
Ardendo em cada pote doce, queijo...

Nos tachos, nas conservas, nas gamelas,
Doçuras invadindo minha casa,
Adentra seus perfumes nas janelas,
Meu corpo te esperando em fogo e brasa...

Devoro cada naco da doçura
Fatias delicadas, generosas,
A boca te sorvendo com ternura,
Carícias deste amor, deliciosas,

Te quero como prato e sobremesa,
Apetitosamente, cama, mesa...

X

Cometa que tão ágil nunca espera,
Que foge se não dermos atenção,
Espreita trama o bote, louca fera,
A louca e desvairada inspiração...

É tanto traiçoeira quanto ingrata
Perfura mansamente e me derrete
Revólver que se atira, cura e mata,
depois que já se foi, nunca repete...

Escravos desta deusa, nós, poetas,
Vivemos tantas vezes tão cativos
Dos deuses dos amores com as setas
Das tontas loucas musas mortos vivos.

Estou tão embrenhado em suas garras
Inspiração me explica, como agarras?

X


Fugias deste canto que te fiz
Com todos os encantos que me davas,
Falar que vou fazer-te mais feliz
Trazendo uma erupção ardendo em lavas...

Lentamente seguias sem saber
Que tudo que mais quero é te encontrar
Nos laços destes braços poder ter,
Certeza de sentir que é bom amar...

Mas presa te carrego e não te deixo,
Guardando meu amor em teu amor,
De tanto que te quero já me queixo
Do jogo que jogamos, tentador...

Brincamos escondidos, o segredo,
Também esconde-esconde é um brinquedo!!!!!!

X

Nos campos, arvoredos, natural,
As águas escorrendo pelos rios.
Parecem belas gotas de cristal,
Descendo nas cascatas correm fios...

Penedos exultantes, belos montes,
Montanhas, depressões bosques e matas,
No fundo dos grotões, meus horizontes,
Derramam-se sol, luas, ouros, pratas...

Ao ver tanta beleza da natura
Os olhos mais alegres se procuram,
Envolto no deleite da ventura,
Por tantas cachoeiras se aventuram.

As águas tão alegres que lá tem,
Formadas dos prazeres do meu bem...

X


Não vejo mais o tempo que se fora
Na aurora que deixara nosso canto.
Amor que bate tanto desde agora
Sumindo, me matando, perco encanto...

Eu quero teus queixumes e teu cheiro
Voando sobre as tardes num festim
Que faz o tempo andar ligeiro
E brota tanta coisa bela em mim...

O gosto que me trazes, minha amada,
É gosto desta lua e desse mar,
Venceste com teus sonhos, madrugada,
Agora na alvorada quer parar.

O sol nunca se impede de nascer,
Espero do teu lado, anoitecer...

X

Respiro teu respiro, minha amada
Embora tanto vôo seja solo,
Preciso te encontrar na madrugada
Deitar minha cabeça no teu colo;

Soando o que se teme neste lago,
Em plena sintonia nada trama.
Vivendo desse amor, no manso afago,
Deitando certamente em tua cama...

Não quero te sugar todo esse ar,
Nem quero esse teu canto mais sozinho.
Nem deixo que te possam mais sangrar,
Eu quero te encontrar no nosso ninho.

Fazendo dessas penas travesseiro,
E mergulhar teu mar, assim, inteiro!!!!

X

Amor quando naufrago no teu mar,
Amarro minhas âncoras, ou tento...
Se quero tal firmeza em tanto amar,
Pressinto que preciso de outro invento...

A vida traz as cores mais sortidas
E brinca com meus sonhos sem saída.
As horas que passamos distraídas
Não valem se quiser viver a vida...

Espero que nos mares que naufrago,
O canto da sereia que entontece
Não cause mais sequer nenhum estrago,
Por isso tanto rogo e tanta prece.

Amor, quem te ensinou a navegar?
Foi, marinheiro, foi peixinhos.... MAR!!!!

X


Amor escrito na alma em ferro e brasa,
Derrete nosso amor, puro cristal.
Vasculha toda nossa vida e casa
É sonho, fantasia, bem e mal...

Recebe com carinho quem maltrata
Maltrata com ciúmes quem quer bem.
Reparte o que não tem, tanto destrata,
É noite que esperamos, dia vem...

Amor que se converte em mansa fonte
Da fonte em tempestade nega a brisa
Do vento da saudade no horizonte
Reflete a mansidão, guerra precisa.

É dor que nos transborda em alegria
Em
êxtase provoca uma agonia...

X


Não temo tempestades que vierem
Sou simples cantador sem emoção,
As ondas desses mares se quiserem
Que busquem noutro mar um furacão.

Não quero te dizer dessa magia
Que sempre foi meu porto de partida
Porém a escuridão deste meu dia
Transporta minha dor por toda a vida...

Desculpe se não passo triunfante
Nem minto o que mais sinto, tanto amor...
Viver é um perigo tão constante
Mas, lírico, desejo mar e flor...

Amor sendo o meu mote preferido,
É manso como um parto, dolorido...

X


As vísceras expostas sigo andando
Por tantas cajadadas já sofridas.
Aos poucos minha pele desnudando
Demonstram cicatrizes e feridas...

Meu canto em desalento sem potência
Desmaia neste mar ensolarado.
Não peço paciência nem clemência
Vivendo quase sempre assim de lado.

Ser gauche meu destino e minha sorte.
Morrendo sem saber se tenho paz.
Amar tão simplesmente rumo e norte,
Talvez de tanto amor sou incapaz.

O verso que mais canto, de tristeza
Que sangra deste amor, fina beleza...

X


Correndo pelas ruas, harmonia
Do canto desses pássaros formosos,
Andando vou forjando a fantasia
Que brilha noutros olhos radiosos...

Seguindo desditoso, companheiro,
Preciso que me escutes, por favor,
Vagando pelos mares, tempo inteiro,
Deitando sobre as ondas desse amor.

Se fui o que pensara não mais sou,
Amigo necessito deste abrigo,
De tudo o que já tive, o que restou.
Porém eu desconfio que consigo,

Da brusca solidão, a primavera,
Na volta da magia da pantera!

X


Quem dera estar nos versos que colhi
No jardim que em minha alma cultivei.
São dores perfumadas, vão aqui,
De todas essas flores, temperei;

São simples sentimentos sem palavras
Que as luzes e calores fecundaram.
Amores em meu peito, calmas lavras,
Que as lágrimas passadas tanto aguaram...

Se trago minhas mãos tão calejadas,
De tantas poesias que sonhara,
As rosas por amores já podadas,
As flores que cultivo são tão raras...

Brotando neste esterco de minha alma,
Espinhos penetrando, mão e palma...

X

Quem dera se entendesse desse amor
Que tantas vezes dói e me maltrata,
No fundo sempre sou um sonhador
Vagando sem destino em densa mata.

Falando em sentimentos mais penosos,
Desisto plenamente deste tema.
De tantos os caminhos pedregosos
A dor, amor, cansei de ter por lema.

Prefiro descansar esses meus versos,
Falar de coisas tantas que não sinto,
Vagar sem ter sentido por diversos
Caminhos que no fundo, sempre minto...

Eu nunca mais farei versos de amor.
Vazio, vou sozinho pr’onde for!

X

Receios que carrego nesta vida,
Dos olhos da quimera que tocaia.
Não vejo minha sorte distraída
Nem quero mais morrer em plena praia...

Agradeço assim meus versos mal fadados
Que buscam na ante sala pelo quarto.
De meus pressentimentos, velhos fados,
De tudo que escrevi, andando farto.

Enganos prometidos a mim mesmo,
São formas de iludir que não consinto.
A noite vem chegando, eu vou a esmo.
Tomando grandes goles deste absinto.

Em rudes caminhadas vou ligeiro,
Passeio meu olhar no mundo inteiro...

X

Se sou não sei, seria certo manto
De quanto tanto tempo que não vi.
Espero que demore vago encanto
Do pranto que não sinto se escorri.

Meu mote nada sinto mais de novo
Se curvo minha estrada noutro tempo.
Se tento viver sempre me renovo
Do vento que impedia contratempo;

Cabendo meu momento num dedal
Que Dédalo levava como glória.
Gemente tal festim sem festival.
Anseio pelo fim da minha história.

Reverso da medalha que não jogo,
Sou logos sem ter lógica nem rogo.

X


Estar sempre a teu lado, companheira,
Vibrando nos meus versos tal ventura
Que possa te lembrar a vida inteira
Que tudo se começa com ternura...

Não queiras que estas águas peregrinas
Movendo tais moinhos da saudade,
Te tragam tantos sonhos de meninas
Que dormem no teu peito, em liberdade...

Crianças na verdade são libertas
O vento tão medonho não soprou
Mantenha as esperanças sempre alertas,
Perceba que o futuro já chegou.

E veja como a vida tanto brilha,
Se leres da amizade, esta cartilha...

X

Felicidade trama todo dia,
Nos olhos de quem sonha com manhã
A noite que na tarde prenuncia
Se busca neste brusco e duro afã.

Abrindo teus caminhos sem ter dó,
Verás como são fáceis as estradas
Não tenhas alergias nem ao pó,
As alegrias nunca são contadas...

Mas faça que se encante o coração
Com luzes mais suaves, não ofuscam,
Viver é conceber sempre o perdão,
Amigos se procuram e se buscam...

Não deixe de cantar uma alegria,
Que a vida se renova todo dia!

X

Vertentes se ver tantas não me tentes
Que intento te saber ser teu invento.
Nas mantas que me mostras e já mentes
Metralho tantos talhos meu intento.

Não passo sem ter passos, paços, praças
E farsas que escondidas são meus sons...
As lanças que me lanças e me laças
Melaço dentro da alma, aços e tons.

Se somam tantas cismas cato climas
Cataclismos e sismos cismo e sonho.
No cisne que não tisne, cimos, cimas.
Nos cumes tantos lumes, mês risonho...

A vida não promete alegorias
Esquece que esquecemos alegrias...

X


Não posso e não consigo meu intento
Deixar de tanto amar nunca deu certo,
Se versos nesta vida sempre invento,
Amor já povoou o meu deserto.

Oásis esquecidos não se deixam
Levar pelas areias da saudade.
Sabendo que estes versos já se queixam
Como poder viver em liberdade?

Escravo de meus versos mais vadios
Em cios tão constantes nunca paro
Desculpe por meus cantos tão vazios,
Com nexo e sem sexo, não disparo.

Deparo com teus olhos, minha amada,
Promessa num segundo, está quebrada...

Eu preciso beber urgentemente
Senão meus versos andam livremente...

X



A borboleta voa em liberdade
Sem
ter a falsidade da andorinha.
Que migra todo tempo, tem saudade,
Mas mesmo em denso bando, vai sozinha...

Se quer a borboleta companhia
Do triste e amargurado passarinho.
Sabendo que voando todo o dia,
Distante sempre está, mesmo do ninho...

Porém essa andorinha anda tão tonta
Com marcas doloridas, cicatrizes...
Não pense borboleta que ela apronta
Apenas nunca viu tempos felizes...

Mas foge a borboleta na amplidão,
Uma andorinha nunca fez verão!

X


Amada não se faça de rogada,
Bem sei que nada faço sem te ter.
Jogada sobre a mesa está marcada
A carta que querias prá vencer.

Entrego meu baralho da saudade
Nas mãos de quem sonhara assim comigo.
Voando te procuro em liberdade,
Por vezes imagino que consigo.

Mas tramo tantos rumos mais ruidosos
No fundo não percebo por quem sou.
Sou frágil tantos músculos vaidosos,
De tudo uma saudade me restou...

Mas amo teu amor sem caridade
Sabendo santo amor em liberdade!

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